Você está na página 1de 8

Almeida Rocha

Advocacia e Assessoria Jurídica

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _____ª


VARA CÍVEL DE VILA PRUDENTE.

REGINALDO LOURENÇO, brasileiro,


divorciado, portador da cédula de identidade RG nº 22.790.447-3, inscrito no
CPF nº 136.075.068-17, residente e domiciliado na Av. Vila Ema, 1006 - Vila
Prudente, São Paulo - SP, 03156-270, JANE FRANCES CERVERA
HOLMOS, brasileira, divorciada, portadora da cédula de identidade RG nº
19.287.084-1, inscrita no CPF nº 115.063.188-23, residente e domiciliada na
Av. Vila Ema, 1626 - Vila Prudente, São Paulo - SP, 03156-270, por seu
procurador que esta subscreve, vem, respeitosamente, á presença de Vossa
Excelência, propor a presente

AÇÃO DECLARATÓRIA C.C. COM PEDIDO DE CONSIGNAÇÃO EM


PAGAMENTO E ADJUDICAÇÃO DE IMÓVEL

Em face de ROELTEX COMÉRCIO E ADMINISTRAÇÃO, empresa privada,


inscrita no CNPJ nº 61.835.781/0001-29, com sede nesta Capital, na Av.
Álvaro Ramos, 193 - Belenzinho, São Paulo - SP, 03058-060.

FATOS

Por instrumento particular de venda e


compra de imóvel, os autos adquiriram no dia 20 de setembro de 2007 um
imóvel residencial, devidamente registrado na matricula 165.944 do 6º
Cartório de Registro de Imóveis dessa Capital, pelo valor de R$ 203.514,00
e cuja descrição segue abaixo:

Rua Manuel Borba, nº 257, 12º andar, Conjunto 123 - Santo Amaro – São Paulo – SP. (11)
3530-0402 SP (41) 2626-4214 PR
(11) 3533-3537 SP (21) 3005-2085 RJ
Site: www.almeidarochaadv.com.br
Almeida Rocha
Advocacia e Assessoria Jurídica

“IMÓVEL: O apartamento nº 186, localizado no 18º


andar do empreendimento CONDOMÍNIO EDIFÍCIO
ROYAK PARK, situado na Avenida Vila Ema, nº 1.006,
no 26º SUBDISTRITO VILA PRUDENTE, com área
privativa (incluindo 2 vagas de garagem) de 94,070m², a
área comum de 46,521 m², a área total construída de
140,591m² e a fração ideal do terreno de 0,87100%,
permanecendo-lhe vinculado as vagas de garagem nºs
126P e 127M, no 2º Subsolo, com capacidade para
abrigar 1 automóvel de passeio de pequeno porte, em
cada uma, com área privativa de 18,27m², total de
54,739m², e a fração ideal de 0,1935%, inclusas nas
áreas e fração ideal do apartamento. O terreno, que
bembém faz frente para a Rua Dr. Paulo Aranha P. de
Azevedo, onde está construído o referido
empreendimento, encerra a área de 4.229,84m²”

Referido imóvel foi financiado diretamente


com a construtora, ora requerida, nas seguintes condições:

a) R$ 2.619,00 a título de sinal e princípio de pagamento,


devidamente quitado por ocasião da assinatura do instrumento
particular de venda e compra, através de cheque.

b) R$ 16.000,00, pagos através de nota promissória, com


vencimento para 30/10/2007.

c) R$ 10.000,00, pagos através de nota promissória, com


vencimento para 30/11/2007.

d) R$ 54.895,00, a serem pagos através de nota promissória, com


vencimento para 30/12/2007, já acrescida de 1% ao mês, com data-
base setembro de 2007.

e) R$ 80.000,00 a serem pagas em 8 parcelas anuais e


consecutivas, representadas por notas promissórias, vencendo-se a
primeira em 30/09/2008 e as demais todo dia 30 de setembro dos
anos subseqüentes, cada qual na importância de R$ 16.104,24, já
acrescida de 1% ao mês (Tabela Price), corrigidas mensalmente pelo
IGP-M, data-base setembro de 2007.

f) R$ 40.000,00 a serem pagos através de 90 parcelas mensais e


consecutivas, representadas por notas promissórias, com vencimento
da primeira para 30/12/2007 e as demais para todo dia 30, cada qual
no valor R$ 676,12, já acrescida de 1% ao mês (Tabela Price),
corrigidas mensalmente pelos índices do IGP-M, data-base setembro
de 2007.
Rua Manuel Borba, nº 257, 12º andar, Conjunto 123 - Santo Amaro – São Paulo – SP. (11)
3530-0402 SP (41) 2626-4214 PR
(11) 3533-3537 SP (21) 3005-2085 RJ
Site: www.almeidarochaadv.com.br
Almeida Rocha
Advocacia e Assessoria Jurídica

As precárias condições financeiras do


autor, não lhe permitiram honrar com o pagamento de algumas parcelas
mensais e anuais.

Não obstante, o requerente sempre


despendeu incalculáveis esforços para quitar as parcelas em atraso,
alienando bens móveis, automóveis e boa parte de seu patrimônio para
realizar o sonho da casa própria, efetuando, em dadas oportunidades, o
pagamento de quantias superiores à metade do valor do imóvel (vide boleto
de R$ 101.275,11).
Hoje, em condições um pouco melhores,
não consegue quitar o apartamento, porque a construtora, ora requerida,
exige quantia muito superior ao valor da dívida, atualizada pelos índices do
IGP-M, juros de 1% ao mês, correção monetária e multa moratória.

Dias antes da propositura dessa ação, a ré


informou este escritório de advocacia que o débito alcançava o valor de R$
730.000,00, ou seja, quase o dobro do valor da avaliação do imóvel.

Na verdade, o autor não deseja negociar o


valor do débito, mas sim quitar o débito junto à requerida que, hoje
corresponde à R$ 326.977,31.

Nesse aspecto, essa ação tem por


finalidade, primeiramente, declarar o valor total do débito atualizado junto à
construtora, reconhecendo-se a prescrição das parcelas vencidas, nos
termos da Súmula 504, do Superior Tribunal de Justiça.

Requer-se seja o autor autorizado a


consignar em juízo o valor do débito declarado por esse juízo. Por fim,
quitado o valor declarado por esse juízo, requer-se a adjudicação do
imóvel em favor do requerente.

Rua Manuel Borba, nº 257, 12º andar, Conjunto 123 - Santo Amaro – São Paulo – SP. (11)
3530-0402 SP (41) 2626-4214 PR
(11) 3533-3537 SP (21) 3005-2085 RJ
Site: www.almeidarochaadv.com.br
Almeida Rocha
Advocacia e Assessoria Jurídica

INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE
DEMANDAS REPETITIVAS

Aplica-se ao caso dos autos o disposto nos


artigos 927, III, art. 988, IV, ambos do Código de Processo Civil, a seguir
transcritos:

“Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão:


III - os acórdãos em incidente de assunção de
competência ou de resolução de demandas repetitivas e
em julgamento de recursos extraordinário e especial
repetitivos;

Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do


Ministério Público para:
IV – garantir a observância de acórdão proferido em
julgamento de incidente de resolução de demandas
repetitivas ou de incidente de assunção de
competência”;

No caso dos autos, especificamente à


prescrição, foi pacificado pelo Colendo Superior Tribunal de Justiça, em
julgamento pela sistemática dos recursos repetitivos, o prazo
prescricional para a cobrança de notas promissórias dadas em garantia de
compra e venda de imóvel, tal como no caso dos autos.

“Processual civil. Recurso especial representativo de


controvérsia. Art. 543-c do CPC. Ação monitória aparelhada
em nota promissória prescrita. Prazo quinquenal para
ajuizamento da ação. Incidência da regra prevista no art.
206, § 5º, inciso I, do Código Civil. 1. Para fins do art. 543-
C do Código de Processo Civil: O prazo para ajuizamento
de ação monitória em face do emitente de nota promissória
sem força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte
ao vencimento do título. 2. Recurso especial provido”.
(REsp 1262056/SP, Recurso Especial nº 2011/0110094-6,
E. 2ª Seção, Relator Min. Luís Felipe Salomão, DJe
03/02/2014).

Rua Manuel Borba, nº 257, 12º andar, Conjunto 123 - Santo Amaro – São Paulo – SP. (11)
3530-0402 SP (41) 2626-4214 PR
(11) 3533-3537 SP (21) 3005-2085 RJ
Site: www.almeidarochaadv.com.br
Almeida Rocha
Advocacia e Assessoria Jurídica

Essa orientação, posteriormente, culminou


na edição da Súmula nº 504 do STJ, com o enunciado de que: “ o prazo
para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de nota
promissória sem força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte
ao vencimento do título”, esgotando qualquer duvida sobre o tema.

FUNDAMENTOS DOS DIREITOS

Como se sabe, a prescrição de nota


promissória, regida pela Lei de Genebra, prevê prazo trienal para o exercício
da medida executiva (arts. 70 e 77). E já está consagrado pela
jurisprudência que o prazo para ajuizamento de ação monitória, derivada de
nota promissória prescrita, é de cinco anos, nos termos do artigo 206, § 5º,
inciso I, do Código Civil.

Este entendimento foi pacificado pelo


Colendo Superior Tribunal de Justiça, em julgamento pela sistemática dos
recursos repetitivos, que assim consignou:

“Processual civil. Recurso especial representativo de


controvérsia. Art. 543-c do CPC. Ação monitória aparelhada
em nota promissória prescrita. Prazo quinquenal para
ajuizamento da ação. Incidência da regra prevista no art.
206, § 5º, inciso I, do Código Civil. 1. Para fins do art. 543-
C do Código de Processo Civil: O prazo para ajuizamento
de ação monitória em face do emitente de nota promissória
sem força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte
ao vencimento do título. 2. Recurso especial provido”.
(REsp 1262056/SP, Recurso Especial nº 2011/0110094-6,
E. 2ª Seção, Relator Min. Luís Felipe Salomão, DJe
03/02/2014).

Essa orientação, posteriormente, culminou


na edição da Súmula nº 504 do STJ, com o enunciado de que: “ o prazo
para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de nota
promissória sem força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte
ao vencimento do título”, esgotando qualquer duvida sobre o tema.
Rua Manuel Borba, nº 257, 12º andar, Conjunto 123 - Santo Amaro – São Paulo – SP. (11)
3530-0402 SP (41) 2626-4214 PR
(11) 3533-3537 SP (21) 3005-2085 RJ
Site: www.almeidarochaadv.com.br
Almeida Rocha
Advocacia e Assessoria Jurídica

Ora, assim sendo, considerando-se que as


notas promissórias mensais em comento foram emitidas com vencimentos
para o dia 30 de cada mês, iniciando-se em setembro de 2007, assim como
as intermediárias, conta-se o início do prazo prescricional para o
ajuizamento da execução e também da ação monitória a partir do dia
seguinte ao do vencimento do título.

Assim sendo, considerando-se que até a


presente data não há notícias de que foi proposta qualquer ação monitória
para fins de interrupção do prazo, forçoso o reconhecimento de que se
operou, no caso em tela, a prescrição quinquenal com base no artigo 206, §
5º, inciso I, do CC/2002.

Neste sentido também, é o entendimento


da E. 22ª Câmara de Direito Privado desse E. Tribunal:

“Monitória. Nota promissória despida de executoriedade.


Prescrição. Artigo 206, § 5º, inciso I, do CC. Prazo
quinquenal. Termo inicial. Data do vencimento. Instituto
aperfeiçoado. Declaração de ofício. Matéria de ordem
pública. Artigo 219, § 5º, do CPC. Extinção. Resolução do
mérito. Artigo 269, inciso IV, do CPC. Recurso não
conhecido”. (Apelação nº 0006787-61.2012.8.26.0281,
Rel. Des. Sérgio Rui, J. 30/01/2014).

“Monitória. Ajuizamento baseado em notas promissórias


despidas de executoriedade. Prescrição reconhecida em
1º grau. Decisão mantida. Prescrição consumada. Na
espécie, o prazo prescricional é regido pelo art. 206, §5º,
I, do Código Civil. Termo inicial do lapso prescricional é a
data de vencimento do título. Verba honorária
sucumbencial está pautada por critério de razoabilidade e
não comporta alteração. Recurso desprovido”. (Apelação
nº 0010775-79.2011.8.26.0005, Rel. Des. Campos Mello,
J. 16/01/2014). “Monitória. Duplicata mercantil.
Prescrição. Ocorrência. Incidência do art. 206, § 5º, I,
Código Civil. Apelação improvida”. (Apelação nº 0059182-
88.2012.8.26.0100, Rel. Des. Matheus Fontes, J.
20/06/2013).
Rua Manuel Borba, nº 257, 12º andar, Conjunto 123 - Santo Amaro – São Paulo – SP. (11)
3530-0402 SP (41) 2626-4214 PR
(11) 3533-3537 SP (21) 3005-2085 RJ
Site: www.almeidarochaadv.com.br
Almeida Rocha
Advocacia e Assessoria Jurídica

PEDIDO

Diante do exposto, requer-se:

a) Seja reconhecida e declarada a prescrição das


parcelas mensais vencidas e não pagas relativas aos 8 anos (3 anos de
execução da nota promissória + 5 anos da ação monitória) subsequentes
aos respectivos vencimentos (Súmula 504 do STJ).

b) Requer-se seja o autor autorizado a consignar


em juízo o valor do débito declarado por esse juízo.

c) Por fim, deferido o prazo para o depósito


requerido no item b) e declarado por esse juízo, requer-se a adjudicação do
imóvel em favor dos requerentes.

Protesta provar o alegado por todos os meios de


prova em direito admitido, especialmente o envio dos autos ao contador
judicial, para realização dos cálculos relativo ao débito.

Termos em que,
Pede deferimento.

Dá-se a causa o valor de R$ 389.287,00.

São Paulo, 29 de Janeiro de 2019.

RICARDO ALMEIDA ROCHA


Advogado - OAB/SP 344.336

Rua Manuel Borba, nº 257, 12º andar, Conjunto 123 - Santo Amaro – São Paulo – SP. (11)
3530-0402 SP (41) 2626-4214 PR
(11) 3533-3537 SP (21) 3005-2085 RJ
Site: www.almeidarochaadv.com.br
Almeida Rocha
Advocacia e Assessoria Jurídica

Rua Manuel Borba, nº 257, 12º andar, Conjunto 123 - Santo Amaro – São Paulo – SP. (11)
3530-0402 SP (41) 2626-4214 PR
(11) 3533-3537 SP (21) 3005-2085 RJ
Site: www.almeidarochaadv.com.br

Você também pode gostar