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Carlos Lacerda: Brasil k E.II.A.

¦Ki* Btf
Pesquisai
o
que pensa povo

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0 SEU DINHEIBO

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KrajSp*

9L.

esta: limào, nôvo sabor, \ferdinha


E agora

azedinha doçura. Prove só!


refrescante,

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GELATINA ROYAL Mais um de 1K Fleisch -


produto qualidade man n Royal
NOVA
AOS NOSSOS LEITORES

EDITORA ABRIL, empresa brasileira responsável pela

A publicação de uma série de importantes revistas que


circulam em todo o território nacional, tem sido alvo de
ataques esporádicos colocando em dúvida a sua condição
de organização genuinamente nacional.
Dada a total improcedência de tais insinuações, até hoje
praticamente nos limitamos a ignorá-las. Isso,porém, não
impediu que, no ano passado, quando o governo da Repú-
blica constituiu uma comissão de alto nível para investigar
as atividades de empresas jornalísticas, soficitassemos que a
comissão iniciasse seu trabalho pela EDITORA ABRIL. As
verificações exaustivas daquelas autoridades confirmaram
definitivamente que a ABRIL não tem e nunca teve qualquer
participação de capitais estrangeiros.
Recentemente, quando da promulgação do decreto presi-
dencial que modificou a Lei de Imprensa, permitindo que
estrangeiros editem em nosso
país publicações científicas,
técnicas, culturais e artísticas, insinuou-se que a referida me-
dida fora pleiteada pela EDITORA ABRIL. Esta incrível
suposição exige réplica enérgica. O decreto em nada nos
beneficiou. Obriga-nos, isso sim, a aprimorar ainda mais o
nosso trabalho, a fim de fazer frente aos eventuais competi-
dores alienígenas.

Quanto a nós, somos uma empresa exclusivamente bra-


sileira, fundada há 18 anos, em São Paulo. As origens foram
humildes: uma sala, três pessoas e uma revistinha — O
PATO DONALD. E a luta foi árdua: nos primeiros 13 anos,
lançamos 19 publicações, mas somente 12 sobreviveram.
Crescemos com o país. Formamos uma grande equipe de
— repórteres, artis-
profissionais altamente especializados
tas, fotógrafos, redatores,
pesquisadores e outros técnicos,
— desde as histórias em
que produzem 20 publicações qua-
drinhos de Walt Disney a revistas para a indústria; da Bíblia
a um guia turístico; de um semanário dedicado à televisão,
uma revista de moda e seis fotonovelas até uma publicação
automobilística, uma
grande revista feminina e a maior re-
vista brasileira de interesse geral.
objetivo destas — instruindo,
O publicações é servir
divertindo, informando, estimulando os seus milhões de leito-
res em todos os cantos do país. Com seriedade, honestidade,
entusiasmo e patriotismo. Com a consciência tranqüila. E
com o otimismo dos que confiam e trabalham.
nos transportes em

tema, mar e o alumínio é


ar,

Gada vez mais importante

em todos os seus veiados,

cada vez mais, 0


o homem usa

k _^M


Transporte muitos
grátis para quilos de carga: èsse é resultado
o
prático da economia de
com carrocerias de alumínio.
peso Mas é claro não
que é só o
pequeno pèso do alumínio explica
que
a sua crescénte utilizaçao em caminhões, trens, ônibus e automóveis
(em todos os veículos do
homem). E a sua evolução. Até há tempo náo
pouco tínhamos alumínio disponível em tantas
t0,rmlfslue 'ao Desenvolvido como existe agora. Resistente, versátil, inatacável
pelo tempo e fácil de ser
trabalhado, o alumínio de hoje sugere esta
pergunta, para todos os fabricam
que peças e veículos
"mnhos de criança:
por não fazer de alumínio?
que Nesse
. entramos nós'
ponto
Ad,pdAeMaVIOe,S.ate
da ALCAN, contribuindo maior
para utilizaçao e aproveitamento
do alumínio no mundo todo. No Brasil, estamos
. ha cerca de vinte anos
(lembra-se de nossa marca Albra?) como fornecedores

e a uminio todos
para os setores. Cada vez mais, disponha do alumínio ALCAN,

Por não fazer


que de alumínio? Estamos às suas ordens mm

ALCAN ALUMÍNIO DO BRASIL 1


S.A. alcan
— — — ABRIL 1967
UMA PUBLICAÇÃO DA EDITÔRA ABRIL ANO II NÚMERO 13

Editor e Diretor: VICTOR CIVITA


Tio Sam, agredido e surpreso, simboliza os sen-

v3P» timentos antiamericanos e analisa-


pesquisados
Redação
dos neste numero. A fotografia 6 de Roger Bester.

Diretor: Roberto Civita

Redator-Chefe: Paulo Patarra

Chefe de Arte: Eduardo Barreto Filho Afinal, o o de Tio Sam? Pesquisa


que povo pensa
Pocniliea 1ft
Editor de Texto: Sérgio de Souza iwbVjUlod IO antiamericanismo no Bra-
nacional para medir o

Secretário: Woile Guimarães sil, acompanhada de uma analise de Carlos Lacerda.

Redatores: Carlos Azevedo,

Hamilton Ribeiro, José Carlos Marão,

Lúcio Nunes, Luiz F. Mercadante, —


nQr£;i OQ Dona Yolanda, a A mulher mais impor-
presidenta
Micheline Gaggio Frank, ¦ Republi-
©1111 tO tante do Brasil, esposa do da
presidente
Mylton Severiano da Silva,
ca, tinha um sonho bem simples: ser cabeleireira.

Narciso Kalili, Paulo Henrique Amorim

Roberto Freire

Pesquisa: Norma Freire



As desventuras de Laudelino, o gordo Quando
Produção: Luiz Laerte Fontes Uiimnr Qfi
niilylUr OU be be, era um amor. Depois a beleza se
gorducho,
Diagramadores:
foi e a ficou. E com ela uma fome crescente.
gordura
Jaime Figuerola, Rubem B. Moraes

Fotógrafos: Roger Bester, Jorge

Butsuem, Luigi Mamprin, Geraldo Mori

existe — Para isto, dois repbrteres


A O Piauf provar
Lew Parrela (chefe) DflnnrtaffOm A
nepuriagtmi percorreram campos e caatingas, sentindo os
Porro proble-
Sucursal, Rio: Alessandra (diretor)
mas e esperangas de um que nao se abate.
Di Rago, povo
Milton Coelho, Nélson

Sucursal, Nova Iorque: Odillo Licetti

— Iracema, lara, Moema, Maraba,


Administração Lendas de amor
lUlnlfoAr Cfi
lYIUiner WW Lind6ia: e intensidade, os romances
pela pureza
Diretor Comercial: Alfred Nyffeler
dessas indias se integraram no nosso folclore.

Vice-Diretor de Publicidade:

Sebastião Martins

Gerente de Publicidade, S. Paulo:


0 (*ue fazer com 431,40 muitas respos-
Rubens Molino Drnklamo Aft
i rOUlwlTlcl wO tas. Desde arrancar os caf&zais, at6 brigar pelos
Representantes, São Paulo:
no mercado mundial. Quem tem razao?
pregos
Carlos Alberto Ma ia,

José Luiz Decourt Ricci,

Sílvio Fernandes,
— Gente viu Bra-
r%A/l| Esta cidade * uma crianga que
Representantes, imantA 7Q
Rio: Nilson Alves
IJOCUVTI6niU I O e cresceu com ela, conta como 6 ho-
silia nascer

Pôrto Alegre: na mais controvertida das nossas cidades.


a vida
je
Jesus C. Ourives (gerente) e

Vernei Pinto

Belo Horizonte: Sérgio Pôrto — tie bebe desde crianga, se diz


0 Otelo
narL/ilnannfn Qfi pequeno

uepoimeniu 8
OU nao acredita nas mas deixar
Curitiba: Édison Helm man, pessoas, quer

alguma coisa confissoes de Grande Otelo.


Diretor Administrativo de Publicidade: plantada:

Antônio Cioccoloni

*
— Histdria de um homem
Yokaanam 6 um profeta
Diretor Editorial: Luís MI«4ai>Ia QO
Carta
lYIISieriO e estranha, cujo lema 6 a boa von-
de sua cidade
Diretor Comercial:
tade e dizem, recebe a visita de discos voadores.
que,
Domingo Alzugaray

Diretor do Escritório

do Rio: André Raccah


— Arte marcial
Diretor Responsável: No wv* caminho do jud6 japondsa,
lOO
C5parte I\JcL defesa o tem hoje no Brasil
Edgard de Sílvio Faria luta de pessoal, judo

de academias e milhares de aprendizes.


centenas

REALIDADE é uma publicação da Editôra Abril

Ltda. / Redação, Publicidade e Correspondência:

Rua João Adolfo, 118, 9.°, fone: 37-9111 / Adminis-

Rua Álvaro de Carvalho, 48, 6.° e 7.° and., — Os


tração: ® homem esconde estas miquinas parapsicd-
Av. Pre 110
São Paulo / Sucursal, Rio de Janeiro:
uenwia IIfc dizem o homem tem no corpo mil oihos,
logos que
sidente Vargas, 502, 18.°, fone: 23-8913 / Su-

Av. Otávio Rocha, 134, 6.°, radar, antenas, radio e outras miquinas.
cursai, Pôrto Alegre: gravador,
fone: 4778 Sucursal, Belo Horizonte: Av. Ama- >
/

zonas, 718, sala 503, fone: 2-3326 / Sucursal, Curi-

tiba: Edifício Galeria Tijuca, Rua Cândido Lopes.

cj. 1516 — C. Postal 3121, Telefone-. —


11, 15.° and. famosa Dez co-
Gente famosa fala de gente pessoas
- 4-9427. Distribuição exclusiva para todo o 1QC
4-5937
UwlllU nhecidas no inteiro falam umas das outra6, ter-
Brasil da Distribuidora Abril SA Preços: exem- pais

avulso NCr$ 1,00/Cr$ 1.000. Assinatura se- fala dela mesma.


plar minando com Dercy Gongalves, que
mestral NCr$ 6,00/Cr$ 6.000. Assinatura anual

NCr$ 12,00/Cr$ 12.000. Nenhuma pessoa está

credenciada a angariar assinaturas desta publi-

cação. Se fôr por alguém, denuncie-o


procurado —
Onde aplicar seu dinheiro Ainda se pode guardar
locais. Números atrasados: no
às autoridades C^Annmio 1Q7
República do Líbano, 19; São Paulo, cconomid IO I mas existem muitas alter-
Rio, Rua o dinheiro no colchao,

Rua Martins Fontes, 163-165. Pelo Correio: Caixa


nativas mais inteligentes, seguras e.~ lucrativas.
Postal Todos os direitos reservados. / Im-
7901. /
em oficinas e nas da S.A.I.B.
pressa próprias
Soe. Anônima Impressora Brasileira, São Paulo.

As opiniões aparecem nos artigos assinados


que
não representam necessàriamente o ponto de vis-
Tiragem desta edição: 455.000 exemplares
ta da revista, até ser contrárias a êste.
podendo
EjjhgstppES

as
carta
é o forro ideal!

acústicas e decorativas
placas de
gêsso

era o Homem tos, orações e leituras, mas trata-se de


Quem Jesus

uma refeição, não de uma nova forma de

Sr. Diretor: Se Deus, Jesus, os apósto- missa. Eu mesmo, sou holandês,


que já

los e os santos deixarem de ser mitos, de uma dessas ceias. Aprovei-


participei

não haverá mais religião. REALIDADE to a oportunidade dizer consi-


para que

é uma culta e avançada de- dero ridícula a acusação ao n.° 10 de


publicação

mais um tão esclareci- REALIDADE, alguns taxaram de


para povo pouco que
"obsceno".
do como o nosso. É o cúmulo de farisaísmo e

de falta total de realismo.


Dr. Vladimir Medeiros

Rio de Janeiro —
GB
Frei Paulo Telleger

Uberaba — MG
"Quem
Sr. Diretor: No meu entender,
"Deus
Vjj era o Homem Jesus" e está Magarefes:
mor- êles vivem de matar

rendo?'* são os dois trabalhos sôbre te-


Sr. Diretor: Depois de ter lido a repor-
mas religiosos de maior fôlego,
publica- "Magarefes:
tagem êles vivem de ma-
dos nos últimos anos.

tar", cada vez eu for comer um bife


que
Getúlio Targino Lima
não deixar de no sofri-
— poderei pensar
Anápolis GO
mento do em Feira de Santana,.
gado,

A nobrez^e Bahia. Nunca no meu


eternidade do gêsso pensei que país
'em
transformados forros Sr. Diretor: Se todos os homens do mun-
existissem tais horrores. Somos ou não ci-
"Ho-
enriqueça do com o
sua construção procurassem parecer-se vilizados? Não existe no Brasil uma As-

fácil mem Jesus" e não nêle como


colocação pensassem sociação Internacional de Proteção aos
mito, a fé universal seria bem mais
econômico pro- Animais? está
Que fazendo? Por
que
funda e maior, a bondade de Je-
ininflamável já que não toma E os
providência? Juizados de
sus era infinita, embora fôsse homem.
Menores? Apreendem uma edição de

Altamiro Lomanto REALIDADE sob o de


pretexto é
que
"obscena"
São Paulo —
SP e inadequada menores,
para

IMÉSimi K MTEFIiaS mas crianças de 12 anos


BE GtSSS LIM permitem que

_ _
AV. CELSOGARCIA, 812 - FONES: 9MM0. • 92-5218-S.P
Ensino participem dessas matanças.
Leopoldo Bastos, 130-F (Bairro Engenho Novo) Tal. 58-447) vocacional
.'55?* ¦?*
8. HORIZONTE. Rua Plotina, 587 • Fone 2-5651
P. ALEGREI Av. Ceord, 966 • Fone 9-1701 a 05 Ramal 110 João Soler
• "ECHOSTOP" Sr. Diretor: Não
END. TELEG deixar
poderíamos pas- São Paulo —
SP
sar esta oportunidade
para agradecer
"Já
a excelente reportagem existe Sr. Diretor: Sem
qualquer culpa da re-
a escola de amanhã", "Êles
publicada no nú- vista, o artigo vivem de matar"
mero 11 da revista. O ensino vocacional é simplesmente nojento, horrível, desu-
foi descrito de forma objetiva e agradá- mano e
patológico. Sabemos há
que
vel, despertando a atenção dos leitores. muita maldade humana neste
planêta de
Reportagens dêste
gabarito tornaram Deus, mas isto não a nossa
justifica apa-
REALIDADE a melhor e mais lida re- tia diante de cenas vis, deprimentes e
00
vista do
país. ofensivas.
Que interêsse
podemos ter
Arnaldo de F. Negreiros
nossa e
pela patria nós se
m Serviço do Ensino por próprios
Vocacional
nem ao menos sabemos
São Paulo — respeitar os últi-
SP
mos instantes da vida de um ser
pobre
indefeso?
kV Sr. Diretor: Considero
jjsçs excelente a repor-
fcv "Já
co^eSp
0 tagem existe a escola Haroldo S.F. Geribello
de amanhã".
0^
São Paulo —
A experiencia dos SP
9 Ginásios Vocacionais

do Estado de São Paulo merece aplau-


Sr. Diretor: Já não é
sos de que
sistema inédito, eficiente, rápido todos os educadores, gossível pedir
pois repre-
não matem os
que animais, coisa
senta um esforço que
e fácil com disco, planificado e objetivo
para seria considerada uma fantasia,
no sentido os se-
de modernizar o ensino
melhor aprendizagem da se-
pronúncia nhores não
poderiam sugerir os
cundário e integrá-lo que ma-
nos objetivos de
correta. Professor diplomado tem adequadamente?
pelo
promoção social do brasileiro.
povo
Instituto Goethe de Munique, Alemanha
Hilda Hist
Prof. Jacinto Guerra
São Paulo —
Diretor SP
do Ginásio Industrial Estadual

Bom Despacho —
Recorta agora mesmo MG
ésts anúncio Aniversário de REALIDADE
e peça informações sem compromisso à

A Igreja Sr. Diretor:


se renova No momento em REA-
que
- LIDA DE
ESCOLA TEUTO completa seu
IUSLEHU aniver-
primeiro
Sr. Diretor: Encontrei no n.° 11 da sano de
sua circulação nacional, enviamos
conceituada revista uma imprecisão ao ilustre
G. L LESSING bas-
jornalista nossas congratula-
tante desagradável, na reportagem sôbre çoes, esperando
ter o apoio dêste con-
a renovação da Igreja» especialmente ceituado
na órgão
para a
promoção e o
Av. Or. Gentil Moura, 509 - cj. 2 Holanda. Nas fotografias das desenvolvimento
páginas do Nordeste.
58 e 59, não se
C*. Poetai 30.007 São Paulo trata de uma ceia euca-
rística com consagração e comunhão, Presidente
da Federação daÍ'inSswuÍ
como o texto sugere, mas de uma ceia
Queiram enviar-me sôbre seu
prospoto Recife —
PE
ecumênica de católicos e
novo sistema de eprender elemèo: protestantes,
onde habitualmente
nenhum sacerdote
Nome
a Revista
está Durante __
presente. esta ceia, há can-
Endereço AMfo» 118 —
S. —
SP
Ainda há quem insista
em afirmar que a porta
da Europa ê este ou aquele

país. 0 que encerra


um certo exagero.

Nós lembramos apenas qne, sendo

Portugal o país mais ocidental

da Europa, ê evidente que


é lá que ela começa. p^^fe^»**'^*flM^M __¦**_ ___tf l_l^__^É_l If

H-L *wJ H *< I ^_i^ mm* flLJflk

IF »**-**_____r___j -__L-^^^^--K-
-¦ _8

'
^_kí_H_S _E_--*_kV___r ^E_NMnN___ígfll

lii_|____b ¦ flflflflflHH^^^^S
Kwr^ , -.--* *Y - ül ^^^ _-K~-i~)C___~>-4_-^--9 Ü-S

Mas não é apenas a de Portugal


posição geográfica privilegiada
que torna lógico
começar a sua próxima viagem à Europa

por Lisboa. Além dos laços fraternos que unem brasileiros

e portugueses, Lisboa, que tanto tem a oferecer ao turista,

constitui ponto de partida


natural para os outros
através de suas inúmeras conexões
países da Europa,
aéreas, rodoviárias e ferroviárias. E se a todas
a conveniência -.^^Tfl-* #______
essas vantagens acrescentarmos
e o que oferecem
conforto os vôos bi-semanais* f3m7\
VlATA/
da TAP no superjato Boeing 707-320B— O mais moderno
do mundo — então V. e bem
jato comercial
capaz de concluir que a Europa começa
mesmo é no Escritório mais da TAP
próximo
RIO*SÂO PAULO
SANTOS
E lembre-se: o seu Agente de Viagens tem
BELO HORIZONTE
sempre o que mais lhe convém
plano
PORTO ALEGRE
RECIFE
?quartas-feiras: Rio-Recife-Lisboa SALVADOR* BELÉM

sextas-feiras: Rio-Lisboa
TRANSPORTES AÉREOS f>ORTUGUESES

TÉCNICA ATENÇÃO ttN7UAU*OADE-A JATO


"pool" com a Varie*
Em
Enchemos

Ninguém vai conseguir imitar Tergal.

Nunca.

Porque
imitar Tergal
para é
preciso:

'^Br (1.) Fazer artigos extremamente ele-


Bt

*
jg
agradáveis ao
gantes, toque,
que pe-

:jj^| sem no máximo


^ umas cem
/-Jw
^K;' ^ gramas

metro
por de tecido. Re-
quadrado

conhecemos
isso não é lá
que

tão difícil assim.

(2.) Fazer artigos com uma

resistência
inacreditá-
quase

vel ao uso. Desses


aguen-
que

tem ser
^B|u j^MI ^| |||j 111 U^HV^Ib -I. BSSBk ^ lavados até
hI hEBB' IW »><* . ^M2»s-._vwig JB. mais de 50
^ ^HMH BB BBBBi^H ,-aig^fejl^^jB^sr^-voMr
•*•• JHU* -v*. Jfc
.^^K ^ ^1 IP^mIl «H BBS uaiMaMB *a •
'"
vezes
e, mesmo
iul 1 depois disso,
51 jaw Jflf '^RgB

ainda
permanecem impecá-
;>^yqpfe:,:-.. ? ¦.-—-
|HHHAH . j|H. ^(jfK*!^7^** f

veis, com aparência


muito

melhor
do
Hi iv que ar-
mf$m> jM m^W^m m I qualquer

t»go comum
completamente

novo. ¦
Isso
é um 1
ja
pouqui-

nho mais I
complicado.
£
S|fe|^—'v<>

^•) Fâzer
artigos
nun-
que

ca amarrotem.
Isto é, arti-

Ism#' £•¦ ¦ • :< &¦#'$$j "•


^. $
gos que ser
podem usados,

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^¦¦¦¦SH mHHHBBHBBPHH 1W «?$
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^

amarfanhados, massacrados, e que vol- nossos Laboratórios de Qualidade. E essa


tam imediatamente ao natural, recupe- garantia você só encontra nos artigos
rando o seu caimento. Reconheça que Tergal.
isso já é bem mais difícil. Por isso, se alguém quiser vender pa-
(4.) Fazer artigos que nao encolham, nem ra você algum artigo, dizendo que êle
se dilatem e que nunca fiquem deforma- tem todas estas qualidades juntas, mas
dos. Nossos técnicos chamam a isso de só não tem a etiqueta, porque afinal de
estabilidade dimensional e nao é qualquer contas prá que etiqueta, um pedacinho a
um que vai poder oferecer a você artigos mais de pano não vai mudar nada, tome
com a garantia de que eles vao perma- cuidado.
necer como novos através dos anos. Se você acreditar, talvez tentem ven-
(5.) Fazer artigos leves e refrescantes pa- der a você, logo em seguida, o viaduto do
ra o verão, e confortáveis e agasalhantes Chá. Ou o aterro da Glória.
para o inverno. Artigos que guardem o
aspecto e a qualidade da la, do linho, do
tropical, da seda, do shantung, de algo- A etiqueta é esta:
dão, do rami — sem ter nenhuma das suas
desvantagens. Você vai ver que só Tergal
pode prometer isso a você.
(6.) Fazer artigos que tragam uma eti-
| TEHQftL 1
quêta numerada, para a sua garantia. ^^B BRASILEIRA fl
Essa etiqueta é uma espécie de carteira
de identidade daquilo que você comprou,
e representa o controle exercido pelos
i mgmmmmmmmmm
de melhorar o ensino de
¦pi.i /•» pósito

música no Estado.

Eis alguns números levan-



Wm~
êle: o Estado de Nova
tados por

Iorque, com cêrca de 25 milhões

de habitantes, tem uma escola


Aos 26 anos file

cada 400 mil São


pessoas;
para

Paulo, com 13 milhões, tem


é um mestre

uma escola cada 70 mil.


para

No —
entanto argumenta

— lá existem 595 orques-


êle

No fim do ano um tras, enquanto aqui não chegam


passado,

brasileiro dava a meia dúzia. Só isto mostra


jovem pianista já

mais um de seus numerosos re- alguma coisa está errada.


que

citais nos Estados Unidos. No O do de tra-


programa grupo

outro dia, o crítico musical do balho vai desenvolver-se em três

New York Times, considerado frentes ensino, or-


principais:

opinião como um e João Carlos


pela pública questra público.
"Foi
sóbrio, dizia dêle: dedica-se mais ao do
jornal problema

ultra-sensacional." Na mesma ensino.

época, um colunista da Califór- É


o básico. Através
ponto

nia, depois de ouvi-lo noutro re- ensino, criar


do mais
podemos

citai, tocando um concêrto do e novos instrumentistas


público

compositor argentino Ginastera, as orquestras.


para

abria sua crítica com êste título: aumentar


Para o êle
público,
"Ginastera
não, João Carlos
em levar os alunos de co-
pensa

Martins sim." légios da Capital ao Teatro Mu-

Êste João nicipal, mesmo em horário


jovem pianista, de

Carlos Martins, aos 26 anos, é aulas, assistir a concertos


para

a maior brasileira no sinfônicos, orientados


presença expli-
por

campo internacional da música. cações de especiali-


professores

Faz seis anos desde co- zados. Fora Capital,
que da a solu-

meçou sua carreira de concertis- será outra:


ção levar
periódica-

ta nos Estados Unidos a mente
que uma orquestra às
grande

imprensa daquele lhe dedica cidades


país do interior.

os melhores elogios. Há cêrca Já estamos estudando a estru-

de dois anos, João Car- turação


quando dessa orquestra,
grande

los Martins voltou a tocar, após reunindo os melhores músicos

um ano de inatividade
quase de São Paulo. Na área do ensi-

causa de um acidente, Paul no,


por estudamos a organização de

Hume, crítico do Washington


uma escola-modêlo,
Foto de Jorge Butsuem com-
"Pode que
Post, escreveu: fazer mais
no máximo 136 alunos,
portará

tocando com um esparadrapo no


com cursos todos os instru-
— para
vai viver de seu dizia- da Departamento
piano pelo de Esta-
dedo do 10 dos
que pianistas mentos.
lhe o Se Rubinstein faz as- do, dentro
pai. de um de
mais famosos no mundo com os programa
João Carlos acabar
quer com
sim, você também fazer.
pode cultural. É o
dez dedos em ordem." promoção primeiro a rotina faz do
que piano quase
E o menino continuava estu- —
brasileiro e um dos raros es-
O acidente aconteceu o
quando único instrumento ensina-
que
dando. Aos 13 anos, começou a trangeiros —
a receber tal con-
a Portuguesa de Desportos estê- do nos conservatórios. Em São
sentar-se ao de a vite do
piano quatro americano.
ve em temporada nos Estados govêrno
Paulo, mais de 90% dos alunos
cinco horas dia, o faz
por que Esta carreira brilhante
Unidos. João Carlos foi ver um lhe
estudam Em
piano. Limeira, há
até hoje. Aos 18 anos, o êxito deu condições de realizar
dos treinos e não resistiu à ten- um
um estudante de violino apenas,
de suas apresentações no Festi- velho desejo: contribuir
tação de uma onde para c
jogar pelada, cem de Na
para piano. escola
vai Pablo Casais, em Nova Ior- movimento musical brasileiro.
acabou levando um tombo e fe- modêlo, haverá 40 vagas
mostrou o tinha ra- — para
que, que pai É um dever a
rindo a mão Os cri- o artis-
gravemente. que e 96
piano para outros instru-
zão: no dia seguinte, um empre- ta não fugir —
ticos de lá ficaram espantados pode diz êle.
mentos, distribuídas em turmas
sário ia falar com êle no hotel.
ao Para cumpri-lo, aceitou
saber o consagrado con-
que já de oito alunos. Esta nova luta
Hoje, é um dos
poucos pianis- vite do
cancelara os compro- governador
pianista paulista. não vai atrapalhar a carreira de
"se tas naquele entre
jovens país, Abreu Sodré,
missos machucara o encarregou,
porque que concertista de João Carlos?
os milhares lutam uma
que por com o
futebol". João Carlos, juntamente maestro Dio Nunca
jogando
deixo de trabalhar
oportunidade, tem agente
que Pacheco e o
sorrindo, comenta: go Lúcia-
professor um mínimo de três horas e
cuidando meia
próprio de seus inte-
Bem, no de Carvalho,
eu sou de fazer um es-
artista, mas dia.
por Quando me
rêsses. Nos últimos seis anos, preparo
tudo sobre pa-
a música em
também sou brasileiro... São ra recitais, estudo até seis
João Carlos Martins fêz, horas
em mé- Paulo. A seriedade e
No o entusias-
dia em nasceu, exis- dia. É
que já por o estou começan-
dia, três viagens anuais aos Es- que
mo com começou
que a traba-
tia um à sua espera. A do a fazer
piano agora, com
tados Unidos, apresentar- a de
para lhar lhe peça
já trouxeram as
música sempre foi a da primei- Prokofieff,
paixão se em concertos, incluí êste ano
e de outubro que
ras incompreensões.
Assim,
família, e dentre irmãos por em meu repertório
quatro dêste ano a internacional.
janeiro do
próximo exemplo,
quando denunciou des-
foi êle mais mostrou apti- E sua
quem carreira não
tem 55 recitais vai atrapa-
já programados mandos no Conservatório
dão, desde o comêço. de lhar a luta em
na Europa e América, se empenha
lhe Tatui, foi que
que chamado de impostor
João Carlos se lembra do en- pela música brasileira?
renderão de 1.500 a 2.000 dóla- e ignorante em música
— por Minha
tusiasmo do ain- pes-
pai, quando res cada um. Ainda carreira é lastro
no fim dês- soas o
ligadas à cidade,
infância — que
da na êle duvidava que- no
te ano, que ponho trabalho a
percorrerá a Europa riam me
contra que
jogá-la êle. João
da arte como meio de vida. dedico hoje.
Ocidental com E
uma orquestra quanto maior fôr
Carlos magoa-se com as acusa-
Você este lastro,
vai ser e sinfônica, mais
pianista em excursão organiza- condições de
ções, mas não recua em seu
pro- êxito terei naquele trabalho.

10
"Hei
Preocupações", de Ven-
"Da
Pobreza ao Poder",
mires cer",
"O
Egoísmo Como Fator de Su-
cesso". ^fl ...precisamos
arranjar as laranjas, ^^H
As regras práticas expostas o morango, suco de cereja, ^^fl|
nestes livros, não são ^H abacaxi,
Faca o qne «a digo, porém,
claras ou suficientes para que se ^fl limão
e uma folhinha de hortelâ. ^^fl
consigam objetivos tão nobres.
não o qae ea faço Por exemplo: o livro
"A
Arte ^H Depois,
junta-se... I
de Vencer em Doze Lições", de
Yoritomo Tashi, afirma que a
"Se as outras
acredita entre
que plena felicidade se atinge,
pessoas estão
interessadas em outros métodos,
"pela
influência Olha, pra mais
a essa pergunta:
^^^fl^H ^^^H
você, responda do olhar, pelas influências psí-
We% fácil, o
se você morrer hoje, quantas quicas, pela ambição
coerente e ^^^H
pessoas irão ao seu enterro?"
pelo prestígio da concentração".
Dale Carnegie Não há dúvidas, é uma tarefa
O americano
fêz essa advertência, em um de bem difícil reconhecer o que se- 0^^M dulcora k m
seus livros, porque estava muito ja uma ambição coerente, sem 1 wfl Tem todos esses sa- k fl
o sucesso de em prestígio da concentra-
preocupado com falar ^fl I
seus leitores na difícil tarefa de ção e influência do olhar. W/ nO^ bores - e si dá a tra- fl
"Mentalis-
"fazer
amigos e influenciar pes- Outro clássico do />^^B balho de abrir! Tá? ^K V
soas". No entanto, quando êle mo", Norman Vincent Peale,
com quase oi-
"O
Poder do Otimis- --% ^^¦H__fl________fl__fl_fl_________fl^
próprio morreu, autor de
"O
il
tenta anos, compareceram ao mo", Poder do Pensamento
"Como _-________________Bfl
seu enterro apenas os herdeiros Positivo" e Confiar em

(não era para menos: só


êste li- si e Viver Melhor", também não
"Como
vro — Fazer Amigos e tem a mínima precisão nos con-
— vendeu
Influenciar Pessoas" selhos dados e, vez por outra,
mais de dez milhões de exem- apresenta desfaçatez máxi-
com
de amigos. o observador
plares) e meia dúzia mas que levam "posi-
Embora a experiência de Car- mais atento a duvidar da
negie tenha terminado tão irôni- tividade do pensamento" do pró- /_M_(_»_[___//__ffJJJJB _______r ^^^mfli^K\. ^^^WlBfll
"Use {umfÍBunmw jàE* lnxl ^&r* ^^' ã
a cabeça; sem
camente, livrarias de todo o prio autor: tiiitíliuBnBÈifr^ fl d______L ________________________ Je
mundo continuam a empilhar, isso nunca chegará à frente", diz itttmmlim tTOlMB _B^___flfl -.*~t
JBhifcii^ i. v_ii___i___
estantes que le- êle. Quando se trata de vencer
geralmente em "Mentalismo". ^^E^^^E^^^t ^fl^fl
nos negócios, Peale defende a
vam o título de - jáB __Ha Jil
dezenas de quase todas
obras, tese de que basta pensar em fi- ^ JÊmW JR] k ^fl

de autores norte-americanos, que


se propõem descobrir a fórmula
car rico, e imediatamente uma
chuva de ouro desabará sobre o
"Fortaleça
fli_^_i_il4^^V
leitor: os pensamen-
mágica que levará os desafortu-
nados à extrema felicidade, ao tos de pensamen-
prosperidade;
sucesso nos negócios e à eterna tos de prosperidade ajudam a ^^^V ^^ ^B
"Realize a prosperidade." Não é _B ___r^ i^fl
Suas Aspi- criar
juventude:
"O ho-
rações", Caminho do Oti- preciso dizer que qualquer
"Seja
mismo e da Felicidade", mem de negócio mais sensato
"Domine isso não é verdade.
Invulnerável", Suas sabe que
SEGUE thS» mt EE t* * ^ ** m^ *•*.' . -jáE ^jmÈ^m*mé

."''ÉÈ^-i0" ^H^ ^Êf _____£ v_________flfl *


Et'~:*yÈ^*»* **^ \mJ\ J^HBPr^

~
•*** *»-*
* t mm m fll ttâtâtÊfàfcftx
m am ttmE _______H_J__________^_t_ti__É__^_^_â^^
3* -tm-
^ W^fl ífl.

"'
^B>£__55 W^r M^m ilfl^^Hcvv' ^^^WfQSO^.

n produto de qualidade dulcora- a delícia queopaladar adora

.HMUUU_.
d^-Y**
"Mentalis- seus escri-
obras e a de
de prática
A classificação

Dentro tores.
mo" é bastante elástica.
"Calorias
não En-
li- O autor de
ser encontrados
dela
podem
Herman Taller,
etiquêta, que
vros de gordam",
parapsicologia,
das saladas com
lições de criou a mania
aberturas enxadrísticas,

e dos caldos de frutas


livreiro não limão pe-
hipnotismo e, se o

foi nos
aparecer no la manhã, processado,
for cuidadoso, pode "uso
ilegal
o Estados Unidos, por
até um romance, como
meio

"Recordações ou, mais clara-


dos Mor- da Medicina",
da Casa

Outro ame-
Mas o mente, charlatanice.
tos", de Dostoievsk. que
"Como

ricano, autor do célebre


a atenção mesmo é
chama que

em Pouco Tem-
sen- Ficar Milionário
livros dêsse tipo continuam

terminou seus dias


ape- proces-
do largamente procurados, po",

dívidas e morreu na
D.F.Vasconcellos S. A. dos duvidosos sado
sar da ineficácia por

Sem falar no russo Bo-


êles dão. E miséria.
conselhos por
óptica e mecânica de alta que
precisão
descobriu um sô-
êsses livros são tão golometz, que
pro-
que "realmente
es-
SAo Pauto seduzem os lei- ro da
curados? Porque juventude

As notícias diziam
sézamo que
tores com um abre-te pa- pantoso".

velhos entrevados, com


poucos
ra a ascensão social. Porque ace-

dias de tratamento eram capazes


nam com ideais de felicidade e

de incríveis atléticas. Só
proezas
tranqüilidade espiritual a uma

tempo depois de sua


que pouco
massa de angus-
grande pessoas
descoberta, o doutor Bogolometz
RENDA DAS AÇÕES
tiadas. E a ânsia de sucesso e a
morreu de enfarte.

tentativa de atingir, a
NOS ÚLTIMOS 6 ANOS qualquer a lição mais concreta
Ou seja,

a felicidade são duas


preço, se tirar dos livros dês-
que pode
"Faça
Cr$ 1.000 renderam:
constantes no mundo moderno. ses conselheiros é esta: o

An°# EM
ACdES EM DIVIDENOOS Vale a ressaltar, então, a eu digo, mas não faça o
pena que
BON IF IC ADAS: EM DINHEIRO:

distância entre a teoria dessas eu faço."


que

1961 860 cruzeiros 300 cruzeiro*

1962 260 —


1963 390 1300 um importante mercado
que

1964 1 284 3 822 a estuda,


juventude que princi-


1965 1 685 4 816 r
iMUdCM foi conquistado
palmente por
"
1966 1 618 2247 sua editora à custa das movi-

" mentadas capas sintetizavam


que
5491 18485
WmESES
a atualidade dos
A revotaeão gràficamente
das

temas tratados nos livros.

nossas capas O diretor da José Olímpio,

editor Geraldo Pereira,


pensa

mais ou menos assim,


quando
Renda média mensal, em
"uma
diz boa capa não
que pro-
eções 17,34 % e mala... "Uma
,
0 capa é feita agre- move, mas uma capa ruim en-
para

não agradar." ês- calha um livro", èle também


dir, Com
para

Eu- acha Eugênio Hirsch é um


te argumento, o desenhista que
RENDA EM

marco na indústria editorial bra-


Hirsch convenceu o editor
gênio
DINHEIRO sileira. Chega a afirmar fo»
Ênio Silveira de era neces- que
que

sário aproveitar a capa li- Hirsch levou a Editora


dos quem
POR MÊS

vros como motivação José Olímpio a descobrir um


principal

o leitor, e deu início, em capista, Gian Calvi, co-respon


para

1960, a uma revolução nesse sável êxito de dois lança-


pelo

campo: em ?nos, a Edi- mentos recentes: Um Milhão de


poucos

— Dólares Vietcong e A Con-


tôra Civilização Brasileira por

sem nunca repetir venção.


um desenho


tinha criado um estilo de Ao contrário da Civilização,

capa, e seus livros eram reco- entretanto, a José Olímpio não

nhecidos de longe leitores mantém um estilo só nas capas.


pelos

% de todo Não faz marcar


o de a
país. questão


O editor Ênio Silveira não editôra, mas sim o livro, indivi-

chega a afirmar o êxito de dualmente.


que

.634 seus lançamentos se deve apenas A idéia de Hirsch é simples:

à revolução das capas. Reconhe- trata-se de utilizar a capa como

ce, mesmo, algumas delas, cartaz de divulgação livro —


que do

embora tenham vendido bem, a união da com


publicidade o

eram agressivas demais e chega- artigo se ven-


próprio que quer
Mais de 4.000 acloniatas, vam a confundir o leitor. Foi o der. Para os editôres, é um in-

suferiram esta renda caso de A Guerra Civil Espa- vestimento compensador. O eus-

nhola, bastante mas to total


procurada, de uma edição de cinco

cuja capa foi muito criticada: as mil exemplares de 300


páginas,

sílabas do título eram tão mal exemplo, é de 12 a 15 mi-


por

divididas o leitor lhões de cruzeiros velhos.


que precisava E o

fazer uma
ginástica ler. desenho de uma capa custa
para ge-

Ênio Silveira acredita, ralmente 150 mil cruzeiros.


porém,

SEGUE
fl rasr^
lllBla^^jB rassBW

fl fl __il*-*sra-flr B_L

'fl
_-raL_-ra_P rafl raH rarara!
1 I In I
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-c.rafl B? BB
*-»•.•—¦¦— Braff^

Üoí^ tem algo de muito confidencialparafalar a êle?

você.
0ebceo4ntbesqtie falarpor
mazm

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DE UMA CRIAÇÃO DE ATKINSONS.
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^ ^A! i 0 v I ffe

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II ^Ui

fjjlljró»

fi

Automóvel
Automdvel de fisico
físico Automóvel
Automdvel de espírito
espirito Ford Gálaxie.
Galaxie. Teste os músculos
musculos e os nervos do
do ^
j|H jovem. jovem.

^'""^B»j&*jl =->-JiW Ford Gálaxie.


GAIaxie. Ignição.
Ignigao. Acelere. Em Você
Voc6 está
esta a 50 hora. Em segunda, vai a 100. Tempo:
Tempo: ^
primeira, ja
já por já
ja

1 . 13,2 13,2 segundos.* Com 4 a bordo. Incrivel?


Incrível? Voc§
Você ainda nao
não viu nada! Não
N&o vamos dizer em a
pessoas público
publico

máxima
maxima em terceira. Deixamos isso Você
Vocft descobrir, um dia, numa bela estrada deserta. Seus 164 fogosos
para

cavalos disparam em silêncio.


sil6ncio. Dentro do carro, nenhum ruído.
ruido. A tranquilidade
tranqüilidade de um clube londrino. E o mesmo

hidraulica insinua leve rodas ••ensinadas",


"ensinadas",
confôrto,
confdrto, acolhedor. A direção
direg&o hidráulica de e as dianteiras, como
generoso, que

sbzinhas
sòzinhas as curvas. A visão
visao é
6 total
total; nenhum ângulo
Anguio morto. Algum
Aigum buraco no caminho do Ford Gáiaxie
Qaiaxie
procuram
••show" de suspensão
suspens&o amortecedores. levando no
só serve dar oportunidade a um e E a viagem continua,
|| s6 para

I as o equivalente a duas sentadas folga). Com absoluta estabilidade. Ate


Até o fim da viagem,
porta-ma
porta-malas pessoas (com

H Você
Voc6 solicita os freios e o Ford Gálaxie
Qilaxie tranquilo.
tranqüilo. £le
Êle o espera num Revendedor Ford.
j quando pára
p6ra
|| ..

*Teste "Quatro
da revista Rodas

a i I
¦¦¦¦¦¦¦¦¦mhhi ¦¦¦

*!
"espírito
o agressivo
é o cobra o presentava
Pelo menos que
Menos de um mês de-
exclusiva- da obra".
único capista vive
que
Eu sei
lançamento, a edição
pernoita até estúdio do
mente disso, e tem pois

e a capa do li-
Bern, estava esgotada
Marius Lauritzçn
próprio:
entre as me-
na Civili- vro era
substituto de Hirsch publicada
gente ganhou
ano revista suíça
a Espa- lhores do pela
zação foi
(Hirsch para

nha, há dois anos, como diretor

dinheiro em
ir
nem todos os editôres
uma das empresas editoras Mas
de

da revolução das ca-


Aguillar). Marius, ex-
do participam
grupo

de Um dêles é Jorge Zahar.


investimentos ex-diretor
pintor premiado, pas.

fotó- dizendo seus


arte do Jonnl do Brasil e Êle se que
justifica

muitos livros têm certo,


representa público que
grafo, para
...mas será
que a na livraria sabendo o
críticos um avanço em relação entra que
"maior
lim- Porém o interesse com
Hirsch, em razão da
quer.
êsse n
negocio as es-
trabalhos, sem dei- os vasculham
de seus jovens
peza que

tantes de Sociologia, Economia


xar de lado as boarinhas".

não tem métodos e Política acabar modifi-


Marius pré- podem
continua

e só adota uma cando a dkadm capista da Za


concebidos pro-

videncia inicial: não har Editora. Porque capas mo-


básica per-
sendo m
bom?"
mitir a interferência do autor do vimentadas, bem
gràficamente

livro em seu trabalho. E cita um executadas, sempre obrigam o

exemplo: o livro A Arte de Ser leitor a, menos, tirar


pelo parar,

Mulher, de Carmen da Silva. A o livro da estante e folheá-lo.

autora não da E aí, na definição de Ênio Sil-


gostara gravura

da capa: um rosto de môça, veira, o livro e fo-


que quem pega
"um
segundo Carmen da Silva não re- lheia é cliente fisgado".
Claro sim!
que

HBB ^ s-i^^F _^H

? ?

o>

O Fundo Crescinco, exemplo, rendeu


por

durante os últimos 10 anos quase o dôbro

de quaisquer letras, etc.,


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~~~~ NILTON
SANTOS fll

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'¦ufftn» ^^^^^^^^^^^^___B wwí^BÍKwtoKVww

0 TECIDO Kl NUNCA
TUDOE PERDE A FORMA!
PERMITIDO não amarrota

não desbota
COM
não encolhe
TERGAL
'
KIVINCO AURORA
nunca o vinco
AURORA perde

(EXIJA A MARCA KIVINCO NO TECIDO)

¦MMM
- *
AFINAL,
O QUE O POVO PENSA
DE TIO SAM?

*____________________________________________________________¦ *^^^^_ ^m^m^*^^^^^ ^***_méÀx, ^^^B

Wk^ Mmm** __^Í ilÉi-^ ^


^^^^^^^^^^^^^^^^^^^B ^^^^ ___*_mm_-_\ ' ^_\
^^^^^^^^^^^^^^P^^^ ^__^__fl_MI l__k»- B
\^r __m^mÊÊ_\ &.' ¦
R* _.____B *'" B_vv_É_fl
BK_____B _B-iWF'"_.*^ Etflfl
HEgãifl HP^^*^Le^>*" * -«fl _B_B
¦_P—i_^B —BpHr^^ÇMHrT—fc*-'^_-*i il *I^P^'¦ ^--1"*ê*l*r_W*__\ *AR_H
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18
Ninguém sabia a resposta. Uns acham os americanos nos exploram e de
que gostariam
"acertar"
Tio Sam; outros garantem que nem o PC pode abalar a amizade Brasil-EUA.

responder à
pergunta, REALIDADE pro- xaram de responder à A abstenção, da
pesquisa. é sociedade americana. Os entrevistados da cias-
Para
moveu ampla pesquisa de opinião em todo o claro, vai diminuindo à medida em que sobe o se média mostraram simpatia se impressionam
que
país, através do INESE — Instituto Nacional de nível de instrução, até chegar a 1% apenas entre com o nível de vida, o gosto pelas diversões e a
Estudos Sociais e Econômicos. As técnicas mais os de instrução superior.Os entrevistados menos tecnologia.
modernas de investigação foram utilizadas na apu- instruídos mostrando responderam
simpatia
que A grande contribuição das mulheres para o con-
ração dos fatos. A análise dos dados, conduzida americanos, salientaram seus aspectos hu-
pelos junto de opiniões contrárias aos americanos vem,
com isenção e seriedade Departamento "São
pelo de manitários: caridosos, ajudam os necessita- igualmente, do meio universitário. Entre 63 res-
Pesquisa desta revista, é seguida por um estudo de dos, são justos e amigos dos brasileiros."
postas múltiplas, dadas por 37 entrevistadas de
Carlos Lacerda sobre o antiamericanismo entre A classificação das nível superior, 24% foram radicalmente contra o
respostas por grupos de
nós e por uma entrevista exclusiva do embaixador "imperialismo
idade oferece elementos importantes para o estu- econômico", 39% eram respostas
dos Estados Unidos no Brasil, sr. John Tuthill. do dos sentimentos antiamericanistas. dúbias e 37% favoráveis
A maioria aos Estados Unidos. En-
O estudo de Carlos Lacerda e a entrevista do em- das opiniões contrárias está tre os
homens de nível universitário — 52 entre-
nos grupos mais jo-
baixador americano, pela decisão com que enca- vens. A antipatia diminui à medida em vistados — não vão além de 23%
que a as respostas
ram as acusações mais freqüentes à atuação dos idade dos entrevistados aumenta. contrárias aos americanos.
Estados Unidos em nosso país, constituem um Enquanto isso, são as mulheres mais se
A observação disto pode autorizar uma conclu- que
documento importante para as análises que daqui deixam impressionar assisten-
são significativa: o sentimento antiamericanista pelos programas
em diante venham a ser feitas sobre as relações ciais. Os homens, mais
é um fato relativamente recente no Brasil. Em ver- próximos do mundo dos
entre os dois povos. negócios, salientam
dade, na faixa
dos 18 aos 34 anos, 20% dos brasi- particularmente a ajuda técni-
Entregando a seus leitores esta reportagem, que leiros taxativamente os americanos de im- co-financeira ao de desenvolvimento
acusam processo
durante três meses mobilizou
pro- uma equipe de "Eles
perialismo econômico. querem nos reduzir nacional.
fissionais
que tinham
por único objetivo a fixação Em compensação, as mulheres sensibilizam-se
a exportadores de matérias-primas para suas in-
da verdade, REALIDADE cumpre o programa mais do os homens com a contribuição ame-
dústrias", chega a afirmar um operário de Recife. que
— de promover o de-
que desde o início se propôs Depois dos 50 anos, apenas 13% acusam os ricana para os hábitos de conforto dos brasileiros:
bate dos mais importantes problemas nacionais. de exploração econômica. a fabricação de rádios, televisores e
americanos Em com- geladeiras,
pensação, nessa mesma faixa, um em cada três artigos eletrodomésticos em geral é citada como
brasileiros salienta a ajuda financeira dos Estados exemplo das relações entre Brasil e Esta-
Pesquisa: positivo
"Desde mais a con-
Unidos: que me conheço, vejo o tesouro dos Unidos. Aos homens, impressiona
1.200 entrevistas americano financiar as loucuras de nossos gover- tribuição cultural.
nos", disse um comerciante do interior Como se podia esperar, menos mulheres têm
"Odeio paulista.
os americanos. Eles só têm feito sugar vêem com opinião formada: 25% delas não responderam
Um fato a assinalar: os jovens que
nosso sangue." à ajuda e 8% disseram que nada sabiam. Entre os ho-
simpatia os EUA se referem quase sempre
"Nós
nunca lhes agradeceremos o bastante pela às mens, 15% nada disseram e apenas 1% se con-
cultural, com bolsas de estudo, auxílio campa-
ajuda que nos dão." nhas contra o analfabetismo e doação de livros. fessou ignorante no assunto.
Dm amargo desabafo do universitário gaúcho ao Ao comparar-se as respostas classificadas por
reconhecimento simples da balconista da Guana- nível de instrução com as respostas nível de Interior
por
bara, um mundo de opiniões faz o retrato do sen- idade, verifica-se a coincidência da antipatia entre
timento que o povo brasileiro tem em relação aos e
é mais a favor
os que possuem curso colegial ou superior
americanos. Êste retrato está contido em 1.200 os que têm até 34 anos. Isto provavelmente é re-
respostas — 600 homens e 600 mulheres, maiores sultado da repercussão das campanhas antiameri- grandes cidades, mais do que no interior, se
Nas
de 18 anos — a duas perguntas fundamentais: concentram as opiniões desfavoráveis. Especial-
canas nos meios estudantis nos últimos dez anos.
— O que acha dos americanos?; 2 — O que os foi há dez anos mente na Guanabara. Isto deve acontecer porque
Realmente, aproximadamente que
na cidade-estado as campanhas políticas sempre
Estados Unidos têm feito pelo Brasil? as forças de esquerda, unidas em frente única, as-
tiveram colorido ideológico mais vivo do que no
O campo de pesquisa: Porto Alegre, Caxias sumiram o controle da hoje ilegal União Nacio-
— UNE — e resto país. Daí a radicalização
do observada nas
(RS), Rio de Janeiro, São Paulo, Jundiai, Bragan- nal dos Estudantes das entidades
respostas computadas no Rio de Janeiro. Eis duas
ça Paulista (SP), Belo Horizonte, Juiz de Fora e estudantis estaduais.
Recife. Os resultados, em alguns foram opiniões:
pontos, Na apreciação das qualidades do povo america- "Os
gringos vivem nos sugando", disse com
surpreendentes. no, entretanto, os mais jovens são bem mais sen-
desprezo um jovem comerciário carioca.
Assim, contestando o
que é comumente aceito síveis que velhos ao estágio de desenvol-
os mais
"Eles
vida nacional, nos dão exemplos diários de amor à de-
em vários setores da para cada bra- vimento econômico a que chegou aquele país. E
"inteligência mocracia, de respeito aos direitos do homem e de
sileiro contrário aos americanos, há dois a favor: destacam, os mais jovens, a prática,
do As opiniões repúdio a todos os tipos de totalitarismo", afirmou
mais simpatia que condenação. a alegria de viver e o desenvolvimento tecnoló-
contrárias, manifestam-se nos centros de mais velhos dão um advogado ainda moço.
porém, gico do povo americano". Os
maior importância na vida do país, nos níveis maior importância à forma de governo e às qua-
Esta radicalização faz com que o apreço pela
mais altos da sociedade e entre as pessoas de lidades morais. O racismo é mais criticado pe- ajuda americana alcance no Rio os índices mais
instrução superior. E isso, na verdade, faz com los elevados de todo país.o
jovens.
os ressentimentos tenham sempre maior Embora os Estados Unidos sejam essencialmente Entre os paulistas, a luta anticomunista é o
que
repercussão e sejam confundidos com a totali- uma nação de classe média, é justamente nessa fator mais citado como justificativa para a posi-
dade da opinião nacional. favorável aos americanos.
pública faixa da sociedade que está o maior
brasileira ção
"De
Um advogado paulista de 36 anos afirmou: número de opiniões contrárias. São 23% os que O interior sensibiliza-se programas mais com os
"simplesmente
nada valem os empréstimos feitos pelo governo consideram os americanos inte- assistenciais, o que se pode explicar com a impor-
dos Estados Unidos, se eles são totalmente absor- resseiros nas suas relações econômicas com o tância dada aos planos de auxílio à lavoura, à
vidos pelas remessas de lucros dos grandes trustes Brasil". E na classe média é grande o contingente ajuda técnica e ao fornecimento de adubos e se-
norte-americanos." Dos entrevistados de curso e às universi- mentes. Em São Paulo, porém, apenas 12% men-
"Levam
dos que chegam até o ciclo colegial
superior, 34% responderam como êle: dades. Isto sugere, mais uma vez, a importância cionam esta ajuda. No Rio, 17%.
em dobro o que nos mandam", disseram muitos. dos movimentos estudantis na fixação de sentimen- De modo geral, os cariocas se impressionam
"in-
Outros 16% acusaram os Estados Unidos de tos antiamericanos. mais que os paulistas com as qualidades pessoais
"alegria
terferência na vida política brasileira". Entre os ricos, é igualmente grande o número dos americanos — de viver, simpatia e
Uma observação: os índices não devem ser dos que fazem restrições aos americanos em suas sinceridade". Os paulistas, mais severos, criticam
somados. O questionário que orientou a pesquisa relações econômicas com o Brasil: 20%. Entre alguns aspectos morais da sociedade americana.
respostas múltiplas, ou seja, opiniões num vai de No interior, os entrevistados destacam especial-
permite os pobres, a percentagem não além 12%.
mesmo sentido podem conter duas ou mais obser- Entre os ricos, é preciso assinalar, a acusação mais mente a generosidade dos americanos.
vações. —
viva é a de interferência politica acusação que No fim das contas, porém, o que vale é o re-
Entre os brasileiros de instrução universitá- ocorre mesmo com maior intensidade entre os sultado geral: dois terços dos brasileiros entrevis-
ria, rigorosos na apreciação das relações entre ricos do que entre os pobres e os da classe média. tados têm atitudes geralmente favoráveis com
os dois países, encontrou-se razoável índice de sim- De modo referência aos Estados Unidos e seu povo.
geral, os pobres mostram-se impressio-
"Eles
patia pelos americanos: são ativos, traba- nados com a ajuda financeira, em mantimentos, Assim mesmo, é indiscutível que o antiamerica-
lhadores e dinâmicos." Grande parte considera-os enquanto que impressiona fortemente a classe
o nismo existe. E, embora hoje bem menos do que
"quadrados
e bitolados", porém. rica é a forma de governo e a luta anticomunista. se costuma pensar, a importância do assunto
Entre os
brasileiros de baixa instrução, é bas- As críticas dos ricos dirigem-se principalmente exige se examine o problema de frente, como
que
tante elevado — 49% — o número dos que dei- contra o modo de viver e alguns aspectos morais fêz Carlos Lacerda nas páginas que seguem.

1Q
POR EXISTE
QUE

ÃHTIAMERICAHISMO

HO BRASIL?

'
lit tfMilr^ itiiifiitm i » i) ifiil

^¦iif

20
Por se de um lado os americanos ajudam o Brasil, do outro estão os asseguram
que
que

estar Tio Sam unicamente interessado CARLOS LACERDA.


em nossas riquezas. Por

é um sentimento relati- financeira de estímulo ao surto da ros compatriotas


política indus- e e um fenômeno ainda mais
por
o
Oantiamericanismo
vãmente recente no Antes,
povo. pelo trialização Irineu Evangelista de Souza, o sério: o esfôrço impor —
que permanente para a uma

contrário, havia uma admiração, senão um cari- aventuroso Visconde de Mauá, —


tentara cultura diferente hábitos e costumes comer-
promover

nho genuíno pelo povo americano, todos os sob o Império, sempre visto com ciais, relações
por prevenção pela e trabalhistas e humanas do seu

sinais visíveis de sua cultura, de seu confôrto, de sociedade e oligárquica, a


patriarcal para qual próprio país. Assim, exemplo, a resistência à
por
seu culto da vida. Nosso é muito diferente' tôda fábrica era um inimigo
povo potencial, gerando estabilidade do trabalhador após dez anos de casa,

do americano mas isto não o impedia de a hidra da anarquia, a avó da social, a de firmas
querer questão por parte cujas matrizes nos Estados

entendê-lo, admirá-lo sem prevenção. Mas êsse fumaça das chaminés botando fumaça nas ca- Unidos não conhecem essa lei no seu próprio
desejo de emulação, se acentuou e hoje toma beças. As firmas brasileiras habituadas
país. já estavam

de ressentimento — como
ares se os brasileiros A Constituição federativa, sôbre ser fiel a isso; se era ruim não era do a inefi-
apli- pior que

se sentissem com a cumplicidade dos cação de uma constante da formação ciência a corrupção obter o
privados, brasileira, governamental, para

americanos, de algo a que têm direito, seja um era um estímulo à descentralização é dever do Estado e assim diante.
e ao surto de que por

melhor salário, ou a liberdade. via dela se facilitaria.


progresso que por Rui re-
Durante a ditadura de Vargas, os americanos
O antiamericanismo, no era um resí- assim, a reação contra
passado, presentava, progressista a sua oportunidade de
perderam primeira grande
duo de monarquismo, um ressentimento contra a' aquela mentalidade do senador imperial que per- conquistar a opinião democrática do Brasil. O seu
influência americana na república. Por exemplo, a da ferrovia no Bra-
guntava, propósito primeira embaixador no Brasil, Jefferson Caffery, tornou-se
o antiamericanismo de Eduardo Prado, o escritor, sil, se ela transportasse num dia tudo o com
que o maior animador, o estimulador número um da
"A
no famoso Ilusão Americana". Nem tropa de burro se transportava num mês, iria
panfleto que ditadura 1945,
brasileira. Quando esta caiu, em
acaso, o era o de uma aris- o trem transportar nos outros 29 dias do mês?
por publicista produto Berle
o então embaixador Adolph Jr. foi acusado
tocracia cafeeira, ao qual os Estados Unidos pa- Pois bem, Rui Barbosa foi vencido. Os exageros
de ter interferido para facilitar a sua queda. Não

reciam também, de certo modo, um desagradável em matéria financei-


de sua inexperiência prática houve houve dis-
interferência, uma torcida não

exemplo de arrivismo, de das idéias Encilhamen-


perturbação ra talvez tenham concorrido para o
farçada. Mas nunca se falou bastante da inter-

derrubou — e
preestabelecidas. to, a corrida inflacionária que o
ferência, esta sim, escancarada do embaixador

até hoje não foi estudada nessa perspectiva.


que Caffery em favor da ditadura do Estado Nôvo,

Mas depois veio o outro ministro, o médico ho-


embora as nítidas afinidades do regime ditatorial
O exemplo
meopata Joaquim Murtinho, até hoje citado como
de 1937 a 1945, especialmente de 1937 a 1941,
"salvou"
americano o homem as finanças. Campos Sales,
que com os regimes nazi-fascistas.

eleito foi a Londres e ali lhe deram


presidente,

os Estados Unidos a minuta da carta êle deveria assinar aos


Os passos gigantescos que que

últimos 40 anos do século Rothschild, os banqueiros encabeçavam o gru-


deram, nos passado que No tempo

dêste foram acompanhados, de credores naquela altura negociando com o


e nos 50 po
primeiros
da boa vizinhança
um sentimento curiosamente ao Campos Sales devia suceder, o
no Brasil, por que govêrno qual

nada tinha de inveja ou ressentimento. Era um funding loan, isto é, o empréstimo para pagar

entusiasta, otimista. Como empréstimos, a consolidação das dívidas externas


sentimento generoso, Era o tempo da Good Neighbor Policy, a Po-

se rejubilavam, muitos aqui, com essa rápida em atraso, mediante certas condições.
que Htica de Boa Vizinhança. O Franklin
presidente

da liderança mundial da Europa para admirado e no Brasil onde


passagem Roosevelt era querido
— fôsse uma América
a América ainda que para se adivinhava o conteúdo e liberal
progressista
Antes a Europa,
diferente da nossa. O ressentimento, ha-
quando (no sentido e progressista (no econômico)
político)

via, era mais contra a Inglaterra, onde estavam hoje os EUA o tempo em Portinari co-
do New Deal. Era que

credores, a Rússia, de onde vinha o des- a


nossos meçou a ser citado nos Estados Unidos e Car-

dos czares. Essas condições importaram na capitulação do mem Miranda foi a Bombshell from
potismo promovida
"defesa"
E o fato é sabíamos mais dos Estados Uni- Brasil. A da moeda, convertida em obses- Brazil. Era o tempo em Osvaldo Aranha le-
que que

dos do das repúblicas hermanas da América são, sacrificou o surto industrial. Mediante certas vava o seu charme, do êle foi a maior vítima,
que qual

Latina. Tínhamos certeza de nosso futuro por modificações no texto da minuta, estava aos Estados Unidos, e lá se criava a imagem do
que por

isto encarávamos tranqüilos o dos Es- demais dura ser engolida, Campos Sales assi- ditador sorridente, do ditador uso das repú-
presente para para

tados Unidos. nou a carta desejada credores. E assim foi blicas atrasadas. Entretanto, os discursos de
pelos guerra
"salva"
fazia avultar a importância de a moeda, assim salvou-se o crédito do de Roosevelt eram censurados Departamento
Tudo isto junto pelo

se entendesse com os Estados Uni- Brasil, condenando-o a ser uma nação do de Imprensa e Propaganda do brasileiro.
um Brasil que pior govêrno

líderes surgiam, em secundária, absolutamente caudatária. Mas, Para nós tínhamos de fazer complica-
dos. Eram dois jovens que que publicá-los

não viam nem onde caudatária à Europa, não aos Estados Unidos, dos circunlóquios, ou verbais com a
campos diversos, que quando polêmicas

em competidores. então. Agora são os Estados Unidos exigem censura, nas arriscávamos o emprêgo e a
iriam transformar-se que quais

aos isto. Será tão difícil entender o hoje liberdade. Para a Roosevelt
Dessa época ficou-nos o mais devemos por que povo, ganhar guerra, pre-
que

mais numeroso e com uma mais esclarecida, cisava das bases do Norte e do Nordeste, essen-
Estados Unidos: a noção de que podemos pro- parte

razão está ficando antiamericano? ciais o salto dos aviões sôbre o Atlântico, em
ràpidamente, de não há para para
gredir que

a demanda da África no Norte e na da


um tão e rico ser condenado à miséria Teve o Brasil de esperar até primeira guerra preparação
país grande

foi ins- os submarinos o Segunda Frente, tão reclamada russos, para


e à fome. O exemplo dos Estados Unidos mundial, perturbavam pelos
quando

aliviar a alemã sôbre seu território no


e reconfortante. comércio internacional e a produção para guerra pressão
pirador
usuais, formar o Leste. Com o seu sentido agudo de oportunismo,
da República, um homem, um não exportações para
No comêço gênio permitia

circunstâncias. Vargas dá uma das simpatias nazi-


contentando-se seu industrial forçado pelas guinada pelo
o Brasil repeliu quanto pôde, parque
que

o lado começava a vencer
de deixá-lo de fora, fascismo para que
em admirá-lo com a condição Com o desenvolvimento do comércio e os come-

e rendia mais. Obtém, então, como do


da história as nações que parte
êsse momento que da indústria de transformação, desembarcaram
percebeu ços
das bases no Norte e no Nordeste, o finan-
ou se avançando com rapi- Brasil. Já não eram aquêles preço
aproveitam, perdem, os americanos no
americano a siderurgia em Volta
marcar Êsse ho- me- ciamento para
dez ou condenando-se a passo. cientistas, aquêles missionários, nem muito

Redonda e a Fábrica Nacional de Motores
mem, Rui Barbosa, não macaqueou, como pen- refugiados da Guerra Civil americana
nos aquêles
cujas exageradas a época resul-
analistas superficiais, a Constituição Americana, em São proporções para
sam muitos fundaram a cidade de
que
taram, exatamente, da conveniência de aproveitar
americana. Na Constituição êle fêz, como na desembarcaram na Amazônia e no Sul da
que Paulo,
a fartura de financiamento dado como compensa-
obra de ministro da Fazenda da República, busca de vida nova depois da
sua Bahia em guerra
estabelecimento e uso das bases militares.
havia um traço comum: a noção de que era pre- no seu Agora eram missionários ção pelo
de secessão país.

ciso aproveitar a lição do americano, de espécie, de hábitos de consu- Houve, nessas bases, visitei tôdas durante
progresso outra portadores que

engajar-se nessa linha com audácia. Êle compre- mo e exigências de confôrto. convivi com muita desde
a guerra, nas quais gente,

endeu, na linha do desenvolvimento, que no Aratu, na Bahia, certo sentimento


quer Alguns afeiçoaram-se ao Brasil, misturaram-se o Amapá a
"progresso",
seu tempo se chamava na da se
quer com a da terra. Creio mesmo a maioria antiamericano. Qual? De empresários que quei-
gente que
— "os
educação na foi um inovador audacioso ao visgo demais". Em
qual assim até o Brasil tem um xavam americanos pagam
procedeu, porque que

a oligarquia não deu ouvidos, por- havia os americanos retrair


qual política de apanhar Mas tam- conseqüência, procuraram
jaca para passarinho.
— urgência de uma trans-
no fundo o temia bém o falso saob, o tipo nos Estados Unidos os salários vinham à mão-de-obra
que que que pagando

formação da vida ronceira mediocrizava o e não


que era um João ninguém e aqui vira importante, o nativa a fim de não fazer concorrência

Brasil, amarrado à cruz da escravidão e do seu locais. Aqui ou


empregadinho chefia a sucursal aqui e bota serem hostilizados pelos patrões
que

fim melancólico. banca de tycooa. Êsses foram os res- ali, uma dona de casa se não havia
primeiros queixava que

uma Constituição um surto ligeiro de antiamericanis- na feira os americanos compra-


Rui Barbosa não fêz apenas ponsáveis por galinha porque

o modêlo americano. Fêz uma mo, discriminação nos salários de brasilei- vam tôda aparecia. sbgvs
federativa segundo pela galinha que

21
CONTINUAÇAO
ANTIAMERICANISMO

^^^1 J

dade, êsse desejo era um anteprojeto de desejo,

os indícios mostravam tais grupos que-


pois que

riam essencialmente duas coisas: o direito de ex-

no Brasil e o direito de não ter


piorar petróleo

de explorá-lo. O havia de mais grave no as-


que

sunto era, o fato de tais grupos,


precisamente, que

dada a abundância de disponível no


petróleo

mundo, deixar o brasileiro como reser-


quereriam

va. Ora, o Brasil e ter seu petró-


precisava precisa

leo explorado o antes. Daí juntarem-se na


quanto
"o
campanha de é nosso", não só os
petróleo

comunistas, os tudo o é ruim


para quais que para

o americano é bom o Brasil, como os nacio-


para

nalistas ditos. Além dêsses, de


propriamente posi-

ideológica, os técnicos de verdade, conven-


ção
"liberdade
cidos de a de iniciativa" em maté-
que
'balela,
ria de é uma afirmavam que o
petróleo

Brasil explorar seu o quanto antes,


precisa petróleo

fazendo brasileiro o controle do negócio. Fui dos

mais custaram a se convencer dessa verdade,


que

a atoarda política perturbava


precisamente porque

a visão objetiva do
problema.

Assustava-me, e ainda me assusta, a idéia de

uma Petrobrás estatal, administrada


gigantesca,

critérios como até hoje tem sido, ora


por políticos,

demagogia, ora essa espécie de privilégio


por por

do de se investiram certos grupos


patriotismo que

militares, os colocar à frente da


quais preferem

9f Petrobrás sempre um militar, mesmo nada


H que

I# H de nenhum negócio,
entenda de nem que,
petróleo

de longe, se aproxime do vulto dêsse. É como se

as altas tirassem de
patentes patente patriotismo.

O resultado é a Petrobrás está muito abaixo


que

do deveria ser. Mas, o interessa a


"O que para que

estas observações, ela foi um triunfo antiamerica-

Eisenhower uma vez mais o dos Estados Uni-


no. Pois govêrno
governo
dos ligar-se aos interessados em
pareceu grupos

retardar a emancipação econômica do Brasil, nes-

se campo.

esqueceu-se da América Latina" evi-


As marcas dessa intervenção tornaram-se

dentes demais e hoje fazem do folclore po-


parte

lítico antiamericano, no Brasil.

'
Aqui ou acolá, havia uma queixa, alguma jovem onde estêve antes e foi um dos responsáveis
pela
Brasil vende barato,
seduzida. Mas, no reinava a mais com- ascensão de Batista e, remotamente, advento
geral, pelo

naquela até o fermento de Fidel Castro como única alternativa deixada


pleta paz guerra; porque compra caro

do antagonismo, a ação comunista, esta- ao cubano. Tal e ocorrerá no Brasil


principal povo qual

va acalmado do teuto-soviético, se não derem alternativa democrática acabar


pela quebra pacto para a antes me esqueça, ceie-
Durante guerra, que
celebrado entre Hitler e Stalin, e a invasão da com o surto militarista deformação, aqui —
que, por braram-se uns acordos ficaram conhecidos
que
Rússia tropas do Eixo nazi-fascista. Tudo se implantou. "acordos
pelas — de Washmg-
nem de propósito por
esforço de guerra... Politicamente, historicamente, começou aí o
pelo o Brasil tinha
ton". A guerra era a ocasião que
Mas os americanos haviam a oportuni- desapontamento dos democratas brasileiros com os
perdido e
de vender seus habituais, como café
produtos
dade de conquistar a amizade dos brasileiros com Estados Unidos. figuras americanas da
Quantas e mais os tiveram um surto de venda
cacau, que
uma decidida simpatia causa democrática em melhor sabem disto e deploram isto!
pela qualidade
na ocasião, como o cristal de rocha e o tungstê-
nosso e uma decidida repulsa, ao menos eminente, intelectuais,
país por Quanta gente professores, nio, vantajosos. Mas o ame-
por preços govêrno
à ditadura. O New York Times era todo conhecem êsse fenômeno melhor do
palavras, publicistas
ricano, zelando talvez demais pelo seu interêsse
mesuras a ditadura. Os favores e gentilezas no Brasil, onde êle é freqüentemente desfi-
para que
imediato, e o brasileiro, sem zêlo nenhum, ceie-
entre Washington e Rio eram freqüentes e crês-
gurado.
braram acordos as vendas brasileiras
pelos quais
centes. O antiamericanismo se acentuou com o fermen-
aos Estados Unidos eram feitas a tabelado,
preço
to da luta entre os Estados Unidos e a Rússia. Na
com limites rígidos. Como os Estados Unidos não
medida, exatamente, em a Rússia encarna o
que exportar, durante a artigos
Um americano produziam para guerra,
ideal de uma nação nova e impetuosa, faminta de
habituais como automóveis etc., tudo
geladeiras,
contra a ditadura e com ares de dos aflitos,
progresso protetora que Brasil
coisa que o ainda não fabricava, não gastou
aboliu e realiza a sua revolução indus-
privilégios Brasil os dólares de
o provenientes suas exporta-
no fim da com a chegada de trial, e os Estados Unidos se deixam fotografar "acordos".
Quando, guerra, na
ções a preço taibelado pelos
Berle a embaixada mudou de rumo, era tarde. posição de nação a caminho da obesidade,
já gorda, Acaba a O Harry F. Truman
guerra. presidente
Berle foi apontado como adversário da ditadura refestelada no seu conforto, é natural os
que solta outra bomba atômica, desta vez na econo-
— — magros, os necessitados,
o que êle era e o fator de sua der- simpatizar com
principal prefiram mia brasileira: libera os dos
preços produtos que
— a Rússia, mais
rubada o que êle não foi. O discurso deu parecida com êles e mais
que próxima os Estados Unidos exportam. Tais natu-
preços,
a essa acusação foi feito em dêles, no que desejam ser. Acentuaram-se, então,
pretexto Quitandinha, ralmente, sobem muito. E os dólares que o Brasil
era uma espécie de basílica das romarias lei- todos os vestígios de oposição aos Estados Unidos
que conseguira acumular durante vendendo
a guerra
no Brasil —
gas do Estado Nôvo. Tendo Vargas falado, dizia- e surgiram novos.
a preço tabelado, derreteram-se o Brasil
quando
se na época que a contragosto, em convocar elei-
com êles foi comprar de livre.
produtos preço
o embaixador americano discursou a seguir, "O
ções,
Sobrevem a guerra da Coréia. Uma entidade
petróleo
congratulando-se com êle tal declaração. Berle
por chamada Cexim, Conselho de Exportação e Im-
afirma, e foi na época noticiado, antes de e nosso
que outra chamada Sumoc, Superintendên-
portação,
falar mostrou seu discurso a Vargas, o
que cia da Moeda e Crédito, tudo obedecendo à visão
aprovou. A campanha
pelo monopólio estatal do esclarecida e de
petró- genial nossos estadistas da oca-
Mas, a fama ficou. Bem mais funda do a leo, a seu tempo,
que marcou essa virada. Teve sião, entendeu
por que ia forçosamente haver nova
de Caffery, ardente do Estado Nôvo de
partidário ponto partida o alegado desejo de ame- mundial; novamente
grupos guerra o Brasil ficaria sem
e da ditadura como forma de Cuba, ricanos explorarem
govêrno para petróleo no Brasil. Na reali- comprar e,
poder pois, não convinha ter dólares,

22
libras, etc., acumulados no exterior. Com as libras
muito justa na vida americana: lá não importa morte de Kennedy da
e saída daqueles brilhantes
do nosso saldo compraram-se, com ares muito "aprendiam
pa- quase nada o a foi, o importante é o ensaístas dizia
que pessoa que, um dêles, no em-
trióticos, as estradas-de-ferro-velho dos inglêses,
que a é. Com característico automatismo, e adquirindo conhecimento
pessoa prêgo", dos
prático pro-
aquelas cujas vantagens (garantia de cláusu-
juros, certo oportunismo também, a diplomacia blemas
ameri- na medida em insuflavam nesses
que pro-
la ouro, etc.) haviam sido garantidas pelo presi- cana aplica êsse da vida americana blemas ar renovado,
princípio às re- o a imaginação, .os olhos des-
dente Campos Sales em sua viagem de núpcias lações da embaixada. está no é sem- cansados de vem de
Quem poder quem fora dentro, de
para
com o poder ao exterior. Com os dólares com-
pre benvindo, não está é, no mínimo, um não se deixa à idéia
quem quem prender preconcebida
de um tudo, inclusive brin-
prou-se quinquilharia, chato. Bem se imaginar o sucede e à rotina. Em suma, na
pode que quan- curta era de Kennedy
de bola de borracha, ioiô. Foi
quedos plástico, do não estava a estar e estava, os Estados Unidos retomaram
quem passa quem popularidade e es-
uma festa. Quando acabou, o Brasil estava sem deixa de estar. tima no Brasil. Havia oposição, mas a simpatia
dólares. E a guerra mundial, como a batalha de
Deixo de falar num capítulo escabroso, o da si só, neutralizava-a.
popular, por
Itararé na revolução de 1930, não houve.
corrupção americana com o dinheiro americano Mas essa era acabou. A Aliança o Pro-
para
Entretanto, continuava a oficial brasi-
política no Brasil só êsse capítulo, exigiria uma da
porque que gresso, qual nos beneficiamos no da
govêrno
leira a tomar a amizade americana como um axio-
investigação à explicaria muitos dos Guanabara,
parte, pontos em projetos específicos, continuou a
ma, sem se dbrigar a concreta dela.
pedir prova de antagonismo brasileiro. O conluio dos corrup- trabalhar base de
na específicos.
projetos
Os brasileiros, especialmente o café, co-
produtos tos, a conspiração dos que lá e cá exploram os dois
Para os senadores americanos vir
que pudessem
meçaram a ser vítimas de uma campanha feroz em benefício culmina na habitual
países próprio, ao Rio ver as obras foi um in-
para preciso
nos Estados Unidos. Úma alta do
pequena preço mobilização de testas-de-ferro negócios ame-
para cidente meu com o embaixador Lincoln Gordon, a
do café foi alvo, exemplo, de visita de inspe-
por ricanos no Brasil, feitos à custa do Brasil, em fa-
quem perguntei se a minha em relação à
posição
ao Brasil exasperadas comissões de asso- vor e
ção por de certos grupos pessoas. Light e as emprêsas concessionárias de serviços
pú-
ciações de donas de casa. Certo senador america- O antiamericanismo seria complexo de inferiori-
blicos era motivo a embaixada evitasse
para que
'Ressentimento?
no fêz disso a sua matéria-prima eleitoral. En- dade dos brasileiros? Frustração
a visita dos senadores às obras em financia-
parte
isso, das mãos dos exportadores o irmão mais rico? Certamente tudo isso
quanto passava contra
das Aliança. Gordon, alertado,
pela providenciou
brasileiros o controle americano o negócio trabalha a imaginação, acentua antagonis-
para existe,
a visita. '

da exportação de café, e, em dos mos. Mas não é isso cria o antiamericanismo,


geral, principais que
Há dias, na rodovia Rio-São Paulo, está
que
do comércio exterior brasileiro. é o antiamericanismo cria isto. Ou melhor,
produtos que
sendo duplicada a de cágado mediante em-
passo
Fazendo investimentos na África, e interessados sentimentos, êsses estados-de-espírito são
êsses pro-
da Aliança o Progresso, meu carro
préstimo para
no equilíbrio das demais nações cafeeiras da Amé- de situações reais, nem sempre conhecidas
jeções ficou atrás de uma frota de caminhões
pequena
rica, os Estados Unidos desinteressaram-se da sor- exploradas anti-
perfeitamente, pela propaganda de detergente, determinada
de transporte um uma
te do Brasil. Assim, contribuíram forçar a mas sentida
para americana, principalmente pelo povo,
marca de água sanitária. Atrás de cada caminhão
da brasileira como a de um —
acentuação posição ainda às vêzes agigantadas pela propaganda
que havia duas mãozinhas enlaçadas, com as côres do
mero fornecedor da diferença entre a oferta e a americana em melhorar, co- "Fi-
e incapacidade
pela Brasil e dos Estados Unidos, e êste dístico:
"imagem".
isto é, um tapa-buraco em matéria de lá, a sua
procura, mo se diz por nanciado Aliança para o Progresso". É pos-
pela
café. Ê certo isto, muito mais do que
que para
sível ao saber de sentimentos antiamericanos
que,
os americanos, contribuíram a incompetência, a
EUA, no Brasil, uma senhora no Estado de Wyoming
luta de a desonestidade dos dirigentes da "Que
grupos, essa
ao marido: tem gente contra
pergunte
cafeeira, com raras e ocasionais exceções. bode expiatório
política Não estamos ajudando? Não financiamos
nós?
Mas, isto mesmo, até êsses, ou principalmente
por a água sanitária Super-Glôbo?"
caminhões para
tinham interesse em sublinhar a dos
êsses, posição Veja-se a Aliança o Progresso e seu cria-
para tenho contra a Super-Glôbo. Ao contrá-
Nada
— — de
Estados Unidos, foi menos conhecer a
que quando dor, John F. Kennedy. quisesse
Quem entre nações, como êsse
rio. Mas um programa
desinterêsse em ajudar o Brasil. dos brasileiros, a sua cor-
disponibilidade afetiva
da Aliança, acabou simplesmente substituindo, com
No Eisenhower, a exterior dos ver
govêrno política dialidade, o seu verdadeiro sentimento, devia
desvantagens, o sistema bancário rotineiro.
graves
Estados Unidos concentrou-se tôda no se po- Kennedy.
que o foi êste no dia da morte de
que povo tais financiamentos eram ou deviam ser me-
Pois
deria chamar de iminente na Europa, em razões de
guerra E até hoje. Porque, além de tôdas as.
ramente bancários. A Aliança o Progresso ou
para
dêste americano, a da
detrimento quintal parte social, essa ciência tão conheci-
psicologia pouco nenhuma. E muitos
é outra coisa ou não é coisa
diferenciar, êles chamam de oficial-
América que, para da, havia uma os Estados Unidos
que segunda hipótese.
se inclinam pela
Latina. mente desdenharam e alguns de seus homens de

tempo do brink of war. O velho Foster hora em


Era o negócio têm feito tudo destruir: na
para

Dulles o mundo em cima de um terrível eficiência


patèticamente percorria o Brasil se desenvolvia, a idéia govêr- A
que

de um fio de navalha convocando à santa desenvolvimen-


guerra no americano disposto a ajudar o
dos burocratas
a Rússia. Uma espécie de cruzada do mun- 'brasileiro Kennedy, e
contra to foi altamente positiva.

do da livre iniciativa contra o mundo de tendên- disposto a


com êle a nação americana, parecia ga-

cia socialista, o dos bons contra o partido contra o atraso, negociava com o Banco Interamerica-
partido nhar essa outra guerra, a guerra Quando

dos maus, o maniqueísmo aplicado à po- riqueza dos Es- no de Desenvolvimento o empréstimo a obra
puritano a ignorância, o desnível entre a para

lítica da bomba como hoje se aplica do Brasil, essa de fornecimento d'água à Guanabara, depois de
preventiva, tados Unidos e a pobreza pobreza

à fere duplamente, além de e estudados em Washington todos os nos-


pílula preventiva. que porque prejudicial prontos

O Brasil foi totalmente ignorado. Suas aspira- a ser revoltante sos aqui revistos vários especialistas,
é desnecessária e chega precisa- projetos, por

necessidades, passaram para é injustificável. modificados, melhorados, etc., tudo estava


ções, possibilidades, mente porque quando

as de último aquelas em que nem sem dúvida, seria ser assinado o acôrdo de empréstimo,
questões plano, Aqui veio o em que, pronto para
ponto

se fala. O americano fêz o a sua em- americanos, ameri- recebi um telegrama de Washington um
govêrno que injusto atribuir aos quaisquer pedindo
"qual
baixada no Brasil faz sempre: ignorou os que es- alguma. A incapacidade é brasilei- relatório sôbre o impacto social da obra
canos, culpa

tavam fora do Certa vez o ministro Raul digamos assim, é brasileiro. Fal- nas suburbanas do Rio". Bem se
poder. ra, o descuido, populações pode

Fernandes, foi ministro do exterior e embai- fôrças falsamente na imaginar eu escreveria na resposta,
que sos estadistas, progressistas, que palavras

xador várias vêzes, e tem o culto da realidade reacionárias, usando a se o telégrafo aceitasse. O ideal seria responder
pseudo-gafe, profundamente
"Está
sem tudo o — ou um
isto é, êle diz como se fôsse querer que esperança do manter uma oligarquia simplesmente: na cara" escrever
povo para

acha necessário dizer, deu um gôzo num embai- corrupta e incompetente no usaram o ame- tratado a respeito, enquanto a espera-
poder, população

xador americano excepcionalmente o convi- ricano como bode expiatório. Mas, aí está, o ame- va água.
que
"Esta
dara: é a vez me convidam à ricano deixou-se usar e foi além, contribuiu É o delírio do relatório. vez disse ao em-
primeira que para Certa

sua embaixada estou fora do Creio consolidar essa invejável. Negou- baixador Lincoln Gordon a burocracia brasi-
quando poder. posição pouco que

de vez em volto a se a dos da exportação leira, sendo ineficiente, dá a trabalhar


que já perceberam que quando garantir preços produtos quem quer

ser ministro"... brasileira, alegando doutrinários, en- oportunidade de contorná-la, de cima


princípios passar por

aos seus próprios produ- ou enganá-la a fim de fazer o


quanto garantia preços poder que precisa

tores, o demonstra que não se trata de ser feito; enquanto a burocracia americana, sendo
que prin-
Falta de habilidade
cípio nenhum. Misturou a ajuda ao desenvolvi- terrivelmente eficiente, é inevitável e mescapável.

e corrupção mento com os empréstimos tapar buraco no Propus-lhe de


para mesmo, como retribuição, o envio

orçamento e atrasados comerciais devidos uma missão brasileira aos Estados Unidos
pagar para

A habilidade, ou atitude da aos exportadores americanos. Ê claro, umas máquinas de escrever, rasgar algu-
pretensa pragmática próprios quebrar

diplomacia americana em relação aos nativos é o se compra deve ser pago, mas confundir em- mas cópias de memorandos e outros atos
que praticar

uma das mais tôlas, inábeis, ininteligentes se custeio com empréstimos de- saneadores. Até hoje não recebi resposta à minha
que préstimos para para

imaginar. Parece decorrer de um exagêro senvolvimento é um êrro que ninguém comete de de cooperação, de fornecimento de
pode proposta

na aplicação de uma regra bem dosada, é boa fé. E pouco a pouco, sobretudo depois da kow brasileiro aos Estados Unidos.
que,

23
ANTIAMERICANISMO CONTINUAÇÃO

\*\m _H _^_^_^_^_^_^_H ^_^_^_^_^_^_^_^_^_^_^_^_^H


_^i W*\* _H _^_i

também é válida. Estaremos prontos a aceitá-la?

Neste caso faz sentido defender a democracia. . .


suprimindo-a.

No caso brasileiro, não há como esquivar-se a


uma realidade terrível: a ignorância, que pesa hoje
no Brasil como o trabalho escravo pesou até 1888,
'- ' deixando uma seqüela que até hoje se faz sentir,
^^ _fli __!
por Joaquim Nabuco quando dizia que
prevista
durante muitos anos, depois da abolição, o Bra-
sil ainda sofreria o resultado desse anátema lan-
"Não
çado contra o trabalho livre. sou seu escra-
vo" tornou-se uma forma de recusar-se às respon-
sabilidades do trabalho. O bacharelismo foi um
sinal de promoção social. As atividades intelec-
tuais quanto mais alienadas, mais distinguiam as
finesses da inteligência. Não produzir era um si-
nônimo de requinte intelectual. Essa alienação da
cultura brasileira fêz com que ela se tornasse uma
subcultura.
-^¦-i-^-i _^_m_l

Estados Unidos
estão mudando

_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_._-¦ * ."11« Ora, nos Estados Unidos se dá precisamente o


oposto, com o exagero oposto. A cultura univer-
sitária se havia tornado nos Estados Unidos de
certo modo um enfeite, quase um sinal de efemi-
__k *IÍH I* namento das elites. Mas, depois da crise de 1929,

_L--.---.__ii i sobretudo depois da Segunda Guerra Mundial, a


cultura elaborada nas universidades americanas,

"Milhões para a
que estão civilização contemporânea como
os mosteiros da Idade Média para a dessa fase

de americanos fecunda

primeira
Estados
do

Unidos
espírito
necessidade.
acelera
humano,
A agitação
a tomada
tornou-se
universitária
de
gênero

consciência
de
nos

de seu povo. E os acidentes da história, como a

taerariam se nos conhecessem" morte

parecem
cano à política
de Kennedy
restituir
do nice
e
momentaneamente
o advento

do bom
de Johnson,
o povo
sujeito
ameri-
que

sorri-
guy,
dente e jeitoso, não passa de acidente momentâneo,
meramente episódico. A linha profunda de uma
O campo de observação é vasto demais para entrincheirar-se no argumento de
que os russos e transformação está em movimento. A concepção
um estudo tão rápido. Não se limita à esfera ofi- os chineses, assim como os cubanos de Fidel Cas- meramente capitalista do Estado como um espec-
ciai. O assunto dos royaltíes ocuparia, por si só, tro, fazem a mesma coisa. O que é verdade. Mas tador que não intervém no processo produção da
todo um capítulo. A americana no cabe — é fazer o mesmo e não agressivamente da economia e da
participação perguntar quepara fa- participa
processo de formação da opinião pública brasi- zem os russos,
que os americanos defendem a de- cultura está sendo bombardeada, nos Estados Uni-
leira, inclusive sobre assuntos de economia inter- mocracia? E a democracia que defendem para eles, dos, pela sua juventude e pela massa considerável
"proteger"
na do Brasil, através de seu crescente controle é a que pretendem nos outros países? de sua elite universitária. A meu ver, estamos em
sobre nossas publicações, rádio e televisão, foi Se vamos russificar a democracia, desaparece um vias de uma transformação profunda na mentali-
consagrada pelo presidente Castelo Branco, num dos mais sólidos argumentos sobre os comunistas dade americana.
decreto cobre de vergonha o seu — exatamente o argumento da ação insidiosa
que governo, que É nesse ponto que o Brasil me parece tomado
feito à última hora e abusando da força
para im- desenvolvem. Assim como ainda não se inventou de um anacronismo deplorável. Chegamos à su-
"lei"
por ao país uma imoral e totalmente con- um regime melhor
do que a democracia, com tô- da tecnocracia, substituímos o bachare-
perstição
traria ao interesse nacional. Castelo
passa, o ame- das as suas deficiências, não creio que os ameri- lismo pela retórica do economista, pela mística das
ricano fica. Como não querer que haja antiameri- canos tenham registrado uma patente de invenção estatísticas, copiando hoje idéias vão sendo
que já
canismo no Brasil, se os brasileiros estão sentindo melhor para defender a democracia do usar de ontem nos Estados Unidos onde algumas com-
que
o peso excessivo, maciço, da influência americana? os seus instrumentos e levá-la à prática. estão contratando, com altos salários,
panhias pes-
Assim como na famosa blague de Clemenceau, Por outras defender a soas cuja incumbência é desorganizar um
palavras, pode-se demo- pouco a
a guerra é assunto sério demais
para ser tratado cracia com instrumentos totalitários? Existe visí- organização existente, a fim de fazê-la funcionar.
só pelos generais, as relações entre dois países com vel conivência de interesses econômicos de certos O Brasil está diante de uma realidade nacional
as responsabilidades que têm ambos, com o pode- grupos americanos, no Brasil, e dos interesses po- e cultural que exige audácia e sentimento de ur-
rio americano e o
potencial brasileiro, são assun- líticos de certos brasileiros.
grupos A manuten- gência. Não temos grande investimento a preser-
to sério demais para ficar no plano do do numa espécie de imobilismo
pragma- ção país político var em processos tradicionais de produção, poden-
.isi-io cansado de alguns americanos e do deslum- sob tutela militar, com a permanência de uma oli- do por isto, mais do outra nação do
que qualquer
bramento provinciano de alguns brasileiros.
garquia político-econômica que segura o Brasil mundo, lançar mão dos instrumentos revoluciona-
impedindo-o de se adiantar, de tomar os freios rios do nosso tempo, usar audaciosamente a tee-
Vamos russificar nos dentes, representa além do mais uma tenta- nologia dar
para um salto sobre o nosso atraso.
tiva fútil de conter o desenvolvimento nacional. Mas isto exige consciência do problema e uma ur-
a democracia? Esse desenvolvimento envolve certos riscos. É gente atualização dos nossos conceitos.
preciso enfrentá-los, contar com eles, saber Ora, a oligarquia
que política que tem dominado o
Há todo um capítulo a escrever sobre a presen- existem, identificá-los. Mas não se consegue evi- Brasil, com incidentes e dissidentes, mas de modo
ça do CIA no Brasil. Onde estão os repórteres tá-los fazendo de conta que não existem. A liber- mais ou menos invariável, há longos anos, é ne-
deste país? As recentes revelações sobre participa- dade é condição
política para o desenvolvimento, fasta sobretudo porque é desatualizada e desin-
ção, inclusive financeira, do CIA em agrupamen- em países democráticos. Existe outro meio de de- formada. Encara o futuro em termos de idéias
tos de caráter político nos Estados Unidos com- senvolver uma nação. É o meio autoritário que do
preconcebidas passado. A quereia ideológica,
pletam as insinuações e informações contidas in- vai desde a concepção soviética até as formas por exemplo, tende a ser um fato do passado, um
clusive na literatura contemporânea sobre a inter- atuais, em pleno processo de definição, dos regi- fenômeno superado. A luta de classes não desa-
venção do CIA em movimentos políticos nos ou- mes satélites do de Moscou, chegando à exaspera-
pareceu mas passou a segundo das nego-
tros A rigor, a defesa do consiste piano
países. CIA em ção furiosa que se retrata na crise chinesa. Esta ciações, dos compromissos, das t.-.-n**.gèpcias em

24
relação a um tema muito mais atual
que é o do uma idéia de imobilidade. Por não compreender Ora, a diferença entre e emprêsa
das govêrno pri-
acesso grandes massas nas
populares, nações isto, os
políticos foram superados militares.
pelos vada é maior do entre emprêsa
que privada e coi-
em desenvolvimento, aos bens da vida
que o pró- Êstes sua vez,
por no entanto, deformação sa
por nenhuma. Há soluções uma emprêsa
das que pri-
prio progresso comunicações e do comércio,
profissional até, fixaram-se no esforço de segu- vada deveria adotar e
jamais que um
utilizando os avanços da govêrno ja-
tecnologia, colocaram a rança, de defesa contra a subversão e não mais deveria
perce- deixar de adotar. Por exemplo, o in-
seu alcance. É neste a
ponto que propaganda ame- beram ainda o desenvolvimento
que é, em certos vestimenta na educação. O máximo uma cm-
ricana, sua técnica de marketing, que
mercado, o a sentidos, sinônimo de subversão, isto é, de alte-
prêsa privada se não deixar de
permite, para pa-
publicidade, a de vendas, a técnica
promoção de ração do statu quo. dividendos aos
gar acionistas, é o treinamento de
fazer circular e distribuir as mercadorias,
po- Acredito
que o êrro capital da ameri- pessoal e cursos de aperfeiçoamento
política para melho-
dem ser extremamente válidos em sentido
po- cana no Brasil terá rar as
sido a sua identificação com condições de rentabilidade da emprêsa e
sitivo ou no contrário, isto é, em sentido negativo.
as fôrças do imobilismo social. aumentar sua receita.
É isto No caso de uma nação, es-
por que
hoje o antiamericanismo no Brasil o Brasil, certos
é muito menos pecificamente investimentos são

um assunto dos comunistas do um indispensáveis, ainda não tenham


A ambição, que assunto de que rentabili-

todo mundo. Por certo se identificar dade imediata; tôda a delicadeza da


pode uma questão con-

força positiva parte dêste sentimento com o desfrute de siste em saber e se


privilé- quais que prioridades lhes há

gios e vantagens de nacionais de dar. Não compreender isto tem


grupos que não sido o
que- pecado
rem concorrência estrangeira na exploração brasileiro e o êrro americano.
da
Quando na televisão do botequim ou no rádio
miséria nacional. Mas isto é uma desculpa
transistor fácil
o sem escola e amarrado à O impulso
pobre semi- de aceleração do no Bra-
demais progresso
e que não Pois do conjunto, ressal-
escravidão do salário pega.
mínimo toma conhecimento sil é irresistível. Tudo
que não contribua
vadas para
algumas detestáveis exceções, o impulso do
de uma série de bens de consumo —
o sapato nô- isto deve ser afastado e tudo o ajude isto de-
que
empresário nacional, de nítida e crescente afirma-
vo, a a refrigeração, a revista, ve
geladeira, o livro, ser estimulado, a começar uma revisão da
por
ção, não se concilia com a manutenção do Brasil
o relógio de —
pulso que estão ao seu alcance e nossa em face dos Estados
posição Unidos. Deve-
como uma espécie de reserva o futuro, com
ao mesmo tempo para
não estão, isso lhes dá um sen- mos sair da mera atitude negativa tanto
quanto
um mercado interno em vez de se expandir
timento de frustração que
que seria errado e cruel con- da atitude beócia se traduz naquela extrema-
que
se contém os excedentes da ame-
fundir para produção
com a inveja e o mero ressentimento, mente infeliz, ao mesmo
pois tempo reveladora,
que
ricana. A imagem de uma reserva de caça na 'Tudo
constitui uma fôrça se devidamente utili- do Juracy Magalhães:
positiva general o que é bom
qual a indústria americana vem cliente
zada. Ela deve ser chamada procurar
pelo velho nome tão os Estados Unidos é bom o Brasil".
para para
é Ou se enfrenta êsse ou se
caluniado de perfeita. problema
ambição, essa ambição fêz os Acredito a esta altura as
que que próprias autorida-
terá de enfrentar um muito é o sen-
Estados Unidos, êsse nacionalismo pior, que
que fêz os Es- des americanas tenham a mais desconfiança
justa
timento antiamericano de mais de 80 milhões de
tados Unidos. da validade dêsse conceito. Pois êles sabem que
criaturas as o donativo, a esmola, o
para quais
temos interêsses conflitantes, interêsses divergen-
Só um povo ambicioso E os ame-
pode prosperar. empréstimo simplesmente repre-
próprio já não
tes e interêsses coincidentes. E um dia, espero
ricanos foram os dêsse desconten-
patrocinadores sentam benefício, levam consigo a idéia de
pois
que o mais cedo compreenderão a
taroento hoje floresce, assim dizer, em possível, que
que por manutenção do Brasil na situação em se en-
que
nossa conduta tem que ser diferente em cada caso.
nosso A tragédia está em depois de sus-
país. que contra. E aqui ninguém mais se conforma em que
citar a ambição dispersá-la, contendo-a.
querem o Brasil fique como está.
O país nestes três últimos anos sofreu um
proces-
É êste o conteúdo do esfôrço tantas Precisamos
positivo
so de encolhimento como um couro molhado
pôs-
vêzes negativo das tendências da opinião
principais
to ao sol. A ambição foi desencorajada. Oficia- de uma nova aliança
(brasileira, representada em lideranças
pública que
lizou-se o desestímulo às atividades da
produção.
me dispenso de mencionar todos as conhe-
pois
Tornou-se sinônimo de leviandade o impulso de
A esta altura a Aliança o Progresso tem
cem, privadas ou não de direitos Elas para
políticos.
acelerar a prosperidade. Desencorajou-se até a
que ser refeita, não sòmente nos têrmos iniciais
existem e não se consegue suprimi-las sòmente
simples promoção social das classes
populares que em a formulou Kennedy, mas têrmos
adiando o de modo que nos em
* problema, protelando a crise
se traduz nessa fome de entrar a universida-
para a sua revisão o sr. Juscelino Kubits-
a que ela se torne irremediável, inexorà- que propôs
quando
de, e nessa exigência por escolas, é a mais
que chek. Sim, não esqueçamos
velmente vier. pois que êle propôs a
sólida realidade do nosso tempo no Brasil.
Operação Panamericana e foi escolhido Ken-
por

A Aliança o Progresso deveria ser um nedy como um dos conselheiros num estudo de
para pro-

colocasse ao alcance do Brasil uma A velhice revisão dessa E sobretudo não esqueçamos
grama que política.
"imagem"
considerável massa de recursos o mais da sua —
a ser aplicada de que ponto positivo
dos dirigentes
repetir —
acordo com as fixadas no Brasil, e a foi o no sentido de
prioridades para palavra passo

não somente em atividades industriais ou comer- evitar a concepção estreita e rigorista do Fundo
Neste um caro demais
ciais, mas ponto pagamos preço
em atividades culturais, isto é, de forma- Monetário Internacional.
anacronismo, velhice intelectual dos di-
da mentalidade pelo pela
ção popular, equipando a inteli-
Depois da Guerra Mundial, dois instrumentos
rigentes brasileiros. Nossas internas con-
natural do querelas
gência povo com os instrumentos e co-
sobretudo servem às fôrças do imobilismo
sumiram boa de nossas energias. Convenha- para
parte
nhecimentos necessários à sua maior
produtivida- conter os impulsos de afirmação, de desenvolvi-
mos, havia motivo tanto. Hoje há um moti-
de e à para
portanto sua rápida rentabilidade. O mal —
mento internacional: o GATT através da
vo maior, uma urgente motivação nos reco- que
da para
Aliança o Progresso foi a sua doença in-
para tarifária forma ou abre
política gargalos corredo-
mendar a união das fôrças através da identifica-
fantil: a timidez. Os homens de Estado america-
res, conforme os interêss^ dominantes — o FMI
e
ção dos que temos em comum: queremos
deixaram-se pontos
nos intimidar interêsses de cer-
pelos controlando financeiramente seus emprésti-
todos o se desenvolva. Muitos de nós que,
que país
tos grupos econômicos ainda não se confor-
que mos, os condiciona à aplicação de uma
êsse desenvolvimento seja integra- política
queremos que
maram com a sua inevitável superação. A subs-
econômico-financeira igual economias desi-
do, isto é, não se dê apenas no campo econômico para
tituição de uma mentalidade meramente competi-
guais, para condições e realidades diferentes e até
e simunltâneamente, nos campos social e
tiva político,
nos Estados Unidos uma mentalidade co-
por conflitantes.
cultural.
operativa, está no Brasil isso
gerando que
O tema é vasto e não tenho a de
se chamou, com certa impropriedade, O Brasil de hoje é uma nação des- pretensão
a esquerda pràticamente
haver esgotado a matéria. Aqui ficam apenas es-
católica. conhecida maior de seus dirigentes.
pela parte
tas indicações à meditação dos leitores. Como
Ainda agora, quando se inaugura um govêrno que
tôda história se conclui moralizar,
ser diferente do anterior, vemos a que preza por
pretende que
Desenvolvimento diremos a moral da história: o sentimento an-
sua concepção da função, da vida e da administra-

tiamericano crescerá no Brasil inexoràvelmente,


ção pública é aquela que teve curso nos Estados
é subversão
enquanto os brasileiros não se unirem, e os ame-
Unidos há cêrca de 50 anos e mor-
passados que
i ricanos não compreenderem aquilo muitos
reu, assim dizer, no comêço da que já
por presidência
A esquerda católica representa a aspiração de vão compreendendo: O Brasil é uma nação nova
Herbert Hoover. Encara-se o Brasil em têrmos

conjugar as necessidades do espírito com as da que mais vale ajudar do freiar.


de emprêsa, repetindo a famosa frase do que
quase
matéria, tornando-as inseparáveis, em vez de con- ex-governador Ademar de Barros, segundo a Milhões de americanos lucrariam
qual muito, e nós
finadas. A inquietação da se tra- o Brasil
juventude, que precisava de um O também, se fôssem res-
gerente. presidente mais informados a nosso
duz em antiamericanismo deve ser encarada sob Costa e Silva antes da recebendo um A exemplo de
posse, grupo peito. alguns dos seus professôres,
êste e não apenas sob o do labéu de de empresários,
prisma pro- formulou a sua filosofia êles saber com bra-
política poderiam exatidão o que os

pósitos subversivos. A idéia de desenvolvimento como a de alguém o Brasil


que pretende que se- sileiros É simples: os brasileiros
querem. querem
é, em si, uma idéia subversiva na medida em com tanta
que ja governado eficiência a da o Brasil seja como os Estados Unidos com
quanto que
exprime uma exigência de movimento oposto a administração de uma emprêsa alguns melhoramentos. sbgue
privada.

25
ANTIAMERICANISMO CONTINUAÇÃO

»
U

E
E RICO|
E.U.A.QUEREM BRASIL GRANDE
OS UM

TUTHILL, embaixador americano


JOHN

comércio com as nações mais alta- ser favoráveis i expansão da demo- l


Muito da chamada atitude negati-

va mente industrializadas no mundo cracia na América Latina?


para os Estados Unidos se baseia

do — Os Estados Unidos não


no desconhecimento ou imcom- foram maiores em volume que R.

das ações, da do os investimentos e o comércio com apóiam governos resultantes de


preensão política e

modo de vida norte-americanos. as nações industrialmente menos de- de estado, nem ditaduras mi-
golpes

Acho essencial todos façamos o senvolvidas. Os homens de negócio litares. Pelo contrário, os desenco-
que

eliminar, entre os norte-americanos têm todos os mo- rajam vigorosamente e, quando


possível para
Kf
nossos incompreensões tivos acreditar suas opor- ocorre deposição de governos, é
países, que para que

possam ser exploradas fôrças tunidades de relações proveitosas nossa prática, por meios compatíveis
por

contrárias ao Mundo Livre. Alguns com o Brasil crescerão em relação com a soberania e a dignidade na-

dos equívocos mais comuns em rela- direta com o ritmo do desenvolvi- cional dos outros, encorajar o re-

ção aos Estados Unidos se refletem mento econômico do país. Os ho- tôrno aos processos democráticos na

nas perguntas que se seguem e acho mens de negócio norte-americanos primeira oportunidade. Dêsse modo,

excelente a oportunidade de escla- desejam colegas brasileiros em- apoiamos e seguimos estritamente a

recê-los. e cada vez mais resolução adotada na Conferência


preendedores prós-
— Diz-se O dos Estados Uni- Especial Interamericana da Organi-
P. que o aumento do peros. govêrno

investimento norte-america- dos procura ajudar o desenvolvi- zação dos Estados Americanos, de
privado

no constitui ameaça à independência mento econômico do Brasil. Os 1965, realizada no Rio de Janeiro,

econômica do Brasil. Teria o senhor objetivos completam-se mutuamente. dispõe sôbre consultas entre os
que
alguma coisa a dizer a êsse respeito? P. — Muita membros da OEA, relativamente
gente acha que. se os ao

— Estados Unidos realmen- reconhecimento de de fato,


R. Esta acusação é baseada em quisessem governos

duas falsas suposições. A te contribuir para o desenvolvimen- e estabelece, entre outras condições
primeira

delas é a de o capital to econômico do Brasil, pagariam a serem consideradas neste processo,


que privado

estrangeiro dominar preços altos por nossos produtos as perspectivas de realização de elei-
poderia perma-

nentemente amplos segmentos da agrícolas e por nossas matérias- livres.


ções

economia brasileira. Tanto a expe- primas, ao invés de seguir a atual Embora em tais casos nem sempre

riência norte-americana a política de empréstimos e assistên- vejamos com entusiasmo um dado


quanto
brasileira desmentem essa suposição. cia técnica, que devem ser reemboi- no ou os meios
govêrno poder, pelos

X. ¦ Houve um na história dos sados pelo Brasil. a sua êle chegou ao não
período Qual quais poder, po-

Estados Unidos em os investi- opinião sôbre êste ponto de vista? demos isto nos
que permitir que preju-

dores britânicos e europeus desem- R. — Na dique em nossas tentativas de ajudar


conformidade dos acor-

penharam importante papel no de- dos internacionais, muitos o povo do país em


países questão.
senvolvimento econômico do importadores, inclusive os Estados Por esta razão, os Estados Uni-
país,

tal como o capital estrangeiro está Unidos, estão dos conceder reconhecimento
pagando preços mais podem
agora contribuindo, de modo rele- altos café e açúcar brasileiros. diplomático a um de fato
pelo govêrno
vante, para o desenvolvimento do Os Estados e continuar seu de assis-
Unidos e o Brasil foram programa
Brasil. Êsse capital estrangeiro foi, os dois arquitetos tência. Isto, entretanto, de modo
principais do
"nacionaliza-
por fim, absorvido e Acôrdo Internacional do algum eqüivale a uma aprovação
Café, que,
do", do mesmo modo no mediante seu sistema dêsse
que, de cotas de govêrno.
Brasil, as ferrovias e outras emprê- exportação, limita dos
o suprimento de O povo e o govêrno Estados
IHHHB. >. ^ralHI sas de serviço público, antes am- café nos mercados consumidores, Unidos não esqueceram sua
que
piamente dominadas por estrangei- criando com isso nação nasceu
preços vantajosos própria de uma revo-
Os fundamentais da ros, acabaram à e
pontos passando posse e estáveis. O açúcar brasileiro lução e o seu de trans-
é que processo
-
americana controle dos brasileiros. A segun- vendido
em relação aos Estados Unidos a um formação social, econômica e
política poli-
da suposição falsa é a de os
que preço cêrca de três vêzes maior do tica tem progredido desde então. Os
ao nosso e à dos
país posição
critérios que norteiam as decisões o atual
que preço livre internacional Estados Unidos têm, portanto, na-
Estados Unidos, diante das sôbre negócios de estrangeiros no do açúcar. A diferença constitui tural simpatia e afinidade pelos go-
acusações mais freqüente- Brasil são de algum modo diversos
que uma contribuição dos consumidores vernos latino-americanos buscam
que
daqueles que orientam as decisões de
mente lhes são feitas, foram açúcar norte-americanos à eco- o e apoiar
progresso procuram
dos homens de negócio brasileiros. nomia do Brasil. Recentemente, em aquêles instituem ousados
analisados embaixador que pro-
pelo
Não creio isto seja verdade. Os Nova
que Iorque, os Estados Unidos e de reforma bem fundamenta-
o gramas
John Tuthill, em entrevista ex- homens de negócio estrangeiros, tais Brasil, junto com outros mentados, destinados
governos, a alcançar tal
clusiva. O apresen- como os homens de negócio do sob
questionário o patrocínio das Nações Uni- progresso.
Brasil, estão interessados em lucro. das, —
tado REALIDADE ao re- tomaram em conversa- P. Admite-se, de modo
por parte geral,
Desejam estar aptos a do
participar ções para a assinatura de um em internacionais,
do acôr- que, questões não
presentante ameri-
govêrno imenso desenvolvimento
que está re- do internacional, destinado a pro- existem motivos altruísticos. Os Es-
cano em nosso sintetiza, servado
país ao Brasil, no futuro. Ao porcionar preços remuneradores e es- tados Unidos, devem
portanto,
em seis as fazer novos investimentos, contri-
perguntas, táveis aos produtores de cacau. estar ajudando
questões Os o Brasil por razões
buem substancialmente se
mais nas relações para que Estados Unidos estão,
polêmicas en- pois, aten- particulares. Quais são essas razões?
realize o desenvolvimento econômi- dendo ao compromisso —
tre o Brasil e que assumi- R. Não aceito a premissa da
os Estados Uni-
co. Investidores, sejam êles brasilei- ram na Carta de Punta dei Leste, pergunta. Acredito na existência, de
dos. ros ou estrangeiros, buscam desen- de cooperar para a solução de pro- fato, de motivos altruísticos, nas re-
Pergunta — volver
O inquérito de âm- uma produção à base da qual blemas de bens de produção e para lações entre pessoas e entre nações.
bito nacional REALIDADE não apenas
que possam suprir as neces- a melhoria das condições de comér- Entretanto, é certamente verdade
promoveu mostra que considerável sidades internas, mas também expor- cio de matérias-primas.
que os Estados Unidos têm interês-
percentagem dos interrogados tem tar para o mercado da ALALC, bem Ao mesmo tempo, o se em ajudar o Brasil.
govêrno Ê de nosso
uma atitude negativa com os como outras áreas.
para para Os investi- norte-americano está concedendo interêsse e de todo o hemisfério
Estados Unidos. A dores que
que atribui isso? estrangeiros têm, em outras empréstimos substanciais a longo o Brasil seja uma nação forte, in-
Resposta —
Devo primeiro decla- palavras, os mesmos objetivos e mo- prazo e baixos
juros e assistência dependente e próspera, pois sem
rar que, francamente, tenho minhas tivações dos homens de negócio do técnica ao Brasil, com vistas a essas
aju- condições no Brasil, a maior
dúvidas sôbre o o inquérito de- Brasil.
que dar a estimular o crescimento eco- nação da América Latina, as
monstra exatamente, e — pers-
sôbre o P. O norte-americano
que govêrno nômico. O crescimento econômico, pectivas de estabilidade e progresso
as pessoas entrevistadas
quiseram diz que deseja ajudar o desenvolvi- sua vez,
por leva a uma diversifica-
"atitude no hemisfério seriam, com efeito,
dizer com negativa". Seria, mento econômico do Brasil. Por maior,
ção tanto na indústria como limitadas. É de nosso interêsse
realmente, de admirar todos que
que os outro lado, muitos brasileiros na
acre- agricultura e a maiores exporta- o Brasil desenvolva uma crescente
brasileiros gostassem de tudo o que ditam que o objetivo dos negócios dêsses
ções produtos, com isso di- capacidade industrial e agrícola, não
se relaciona com os Estados Uni- norte-americanos é manter o Brasil muindo a dependência das exporta- sòmente para o comércio entre
dos ou com que
qualquer outro país. como mercado investimentos
para e ções tradicionais. Não vejo
qualquer os nossos dois se ex-
Nos meses países possa
poucos que tenho de venda dos produtos manufaturados discrepância entre êste tipo de assis- como
Brasil, pandir, também para o
conversei com núme- que
grande dos Estados Unidos. Acredita tência
o e nossos esforços para ajudar Brasil contribuir
ro de brasileiros possa para o de-
e, embora muitos senhor
que haja conflito entre os o Brasil e outros produtores de gê- senvolvimento econômico
critiquem algumas de do resto
nossas ações, objetivos do seu govêrno e os dos neros tropicais a manterem da
preços América Latina, assistindo, mais
encontrei, de modo compreen-
geral, homens de negócio do seu pais? de exportação satisfatórios e está- tarde, no desenvolvimentis-
são e apoio aos objetivos — processo
que o R. Não acredito haja
que qual- veis para agrícolas
produtos e ma- ta, outros
Mundo Livre países menos adiantados.
(inclusive o meu país conflito.
quer Pelo contrário, existe térias-primas.
Finalmente, nas Nações Unidas,
e o vosso) está tentando alcançar. De uma reciprocidade de interêsses —
P- Por os Estados Unidos
que na OEA e onde
fato, a amizade e a hospitalidade quer que estejamos
entre os objetivos do nor-
govêrno apoiam ditaduras militares e gover- associados, ver um Brasil
dos brasileiros têm sido as feições queremos
te-americano e os dos homens de nos resultantes de golpes de estado, continue
mais simpáticas da que a desempenhar
minha estada negócio do papel
meu país. Os investimen- se defendem internamente a liberda- de importância na tarefa:
neste grande a
país. tos privados norte-americanos e o de e os direitos humanos e alegam busca da paz. fim

26
O que vai acontecer
agora que aWkswagen
e a Vemag
trabalham em conjunto*

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Mais pessoas vão comprar V W.

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Mais pessoas vão comprar DKW.

V. esperava coisa diferente? a Vemag a fabricar o DKW ainda melhor.


É claro que quem vai comprar VW deve Da quem vai comprar
mesma forma,

estar pensando: a Volkswagen acredita que DKW deve estar pensando: agora a Vemag

a sua concepção técnica (motor traseiro, poderá unir toda sua experiência à experi-
refrigeração a ar, tração nas rodas traseiras) ência da Volkswagen.
é a melhor que existe. E agora está cola- Bom exemplo
Quali- é o Controle de
dade: quando é feito por duas grandes em-
borando justamente com a Vemag, que
acredita numa concepção técnica completa- presas, os resultados são melhores. Tudo
mente diferente (motor dianteiro, refrige- isso vai fazer mais pessoas comprarem

ração a água, tração nas rodas dianteiras). VW. E mais pessoas comprarem DKW.

Isto não significa apenas que a Volks- Pois, se duas firmas trabalham em con-

wagen quis criar uma concorrência dentro junto, não é para uma ficar mais fraca.

de casa. Significa também que vai ajudar Mas as duas ainda mais fortes.

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Reportagem
de Luiz
Fernando
Mercadante

28
DONA YOL ANDA
A PRESIDENTA
Meu neto mais velho tem 15 anos. Logo estará lutan-
chegou em casa anunciando: já
também tenho interesse nisso.
— Mamãe!
Agarotinha A presidenta jogou um beijo para mim e eu do para entrar na faculdade. Eu
atirei um ela. Nós vamos ganhar esta luta.
pra
Na recente viagem de volta ao mundo com o marido, dona
Que menina?
presidente,
com a imperatriz do
foi a babá:
Yolanda passou duas horas conversando
Quem explicou Hiroito lhe fêz essa
Japão, ao fim das quais a mulher de
É como ela diz, senhora. O carro ia bem devagar e nós
confidencia:
a vimos. é a e ofi-
visita protocolar
primeira vez que com uma
Vimos — a
quem? perguntou patroa. sobre assuntos como marido, filhos,
ciai consigo conversar
A com isso.
presidenta! netos, casa, empregados. E estou muito contente
Mas — esbravejou a dona da
que presidenta é essa? No final da visita, a presenteou dona Yolanda
imperatriz
casa, diante da filha e da empregada. com um corte de dez metros de seda produzida pela criação
A garota e a babá se entreolharam. E a menina respondeu de bichos-da-sêda do Palácio Imperial e ali fiada e tecida ex-
com a lógica irrefutável das crianças. clusivamente para uso da família imperial.
Esta é a seda veste as impera-
A
presidenta é a mulher
do presidente. que, através dos tempos,
Dona Yolanda Barbosa da Costa e Silva, mulher do presi- trizes — explicou.
como a ga- Mas eu não sou imperatriz — dise dona Yolanda agra-
dente da República, não é a presidenta queriam
rotinha e a babá, mas é capaz de jogar um beijo para cada decendo.
Mas uma imperatriz — replicou a
Mesmo porque, ela tem netos. vale tanto
criança que encontra. quatro quanto
O beijo para a menina, o aceno para os estudantes, o aperto anfitriã.
de mão aos operários, o abraço à um sorriso Brevemente, o príncipe Akihito, filho dos imperadores do
professorinha,
uma em quando lágrima de vez Japão, e sua mulher virão ao Brasil, para agradecer a visita
quase sempre e até mesmo
— tudo isto de dona Yolanda está Costa e Silva. Para essa ocasião, dona Yolanda
que anima o dia a dia do presidente
acima da simples atitude e do cálculo político. Ela é assim: tem uma recomendação especial da imperatriz:
Gostaria muito convidas-
extrovertida, altiva e segura de si. Uma mulher de carne e que a senhora e o seu marido
osso, com o peso do marido, o trabalho do filho sem meu filho e minha nora para passar um dia inteiro, não
preocupada
netos. Mas, ao mesmo tempo, uma mulher no mas na casa de sua família, para que eles co-
e os estudos dos palácio,
de olhos brilhantes, com o destino do
também nheçam seu filho, sua nora e seus netos.
preocupada
Brasil e disposta a tudo para auxiliar o marido a fazer um
"Yolanda,
sabe que tem pela frente um impor-
governo bom e justo. Ela
tante papel. Reconhece que sua atuação pode influir direta-
eu topei a parada"
mente na imagem da Presidência. Dona Yolanda é o coração
do de Costa e Silva. se candidatasse à
governo Dona queria que seu Artur
Yolanda não
dias antes da posse, um grupo de estudantes con-
Quinze Presidência da República. Achava que já era tempo de o casal
versava à porta da igreja da Candelária, Rio.
ter paz, ansiava por uma vida tranqüila e queria dedicar mais
Será
que ela vem mesmo? tempo à família, especialmente aos netos. Seu Artur tinha até
Claro muitos.
que vem! Responderam um dia, anunciou:
lhe prometido se aposentar. Mas,
Era um de estudantes de Medicina, gente que pres-
grupo Olha, Yolanda, eu topei a parada.
tou exame, e não encontrou vaga. Tinham mandado
passou Dona Yolanda chorou. Chorou e ficou zangada. Até o co-
celebrar uma missa para pedir a Nossa
Senhora que lhes arru- so-
ronel Mário Andreazza, que andava por perto, levou as
masse lugar nas faculdades. E estavam aguardando sua madri-
bras. Mas, aos poucos, ela foi se acalmando. A candidatura
nha, uma mulher se interessara pelo caso e prometera
que Êle iria muito dela.
Costa e Silva já era um fato. precisar
ajudá-los. ao
Enxugou, pois, as lágrimas, rezou e partiu para a luta
lado do marido. Acompanhou-o em quase todas as viagens,
"Vamos
ganhar foi sozinha a algumas convenções a que êle não podia ir, deu
entrevista, falou no rádio, apareceu na televisão, acompanhou
esta luta"
as negociações políticas, nunca deixou faltar café nas reu-

Os estudantes se alvoroçaram. Um niões que se prolongavam pela madrugada, fechou os olhos


Um JK creme encostou.
entrou correndo para avisar os
companheiros: para a cinza que caía nos tapetes.
Dona Analisando com seu marido os acontecimentos de cada
Yolanda chegou.
um dos estudantes meio incrédulo: dia, dona que sempre gostou muito de política, pas-
Yolanda,
O pai de perguntou
Será vai ajudar mesmo? sou a vivê-la. Hoje, conhece bem cada grupo político e cada
que ela
respondeu foi uma facção de cada grupo, certa de que esse seu interesse poderá
Quem jovem:
Vai, e muito. E não é só a gente, não. Dona Yolanda ser útil ao seu Artur.
Êle foi eleito
todos os excedentes de todas as faculdades. pelo voto indireto,pois assim determinavam
prometeu auxiliar
Nunca deixou de receber nenhuma comissão e já falou com as regras do jogo. Mas se as regras estipulassem a eleição di-

outras pessoas importantes. Se isso não ajudar, reta e o Costa — é assim que ela chama o marido — tivesse
o marido e com
tempo fazer uma boa campanha, acredito que êle se ele-
não sei que o pode ajudar. para
missa, enquanto recebia e flores, dona geria facilmente.
À saída da palmas
Aqui em casa não éramos nem mais nem menos interes-
Yolanda afirmava:
Vamos rezar, que tudo vai dar certo. sados em política que um casal comum. Tínhamos nossos can-
confiante: didatos e votávamos neles — conta dona Yolanda. segui
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29

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O ar compenetrado da menininha esconde a


garota levada que dona Yolanda foi, capaz
até de cortar o cabelo das amigas. Menina,
ela conheceu seu Artur; e se casou mocinha. _B
Álcio, filho único, era criança bonita fl
que
*
encheu de alegria os pais corujas e deu ¦fl

netos a eles, corufas, agora, vezes.


quatro

"Nasci Filha e mulher de militar, dona Yolanda logo se acostumou

dia 30 de com
residiu
mudanças. com gaúcho, já
em seis Estados e morou durante dois anos e meio
em
Nascida em Curitiba e casada

Buenos Aires, quando Costa e Silva foi adido


militar junto
outubro de 1909" à Embaixada Brasileira na Argentina.

"Raramente

vejo novela"
~ Mas ° Costa' um
YOLANDA militar, nunca misturou a farda com
continuação política. Até que na revolução eu me Diz„que, é "se
envolvi: conspirei, tra- . não sabe por índole ou por neces-
Aeconôn*ica,
mei, trancei e torci. sidade", já fêz feira durante anos seguidos
e quando, há pou-
Ao lado do marido ela também estava na co, queixou-se do custo de vida, estava apenas
posse do maré- repetindo uma
chal Castelo Branco. Foi sua aparição pública velha preocupação.
primeira desde
que seu Artur assumira o Foi nesse tempo em
"muito
Ministério da
Guerra. E ela estava que ainda fazia feira que dona Yolan-
elegante", como observou um cronista mundano, e "ba- da se libertou de um hábito
que, agora pela televisão, escravi-
tia palmas com entusiasmo", como anotou um repórter. za muita gente: o costume de acompanhar
De novelas. Dona
lá para vá virou figura obrigatória nas colunas sociais. Yolanda, então, seguia
pelo rádio a novela Em Busca da Fe-
Uma colunista comenta: ícidade, que se desenrolou durante
dois anos, prendendo mi-
Ê lhoes de ouvintes no
a mulher certa no lugar certo. Simples e digna. Aju- país inteiro. Ela se lembra de ter sido
dou Costa e tao prisioneira do
Silva todo o tempo. Será preciosa no Palácio da programa que, voltando da feira carregada
Alvorada. de sacolas, chegou, mais de uma vez,
a se deter numa confei-
taria do caminho
No Dia do Soldado, em 1965, ela e o marido abriram para não perder nem um capítulo da novela
os sa- — Sou muito
loes do Ministério da independente — diz hoje. Gosto
Guerra e ofereceram um da liberdade
jantar e um e quando percebi
baile à sociedade carioca, quebrando uma tradição de sisudez que estava ficando escrava do rádio,
de uma vez. Hoje parei
que se acumulava há várias décadas. muito raramente, vejo um
capítulo ou
Nós outro das novelas de televisão.
os civis
Porém, ficar amarrada a elas,
queríamos que conhecessem o Palácio da isso nao.
Guerra por dentro. Havia também
grande número de esposas
de militares de Casada foram 41 de felicidade
que nunca tinha
entrado lá. Quisemos festejar o e ela faz
«_?2__ V de ?n*°S "esta
Dia do questão frisar que frase pode ser um lugar
Soldado humanizando aquele comum,
prédio aparentemente mas nem por isso deixa de
sombrio. ser verdade"
^"^ ^ mUÍt°S amÍgOS e Uma vida social
"Tenho intensa***1
medo de a°co"trá.rio
do l"** ** Propala, não fazíamos
-
noíTrn.38' vida
morar num palácio" noturna diz. Basta contar
que só fui a boate uma vez e
reCeb/r a d0a*ã0 de um
aaSulmnehrm°K T
uma obra beneficente Pia"° oferecido
Uma vida voltada de que eu estava encarregada.
para a família e para o lar é o que se
encontra no dancar' o* d°i*. sozinhos
passado de dona Yolanda, uma mulher como as e em casa. Pu-
outras, nh^JftS,avam,fle
nham p-lhas de discos na vitrola
boa dona de casa, ótima cozinheira. e dançavam. Durante algum
Até seu Artur
chegar a coronel era ela g°S,°U mUÍ'° "'
quem costurava para si e para os >°^ **««: -S
deTefete^ia^13"'3
Meu único ° Cen'aV°S
temor em precisar morar num P°m°- Velhos ~ faz <*—
palácio é o táo~deEacaen5t0uaCremaVOS
caráter impessoal das residências oficiais.
Nos cavalos, jogo preferido do marido, nunca jogou. Mas

30
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apreciava ir ao prado e participar do entusiasmo de seu Artur. sivelmente as únicas pessoas no mundo capazes de exercer
Que também
jogava pouco. Só mesmo por distração. um certo controle sobre ela.
Não tenho neto
Dona Yolanda não bebe álcool e fuma menos de um maço preferido. que distingue nossas rela-
O
de cigarros com filtro cada dois dias. ções é o gênio e a maneira de ser de cada um. Há os que
Nos coquetéis — conta — dou uma se aproximam mais facilmente. Eos mais arredios. Mas nunca
provadinha, dis-
farço um pouco, e devolvo a bebida à bandeja. Não é atitude. fiz diferença entre um e outro.
Ê que eu não gosto. E eu não gosto de fazer o que não gosto. E sua nora, dona Yolanda?
Não tenho nora. Tenho filha. Com o casamento de
Quem acompanhou o casal na sua última viagem sabe disso:
em Nova Iorque ela teimou 20 minutos, pois não queria ir à meu filho, ganhei essa filha. Ganhei, não. Ganhamos: o
ópera no Metropolitan House: Costa e eu.
Eu não
gosto de ópera e estava muito cansada.
"Já
Mas acabou cedendo e foi, acompanhando o marido. estava preparada
E acabou dando razão ao seu Artur: apesar de não ser
para tudo"
obra prima, o espetáculo era dos bons.
Se lhe perguntarem o dia de seu aniversário, ela retrucará:
Você está O trabalho e o Exército foram sempre os grandes rivais de
querendo saber a minha idade?
dona Yolanda. Seu Artur andava sempre estudando ou absor-
E dá dia, mês e ano:
Nasci em 30 de outubro de 1909. Tenho, vido pelo seu trabalho. Inevitavelmente, acontecia alguma coi-
pois 57 anos.
sa, para atrapalhar os planos dele como na véspera do aniver-
E nessa matéria acho a verdade indispensável. Prefiro que di-
sário do marido, em 1930. Dona Yolanda estava ocupada com
gam: puxa, até que para quem já beira 60 ela não está má.
os preparativos da festinha com que receberia alguns amigos de
Se eu dissesse que tenho 40, certamente comentariam: puxa,
seu Artur. Naquela noite, Costa e Silva demorou mais que de
com essa idade ela está acabada.
costume. E foi êle chegar e ela perceber que não haveria festa
"'Acho no dia seguinte. A cara do jovem tenente dizia tudo:
que nenhum Vamos ter
que deixar a Vila Militar esta noite. Vou
dos meus netos será militar" levar você para a casa de seu pai, em Niterói, onde estará
segura. A revolução vai estourar.
Neta de marechais, filha de general, mulher de marechal, Dito e feito. Em Niterói, após deixar a mulher na casa do
mãe de coronel e com dois netos no Colégio Militar ela se sogro, o tenente Costa e Silva encontrou-se com seu compa-
"milica
considera cem por cento e verde-amarela até a alma". nheiro Napoleão de Alencastro Guimarães e,
juntos, decidi-
Mas acho que nenhum dos netos vai ser militar. Pres- ram se incorporar ao 3.° Regimento de Infantaria, na Praia
sinto que eles se encaminharão para a vida civil. Até meu filho Vermelha. Quando procuravam uma balsa encontraram o
já deixou o Exército e agora trabalha no Departamento de tráfego suspenso na baía. Não tiveram dúvidas. Alugaram
Eletrônica da Universidade Católica do Rio de Janeiro. um barco, tão pequeno que perceberam: o barqueiro jamais
Álcio, o único filho do casal, um moço que alto está che- concordaria em fazer a travessia até o Rio. A não ser que...
gando aos 40 anos, se reformou e foi
procurar realização na E foi o que fizeram: contrataram
para o homem levá-los a
vida civil, dentro
que do ramo escolhera no Exército: enge- Jurujuba, uma
praia próxima que o vento começou a e assim
nharia Trabalhou algum tempo numa grande em-
eletrônica. soprar as velas, apontaram seus revólveres para o barqueiro.
— após a eleição do — O homem protestou mas fêz a travessia. Dias depois, Costa
presa norte-americana, mas pai pediu
demissão e se integrou na Universidade Católica. Sua atitude e Silva desfilava pelo centro do Rio, como porta-bandeira da
foi vistapor muitos jornais como prova de isenção: não quis revolução, tendo ao lado o amigo Alencastro Guimarães.
ser, ao mesmo tempo, homem de empresa e filho do presidente. Mas estava
preparada para tudo isso. Afinal, fi-
eu já
Artur de 15 anos, André Luiz, de 14, Alexandre, de sete quei noiva quando o Costa estava prisioneiro num navio, por
e Carla, de dois e meio, são os netos de dona Yolanda, pos- participação revolucionária, em 1922. segue

31
de uma vizinha. Fêz
e o cabelo YOLANDA
Certa vez, cortou queimou
"Meti
inteira. Ficou de castigo, continuação
na vizinhança
um estrago comentado

— — de sua vítima, é
até hoje amiga que
M ii s
sonho mas continuou
grande
com o Magessi.
casada general

"Rezo
ser acredito
era cabeleireira" porque

cada vez mais"

é uma mulher de fé.


dona Yolanda
Católica praticante,

e volta e meia abre-a ao acaso:


sempre uma Bíblia à mão
Tem

uma de con-
E encontro o estou procurando: palavra
que
vaidosa a média
não é mais nem menos que
Dona Yolanda
fôrto e de esperança.
especialmente de pérolas,
brasileira. Gosta de consigo.
da mulher jóias, rezar, um têrço
Carrega sempre, para
em três: duas de ouro
bonita aliança se divide em vez de
usa uma que de um lugar a outro,
Até no automóvel,
vezes, aparece usando um
uma de E, às acredito,
e, no meio, platina. a oração. E rezo. Porque
ficar divagando, eu
prefiro

solitário no dedo.
grande e acredito cada vez mais.
— é uma fina e
Não é brilhante não confessa, pedra o mo-
especiais, se apega ao santo
Não tem devoções que
é fabutity, uma criada
Mas não é um brilhante: pedra filial Nossa
bonita. mas uma ternura por
mento a inspire, possui

nos Estados Unidos. nos momentos decisivos.


Senhora, a recorre
quem
se tivesse uma
da sua revelação, como pregado
E ri, diante viajar de avião. Só fazia neces-
Tinha muito mêdo de por
Usava Femme e há
a alguém. Aprecia muito perfumes.
peça absoluta e sob a maior tensão.
sidade
Laurent. Sua côr
o Y de Yves Saint
passou para Mas o mêdo. Não sei se é a idade ou U fé,
pouco pois
já perdi
vestidos de Pucci e Chanel, mas
é o azul. Já usou
predileta ambas estão crescendo em mim.

Se divide entre os melhores,


os costureiros brasileiros.
prefere buscar na religião algumas respostas às
Vai grandes ques-

de José Ronaldo a Denner.


o divórcio e só aceita o controle da natalidade
tões: é contra

natureza, fácil de vestir
Ê uma mulher elegante por da Igreja. Assim, também não acre-
dentro dos
preceitos
E é com as
afirma José Ronaldo. paciente provas. fé em Deus.
dita numa terceira mundial, tem muita
guerra pois,
há 20 anos: o
o mesmo salão de cabeleireiros
Freqüenta em superstições, nem lê horós-
Dona Yolanda não acredita
as transformações em
no Rio. O mostra que
Charming, que ela não dispensa.
copo. Jornal, sim,

alterar-lhe todos os hábitos.


sua vida não conseguiram É
ar mim.
para
e está muito triste. Nos
Dona Yolanda adora uma
praia Buarque de Holanda, Elis Regina,
Apreciadora de Chico
vez. A cinema e a teatro tem
últimos 12 meses só foi uma
e Paulo Autran, entretanto, um carinho espe-
Pelé possui,

ido muito pouco. ciai revela ao falar de Roberto Carlos:


que
Quem cinema é o Costa. Para êle,
muito de qual-
gosta Roberto é um menino encantador, talvez um
Carlos
diz: não tem enredo
filme está bem. O Costa quando
quer triste. Talvez, não, êle é um triste mesmo, o
pouco pouco que
interessante, ou môça
bom, tem boa música, ou
paisagem
o faz ainda mais encantador.

bonita. Alguma coisa sempre tem.


Pára um fica alguns instantes e continua,
pouco, pensando
ler. Com o corre-corre dos últimos
Sua distração é
predileta voltando a falar de si e do marido!
"mais
a ler fácil de se sabo-
meses, ela tem se limitado poesia, Eu Deus não nos modifique. Nós
a queremos
peço que
tempo". Divide-se entre autores do
rear se tem
quando pouco Êle não nos deixe subir à cabeça as honr-
ser nós mesmos. Que
se limita aos brasileiros. Como o ma-
e modernos. Mas
passado e as da Presidência.
ras pompas
suas E as aprendeu no
rido, também escreveu poesias. que
já um silêncio. Depois uma
Faz-se pergunta:
tempo de escola, sabe de cor até hoje.
Que senhora achou de Johnson, dona Yolanda?
é a
que
Jardim de Matos, sua no
Dona Amália professora primário,
Ela sorri e responde rápido;

lembra da menina Yolanda:


Muito Você sabe: texanos
simpático. os são os
gaúchos
Foi alunas tive em minha vida.
uma das melhores que
de lá. fim

isso há muitos anos, bem antes do marido dela


E eu digo

ficar importante.

"Fiquei
noiva aos 14,

16" B 1
I
casei aos
¦3* <1
<1 HLv
HLv ^¦¦1
^Bil ¦
I ¦ ¦

de dona Yolanda, Severo Barbosa, é um


O general
pai

homem forte, de 83 anos, vive numa casa na Tijuca, nò


que

Rio, e muito bom humor. Perguntaram-lhe se êle era


possui

o sogro do seu Artur. A resposta veio rápida:

Eu, Êle é meu


não. é genro.
que

O foi do futuro marido da filha na Escola


general professor

Militar de Realengo, Rio. Conterrâneo do aluno começou a

convidá-lo almoçar na sua casa aos domingos. A me-


para

nina Yolanda tinha só dez anos, mas o Artur


jovem gostou

logo dela.

Quando fiz 12 anos havia um clima de namoro, aos


14 fiquei noiva e casei aos 16.

Ela conta o namôro foi à antiga, sempre da fa-


que perto

mília, com conversas sempre diante dos Ficou alguma


pais.

saudade daquêle tempo e em sua casa havia, até há


pouco,

duas de cartas: as dêle e as dela.


pilhas
Eu as
vivia dizendo êle destruir minhas. Eram tan-
para
'
tas as nossas mudanças e, às vêzes, tão o espaço. O 91lifer1
pouco

Costa, em troca, dizia eu destruísse as suas. Até che-


que que

a um acôrdo e destruímos as duas de cartas


gamos pilhas

numa fogueira só.

Da sua infância, ela se lembra como um feliz.


período

Meu
sonho era ser cabeleireira. E não era um sonho

vago: era um desejo forte e irrefreável. Tão forte e irrefreável

eu vivia de tesoura na mão, ameaçando o cabelo das bo-


que

necas e das amiguinhas.

32
O VOLKSWAGEN DO BRASIL S A

Tudo nêle é exagerado.

Mas é como dizemos: de


Se o não se estragou gostamos
O exagêro começa na plástico
plaquinha

liberamos o lote. nos


motor. depois dêsse teste, prevenir.
1.300, na tampa do

Até as barras de torção levam#uma


dois Por isso é v. não
Ela ser com que precisa
poderia prêsa
camada de Apesar de
três. se com o seu estofamento pintura. já
Nós a com
preocupar
parafusos. prendemos
estarem dentro de tubos.
menos o durante vários anos. protegidas
Nunca fizemos com que

Na verdade, até o nôvo motor nós


Outro exagêro é a chapa de aço que
fazer com mais.
podemos
de cada VW. colocamos no VW é um exagêro:
é mesmo colocamos embaixo
Por exemplo: será que
que

tem 10 HP a mais. E até hoje ninguém


Nenhum outro carro tem essa chapa,
uma carroçaria três
necessário
pintar
fios, tinha sentido falta dêles.
embora ela sirva
vêzes ? Nós o fazemos. para proteger

etc. etc. Mas mundo


cabos de comando, tubulações parece que.todo gosta
estarmos bem seguros,
E
para

nós achamos dêsses exageros.


vez. Proteção
uma que
pintamos quarta
estradas Tanto assim estão
extremamente importante nas que
testamos o estofamento?
Sabe como

rodando no Brasil mais de


ruins, onde existem água,
amostras de pedras,
Friccionamos plástico

coisas 400.000 VW.


85 vêzes lama e outras que
com um disco pequenas
que gira

estragos. Sem exagêro.


isso 1.000 vêzes. causar
minuto. Fazemos grandes
por podem
/
; bIBBSBBB)

^ ^ Be

~A '¦«"%

^*y

| ^

I
^^;-V. J^j|||||||j||||jj||jjj ^S'
I

Sua emprésa contar com a mais


já pode avançada tecnologia em computação eletrônica.

Aqui estão
O o B2500
I e o B3500,"Benjamins"da

BC; v.' ..'

Rapidez e ao nível do
potência mundial de computação
progresso

eletrônica, é o lhe oferecem de


que verdade os computadores

Burroughs de terceira —
dos destacamos
geração quais o B 2500

e o B 3500.

0 desempenho dêsses fabulosos sistemas lhe o mais


garante alto

de auto-contrôle e multiprocessamento
grau simultâ-
(operações

neas). Isso não acontece acaso: a Burroughs


por tem o cuidado de,

com os seus computadores, fornecer


juntamente uma
poderosa pro-

de —
apoio o inigualável software
gramação Burroughs,
que per-
MB1 igj^ BB

ial^SSfai I
1%-fl lU

[mm^ i'i'"

mr~~~ Mm*

'

•;-J

I
^
i

R 3500 e o H 2500. com o fí 5500, o B65QO e o


A configuração mostrada na é a de um fí 3500 O juntamente
foto

B500,o mais completo conjunto (te sistemas computadores de


extraordinário B8500, a Burroughs
formam família

terceira científicos e comerciais.


geração, pura fins

Burroughs.
terceira iei ra de computadores
geração

extrair o máximo rendimento do hardware,


mite aos seus usuários

das máquinas.

de terceira B 25a) ou
Assim, computador Burroughs (um
geração

mesmo como computador de terceira


um B 3500) funciona geração,

falha essa muito freqüente em outros


como de segunda,
jamais

ainda não dispõem de software adequado.


computadores que
©

da destruição dos mitos a Burroughs


Êste é mais um exemplo que

no campo da computação eletrônica.


tem levado a cabo

você deve Burroughs.


Essa é mais uma razão preferir
por que

E 11
Eletrônica
Burroughs

DE DADOS
EM PROCESSAMENTO
NA VANGUARDA
1

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36
AS DESVENTURAS DE LAODELINO
PANJE
LAUDELINUS
PULCRUM.

por Laudelino Balofin

tempos de garoto eu não ligava para outros e isso perturba a disciplina. Êle precisa
Nosapelidos. O Vesgo me chamava "Balão muitíssimo de exercício, mas tem de ser mo-
sem Mecha", o Zé-Lombriga, que adorava pa- .derado para não forçar o coração; se fosse a
lavras esdrúxulas, me dizia "Hipopótamo", senhora, eu tomava um instrutor particular

I para o Sardento eu era


"Peso Pesado"; mas
nunca me incomodei. Só o Pé-de-Pato me irri-
para êle. Mamãe não tomou instrutor parti-
cular nenhum e eu fiquei livre daquelas babo-

I tava: o implicante tinha a mania de fincar o


cotovelo na minha barriga e berrar:
"ô Massa-
Bruta, ô Massa-Bruta!" Eu xingava entre den-
tes: "Massa-Bruta é a mãe" e dava o fora por-
que nunca fui de brigas. Ia então buscar Nariz-
de-Gancho, meu amigo predileto. O dono do
seiras de: "Corpo ereto! Peito saliente! Bra-
ços ao alto!" como se a gente fosse boneco de
molas. Nunca mais tive de correr feito um
boboca atrás da bola que, sendo redonda, cor-
ria mais ligeira que eu. No recreio ficava jun-
to com as meninas, proseando e comendo a
armazém era o tipo do pai boa-praça: mal merenda. Fiz muito boa amizade com a filha
me via, chamava o filho: "Ó Miúdo, vem que do doutor; êle me atendia de graça, receitava
o Balofo está a te procurar!" Enchia-me os chàzinhos para as minhas indigestões e ma-
bolsos de cocadas, pés-de-moleque e rapadu- mãe se achava na obrigação de obsequiá-lo

h
í ras, enquanto piscava o olho para a mulher:
"Deixe o Miúdo sair com êle
porque êste cinco
com tortas, doces e empadas; em retribuição,
a mãe da garota recomendava que ela repar-
i
arrobas não há de ter fôlego para muita estre- tisse a merenda comigo. Muitas vezes mamãe
fi fazia duas fôrmas da mesma receita: uma
i polia." Longe das vistas paternas, Nariz-de-
Gancho pulava cercas, trepava nas árvores dos para a família do médico, outra para o consu-
pomares alheios e fazia provisão de laranjas, mo da casa; quando eu liquidava o que levara.
/
pitangas e jabuticabas. Dava tudo para mim Laurinha me dava uma segunda porção trazida
porque não era muito chegado a frutas. Eu, especialmente para mim. Grande menina.
por minha vez, não era chegado a pular cer- Além disso eu estudava sem dificuldade, ti-
// cas e trepar em árvores: gostava de brincar, nha boas notas e cada boletim semanal era
mas molecagem não era comigo. festejado em casa com bacalhoada. angu a
//
Foi uma infância feliz. As únicas desgraças baiana, feijão tropeiro, pastéis de nata e bolo
de chocolate. Minha família tinha isso de
que recordo eram ocasionais indigestões. Aí bom: nunca deixava de recompensar o mérito.
/ eu sofria um bocado: mamãe me obrigava a
passar só a chá com leite, torradas, geléia,
um nadinha de queijo; no almoço era sopa, As primeiras nuvens
purê de batatas, galinha fervida, mingau e se
acabou. Eram meus dias negros e eu sentia O ideal seria a gente ser criança toda a vida:
o estômago retorcido de fome. a infância é gostosa como um doce de coco.
O colégio a princípio me pareceu muito pu- Mas o danado do tempo não pára: eu ia crês-
xado. Mas as coisas melhoraram cem por cendo e nuvens negras começavam a surgir no
cento quando o professor de educação física meu pacato horizonte.
teve a boa idéia de sugerir a mamãe que pe- Primeiro foi a questão das roupas. Mamãe
disse autorização ao diretor para me excluir deu para resmungar que desse jeito não havia
"O dinheiro que chegasse: num mês tudo me fi-
da ginástica e dos jogos de futebol e vôlei.
menino não pode acompanhar o ritmo dos cava pequeno e tinha de ser substituído. segit.
T0Z^m
tS.
Desenhos di Milton Lr/
37
todos se
Quando
Ig^s^


unem construir
Para
^^So\
'sT^k

um lugar cada vez

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melhor viver e
X ^ para
\V

trabalhar. as
Quando
jk1 trabalhar. j^^l

emprêsas realmente integradas


integradas
empresas

na vida do contribuem
país
pais para

o objetivo comum.

£ Ê isso
por que oferecemos o Curso

de Lideranca
Liderança de Reunifies
Reuniões a

representantes de todos os setores de


>

atividade,
atividade. concorrendo o
para seu
seu I

"t^B*-^^
aperfeicoamento
aperfeiçoamento administrativo. HHH
administrativo.

Tôda
loda sabe nosso
nosso I
gente que
que

negócio é
petróleo.

\ Mas vamos um além.


alem.
pouco
GORDO e ONTINUAÇÁO

No piquenique en f iqnei só, com minha barrigona


"Se
pelo menos cu pudesse aproveitar as rou- voltarpara casa. Mas nem isso me era dado. nir a turminha. Mas sahe. c casa de
de seu ou de seus irmãos mais já
pas pai velhos! Acabava de tomar consciência de minha "casas
invo- Essas famosas de
Mas não, você faz deles,"
pobre". pobre" onde
quatro Para mim era luntária singularidade e não me atrevia a agra- a modéstia, em última instância, consiste
vantagem: eu
preferia terno novo vá-la
ganhar com outras singularidades evitáveis. Ima- no orgulho de não encomendar nada fora: a
a herdar ecalças
paletós virados do aves- os companheiros
ginei
"Esse pensando de si para si: incrívelprofusão de doces, tortas, e sal-
so e reformados. Desde eu pudins
que tinha dez Laudelino é um chato:
gordo como êle gadinhos é feita pelas mãos de dona fada da
anos, mamãe me comprava roupas de só e ainda por cima tem dor de cabeça!" Mi-
da casa, com amor, capricho,
adulto e diminuía na altura. prodigalidade e
Quando cheguei nha cabeça só doer se todas as outras
poderia ingredientes de E, acima de tudo,
aos 14 ela me levou primeira.
de loja em loja sem encon- doessem; as dos borrachudos
picadas só de- a liberdade espiritual de olhar
perde-se com
trar nada que me entrasse. Precisou mandar viam me incomodar se também incomodassem naturalidade, com olhos limpos de lampejos
fazer de medida e o alfaiate sangrava nos a todos os demais;
pre- indisposição, queimadura de homicidas, o
"Êle magro que se empanturra ao
jan-
ços: gasta muita fazenda, minha senhora!" sol, tudo o que me distinguisse, só faria acen- tar e logo se instala ante a televisão equipado
Foi então que tiveram a triste idéia de mes- tuar minha indesejada condição de sujeito di- com um saquinho de bombons e uma lata de
na comida; mamãe
quinhar por causa das rou- ferente. Marcado por um volume excepcional, castanha de caju — e continua magro.
pas, papai alegando razões de saúde. Achavam eu só tinha direito ao sofrimento coletivo, ao Segunda-feira é dia de iniciar a dieta com
que eu tinha de me contentar com um ou dois bem-estar compartilhado com todos, se não brios; terça é dia
grandes de sentir torneiras,
bifes, arroz, feijão, um de ovos, batatas tornar-me um monstro
par quisesse ostentoso e zoada nos ouvidos, cãibras no estômago, vista
fritas, farofa, chuchu, uma saladinha muito incômodo. E sobretudo, a nenhum preço, em nublada e sensação de fraqueza;
micha. E quarta, a gen-
quando eu atacava a sobremesa na nenhuma circunstância,
poderia eu repetir com te se olha no espelho, se
assusta de seu
esperança de rechear pés-
os ocos do estômago, lá a despreocupação de outros tempos a frase
"Vê? que simo semblante, demarcado, olheiroso — e se
vinha a advertência: "Ei,
Doce que é coisa me fizera proverbial: tô com fome!" vê tão gordo como sempre: o diabo do regime
você não devia nem Mas eu estava
provar!" não está adiantando nada. E aí a
crescendo, gente vai à
estudava, tinha muito desgaste. Não Segunda-feira, dieta forra e come até se fartar. Do
fosse a ponto de vista
bondade do Nariz-de-Gancho, tra-
que dos gordos, a semana deveria ser composta
zia do armazém de seu pai biscoito e caixetas de
Ninguém começa um regime no meio da se- unicamente de segundas-feiras.
goiabada cascão, até fome eu teria passado. mana e. menos ainda, sábado ou domingo, dias Bem, como Adão após a maçã, vergo-
tive
E então veio o dia do piquenique. dedicados à família e às comilanças extras. nha de minha nudez; só
A turma da que êle se tapou com
escola organizou uma excursão Entre a decisão de iniciar a dieta e a chegada uma folha de eu e

parreira precisaria pelo me-
para meninos. íamos lanchar, tomar banho da segunda-feira nos de uma vitória-régia.
próxima há um período de Assim, pois, segun-
no rio, divertir-nos a valer. Na hora de botar
despedida. A gente se despede dos da-feira comecei vida nova.
o pratos de
calção, tendo hábitos recatados de rapaz de
que mais a macarronada, o com Sempre
família, ocultei-me
gosta: pão pronta a resmungar contra o nosso
atrás de uma paineira cen-
"Ei! manteiga, os pastèizinhos feitos na hora, as so- apetite ou a troçar de nosso volume, na hora
tenária. Um
gaiato gritou: É tron-
pouco bremesas. A gente diz adeus a uma série de da dieta a família
automaticamente se conver-
co pra esconder tanta banha!" Os colegas eram "Também
pequenas liberdades e atitudes espontâneas. A te em
advogada do diabo: não pre-
muito gozadores e eu nem dei bola. Mas "psiu"
quan- liberdade de fazer ao sorveteiro que nos cisa exagerar, assim você vai acabar mas é no
do me reuni com eles fui acolhido um si-
por dias de calor passa junto de nós apregoando: cemitério!" Observam-nos com ansiedade, dez
lêncio grave, pesado, irrespirável. Alguns me "Manga,
abacaxi, chocolate, coco!" A vezes
liber- por dia perguntam se não estamos com
fitavam com espanto, outros disfarçavam e dade de aceitar o troco em balas ou a cabeça zonza ou com as
desviavam o olhar. E aquela imprevista,
pastilhas pernas bambas. Se
aquela
quando o caixeiro do armazém não tem moc- a gente tropeça no rabo do cachorro, acham
terrível nudez era mais arrasadora "Você.
que qual- das. A liberdade de estender a mão e apanhar que caiu de inanição: com essas suas
quer chacota. a umbem-intencionado
guloseima que nos dietas loucas..."
Observei os companheiros. Seus corpos "Está
pa- oferece, insistindo e gabando: uma
que é E eis que de repente pai, mãe, irmãos,
reciam feitos de uma só peça, lisa e flexível, delícia, se derrete na boca!" A liberdade de tios, avós,
onde os membros se articulavam primos e até a cozinheira começam
de modo sentar numa confeitaria para fazer hora ou a esgrimir os mais imprevistos e suspeitos co-
harmonioso. Só o calção interrompia, da cin- "Isso
bater papo com os amigos em torno do drin- nhecimentos científicos: você co-
tura às coxas, a linha inteiriça e bela, som- pode
que, do chope, do sanduíche, dos amendoins mer à vontade, ôvo não engorda" —
breada e lá lhe
aqui e ali pelo jogo dos músculos sob "Macarrão
e até do aparentemente inofensivo empurram uma omeleta.
guaraná. não faz
a pele. Sentado em atitude de monge oriental,
A liberdade de aceitar um convite cor- mal se fôr comido com outros pão. farináceos:
espiei para mim mesmo: eu era feito de "Venha,
pneu- dial: é meu aniversário, vou reu- arroz". SBGUE
pizza,
máticos superpostos, de esferas de carne
prega-
das aqui e ali, de violentos volumes mal en-
samblados. A cintura, cadê? Não tinha: ape-
nas um sulco de insondável profundidade insi-
nuado entre dois rolos. E as coxas? Sentado eu
não as via: só os
joelhos emergiam. Aliás, nem
o calção aparecia: a barriga transbordava sobre
êle e eu poderia estar nu sem que ninguém
notasse. Olhei os braços: dois presuntos unidos
ao tronco por uma formidável arruela de ba-
nha que me nascia sob as axilas. E tudo re-
coberto de pele branquicenta e malsã, côr de
aspargo cru. Eles pulavam, corriam, batiam
bola ou se jogavam no rio e eu não sabia qual
dos dois espetáculos era mais fascinante: a be-
leza de seus corpos ou a vileza do meu.
Olhando-os, compreendi um corpo não é
«_s_Z_C_s__.)í* f
que *X./A__J__s
um ponderável estorvo, um fardo a arrastar, WA c^
c-
3^
mas sim um elemento da identidade, algo que 0«(L_
integra e expressa a pessoa. ..IN./.*
Se eu estivesse sozinho teria mergulhado a •'..Li
cabeça no pasto para chorar. Sentia-me tão
embargado de sofrimento que pensei até pre- '// •¦/¦

-y/U i?^A''---?'''
textar um dor de cabeça para isolar-me ou / A} \Çm\\Sâà i w' *

39
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V i

criamos a certa...
Para poltrona
pessoas

Assim são os modêlos da Linha


Cada detalhe foi cuidadosamente
...pois cada tem uma
pessoa

apoio os Rema, da Giroflex:


de confôrto estudado: o
concepção diferente para

moldado, os simples, funcionais, harmoniosos.


devido braços, o encôsto
em matéria de
poltronas, "designer",
Criados nosso
foi rodízios <m e utilizamos por
a anatomias diversas. E

outro o Prof. Catedrático Amo


rios madeira, nenhum
exatamente êste fato pois
que

enquadra-se tão Votteler, correspondem


a material
levou a criar
poltrona

modernos. às exigências atuais E o


certa. bem nos ambientes padrão
Giroflex, anatômicamente

é a Giroflex.
qualidade

O correto assento anatômico...

gmofíax

na# boas lojas de equipamentos de escritórios


Sòmente
GORDO. ONTINIIAÇAO

Com regime, perdi nns quilos e ganhei pelaneas


"Coma
bastante truta, tem vitamina e ema- dir alívio. —
Êle me dava sedantes e mais assexuado quem as mamães zelosas confia-
a
grece". Ora,
após devorar uma melancia inteira tiroide. Dentro de mim ocorria a fissão do vam sem susto seus precisos rebentos. Eu era
"esquecia"
eu facilmente que estava em dieta átomo, estalavam reações em cadeia, eu era o biombo que as safadinhas usavam para seus
e reclamava meu rico melado com banana: afi- uma bomba de "Ora,
tiróide-hidrogênio de vários encontros amorosos: mamãe, que é que
nal. banana também é fruta. milhares de megatons. tem? Eu vou com o Gordo!" O confidente, o
O humor andava sinistro: eu não Perdera três
quando quilos e meio quando se cons- leva-e-traz, o inocente útil dos namoros e ba-
estava implicando ou "pão",
puxando briga, deixava- tituiu um conselho de família. Após longas deli- dalações alheios. Se eu fosse um se aca-
me estar num canto, muito jururu, com o es- "assim
berações, ficou decidido que não dava nhariam de me chamar e convidar eu podia
tômago e a mente vazios e o coração cheio o eu estava emagrecendo
pé"; pouco que era pensar que estavam dando em cima. Mas, sendo
de sombras. O rendimento escolar diminuía: à custa da sagrada do lar. Afinal,
paz eu não um gordo fraterno, eu não iria supor nada. . .
eu não tinha mais ânimo para estudar. Rompi queimava, nascera para ser
gordo gordo e fi- Pois bem que eu supunha, sim. Bem que
relações com meu melhor amigo: Nariz-de- caria; mais valiam 90 quilos de placidez que eu abrigava esperanças e espreitava a oportu-
Gancho simplesmente não entendia seus 87 de mau Abandonei o extrato de ti- nidade
que gênio. de tirar minha casquinha. Então gordo
— as cocadas, as latas
presentes de doce, as róide e relaxei a dieta. Três semanas depois, não é homem?
rapaduras — se haviam tornado inoportunos;
quando recomecei a dormir e a tornar-me uma A velha falava, lisonjeava, desmanchava-se
eu os recebia com raiva, e avidez. Depois de criatura tratável, já aumentara sete em
quilos. gentilezas e me dava de comer. Trazia
comê-los, em vez de agradecer, batia nele. enormes bandejas de sanduíches só
para mim,
Em dois meses consegui um
perder quilo O irmãozinho punha
os
doces ao alcance de minha mão. Ao
e oitocentas gramas. Por fraco resultado sa- tinham
jantar tido um excelente frango ao mô-
crificara a alegria de viver. Iho pardo, sobrara mais da metade,
Os
primeiros tempos de universidade me quem sabe
trouxeram uma gratíssima surpresa: apesar da eu queria provar? Acompanhei-a à cozinha;
A revelação de raiva pensei abraçá-la só para mostrar-lhe
gordura, eu tinha êxito com as moças. Rece-

"Assim biam-me de braços abertos, estalavam-me bei- que mesmo um rapaz que não queima pode
Foi então que papai deitou energia: ser fogo na roupa. Mas a coroa era delgada e
jos nas duas faces, gostavam de minha com-
não vai. Esse menino tem de consultar um ágil, escaparia facilmente e eu iria estatelar as
panhia, pediam-me que as levasse
e ao cinema
especialista e fazer um tratamento sério." banhas contra a
às festas onde os pais não lhes permitiam ir porta do refrigerador, produ-
O especialista, quando me viu sem roupa, zindo um ruído fofo. Comi o frango de cabi-
sós. Abriam-se comigo, contavam-me intimi-
fêz cara de nojo. Entre êle e a enfermeira dei- dela requentado de
dades e solicitavam conselhos. Também os ra- (estava chupar os dedos!)
taram-me, apertaram-me o nariz com umapin- e a mim mesmo
pazes me apreciavam: por meu intermédio jurei que segunda-feira sem
ça, meteram-me na boca um tubo que, no falta eu começaria, não uma dieta para ema-
mandavam recados e bilhetes às namoradas,
outro extremo, encaixava num cilindro. Ao mas um de nordestino.
propondo entrevistas, tentando conciliações. grecer, jejum
ritmo de minha respiração, o cilindro subia e
Eu era o Gordo-boa-praça, sempre rodeado e
descia e uma
pena invisível ia traçando uma
querido por todo mundo. A via-crucis
linha quebrada num papel.
Foi a mãe de Heleninha que me abriu os
Findo o processo o doutor examinou o pa-
olhos. Heleninha convidara um grupo de cole- Já lá se foram há muito os belos tempos da
pel, apanhou uma régua, fêz cálculos e, por
"Metabolismo gas em sua casa e a velha fêz questão de saber Universidade. Cheguei à idade em que se corre
fim, lançou o veredicto: baixo.
qual era o Laudelino para cumprimentá-lo e perigo de enfarte — e os médicos vivem me
Seu organismo não queima o que come." agradecer. Fiquei pasmo: agradecer o
quê? O falando nele como corvos agourentos. Estou
Senti que uma nova perspectiva se abria
fato de sair com a moça mais bonita e popular praticamente diplomado em dietas, cada vez
para mim: eu já não era o glutão, o devorador da faculdade? Explicou-me que tinha a maior surge alguma nova sou o da
que primeiro
de três galinhas de uma assentada só, o gordo
confiança na filha mas sabe como é, o
pessoal fila.
por gulodice e desídia: eu era uma pessoa que é muito venenoso, moça sai sozinha com Fiz
que a hipocalórica: se um adulto ativo
não queimava. Minha tinha fundamen- gasta
gordura rapazes dá falatório, ficam dizendo ela
que é 2.000 calorias diárias e ingere só mil, tem de
tos científicos, o que a tornava muito menos "solta",
que os pais não ligam. tendo Nâo emagrecer. Passei a comer feito um
humilhante, além de acenar com a possibili- passari-
irmãos, era uma sorte que Heleninha tivesse nho; no escritório, enchi as de alimen-
gavetas
dade de soluções científicas.
encontrado em mim o perfeito cavalheiro que... tos concentrados: envelopes disso, biscoitos da-
Comecei a tomar os comprimidos de extrato
— patati patatá. quilo; todas as vitaminas necessárias e só mil
de tiroide que o médico
prescreveu sem
Fêz-se luz em minha obtusidade. Sucesso, calorias. Perdi vários
dispensar a dieta. De incombustível que era, "irmão
quilos, ganhei pregas e
ha ha! Eu era o mais velho", o par pelaneas, vivia sem força. segue
tornei-me explosivo; a tiroide me instilava
TNT nas veias, eletricidade nos nervos, trepi-
dação nos músculos, fei na mente. Passava as
noites em claro, caminhando de um lado para
outro, excitado demais para deitar-me. Se ai-

guém me pedisse que pisasse sem fazer barulho

para não perturbar os que dormiam, eu me


saía com
quatro pedras na mão. Impossível
aproximar-se de mim, eu emitia chispas. De tão ^^^J0Ms\
tenso podia respirar direito:
nem só a muito __L e' " ~T ^
AA ssa5b_y^-ílrafl
custo conseguia fôlego para provocar, insultar,
Bflb "^^ J flflr^ (Mm
brigar.
^
As antigas alcunhas, com as quais eu estava
tão familiarizado que até me pareciam cari-
nhosas — o Gordo, o Balofo — foram
pau-
latinamente substituídas por um epíteto mor-
dente: o lusuportável. Os amigos se afastaram,
os irmãos tratavam prudente de manter uma
distância, empregadas se despediam de ma-
as
"Se
mãe chorando: fosse pela senhora eu fi-
cava, a senhora é tão boa! Mas é o moci-
nho: não agüento mais êle."
Eu mesmo já não me agüentava. Insone,
opresso, dispnéico, irritadiço, ia ao médico pe-

41
gordo

123 kg

peso

feijoada; era coisa


dia houve uma
Um belo

faltar. Lá se
e eu não podia
de compromisso

meses de sacrifícios.
água abaixo dois
foram

alimentos ca-
descobri existem
Depois que

digerir 100
Ê muito simples: para
tabólicos.

coisa, o organismo gasUi


de qualquer
gramas
50 calorias. Comendo
ou menos umas
mais

têm aproximada-
100 de massa, que
gramas

superávit de 450; mas


500, fica um
mente

so tem 20, resta um


comendo espinafre, que

Para cobri-lo, o orga-


déficit de 30 calorias.
r''
Ao bôlso do Aos
I1"™ ¦)/)
W/} ¦* nismo recorre a povo?
J* irTHlU^^I que?
¦HWI 1™~
Não; a suas próprias
empréstimos externos?

algum tempo de-


de banha. Durante
reservas

alface, agrião, chicória,


diquei-me a
pastar:

dentro e fora. No
couve, até ficar verde por
por

a tal contagem de
fim cheguei à conclusão que

frívola: não catabolizei


calorias é matemática

nada.

saber os vege-
Só mais tarde vim a por que:

muito hidrato de carbono


tais folhosos contêm

ingerindo hidratos de
e ninguém emagrece

A idéia de são as calorias que


carbono. que

é superado. O
engordam que
já preconceito
4,C": de choques.
impermeável, antimagnético, à prova
Cronômetro Omega Constellation automático, estimulado
engorda é o ácido perúvico que,
0 ouro. Também em aço inoxidável.
Caixa e pulseira folheadas
dos HC, impede a Em-
consumo queima.
pelo

c ácido na base
a luta contra perúvico
preendi

e animais, tudo em
suíça: de óleo de milho proteínas
da (
O mais alto
grau precisão
Não me queixar
grandes quantidades. posso

m
Omega Constellation inteiras, bi-
cronômetro dessa etapa: comia galinhas quatro

castanhas; só ti- t
fes, batatas fritas, maioneses,

evitar os fatídicos hidratos. Mas eu era


nha de
suíça de cronômetros é de
uma constante fon-
Você terá
a muitas festas, serviam drinques
convidado
beleza Omega Constellation.
te de na per-
prazer — cem
e vocês sabem o álcool tem por
simultâneo. Ome- que
Constella- Um prazor
feita do Omega
de HC? A é insubornável: seis
"C". cento química
tem tanto orgulho de seu
Sua delgada caixa ga
tion
batidinhas neutralizam a dieta de uma semana.
Constellation você
seu luxo dis- quanto
arredondada,
com 118 e acabei com 123.
Comecei quilos
mesmo. Como disso,
seu soberbo acaba- prova
creto,
dizem está dando muito bons re-
O que
a você um que
naturalmente, sua entrega passapor-
mento e,
sultados, atualmente, é o sistema macrobiótico.
aceito em 163 a
.. tu- te países:
incomparável precisão.
"C" TmeBcoI vietcongs comem só um de arroz
Os punhadinho
Garantia Internacional Ome-
faz do Constellation iUM ¦ •. . JWMWi.W'imi
do
integral e umas algas, têm aquela energia bár-
um ano), com
definitivo. A todo (válida por
um ga
prazer os nutricionistas
Omega bara e são esbeltos. Vai daí,
a assistência do Serviço Mun-
Constellation fabri-
Omega
- começaram a assuntar e descobriram nôvo
cronometrista
de dial de Manutenção Omega,
cado é conferido o diploma
regime baseado em cereais integrais. Já tenho
"cronômetro", vida. ojicial
a cita- ao seu dispor tôda
com por
"resultados todos os dados, segunda-feira começo com a
das Olimpíadas
suprema de
ção
macrobiótica: não custa experimentar.
no México
bons". Mais
particularmente lado de tôda a história é arran-
O O róseo que
em 1968.
da metade da atual
produção
um alfaiate habilíssimo e nada careiro: suas
jei
2
OMEGA roupas disfarçam a caem bem e êle
gordura,

não esquece dc deixar bastante fazenda nas

costuras, dúvidas. Um exce-


excepcionais modelos Omega: pelas profissional
Outros

lente, seu único defeito é ser distraído. Já lhe

expliquei várias vêzes não sou economista,


que

mas cada vez êle me vê com certo


que pergunta
i "Como
arzinho de troça: é, conseguiu con-

trolar a inflação?" Acho êle me confunde


que

com alguem.

OMNA QUADRADO SIAMASTIR


CONSTIUATION

Oficial Automático ou corda ma- O relógio-esporte mais


Com Certificado de pro-

Impermeá- nual. Modernas linhas, curado do mundo. Imper-


Cronômetro.

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por
1

_ JIL

v ^Orlonf
/

¦ - o lançamos
aLJk
Quando

notamos era tão mado e tao

que

leve o recomendamos

que quase

apenas roupas de bebês.

pana

Mas nao deu:

JflHk

As mulheres
a|||H

seencantaram
encantaram -fir

I)
oom Orion.
COm

Experimente a mão
passar
"Orlon".
numa roupa de E uma

"Orlon"
delícia. Porque é o

tecido mais macio existe. Em


que

dos seus dois tipos,


qualquer

High-Bulk, o
para

inverno, e Light-Weight, o verão,


para
"Orlon"
é leve, não amarrota nem

a forma. E cores
perde que

vivas, firmes! Não é de admirar


que

as mulheres fiquem mais bonitas

"Orlon".
com E é
justamente

isso elas resolveram fazer


por que

concorrência aos bebês.

conhecer outras
Para
"Orlon",
vantagens de é

"Orlon"
fácil: está à venda

em todas as boas

lojas e boutiques.

M*»C* «tülil»»0»

é fibra acrílica DU PONT


Orlon" produzida pela
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não acredita. Carioca acha é o fim


Paulista
que

diz é um lugar onde


do mundo. Cearense
que

de bode amarrado na
a bandeira é um couro

Carlos Aze- «
de uma vara. Mas o repórter
ponta

Luigi Mamprin um
vedo e o fotógrafo
pegaram

dois mil através-


e viajaram
jipe quilômetros,

sando campinas e caatingas mostrar


para que

EXISTE
o puni

45
n
encontro da o
O V
veio v
voando ao
poesia
progresso

PIAUÍ CONTINUAÇÃO

é aquela espécie de meia-lua o Caravelle da


que Cruzeiro do Sul des-
que
Piauí onde Bahia e
principia Goiás terminam cia em Teresina, inaugurando uma nova

e se estende o Norte até o mar, escala.


para

cercado à direita Ceará e Pernam- No botequim do aeroporto,


por Cecé co-

buco, à esquerda Maranhão. meu cuscuz e tomou


pelo Nessa mirinda refri-
(um

região o Nordeste começa a ser Amazô- de laranja).


gerante Era o fim do dinhei-

nia, isso o Piauí é uma mistura ro


por de que ganhara manhã, vendendo
pela

agrestes secos, caatingas, chapadas, ser- o O Dia. A estação


jornal de
passagei-
ranias e um de floresta. Ali, ros, um barraco de madeira
pouco cha- (a nova es-

ma-se inverno o tempo das chuvas, tação está em construção), estava lotada
que
vai de dezembro a fevereiro. resto e ainda havia muita a
O do fora.
gente Quando
ano, o tempo da sêca, é o verão. se ouviu o ronco do avião, Cecé esta-
Quan-

do chove, chove mesmo, chegando va encarapitado no alto da


a cadeira de

a lavoura. Então, todo o Es- engraxate do aeroporto, com


prejudicar junto Fran-

tado —
território de 250.934 cisco, é o dono dela. O ruído era
quilôme- que

tros maior a Grã-Breta- forte demais, a multidão até se


quadrados, que calou

nha — um
formado de extensas chapadas instante intimidada, mas logo vol-

onduladas, se veste de verde-claro e fica tou a se agitar e a murmurar viu


quando

só a lembrança do tempo em tôdas o Caravelle aterrissando, t de farol aceso.


que

as coisas são cinzentas. Pouco depois o avião em


parou fren-

Piauienses — te do
ou como dizem, barracão e desligou os reatores.
piauís,

— Dom Ratinho viu um sinal em Teresina: o progresso


progresso
gozando, os seus vizinhos são um mi- Então ouviu-se o e duas
povo gritando

lhão e 400 mil descendentes de mil invadiram a A Polícia £


pessoas, pessoas pista.

índios, negros, e italianos. não tinha não houve soldados


portuguêses previsto,

O crescimento demográfico é alto: as impedir. O comissário de bordo


para ia

famílias têm de 5 a 12 filhos e dois ter- abrindo a do avião, mas


porta quando

dos habitantes têm menos viu o tropel trancou-a de nôvo,


ços de 18 assusta-

anos, mas só há escolas do. De suas tripulantes


primárias janelas, e auto-
para

150 mil crianças. Assim, três ridades convidadas o vôo viram,


quartos para

dos são analfabetos. Milhares arrepiados, o abraçar


piauienses povo e beijar o

estão doentes, os 13 hospitais, Caravelle.


pois os

50 de saúde e os 32 de assistên-
postos

cia médica são insuficientes tratar
para o
progresso,
de todos. Além disso, tanto as escolas
é o
progresso!"
como os hospitais se concentram nas zo-

nas urbanas, e 80% da vive


população
Voltando a cidade, no meio
no campo. para da

multidão alegre, Cecé ouvia os comen-


As cidades maiores são Teresina,
que
tários:
tem crescido muito ultimamente,
(está
Se
o Caravelle desce aqui é
com cêrca de 180 mil habitantes), por-
segui-
o Piauí está
da de Parnaíba, Campo que progredindo.
Maior, Picos e
É
o é o —
Floriano, tôdas com cêrca de progresso, progresso
60 mil.
repetiam todos.
A terra está mal dividida: ou latifún-
Cecé também estava satisfeito e anda-
dios criação de ou minifún-
para gado,
va atento escutar
dios impraticáveis a para poder mais.
lavoura. O
para
Como um corso, a ia
é a maior riqueza do Estado. Mas gente passando
gado
através do bairro do Aeroporto,
há também cabritos, carneiros com
e
porcos.
— seus ranchos de taipa amassado
A agricultura algodão, arroz, (barro e
feijão,

— palha), muitos dêles construídos recen-


cebola, alho e cana-de-açúcar tem
temente, enfileirados, silenciosos
crescido ultimamente. e sem
A extração da
luz. Mais adiante a
cêra de carnaúba, do paisagem mudava:
óleo comestível de
casas de tijolos de côres
babaçu e tucum é uma indústria pintadas ale-
em de-

depois as lojas comerciais, as


cadência. Mas nesta terra, gres, sor-
é uma
que
veterias ficam cheias
das mais da América que nos dias de
pobres Latina, an-

calor, as igrejas sempre brancas, o


da acontecendo alguma coisa. palá-

cio do as repartições
govêrno, públicas.

Tudo isso em ruas mal calçadas,


praças

abandonadas. E, em volta de toda a

área urbanizada, outros bairros iguais

àquele do Aeroporto, cresceu


que ràpi-

Teresina reeebe damente: a Vermelha, o Alto do Bode,

a Vila Operária.

avião eom beijos Cecé não sabe bem se o crescimento

dêsses bairros significa


progresso. Outro

Aquêle foi um domingo o dia êle engraxou


grande para os sapatos de um técnico

engraxate Cecé À tarde viu da SUDENE


(Sebastião). não estava
que gostando.
seu time, o Flamengo, dar a sur- Dizia
quinta a de Teresina estava
que população
ra consecutiva no antigo campeão, o Ri- aumentando demais, causa da mi-
por
ver. E à noite foi ao aeroporto ver o vem do Ceará, Maranhão
gração: gente

Caravelle chegar. Era a vez e do interior. segue


primeira

46
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Vaqueiro no Nordeste
piauiense lida com um boi livre ligeiro e É muita experiência
fujão. preciso para pegá-lo.

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O I n
boi é livre mas o vaqueiro é forte e valente

PIAUÍ CONTINUAÇÃO

"Não
O homem reclamava: se
pode Então resolveu ir trabalhar um na.
pouco
nada assim. Complica o abaste-
planejar da rua, iluminado luz do
porta pela pos-
cimento, falta água, e energia elétrica te. Ficou ali fazendo ratinhos e aranhas,

nem se fala. Não há hospitais e escolas equipados com um carretei e um


que,
agüentem."
que elástico, saem correndo. Depois deu uns

Já era madrugada Cecé che-


quando retoques nos seus bonecos de
papelão,
em casa. Estava cansado, através-
gou fantoches se movimentam
que quando
sara a cidade todinha a desde o Aero-
pé, se os barbantes têm nas cos-
puxam que
até o bairro da Vermelha, onde
porto tas. A figura dos bonecos é montada

mora. Nem fome sentia: o de fei-


prato com recortes de revistas' e o resultado é

Ur W Ea com maxixe sua mãe lhe havia


jão que um trabalho de
quase pop-art.
deixado ficou em cima do fogão. Ante- Mas naquela noite êle não estava bom

cipava o negócio ia fazer na


grande que o trabalho, tinha ficado inquieto
para
manhã seguinte, ficando em frente do como nos tempos em viveu inter-
que
Hotel Piauí engraxar os sapatos dos
para nado no sanatório doentes mentais.
para

prósperos do Caravelle. Dei-


passageiros Guardou os bonecos carinhosamente

tou-se na sua rêde nas


pensando gorje- numa cesta e um lugar vago na
procurou
tas o lhe trará.
que progresso cheia de inscrições
parede, proféticas.
"Vi
Com um carvão escreveu: um sinal

O sonho no céu, se a bomba não cair, o


pro-

chegará."
gresso
do arcebispo
¦HSHB

Dom Avelar, o arcebispo de Teresina,

viera no Caravelle. Estava voltando de

uma viagem de 15 dias Estados


pelos

Unidos. No aeroporto, deu entrevista à


No Centro-Leste,

estação de rádio católica:

O
o Piauí é de desen- fértil
que precisa o vale


volvimento dizia êle.

Dom Avelar sabia o o espe-


já que o fotógrafo apontou a máqui-
Quando

rava no regresso: a mesma fila de


gente na seu lado, Raimundo estremeceu.
para
de todo dia, em frente de sua casa.
pobre Olhou bem sério. A máquina disparou,

Cada com um insolúvel


qual problema aproximou-se revoltado:

êle remediar. Ê
que procura só uma fotografia.

Um veio melhor sorte Mas velho,


que procurar eu sou um homem car-

na Capital e agora não tem nem regado de filhos, não faça isso comigo,
jeito

de voltar casa. Outro com doença não.


para

incurável. E os aleijados, as viúvas cheias


O fotógrafo foi embora e Raimundo

de filhos, as crianças abandonadas. A


ficou no meio da feira de Pi-
parado
todos êle vai ajudando sa-
preocupado, cos, 350 a sudeste de Tere-
quilômetros
bendo êle não resolver os
que pode sina, no Centro-Leste do Estado. Estava
"Só
"Por
o desenvolvi- —
grandes problemas. angustiado: logo eu?"
que pen-
"Sou
mento", êleí tinha dito. Mas dom Ave-
derrubam, o rabo
rabo. sou. alto e forte, mas estou velho
Na corrida, eles o puxando-lhe
puxando4he já

lar não é in-


pessimista: ir à Foi apressado se
••• para guerra."
Investimentos sendo feitos.
estão
| formar com Edilberto, o cearense comer-
. «
Logo virão as indústrias e com elas os
ciante de rêde tem lojinha na es-
que
empregos. riu
homem de saber. Edilberto
quina,
E então, êste se tornar
quando povo de suas
preocupações:
os centros sociais du-
produtivo, que Você vai a não,
• não guerra
* $3 para
rante 11 anos êle vem montando nos
V.J seu Raimundo. É retrato uma re-
u. para

bairros escolas, cursos
pobres profis- vista do Sul.

sionais e poderão
prontos-socorros E
o retrato é de
"Preparar graça?
alcançar sua finalidade: os ho-
É você vai nada e
sim, não pagar
mens, salvá-los a sua vida na Terra."
para na revista.
sabe sai sua cara
quem
Encerrando a entrevista, o arcebispo
Raimundo afastou-se intrigado. Seu

avistou os cabelos brancos de seu velho


dia estava alterado. Precisou até forçar

motorista, no meio da multidão. Segu-


a memória lembrar onde amar-
para
rando a batina com a mão, êle avança
'.«•«» {g rara o com o de
jumento jacá galinhas
tímido a Rural-Willys: vai ao en-
para
e a cabritinha fumaça, trouxera
que para
•M >*•". contro dos seus
í; p: pobres.
vender na feira.

Picos fica de Pernambuco e eco-


perto
Um sinal
nômicamente depende do Estado vizi-

"o
no céu nho. O município é chamado celeiro
;¦ ¦

de Piauí". Em vales férteis,


protegidos

O barulhão o Caravelle fêz morros altos e planaltos,


que preo- por pequenos

Dom Ratinho. E o alari- o solo conserva mais tempo a umi-


cupou bastante onde

mais tarde dade, se cultivam algodão, alho, cebola,


do do pela
pessoal passando

frente de sua casa deixou-o com insônia. arroz, feijão e cana-de-açúcar. segue

49
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¦-/••ffiB^n,

O VOLKSWAGEN DO BRASIL S A

Agora o Karmann Ghia está 16HP mais perto dêb.

Mas não se assuste. Em compensação, v. poderá E o motor tambem vai ajudá-lo


Nenhum carro de corrida vai ver mais paisagens em menos tempo. quando v. estiver curioso para ver o
ser alcançado pelo novo Karmann Ghia. E com aquela vantagem do outro lado de uma montanha.
O motor 1.500 apenas o tornou um motor refrigerado a ar: nunca precisar Em menos tempo v. estará vendo
carro mais esportivo. parar para colocar água. todo o panorama lá de cima.
E não um carro esporte. Quando a paisagem na sua frente fôr Com os 16 HP a mais, o Karmann
A velocidade máxima aumentou em a traseira de um caminhão, v. pode Ghia ficou um pouco mais
alguns quilômetros por hora, trocá-la mais rapidamente. ¦ perto dos carros de corrida.
e isso, naturalmente, vai fazer as O motor responde no Mas não se preocupe.
paisagens passarem um pouquinho mais mesmo instante em que v. pisa no A distância ainda é bastante
depressa. acelerador. grande.

\
n

Sem técnica, depende do burro


Raimundo

Piauí vê no herança, no Piauí sem igual, da arquite-


O dessa Atraí- tou casa, montado pu-
PIAUÍ pouco produção. para jumento,

nos doutores tura religiosa dos de lá se


dos melhores oferecidos xando a cabrita e jesuítas, que
CONTINUAÇÃO pelos preços pe- pensando
"Essa
los comerciantes e naquele fotógrafo da feira: terra foram há dois séculos, expulsos
e pelo
pernambucanos pela

excelente mais novidade." marquês de Pombal. Em volta da cidade


estrada vai o outro cada dia tem
que para

também ficaram as 39 fazendas da Or-


Estado, os atra-
plantadores piauienses

dem, à do
vessam a divisa (a fronteira, como êles que passaram propriedade

Estado, e, desde então, estão abando-


dizem) e vendem suas mercadorias do

lado de lá, sempre sem nem mes- nadas.


quase

mo imposto, causando Vivendo ali, no meio das casinhas co-


pagar prejuízo
— vermelhas, azuis, ro-
imenso ao Piauí. Oeirasvive loridas brancas,

— ruas cal-
sas e verdes andando
Raimundo não sabe de nada disso. O pelas

isolada de onde cabritos e meni-


êle sabe é tem uma terrinha na quase çadas pedras,
que que
nos brincam Raimundinha espe-
encosta do Buraco Sadio, um juntos,
grande
Da vida, Raimundinha não mui-
pede rou. Faz seis anos Antônio voltou,
vale entre serranias, onde faz suas que
plan-
to, sua sorte-grande ela os
já ganhou: tranqüilo como na Trazia o
e uns animais leva todo partida.
tações cria
que estudar
moços saem do Piauí
que para de contador incompleto e dois so-
curso
sábado à feira de Picos. Sabe o tem-
que
nhos: casar com Raimundinha e dina-
da chuva é curto, e
po que precisa plan-
mizar a sorveteria do irmão. O
a primeiro
tar cedo e colhêr cedo,
pois primeiro
realizou logo. Já tem dois filhos. Mas o
água demais atrapalha a colheita, e de-

segundo foi impossível. Em Oeiras não


vem a sêca mata tudo, trans-
pois que
há o dinamizar: das 300 mil
em que pes-
formando aquêle verde das encostas

soas da região, 87% vivem no campo,


rocha nua, cinzenta, onde as cabras e

de uma agricultura de subsistência
caçam embaixo dos
jumentos plantinhas
magras roças de arroz, feijão, milho e a

pedregulhos.
criação de alguns e cabritos.
porcos

90% são analfabetos, apesar de existi-

rem na cidade dois uma escola


Água existe, ginásios,

normal e cinco escolares. Na


grupos
é só furar
zona rural não há escola alguma,
por

isso o índice de analfabetismo não baixa

Êle ignora nunca.


que pesquisas geológicas já

descobriram no subsolo do Piauí len-

d'água como só existem em raras


çóis
Frei luta
V -
regiões do mundo. Raimundo desconhe- ^w

contra fome
ce a sua derrota, a derrota
que que

anual do seu diante da natureza


povo

não tem nada de inevitável. É uma sim- Casado e decepcionado com a


pri-

de técnica: basta furar os meira tentativa de dinheiro,


pies questão ganhar

como se tem feito em alguns lu- Antônio de um emprêgo. E


poços, precisava

a água muitas vêzes conseguiu: hoje êle é o responsável


gares, que jorrará, pela

espontâneamente, sem ajuda de bombas, cooperativa de consumo da ANDA

formar riachos coisa Associação Nordestina de Desenvolvi-


para perenes, que

Raimundo nunca viu, nos seus 55 anos mento Agrícola, um de colônias-


projeto

amanhando aquela terra escola camponeses, idealizado


piçarrenta. para pelo

bispo de Oeiras, frei Dilkenborg, e fi-


Ültimamente sua vida anda compli-

nanciado da Alemanha
cada. Uns doutores apareceram no ran- pelo govêrno

Ocidental. O do bispo é transfor-


cho negócio: êle arran- plano
propondo que
Em Picos, o camponês vai à fei-
que mar os camponeses em trabalhadores
casse todos os de algodão e na
pés pró-
ra. O carrega as mercadorias. reuni-los em coopera-
sementes de outro jumento mais
xima safra produtivos,
plantasse "melhor
tivas segundo êle, ali-
tipo, segundo diziam, era melhor. para que,
que,
mentados ser melhores cristãos".
Êles ainda as despesas. possam
lhe pagavam
"Será
Raimundinha também trabalha a
Raimundo ficou muito na dúvida: para

vai agüentar o clima?" ANDA, é a contra-


êsse algodão primeira professora
que

tada a fazenda-escola, se cha-


Os homens, eram da SUDENE, ga- mas que
que no Sul não costumam voltar mais, para

sim, não tinha agüen- — ma Santa Rosa, e fica a 45


rantiram pois oito anos quilômetros
que Antônio voltou. Durante

— sete léguas, dizem os da


tado no sertão de Pernambuco? cartas (a piauienses)
em êle lhe mandava raras
que
cidade.
Explicaram-lhe o algodão do ela o esperou, indo à igreja de manhã,
que

No domingo em o Caravelle da
tem fibra curta, de má lecionando à tarde no Grupo Escolar e que
Piauí qualidade,

do Sul descia vez


com a do central de Oei- Cruzeiro pela primeira
e concorrendo produção dando voltas
que pela praça

no Piauí, Antônio tinha vindo Oei-


resto do Nordeste, de algodão me- ras, à noite, antes de a luz apagar (a para

ras, com Raimundinha e os filhos. Pre-


baixa-lhe o Isso é compli- energia elétrica é cortada às dez).
lhor, preço.

cisava visitar sua mãe e conversar com


Raimundo, mas os onde os dois nasce-
cado para já que Oeiras, a cidade

as 18 leigas estão fa-


homens as despesas, na do Piauí. Fica professoras que
pagam próxima ram, é a antiga capital

zendo um curso de aperfeiçoamento


safra êle vai experimentar. no centro do Estado, 100 a
quilômetros
lecionar em escolas rurais. O curso
ca- oeste de Picos. Para chegar lá, no in- para
Depois de vender as (a
galinhas
As môças estão hos-
interessa à ANDA.
oito mil verno, os automóveis atravessam o rio
brita não conseguiu, pois pediu
— um casa-
no Hotel Central
e o máximo Canindé de balsa, empurrada a varão. pedadas
cruzeiros velhos ela que
por
rão branco, de alta cumieira e
vão paredes
cinco mil), comeu No verão março a novembro)
lhe ofereceram foi (de
de taipa de meio metro de espessura (di-
bode Piauí leito sêco do rio, mesmo. Assim,
um de carne de (no pelo
pedaço
dentro das há troncos
zem paredes
cuscuz e café, meio isolada do resto do Estado, Oeiras que
ninguém diz cabrito), com

vol- antiga é bonita, mantendo a inteiros de carnaúba). segue


e fêz suas compras. Ao meio-dia se conserva

51
V. sabe NOVA YORK
também que os LOS ANGELES

jatos da Pio- México!


neíra voam aos MIAMI

Estados Unidos,
PANAMÁ
fazendo termi- RAÇAS
nal em Nova LIMAI
York, Miami ou SAO PAULO*
* Los Angeles.
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^fijriangujar*_da_
*tem conexão —zzzd
A crise da carnaúba f êz muita 01
gente partir

Os brancos também, com das nem cêrca têm. fazer não o imposto devido, seria
PIAUÍ quartos, piso Quem quiser paga que

de têm como único mobiliário roça e colhêr alguma coisa, faça o a maior renda do estadual (com
CONTINUAÇÃO pedra, que govêrno

uma mesa e os as rêdes. cercado Fazendeiro não o nôvo imposto de circulação de mer-
ganchos para primeiro. paga
'cadorias,
Depois do almoço, em tinham ser- estrago seu boi faz em roça alheia. o federal im-
que que govêrno pretende

vido arroz, feijão, carne de vaca, de estas sangrias econômicas).


ga- Por isso, de norte a sul, toda rocinha pedir

linha e de bode, e sobremesa de doce de se vê varas Sinhôzinho ainda não sabe, mas o
é cercada com trançadas go-
que

buriti, as môças liam e ouviam discos ou de é vêrno de seu Estado, tentando defender
pedaços pedra, pois pedra que

de Roberto Carlos, no refeitório. Antô- não falta no Piauí, e arame sai muito o rebanho e estabilizar o abastecimento

nio conversou um esaiu caro. A liberdade do um das cidades, está construindo em Cam-
pouco pensativo: gado parece
"Será
elas imaginam a responsabi- direito adquirido, boi se Maior, com ajuda da SUDENE, um
que o estabe- po
pois

lidade estão assumindo em troca do leceu o Piauí era ape- frigorífico, com capacidade abater
que primeiro, quando para

salário-mínimo?" nas os fazendeiros das 300 bois dia. Começará a funcionar


pastagem para por

Oeiras estava Sol. An- margens do rio São Francisco. êste ano e vai começar com os
paralisada pelo preços

tônio andou depressa até a sorveteria do oferecidos comerciantes dos Esta-


Outra característica as fazendas pelos
que

irmão, aquela um dia êle em dos vizinhos. Mas os técnicos


que pensou ainda conservam: próprios
piauienses grande par-
"estü-
dinamizar, e uma cerveja vive têm suas dúvidas à sua
pediu te dos não lá. Moram quanto produti-
proprietários

no Há dois vidade:
pidamente gelada". em Fortaleza, Recife ou Sul.

— o maior tra-
Durante muito tempo

balho do frigorífico será educativo. O

atual rebanho não sustentará nem a me-

tade da capacidade de abate. Será


pre-

ciso melhores, intro-


preparar pastagens
No nordeste
duzir de raça do Piauí, que
gado para

o melhore em
plantei qualidade.
o boi m
manda

Sinhôzinho trabalhou o dia inteiro de-

baixo de chuva, recolhendo bezerros re-

cém-nascidos. Agora estava esparramado

nor
AonorteoSol
— e 85 de altura, 90
1 metro quilos

— uma cadeira de couro


de sôbre
pêso
não brilha m
mais
de bode. Nos da ainda
pregos parede,

molhados, estão sua as calças,


perneira,
Pedro trabalhou tanto cortando
palha
o e o chapéu de couro.
gibão (capote)
de carnaúba, o corpo erecto, os braços

Hospitaleiro, servira cachaça e


já pe-
esticados o alto empunhando o va-
para
daços de os visitantes e os
queijo para
rejão com a foice, o Sol cozinhou
que
antes do de arroz
peões, jantar galinha,
as de seus olhos. Agora, Pedro
pupilas
e feijão. Todo o estava conver-
pessoal brilho do
está sempre do
protegido para
sando na varanda serve de
grande que
Sol: tôda luz êle vê é sempre como
que
sala de e dá um
jantar que para pátio
a do entardecer.

onde 20 bezerros estão dormindo e onde,


Foi ao meio-dia, o se-
de trabalhar

manhã, se arreiam os cavalos. A fa-


pela —
nhor sabe como é êste Sol explica

zenda êle administra fica a 130


que qui-
êle docemente.

lômetros a nordeste de Teresina. —


Pedro construiu sua casa rancho
— Rodrigues
Sinhôzinho Manuel
de troncos de carnaúba, coberto com
—, de Cratéus, 41 anos
Bonfim cearense —
de carnaúba também na beira
palha
30, cavaleiro desde meni-
que parecem da estrada vai o Norte e leva
que para
no, de fala, é a en-
ponderado, pouca a Piracuruca, Piripiri e Parnaíba,
perto

carnação exata desta figura lendária do


do mar. A vida inteira êle cor-
gastou
sertão nordestino: o vaqueiro, honesto no uma estrada
Parnaíba fêz passado as folhas da criar
tando palmeira para

até o absurdo, qualquer ques- de Hoje está em decadência.


para quem pedra. dez filhos.

tão é de honra.
questão Depois de velho êle viu o nunca
que

A noite refrescara ràpidamente. No


imaginou: a cêra de carnaúba se desva-

céu, relâmpagos e trovões ameaçavam


lorizou. De 1.800 cruzeiros velhos o

na banda do Norte, mas Sinhôzinho ga-


ela agora caiu mil. Diz:
quilo para

rantiu de lá não vinha chuva.


que anos, 30 das 250 vacas Sinhôzinho Ninguém mais saber de ex-
que
quer

cuida um fazendeiro mora na as despesas.


para que a cêra, não nem
piorar paga

Guanabara morreram durante a sêca. a 1965, a


A riqueza E é verdade. De 1961 produ-

Com um de forragem êle as te- era de 3.600


pouco de cêra do Estado, que
ção
que foge
ria salvo, mas com o tão longe toneladas.
patrão toneladas, diminuiu 600
para

não teve apelar. O alguns europeus é


para quem prejuízo Os americanos e que
No município onde mora Sinhôzinho

foi dêle também, seu salário é de


—, pois da cêra, pagavam qualquer
— Maior região de campos gostavam
Campo
um bezerro em cada cinco nascem discos de
que ela, fabricar
uma nativa, o preço por para
e caatingas, existe grama
temporada. vitrola, isolante de aparelhos elétricos,
o por
capim-mimoso, excelente para gado.
do Piauí, vernizes, cêra de assoalho. Depois apa-
O é a maior riqueza
se concentra do reba- gado
Aí grande parte
nada receram os derivados de e mais
— de mas o Estado não petróleo,
Piauí um milhão e meio quase ganha
nho do

a boiada chega à ida- os sintéticos, e a carnaúba per-


a do Es- com isso. Quando produtos
cabeças, mais população
que

de de ir o corte é normalmente deu o valor.


boi do Piauí fica sem co- para
tado. O quase
viajou mais o Norte, foi
contrabandeada, atravessa a fronteira Pedro para
setembro a novembro. Ê um
mer de
na cidade de
ser enviada aos matadouros do emprêgo grande
e nervoso, ligeiro e fujão, procurar
miúdo para
gado
Parnaíba, nas destilarias de óleo comes-
Ceará e Pernambuco, onde encontram
criado livre. Isso o boi do
é
porque
Mas a Parnaíba da sua
Assim, tal como a tível de babaçu.
o mais livre do melhor. pro-
Piauí é com certeza: preço
é a mesma. segue
agrícola do Sul do Estado, o boi mocidade não
dono de si, as fazen- dução já
Brasil. Êle é
quase

53
Conceição sabe qne também precisa ajudar
— outro no Mara- deira, espremendo-se entre outros seis PIAUÍ
Ela foi maior a Capital voados um no Piauí,
que que
outro lado do rio. A maioria trabalhadores. Conceição lhe disse, com CONTINUAÇÃO
agora só tem desemprego. Aos poucos nhão, do
de tra- ar emburrado:
suas indústrias e lojas emudecem, ficam veio atraída pela oportunidade
restos do balho na Boa Esperança, um Se não me hoje, menino, eu
só os barracões imensos, prós- grande pagar
acampamento onde à vida é muito cara. não te levo mais.
pero passado. Só o mar, aquele mar que
o Piauí recebeu do Ceará em troca do Os homens bebem, jogam e procuram O trabalhador voltou-se sorrindo para
município de Cratéus, continua o mes- nas horas de folga. Mas o ela:
prostitutas
mo, verde e encapelado, batendo nas assunto é outro: só falam do Como você,
grande posso fazer isso com
brancas e sacudindo o coqueiral. a usina vai trazer para os e lhe
praias progresso que Fogoiòzinha? Amanhã recebo pago.
São raros os trens e caminhões dois Estados, pois quando pronta ficar se aborrece muitos
que A menina porque
agora ali, carregados de haverá de sobra para a região e
energia na
chegam por de seus passageiros, quando chegam
cera e de babaçu uma emprê- todos esperam que as indústrias venham
cocos (só outra margem, saem correndo para não
sa, exporta sua a aproveitar o excedente. ajudam a
que produção para pagar. É verdade que eles a
Guanabara, ainda destila o óleo de ba- A barragem tem 53 metros de altura, o bote
remar, sozinha ela nunca levaria
baçu). Dos barcos subiam o rio oito de extensão. Foi ini-
que quilômetros carregado até o outro lado. Também é
Parnaiba abastecendo todo o Piauí, uma verdade que aqueles homens brutos, mais
do Maranhão e outra do Ceará,
parte grosseiros ainda quando estão em mui-
estabelecendo controle econômico total tidão, tratam-na com bastante carinho.
sobre a região, já nem se fala mais, fo- Conceição bem viu outro dia como eles
ram vendidos como sucata. Uma rodo- bal-
fizeram com a prostituta dentro da
via,que liga o Ceará ao Piauí e ao Ma- sa. Eram 200 homens a rodear a mu-
ranhão, construída em 1945, foi o fim lher de vestido azul decotado, a apalpa-
do império de Parnaiba, a cidade orgu- amassando-a contra a
la brutalmente,
lhosa que fêz uma estrada de 50 qui- da embarcação. Com ela, não.
murada
lômetros calçada de pedras e a si mes-
Podem brincar, às vezes aborrecê-la por-
mo se chamou
"a
Capital do Nordeste • BB XBitfl que não pagam, mas, enquanto fôr me-
Ocidental". vão
nina, respeitá-la.
porta de seu rancho, o velho Pedro
Da
vê os caminhões que vêm e vão para o
Construindo
Ceará. Levam o que ainda se produz,
muitas vezes de contrabando. Êle se per- uma nova terra
a frente. ^m-
gunta o que fazer daqui para _m_____________fW¦
Mas não está sozinho. É toda a região Fogoió veio de Uruçaí, um lugarejo

Norte
a rnais
terroga
(mais
florescente
sem
de

encontrar
200 mil
do
pessoas), outrora
Piauí, que se in-
resposta.
wmár Bfl
m*
m
¦
WWm.A-?
flfc.
no
das
Esperança
Estado,
Sul

veio de
do Piauí.

pessoas que estão vivendo em Boa


todos os cantos do
e o restante
Como

do
ela,

Maranhão.
a maioria

kl i como
nenhum
têm
deles
muito
faz
a ver
sua parte
com
como se
essa obra,

fosse um trabalho qualquer. Eles sabem


que nessa barragem estão começando a
No Sul, construir uma terra nova.
Esse sentimento de que alguma coisa
há a Boa Esperança
______¥ está

que
para acontecer
fêz a multidão
no Piauí é o mesmo
em Teresina beijar
Conceição foi buscar seu batelão (bote PmPÊaP^ ¦ÍSmAP//* ií / fl*4?
o Caravelle. É a mesma esperança de
grande). Estava escuro ainda, mas daí todos, a do engraxate do bispo,
No sorriso da menina Conceição, a es- Cecé,
a pouco os homens iam começar a apa- do louco
perança de um povo que não se dobra. que faz bonecos, do camponês
recer, querendo atravessar o Parnaiba, de Picos e do vaqueiro de Campo Maior.
para o lado do Piauí. Estava com pressa É a vontade
mesma de esperar, com
de começar a remar para se esquentar. medo de se enganar, do rapaz que vol-
Seu vestido amarelo, sempre aberto na
tou do Sul. Boa Esperança é a resposta
cintura, porque perdeu os colchetes, não
ciada há três anos e começará a funcio- para o carnaubeiro Pedro e toda a sua
a defende contra o frio da madrugada.
nar em fins de 1968.
Produzirá 250 região em decadência. No Piauí, hoje,
Conceição, Fogosa, Fogoió (cabelos kwa e os seus financiadores — SUDE- ninguém escapa de ter esperança.
louros) é como os homens chamam a NE, DNOCS, Eletrobrás e Ministério de O Sol
já estava alto quando o homem
menina de 12 anos, de mansos olhos Minas e Energia — investirão 127 bi- empoeirado de trabalhar nas britadeiras
claros, que convive com os quatro mil lhões de cruzeiros. Boa Esperança fica que rompem a rocha chegou ao rio, e
trabalhadores das obras da Usina Hi- num cotovelo do rio Parnaiba, no meio gritou para a outra margem:
drelétrica da Boa Esperança, no Sul do do Piauí, de Floriano, Fogoió,
perto a última vem me buscar.
Piauí. Para ajudar a
família — os
pais cidade próspera do Estado, abas- A menina
que começou a remar o barco
e cinco irmãos menores — ela arrasta tece os trabalhadores de víveres. De Flo- embalado corrente. Naquela ma-
pela
este bote pesado, alugado de um pes- riano para o Sul não há praticamente nhã ela tinha recebido
já quase dois
cador, de um lado para outro do rio,
mais nada, é
primitivo o e desértico ser- mil cruzeiros e até a tarde, se todo mun-
que tem 200 metros de largura, trans-
tão, interrompido às vezes por terras do pagasse, chegaria aos cinco mil. Fo-
portando os operários que perderam a
férteis, mas não aproveitadas. O mais
goió costuma dizer:
balsa ou não gostam de viajar nela. Ali
são os secos agrestes que se estendem Ganhar dinheiro é bom.
há dinheiro — todo mundo recebe sa-
para sudeste até a divisa da Bahia. Mas ninguém se engane, a força
que
láriosque variam de 60 a 300 mil cru- — Espera aí, Fogoió!
zeiros velhos, — e Conceição pode co- que faz para remar não é só para ga-
O rapaz correu segurando a marmita nhar dinheiro. A Conceição
brar 200 por pessoa. pequena
para alcançar, a barca que já ia desa- também sente que está ajudando a cons-
Doze mil pessoas vivem nos dois po- traçando. Acomodou-se no banco de ma- truir. fim

54
Responda: os sabonetes que prometem
mais beleza paraVocê têm creme de
limpeza e creme umectante?
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Otodonovo
Palmolive Rosa -krarararaírfil
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Use, diariamente, o todo novo


Somente o todo novo Palmolive
Palmolive Rosa. Para limpar
pele. a
lhe mais beleza.
Rosa pode prometer JS fl -r^*rara^^_H
sabo- Para a maquilagem. Para ter uma
retirar
Porque Palmolive Rosa é o único
cútis sedosa, macia e sempre jovem.
nete que contém a combinação perfeita
- creme de Responda outra vez: qual é o sabo-
de dois cremes cosméticos mais beleza
nete que pode prometer
limpeza e creme umectante.
para Você'
O creme de limpeza do todo novo
re- ROSA Ê TODO NOVO.
Palmolive Rosa limpa profundamente, PALMOLIVE
se
tirando toda a oleosidade e poeira que de beleza/
Novos ingredientes
entranham na pele. E o creme umectante
mantém Novo e delicado perfume!
do todo novo Palmolive Rosa côr rosa suave/
Nova e atraente
sua pele convenientemente umedecida.
de he- Novo formato/
Comece um novo tratamento embalagem/
Nova e sugestiva
leza.
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Logo depois que o homem branco chegou com
"Grande Rio" e começou a
seus barcos pelo
dominar a nova terra, descobriu que o amor
chegara antes dele: já existiam várias histórias
de paixão entre os nossos índios. E os coloni-
zadores também passaram a participar delas.
Alguns desses romances passaram de ge-
ração em geração, se integraram no foi-
clore brasileiro, e são hoje considerados,
por sua pureza e intensidade, as mais belas

LENDAS
DE AMOR
Texto de Mylton Severiano da Silva
Fotos de Olivier Perroy

Lindóia,serena,
parecia dormir
Os portugueses brigam no Brasil contra os
espanhóis, por causa de fronteiras, e nessa
luta arrastam os índios das missões dos jesuí-
tas. Lindóia, uma bela índia guarani, vê mor-
rer, um a um, todos os bravos guerreiros e seu
povo sofre com ela. Um dia, após um combate
violento, levam-lhe a notícia: seu esposo, Ca-
cambo, foi morto pelo inimigo. Não há conso-
lação para o sofrimento de Lindóia. Ela se
retira desesperada para um bosque. Seu irmão,
Caititu, a segue de longe. Entre as folhagens,
êle a vê deitada, como que dormindo. No seu
colo, assustado, percebe uma serpente. Num
segundo, o guerreiro hesita cem vezes entre
atirar a flecha ou despertar Lindóia. Por fim
dispara o arco e mata a serpente. Mas ao apro-
ximar-se percebe o ferimento no seio de Lin-
dóia. Ao lado, numa gruta, o nome de
Cacambo está escrito com a letra dela. Caiti-
tu entende: Lindóia se deixara matar pela ser-
pente, sem saber que mais tarde Cacambo
voltaria, pois fora apenas feito prisioneiro.

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O sonho de

M ma
Moema

acabon no mar

Caramuru muito tinha ajudado os tupi-

nambás em suas usando as


guerras,

armas de fogo só o homem branco


que

sabia usar. Em reconhecimento, as me-

lhores filhas da tribo lhe foram ofereci-

das, mas Caramuru aceitou apenas

Paraguaçu, filha do cacique, êle des-


que

e levou consigo a Europa,


posou para

um veleiro o foi
quando português

buscar na Bahia. Feridas ciúme e


pelo

despeito, as filhas da tribo, recusa-


pelo

das Caramuru, nadaram vários


por quilo-

metros seguindo a embarcação, até


que,

exaustas, desistiram da e
perseguição

voltaram à terra. Mas dentre elas estava

Moema, a virgem mais da tribo:


gentil

ela não sentia apenas ciúme e despeito;

ela amava Caramuru. E enquanto as

outras voltavam, Moema continuava

nadando atrás do veleiro, soluçando de

dor e repetindo o nome de seu amado,

até morrer de cansaço. Dizem sua


que

dor era tão até os do


pura, que peixes

mar se compadeceram dela: dias depois,

seu corpo veio dar à es-


quando praia,

tava e lindo como era em vida.


perfeito

59
i homem branco
Iracema fugiu com o

o segrêdo do cauim, a aguardente


nem ser amada, conhecer
Iracema não amar por
podia

festas da tribo. Quem possuísse


tabajaras sonhar, nas
fazia os grandes
que guerreiros

Iracema, com a bebida


o segrêdo conhecia,
teria de morrer. Mas, traindo que
Iracema

e os dois se
branco se apaixonara,
sagrada, embriaga Martim, um por quem
guerreiro

impossível, êles fogem, pelos


noite escura. Descoberto o amor perseguidos
amam numa

irmão, salvar
é obrigada a matar o para
e na luta se trava Iracema próprio
tabajaras, que

viver. Tempos depois, Iracema


ao litoral e ali a
o espôso. Afinal chegam salvos passam

dos brancos veio buscar


seu. Mas o barco
a Martin espera um filho grande
anuncia
que

nasce e ela lhe chama


voltar. O filho de Iracema
o e êle
guerreiro, parte prometendo

sofrimento, o
— Após meses de solidão e
Moacir aquêle nasceu do sofrimento.
que

o filho e a
mal tem forças mostrar pedir
espôso chega. Iracema está à morte, e para

os viu unidos tanto tempo.


enterre ao da à beira-mar
Martim a palmeira que
que pé

sjfi
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fe&it.:

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rs
(1a

Ningném o
o amor de Marabá
queria

Ela nasceu de olhos azuis, cabelos louros e muito clara: era Marabá, mestiça de
pele

índia com o europeu invasor, e devia ser sacrificada. Mas, amor ao homem branco
pelo

lhe dera aquela filha, sua mãe, Jupira, conseguiu salvá-la, escondendo-a no oco de
que

uma árvore na floresta. O homem branco, fora tinha sido libertado,


que prisioneiro, já

sem saber ia ser Ao despedir-se, na amor eterno a Jupira


partindo que pai. praia, jurou

e dera-lhe de uma medalha. Os anos se e Jupira, doente de saudades,


presente passam

termina morrendo, sem ver de nôvo o homem amado. Marabá fica só, ninguém a ajuda,

ninguém a ninguém se casa com ela. Um dia, Marabá


quer, passeando pela praia,

encontra um homem branco seu espanto, fala a língua sua mãe lhe
que, para que

ensinara. Êle Jupira. Marabá conta-lhe sua história e mostra-lhe os objetos


procura por

fazem recordar sua infância. Entre êles, a corrente com a medalha. O homem
que

branco a abraça, feliz: Jupira, a mulher amada, morrera, mas lhe deixara uma filha.
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Iara escondia a morte no olhar

Jaguari, o mais da tribo dos manaus, voltou mais tarde de costume


guerreiro querido que
"Grande

do fazia todos os dias no Rio". Intranqüilo, sentou-se em sua rêde


passeio que

de embira, onde ficou muitas horas E foi assim sua mãe o encontrou
pensando. que já
"Mãe,

.quando o Sol nascia. Então Jaguari desabafou: eu a vi, boiando nas águas do

"Grande
Rio", linda como a Lua. Seus cabelos brilhavam como o Sol, seus olhos eram

verdes e ela cantava. Depois ela olhou mim, estendeu os braços, convidando-me,
para
"Meu

e mergulhou nas águas. Preciso vê-la de nôvo". Sua mãe, chorando, o aconselhou:

"Grande

filho, era a Iara. Fuja, meu filho, e nunca mais volte ao Rio". Os olhos verdes da

Iara escondem a morte." Jaguari ouviu os conselhos da mãe, mas não resistir. No
pôde

outro do Sol, manaus viram sua canoa deslizando veloz águas do


pôr guerreiros pelas

"Grande
Rio". Jaguari nunca mais apareceu. Se êle conseguiu encontrar a felicidade,

ninguém sabe, nenhum homem voltou do reino encantado da Iara.


porque jamais

62
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ualidade

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ualidade

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emais ualidade

BRASTEM P

w' A chama mais azul é índice de total aproveitamento

^
do É mais e não suja as
gás. quente panelas.

Isto é conseguido ao espalhador de chama


graças

de desenho exclusivo.
4

±/O forno, amplo, assados econômicos


permite
^
e em virtudè do termostato mantém
perfeitos, que

a temperatura conveniente, com menor consumo


possível.

isolamento térmico das contribui


paredes para
^O
^
a economia do forno e impede o aquecimento exterior.

Visor de vidro na do forno,


porta permite

o acompanhamento do do assado.
ponto

±/Chapa churrasqueira, no modèlo Imperador,


para
^
churrasco, hamburgers, etc.
pizzas

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O lugar: Brasil. A época: Era Espacial. O automóvel: Ford Gálaxie. As cores: inspiradas no espaço sideral.
O astro principal: Você. Agora, é escolher a sua côr favorita no arco-íris oferecido pelo Ford Gálaxie: Branco
Glacial, Azul Infinito (escuro), Azul Agena (claro), Verde Netuno, Cinza Cósmico, Preto Sideral, Vermelho
Marte, Beige Terra. Além da opção em duas cores, com a capota branca combinando com qualquer uma das
cores acima. O estofamento, de extraordinária resistência e beleza, é feito de material vinílico com aplicação de
i tecido em quatro cores: azul, preto, vermelho e beige. Ao todo, interna e externamente, cerca de sessenta possi-
bilidades de escolha na seleção de seu Ford Gálaxie. É demais para Você decidir? Então, confie esse detalhe
' ^*^ "-'•^ *
ao bom gosto de sua senhora. A seu cargo ficaria a análise técnica do Ford Gálaxie. E nós confiamos no seu y'*'****** /Ê. /
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julgamento. O seu Revendedor Ford aguarda a sua visita. /

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CAFÉ CONTINUAÇÃO

ordem chegou no sábado o capataz.


para

A Devia o trator e contratar todos


preparar

os começar a arran-
peões que pudesse, para

car 85 mil de café, segunda de manhã-


pés A ordem é

zinha. Jesuíno estava e não se es-


prevenido

muito com a ordem. Mas seo Onofre,


pantou

o caseiro, tinha vindo a fazenda


que para ealé
arrancar

aquilo era um mato só, achou


quando que

alguma coisa estranha estava acontecendo.

Arrancar de café ainda no-


85 mil
pés
e feijão
vos? Acho esta história está mal contada,
que plantar

Jesuíno. No seu lugar eu arreava um cavalo

e ia até o falar no telefone


patrimônio para

com seo João, lá em Londrina. Meter o trator

no cafèzal é um sacrilégio, e êsse risco eu não

corria só a trôco de um bilhete.


União 1967. E a armazenagem
para perma-
Seo
João tinha me falado nisso, Ono-

nente dêsse custa uma fortuna com
produto
fre. É negócio do êles
govêrno: pagam quase
manutenção, seguros, máquina administrativa.
900 contos alqueire de café arrancado. E
por
Um exemplo: de dois em dois anos é
preciso
no lugar dêle é arroz, feijão e
para plantar
substituir a sacaria apodrece) e, então,
(que
milho durante dois anos, depois vira
pasto.
as de café no armazém têm de ser des-
pilhas
Seo Onofre continuou não entendendo. E
montadas e montadas de nôvo. Sòmente o
pre-
o domingo todo a ordem
passou pensando que
da sacaria nova, num ano em se
ço que pre-
era um engano, a momento o
que qualquer
cise reembalar 20 milhões de sacas custaria,
apareceria dizer tudo era brin-
patrão para que
a 600 cruzeiros a unidade, cêrca de 12 bi-
cadeira e o café ia continuar dominando
que
Ihões...
a da fazenda Águas Claras. Mas che-
paisagem E*
fatal o Brasil tenha limitar
que que
segunda-feira e, com ela, 60 machadeiros
gou —
a sua de café diz o José Alcindo
produção
e o trator. O espigão de café foi ficando aos
Rittes, do IBC. E o Castelo Branco
govêrno
rasgado e vermelho, a terra rachando
poucos
fêz o melhor. Deu dinheiro
que pareceu para
em lascas as raízes.
junto
os fazendeiros arrancarem de seu cafèzal
Para parte
nós, seo Onofre, o café não
general
e, de outro lado, estimulou-os a aumentarem
existe mais. vai mandar nas Águas Cia-
Quem
a de alimentos estão em falta.
produção que
ras agora vai ser o marechal feijão.

Seo Onofre não responder, sentia na


queria
A Escócia
bôca um ruim, e só resmungou:
gosto
Acho
eu vou é m'imbora daqui.. . arranca malte?
que

A fazenda Águas Claras, no Norte do Pa-

raná, foi uma das 50 mil em Lineu de


propriedades Souza Dias, cinqüentão, agrônomo,

todos os Estados cafeeiros do Brasil en- bem humorado,


que abriu muitas fazendas de café.

traram no do Instituto Brasileiro de Ainda hoje tem uma


plano no Norte do Paraná. Já

Café erradicar, em meses, mais foi diretor do IBC,


para poucos no tempo em a
que
de meio bilhão de de café. Diante da su- filosofia
pés do café no Brasil era esta: o há
que
em nosso o IBC, durante o não
perprodução país, é superprodução, e sim subconsumo. As-

Castelo Branco, iniciou um vi- sim,


govêrno plano êle não concorda com Rittes:

sando liberar áreas ocupadas com ca- Erradicar


grandes cafeeiro no Brasil, como se

fèzal em seu lugar, cereais e ou-


para, plantar café fôsse uma é loucura. Café é
praga, pro-
tros alimentícios. A cana foi
gêneros proibi- duto ajustado ao nosso meio, é uma dádiva

da, estar igualmente em superprodução no


por natural, êle está aqui no seu lugar certo. E o

Brasil; a também, evitar desem-


pastagem para café é um símbolo do como o cham-
país,
em massa de trabalhadores rurais. Com
prêgo é um símbolo da França, o uísque
panha é
o nôvo do marechal Costa e Silva, a
govêrno da Escócia, o vinho do Pôrto é de Portugal.

direção do IBC outFas mãos. Será


passou para E alguém ouviu dizer França, Escócia
já que
a de erradicação de cafèzais vai
que política ou Portugal algum dia destruiu as suas
plan-
continuar?
tações de matéria-prima?

Válter Lazarini, chefe da seção de café do


Brasil: 37% do
Instituto Agronôrriico de Campinas, explica

consumo mundial por o Brasil reúne as melhores condições


que

do mundo café: a) de solo,


para produzir por
Tudo decorre de um dado básico: o consu- suas
propriedades físicas, e topográ-
químicas
mo mundial de café é da ordem de 45 milhões ficas: terras ricas, e de boa liga
planas para
de sacas ano. E o comércio internacional, a b) de clima:
por planta; chuvoso
período quen-
regulado um acordo entre te e úmido
por países produto- de setembro a maio, e frio e sêco

res e consumidores de café, fixa cada de maio em diante


para seu amadurecimento
para

uma do mercado. e colheita —


país produtor porcentagem resultado: mais aroma, mais sa-

Cabe ao Brasil a cota de 37% do consumo in- bor e menos açúcar; c) de infra-estrutura: a

ternacional, isto é, de 16 a 17 milhões de sa- organização econômico-social da cafeicultura

cas anuais. E nós não brasileira


produzimos, quando (transporte, rêde bancária, equipa-

há muito mais: 36 milhões de sacas no mento básico,


geadas, custo de é mais fa-
produção)
ano Acrescentando a nossas exporta- vorável do a
passado. de dos outros
que qualquer países
o café destinado ao consumo — —
ções interno de café; d) recursos agronômicos
produtores

de 7 a 8 milhões —
de sacas tem-se o Bra- a seleção de sementes, as
que de cultura
práticas
sil deveria anualmente, 24 milhões
produzir, e mesmo o elemento humano trabalha nas
que
de sacas. Aí, nada sobraria, nem faltaria. fazendas são muito superiore^ aos dos
países
Atualmente sobra, e muito. Os armazéns do concorrentes.

IBC estão sobrecarregados: espera-se fechar É


o meio cruel dizer isto, mas em maté-

ano com 81 milhões de sacas. —


Ao do ria de café não devemos temer ninguém
preço
café em nossa moeda, isso eqüivale a um ca- diz o agrônomo Lazarini. Todos são mais
po-

pitai imobilizado de 2,5 trilhões de cruzeiros bres do nós. Assim mesmo, desde o comê-
que
velhos —
a metade do orçamento
quase da do século, o Brasil de exportador de
ço passou

68
r

¦HMBBSBKHBBB^HHRl^Hll^H^^m

O Godói acha que devemos conquistar novos mercados com a de mas muitos derrubaram seus cafeeiros.
fazendeiro guerra preços, já

80% do consumo mundial o detentor contrato de diversificação da lavoura estava sol, têm de exportação) hão
para que que possibilidades

é, hoje, de apenas 37% dêsse mercado. sendo cumprido. Durante dois anos, o cafei- de ao agricultor uma renda líquida
garantir

Uma autoridade José Eugênio cultor recebeu dinheiro (de 260 a 500 hectare igual ou superior à do café. Por
paulista, que por

Branco Lefèvre, da cooperativa cen- cruzeiros velhos arrancar seu todo mundo só café? Porque
presidente por planta) para que quer plantar

trai, reúne os mais importantes cafeiculto- café, tem de cultivar um alimentício tem seguro, tem frete tem com-
que gênero preço garantido,

res de São Paulo, comenta: escolhido de uma lista elaborada IBC. certo, o IBC adquire todo o café
pelo prador já que

Erradicar simplesmente limi- uma de a agrícolas vão


cafeeiros é Com condição como ca- Outros
permeio: produzido. produtos passar

tar a à nossa incapacidade de admi- feicultura não a meca- a ter, também, tudo isso, e então todos
produção pràticamente permite quere-

nistrar os negócios do café. nização, e com isso os lavradores não têm rão E o Brasil só tem a com
plantá-los. ganhar

Outro cafeicultor entra no debate. Ê Alva- contato com nenhuma máquina agrícola, o isso. As duas armas têm sido a
que postas

ro Godói, um dos maiores fazendeiros de Lon- contrato os obriga a arar a terra. O IBC serviço dêsse objetivo são: a) baixo
pre- preço para

drina. A barba cuidada há 30 anos, a rala ca- tende, com essa exigência, o lavrador sin- o cafeicultor, de forma só continuem
que que pro-

beleira castigada chapelão de aba larga, ta, bons resultados êle certamente duzindo café aquêles conseguem alta
pelo pelos que que pro-

êle dosa bem, em sua vida, violência e obterá com a nova vale a dutividade e boa b) amparo e fi-
poesia. plantação, que pena qualidade;

Já tentou até uma marcha sobre Brasília, mecanizar a lavoura. nanciamento os diversificarem a la-
para para que

defender o café; o Exército impediu-a. Godói Para o fazendeiro barbudo, Álvaro Godói, voura, com os da lista do IBC.
produtos
"máscara
fala como faz discurso: tudo isso é esconder o fracasso
quem para

O do está louco. O do IBC", mas José Alcindo Rittes, ex-chefe do "plano"


pessoal govêrno que
O
êles estão fazendo é o mesmo dar refrêsco Departamento de Assistência à Cafeicultura e
que

na dos fogo
às firmas internacionais café comandante da batalha da erradicação, pôde jovens:
que plantam

América Nós erradicando falar 20 horas seguidas defender a efi-


África e na Çentral. para

sua sobre o Um de cafeicultores do Para-


o nosso, e êles mais. Isso é burrice, ciência de seu Uma grupo jovens
plantando plano. palestra

vai assim: ná, se reúne tôda noite num clube,


Santo Deus. Por é o não assunto, em Maringá, começou que quase
que que governo
— —
— está combinando de brincadeira um
erradicar maconha? O café, fêz tanto Brasil,
que já pelo
"plano
a as distorções salvar a cafeicultura brasileira".
O do IBC de erradicação e diversifi- ajudará agora o corrigir para
plano país

o do Numa noite, repartidos em e com


cação da lavoura cafeeira mobilizou 190 de sua agrária. piquetes,
política Quando plano

— todo o das fazendas, êles invadirão os


agrônomos alguns não tiveram tempo nem IBC chegar ao fim, alguns cereais (arroz, fei-
pessoal

— armazéns do IBC com latas de e


de das festas de formatura milho, isto é, alimentos o e querosene
participar que jão, para povo)

ver se o algumas oleaginosas amendoim, farão uma fogueira. segue


a visitar as fazendas, para (soja, giras- grande
passaram

69
II

GUIA
Jff

MAPAS

CHEGOU TURISMO

HOTÉIS

DO BRA8IL
BRA8IL

BOSOI RESTAURANTES

POSTO

SHELL:

onsmeuu
. y~\ „

roms^v-NF
guAino

VOCE VII
¦QUI

EMRonun 1010 mzks

rau niun mo mksil

A Equipe do Óuia Quatro Rodas

do Brasil conseguiu fazer com


que

a adição de 1967 trouxesse

tôdas estas novas informações

e aprimoramentos:

completas sôbre 1000 cidades, 700 a


1) Informações

mais do constavam na edição do ano passado


que

2) 803 hotéis e 1475 restaurantes pesquisados e de-

vidamente classificados.

de distâncias rodoviárias entre os cen-


3) Quadro

tros mais importantes do dando mais de


país,

500 melhor
quilometragens (calculadas pelo

caminho). 9) 44 mapas verticais com o esquema quilométrico

além e o roteiro completo de tôdas as rodovias nacio-


4) Marcador de contendo
páginas plastificado,

Citeis ao viajante, uma re- nais de maior importância.


de outras informações

de todos os símbolos apresentados no có- 10) O Novo Quia foi totalmente re-estruturado e
lação

do Guia, assim uma leitura aprimorado tanto do de vista, co-


digo possibilitando ponto gráfico,

tõdas as informações contidas mo do de vista e encardenação.O nú-


fácil e direta de ponto papel

na mero de foi aumentado (de 324 para


publicação. páginas

e internacionais, 388). Enfim, não foram poupados esforços para


5) Mapa de rotas aéreas, nacionais

horas de vôo entre melhorá-lo até nos mínimos detalhes.


apresentando as distâncias e

do e do mundo. 11) Além do enorme volume de novas informações,


os principais centros país

de todos os dados constavam na 1.* edição


secções indicando turísticos que já
6) Novas pontos

nacional e a foram novamente e atualizados.


maior interôsse em todo o território pesquisados

de típicos regionais, com


lista completa pratos

cada especialidade. Você o


explicações sôbre percebe que

turísticos brasileiros de maior Turístico tem muito


7) Os cinco roteiros Guia

inteiramente re-atualizados e ilustra-


destaque, razões
mais de 1000

dos com mapas e fotos.


ser adquirido.
para
detalhadas do centro e dos arredores das
8) Plantas
ALGO MAIS PARA
Compre-o e tire o máximo
capitais, indicando todos os acessos
principais

interôsse. de suas viagens. SEU CARRO E VOCÊ.


e os locai8 de
proveito
CAFÉ CONTINUAÇÃO
E
dêsse dia em diante o café voltará a
isto é, um têrço da do café.
população Quanto
ser nós — —
para acrescentam o sempre
que
à remuneração, Orsini não nega indivi-
que,
foi, o vai ter de começar a esto-
pois govêrno
dualmente, a indústria automobilística
paga
car tudo de nôvo.
muito mais. Entretanto, o volume de dinheiro
0 café ainda
Rittes não acredita nem em terrorista, é
plano no fim do ano, em salário e outras formas de
nem em milagre:
pagamento, é maior no mundo do café do
que
Erros
do não interessam —
passado diz no do automóvel —
alguns bilhões a mais.
a nossa maior
èle. O fato é hoje, o Brasil detém
que, mais

de um têrço do comércio mundial do café, a


Café
"indústria"
nos interessam. Precisamos
preços que defen-
com e arroz
der essa criando condições feijão
posição, para que
o Acordo Mundial do Café, delimita
que as
Antônio Bento, trata com sua família
cotas de exportação que
cada
para país produtor,
cinco mil de café numa fazenda
pés de
seja respeitado e mantido. perto
Como
primeiro pro-
Maringá, uma carona no automóvel
pede para
dutor do mundo, e árbitro das decisões do
levar sua filha de onze anos à farmácia. Ela ti-
Acordo Mundial, o Brasil deve dar o exemplo,
cultores, é inferior ao nha se cortado com a enxada. Na
custo da Por casa de An-
reforçando sua internacional, diversifi- produção.
posição
isso, a estrutura do tônio Bento, três trabalham: êle,
café está em tensão. a mulher e
cando sua agrícola, livrando-se dessa
produção
O economista J. a menina.
G. Orsini, não é cafei-
riqueza irônica e constituída que
pesada um
por Ela
cultor nem funcionário do IBC, acha está começando agora. O senhor vê:
a atual
estoque sem compradores.
gigantesco,
de diversificação não sabe ainda dominar a enxada.
Tudo política da cafeicultura um
isso —
é balela contradiz o barbu- "sério
êrro de A família trabalha em troca de uma
perspectiva": porcen-
do fazendeiro Álvaro Godói. O Convênio Mun-
— tagem da
O trata o café como se esti- produção do café e recebe 30% da
govêrno
dial é um acordo de cavalheiros, e cada re-
véssemos vivendo os últimos colheita.
dias de mais um
das outras nações, mal termina uma
presentante O
ciclo econômico da nossa história. ano com a
Cuida, en- passado, geada, a minha
reunião, corre seus e manda
para países plan-
tão, de tirar dêle o máximo de dólares — parte foi só cinco sacos: mais ou menos
os 150
tar mais café. E o Brasil fica eternamente fa-
últimos. Não atenta, contos.
entretanto, o fato de
para
zendo de bonzinho... É só ver os nú-
papel E
em têrmos de emprêgo de mão de como é o senhor
que. obra que pôde o
passar
meros: segundo estudo da Organização Mun-
e de distribuição ano inteiro com 150
de riqueza, a cafeicultura é contos, seo Antônio?
dial de Café, as nações da África, da Ásia, É
tão importante, o como a indústria nós no meio do
para país, que plantamos, café-
da Oceania e da América fora)
(Brasil produ-
automobilística. zal, um feijãozinho e um arroz, e isso dá
duzirão, pra
daqui a três anos, 50 milhões
quase
E cita os números: apesar da gente ir tocando a vida até um
erradicação, dia acerta
que
de sacas de café, um consumo, nesse
para uma
o Brasil tem hoje, ainda, cêrca de colheita boa, num ano de
2,3 bilhões bom.
preço
ano, de 52 milhões de sacas. Se o Brasil, então,
de de café. Cada 4 ou O do café, no Brasil,
pés 5 mil de café plantio está sempre
pés
não fôr mais o é hoje,
grande produtor que
dão trabalho um associado a outras culturas,
adulto e um menor, fi- seja no meio do
para
só ver será a nossa cota.
quero qual
lho ou filha do camponês. Isso soma, próprio cafèzal, seja em áreas
traba- próximas. A tese
Mas nem todos como Álvaro Go-
pensam lhando da monocultura, no
diretamente no cafèzal arrua- caso do café, é coisa do
(capina,
dói. Pedro Schimidt é um sitiante vermelhão
colheita), um milhão de passado. Um estudo da FAO, em São
ção, Com Paulo,
pessoas.
mora numa casa de madeira, a 20 minu-
que revelou
mais 10% de correspondente aos apenas um sexto da área das
pessoal, admi- que fa-
tos de Londrina. Tinha só café nos seus 18
nistradores, fiscais, zendas de café é ocupado
tratoristas, terreiristas, che- com êsse
produto.
alqueires de terra entrou no do
gorda, plano O latifúndio também
a um total de um milhão e 100 mil deixou de existir, nesse
gamos já
IBC, arrancou tudo e agora só arroz e
planta trabalhadores, setor. Em 1960, segundo
ou seja 500 mil famílias, o IBGE, das 470 mil
pois
soja. E êle diz:
cada dois são de uma família só. Atribuindo-se propriedades cafeeiras, 370 mil tinham menos
Café
está sobrando no mundo? Está. a média de seis de 10 mil de café, cabem
família no meio pés que em um
pessoas por pu-
Alimentos estão em falta? Estão. Então vamos —
rural e êsse um — nhado de alqueires de terra. E há
é número conservador muito tempo

alimentos, ora bolas!


plantar há 3.300.000 brasileiros a figura do cafeicultor não
diretamente dependen- própria é mais a

tes da cafeicultura. do barão da terra, cheio de luxo e de


grandes

O número voltas ao mundo. Uma


Falta de empregados na indústria auto- do IBC no
pesquisa

mobilística de veículos município de Colorado, no Paraná, não


(fábricas e 1.600 indús- reve-
tem muito
porque
trias de auto-peças) lou, entre 350 cafeicultores, nenhum
é de 200 mil, com aproxi- tivesse
que

madamente um milhão curso superior. Só dois tinham


de dependentes diretos, curso secun-
Vila Rica é o nome de uma das três ou
dário, mais de 80% dêles mal desenhavam o
favelas de Londrina. O as chama
quatro povo nome, não haviam completado sequer
pois o
de favelínhas do café. Homens estão conver-
curso
primário.
sando numa rua da Vila Rica, e lá vem um

falar com um dêles:


garoto
Cereal dois anos,
Pai,
a mãe falou senhor dar dinheiro
pro
depois
comprar de gado
pra café.

A
mãe não sabe fui mandado embo-
que Raul Cardoso, cafeicultor no município de
ra da fazenda? Tem dinheiro café não.
pra Ivaiporã, Paraná, erradicou todo o seu cafèzal
E
o senhor foi mandado em- e está, segundo
por que o contrato assinou com
que
bora?
IBC, cereais. Mas
plantando avisou o agrô-

Porque
tem café demais. nomo:
' -v*v.:

Fora das favelas, no centro comercial de É
só os dois anos de lavoura
passar obri-

Londrina, os diálogos são outros, mas o foco


gatória e eu vou Para arranca
pro gado. quem
das conversas é sempre o mesmo. Um advo- café, a escolha ê só uma: o boi. Alguém

observa: ouviu
gado falar em fazenda de feijão?
A
coluna mais lida no é a dos Essa é uma
jornal tendência A área liberada
geral.
títulos Só os cheques com
protestados. perde para o arrancamento de 500 milhões de
pés
sem fundos. Café estando ruim, tudo aqui de café (aproximadamente 270 mil alqueires

cambaleia. de terra) está ameaçada de se transformar, da-

A atual crise do café é consentida. Como o a dois anos, em imensas


qui E isso
pastagens.

govêrno desestimular a dá ao
quer produção, pode provocar um desemprêgo em massa. Já
cafeicultor, através do chamado confisco cam- diz o matuto:

bial, um muito baixo. A coisa é desta Onde


preço entra o boi, sai o homem.

ordem: uma saca exportada rende 135 mil Cêrca de 120 mil famílias
(mais de meio mi-

cruzeiros velhos dólares) mas dessa


(50 quan- lhão de não vão
pessoas) ter o fazer na
que
tia só chega ao cêrca de 30 mil cru-
produtor criação de onde a necessidade
gado, de mão de
zciros, deduzidos impostos, transporte e saca- Pedro Schimidt já não tem mais café. Plan- obra é mínima. Surgirá então o so-
problema
ria. E êsse segundo a maioria dos tou arroz,
cafei- soja e milho e está contente. ciai. SEGUE
preço,

71
11] I

Se\bcê é

jovem,mas

não de extravagâncias

gosta

cheios de lacinhos,
(sapatos

fivelinhas,furinhos,tirinhas,etc.etc.)..«

Afejaanova

linha

juventude

vulcabrAs

Os modelos são modernos e muito elegantes.

Para moças e rapazes, nas cores café e A


preta,

Postal 47 - Jundiaí ¦ SP
tabaco esfumaçado. Caixa

V
¦
CAFÉ CONTINUAÇÃO

Fala-se, mesmo, numa de


queda produ- em sua opinião: a) o interessa ao não
que país
de alimentícios, dentro de dois
ção gêneros
é vender muito café, mas sim receber uma
anos, na área onde houve erradicação. O
plan- de dólares; com a a em
quantia guerra, quantia
tio de cereais acompanha naturalmente o café-
dólares seguramente baixaria, e isso é mau ne-
1
Delfim
zal, até como forma de o trabalho
pagar rural.
pode b) um agrícola,
gócio; produto quando perde
Mas nunca se viu roça no meio do
pasto. não o recupera mais, em condições nor-
preço,
Alcindo Rittes afirma o assunto não
que pas- mais. A baixaria o saca de 50
guerra preço por
sou desapercebido ao IBC. mudar tôda
dólares talvez menos de 10, e então a
para
Em — —
lugar diz êle
primeiro porque crise da cafeicultura seria cruelmente maior;
acreditamos o de cereais, estimu-
que plantio
c) tem-se de na situação dos
pensar pequenos
lado e vai do IBC
protegido pelo govêrno, mudar IB
política cafeicultores brasileiros, não teriam
que possi-
a tendência hoje existente de a única opção
que bilidade de manter as suas culturas no tempo
o café é o boi. Em segundo lugar
para por- em a levasse o café ao seu mais
que guerra
o complemento do de erradicação,
que plano baixo d) certos africanos
preço; países que pro-
em estudos, a instalação
já possibilitará de
duzem café, ainda independentes, mantêm
que
agroindústrias nas zonas cafeeiras absór-
para menta a interna da E a tampa
pressão panela. sólidos vínculos econômicos com as antigas
ver a mão de obra liberada. não resistirá. metrópoles na Europa. E a França, exem-
por
Já Válter Lazarini, do Instituto Agronômico, Antes
a tampa salte si, o Brasil diante de uma
que por pio, de
guerra preços que pu-
acha não é o do desemprego
que grave perigo deve mandá-la ares conta sesse
pelos por própria. em xeque tôda a economia da Costa do
rural, com o conseqüente crescimento das fa- Estamos cansados de ver todos os chamados Marfim,
possivelmente continuaria a comprar
velas urbanas.
pequenos da África e da América o café de sua ex-colônia, mesmo
produtores a maior;
Cada preço
família deixa o campo, mes-
que atravessar a tampa furada dêsse acordo. Guerra e) as implicações internacionais de uma atitude
mo sofrer no comêço tôda sorte de
para pri- de nesse e re- dêsse
preços povo, quem puder que tipo, criar situações de caos
que poderia
vações, está caminhando melhorar a
para pró- sista! econômico e social em várias nações de-
que
situação. E fazendo o Brasil
pria progredir, O do café brasileiro, é mantido alto
preço pendem do café, têm de ser também levadas
criando mão de obra a industrialização
para o nosso não lançando no em conta, num
porque govêrno, tem compromissos
país que
em marcha.
mercado o seu excesso de limita a de solidariedade internacional;
produção, f) fim, o
por
oferta internacional do E consegue, argumento decisivo:
produtor. o café, ao entrar num
país,
Política com isso, manter o em níveis bastante tem seu alterado impostos
preço preço altos (na
por

favoráveis: de 50 dólares a saca, ou Alemanha são 100% de


vai perto taxas) e
mudar? pelo proces-
— —
como se diz no mercado 40 cents a libra- samento industrial a é submetido antes
que da

pêso (40 centavos de dólar 454 venda ao Assim, a matéria-prima


por gramas). público. cons-
O marechal Costa e Silva vai ter de engç-
Disso se beneficiam os outros titui no do
produtores. pequena parcela preço ao
lir um café amargo, em seu produto
govêrno. De um
Com —
a o vai cair acres- consumidor. E como o mercado de café
guerra, preço é rela-
lado, os estoques do IBC e a super-
grandes
centa —
Álvaro Godói mas o Brasil tem esto- tivamente inelástico, mais se baixe
por que o
no Brasil e em todo o mundo; de
produção
e a infra-estrutura econômica agüen- da matéria-prima, isso não vai
que para preço influir
outro, o descontentamento da cafeicultura
pelo
tar a E os outros cujo demais no final do a
parada. produtores, pro- preço produto, de
baixo dado ao ponto
preço produtor e
pela política
duto é de baixa da África) ou incremento sensível no
qualidade (caso possibilitar consumo.
acomodada o vem adotando no mer-
que país
tenham sua economia totalmente depen- Em síntese: a de não fará
que guerra preços o
cado internacional.
dente do café (Colômbia e outros cen- mundo comprar muito mais café
países do com-
O ministro da Fazenda, Delfim Neto, afir- que
tro-americanos), arranjem outro meio de hoje.
que pra
mou um dia o do IBC, no
que plano govêrno
vida. Ou então se submetam às condições de Mas o sr. Álvaro Godói é renitente, e acha
Castelo Branco, era desastroso. Antes da
posse
existência no mercado cafeeiro o Brasil a traria sacrifícios todos,
que que guerra para mas
do novo ministério, confir-
procurado para
determinar. Nossa cafeeira vem de os mais fortes acabariam vencendo:
política
mar a sua impressão, o então indicado mi-

recuo em recuo, de em Se não Tanto
perda perda. os como os ca-
nistro para países, para
da Fazenda declarou:
tomarmos a iniciativa, a bomba acabará estou- feicultores, seria imposta esta lei natural:
Agora quem
eu não baixar o na
posso porrete
rando em nossa mão. não tem competência, não se estabelece. Os
do café, não fica bem. Espere a
política gente
Pouca no Brasil, fala ainda com tanta ficassem, menos, não
gente, que pelo precisariam mais
começar a trabalhar...
segurança assim dos benefícios a suportar a angustia de hoje.
que guerra
É certo haverá modificações de
quase que
de traria ao Alcindo Rittes, o ho-
preços país.
no tratamento o nôvo
profundidade que go-
mem da erradicação, acha uma loucura,
— — pois Outro caminho:
verno dará à ainda nossa ri-
principal

Mas é difícil encontrar, no Brasil, duas as cotas


queza.

das chamadas entendidas em café
pessoas

com a mesma opinião. O fazendeiro e cooperativista Lineu de Sousa

O fazendeiro barbudo e irreverente, Álvaro Dias busca o equilíbrio. Combate o classi-


que

Godói, lá de Londrina: fica como derrotismo internacional e intran-


grita

Vamos interna do IBC, mas não chega à


a de qüilidade
para guerra preços: quem

não estabelece! ousadia da de Lembra o


não tem competência se guerra preços. que

sistema de cotas de foi usado com


Lineu de Sousa, todo tranqüilo com o seu produção

êxito nos Estados Unidos disciplinar o


cooperativismo, é a favor do disciplinamento para

algodão, e mesmo no Brasil, no caso da cana,


natural da brasileira:
produção
ser bom. Na sua opinião, nada impede
O de provou
negócio é a limitação da
produção
dê certo também no café.
cada Devemos a casa que
cafeicultor. pôr
primeiro
O
Brasil necessita, hoje, de 24 milhões
em ordem depois brigar lá fora.
para
de sacas de café ano, atender à ex-
por para
E José Luís, um agrônomo se
que preocupa
e ao consumo interno. Muito bem:
portação
mais com a economia internacional do
que
a cada cafeicultor, examinados seu tempo, de
com adubos, afirma arrebatado:
dedicação ao a de seu café
A plantio, qualidade
nossa salvação está no café solúvel.
e sua seria atribuída uma cota
produtividade,
Mas a luta êle ser igual à do
por pode petróleo.
anual de tantas sacas colheita.
produção: por

A soma de todas as cotas seria a necessidade


"A

guerra, anual da brasileira, assim


produção que poderia

Eis a solução" ser efetivamente controlada


pelo govêrno.

Lineu está ficando famoso nos meios ligados

Álvaro Godói é radical. Para êle, todo o ao café como o homem das cotas, tal a con-

café do mundo está contido numa em vicção êle na defesa dessa idéia. As
panela que põe

alta ebulição. A tampa dessa é o Acôr- vantagens mais evidentes do sistema são, a
panela

do Internacional. À medida a O cooperativista Lineu de Souza acha seu ver: 1) solução racional do da
que produção que problema

em cada vai aumentando, também au- devemos disciplinar a superprodução, sob o controle de segue
país primeiro produção.

73
fl ^H ^B WwJm* WT*^^m\

^fl BL- >*^B


fl^
bV ^B ^h' ^1

w 1 üfl^ I

É muito dificil contentar as pessoas de bom gosto.

O Itamaraty 67 tem mais um detalhe rocha sob o capo para absorver os rui-
São muito exigentes.
exclusivo: ar corrdicionado, clima a seu dos do motor.
Preocupam-se com detalhes. Conhe-
0 Itamaraty é o único carro brasilei-
cem de longe o que é bom. gosto*.
Ainda mais: novo motor de 3.000 cm3, ro com garantia de 20.000 km.
Querem saber tudo a respeito do que
nova grade, novas maçanetas, novas ca- Só assim é possível contentar as pes-
compram.
lotas, novas lanternas traseiras, painel to- soas de bom gosto.
Sabem escolher.
Gostaram muito do Itamaraty, o pri- talmente reestilizado, novo estofamento.
"A",
Mais luxo e conforto: tapetes de ve- ITA1VIAF1.A.TY 67
meiro carro brasileiro classe justa-
mente porque o Itamaraty tem luxo e ludo, aplicações de Jacarandá legítimo no Produto da Willys-Overland
em ca- e nas luz de leitura com Fabricante de veículos de
conforto, classe e apuro técnico
da um dos seus detalhes.
painel portas,
foco dirigível, acolchoamento de lã de W alta qualidade.

¦opcional

>
Hi Bl BBPISp :^^M*a\mmmm\

BB BB^B BsKja-I^j^^^MnBB ^BB^Bj^W^^fi mm*

BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB^^^^^^.^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^BMI^B^*í^^
^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^BBB^^^^^^^^^^^^^^^^^B^BflWBBfli'':,;!^ —

:„--ij^^^^mM ¦
fl z^1 \

W^í^^amM^tkmm fl

fc*«K
CAFÉ CONTINUAÇÃO

cada cafeicultor,
que só pode entregar, ao fim dispõem a aumentar o volume de suas com-
da colheita, a sua cota pré-determinada; 2) pos- pras sem ter, para isso, de montar uma indús-
sibilidade de que o café produzido no país, pela tria paralela de torradores, moinhos, bules, ou
distribuição das cotas por regiões, seja exata-
mente de tipo e qualidade de bebida exigidos
Industriado de maquininhas individuais
É o caso,
para
por
fazer café.
exemplo, da União Soviética e
pelos mercados consumidores; 3) as cotas per- de outros países socialistas.
mitiriam atribuir-se à saca de café um preço
maior, porque o IBC não teria mais — como
solúvel pode ser veu
Todo
à margem
o movimento do solúvel
do café brasileiro
se desenvol-
— usava-se
faz hoje — de comprar os excedentes da pro- o café africano como lastro ê obtinha-se o
dução, que não existiriam; 4) no momento em
que se percebesse que haveria mais necessi-
nova Petrobrás blend com cafés finos da Colômbia e dos países
da América Central. As grandes firmas inter-
dade de café, era só aumentar as cotas de cada nacionais abriram então várias fábricas, tanto
um; na situação inversa, bastava diminuí-las. na Europa e nos Estados Unidos, como na
O governo teria, realmente, um efetivo con- África e na América Latina. Há mais de 200,
trôle sobre a
produção. O em todo o mundo. A coisa caminhava assim
café solúvel
para é tão importante,
Pedro Schimidt, o alemão que a gente não nós, como a Petrobrás. Com êle podemos em- pacificamente quando um grupo de homens de
sabe se é vermelho jeito daquele por conta negócio no Brasil começou a pensar:
polgar o mercado de café no mundo, e isso
do sol ou da raça, e que arrancou todo o café- O Brasil não é o maior
não é pouco, pois o café é o segundo
pro- produtor de café
zal do seu sítio, perguntado sobre essa his- do mundo?
duto na pauta mundial dos negócios. Só
tória de cotas ficou bravo: perde
Ê.
para o petróleo.
Isso se tornaria um O
privilégio e criaria O governador Paulo Pimentel é também oti- café do Brasil não é de ótima quali-
até uma classe diferenciada: os príncipes do dade como bebida?
mista, mas acha que não deve haver precipita-
café. Sou contra! E.
ção com o solúvel para não prejudicar as nos-
A idéia de Lineu Sousa Dias foi proposta ao Então
sas exportações de café verde. E diz: por que não fazemos nós o nosso
governador Paulo Pimentel, sempre preocupa- O solúvel tem
possibilidades incalculáveis café solúvel?
do com a situação do café, pois o Paraná res- de abrir novos mercados para o café brasileiro. Conversa vai, conversa vem, o IBC interes-
ponde, hoje, por mais de 50% da produção
Mas não devemos, é claro, desorganizar as cor- sou-se assunto,
pelo ajudou, e nasceu a indús-
nacional:
rentes de importaçãogrão, do café em ligadas tria brasileira de café solúvel. A primeira fá-
O chamado equilíbrio estatístico — diz
a redes de torrefação e comercialização de gran- brica — a Dominium, de São Paulo — iniciou
Pimentel — ou seja a manutenção de um de porte em alguns países compradores. sua produção em julho de 1965. E outras três
quantum adequado para manter a liderança do Foram os americanos que primeiro percebe- — a Cacique, de Londrina, a Vigor de São
Brasil na produção cafeeira, poderá ser obtido
ram as vantagens do solúvel. E usaram a expe- Paulo, e a Frusol, de Campinas — começaram
antes pelo mecanismo das cotas de produção
riência internacional da fabricação do uísque: a operar no ano passado. A fábrica da Nestlé,
do que pelo atual processo dos preços baixos. a busca do blend, do
gostinho. Para fabricar adaptada de uma instalação para leite em pó,
Este desestimula não só o produto de má qua-
o seu solúvel, as grandes firmas de produtos preocupou-se sempre mais com o consumo in-
lidade e o cultivo dos cafeeiros antieconômicos,
alimentícios usaram dois tipos de matéria-pri- terno, e não integra o grupo daquelas quatro.
como também a produção de cafés finos. E ma: os cafés suaves, que dão ótima bebida E eis
descapitaliza a cafeicultura. que agora, sem ter completado ainda
mas custam caro, e
que os cafés africanos, dois anos de funcionamento, a indústria bra-
Mas Paulo Pimentel dá um alerta:
estão na situação inversa: preço baixo mas gôs- sileira de café solúvel
No caso das cotas de entre- já está na seguinte si-
produção, to ruim, ou melhor, falta de gosto. O blend tuação: a) todas as fábricas estão cuidando de
tanto, é preciso cuidar que as fazendas não se resolveu o problema: uma boa porcentagem de dobrar a sua
restrinjam ao café. É necessário criar estímulos porque as encomen-
capacidade,
café africano, e um tanto de café suave, para das estão seis meses ** adiantadas à produção;
para culturas alternativas e substitutivas, que dar o gosto. b) uma fábrica sozinha — a Dominium —
restabeleçam a economia particular do cafei- E o mundo começou a tomar café solúvel. 12%
cultor, concorrendo já responde por do solúvel consumido
para que êle se integre Hoje, alguns países já o consomem em
quan- nos Estados Unidos; c) serão utilizadas, até o
na produção de alimentos. tidades apreciáveis: 70% do café bebido na
Perfeito, respondeu Lineu. Uma coisa,
fim destepelas quatro fábricas, mais de
ano,
Inglaterra é em forma solúvel, 35% na Ale- 800 mil sacas de café, quantia maior do que
completa a outra.
manha, 27% nos Estados Unidos. E êle con- a normalmente comprada por um bom cliente
tinua avançando no mercado seja em países de café brasileiro, a Argentina.
O negócio tradicionalmente bebedores de café — Suécia,
E quais as razões do crescimento vertiginoso
é vender coado Dinamarca, Noruega — seja em países que se
(mais de 1.000%) dessa indústria?

Um industrial brasileiro esteve no ano


'"'A Ifl Duas,
principalmente: 1) bebida de ótima
pas-
sado na União Soviética, e quis conhecer a fá- 1 f# WÊM qualidade, sem necessidade de misturar café
ruim com café bom para fazer blend; 2) mate-
brica russa de café solúvel. Depois mostrou
ria-prima farta e muito barata.
interesse o produto à venda. Percorreu
em ver
três supermercados e não o encontrou. Afinal, Assim, o solúvel feito aqui, além de melhor
barato; uma saca de café custa, às fá-

l'__lf_lí fl
é mais
lhe disseram que certo armazém, na av. Gorki,
bricas do muito pouco em tomo de
Brasil, —
certamente tinha o café. Não vendo o produto
10 mil cruzeiros —
em exposição na loja, abordou o gerente e fi- por que é comprada dire-
cou sabendo evitar congestiona- tamente do agricultor e representa uma parte
que, para 1 -¦
*___¦___
___ _______B_JÍ TTM _fl
mento, o café era vendido no pátio, ao ar livre. da produção que normalmente não é apro-
Dirigiu-se para lá e viu, com assombro, numa ..fl ^^9 veitada.
ir»_^__r ^^n^m ^__*flH^
uma 20% dá* colheita do café brasileiro são
temperatura de 20 graus abaixo de zero,
— diz o cafeicultor Raul Car-
fila de mais de 200 pessoas comprando latinhas jogados fora
de café solúvel. Cada pessoa só podia levar doso. Dá para fazer muito solúvel...
¦l fr* II r*^Í
*^^*m^^^ ¦ A coisa funciona assim: toda saca de café,
uma, preço, feita a conversão dc rublos
e o
_______«
'
___ÍÍ^fl' ^«_fi
em cruzeiros velhos, era de mil cruzeiros por uma vez beneficiada, é classificada quanto ao
50 gramas de café solúvel, isto e, Cr$ 1,2 mi-
lhões por saca de 60 quilos. ÍP'-.-»fli seu
de
feitos
aspecto
dois a sete,
visual em
e dependem
seis tipos.
do
Os tipos vão
número de de-
Sabendo que são necessárias três sacas de (pedrinhas, impurezas, grãos quebrados
café em grão para cada saca de café solúvel, _^^^^_»»^_H _^s __m_i __. ______i ou escuros) existentes em cada saca. A que tem
^*j__B
o industrial hoje comenta: _fl _B__B^B o mínimo por isso, boa aparên-
de defeitos, e
O negócio é vender o tjosso café cia, é do tipo 2, a que tem o máximo é do

coado, transformado em solúvel. Asim, uma tipo 7, com as gradações de tipos, 3, 4, 5 e 6.
saca grão fica valendo 400 mil cruzeiros...
de Sucede que o IBC só permite a exportação dos
Mesmo sem saber que o café solúvel alcan- cafés de tipo 5 para melhor, isto é, não aceita
ça, na Rússia e em outros países, preços tão
•J _kfl_ft__9 em seus armazéns *»©s cafés de tipo 6 e 7. E,
fantásticos, o jovem agrônomo José Luís R.F. da Rosa, diretor da Dominium, que fa- por mais malabarismos que se façam, esses ca-
repete, com toda convicção: brica 12% do café solúvel bebido nos EU A. fés representam, em média, 20% da colheita.

75
o IBC não os aceita e o agri-
Entretanto


tem a vendê-los o consu-
cultor não quem
VAIE
VALE 0 CAFÉ
exclusivamente E
0EEE E
mo interno é suprido pelos EIS
EIS 0 QUE QUANTO

— resta um caminho começou em


estoques do Instituto só Brasil safra (que julho
cafeeira do
em 1966, A política
O café representou,
66 e termina em junho de
da ser do de
êsse um jogado sempre foi a de defesa preço.
para quinto produção: da receita cambial
cêrca de 50% os dóla-
67), segundo previsões,
como adubo. O fixa uma quantia
fora, atirado de volta à lavoura, E contribuiu com 4% govêrno
do Brasil. a exportação de
e res obtidos com
registro de exportação
na fa- do na- para
êsse o café é utilizado para a formação produto montante,
É que café um
justamente vender café no produzirão
ninguém pode
cional bruto; mesma porcenta-
nossa moeda, que, tiradas as
bricação do solúvel. dessa em
exterior por menos quan-
a indústria automobi-
gem que com o IBC e com a
nenhuma ao despesas
A fábrica não tem preocupação tia. O interessa govêrno
A de 1940, tem que
lística. partir vai dar
compra de excedentes,
ape- volume de dólares entra,
aspecto do café em em cinco é o que
ao grão, pensa sido esta, de cinco
quanto um saldo de 600 bilhões.
não o número de sacas que
do café na e
de bebida. Adquire então anos, a participação
nas em sua chamado confisco é isso:
qualidade tem sido em O
sai. O registro
cambial, segundo dados
submete-o receita rende, hoje,
êsse seria inutilizado, cada saca exportada
produto que 40 cents por libra-pêso,
média
dólares. O os rece-
eletrônicas a uma cata- de dólar 50 govêrno
através de máquinas isto é, 40 centavos
por
be e só entrega ao exportador o
Receita Porcentagem Tôda
das impurezas e tritura-o Ano uma libra (454 gramas).
cuidadosa para
ção valor em cruzeiros determinado
cafl con-
cambial do firma exportadora, quando
o cafèzinho depois de desidratado,
fazer que, IBC no seu plano de safra.
em milhdes uma de café para pelo
trata partida
solúvel. Depois de o extrato, exportador recebe, por saca,
vira café pronto um, longo O
de dolares o exterior, cumpre

era 44 mil cruzeiros velhos. Tiradas


ninguém vai se o de café burocrático, com passa-
perguntar grão ritual
sua comissão, despesas de trans-
40 263,4 36 3% em 11 repartições e o
ou não... gem
quebrado sacaria e impostos che-
— 45 657,3 34,9% de 14 documentos porte,
solúvel brasileiro tido preenchimento
Mas o avanço do
ao de café pouco
50 1.355,4 63,9% e 15 complementares gam produtor
principais
o contra-ataque do nosso café no de 30 mil cruzeiros, dos
lá fora como vias. des- mais
55 1.423,4 59,3% num total de 138 Uma
— fundamente 135 mil cruzeiros recebidos pelo
mercado internacional atingiu 60 1.595,4 44,3% fases é o registro da venda
sas
IBC do comprador internacional.
no IBC, assim não deixa que
o interêsse das firmas internacionais que
grandes
E é o govêrno faz
o caia. Mas há um pro- que que
o consumidor preço
o tanto Produção e exportação
que já produzem, para com os dólares do café? A apli-
cesso através do qual os expor-

como em várias outras do varia de


nos EUA partes IBC e ven- cação govêrno para go-
tadores ludibriam o
Sempre de acordo com os
de vêrno, mas ultimamente tem
mundo. E essas firmas têm feito junto "Projetec", dem café abaixo do preço
pressões
dados da nos últi-
sido esta: 1) parte dos dólares é
sua vez, registro. Ê o chamado câmbio
a seus êstes, de
governos para que por mos cinco anos, a produção
entregue, facilitada, à indústria
Um exportador tem,
o bem português.
façam ver ao brasileiro jogo café no Brasil tem sido
govêrno que importação de equipamen-
digamos, mil sacas para vender. para
reivindicação superior à exportação:
está ficando bruto. A tos e matérias-prima indispensá-
principal Os compradores internacionais

é o IBC lance haja muito veis ao nosso desenvolvimento


das firmas internacionais que Safras Produ^ao Exporta^ao entretanto, ou porque
industrial; 2) outra parte é ven-
o mesmo con- milhoes café africano no mercado ou
sobre o solúvel aqui em milhdes em
produzido
dida no mercado de câmbio, a
sacas os cafés finos de outras
de de sacas de porque
fisco cambial existente a exportação
para normais, e os cruzeiros
60 kg de 60 kg estão em bom pre- preços
de procedências
verde. E a argumentação é a se- são utilizados
nosso café café brasileiro assim obtidos para
não aceitam o
ço
e uma desleal- a compra de excedentes de café
trata-se de um 61/62 35,8 16,1 40 cents; oferecem 38. E o
guinte: privilégio por
e manter o funcionamento
emprêsa, 62/63 28,7 18,4 exportador no Brasil fecha o para
dade comercial, no mundo da livre
do IBC; 3) a parte final é tam-
63/64 23,1 17,0 negócio 38. Ao fazer o re-
artigo por
a de um
o possibilitar produção em cruzeiros e
govêrno a bém convertida
64/65 18,0 13,0 no IBC, êle indica que
gistro
matéria-prima tão barata, êles re-
com quando feita 40 cents, e a utilizada pelo govêrno para
65/66 37,6 16,5 venda foi por

têm de comprar forço de caixa e para cobertura


fabricantes internacionais) firma compradora manda, real-
(os
o de despesas com obras públicas,
a alto, num mente, 40 cents para pagar
essa mesma matéria-prima preço
Preços recebidos etc.: é o chamado
o exportador, fora, investimentos,
café, mas por
internacional inflacionado ação
mercado por
a diferença. orçamento paralelo.
devolve-lhe
brasileiro. Por saca de 60 quilos, os
do govêrno
próprio
produtores paulistas de café
Por várias vêzes o assunto estêve em Fim de um bandeirante
já pau- Confisco cambial
têm recebido, em cruzeiros (ve-
IBC. O decreto de confisco cambial do
ta no
lhos) correntes e em moeda de-
— se fala em café, O café para o Brasil, nasceu
solúvel o tornará tão caro como tlacionada, seguintes Sempre que
que qual- os preços,
fala-se também em confisco cam- no Pará. Daí foi para o Rio e
fabricado no mundo e assim sem tomando como base o ano de
outro
quer o vale do Paraíba,
Mal. Hoje, êle é atacado porque ganhou para
— 1953.
vantagens de concorrência estêve até
pronto. recursos marcar a sua
tira da cafeicultura, primeira grande

Anos Preços em Preços em surgiu ajudá-la. Antes fase. Pulou do Vale para Campi-
mas para

Cr$ cot- Crf defla- de 1930, os recursos do nas e empolgou tôda a Mojiana,
Russo recebe quando

rentes cionados insuficientes avançando para Minas. Por vol-
tf café eram para ga-
11
indústria brasileira rantir a compra dos excedentes, ta de 1950, o café dá outra

53 1.320 1.320 virada, agora o Norte do


o govêrno emitia papel moeda para

Horácio diretor-presidente de uma 56 2.280 1.288 — — Paraná, de repente.


Coimbra, causando inflação para que progride
59 1.930 611 Hoje, segundo os agrônomos,
solúvel brasileiro, a Cacique, não deixar que a produção ficas-
das fábricas de
62 6.190 730 o café não tem mais terras no-
se nas fazendas sem destino.
de Londrina, está tomando êstes dias,
posse, 65 31.700 718
Hoje, o café dá um bom lucro vas para ocupar no Brasil: seu

do cargo de do IBC. ainda 66 32.000 518


presidente Quando na de bandeirante terminou.
para o govêrno: presente papel

não exercia nenhum cargo Coimbra


público,

viajou o mundo inteiro, tentando colocar o seu

café e, com êle, abrir novos mercados o


para
CONSUMO DE CAFE NO MUNDO
Brasil. Conseguiu alguma coisa: a Rússia, MILHÕES
por

uma encomenda mensal de DE SACAS E EXPORTAÇÃO DO BRASIL ATÉ 1965


exemplo, está com

45
dois milhões de latinhas do Café Cacique. E

as recebe numa embalagem es-


pontualmente,
40
crita em russo com uma só legenda em
por-
"Indústria
tuguês: Brasileira".
35
êle ainda não era do IBC, um
Quando jor-

nalista a Horácio Coimbra se êle


perguntou
30
achava as firmas internacionais têm razão
que

falam do de as
quando privilégio que gozam
25

fábricas de solúvel do Brasil. E êle responde:

— sim. t o Brasil
É um
grande privilégio,
20

está de abertas todos os fa-


portas para que

bricantes do mundo se instalem aqui


para go-

zar também dêsse


privilégio.

E agora, com o nôvo será o


govêrno: que

IBC vai continuar cortando cafeeiros? Ou,

sabe, dos estoques? E a


quem queimará parte

de E o sistema de cotas? E
guerra preços?

com o solúvel, o vai acontecer?


que
1918 1920 1925 1930 1935 1940 1945 1950 1955 1960 1965
Seja fôr a resposta, o debate conti-
qual

nuará em matéria de café, todo


quente, pois

brasileiro se considera um técnico e nin- Km 1918 o Brasil tinha 5(i'/( do mercado mundial e os concorrentes Hoje êles
4 hW.
r/(.
concorda com ninguém. fim têm 69f/< e nós apenas 31 Porém, em número de sacas, nossas exportações dobraram.
guém

76
- ¦ ajfiyy? ¦

¦¦'•' H
¦

0 nos

quando

azemos
o seu
que

escritório rica mas

bonito e mais moderno

se você aplicar

lambris de Durapiac..

Imagine a combinação mais lhe agrada. Imagine os


que amdbordmsão>omelkor lambris
elementos de decoração utilizar.
que Depois utilize
prefere

Durapiac. Que vinte diferentes.


possui padrões São doze

lisos: branco, azul, verde, coral, cinza,


padrões areia,
prêto,

vermelho, mel, azul-celeste e verde-turquesa.


pérola, DURA

E oito
padrões-madeira: jacarandá-da- Bahia,

jacarandá-paulista, caviúna, marfim, imbuia,


perobinha,

cerejeira e sucupira. Nenhum outro material lhe oferece

tantas PLAC
de uso. E nenhum outro é tão
possibilidades
nõs
fácil de aplicar como os lambris de Durapiac.
provamos Tente. orgdhoeprodtúoda

v\ f f-
'
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l : >
V3|j^L
^OfcJ^W^p

^ ^

- *"»" l^Hrl
VEL^^H

y \ Jp^l

Ela faz sete anos este mês.

Tem amor e mas não


poesia,

é uma cidade-mulher, como

Paris e Veneza. Tem muito

trabalho e mas não é


poder,

também uma cidade masculi-

na, como Londres ou Chicago:

ESTA E UMA E
CIDADE CRIANCA

• de Luís Humberto Pereira


Texto de Alessandro Porro Fotos

se a escutar. —
repente, todo mundo Os mineiros, com as esquinas: estou ir embora eu também não sou
pôs preocupam-se para

De olhares das onde —


Muita Os bater com os amigos de noitinha, do continuísmo tenho saudade.
gente parou. pes- papo partidário já

soas saíram da igrejinha de N. S. de Fá- após o trabalho? Não certamente na Esplanada É claro, Brasília não é nem um
que perfeita, pa-

tima cruzaram-se no céu limpo. Nos rostos, dos Ministérios, nem no meio da dos raíso. Mas sete anos após sua inauguração,
praça
"Será
uma sombra de incredulidade. mesmo?", Três Poderes. Onde apoiar as costas? Onde a cidade representa algo de muito importante,

sussurrou alguém. Mas a resposta não chegou metros em meia hora, contando mesmo com seus falhas e inimigos.
passear poucos problemas,

logo. Ainda era cedo afirmar aquêle se a inexistente calçada não Mas o importante é a Capital não
para que piadas, propor- que pode

a um Somente ciona o conforto de uma esquina? mais manifestações de


gorjear pertencia passarinho. provocar pessimismo.
"Olha,
um O Cantanhede,
quando garotinho gritou: papai, próprio prefeito, professor

olha", apontando o telhado da capela, foi também não acreditava em Brasília. Tratava-se
para

todos acabaram acreditando: Brasília, afi- de um velho surgido em 1955, Cidade,


que preconceito,

nal, também tinha O a cidade somente existia no


passarinho. primeiro. quando pensa- substantivo
feminino
Chegado, ninguém sabe como, ninguém sabe mento de seus idealizadores. Nessa época, o

de onde, numa manhã de domingo. chefiava um setor do Banco Nacio-


Quando professor
Existem cidades-mulher, como Paris., Roma,
contaram ao Plínio Cantanhede (pre- nal do Desenvolvimento Econômico, e foi até
professor
Rio de Janeiro, Hong-Kong, Nápoles ou Ve-
feito do Distrito Federal durante o Goiânia encontrar-se com o
govêrno para governador.
neza: são lugares sem modéstia, ricas de beleza, j
O
êste abriu os braços numa atitude ale- senhor ver onde vai nascer Bra-
passado), quer
"Finalmente! às vêzes traidoras. E existem cidades masculi- 3
• e disse: —
gre Agora nossos inimi- sília? Êle foi, e agora
perguntaram-lhe.
nas: Nova Iorque, Berlim, São Paulo, Milão 0
têm uma bala a menos em suas cartuchei- conta:
gos
e Chicago, metrópoles cheias de atividades *
ras. Brasília tem Não
Vamos fazer tinha nada, nada, nada: só mato.
passarinhos.
de movimento, enérgicas, austeras. p
fôrça, agora, tenha também esqui- Cheguei lá de teco-teco, e confesso tive
para que que

nas, o mais cedo Qual seria o sexo de Brasília? 2


possível." mil dúvidas o apontando a man-
quando piloto,

Estas duas faltas a dos e a cha verde embaixo de nós, explicava como Para Mário industrial com dez p
passarinhos Canevari,


das esquinas são, sete anos após a funda- ia ser a cidade. Nem usando tôda minha anos de Brasília, êle che- u
ima- (em 1957,
quando

da nova Capital, as acusações cheguei a ver ruas havia Li- ^


ção principais ginação casas, e na- só o acampamento da Cidade
gente, gou,

se fazem contra Brasília. Cariocas e campo desolado. vre) — uma g


que pau- quele Voltei cá nove não existe dúvida: trata-se de
para

listas lamentam a ausência dos anos depois e fiquei admirado. cidade-mulher. sec.uk <*-
passarinhos. E hoje,
que

78
' fl

11 b

¦ \___________kB^l\^êUB^B5BS y\*yft<S>fcS8lflfl BSb^ BpISgT^yyt^SR


j^jB^^^RBBIARIBi^rjilBipSB^RBwra
ftS^^^^RHBBi^BpflBKS^SPErTBR * /"¦ ^ ¦ *^^? jfiwBBPEMaSBJBBIpBBflipiffii^

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>< ib
flfl
afl
w 1
o I
o 1
0 fl

B
BRASÍLIA CONTINUAÇÃO

mais sineera
amizade é
Aqui a

Eu negócios horas, depois de ter lido as últimas no-


organizar meus às 22
queria por
"boa
aqui, dando um de viver seis meses em tícias do telejornal, diz noite" aos teles-
jeito

seis na Itália. Mas do Distrito Federal. Para Sheila, a


Brasília e meses nunca
pectadores

consegui, até agora, realizar minhas viagens. união de Brasília com o resto do não irá
país

Esta cidade não é feita ser deixada: é enfrentar crises nunca. Chegou à nova Capital
para

como mulher bonita encanta e a no dia de sua inauguração, tinha treze


que prende quando

foi embora, deixou Brasília, anos.


gente. Quem quem
— uma inesquecível. A
foi não a merecia. Foi pri-
porque jornada

meira coisa me desconcertou foi a falta


A de Canevari, em que
primeira preocupação
de e de mar. Gostava de mergulhar,
1957, foi a de desviar um córrego até a praia
porta
de cabeça, das do Arpoador. Mas a
de seu barraco, improvisar um chuveiro, pedras
para "qua-
saudade do Rio durou tempo. Na
feito com latas furadas e um cano de borra- pouco

"os os amigos logo apare-


dra" onde fui morar,
cha. Só após ter sistematizado serviços de

ceram. E foi nascendo algo de nôvo e de ma-


sua residência", como êle diz com sotaque

ravilhoso não acredito existir hoje


napolitano, foi em inventar uma que possa
que pensou
em nenhuma outra cidade do mundo: a cama-
atividade. À Cidade Livre chegavam então

radagem, a amizade desinteressada entre os


autoridades, muita famosa daqui e de
gente
Aqui existe inveja, a arte da fo-
fora, mas não existia nem um hotel, nem um jovens. pouca

foca nunca chega à destruição.


restaurante receber dignamente
que pudesse

Sheila está de casamento marcado com um


êsses hóspedes. E, isso, Mário Canevari
por

fazendeiro mato-grossense tanto de


abriu um restaurante, baseando-se na experiên- que gosta

Brasília a noiva. E de Brasília é


cia trouxe da Europa, simplesmente quanto gostar
que

condição indispensável: todos em Brasília co-


como freguês de casas de categoria.
primeira "namoro
nhecem a história do firme"
Meu — — primeiro
restaurante conta Canevari "um
de Sheila. Êle era um carioca
político,
tinha toalhas vermelhas e talheres de
prata:
incondicional'*. Um dia, durante um
pronun-
e se comia à luz de velas, mesmo não
porque "êrro
ciamento, falou do da fundação de Bra-
tinha eletricidade. Mas as toalhas vermelhas fi-
sília". Sheila nem mais falar com êle.
quis
zeram sucesso. E até o da "Meu
grande presidente
Limitou-se a enviar-lhe um telegrama:
República do frango recheado yflV
gostava prepa-
Brasília capital é irreversível. Fique no
caro,
rado na minha cozinha...
muito bem aqui." ¦
Rio. Eu estou
O hotel e o restaurante não existem. No I

seu lugar Canevari montou uma firma de j


"Quinhentos o verde é
e lugar-comum;
lugar-comum nos
Na paisagem já
ja
transportes e de distribuição de ferro e ci- operários
i

mento: dois ingredientes Brasília continua


que a construtora"
para
consumindo com voracidade.

' " '


100 mil habitantes con- V'
Com de (sem
perto

outros 200 mil das cidades J


Cidade, siderar os quatro •>•;*
••J
satélites e da Cidade Livre), Brasília ser
pode
substantivo masculino

considerada hoje a cidade mais rica do Brasil:

trabalham, em média 1,3 b


em cada famflia
Nao
senhor, Brasília é uma cidade viril,
Não existe desemprêgo e o rádio,
uma pessoas.
cidade de barba e bigode.

entre uma música e um noticiário, anuncia:


diz isso é dona Conceição, telefonista
Quem "500
operários são com urgência
pedidos pela
da emprêsa de telefones urbanos e interurba-

construtora X. Condução refeições


gratuita,
nos, mantém ligado o Distrito Federal,
que
No local, as ofertas de trabalho
pagas". jornal
com seus 34 mil aparelhos, ao resto do
país.
das reservadas ¦
ocupam a maior páginas
Eu parte
era telefonista em São Paulo, e
quan-
à E na Estação Rodoviária os
do vim Brasília minhas colegas publicidade.
disseram
para
candangos continuam recebendo amigos e
pa-
eu ia ter sorte, ia ter um verdadeiro des-
que
rentes, do Rio, São Paulo, Recife ou Belém.
canso. Descanso nada: aqui o trabalho é mais
Os — fun-
hoje chegam conta um
duro São que
em Paulo. Ninguém aguar-
que quer
— o vão
cionário da Rodoviária sabem
já que
dar, ninguém saber de micro-onda fraca.
quer
fazer: menos 90% têm um trabalho
pelo já
Tudo tem funcionar
que perfeitamente, porque
certo numa obra, indústria, marcenaria ou fá-
tudo é novo, tudo é do melhor.

brica de cal. Esta é a diferença entre


— grande
Atrás do balcão da W3 a rua comercial

os imigrantes de hoje e os candangos de sete



de Brasília dona Conceição recebe e despa-

anos atrás, não sabiam a sorte


que qual que
cha com eficiência impressionante. Foi
pedidos,
os esperava. Podiam a
permanecer pedreiros,
a a saber da deposição de Goulart,
primeira
vida tôda, mas também acabar, em
podiam
um minuto antes cortassem as telecomu-
que
meses, donos de uma oficina, de um
— — poucos
nicações. Às naquele dia
pessoas que
caminhão, de um bar ou até de um hotel de
aguardavam das cabinas, disse com cal-
perto
categoria. Agora, Brasília virou ci-
ma: primeira

dade mesmo, e não é mais território livie, ao


Não
é nada, um cabo
quebrou que já
alcance dos chegam.
que
estava meio defeituoso. Mas agora vão con-

Já existem as saudades dos velhos tempos:


sertar, de uma vez tôdas.
por
Uma vez, e falo de apenas sete anos

atrás, Brasília era uma família. As


grande pes-
A coisa mais bela:
se encontravam na rua e se cumprimen-
soas

camaradagem e as caronas eram coisa comum. Nin-


tavam,

usava não havia formalidades.


guém paletó,
"Carioca '
eram mais camaradas: a -
de nascimento e brasiliense de co- Até os deputados gen-

visita entre as banquinhas de uma feira V\V


ração": é o cartão de de Sheila Moreira te
passava
0$
locutora de uma emissora de televi- livre e encontrava um ministro do Supremo
da Costa,

são, de segunda a sábado, comprando tomate ou laranja.


que pontualmente,
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e Copacabana.

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Brasilia de pouca idade, muito trabalho e amor e hoje uma cidade normal.

s
v. sabe o valor de um v. sente os pés mais
calçado mais leve?... confortáveis...

ÇJAL calçados CIAL


um produto
HERCULES
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calçados k I

isto quer dizer: v. fica por isso CIAL é um mas quem falou que
menos nervoso... calçado mais leve... CIAL é só leve?...
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é mais resistente também... e impermeável!... a propósito v. sabia que CIAL


é mais barato?...

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r__i__^_. C_r3C____í III


CT-CP *- C=_nC___J UJ
BRASÍLIA CONTINUAÇÃO

Êles mi
brincam em500mil metros
quadrados

Atualmente não é mais assim, tores do Hospital Distrital, setor de obstetrícia


tudo mu- nino de 12 anos, viu vez
que pela primeira

dou. Ainda na semana estava Brasília em dêste ano. após a notícia do de Paris, rece-
passada pre- janeiro que, jornal

um favor, e fui então ao É uma beu de casais sem filhos de


cisando de Hotel Na- uma cidade simples, o é por parte
que já pedidos

— lugares do mundo, desejavam


cional falar com um senador meu conhecido. E vantagem afirma um diferentes
grande jovem pernam- que
"Tenha —
sabe o êle me respondeu? a bon- bucano, funcionário do Ministério da Marinha, confirmar a informação. Em caso afirmativo
que

dade de falar com meu secretário". Seis ou está em Brasília há dois anos, com mulher dizem Brasília teria recebido muitos novos
que

sete anos atrás nunca teria acontecido uma e três filhos. habitantes.

— verdade a luz de Brasília


coisa dessas. Hoje estão todos formais, como Os novos donos da loja de ao lado Se não é
jornais, que

Rio ou São Paulo. do Hotel Nacional, são e chega- maior natalidade diz o diretor de
no portuguêses, provoca

ram em Brasília, via Montevidéu, há uma das 107 escolas oficiais de ensino
desabafo é de um motorista de táxi quatro primá-
O que
meses: rio existentes no Distrito Federal (outras 47
mora na Capital desde 1958, chegou
quando
Cidade — verdade
muito bonita, acolhedora. Talvez são é ne-
do Pará. Mas se alguém lhe particulares) porém que
de Belém pergun-
fique aqui sempre, se os negócios anda- nhuma criança brasileira é tão bem assistida
tar se tem vontade de voltar Belém, a para
para
rem bem. como as moram aqui.
resposta é imediata. que

E o signor Giovanni, italiano, dono da boate Métodos modernos, arquitetura racional,


Voltar? Nunca. Eu ajudei a fazer isto
II, a mais bem freqüentada de Brasília, vagas todo mundo, fazem de Brasília a
Jole para
tudo.
tôda noite se enfrentam a ié-ié-ié cidade da América Latina mais adiantada no
onde geração
Outro motorista, o Paraná, ex-chofer de
esquecer campo do ensino elementar e médio, com um
e os provisò-
políticos que querem
Oscar Niemeyer, o homem os
que projetou riamente o ritmo da atividade total de cêrca de 50 mil alunos e dois mil
parlamentar,
de Brasília, conta emocionado o
prédios que Vinte e cinco bibliotecas
afirma: professores. públicas

foi a inauguração da cidade: Não satélites) contri-


sou candango, minha ex- Plano Piloto e cidades
primeira (entre
Eu e não dormimos três dias
Oscar por a formação cultural do brasiliense.
de negócios no Brasil foi em São buem
periência para

e três noites. Na madrugada de 21 de abril,


arrependido de não ter che- Na região do Distrito Federal, o analfabetismo
Paulo. Mas estou

na dos Três Poderes, eu e êle fomos apenas


praça de se di- é inferior a 23% na zona rural, e de
antes: aqui todo mundo
gado gosta
aplicar os de mármore ainda fal-
pedaços que e não faz de 12% na zona urbana.
vertir preço.
questão
tavam no Museu. começaram a chegar de
Quando mil metros grama,
Quinhentos quadrados

as autoridades, todos de casaca, eu e Oscar à


cêrca de 40 clubes com
parques, piscinas,
"Paraná,
Luz nascer
sumimos, olhar de longe. Bra- faz
para beira do lago artificial ou em outras localida-

sília existe", me disse o Oscar. mais crianças minutos da cidade, com


des a menos de 20

da boutique Fe- instalações esportivas modernas e funcionais,


Maria Marcos,
proprietária
"A "fe-
da igrejinha, a mais fa- luz de Brasília faz nascer mais crianças humanizam a cidade. Nenhum clube é
mina Moda na rua

Brasília, também no em outro lugar do mundo." A Foram construídos não diferen-


mosa costureira de pensa que qualquer chado". para

dois anos notícia foi manchete num francês, mas classes sociais, mas uma
Chegou à nova Capital jornal ciar para permitir
passado.

com muitas idéias na os médicos de Brasília, e em os vida melhor aos habitantes da Capital.
antes da inauguração, particular pe-

no bôlso. Nascida diatras e os obstetras, não conseguiram até hoje


cabeça e nenhum dinheiro

de um rico industrial descobrir como nasceu êste boato.


na Alemanha, divorciada
A mulher
O natalidade é dos mais nor-
começou como num restau- ritmo de
italiano, garçonete

ano, 8.000 crianças) e inventou a sociedade


rante da Cidade Livre. Servia os rece- mais, (nascem, que
pratos, por

ajudava na cozinha. nada autoriza a crer um determinado tipo


bia encomendas, que

um maior ou menor Dona Talita Aparecida de Abreu, a


de luz favorecer pri-
Chorei recebi minha possa
quando primeira
— um dos dire- funcionária a chegar a Bra-
número de nascimentos afirma meira pública
— amigo foi confortar-me
diz ela. Um
gorjeta
"Maria, sília, atualmente tesoureira do IAPETC, é uma
na cozinha: não seja tola, agüenta

mulher de olhar suave e elegância natural


firme vai dar certo." Agüentei. Depois de
que
sem ou se dar conta, criou em
que, querer
um ano recebi um de dinheiro da Itália
pouco
Brasília o seus inventores não
que pensaram
e comprei um restaurante: isto é, um barraco

em a sociedade.
aqui estou planejar:
de madeira, com seis mesas. Hoje
No Distrito Federal ninguém tem 400

eu: costureira. Dinheiro não falta, consegui


— dona Talita, assina como
anos diz que
meus modelos. Mesmo assim, às vêzes,
impor
a sua coluna social, no único
Katucha jornal
de voltar a viver a atmosfera de sete
gostaria
roda desde 21 de abril
diário de Brasília, que
anos atrás, aquelas emoções nunca mais
que
de 1960.
ser sentidas ninguém.
poderão por
Quem chegou aqui dez anos atrás, en-

a vermelha do
frentando poeira primeiro

Não há unanimidade: bandeirante, dificuldades, e


núcleo privações

não de brasões ser


até precisa para
os e os contra perigos,
pró
na society brasiliense. Eu vi homens
aceito

de macacão, as mãos calosas, dirigindo jipes


A totalidade dos trabalham na
quase que
ruas inexistentes, vestirem smokings como
sôbre
área urbana de Brasília depende do Estado. Os

sempre soube usá-los. E vi mulheres ser-


uma minoria, são fáceis de se quem
candangos,

as mesas de um boteco, sozinhas ou ao
vindo
reconhecer entre os demais habitantes da Ca-

do marido, transformarem-se em damas


lado
vestem-se simplesmente, continuam pe-
pitai:
de categoria. Em Brasília, society é assim.
dindo caronas, não se é
preocupam quando
a alguns meses, dona Talita terá di-
do Daqui
meio-dia e ainda não chegaram os
jornais

reito a aposentadoria no serviço


atravessam as ruas sem público:
Rio ou de São Paulo,
Então mais ainda. Parada é
trabalharei
Os outros, os novos, os têm no
pressa. que

não ficar.
máximo anos de Brasília, e repre- que posso
quatro que
exista em Katucha um de cada
de Brasília? Talvez pouco
sentam a maioria, o acham
que
brasiliense: o vício de trabalhar,
seu tempo livre? mulher querer
Como vivem? Como passam
alguma coisa, de im-
— de produzir querer
É chata de morrer querer
uma cidade chata,

sua
anos, chegou no por presença.
diz uma de 21 que
garota
A é uma mulher que
brasiliense prática,
verão do ano deixando atrás de si
passado,
— dona Talita, mas logo
sabe o diz
lembranças no Rio. que quer
e amizades

Gosto, — acrescenta: segue


e mesmo diz um me-
gosto

83
BRASÍLIA CONTINUAÇÃO

0 difícil é namorar em frente a mil janelas


de deres, está prevista para breve a inauguração
Não se há de pensar, porém, que nao porque oessa aiuuue esia no oepoimento de mais uma dúzia de bares e restaurantes.
seja sensível e romântica. Só tem um defeito: um funcionário do Banco do Brasil:
deixa o marido demasiado sozinho, porque Quando eu trabalhava no Rio, encon-
ainda não sabe resistir à tentação de viajar trava meus colegas durante as horas de ser- Daqui a 5 anos,
viço, e dependia somente da minha vontade 700 mil habitantes
para o Rio, São Paulo, ou para a cidade de continuar a vê-los também de noite, para um
onde veio.
Esta censura encontra justificativa nos dados jantar ou um cinema. Aqui é diferente. Ae Brasília (com as cidades satélites) terá den-
gente acorda, olha pela janela do banheiro tro de cinco anos 700 mil habitantes. Isto quer
(bastante incompletos) que mostram uma certa vê os bigodes do chefe de seção. Entra no dizer que mais de 400 mil pessoas deverão che-
crise nas uniões familiares em Brasília. Afirma elevador, e cumprimenta o caixa e um con- gar ao Planalto para enfrentar uma nova vida.
um advogado especializado em processos na
Vara Familiar: tínuo. Entra na garagem, e eis mais dois fun- Brasília retomou ritmo intensivo de constru-
Nem sempre a culpa é realmente dos cionários e um diretor. Quando volta para ções e muitos afirmam estar a cidade entrando
casa, é a mesma coisa. E se, de noite, vai dar em nova era de pioneiros.
maridos, embora em 90% dos casos de desquite um passeio nos jardins, ou no cinema da Su- Mas será verdade? — perguntou o dono
a responsabilidade recaia sobre eles. Acon-
tece que entre o funcionalismo público, isto é, perquadra, encontra novamente todo mundo. de um pequeno restaurante, que já não confia
O problema é sério, e permanece intima- em Brasília.
a maior parte da população, as esposas ainda mente ligado a um drama de Brasília: a falta Cada ano chega com uma nova espe-
não acostumadas inteiramente com a Capital, de habitação, órgãos públicos, ministérios, ban- rança, e a gente aperta o cinto e aguarda. Mas
tiram longas férias nas cidades de origem, dei- cos e outras organizações, na época da mu- não acontece nada nesta cidade, nunca acon-
xando os maridos sozinhos. Não parece, mas dança da Capital, construíram para seus fun- teceu nada, e nada irá acontecer. Para mim,
Brasília é cheia de tentações e de oportunida- cionários as Quadras e as Superquadras. Este a Capital tem que voltar para o Rio.
des, sentimentalmente falando, em função do "ficar todo mundo junto", ainda no tempo do Vem a mulher e afirma com ar também
grande número de mulheres que trabalham, quase pioneirismo, foi um bom sistema para desanimado:
que andam pelas ruas. enfrentar as muitas dificuldades, num clima Não, aqui não há jeito: recebi hoje uma
Se a geração de meio (isto é, o brasilienses de recíproca colaboração. carta de minha mãe, com a lista dos preços
entre 25 e 40 anos, casados) é um pouco agi- Hoje é diferente, pois a Capital começa a do Rio. Aqui tudo está muito mais caro. Não
tada, a juventude — pelo contrário — fornece ser uma cidade normal. E a falta de liberdade vale a pena ficar.
dados confortadores. Entre 16 e 24 anos, os habitacional (isto é: o não poder escolher onde Mas nem tudo custa mais caro que no Rio
rapazes brasilienses vivem uma vida melhor morar) preocupa a todos. ou em São Paulo. Basta comprar na feira da
sentimentalmente falando — que a de seus Cidade Livre, que se consegue bons preços.
conterrâneo* das outras grandes cidades brasi- A chegada Nos cinco supermercados da cidade, só vale a
leiras. As relações são mais simples, baseadas pena comprar enlatados. A diferença entre
como afirmam muitos professores de Bra- dos embaixadores Brasília e Rio ou São Paulo, nestes produtos
sília — numa maior franqueza e numa atmos- A mudança do Itamarati do Rio de Janeiro que chegam de caminhão, após mil e tantos
fera de camaradagem. O hábito da convivên- de cerca de 15% a
cia, a possibilidade de freqüentar piscinas e para Brasília, e a firme predisposição do go- quilômetros de estrada,os érestaurantes são mais
vêrno Costa e Silva de ficar na Capital obriga- mais. Pelo contrario,
ouvir palestras, ou, nos fins de semana, ciu- rão as embaixadas estrangeiras a apressar a baratos que os de outras grandes cidades bra-
bes, cuja função é mais esportiva que social, construção de suas sedes na avenida das Na- sileiras. A vida noturna, entretanto, é bem cara,
levam a juventude a amizades e amores sem os
tensões exageradas. ções, e dos edifícios para os diplomatas à beira e oferece poucos atrativos. Em comparação,saté-
do lago artificial. Até o ano passado, no am- 56 hotéis (contando também os da cidades
E tudo isso acontece, apesar de alguns ra- biente diplomático do Rio de Janeiro, a mu- lites), entre primeira e quarta categoria, co-
pazes e moças se queixarem da falta de lugares dança para Brasília era considerada como uma bram preços mais baixos que no Rio de Ja-
onde namorar. É certo que em cada Quadra eventualidade remota, ou, talvez, irrealizável. neiro de, pelo menos, 30%. E os dez cinemas
e Superquadra existem assentos de pedra ou O Itamarati parecia não conseguir convencer vendem ingressos por um mínimo de 200 cru-
de madeira, que parecem aguardar casais de os diplomatas da necessidade de resolver os pia- zeiros velhos (Taguatinga), a um máximo de
mãos dadas. Mas acontece que cada Superqua- nos de mudança o mais breve possível. Hoje, 800 cruzeiros (Plano Piloto).
dra comporta, no mínimo, 11 blocos, cada um pelo contrário, em cada chancelaria o proble- O que se pode comprar em Brasília com re-
com três ou seis andares, sem falar das Su- ma Brasília representa o assunto administra- lativa facilidade é carro. Graças a uma poli-
perquadras duplas que têm 33 edifícios de tivo número um, e (apesar da resistência deste tica bastante generosa da Caixa Econômica Fe-
três andares. A área total de uma SQ é, em ou daquele representante estrangeiro, que pre- deral, e a uma série de facilidades oferecidas
média, de 260 por 260 metros, cercada por fere deixar o problema para o seu sucessor) pelos revendedores locais, os 300 mil habitan-
uma faixa de arborização de 20 metros de todo mundo sabe que em 1968 terá que mu- tes do Distrito Federal chegarão a ter, ainda
largura. dar-se para o Distrito Federal. O Itamarati es- este ano, mais de 30 mil veículos: o que quer
Por isso, pergunta um estudante insatisfeito: colheu, para a difícil e delicada tarefa de con- dizer um carro para cada dez pessoas. Esta
— Você acha possível namorar sentados nos vencer os diplomatas estrangeiros a deixar as porcentagem chega a ser de um carro para
banquinhos de pedra, em frente a mil janelas, praias cariocas pelo Planalto Goiano, o embai- cada cinco pessoas, no Plano Piloto, o que faz
enquanto os moradores apanham o fresquinho xador Waldimir Murtinho. de Brasília a cidade mais motorizada da Amé-
da noite? Murtinho, é hoje um dos homens mais po- rica Latina.
Mas os namorados não perdem por esperar: pulares e benquistos de Brasília. E há quem Os novos hóspedes de Brasília, que estão
para os próximos dois anos está prevista uma afirme que, se Lúcio Costa e Oscar Niemeyer chegando nestes dias de mudança de governo,
grande campanha para a humanizaçã© de Bra- foram os construtores da Capital, Waldimir os novos deputados e senadores, os novos fun-
sília. A topografia geométrica da cidade, se- Murtinho será o responsável pela consolidação cionários, ignoram as velhas façanhas da ei-
gundo os planos, será suavizada por amplas de Brasília. Nas lojas, nos bares, nos restau- dade. E talvez não consigam captar a mensa-
áreas de jardins. Fala-se também na neces- • rantes, nos hotéis, não se fala de outra coisa gem de entusiasmo que ainda paira no céu
sária criação de parques arborizados mais perto senão na chegada dos embaixadores. Com eles brilhante da Capital. A adaptação, em alguns
da cidade, e na construção de centros de di- a cidade ganhará muito, em prestígio e desen- casos, será difícil.
versões, não mais ligados às Superquadras. volvimento. — Mas deixe passar três meses — afirma
Com efeito, a filosofia inicial que inspirou as Surgem novas atividades, já existem proje- um deputado que, não reeleito, tem de deixar
unidades de vizinhança, dentro das Superqua- tos para mais sete boates ("os diplomatas gos- Brasília — você verá como todo mundo co-
dras, não parece ter dado todos os resultados tam e gastam") e já foi idealizado um clube meça a compreender a gostar da cidade. E
esperados. de golfe. Fala-se também em publicar um jor- não tenha dúvida, daqui a quatro anos estarei
Existe em Brasília a tendência de gastar as nal em português e inglês, tipo tablóide, e, além aqui: de maneira nenhuma perco a próxima
horas livres longe do lugar onde'se mora. O da casa de chá aberta na praça dos Três Po- eleição. fim

34
a Bosch não usou

"varinha

mágica"
para

o melhor
produzir

alternador...

23

.
\

'—f^t. -V* 1

Como também não recorreu a nenhum misterioso


poder para pro-

duzir essa imensa linha de equipamentos elétricos, Diesel e hidráu-

licos V. encontra em todos os veículos e motores esta-


que quase

cionários nacionais. V. ver? Da Alemanha, herdou a técnica


quer

e o obstinado Do Brasil, a capacidade


gosto quase pela qualidade.

de trabalho e o criador de seus engenheiros, técnicos e ope-


poder

rários. Juntou tudo isso e, a de 1954, começou a trabalhar,


partir

trabalhar, trabalhar... Resultado: é hoje a maior indústria de auto-

-
da América Latina e ainda encontra tempo fabricar
peças para

aquecedores de água a e ferramentas elétricas.


gás

ROBERT BOSCH DO BRASIL

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C. Postal, 1195 e Filial em Sáo Paulo: Rua Cesário Galeno, 477/483


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**•

;t'.-*r*
O homem fez as do Brasil inteiro rir du-
que platéias

rante anos está morando há dez meses num sanatório,


32

ver se consegue a tranqüilidade nunca


para teve na
que

vida. Sebastião de Sousa Prata, o das caretas en-


palhaço

crioulo de um metro e
graçadas, cinqüenta de altura, feio

e inteligente, músico, e ator, hoje, como sempre, é


poeta

um sujeito angustiado, vive e ao mes-


que, procurando

mo tempo fugindo de alguma coisa. Seu nome figurou


em lugar nos cartazes dos shows cariocas,


primeiro
grandes

e ao vê-lo, um dia, o cineasta Orson Welles comentou:

"E

um Agora, assistido médicos, tenta reor-


gênio". pelos

a vida mais uma vez. Ontem, famoso


ganizar e
prestigiado

êle foi sempre o Grande Otelo. Hoje,


pelo triste
público,

e descrente, êle tem vontade de voltar a ser apenas


quase

Entrevista e Fotos de Gilda Grillo

sou mau, acho dentro desta não é verdade. Na minha terra eu era o Bas-
porque que

Eu vida não se agir sem maldade. As tiãozinho da Tia Silvana.


pode

viveram comigo sempre me tra- O aconteceu foi uma vez um maes-


pessoas que que que

taram com maldade. Todos me exploraram tro resolveu testar minha voz: me disse
que

ao máximo, me fraco, fácil era de tenorino. E como tenor é o Otelo, de


porque julgaram

de ser enganado. Por isso levo má intenção, Verdi, então achou crescesse eu
já que quando

em vou lidar com alguém. atuar nessa ópera. Algumas


princípio, quando poderia pessoas

Não acredito na maioria das a me chamar de Otelo e eu


pessoas. passaram gostei

No fundo, sou um homem triste. Nunca tive do nome, comecei a fazer su-
pegou. Quando

aquela alegria, as tive estavam sem* cesso no Rio, o apelido virou Grande Otelo.
grande que

misturadas com alguma angústia. Agora


pre
"Desde
não mais ser o Grande Otelo,
queria queria logo

voltar a ser aquele Bastiãozinho, cantava


que
comecei a minha briga"
no meio da rua um tostão. Mas
pra ganhar

sem ter de cantar no meio da rua.

Começou cedo minha vida de viver, de bri-


Nasci em Minas, Uberlândia. Minha mãe

com ela, de não ter medo dela. Só tinha


boas. Mas só cozinhava gar
era cozinheira, e das

mêdo de na do cemitério,
de cachaça ao lado. passar porta porque
bem com sua
garrafinha
saía um fogo do chão. Daí, se eu ficava na

Um costume também tenho é o
que para
'
cidade até tarde da noite, não ia mais
para
tempero ficar melhor, sabe? Lá em Uberlân-

casa. Minha mãe ia me buscar e eu apanhava


dia, eu mal tinha sete anos de idade e an-

cachorro. Um dia, ela estava muito brava:
discutia pra
dava ruas, conversava, com
pelas
me amarrou com a corda do a
os dias no poço, passou
um e cantava. Passava
qualquer
mão numa correia trançada e me deu uma
Hotel Central onde uma das filhas da dona

surra valer,
a do pra gritando:
me ensinou a música: Canção
primeira

Isso é não fugir mais de casa, mo-
Cigano. Nessa época, fiquei conhecendo o Car- para

— leque.
naval 1923, ou 1924. Tinha um samba de
"ai,
a Então eu lhe disse ia fugir não
muito sucesso, dizia ai, ai, madru- que para
que

gada volta mais". lem- voltar nunca mais. Depois me arrependi, mas
não Me
que passou já

na tive fugir cumprir com a
bro cantei isto os três dias e que para palavra.
que quarta-

num monte de ser- Tinha oito anos. Fui São Paulo com
feira de cinzas amanheci para junto

lixeiro. uma companhia de comédias apareceu em


varrido que
pentinas, pelo

vida errado. Por Uberlândia. Foi aprendi a cantar bem


Todo mundo sabe da minha quando

exemplo? mesmo.
me chamo Grande Otelo,
que por

uns é na estação da minha Também tinha aprendido a lição.


que porque primeira
Dizem
"grande
terra eu hotel, hotel!", Em Minas Gerais, eu cantava e recebia um
gritava grande

arranjar fregueses aquêle hotel. Mas tostão. segue


para para

Pjf
>

GRANDE OTELO CONTINUAÇÃO

"Sempre

bebi,

*
m ii

s
desde erianca"

i|

a não me dar mais o tos- outros foram cantar hino nas esta- nós dois caíamos no samba. Mas não agradou.
Depois, começaram patriótico

a dizer: só canto se me de rádio. Minha madrinha, d. Filhinha, Só comecei a conquistar o no meu


tão. Então pa- ções público
passei

adiantado. Êsse costume tenho até hoje. fêz um hino e tôda a família formou um coral terceiro show, com o Oscarito, era o dono
que
garem

Paulo, fugi, me botaram ir cantá-lo na Rádio Educadora. Fiquei do espetáculo: uma comédia em êle se
Em São para que
quando

engraçada, onde eu fazia entusiasmado: meu ambiente era aquêle, o am- metia numas encrencas, aí vinha um sujeito
numa
pecinha papel

de filho de um alemão. Aí, entrava em cena biente artístico. Falei com meu castigá-lo: trazia sua filha e obrigá-
padrinho: pra queria
"Quem
um sujeito é êsse — vou advogado lo a casar com ela. A filha era eu, com um
perguntava: ser artista, não ser
que Quero
"Non
O alemão respondia: serr vestido branco de bolinhas vermelhas e lacinho
crioulinho?" coisa nenhuma.

crriôlin, serr minha filho." O outro se virava na cabeça. Um estouro. Agradei tanto o
Êle respondeu eu fôsse arranjar um tu- que
que
"Mas
mim e dizia: você é alemão mesmo? Oscarito não eu estava roubando o
pra tor vivesse nesse meio. Não fiz nada disso. gostou:
que
"Mim
De onde?** E eu: serr alemongas de San- show. Me meio de lado, então.
Fugi outra vez. Entrei na companhia de Jar- puseram
*'
tas Catarrinas... — — Mesmo assim, a sempre conseguia um
dei Jérceles do Jardel Filho e fui gente
pai

Daí a algum tempo, minha mãe soube onde cachê de cinco a dez mil réis dia. De
Pôrto Alegre. Ajudava a carregar mala, por
para

eu estava: era na casa de d. Abigail. Ela veio noite, costumava ir a um cabaré da Lapa, o
levava café os atores na hora dos ensaios,
para

de Minas e me deu de a d. Abi- Royal-Pigalle. Ali todos de mim, fi-


papel passado mas sabia cantar em inglês, francês, e gostavam
já que-

Mas eu não tinha Continuava fu- conhecendo Sílvio Caldas, Noel Rosa,
gail. parada. ria mostrar minhas Era um rapa- quei
qualidades.

ia numa casa, chegava, conversava e Francisco Alves e muitas outras im-


gindo, zinho de 16 anos. O máximo consegui foi pessoas
que

acabava dormindo lá mesmo. Numa dessas na minha vida. Um dêles era o Is-
por cantar em dupla com uma cantora da compa- portantes

vêzes, d. Abigail viajar Itália, me rael, um sujeito me socorria eu não


precisou pra nhia, em Pôrto Alegre mesmo. que quando

e não achou. Deu no Juizado tinha onde ir. Êle me levava sua casa,
procurou parte pra para

de Menores e foi embora. O Juizado me loca- longe, no subúrbio, e nós dormíamos


juntos,
"Foi
lizou e fui no Abrigo de Menores. Tinha com Oscarito na mesma cama, eu na cabeceira, êle nos
parar pés.

onze anos. Nunca mais o vi.


conquistei o
que público"
Foi a senhora do dr. Antônio de vêzes dormia, nos bancos
quando Quantas porém,

apareceu, adotar uma me- das em hospedarias de mil réis. Ou na


Queirós querendo praças,

nina, educar, criar e também ajudar nos A muito custo, cheguei ao Rio em 1935. A corda. Era assim: a sentava num banco
para gente

serviços de casa. Mas o me cidade me deslumbrou, mas eu nem e se apoiava numa corda esticada na frente.
juiz quis proteger, podia pas-

me chamou, me fêz recitar e cantar. O filho sear nela, o Jardel me De manhã, o dono da hospedaria vinha e de-
porque que já pa-


da mulher, Zezito, ficou encantado: a só me dava dez tostões samarrava a corda, e todo mundo caía no
gava pensão por

— dia, o cigarro custava 800 réis. Estreei no chão acordar. Dormir dêsse
Mamãe, leva êle brincar comigo. e para era so-
para jeito

sorte. Fui casa dos Dr. Rio cantando em inglês num show, frido, mas barato: dez tostões. Passei muita
Que pra Queirós. pequeno

— era — a Nair Farias entrava em seguida e me fome naquele tempo.


Antônio de deputado ficou onde Mas conhecia o Rio,
que pai já
"Que
sendo meu Dentro dessa família re- xingava: é isso, crioulo? Tu é do morro tinha corrido aquilo tudo, favelas, morros, su-
padrinho.

cebi a educação tenho, conseguiram do e fica aí cantando inglês!'* En- búrbios. Fui separando o a cidade tinha
pouca que Querosene que

me levar até o terceiro ano Então es- tão eu tirava a casaca, a camisa de duro, de bom e de mau. O Rio me ensinou tudo,
ginasial. peito

tourou a revolução de 32. Uns foram brigar, baixo estava uma camisa de malandro, e até brigar de navalha era muito brigão).
por (eu

88
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Aprendi as manhas do carioca, sua bossa, mim. Eu sabia a não Gilda também tinha tido uma vida ruim,
para que gente ganha

suas reações. E sabia o fazer seu lugar sem brigar. E eu brigava mesmo, melhorar e não era
que precisava queria percebeu que possí-

conquistá-lo. com todo mundo, be- vel. Então aconteceu aquilo... desesperou-se,
para principalmente quando

A chance apareceu o J ardei trouxe bia. A bebida me deixava mais dono de mim. matou o suicidou-se. Não acho
quando garoto, que

uma mulata de São Paulo, a Deo Maia, Sempre bebi. Desde criança. Minha mãe me estivesse louca, sentia eu não
que parece que que

sambava era uma coisa louca. Não rebo- mandava comprar cachaça ela, lá em lhe daria a segurança Então es-
que pra que precisava.

lava sensualmente não, era um tremidinho só, Uberlândia, eu ia e na volta tomava meus colheu aquêle lado. Eu não esperava. Nunca
'bonito, go-

caminhando lá e cá. No show, linhos escondido. tinha falado em se matar. Nós tínhamos briga-
pra pra

ela devia cantar No Tabuleiro da Baiana com Em São Paulo, na casa dos meus do dias antes, e naquela noite fizemos as
padrinhos, pazes.

o Luís Barbosa, de muito cartaz na época. Mas uns tempos. Mesmo no Rio, no comêço Deitamos, ela esperou eu dormisse, tran-
parei que

êle ficou doente, e o Jardel falou comigo: só tomava cerveja, ou então um fogo, vez ou cou a do nosso fora, foi ao
porta quarto por

Como outra. De verdade, comecei a beber a do menino e fêz o fêz. Foi com
é, você é capaz de cantar com a quarto que
quando

Deo Maia? Carmem Miranda me chamou ir aos Es- um revólver.


para

tados Unidos e o empresário não concordou. Era 1949. Bebi o ano de 1950 inteirinho.
Aceitei, e fui ensaiar com o Ari Barroso.

Depois recebi convites de Orson Welles e Walt Estava desesperado e só. Depois, con-
Levei cada bronca! Eu sabia a música, mas na quando

Disney, também não ir causa do em- segui concluí: acho estou


frente do Ari, em tremia e er- pude por parar pra pensar, que
próprio pessoa,

sempre. Estas e outras injustiças me todo errado, vou mudar tudo, vou voltar tudo
rava tudo. Êle não presário,
perdoava:
Você marcaram. Passava noites inteiras de bar em trás. Vou namorar uma môça, no
é burro! Desafinado. Nunca vai pra portão,

bar. Bebi de 1939 a 1946. Nesse ano, fecha- na sala, vou sua mão em casamento, fi-
cantar na sua vida. pedir I

ram os cassinos, eu estava mudar car noivo e casar. E foi o eu fiz com a
querendo que

"Quando de vida. E conheci Gilda. O nome dela era mulher com estou casado hoje. Faz 12
quem
era menino,
Lúcia Maria, mas como era muito bonita e na anos. Não estou arrependido, não.

bebia escondido" época estava na moda aquêle filme, Gilda, Assim casei de nôvo, consegui largar a
que

êste apelido. Tinha um filho de bebida. Mas só um ano e meio. Não me


puseram-lhe por

Até hoje não acerto cantar No Tabuleiro da três anos, nos apaixonamos e a vi- adaptava às coisas certas
passamos que queria, precisa-

Baiana. enfim, fomos a eu e ver Três anos depois, resolvemos casar, va fugir, mas eu não tinha mais onde
Mas, cena, juntos. pra
para

a Deo Foi um Gilda foi levar o filho matricular fugir, então fugia o álcool. Aí tive um
Maia. estouro, sabia porque para para
porque já

o aquêle Saí do show na escola e voltou chorando, humilhada. Ti- caso com uma um drama terrível.
que público queria. pequena,

nas nham lhe se ela era a companheira Acho dela. Saí de casa uma noite,
pisando nuvens. Precisava festejar. Tinha perguntado que gostava
"Você
um amigo, do Grande Otelo. vai ser a esposa do encontrei-me com ela, bebi feito um louco e
chamado Lázaro (não sei onde êle

anda). naquela Grande Otelo", eu lhe disse. E casamos. dormi fora de casa. A mãe da foi de-
Saímos noite, andando pequena
juntos

e conversando, fazendo Pensava ia tomar mas não con- sesperada à Polícia. Fizeram uma confusão
planos. Quando per- que jeito,

cebemos segui ficar mais um ano sem beber. A be- enorme, eu fui manchete durante uns
estávamos muito longe, e com fome. que quinze

bida tinha tomado conta de mim. Logo de- dias, em letras dêsse tamanho: Estuprador fu-
Entramos num botequim e festejamos: sanduí-

che do casamento recomecei com as farras, com a môça. Passei dias na cadeia,
de mortadela e cachaça. Foi maravilhoso. pois giu quatro

Mas a vida ia continuar sendo uma briga caía ruas, um dia fui num albergue. na rua Frei Caneca mesmo. segue
pelas parar
GRANDE OTELO CONTINUAÇÃO

"Sinto-me
como mn bicho
amestrado, que sò distraí
teria sido outra, muito melhor, se seus nervos não agüentam, chega uma hora ele
Minha mulher, coitadinha, não me abando- carreira
nou minuto. Fêz frango recheado,
um me levou não fosse a bebida. Era sempre um círculo foge. Vira suspeito, perseguido, continua fu-
é

na prisão — como se fosse mulher de presi- vicioso: nunca fui bem pago. nunca. Pagavam- gindo de um lugar para outro, até que o apa-
eles lá. Por ser mal nham. Então êle agradece a Deus, porque vai
diário, tudo direitinho.. . me que resolviam,
o pago,
de sentir
eu bebia, era irregular; aí eles se aproveitavam parar de sofrer, de ter que fugir, re-
"Preciso não bem. morsos por ter matado a menina que êle viu
largar o álcool: pra pagar
crescer e estimava tanto. Êle agradece a Deus
O álcool me atrapalhou muito mais que o
êle é um perigo" até de morrer na cadeira elétrica.
racismo. Sei que o racismo existe aqui.
— Grande
certo ponto, Mas eu Otelo
eu sei. Escolhi esta peça porque seria minha grande
Alcoólatra é o sujeito que não c capaz de —
posso dizer que não sinto o racismo. O oportunidade de fazer alguma coisa boa, não
de beber, mesmo quando quer parar. Em No en-
parar Pclé só se casou com uma branca porque êle porque me sinto como bicho acuado.
1950, depois que Gilda se matou, estava nesse sin-
é o Pele. Se fosse o João das Couves, não se tanto, eu sou um bicho acuado. Não me
estado, la dormir bêbado e já levantava com
casaria com uma branca. O racismo eu sinto to pelo público, me sinto assim como
amado
uma garrafa na mão. Mas não me considero
quando vejo um sujeito da minha côr não po- um bicho amestrado de que ninguém tem medo
um alcoólatra, quer dizer, eu sou um sujeito
der entrar num lugar em que eu entro. Eu de chegar perto, porque sabe que êle não mor-
que sofre do fígado e não pode beber muito. entro, sou Grande Otelo. de, só distrai. Gostaria de fazer um trabalho
porque
a não ser que faça um tratamento longo. Faz
O racismo consegui superar, seguindo um sério, mas pra quê? O público aceita o que a
dez meses que estou morando nessa clínica. "Use
dos quatro conselhos de minha madrinha: gente dá, aceita o Chacrinha, as novelas, e me
Estava muito agitado, agressivo e desorganiza-
sempre a educação que você recebeu." Os ou- aceita até hoje fazendo as mesmas caretas e
do mentalmente. Por isso vim para cá. Aqui "Primeiro —
tros três eram: tome Phimatozan gracinhas que faço desde 1934. E eu faço por-
tenho calma e sossego para escrever, fazer

para garantir os pulmões; segundo passe que êle ainda gosta.
planos artísticos, e com assistência médica. "Certas
alvaiade e álcool debaixo do braço, é formidá- Houve um tempo em que pensava:
No começo tomava doses fortes de tranqüili-
ve para tirar o cheiro de suor; terceiro — coisas não devo dizer, senão o público não
zantes para poder dominar-me. Agora não, ago-
tome limonada com bicarbonato pra curar pi- vai mais me aplaudir/* Hoje não tenho mais
ra só tomo para dormir. Mas no dia seguinte
leque." Com estes quatro conselhos de d. Fi- medo, um homem com 51 anos tem medo de
o tranqüilizante tem outro efeito: não me dei-
Ihinha vou me dando bem, eu lhe devo muito. muito pouca coisa. Me considero maduro. E
xa apto para qualquer atividade. Mas já sinto
Sempre fui cheiroso e não tive nada no pul- me sinto seguro como ator. Enfrento qual-
menos necessidade.. . Acho que quando esta
mão. E quando resolvo não ser o menino bem de boate, de circo, de sala de visi-
reportagem estiver nas bancas, eu também es- quer palco,
educado, me dou mal. tas; estando com a palavra não tenho medo
tarei nas ruas.
O ator cômico é frustrado, um sofrido, fei- mesmo.
Preciso largar o álcool, mas êle é um perigo
to eu. Muitas vezes êle gostaria de fazer uma
sempre presente. Eu acho que vivo sempre
dramática, mas os empresários não dei- "Meu
da loucura, não causa dele, mas peça maior defeito
perto por
xam. £ mais fácil eles me usarem como pa-
também por causa da vida que vivo. Minha
é a maldade"
lhaço. São maus comigo, por que vou ser bom
em relação a eles? Me sinto usado, sou o ator
mais injustiçado do Brasil. Nunca acharam Mas sou completamente inseguro como ho-
wmmmKf___\!*:fr^:
que eu fosse compositor, ou ator dramático, mem. É uma angústia constante. Quem é que
sempre me acharam um engraçado. . . ja- e relaxar nesse mundo em que vivemos?
pode
mais me recompensaram... Veja: acabaram A gente relaxa durante cinco minutos, pode
de dar ao Roberto Carlos o título de Cidadão perder até a vida. Daí o meu maior defeito:
Carioca. E« estou no Rio há 32 anos, faço o a maldade. Estou sempre com um pé na fren-

? carioca
me dar
rir
esse
há 32
título
anos.
ao
Alguém
menos?
se lembrou de te,
nesto,
o outro

As
leal

preocupações
com
atrás. Que qualidades
os amigos? Isto sou.

e problemas vividos
terei? Ser ho-

me
"Não
quero iates, fizeram um sujeito angustiado, mas não im-

automóveis ou riqueza" pedem que eu sinta uma grande vontade de


viver, de ser, de deixar alguma coisa plantada.

— Apesar de tudo, houve coisas boas. Depois da-


Não quero iates, automóveis, riqueza
quela imensa infelicidade de 1950, casei de nó-
quero conforto para minha família e trabalhar
vo e minha mulher ficou grávida. Eu estava
no que eu gosto. Não posso me considerar "Nasceu!
num show, alguém chegou gritando:
realizado, porque me falta fazer muita coisa.
fl flT W-~M:' ^BBS^ill I Gostaria, de numa
É homem!" E eu tive que entrar em cena pra
por exemplo, representar "Sunny
cantar Boy". uma música tão triste.
peça chamada Filho Nativo, que foi encena-
Mas foi um negócio: a vida parecia destruída,
da na Broadway, dirigida por Orson Welles.
desarrumada, c veio aquele filho, aquela ale-
é a história de um negro, chofer de confian-
gr'a-
ça de uma família rica. que levava a moça da
Não quero ter acabado. Quero ficar, não
casa pra todo lado. Um dia, êle a leva a uma

R\lfl5H questão de vaidade, não para que di-


festa, ela se embriaga, ao chegar em casa não por uma
"o
consegue nem sair do carro. Êle tem de carre- gam Grande Otelo é que era bom". Não é
bem isto que eu quero. Quero é que digam:
gá-la até o quarto. Quando a coloca na cama,
B/IflAfl í ,m fica apavorado: a avó da moça está dormindo
"Minha
gente, vamos fazer assim. Como fazia
e, se acordar, vai imaginar êle está ali o Grande Otelo, vocês se lembram como é que
que
más. Pega um travesseiro e êle fazia?"
com intenções
bota cm cima do rosto da moça. para ela não É só isso que eu quero. Eu acho que não é
fazer barulho. E sem mata a moça su- querer muito, c? Feito naquela música ame-
querer
' "When
** ^v focada. Aí pega seu corpo e queima no cre- ricana: this lovely dance is over, don't
^_^_ém* *M
matório nos fundos da mansão. A Polícia vem, say good night." (Quando esta dança adora-
Para os quatro filhos, Otelo é nm ídolo. no começo o negro até ajuda a mas vel terminar, não diga boa noite.) v\*
procurar,

90
»

Gillette

orgulhosamente

lança no Brasil

a lâmina
Gillette

Super
I

InoxiaáveL

wmmmm

Ela faz :•!


mais barbas

do outra lâmina

que qualquer

do mundo.

Por a lamina G.illette Super Inoxi- O resultado é a lâmina Gillette


que que

d ave] e tào durável? Porque ela e feita de Super Inoxidável faz mais barbas do
que

micro-aco inoxidável. outra lâmina do mundo.


qualquer

Porque é temperada 1.100 acima de Sempre com a mesma suavidade.

zero e 55 abaixo de zero. Porque E sempre menos cruzeiros


gastando

seu fio e revestido com Polymer, o r b a r b a.


p

um exclusivo da Gillette Experimente a nova lâmina


processo ^

Sem contar e 12 Gillette Super Inoxidável.


que polida

vezes e 76 testes de Aí você vai entender ela


passa por ||l por que

é conhecida como
qualidade. ''0)| já

%
a intermináaaaaaaaavel!
YQKAAMAM E UM PROFETA
planalto goiano, a 62 quilômetros de Brasília,
Houm coronel-aviador reformado fundou há dez
anos a Cidade da Fraternidade Universal, onde vi-
vem hoje 200 famílias em regime que eles chamam
de comunitário-cristão. Ali não existe dinheiro, to-
dos trabalham e as mais diferentes religiões do mun-
do são praticadas com liberdade. O chefe dos cha-
mados "espiritualistas ecléticos" é ainda o coronel
reformado, de nome Oceano de Sá, mas que dentro
da sua cidade se chama mestre Yokaanam. Nas
vizinhanças, contam-se coisas estranhas sobre a ci-
dade. Uma delas é que, freqüentemente, discos voa-
dores descem lá, para se comunicar com Yokaanam
e orientá-lo sobre os graves acontecimentos que
virão. Mas os seguidores do mestre não se preocu-
pam com as ameaças de castigo dos céus, pois, para
eles, Yokaanam conhece os caminhos da salvação.
Texto de José Carlos Marão • Fotos de Jorge Butsuem

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"irmãos"
suas barracas de lona. Hoje, dez anos após, os têm uma cidade.
êi€« chegaram, chovia; então êles armaram já
Quando

vieram No ano de 1946, depois do acidente teras e, até agosto daquele ano, oito famílias
vez em os espíritos pouco
primeira que

não e salvação, Yokaanam, no mundo de espiritualistas ecléticos estavam lá. Mas


A falar com mestre Yokaanam ainda da que pro- já

era também coronel-aviador da reserva, a viagem, do Rio ao


foi avisar sôbre a Cidade da Fraternidade fano grande planalto goiano,
para

vivem famílias, na ex-combatente da Segunda Guerra e homem a conforme a chamou o


Universal, onde hoje 200 peregrinação-êxodo,

alguns anos, letrado, membro de academias, fundou no Rio mestre, começou na hora zero do dia 1.° de
terra sagrada. Aconteceu há quan-

e sofreu um aci- de Janeiro a Fraternidade Eclética Espiritualis- novembro do mesmo ano de 1956.
do o mestre era civil
piloto

do mundo ta Universal. Para o mestre não existem dife-


dente. Os médicos profano que-

amputar-lhe um braço e uma E renças entre as fés, e seu movimento


riam perna. pretende A multidão

isso os espíritos vieram unir tôdas as religiões do mundo.


foi que pela pri-
para no
pátio
vez: venerando mestre não ser Sempre instruído forças extraterrenas,
meira o podia por

tinha sua obra a cumprir. Então Yokaanam conseguiu milhares de seguidores


mutilado,
pois

ensinaram bastava torcer a Fraternidade Eclética. Até o dia em Foi nesse dia irmão Ciríaco ficou conhe-
os espíritos lhe que para que

a de certa maneira, e êle fi- os espíritos vieram avisar sôbre a Cidade cendo irmã Noêmia, ainda na estação da es-
o braço e que
perna

médicos aceitaram a autodiag- da Fraternidade Universal. Êles lhe fornece- trada de ferro do Rio. Yokaanam tinha con-
caria bom. Os

— sagrada, onde de- seguido um trem especial


nose, fizeram como o mestre mandou orien- ram as coordenadas da terra os 415
para que

— veriam ir viver o mestre e seus discípulos, em o seguissem. Pouco antes


tado espíritos e deu certo. primeiros peregrinos
pelos

daí o mestre nunca mais absoluta fraternidade, num sistema comunitá- de meia-noite do último dia de outubro, ali
Foi* a
partir que

houvesse nem ricos, estavam todos, no —


cortou o cabelo e a barba, a chamar- rio onde não da estação homens
passou ganância, pátio

seu nome era nem nem dinheiro. barbudos, cabelos longos e olhar místico; mu-
se Yokaanam, profano pobres,
já que

de Sá, e resolveu dedicar-se inteira- E em do ano de 1956 Yokaanam lheres recatadas, de longos vestidos, com suas
Oceano janeiro

mente às causas espirituais e humanitárias. reconhecer as terras, anunciadas crianças e suas malas A bagagem co-
partiu, para pobres.

Mestre Yokaanam não diz se desta e descritas. Desceu em Anápolis, Goiás, andou letiva era enorme: alimentos, utensílios, ferra-
primeira

vez os espíritos vieram no disco-voador, como de carro-de-boi, a e identificou o lu- mentas, barracas de lona onde morariam
jipe, pé, pro-

e farão muitas vezes em redor do monte sagrado, no visòriamente ao chegar.


fizeram posteriormente gar, planalto
Salve,
mais, dar-lhe instruções sôbre certas coi- a 62 do local onde, alguns irmã Noêmia.
para goiano, quilômetros
Salve,
algumas acontecidas, outras ainda anos depois, começaria a ser construída a no- irmão Jeremias.
sas, já por

va capital brasileira. Yokaanam comprou as Ciríaco ouviu, a metros de distância,


acontecer. poucos

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tenda x otcaanam a ctaaae e aouinna o munao com seu e uma estação de rádio.
Desta governa poder

ram a trabalhar. Armaram 76 barracas de lo- cidade), 267 homens e 315 mulheres. Nes-
no meio da multidão, o cumprimento respei- pela

na, uma delas o templo. Eram abrigos tes dez anos, muita não agüentou, foi
toso outro irmão dirigiu a Noêmia. Pegou poucos gente
que

tanta isso nos dias embora. A família de Ciríaco ficou. A de Noê-


a mala, subiu no vagão onde estavam seus para gente, por primeiros

os homens ficaram de um lado, as mulheres mia também.


e irmãos, e acomodou-se. Em mi-
pais poucos

nutos, imitaram, de outro.


todos os o porque Os homens do mundo e
peregrinos pecador profano

despedidas na Na manhã seguinte, de muito sol, a organi-


estava na hora de As muito estranham o da Cidade Eclé-
partir. que povo

saúda- zação em a Cidade Eclética vive hoje


eram tão breves as que já tica se dedique tanto a orar e em sua
plataforma quanto pensar

a funcionar. Os irmãos a
em silêncio. A zero hora de 1.° começava passaram salvação espiritual. Dizem mesmo se êles
ções, quase que,

cada um, de seu setor. Uns foram


de novembro, o trem apitou. Um último cuidar, pro- se dedicassem mais às coisas materiais, se-
passa- já

barro a olaria, outros foram cuidar


ainda se despedia rapidamente de algu- curar para riam há muito um núcleo auto-suficiente em
geiro

as êste tratava das


mas e depois correu o trem, da terra para plantações, tudo. Mas os espiritualistas-ecléticos não
pessoas para já pen-

aquêle da alimentação. Ciríaco foi tra-


em movimento. Entrou no mesmo vagão em roupas, sam assim: êles têm a missão de escla-
grave

na marcenaria. Noêmia, na cozinha ge-


Ciríaco estava, e um o saudou: balhar recer a humanidade sobre os
que peregrino perigos que

— todos comem, ninguém lá co-


Salve, mestre Yokaanam. ral, onde porque corre.

zinha em casa.
Ciríaco sentiu-se bem, ao saber o mes- O mestre faz muitos anos, até
que já previu, que
dias, algumas construções de
tre ia viajar ali, dêle. Acomodou-se me- Em poucos 1978 vai aproximar-se da Terra
perto mais ou menos

estavam de as de bam-
lhor no banco e logo dormiu, ninado ba- a pé, paredes de Bo-
pelo pau pique um estranho, êle chamou
planêta que
e barro, os telhados de sapé. Hoje
lanço do trem. Esqueceu-se até de onde bu trançado na do Sol.
pensar han. Êsse entrou órbita
planêta já
46 casas de alvenaria, dez estabeleci-
estaria a moça vira momentos atrás, antes êles têm venerando mestre, com
que Muito depois do qua-
o comércio exterior os vizi-
de embarcar. mentos (com des-
para tro ou cinco anos de atraso, os cientistas o

Eclética), um templo, uma


A durou tantos dias, nhos da Cidade Se-
peregrinação-êxodo que cobriram e deram-lhe o nome de CTA-102.

cinco transmissores de rádio, a fazen-


Ciríaco nem se lembra. Naquela época êle
já granja, Yokaanam, Bohan, ou CTA-102, vai
gundo
a marcenaria, carpintaria, olaria, oficina
não de um neófito e tinha também um da,
passava e levará dois ter-
chegar muito da Terra
perto
ferreiro, de hospital, dois co-
nome Celso Batista. Mas lembra-se de pôsto gasolina,
profano:
das almas da humanidade. Só se salvarão
e vários outros ços
ao fim da légios, farmácia, cooperativa,
que os grande
quando peregrinos,
os homens de boa vontade, os de espí-
E agora são 1.110 habitan- puros
viagem, avistaram o monte sagrado, caiu um órgãos funcionais.

delas órfãs recolhidas rito. sbgue


temporal forte, e assim mesmo todos começa- tes: 528 crianças (300

95
A fusão

Braniff-Panagra

Feita
Foi

Você
Para

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A fusão da Panagra com a BranifF

foi feita melhorar coisas: uma


para

linha aérea é melhor duas.


que

A temos agora é a melhor


que

das duas. Antes, as linhas da

Panagra e da BranifF se duplicavam,

tinham ambas as
já que quase

mesmas rotas e horas de


partida.

Agora esta fusão nos


permite

espaçar os horários, dando aos

melhor opção para


sua QUARTA —I OUWTA—I
passageiros

viagem. £ há outras vantagens.

inveja £ em todos os aviões, os


Durante anos tivemos
mo
uniformes Pucci, as côres vivas e os
do sistema de t*is
(discretamente)

Panagra, era luxuosos interiores. I


comunicações da que
aoeM
menos Tudo isto em novas cidades.
um mais rápido e
pouco SAO PAULO
Mais Mais voos. ?1WW
complicado o nossa Agora países.
que
O nôvo sistema liga os 00:1#
com as! n
contamos éle.

Estados Unidos à 13 cidades em 9


Ao mesmo tempo, sempre LIMA
'
1
da America num total de 30 23:» 00:30 23:1» 00:00 01:00
tivemos orgulho de nossos centros países

voos semanais fazem da BranifF


de manutenção nos Estados Unidos. que
' 02!» 00:55
linda - linha
I a mais importante e
Vamos continuar usando-os.
OUAYAOUM.

os aérea do hemisfério. 01 :35


Também estaremos unindo

Do Rio e de São Paulo, 03! 15 03 09


1.300 funcionários da Panagra aos Janeiro
I
novos voos de uma escala a Miami PANAMA
nossos 8.600. êles
Juntos, 04:00 03:49
04:00
e New York, além do serviço a
representam um total de 95 séculos
00:30 09.40 00:30 07! 09 OS 10
América do Sul. todo o Pacífico, com novas
a serviço dá
MIAMI LOS ANGÊLE8 MIAMI

conexões e mitior número de 00:00 00:00 00:00 00:20 00:00


Êles conhecem êste continente.

outro lado, incorporaremos cidades visitar. 07:40 10:20 10: 29 10! 20 w! 29 10:29
Por para

NEW YORK NEW YORK SAN FRANCISCO NEW YORK


os DC-8 da Panagra à nossa Veja o horário ao lado. NEW YORK NEW YORK
jatos

Boeing-707 e Por isto, e tudo isto a fusão


frota de Aviões por

intercontinentais. Será Panagra BranifF é importante


320-C, para
jatos

as Américas você. Foi a você Braniff International


a maior frota ligando graças que

chegamos a realizá-la. Av. Presidente Wilson, 123 A.


do Norte e do Sul. Rio de Janeiro:

São Paulo: Av. São Luis,116


CIDADE ECLÉTICA CONTINUAÇÃO í^raflsra^^Jl^ra^'4K
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as religiões
E todos na Cidade são assim: oram pela hu-
manidade, fazem caridade, adotam crianças,
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curam enfermos que os médicos profanos não
conseguem curar, vendem remédios e gêneros
mais barato. Por isso, o hospital, a farmácia,
a cooperativa, o bar, ficam do lado de fora da Após um culto espírita, os "irmãos" rezam uma missa ou fazem sessão de macumba.
cerca que isola a Cidade da Fraternidade Uni-
versai do resto do mundo. São órgãos que fa-
zem parte de seu "departamento de comércio Rra nos dias de trabalho espiritual, ocasião às oito da manhã, a Cidade Eclética não pára
exterior". O povo das cidades e sítios vizinhos em que vêm muitos estranhos — geralmente de crescer.
faz fila para ser atendido nesses estabelecimen- turistas de passagem por Brasília, que se hos- Ao meio-dia. quando o sino tocava anun-
tos, um dos meios idealizados por Yokaanam e pedam no hotel, do lado de fora da Cidade ciando o almoço, Ciríaco podia ver Noêmia
seus assessores para conseguir fundos com que Eclética. Como em qualquer dia normal - - e na fila, marmita na mão, esperando a vez de
ir transformando a Cidade Eclética num regime tal e qual todos os irmãos ecléticos — Ciríaco receber a comida. Às duas, voltava ao traba-
comunitárío-crístão cada vez mais perfeito. levantou-se às seis e meia. A cozinha geral já Iho e, às cinco, atinai, estava livre, la para
servia o café. Cada família tinha mandado um casa, tomava banho, jantava e ia encontrar-se
A vocação de seus membros ao prédio da alimentação, com Noêmia, na praça bem iluminada onde
com um bule e uma bandeja, para buscar sua existe um monumento à Mãe Preta Universal,
de Ciríaco cota diária de café e pão (sem manteiga, que ou na casa dos pais dela, à vista dos irmãos
é difícil). Noêmia, .os cabelos longos sobre os — pois em outros locais e de maneira diferen-
Não foi fácil para Ciríaco aproximar-se da ombros, vinha saindo com sua carga quando te não pode. Namoro é só para conhecer. Os
irmã Noêmia. Além da timidez de quase ado- Ciríaco apareceu, de repente. Êle chegou a jovens não podem ficar de mãos dadas, muito
lescente — tinha 20 anos quando chegou à ter- "Salve, irmã", mas tudo menos beijar-se.
pensar em saudá-la:
ra sagrada — precisava enfrentar as novas nor- foi muito rápido. Noêmia estacou para não Isto foi há sete anos. Ciríaco namorou Noê-
mas morais, bem diferentes das do mundo pro- esbarrar nele e um pouco de café escapou do mia menos de um ano e uniu-se a ela. Foi à
fano. Pior ainda, era comum ver Noêmia tro- bule, manchando-lhe a roupa. Ela deu um cidade do mundo profano e oficializou a ceri-
car olhares furtivos com irmão Jeremias, quan- gritinho de susto e mal pôde murmurar: mônia perante o juiz de Paz. Mas o casamen-
do se encontravam em algum lugar, mesmo Desculpe, irmão. to que os moradores da Cidade Eclética consi-
fora do horário de namoro. Ciríaco, cheio de ternura, mas tímido e sem deram de verdade é feito lá mesmo, na lei
Um dia, depois de tanto insistir, Ciríaco jeito, tentou consertar: deles.
sentiu que ela já o percebia. E deixou-se levar Não foi nada, irmã Noêmia. Pena que
pelo sonho, feliz. Na cozinha geral, buscava acabei de retirar a roupa, limpinha, da lavan- Tudo se paga
seus olhos escuros, que ela baixava logo. Mas der ia geral.
havia sempre uma sombra: irmão Jeremias. Es- Arrependeu-se imediatamente da frase boba, com trabalho
tariam pensando, os dois, em namoro? O aca- mas não pôde continuar falando. Noêmia já
so o favoreceu, depois de meses e meses de in- se afastava, tímida e sem jeito como êle. Es- A Fraternidade não vende lotes nem cobra
certezas. tava, porém, criada alguma ligação entre os aluguel. Morar lá é praticamente de graça,
Fazia três anos que tinham todos vindo pa- dois. Voltaram a falar-se várias vezes, nos ho- assim como comer, vestir, estudar e divertir-se.
ra aquele mundo de paz, trabalho, amor e ca- rários próprios, e Ciríaco logo soube, para mui- Assim, quando Ciríaco casou, bastou pedir uma
ridade. Ciríaco não era mais um neófito. Que- to alívio seu, que Jeremias tinha acabado de casa e os móveis, e prontamente os recebeu.
ria seguir mestre Yokaanam e já tinha passado abandonar a cidade, por causa de um drama de Tudo é pago com o trabalho que cada um
por vários estágios: era quase um iniciado. Tu- consciência: conversando com um estranho oferece à Fraternidade. Lá dentro não existe
do o que se precisa para continuar seguindo dinheiro, a não ser o obtido no comércio com
que viera visitar a terra sagrada, contara-lhe
esta vocação é sentir vontade. E Ciríaco tem mais do que o permitido sobre assuntos esoté- o exterior, mais a renda angariada no quadro
muita. ricos, que devem ser mantidos em segredo pe- social (pessoal do Rio ou Brasília que contri-
Assim que terminou o primeiro estágio co- los moradores da Cidade da Fraternidade Uni- bui mensalmente) e os proventos de aposen-
mo neófito, de seis meses, pediu para fazer o versai. Como já não vinha se adaptando às ri- tados e reformados que vieram morar na ei-
dade. Os auxílios oficiais são poucos, mas em
estágio seguinte. Levou uma vida moral e es- gidas leis da cidade, Jeremias resolvera voltar
piritual perfeita, terminou o segundo de mais 1966 conseguiram uma verba federal de 20
para o mundo profano.
seis meses, e sentiu que já podia ser um adep- Foi o começo da época mais feliz na vida milhões.
to. Pediu por escrito ao venerando mestre e de Ciríaco. Candidatou-se à mão de irmã Noê- A receita assim obtida mal dá para cobrir
passou a ser um neófito-obreiro-interno, du- mia e ela concordou. Imediatamente, pediu e os gastos. A despesa mensal com a cidade che-
rante um ano, antes de ganhar a condição de recebeu a autorização por escrito do mestre, ga aos sete milhões de cruzeiros: um milhão
adepto mesmo. Nesse ano, só tinha de traba- para namorá-la. Passava os dias trabalhando, e meio com as escolas, o hospital e remédios;
lhar e produzir em seu setor, sem muitas obri- estudando ou orando, e pensando nela, so- alimentação, mais dois milhões; combustíveis,
gações espirituais. Passados os doze meses, pe- nhando com as horas agradáveis do namoro. a rádio quc possuem, c energia, tres milhões
diu para entrar na EPAN — Escola Prepara- O expediente sempre começou às oito horas. e pouco.
tória de Adeptos Noviços. O curso aí dura Êle ia para o seu setor, como todos os outros: Fora roupas e assistência para as crianças
quatro meses, mas Ciríaco fêz os exames com irmão Arnóbio, o médico, receitando ou ope- órfãs.
apenas dois meses de estudos e pôde vestir, rando no hospital; irmão Áquila, o homem da Seu patrimônio, além das terras, é de três
orgulhoso, o balhandrau, uma batina branca imprensa, andando atrás do mestre, para rece- caminhões, uma perua rural, as 46 constru-
que se usa nos trabalhos. Só então era con- ber os serviços que surgem; irmão Ciro, mu- ções (uma média de 100 metros quadrados
siderado um adepto. Para solicitar a iniciação, lato barbudo que usa um chapéu igual ao que- cada uma), o material de ensino dos dois cole-
é preciso sentir muito desejo espiritual e ter pe do Exército, recepcionando os visitantes e gios, o aparelhamento do hospital, o do templo,
certeza do que quer. Este desejo e esta certeza vendendo gasolina no Posto da Luz; na car- da granja e da casa de rádio. Em seus dez
Ciríaco sentiu quando começou a perceber que pintaria, na oficina mecânica, nos geradores, anos de existência, a Fraternidade comprou
gostava de irmã Noêmia. nas construções, em todo lugar já há trabalho pouca coisa. segue

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Os irmãos não talam muito sobre suas ativi- Bl % WW^ht


Vlapdante! Torna cutdqdo,
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dades. Ciríaco. quando um estranho lhe per-
gunta coisas, desculpa-se: SAGRAON
— Nós temos de ter muito cuidado com E sede benv lido!
o que falamos. Vivemos num regime socialista-
cristão, sabe? E por causa disso vem muito As casas comerciais são diferentes do mundo profano nos nomes t no funcionamento.
polícia aqui. Já teve até um, fingindo de doen-
te, internado no hospital, para investigar. Nós
sabíamos, mas deixamos o homem aí, até êle tica, um templo para todas as religiões, que Nao precisamos de ordens do Poder Es-
enjoar. Nosso socialismo é o mesmo que se será construído na praça espaçosa onde já exis- piritual para construir nossas casas e admi-
pregava no começo do cristianismo. Só quere- te um marco, inaugurado por Yokaanam. Em nistrar a cidade. Para isso, temos o Poder
mos servir a Deus e viver em fraternidade. E volta da praça, serão construídas mais doze Executivo, meio complicado para o entendi-
o soldado da Polícia Militar que serve de sub- igrejas, uma para cada culto — do budismo mento dos forasteiros. Subordinado ao Sacro
delegado da cidade, aí do lado de fora, nunca ao catolicismo, das seitas mais conhecidas até Colégio (o conjunto dos seis colégios), vem
tem trabalho com nossa gente. as menos divulgadas e de poucos seguidores. primeiro o Departamento de Controle do Pes-
Se o estranho insiste em querer atravessar a A praça da catedral eclética será atravessada soai, com doze divisões, a prefeitura social, a
cerca para ver a cidade de perto, Ciríaco por duas grandes avenidas. Numa delas, que assistência social, instrução, saúde, divertimen-
sorri: ficará dentro da cidade, estarão as casas co- tos, estradas, imprensa, disciplina, rádio, força
O irmão pode e não pode passar. Mas merciais e restaurantes para atender o público e luz, águas e esgotos, e o Departamento de
é melhor eu contar o que está para lá. Fica que comparece aos trabalhos espirituais. Cru- Arquiteto:
mais fácil. Não há nada de especial. Aquela zando com esta futura avenida, já existe a Departamento de Arquiteto?
casinha redonda, coberta de zinco, é a casa avenida São João, onde estão hoje a coope- Êle está acostumado com o espanto dos ou-
de rádio. Nos aparelhos de radiamador traba- rativa, a farmácia e o hotel, fora do cercado tros:
lham mestre Yokaanam e o irmão Áquila, que rodeia a cidade. É o que cuida de suprir nossas necessi-
chefe do Departamento de Imprensa. Os dois Ciríaco cumprimenta com respeito outro dades. Por exemplo, se vai faltar arroz, o ir-
prédios grandes são os ginásios. irmão eclético que passa e explica por que as mão arquiteto manda comprar fora. Se minha
Por que dois ginásios, se a cidade é tão obras andam devagar. calça está estragada, peço a êle uma autoriza-
Tudo o que construímos agora já está ção para tirar outra na Costuraria ou no Al-
pequena?
Ciríaco acende um cigarro paciente (eles dentro do planejamento, mas faltam recursos, moxarifado.
podem fumar e beber, desde que não seja em sabe? Acredito que seremos cinco mil habitan-
excesso): tes dentro de cinco anos. Precisamos correr Os irmãos
Irmão, são 528 crianças. A maioria, ór- para abrigar em ordem tanta gente. estão salvos
fãos que os governos nos enviam, para cuidar. Irmão Ciríaco está contente: por inspiração
espiritual, seu desejo de seguir os caminhos São seis e meia da tarde. Na praça principal
E todos recebem instrução, os órfãos e os da Cidade da Fraternidade Universal, já ilu-
nossos filhos (eu tenho três já). Até o ano pas- do mestre cresceu. Êle comunicou a Yokaa-
nam e seu pedido foi aprovado. Agora está minada, os primeiros namorados chegam para
sado só tínhamos grupo escolar. O ginásio co- seus encontros de tímido amor. Irmãos pro-
meça êste ano. As casas ao lado dos colégios estudando ciências herméticas. O estranho quer
saber detalhes, Ciríaco desculpa-se mais uma testantes, crentes, católicos, batistas, reúnem-se
são as residências dos irmãos. À esquerda da nas ruas para ir ao cinema, ver uma velha re-
casa de rádio estão a casa de luz e força, ofici- vez:
nas e a residência das irmãs que ainda são Ah, são ciências herméticas, irmão. Se prise. Em seu gabinete, cercado de peças e mi-
eu pudesse contar, não seriam herméticas. Só niaturas de avião — um passatempo antigo —
solteiras. À direita, os almoxarifados e a co- mestre Yokaanam estuda os planos para ex-
zinha geral. os iniciados podem conhecer, estudando nos
O estranho nota que existe, ainda, uma bar- colégios, que são o nosso poder legislativo. piorar uma estação de rádio, já autorizada, e
raça muito velha, do lado de lá da cerca. Cada colégio estuda os problemas da comu- prepara um comunicado ao povo, recém-re-
Ê a casa de nosso venerando mestre — nidade, sempre presidido por um mentor, que cebido do Poder Espiritual.
deve ser do colégio de pelo menos um grau Por trás de Ciríaco uma mulher se aproxima,
explica Ciríaco. éle ainda não quis uma casa contra a luz esmaecida do Sol. Tem os cabelos
de tijolos. acima. No colégio do quinto grau, o presidente
tem outro nome: hierofante. Nosso hierofan- longos e os olhos escuros e profundos. Ciríaco
E, na verdade, as preocupações do mestre vira-se, toma sua mão e a apresenta ao estra-
Yokaanam são mais altas. Êle quer tornar a te agora é o irmão Eutíchio, que pertence ao
colégio do sexto grau. Acima dele, só o Su- nho:
Cidade Eclética auto-suficiente em pouco — Irmã Noemia, minha mulher.
tempo. Por enquanto é difícil, a produção é premo Poder Legislativo, nosso venerando
mestre. O estranho a cumprimenta, ela curva leve-
pequena. Para o comércio externo, plantam ba- à cida- mente a cabeça. Depois, ambos — marido e
nana e fabricam sapatos e roupas. Depois vêm Em cima do portão que dá entrada

de, p estranho vê uma placa: proibida a mulher — despedem-se e afastam-se.
o feijão, hortaliças e algumas frutas. O gado é O jornal O Nosso, órgão oficial da Frater-
entrada de mulheres com trajes pagão*. vesti-
pouco, a carne é racionada: a cozinha geral nidade, vai publicar no outro dia uma extensa
fornece uma comida simples, quase só de ve- das de homem ou de colo nu." Ciríaco acende "Contatos com os
outro cigarro, mas está tranqüilo e mostra que reportagem com o título:
getais. O leite vai para a creche e os adultos discos voadores", contando as críticas de um
tomam leite em pó. Com mais freqüência co- pode continuar falando do que não fôr proi-
bido. habitante extraterreno à conduta moral da hu-
mem carne de frango, pois a granja é mais A ordem de promoções nos colégios vem manidade. e confirmando a aproximação do
rica que o setor pecuário. sol negro, o estranho planeta Bohan, CTA-102 .
Nosso mestre tem um plano diretor tão do Supremo Poder Espiritual, que se comu-
bem organizado como o de Brasília, prevendo nica com a Terra através do mestre. Faz pouco para os cientistas, daqui a dez anos. Irmão
tempo que veio a ordem para eu subir para o Ciríaco e irmã Noemia estarão tranqüilos. Um
soluções para todos os problemas que forem terço, apenas, da humanidade se salvará — os
sendo criados, com o aumento da população. segundo grau.
O estranho olha de novo para dentro da ci- homens de boa vontade, os puros de espírito.
O projeto foi elaborado pelos próprios irmãos
dade, além da cerca, e parece meio confuso. E eles sabem que a Cidade da Fraternidade
iniciados, entendidos em urbanismo.
Irmão Ciríaco adivinha suas dívidas: Universal está dentro daquela terça parte. MM
A principal obra do plano é a catedral eclé-

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fe ,
é suave, dô é caminho, mas é uma luta
Em
japonês, ju judô

aprendê-la tem entrar decidido


violenta.
Quem quiser que

NO SUAVE GAMNHODO

Texto de Milton Coelho

Butsuem e Luís Humberto Pereira


Fotos de
Jorge

tomando sorvete nos barzinhos de Ipa-


não cessa- Na mesma cidade riu do
Uqc vossas excelências que japo-

mais nema, o momento e a temperatura são


a nês desprevenido, existem hoje
i rem o tumulto, serei obrigado

muito um chopinho no
al- 60 academias de e a Guana- próprios para
ao e aplicar-lhes de judô
descer plenário
— Veloso, o último mergulho na morna
A bara disputa com São Paulo
os-soto-garis e ushi-matas". que
guns
— mar ou mesmo um bate-papo
e tantas academias o água do
nunca aconteceu dado ao tem duzentas
advertência

Em todo o inconseqüente na calçada do Bob's.


das ses- lugar no esporte.
caráter e disciplinado primeiro
plácido

Mas de 35 mil
sões do Senado Federal. país, perto pessoas praticam
poderia

e êsse número cresce de ano


o da Ca- o
acontecer, porque presidente judô
Tudo
pronto
ano. E, embora os nomes de al-
de Moura Andrade, é
sa, sr. Auto para
a lição vai começar
campeões ainda revelem a forte
do 3.° dan, o signifi-
faixa-preta que guns

influência da colônia outros


tratar-se de conhecedor japonêsa,
ca profundo
— Nada disso, conseguiu sedu-
Luís Alberto Mendonça, Jorge porém,
foi de uso mili-
de um esporte já
que
zir os do elevador. Agora
Mehde, Álvaro Loureiro, Eduardo personagens
mas tem hoje
tar num que já
país,
— êles estão todos vestidos do mesmo
e Kalache demonstram o
mundiais de muitas raças que judô já
campeões
branco, com mangas
com brasileiros de tôdas as ori-
mexe jeito: quimono
muitos idiomas: o
judô.
até a metade do antebraço e calças
tornando também nosso o seu
40 anos, o só era gens,
Há judô praticado
até a metade da Têm ainda
Paulo, de kiai! perna.
colônia em São grito guerra:
pela japonêsa,
uma faixa em volta da cintura.
advogado de 29 anos, com uma preta
Nessa época, apa- O
às escondidas.
quase
li- Estão a lição.
na mão e a apenas prontos para
no Rio e, como gravata
receu um faixa-preta pasta

ele- Das sete às oito da noite, às segun-


afrouxada, entra no
encontrasse um só adversário pa- geiramente
não

das, e sextas-feiras, desenrola-


enfrentar vador com o médico quartas
luta de aceitou junto quarentão.
ra uma judô,
um se a aula dos faixa-pretas, os alunos
no andar e tomam
famoso do cais do Saltam quarto
um capoeirista pôr-
mais destacados da Academia Brito de
cafèzinho no bar do Nílton.
O coi- rápido
to, o Moleque Cirico. japonês,
a xícara Judô, tricampeã carioca e a mais bem
capoeira. Êles ainda estão devolvendo
nem sabia o era
tado, que
montada da Guanabara. Nessa hora é
vazia ao e a do elevador
deu ordem de combate pires porta
Quando o
juiz
o Brito e seu mais
se abrindo novamente: saem próprio professor
fazer a tradicional re- está
e êle a já
passou
respeitado, De Lucca, dão a lição.
funcionário do Tribunal de Con- que
cumprimento, Moleque um
verência de

Hoje, como sempre, nenhum aluno


Estado, burocràticamente vesti-
lhe os tas do
Cirico estava plantando pés

estu- se dirigirá ao senão pa-
rabo-de- do de azul-marinho, um professor pela
num sensacional jovem
no
peito,
tí- lavra sen-sei, em signi-
de Engenharia, de aparência que japonês,
levantou-se ainda dante
arraia. O
japonês
fica mestre. E nenhum treino ou luta
sem mida e escondido atrás de óculos
recebeu outro coice: caiu para
tonto,
sem os adversários se
um de banco, começará
estudantes de miopia, e que que
sentidos, enquanto os gerente

com respeitosa reve-


tempo de ir em casa vestir uma cumprimentem
— haviam teve
Medicina que promovido
nunca assiste, o
e uma camisa olímpica. rência. Para
— Moleque Cirico bermuda quem
a iuta carregavam

noite, há lindas monótono. sdgu*


Já é garotas judô parece
em triunfo. quase

103
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M|HBMaBBMBEaHBBBBBfflHBBMBMBla»B^ilPill5BBwHMBi^
Monges do Tibé

aprendiam a lota

espantar bandido
para

JUDÔ CONTINUAÇÃO


O êsse o nome daqueles levantam os dois na em
judoca criou-se um exército, e vivesse
posição que quem

homens —
de branco e descalços se encontram e os carregam de volta de
pés dar nos outros,
pancada profissão-

não machucar adversário. Pa- o meio do tatami. Ai, o nalmente,


procura para juiz foi ficando sem emprego.

ra vencer uma luta, êle apenas manda recomeçar o combate. Ao mesmo


precisa tempo, os come-
japonêses

demonstrar superioridade técnica. A a


çaram esportes de origem
praticar

luta termina, exemplo, se êle con- ocidental.


por Pouca continuou se
gente
A luta nasceu
segue aplicar uma completa ou interessando
queda um esporte
por que podia
antes de Cristo
uma imobilização de 30 segundos no ser mortal.

adversário. Isto lhe dá um


ponto

a vitória imediata. Acontece A origem de todo êsse complicado

Kano, o mestre e
a mesma coisa se obtém dois meios ritual se no tempo. O mais an-
perde

Mas o meio ai tem tigo documento sôbre a arte o organizador


pontos (wasari). japonês

miiicaun
significado apenas figurado: con- de lutar sem armas é do ano 24 a.C.
para

seguir meio é aplicar 80 e conta um combate travado entre


ponto preciso
Foi a essa altura apareceu no
que
cento de uma completa ou Sekune e Kehaya. Sekune devia ser
por queda já
Japão um chamado Jigoro
personagem
25 segundos de imobilização. um especialista no assunto, matou
pois
Kano. Menino franzino e cansado de
o adversário. Mas não seria com êle
A luta também terminar
pode por apanhar companheiros, Kano en-
dos
seus aprenderiam e sim
desistência. Se uma chave de braço ou que patrícios
trou uma escola de aos
para jiu-jitsu
com o chinês Chim Geipim, foi
um estrangulamento se tornam intole- que
14 anos. Aos 18, seu morreu
professor
o Japão e ali começou a ensinar
ráveis, o só bater três para
judoca precisa e êle teve de outra escola.
procurar
as técnicas de luta corporal os
vêzes no chão com a mão ou o ou que
pé, Descobriu, então, numa os
que golpes
se — monges do Tibé usavam se de-
conseguir falar, claro dizer para
eram diferentes da outra. Foi se inte-
"nafta!"
fender dos freqüentes ataques de sal-
simplesmente (desisto).
ressando cada vez mais coisa, até
pela
teadores.
• — —
O como no boxe também um dia resolveu tinha uma
juiz que que
O chinês fêz sucesso e depois dêle
achar um dos lutadores não missão: reabilitar o como ele-
pode que jiu-jitsu
várias escolas foram sendo criadas.
tem mais condições de continuar ou, mento da cultura nacional. Tratou de
Mas os fôsse a
golpes, qualquer que
ainda, desclassificá-lo aplicou codificá-lo como esporte, catalogando
porque
sua escola, eram chamados de
jin
jüaa.
um (cotovelada, sôco todos os ensinados dife-
golpe proibido "a golpes pelas
Em significa
japonês, jiu-jitsu
ou outro traumático). rentes escolas e eliminando todos os
qualquer golpe
arte de ceder suavemente". E foi um
os seus As-
Uma luta dura de seis a dez minu- perigos para praticantes.

homem chamado Shirobei funda-
— sim, em 1882, surgia a Kodokan, es-
tos dependendo do torneio. Se no

dor de uma das escolas ligou
que
cola criada Kano o ensino do
final os lutadores terminam empata- por para
as coisas. Êle observou, durante uma
suave, dô: caminho),
dos, com ou sem meio cada judô (ju: que
ponto nevasca,
forte enquanto árvores
que
dessa forma se tornou o codi-
um, o consulta os laterais; só en- jiu-jitsu
juiz enormes as delgadas fie-
desabavam, e
ficado fins esportivos de desen-
tão um vencedor ou para
pode proclamar xíveis resistiam, com um simples re-
volvimento físico e espiritual.
confirmar o empate.
curso: curvavam-se, deixando a neve

Até a II Guerra Mundial, os


Para compreender o agarra-agarra cair no chão e voltavam à sua japo-
posição.
nêses tiveram sucesso em seus
acontece sôbre aquele tablado for- Nesse dia nascia o funda- pouco
que princípio
esforços levar os do
mado retângulos de trança- mental e o nome do para princípios
por palha que justifica jiu-
"nunca
— — esporte a outros Pouca
da é o tatami o espectador resistir ao esfôrço direto países. gente
pre- jitsu:
os levava a sério; o boxe e a luta-livre
cisa conhecer êsse mínimo e algumas do adversário, mas ceder aparente-

estavam em sua melhor fase. Quem


Quando o mente a fim de obter depois uma su-
palavras japonêsas. juiz gri-

iria se interessar uma luta de cha-


ta lei, exemplo, está dando a or- definitiva.*' por
por perioridade
ves e tombos, com regras complicada-
dem os lutadores se cumpri- Tudo ia muito bem sou-
para que para quem

das, Gene Tunney, Jack


mentem. Em seguida êle berra hajfanê: besse até surgiram as ar- quando
jiu-jitsu que
Dempsey, Primo Carnera e Joe Louis
é a ordem de combate. Se um dos lu- mas de fogo. De um momento
para

faziam espetáculos um
tadores sai do tatami, a luta é inter- outro, aquêles haviam que qualquer
que passado
compreendia e eram amplamente
rompida na mesma hora. Mas se um tôda a vida dedicando-se às técnicas pro-

movidos uma enorme máquina


dêles está aplicando uma imobilização de espancar os semelhantes tornavam- por

e o outro banca o esperto, se tão vulneráveis os outros. publicitária?


procurando quanto

sair do tablado, o sonomana Quando o Japão entrou na era da Por curiosa ironia, só
juiz grita os
japonêses
é industrialização
a ordem êles ficarem onde e do intercâmbio in- conseguiriam convencer o mundo das
para

estão. O e seus auxiliares exe- ternacicnal, o começou a de- excelências


juiz jiu-jitsu do depois de derro-
judô,

cutam então uma curiosa operação: cair. As armas se modernizaram, tados na II Guerra. wou*

105
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viu como é fácil combinar a beleza


do quarto com a do banheiro ?
(GARCIA CRIOU
LINDOS JOGOS
COMBINADOS DE
TOALHAS E LENÇÓIS
CAMA E BANHO)

Repare que o roupão


também faz parte do
jogo. GARCIA deu aten- GARCIA -LUMENAU-SC
\

ção a esse detalhe pen-


sando no seu conforto. A PROVA QUE QUALIDADE NÀO CUSTA MAIS
E inH^Ki.i

e apanhando qne a
criança-problema fica boa
JUDÔ CONTINUAÇÃO

Os norte-americanos haviam fecha-


do a Kodokan, logo depois do fim da
guerra, procurando enterrar uma fonte
de orgulho nacional e
pensando tam-
bém nos grandes estragos
que haviam
sofrido nos combates corpo-a-corpo.
Mas depois, acharam melhor reabri-la,
com a condição de
que seus professo- Se^v 1ttPBtMt%) ¦__?» ^___________ ^&
res ensinassem aos marines todos os
segredos do
judô. Levado pelos norte-
americanos ao cinema, às histórias em

quadrinhos e aos meios de divulgação ' 'íJp^mr


' l#&?n'
WiÊ&t* ^^r m*
em geral, o tii^^F' Mm.' |
judô ganhou o mundo e, ^yjÉk'^^ d "
****** jfl ¦¦JJMMie*
com êle, Ipanema. Ml
BHW
— jfl
Mm' i ^»:" _J______P^' "^y^BT-^
K
i-mtm****
Haroldo de Brito é parecido com
Paulo Autran, tem um anel vermelho
no dedo indicando
que é formado em
Direito, mas não é ator nem vive de
advocacia. No fim da década de 40,
como muitos outros
jovens, êle ficou
fascinado com os métodos de luta usa-
dos pelos japoneses e
que apareciam
nos filmes de
guerra. Nem mesmo o
fato^ de os mocinhos americanos ou
ingleses sempre levarem vantagem
conseguia diminuir essa fascinação.

Brito foi para uma academia de


jiu- Ê

jitsu. Depois descobriu que jiu-jitsu


era somente um método de defesa
pes- ram Marco Antônio: agora êle é um Isso tudo
soai e passou a dedicar-se ao porque o judô não é. co-
judô. menino sociável e brincalhão.
Mais tarde começou a ensinar o mo pode parecer, uma competição de
que
O força e violência, mas sim de inteli-
sabia a alguns amigos, num
quarto problema de Mário, oito anos,
que o lhe cedeu em cima da gara- era inverso. As outras crianças fugiam gência, conhecimentos técnicos e ra-
pai
dele ciocínio.
gem. Hoje é dono de uma academia porque seu divertimento era es-
que ocupa dois andares de um prédio pancàr ou morder. No dia em que a Goro Saito, um dos melhores judô-
na rua Teixeira de Melo e mãe o levou pela primeira vez à aca- cas nacionais,
que já é uma vez foi eliminado
seus 500 alunos. demia, seu cumprimento a Haroldo de um campeonato
pequena para por um eoneorren-
foi uma bofetada. Hoje, um ano de- te sem maiores pretensões. Quando o
pois, a mãe diz
que tem outro filho, juiz deu ordem de combate, Saito, su-
Pediatras já que nem de longe se parece com o perconfiante, foi surpreendido por um
recomendam antigo Mário, tem muitos amigos e
o judô golpe rápido, e desabou em queda
raramente se mete em confusão. completa. Foi derrotado em dez segun-

Nos adultos, o efeito não dos de luta.


é menos
Muitos campeões já saíram da sua Raro é o judoca
academia, mas o maior orgulho de
positivo. que não re-
conhece ter conseguido maior equilí- Faixa-amarela
Haroldo não está nos troféus, e sim
num outro lado do brio emocional ao lado do desenvol- bater
judô, que vem me- pode um faixa-preta
recendo cada vez mais atenção dos vimento físico. José Ronaldo, faixa-
pe-
diatras e dos psicólogos infantis. preta, terceiro colocado no campeo- O faixa-preta, Togashi, muitas vê-
nato carioca de 1966, conta
Marco Antônio tem dez anos. Há que há zes campeão, um dia foi sorteado pa-
três anos pesava 59
seis meses era um menino fechado quilos e vivia bri- ra lutar contra um faixa-amarela, um
gando com todo mundo. Chorava de
que pouco brincava com outras crian- quase iniciante. Pouco depois de ini-
raiva motivo e daí aos
ças. Vivia solitário e mostrava timidez por
qualquer ciada a luta, Togashi derrubou o
diante de tudo e de todos. O pediatra murros e pontapés ia apenas um adversário,
passo. já em posição de imobili-
recomendava à mãe o levasse a Desde que começou a zá-lo.
que praticar judô, O golpe foi tão perfeito que o
uma academia de judô. As duas horas nunca mais brigou e se tornou o tipo
juiz chegou a levantar a mão para co-
semanais de aprendizado transforma- clássico do mineiro tranqüilo. meçar a contagem. sigue

lü/
F

— -GUCs
X /L (?,4&*b2f=2X3
i*-

A tração nas rodas dá ao veículo fôrça


quatro propulso- o veículo, dando-lhe a capacidade de tração de 605 kg.

ra 115% maior do êle teria se a traçáo fôsse em


que Isto é, 115% a mais,
pois:

apenas duas rodas.


Fu 605
"Ff "prp -
e ainda: 100 = 115%.
Veja as ilustrações acima: é fôrça de tração, (2,15-1,00)
fôrça
2õ3"-2,15;
"m", "Jeep", "Jeep"
coeficiente de atrito, aderência dos Pick-up
propulsora; e Rural têm traçáo nas
"N", quatro
"P",
ao solo; sôbre o eixo dianteiro; e rodas.
pneus péso E reduzida nas marchas,
quatro aumentar
para

sôbre o eixo traseiro.


pêso ainda mais sua capacidade de tração. São, como você

Como você notar figura


pode pela 1, no sistema de tra- sabe, fabricados Willys, se especializou,'du-
pela que

em duas rodas tôda a fôrça


ção de tração do veiculo rante mais de 25 anos, em
pesquisas, e
projetos produ-

corresponde a 283 kg.


de veículos com traçáo nas rodas
ção e reduzida.
quatro

Já no sistema de tração nas rodas(figura


quatro 2),tôdas Por isso, não têm apenas o dobro de tração. Têm tam-

as rodas exercem fôrça isto


propulsora, é, impulsionam bém o dôbro de eficiência, o dôbro de desempenho, o
r=^C-
(P+J}=0,45-(é2í+J%)=

11*) f4sU-

"Jeep",

dôbro de segurança o dôbro de confiança.

"Jeep"
e Rural não escolhem condições de tra-
Pick-up

sempre com absoluta segurança com


balho. Trafegam

bom tempo, mau tempo, tempo. Seguem


qualquer por

Podem até abrir seu cami-


caminho. próprio
qualquer

rampas muito Íngremes, mesmo com o


nho. Sobem

E descem com segurança, sem


terreno escorregadio.

deslizamentos.

-
WILLYS OVERLAND

Fabricante de veículos de alta


qualidade. HHMlHHHiBBiHHH r
w
No Japão,
dar tombo
^^
BàlikVl a-t-WmT mJm»****

équase __hT_\\_____\__A

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___Brr*V*."'m

JUDÔ CONTINUAÇÃO

Mas,
atingir o
frações
chão,
de
o
segundos
outro, muito
antes de
ágil,
HRíiÉtS **-^lf?
**m^»rmt7*m**.*' "*m**VL**Í*.^)_Ctrt^--\\W * \-H-w -_. ^-I**-^** M

conseguiu rodopiar o corpo e apanhar


Togashi em
Este não teve
uma
outro
chave
remédio:
de braço.
deu as As faixas do judô
três pancadinhas de desistência.
A côr da faixa usada por um Nage-wasa — de arremesso
O judoca vai assim aprendendo a golpes sem golpes contundentes, exi-
que
judoca indicagrau seu de conheci- Ashi-waza — aplicados
golpes com ge muita força e flexibilidade.
respeitar o próximo em qualquer cir- mento do esporte. Ao entrar nu- aperna ou o pé AI-KI-DÔ — Originou-se de uma
cunstância. Nenhum faixa-preta teria ma academia, êle recebe uma fai- Koshi-waza — agolpes aplicados luta chamada ichi-iu, que é um ra-
xa branca, que só trocará por uma com o
calcanhar
coragem de contar numa academia mo do jiu-jitsu. Surgiu com o pro-
amarela depois de conhecer as Kata-wazan — golpes aplicados com
pos- fessor Ueshiba, no Japão. Parece
que deu surra em alguém. Os outros turas c algumas das quedas funda- o ombro uma dança, constituída de movimen-
mentais. Daí em diante, irá conquis- Te-waza — golpes aplicados com a
passariam a considerá-lo um covarde. tos largos e ritmados. Não se dá
tando gradativamente as faixas la- mão ou braço
O judô é um esporte rigorosamente ênfase aos golpes contundentes; sua
ranja, verde, roxa e marrom, Sutemi-waza — golpes de sacrifício,
que base são chaves contra os ligamen-
amadorista. O simples fato de um completam os seis estágios denomi- assim chamados
ju- porque quem os tos e as articulações do adversário,
doca ser remunerado nados dan-gai
(antes do grau). aplica tem
professor deve- de ir ao chão primeiro há agarramento corpo-a-corpo. Lu-
A seguir, conquistará a faixa pre- para desequilibrar o adversário
ria eliminá-lo das competições. Esse ta-se mais a distância. Aproveita-se
ta, que significa ser êle Katame-waza —
possuidor luta no chão a energia do golpe do adversário
fato vem sendo tolerado no Brasil, mas das qualidades técnicas e morais in- pa-
(imobilizações) ra desiquilibrá-lo.
no Japão é imperdoável. dispensáveis a um judoca. A faixa Ude-Kansetsu-waza —
Lá, o judô é chaves de KEN-DÔ — Deriva luta
compreende da de
preta graus ou dez braço
coisa muito séria, quase com fundo dans.
sabres dos antigos samurais. Os con-
A promoção de um dan para Achi-Kansetsu-waza — chaves de tendores usam sabres de
religioso. Aqui não deixa de ser sério, o seguinte exige sempre bambu e
novas de- perna vestem-se com uma armadura de la-
mas monstrações de conhecimento e só —
tem tambémos seus jeitinhos. Kubi-hishigi deslocamento do ca, almofadada. É uma espécie
ser de
pode concedida por outro faixa- pescoço
A concorrência entre as academias dois
esgrima: há três pontos vitais a se-
preta, graus acima. Quando Shime-waza — estrangulamentos rem atingidos:
parte superior da a
não é apenas esportiva, mas também não existe alguém nessas condições,
cabeça, o rim e o pulso esquerdo.
a promoção tem de ser dada por
comercial. Quem ganha títulos, tem Desenvolve velocidade e habilidade.
um colegiado formado
por judocas OUTRAS
mais alunos e fatura mais. Por isso, do mesmo dan,
LUTAS Há, no Japão,
campeonatos nacio-
que reconheçam em nais, mas
não há profissionalismo.
muitas vezes, o judô vira vale-tudo seu companheiro qualidades supe- K1U-DÔ — Ê esporte praticado
riores.
nos bastidores. Além do judô, são praticadas no com arco e flecha. O praticante
Apenas sete
judocas chegaram, Japão, principalmente, várias outras busca serenidade absoluta. Não há
até agora, a obter o décimo dan, lutas. Dos participantes de esportes competição.
todos japoneses e todos mortos:
Ciúme já 60% se dedicam às artes —
fez judoca Yoshiaki Yamashita
japoneses, BO-JITSU E uma luta violen-
(morto em 1935 marciais, várias espécies de lutas ta, com varas. Constitui-se de ata-
aos 72 anos), Haime Issogai
perder a briga (1947, que são ensinadas já nos ginásios e e esquivas. Não
77 anos), Kunizaburo Ihizuka quês há competi-
(1958, universidades e englobadas sob o
84 anos), Shuichi Nagaoka ção, nem é profissionalizado. É pra-
(1957, 77 nome geral de bu-dô =
anos). (bu guer- ticado pela Polícia do Japão,
Há algum tempo, na luta Kaitiro Samura que
final de (1964. 84 reiro; dô _¦_ caminho). Os outros usa cassetetes
anos). Shotaro compridos, apropria-
Tabata (1950, 65 40%
um campeonato, o dono de uma aca- se dedicam aos esportes oci- dos para o desenvolvimento da luta.
anos) e Kiuzo Mifune (1965, 84 dentais (basquete, atletismo etc.) e a
demia deu um I-AI — Ê uma luta que se prati-
golpe bem brasileiro. anos). Nenhum deles obteve
o grau outras lutas, também orientais, mas
maior antes dos 57 anos; um ca com um sabre de aço. Não há
Sabendo que o lutador da academia deles não consideradas artes marciais. O
Ihizuka adversário. Pratica-se sozinho e vi-
somente o recebeu bu-dô é toda uma filosofia de for-
adversária era muito ciumento e tinha quan-
do já tinha 72 anos. sa ao aperfeiçoamento da técnica e
mação de
personalidade, aperfeiçoa-
uma cisma No do espírito. Desembainha-se
particular com um ex-na- Brasil, só existe um 8o dan mento do espírito e da técnica. O
o sa-
Yassuiti bre, dá-se vários e torna-se a
morado da noiva, Ono — que o recebeu golpes
por coincidência objetivo final do bu-dô é a paz. Fa-
embainhá-lo.
no Japão, em 1960. Do T.« dan, zem parte do bu-dô: ai-ki-dô, kiu-
aluno de sua academia, mandou há quatro ou cinco, todos —
que japoneses dó, karaté-dô, i-ai, bo-jitsu, i-ari, JIU-JITSU É a mais japonesa
Raramente um judoca obtém jiu-
esse desse um jeito de sentar ao lado o 7 • jitsu. além de outras
das artes marciais. Além de mane-
lutas pouco
dan antes dos 40 anos. jar o sabre de aço, todos os samu-
da moça e
puxar conversa com ela praticadas Como lutas não consi-
deradas rais o praticavam: agrupa golpes de
arte marcial o sumo e o
a qualquer custo. Assim
que começou kern-pó sâo as principais. judô e ai-ki-dô. Ainda é praticado
a luta, ouviu-se um PEQUENO VOCABULÁRIO minorias, no Japão.
grito na platéia: SUMO — fe a luta mais popular por
"Fulano, no —
olha a tua noiva conversando Japão As academias profissio- KARATÊ-DO Entre as lutas
nais reali/am campeonatos nacionais marciais é a mais complexa. Usam-
com Sicrano". Em dois minutos, o Sanju-bio — 30 segundos e seus assistentes lotarn estádios dc se os pés, mãos, cotovelos e
Niju-bio — joelho,
rapaz estava 20 segundos
derrotado. 200 mil lugares fe uma luta prati- principalmente. Os golpes são con-
Mate — espere! (rápida interrupção
Coisas assim cada por elementos que pesam tundentes e treinados para ter
por conta do correm da luta,ordenada pelo juiz)
quase gran-
sempre mais de 100 Esses de penetração no corpo do adversa-
Tatê — quilos.
estilo brasileiro. O mesmo estilo ordem «do juiz para os dois indivíduos são
"monopolizados" rio.
que pe- Quem ataca deve estar sempre
lutadores se levantarem
até agora não permitiu Ias academias e treinados profissio- bem apoiado.
que qualquer Soromadê — terminada
a luta nalmente desde criança: comem —
dono de academia ousasse abrir um Hike-wake — empate qua- KEM-PÔ Esta luta não per-
tro vezes por dia, treinam e dormem. tence
Maittá — desisto ao bu-dô, mas é bastante
curso feminino, embora seja comum A luta se desenvolve numa "arena",
pra-
ticada no Japão. É uma degeneres-
Yosei-gachi —
a do esporte mulheres proclamaçao do ven- um círculo de mais ou menos
prática por no cedor por decisão dos qua- cência do
Os karatê.
contendores
"Nós árbitros tro metros de diâmetro. Vence a usam a mesma armadura do ken-dô,
Japão. Explicação: somos Kumi-kata —
gente a maneira de segu- luta o contendor que conseguir
rar o pôr mais luvas de boxe. Ê uma espécie
de sangue latino,
o judô é um esporte quimono do adversário o outro fora da arena, ou encostar,
— de vale-tudo. Não há base espiri-
Kuzushi métodos
de muito agarramento, acaba virando de desequili- no chão, o cotovelo, mão ou
orar o adversário joelho tual: só descarregamento de agres-
do adversário. É uma luta lenta, sividade.
bagunça." FIM

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fotografia!

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abriu... carregou... fotografou...

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Novas câmaras Kodak Instamatic carregamento ir


instantâneo

Pode ser voçé de fotografia. Mas dava um de trabalho,


que já gostasse que pouco

isso dava. Enrolar... ajustar... rebobinar... trocar o filme. Uma do _


parte prazer

se ia nessa brincadeira. E, às vêzes, o bom momento também. Mas agora, com


NO SEU REVENOEOOR

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prazer

E só colocar o cartucho na câmara (mesmo à luz do sol) e começar a tirar as


câmaras

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Utilize ot seguintes filmes 126 na sus câmara KODAK INSTAMATIC - simples


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Mais uma ciência está nascendo:

a E ela
parapsicologia. quer

nossa tem olhos, nosso


provar que pele

cérebro funciona como se tivesse

v
V rádio-transistor,
gravadores,

vitrola, aparelho de vídeo-tape rever,


para

"filmes"

depois de muitos anos,

alegres ou dramáticos de

acontecimentos estavam
que perdidos

no tempo. O a
que parapsicologia

não sabe ainda é como

tudo isso entra em funcionamento.

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Texto de Alessandro Porro

Fotos de Jose Pinto

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mesinha, entre o sofá e a emergência. bom você ter telefo-
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5-^i Em
poltrona, o aparelho de televisão. nado, minha filha: eu não conseguia dor-
O a mãe e os três
pai, garotos acompa- mir, no
pensando vocês teriam feito
9®*. que
nhavam desinteressados o último anún- amanhã, depois de terem lido a notícia
cio comercial onde entravam sabonete, no Em compensação,
jornal. não sabia
carro, inseticida, desodorante, avião, como avisá-los; eu sempre digo vo-
que
uísque, e
geladeira pinga. Quando o cês arranjar um
£ pro- precisam telefone...".
£>
si,-> a
grama família está esperando co-
que
te* Êste caso veio enriquecer a enorme
«r
* - - -_ . meça, o aparelho silencia
k ^Vrí e a imagem
vyj coleção de fenômenos inexplicáveis
que,
desaparece. A sala, continua
porém, ilu-
nestes últimos tempos, estudiosos de todo
minada facho azulado vem
pelo que da
o mundo estão tentando esclarecer à luz
tela retangular.
de uma nova ciência, ou melhor, de uma
Os vão até a cozinha, à
garotos pro- nova disciplina: a
parapsicologia.
cura de biscoitos e chocolate, os velhos

ficam onde estão, um em cada


ponta do
X Como
sofá, aguardando a volta da imagem e

do som. É nesses segundos ela nasceu


de tranqüi-

la espera acontece o impossível:


jsssm
VSB que a

mãe da dona da casa, a avó dos — A está na moda. E há sempre


garotos palavra

tinha viajado de avião aquela um nôvo livro sôbre o assunto, não sò-
que tarde


apareceu no vídeo e disse com rosto mente na Europa ou nos Estados Uni-
"Estou
sorridente: bem, não fiquem dos, mas também no Brasil. Com suces-

Logo após, o televisor re- so de venda


preocupados". garantido.

começou a funcionar normalmente. Êsse sucesso teria uma explicação: o

Os três filhos não estavam na sala homem moderno, beirando o ano


e 2000,

disseram não acreditavam. O sacudir de suas costas a incômoda


que pai quer

disse havia se virado apanhar carga de superstições e mistérios her-


que para que

um e não tinha visto nada; sòmen- dou, tentando dar a muitas manifesta-
jornal

te escutara, sem atenção, uma ções sombrias e confusas, uma explicação


prestar

voz de mulher, talvez a anunciadora. racional. A é isso.


Só parapsicologia Ela

a dona da casa, cada vez tremendo estuda os fenômenos humanos


mais, à
que

choranndo e torcendo as mãos tinha vista são inexplicáveis ou


cer- primeira anor-
"Eu
teza: vi, eu ouvi... mais, ou de classificação
Mamãe apa- problemática

receu ali, dizer neste ou naquele ramo da ciência.


para estava bem...
que

Eu escutei sua voz, terá Alguns


juro... Que chamam a de
parapsicologia
acontecido, meu Deus, o significa ciência.
que Outros dizer é um
preferem que
isto? campo de investigação cultural. Filha da

Foram todos correndo a Compa-


para metapsíquica, nome deram em 1882
que
nhia Telefônica. A ligação foi mais ou ao estudo dos fenômenos misteriosos co-

menos rápida. Sim, a avó estava


passando mo a telepatia, a clarividência. Ela nas-

bem: mas levara um susto, ceu


grande quan- em 1934, mas só foi reconhecida

do o avião, ao aterrar, não chegou a oficialmente em 1953, na Holanda,


quan-
frear na indo nas e do
pista, parar pedras, a Universidade de Utrecht inaugurou

ela fôra obrigada a descer saída de a


pela cadeira de
primeira parapsicologia.

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CIÊNCIAS indício, se necessário,


pedirá a colabo- semanas explodiu no Brasil inteiro a epi-
CONTINUAÇÃO ração do especialista em psiquiatria, demia gripe espanhola. Todo mundo
de

psicologia, fisiologia, física etc, inclusi- ficou doente, lá em casa, mas só aquela
3f IkT fl
^Jí^^..v ve ilusionismo, conforme o caso." minha irmã morreu: estava certo, uma
O que é dito por esse padre serve, en- morte na família, mas a menina não che-
tre outras coisas, para lembrar os dois gou a vestir luto. Cientificamente, isto
grandes equívocos existentes em torno se chama precognição. Mas como acon-
da parapsicologia: a) que seria combati- tece? E até que ponto é possível demons-
da pela religião católica;
que seria b) trar — racionalmente — a face normal
• ^ /^ I uma ramificação do espiritismo. No pri- de tais fenômenos? Em que ponto estão
^r ^ meiro caso, a resposta vem de outro pa- os hoje, fornecer
parapsicólogos, para
dre, o teólogo Corrado Balduci, que es- ao homem a explicação científica de fa-

tudou o problema a fundo: impôs- tos à primeira vista inexplicáveis?
sível um contraste entre ciência e fé por- O episódio do televisor — a mensa-

que Deus, sendo o autor da — teria


natureza, o gem que a mãe enviou à filha
*_^b I 1 i^ _r^ V _fl é também de suas leis, e ajuda uma explicação clara dentro da parap-
o homem
*_£_.- *_^h^~ **^B B —fl
a descobri-las. Ao mesmo tempo, outros sicologia. Trata-se, de acôrdo com os es-
teólogos e estudiosos católicos de tudiosos, de um caso clássico de PC
parap-
sicologia esquecem denunca repisar o (pura clarividência): a mulher teria visto
"Ela
lema da nova ciência: tem sua mãe através do vídeo, inconsciente-
por obje-
to a constatação e análise dos fenôme- mente preocupada com a viagem de
B_fl _ ^fe nos à primeira vista inexplicáveis, mas avião e, por sua vez, a mãe teria —
sempre resultado de faculdades huma- através de um pensamento profundo ("Eu
nas, isto é dos seres vivos deste mundo." não conseguia dormir, pensando no que
Com isso, a Igreja Católica procura re- você teria feito amanhã. . .") — forma-
bater a tese dos espíritas, que atribuem do uma espécie de ligação com o cérebro

Os médicos não os
turais,
fenômenos
ou
sobrenaturais
inexplicáveis, à
ou parana-
intervenção
da
tância.
filha, realizando
O televisor,
um contato
isto é, o aparelho
a dis-
me-
de almas desencarnadas. cânico, entra na história só como um

sabem o qae dizer de


tor,
No

Brasil,

santo,
Arigó.
o
Êle
caso
é
mais
chamado
discutido
de impôs-
é o meio,
A
ma
mulher
mas nem
por isso é indispensável.
poderia ter visto sua mãe nu-
grande médium e até de sim- parede, ou na página de um livro,
pies vigarista. Já foi preso várias vezes, ou na toalha da mesa, em qualquer ou-
Em seguida» universidades do mundo hoje está solto. tro lugar, e teria sido a mesma coisa.
inteiro começariam a abrir suas Um ex-presidente da República disse Um caso bastante normal (para os pa-
portas
aos do incógnito. que sua filha foi salva por Zé Arigó. rapsicóhogos) é o que trata de uma fran-
pesquisadores
A pouca idade da Um general da reserva, quase cego, con- cesa que ajudou a policia encontrar o
parapsicologia jus-
tifica as varias interpretações, e até a tinuou não vendo, apesar de uma ope- corpo de um homem desaparecido há
descrença ração feita pelo mflagreiro de Minas muito tempo. Depois de dois anos de
que existe em volta dela. Mui-
tos Gerais. Uma mulher de São Paulo, com investigação sem resultados, a
gostariam de receber da parapsico- polícia
logia a câncer, cumpriu as instruções de Arigó aceitou a ajuda da mulher já tinha
pronta resposta a duas velhas
"Êle
que
existe a dimensão? sem discutir e hoje não tem mais nada: afirmado: saiu de casa com um ca-
perguntas: quarta
Existe um sexto sentido? Um sim ime- os médicos não sabem o que dizer. Em checol amarelo, e foi pouco longe, num
diato deixaria muita compensação, um padre do Rio de Ja- lugar de água e terra, onde está deita-
gente aliviada: nin-
neiro continua paralítico, após ter toma- do de bruços, embaixo de um cobertor
guém gosta de se sentir impotente dian-
te de fenômenos inexplicáveis. do todos os remédios que Zé Arigó re- molhado."
ceitou.
A verdade é que o fenômeno Arigó
Não há demônio O teste do
existe, e isso é suficiente para despertar
no meio o interesse dos parapsicólogos. Em janei- quarto desconhecido
ro deste ano, o Instituto de Parapsicolo-
Mas o parapsicólogo não pode res- de São Paulo nomeou uma comissão A achou o corpo, auxiliada
gia polícia
imediatamente, nem esta é a sua
ponder para estudar cientificamente o caso Ari- por um parapsicólogo que interpretou as
missão. O padre Oscar Gonçalves Que- gó. Dessa vez se juntaram médicos, psi- indicações da mulher: o lugar de água
vedo, escreveu um dos livros mais cólogos, psiquiatras e psicanalistas. Não de tenra era um a
que pântano, poucos me-
importantes sobre o assunto, tenta escla- é trabalho fácil: tros da casa do homem, e o cobertor
quase sempre os entre-
recer com um exemplo a função da vistados era uma
pa- mudam ou aumentam os deta- molhado pequena faixa de gra-
rapsicologia no mundo de hoje, e sua lhes dos fenômenos ma em cima de seu corpo.
que de foram prota- que cresceu
"Suponha-
relação com outras ciências: gonistas ou testemunhas. Muitos afirmam que qualquer pessoa
"
mos" — diz êle — uma cura extraor- O drama dos parapsicólogos está exa- pode ser protagonista de um fenômeno
dinária, inexplicável ao menos à
primei- tamente em eliminar os exageros e os como este, outros são de opinião que só
ra vista. Vários ramos da ciência, não talvez ou pode ser. Mas o pior é quan- os hiperestésicos (ou sensitivos) possuem
apenas a
parapsicologia, estão interessa- do o parapsicólogo é que vem a ser pro- essa faculdade. Mas recentes estudos
dos no assunto. Deve o médico, em pri- tagonista de um fenômeno inexplicável, mostraram que todos somos, em maior
meiro lugar, ver se a cura pode se expli- cuja solução não encontra uma resposta ou menor potência, hiperestésicos, isto é,
car simplesmente com os dados da Me- válida. Foi o
que aconteceu com opró- temos a
possibildade de captar ou emi-
dicina. Se assim fôr, nem o teólogo, nem prio presidente do Instituto de Parapsi- tir estímulos mínimos, extra-sensoriais,
o metafísico, nem o parapsicólogo devem cologia de São Paulo, professor Aníbal que parecem fornecer maior acuidade a
intervir. Mas suponhamos que a Mediei- Silveira: nossos sentidos conhecidos. Sob efeito da
na fique sem resposta ante essa cura. — Ê uma história de 50 anos atrás, hipnose, estas extra-sensoriais
qualidades
Deve-se atribuí-la, sem mais pesquisa, ao mas até hoje ninguém soube dar-lhe uma aumentam enormemente de freqüência
demônio, aos espíritos desencarnados,, a explicação racional. Minha irmã tinha e potência. É o caso do quarto desço-
Deus? Não. Desde o momento em que então pouco menos de 20 anos e foi com nhecido, um dos testes clássicos de parap-
aparece como
primeira à vista inexpli- uma amiga visitar uma cartomante, aqui sicologia. Leva-se uma pessoa a um quar-
cável, a cura passa para o terreno do pa- em São Paulo. A mulher olhou para a to onde ela nunca entrara antes, para
"Vo-
rapsicólogo, que vai investigá-la com sis- minha irmã preocupada e lhe disse: observe todos os móveis e objetos
que
temas próprios, tratando de descobrir cê, minha filha, terá uma morte na fa- que estão lá dentro, pelo espaço máxi-
qualquer dado que possa colocá-lo na mília. Mas não vestirá luto." Em casa, fi- mo de cinco segundos. Saindo da sala,
pista de uma explicação para um fenô- camos irritados com a menina: que idéia normalmente ela conseguirá lembrar um
meno extraordinário normal. Ao menor ir visitar uma feiticeira! Passadas duas máximo de 12 ou 15 objetos.
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**-—
© Conte com PHILIPS viver melhor!
para
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Sexto Ull e quarta dimensão existem?


CIÊNCIAS Sob o efeito da hipnose, a mesma pessoa ano de idade, tinha
gravado e arquivado tro mil experiências, perto de 3.500 vê-
CONTINUAÇÃO
é capaz de se lembrar, às vezes, de mais em sua mente o passeio veneziano: agora, zes, sempre indicando com extrema cal-
de 50 ou 60 objetos. É que a hipnose voltando à cidade italiana, o ma, e em
gravador plena faculdade de seus sen-
faz surgir sensações inconscientes, au- entrara em funcionamento. tidos, a caixinha que dali a pouco se
mentando a potência da hiperestesia. Todos nós esse gravador iluminaria.
possuímos
Outra possibilidade, a de ver sem potente e
infalível em nossa mente: seu Há tempo aconteceu
pouco um caso
olhar, também encontrou sua explicação funcionamento depende de
porém, quase precognição em São Paulo. Um ho-
científica em parapsicologia: chama DOP sempre de causas externas: a hipnose, mem acordou no meio da noite e cutu-
(Dermo-optical-perception) e parece de- "Amanhã
por exemplo, ou, mais freqüentemente, cou a mulher: vou ter um en-
monstrar que não somente, nossos olhos, um estado de profundo cansaço físico, farte, ainda na rua, antes de chegar ao
mas toda a nossa epiderme possui a fa- como demonstram inúmeros testemu- escritório: eu vi tudo, agora, enquanto
culdade vital. Estudiosos soviéticos che- nhos. estava dormindo." A mulher tentou tran-
garam a calcular que, em cada seis cen- O mesmo gravador pode também
guar- qüilizar o
marido. Não tinha feito há
tímetros quadrados de pele humana, dar, no segredo da mente, idiomas um exame médico, não estava tu-
que pouco
existem no mínimo dez foto-receptores, nosso consciente não conhece: a pa- do bem? Que história era essa de en-
isto é, olhinhos invisíveis, como já em rapsicologia chama este fenômeno de xe- farte, de morte repentina? Besteira. Mas
1920 os chamava o francês Louis Fari- noglossia, e o justifica às vezes como na manhã seguinte tudo aconteceu como
goule. É com o DOP que se explica não uma volta de memória, ou como a traus- o homem havia contado. Morreu na
somente a possibilidade que têm os cegos missão em indivíduos altamente hiperes- frente do escritório, de enfarte.
de andar com uma certa facilidade em tésicos.
"Inesperadamente
lugares onde nunca estiveram, mas tam- um velho camponês
As grandes
bém outros fenômenos mais familiares: da Ucrânia começou a falar inglês, per-
como o de ver alguém que se aproxima feitamente, com seu médico", publicou perguntas
às nossas costas, silenciosamente. em 1963 um
jornal soviético. A explica-
Com a explicação da hiperestesia, é ção veio
logo, por parte de estudiosos Essa faculdade de
prever é chamada
mais fácil entender o fenômeno da adi- de Moscou que foram investigar o fenô- por alguns estudiosos também de psi-
vinhação. O dos auditórios fica meno: o médico do camponês tinha
público pas- gamma, mas então limita-se somente à
entusiasmado quando o Professor X con- sado anos
em campo de con-
quatro precognição de simples acontecimentos,
segue que sua assistente, que está de centração americano, e falava perfeita- como o das caixinhas eletrônicas.
"Não
olhos vendados, leia o número da car- mente inglês: quero esquecer o Com o fenômeno da
precognição,
teira profissional deste ou daquele espec- meu inglês, e como tenho poucas pos- os enfrentam mais uma
parapsicólogos
tador, ou, em outros casos, adivinhe no- sibilidades de falá-lo — contou o médico "Mas
vez a pergunta: então existe um
mes e datas de nascimento. aos — achei
Quando não parapsicólogos que o me- sexto sentido?" A resposta, delicada de-
há truque (e quase sempre não há, pois lhor sistema era o de falar russo e pen- mais, envolvendo até
problemas de fé,
trata-se de um fenômeno bastante sim- sar em inglês: assim fiz também durante não é prevista para já. Nem é possível
pies), o Professor X está simplesmente os quatro meses em que cuidei do cam- responder à outra grande questão

transmitindo "Existe
à sua assistente, como por ponês." O velho tinha captado o pensa- a quarta dimensão?" — que apa-
ligação radiofônica, os algarismos ou as mento de seu médico e, de repente, du- rece quando os parapsicólogos enfren-
letras
que êle lê na carteira: é um fenô- rante uma crise, começara a falar inglês, tam os fenômenos físicos inexplicáveis
meno de hiperestesia direta do sem compreender, o significado ou
pensa- porém, paranormais. Ê o caso dos objetos
mento, que se torna ainda mais perfeito do que estava dizendo. em movimento no espaço, de varinhas
se a assistente está hipnotizada. Mas nem sempre a xenoglossia pode que indicam este ou outro lugar onde
ser explicada pela parapsicologia: ainda algo foi escondido, de fontes luminosas
A moça se trata de um fenômeno delicado e às que se acendem por si mesmas, de apari-
que
vezes impossível de ser
justificado nor- ção de mortos e outros. Cada uma des-
viu o passado malmente ou paranormalmente. É aqui tas manifestações já tem um lugar e um
que algumas pessoas levantam a possibili- nome científico na comprida lista dos
Em parapsicologia, além de ver é tam- dade de uma presença diabólica. fenômenos estão sendo estudados; o
que
bém bastante estudado o fenômeno de Um provérbio no Norte diz mesmo ainda falta é uma explicação com-
que
lembrar. Cientificamente, "só
é a pantom- que Deus e o Cão sabem o que vai pleta e racional de tudo isso. Por en-
nésia: memória de tudo, nada se esquece acontecer amanhã". Para os estudiosos os estudiosos mais sérios Iimi-
quanto,
na vida de um homem. A maior ou me- de parapsicologia, o ditado não tem fun- tam-se a analisar os fenômenos.
nor hiperestesia leva a lembrar ou esque- "A
damento: o homem também pode prever parapsicologia, até o momento, é
cer fatos ou palavras; com a ajuda da o futuro. Caso extraordinário é o de a ciência de cientistas que querem sa-
hipnose, essas
possibilidades aumentam John 0'Conor, que tinha reservado três ber" — a definição do australiano Wil-
profundamente, trazendo para o cons- cabinas para êle e a família na viagem son serve para tranqüilizar sobre a serie-
ciente coisas adormecidas há muito tem- inaugural do navio Titanic, mandou can- dade dos estudos que vêm sendo feitos.
po em nosso subconsciente. O exemplo celar a reserva 24 horas antes da partida A parapsicologia mudou a imagem do
clássico é o da garota de Israel que foi tinha sonhado homem — milhares de células fotográ- (
que o navio afundara
fazer uma viagem turística na Itália, aos em pleno Oceano Atlântico, como de ficas em sua epiderme, rádio-transistor
18 anos. Ela só tinha viajado antes, fato aconteceu na noite entre 14 e 15 de e gravador no cérebro, ligação televi-
quando fora da Polônia para aos Israel, abril de 1912. suai de seus sentimentos com os da
pes-
dois anos de idade, órfã de pai e mãe, Nos laboratórios parapsicológicos da soa em que pensa. Um fonógrafo para
mortos em campos de concentração na Universidade de Duke, nos Estados Uni- repetir línguas
jamais estudadas, e um
Alemanha. Em Veneza, uma das etapas dos, foram estudados profundamente os complexo vídeo-tape para rever, à dis-
de sua excursão, aconteceu o fenômeno: fenômenos de precognição, com o auxi- tancia de anos, o filme alegre ou drama-
a garota andou da Estação de Santa Lú- lio de máquinas eletrônicas. Uma mulher tico de acontecimentos que o consciente
cia até a piazza San Marco, como se es- Annie Johnson —
que várias vezes já esqueceu.
"Mas
tivesse em transe, murmurando: eu acontecimentos no ambiente de Ainda não conhecemos,
previu porém a ma-
já conheço, já vi..." Não errou uma sua família, foi examinada durante três neira de apertar à vontade os vários bo-
ponte, uma viela. De volta a Israel, con- semanas, com o sistema das caixinhas toes de funcionamento. Tudo acontece,
tou a coisa a seus pais adotivos. E veio eletrônicas. Um pequeno computador hoje, de improviso e ocultamente. Tal-
a explicação: há 17 anos, nos braços de acendia, cada 60 segundos, uma luz vez os
parapsicólogos venham um dia,
seus salvadores, a menina fizera o mes- numa das cinco caixinhas de vidro liga- indicar ao homem o mistério de sua
mo percurso, sendo levada da estação até das ao mecanismo. poderia ter Ninguém complicada máquina mental. E o botão
a piazza San Marco, à espera do navio previsto qual a caixinha
que iria ilumi- poderá ser apertado. À vontade. Sem
que devia conduzi-la a Israel. Com um nar. A senhora Johnson acertou, em qua- medo. nM

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No verão,

o cansaço. Para se recuperar tome


sivelmente,
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em um copo d'água. CITROVIT é suco de


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O o humorista Millor
que pensa Fernandes do coronel Fontenelle? O de
jogador

futebol Almir, o acha da atriz Dercy Gonçalves? E Chico Anísio,


que como vê o

discutido costureiro Denner? O repórter Narciso Kalili entrevistou dez brasileiros

famosos e cada um fêz o retrato do outro, dizendo o com


que sinceridade.
pensa

Millor, exemplo, fala o


por coronel Fontenelle de se fazer
que gosta de louco,

enquanto Almir acha Dercy Gonçalves uma velhinha engraçada e Chico Anísio

adverte ninguém deve rir às


que custas de Denner. A opinião dos outros sobre os

outros começa com a do campeão de Hélio Gracie a respeito


jiu-jitsu de um de seus

alunos: o coronel Andreazza, braço direito do nôvo da República.


presidente

KTZH

Fotos de

Olivier Perroy

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125
QEHTEFUtOSA

Quero, mas meu deixar.


pai precisa

Andreazza respondeu logo:

Eu deixo.

confiança, fôrça e disposi-


começou a treinar. Ganhou
O
garoto

o coronel ver um treino do


Vinte aulas depois fui convidar para
ção.

também resolveu vestir o


filho. Ficou tão entusiasmado que quimo-

chamou-me a um canto dizer:


no. Mas antes para

Não vou deixar o Màriozinho vencer.


diga nada, mas
*
vTP^HI jk T
Eu respondi:

Se vai vencer fàcilmente, relaxe. Mas


o senhor que
perceber

reaja êle não veja a fraqueza no


se a luta ficar dura para que pai.

o ringue e eu tive de a luta, o filho não


Fomos parar para
para

tanto no Andreazza ficou tão satisfeito aceitou


bater pai. que quan-

do o
provoquei:

Coronel, o senhor não treinar manter a suprema-


quer para

cia física em casa?

Só fôr às sete da manhã, antes de ir ao Ministério da Guerra.


se

A de então, duas vêzes semana encontrávamo-nos às


partir por

cinco e meia da manhã, em Copacabana, e vínhamos a cidade


para

treinar. Nasceu daí uma amizade se foi estreitando até nossas


que

famílias se conhecerem.

Depois o coronel se integrou na assessoria do marechal Costa e


que

Silva, nossas aulas diminuíram, mas a amizade continuou. Muita


gen-

te minha academia. Com o Andreazza, consegui


passou pela porém,

maior afinidade. Os outros foram meus alunos, mas a êle eu con-

fiava minhas mágoas, meus minhas esperanças. E isso


problemas,

foi êle é um homem lutador, sofredor e cumpridor


possível porque

de suas obrigações. É um homem interessado outros homens.


pelos

Como eu também sou assim, continuamos amigos.

O coronel Andreazza é um leão com o coração de cordeiro. Vio-

^^ii§t2&!L.
lento e impulsivo, chega fàcilmente às lágrimas. Valente e humilde,
I^^h« *MSKmltk*\
£
é um homem verdadeiro. Não transige. Até lhe toquem o cora-
jL que
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ção

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UM COBAfilD DE ' ~>aZ


AIDBEAZZATEM CB1AMÇA

m.

Há coisas na vida homens como nós, dedicamos amor illL,


que que

ao trabalho, não esquecemos nunca mais. Conheci o coronel An-

dreazza há dois ou três anos, numa roda de Logo depois das


praia.

apresentações êle me fêz a '¦


primeira pergunta: •
JS*7-'>!
¦
Gracie. ¥•?• :
o é mesmo bom a educação dos rapazes? ...
jiu-jitsu para
Wéí»,'-' *
não seja um homem de cultura, em 40 anos de expe- iStC •: Vã-i. > ,>
Embora eu .
aJr. zjbiwti,i,
' *' '*"¦ *íj
a diagnosticar os morais de certos ho- ícP ««•«***»;
riência, aprendi princípios ç.
% * -\ ¦ y>/"< •
¦ v,e*v ' ¦
A simplicidade, o espiritualismo e a atenção o coronel dá " 'J!?.' ¦ ***!'*<
mens. que r *'S» j^r«-

a dêle se acerque me chamaram a atenção. -,i$ÊÈ*!&


qualquer pessoa que L Wl
r* kS^*-< p Jr^ ^*'.' i ÉÍí,1!
E eu estava cativado êle completou a t í
já quando pergunta:
Wm&
Tenho interessado. Um dêles é estudante ¦Hk
dois filhos e estou m

de Medicina, muito tímido, e eu de vê-lo desenvolver-se.


gostaria

Trazendo a brasa a minha sardinha, disse maravilhas do


para
finrwiri Andffinn^ mlnfatrfl
e convidei-o uma visita à academia, com o filho. flWfllMK
jiu-jitsu para junto

Êle impôs uma única condição:


APEKIAR A MÃO DE CHICO ANÍSIO
Faça nada, nem lhe falei. Se QUEBO
de conta não sabe de
que que

meu filho êle mesmo resolva aprender a lutar.


gostar, que

Dias depois, e filho apareceram. Depois de uma demonstra- Conheço Chico Anísio de televisão, apenas. Mesmo assim, sempre
pai

dos alunos, ao rapaz: me uma figura familiar, como meu vizinho de apartamento
ção perguntei pareceu

Então, aprender? ou um amigo com fiz o Simpático, agradável, êle


quer quem ginásio.
(ENTE FAMOSA
diz as coisas com sinceridade. Não é um artista que representa, mas Não me venham dizer que êle usa êste cabelo enorme porque está
vive o que faz. E o resultado é uma das coisas importantes na vida: na onda. Êle sempre andou nessa onda, sem dar a menor bola ao
êle faz rir. que achassem disto. Sempre usou roupas que em muitas opiniões eram
Humano e simples, Chico tem inteligência notável, mostrando seu extravagantes. Sempre faz de seu tipo físico um tipo que poderia-
talento naquilo que é fundamental num artista: reflete o estado de mos chamar de estranho, de esquisito, do diabo que queiram chamar.
espírito e muitas vezes as próprias aspirações de nossa gente. Por Mas foi isto o primeiro auxílio que teve, foi o primeiro degrau da
isso seus tipos fazem parte do dia a dia de todos os brasileiros. Quan- sua escada. E êle sabia disso.
tos já não se surpreenderam identificando uma pessoa na rua com Tempos depois da reunião na casa de Dolores, vi-o em Brasília,
um de seus personagens: já rico, mais do que famoso, com seis ou oito apartamentos aluga-
— Olha lá o coronel Limoeiro! dos no hotel Nacional, convidado especialmente pela então primeira
Chico é pessoa a quem quero bem: êle faz felizes os que o co- dama do país. Eu e minha mulher ficamos duas horas e tanto na
nhecem. Faz bem à gente. Conheço-o somente pela televisão, mas piscina do hotel, batendo papo com êle. Era o mesmo. Continua-
o desejo de apertar-lhe a mão, um dia, permanece com a certeza va com uma piada para definir tudo, com um comentário inteli-
de que, quando isso acontecer, comprovarei o que penso e sinto dele, gente para as situações, com uma crítica engraçada para cada fre-
Pele e tantos outros. qüentador da piscina. Se algum deles ria daquele cara magro, cabe-
ludo, coitado se soubesse como o Denner o definia.
Que ninguém resolva gozar o meu amigo Denner. Em matéria de
JR^TÍr^P
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j êf*.1 ¦ t¦ tò- £~
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gozação eu sou mais êle. Em matéria de viveza, também. E em
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K^J&Kas-jP^} rL^L^.íaám
*' -ír *%%*. muitos outros assuntos porque dizem que seu próximo filho está no
mmm^mW*mm*3J*^'rysL MM m*****L
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prelo. Ou falando a linguagem dele:
— Já está alinhavado.
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W Denner é uma das poucas pessoas que não mudaram com o suces-
mmmm\*mSt*'^%ym^ ^B ^^^**^^^ * so e o dinheiro. Êle é uma dessas pessoas. A outra, engraçado. Não
¦BB^.'. . |||irB ^fl • me lembro de outra.

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Conheci o Denner há 11 anos, numa reunião na casa de Do-


lores Duran. Êle era um costureiro pobre mas já demonstrava que
nunca seria um pobre costureiro: tudo o que fazia era cheio de mô-
lho, idéias, bom gosto. Na noite em que o conheci, estavam presen-
tes Luís Vieira, Billy Blanco, João do Valle e outros. Mostrávamos
músicas a Dolores para o seu próximo LP e, enquanto isso, Denner.
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sem ter mais o que fazer, desenhava numa das paredes do aparta-
mento. Desenhou coisas lindas, que estariam até hoje naquela pa-
rede se Dolores fosse viva. Lembro-me que, quando precisou pintar Dener Pamplona, oortareiros
o apartamento, Dolores avisou o marido:
— Não quero que ninguém mexa na parede do Denner. ABREU SODRÉ, UM 6OTERNAD0R E TftITO
E êle ainda não era internacional. Nem nacional. Mas sabia que
iria ser. A confiança que Denner tem em Denner sempre foi visível. O último encontro que tive com o governador Abreu Sodré foi
Um grande sujeito: tudo seria melhor, se todos possuíssem o não- no baile da "Glamour Girl", promovido pelo Ibrahim Sued no Co-
te-ligo-ó-mundo, que Denner possui. pacabana Palace do Rio. Roberto Carlos tinha terminado de cantar
SEGUE

12/
)
GENTE FAMOSA

do sociólogo resolveu dar aulas através do


Ê o filho que
uma esticada no Le Bateau. Estávamos descendo pular.
e resolvemos dar
mesmo as aulas de Chico sejam melhores do
violão. E acredito que
o Abreu Sodré nos viu. Atravessou
as escadas, governador
quando
As músicas de Chico transmitem o clima da nova
veio as de Sérgio.
salão, a esposa ao lado (aliás, eu a acho elegantérrima), que
todo o

o Ro- brasileira.
Apertou-nos as mãos e, virando-se geração
nos cumprimentar. para

conversa mantive com êle, ouvi êle


Na única que pouco, porque
berto Carlos, disse:

Pouco mesmo. Sua é musicada: êle é introspectivo


— mesmo barra-limpa. Uma brasa! fala prosa
Continuo sendo seu fã. Você é pouco.

se com um violão na mão. Mas vi como era o


e des- e só sabe exprimir
Fêz alguns comentários sobre minha atividade de costureiro

Buarque de Holanda o mundo descobriu.' Êle é como


conosco até a e.' depois se Chico que
cemos as escadas. Caminhou porta
juntos
— usina. A sabe está funcionando, embora não veja
faz isso atra- uma gente que
despediu, voltando o salão. Uma
para pessoa que

duas êie funcionar.


vessar um salão de festas cumprimentar pessoas que
para
— bem-nascida. Eu re-
mal conhece, mas admira é uma já
pessoa

um homem bem vestido, embora não seja elegante.


êle é
parara que

são bem cortados e êle está sempre bem calçado. Sabia


Seus ternos

— comum entre nossos


é um homem inteligente coisa não muito
que

também, a tradição de elegância em


homens Conhecia,
públicos.
— de uma das mulheres mais elegantes do
sua família é cunhado

a Renata Melão. Mas depois do aconteceu no Copaca-


Brasil, que
r.'A-;.
bana Palace, considero-o um homem divino, sensacional. Creio que

seu será ótimo.


governo

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fc II

ChkoBnaiwfeBManda.conqKMiter;

mw é stno,iio sowbmucim

Difícil é saber é melhor, o Vão Gôgo ou o Millor Fer-


quem

' Jm?
4J"3M ^ nandes. Gosto um mais do talvez o
4MF^> flfliHHHBBBHBBHBBHIHPI^HHBBBBHHNBBBBHl pouquinho primeiro, porque

tivesse conhecido há mais tempo, eu era criança e êle


quando já
"Pif-PafM,
era filósofo. Eu o lia tôda semana no e as suas e
histórias
Abrm Sodré. eovernadar de Sfto Pado:
estão misturadas em minha memória com as de Mon-
personagens

BinBíi b n—* wwr teiro Lobato, exemplo. E tem mais:


por com todo o respeito, fá-
iffWA PB k^sim

bulas fábulas as do Vão Gôgo às de Esopo.


por prefiro

Sou de uma dizer Chico Buarque é filho Millor Fernandes é um cara sério. Se é menos engraçado Vãc
geração que pode que
que

de Sérgio Buarque, a de hoje diz Sérgio é o Gôgo, entretanto, não é menos importante. Para
pois geração que pai confirmar isto basta
"Liberdade,
do Chico. O Chico é um da intelectualidade em edição lembrar suas de teatro, especialmente.
produto po- peças Liberdade"

128
COTE FAMOSA

Só conversamos uma vez. Nem deu


para conhecê-lo bem, mas eu diplomático a dita embaixada, definição
para por de direito interna-
sei o êle é e nossos
que pensa, por amigos comuns. Concordo com cional território de seu
país. Eis senão numa das
quando, pistas
tudo o me disseram a seu
quase que respeito.
do atêrro do Flamengo, o chofer uma
percebe bruta confusão. A con-
Depois fecharam sua revista,
que a crítica inteligente "engenheiros"
no Brasil fusão, evidentemente, era de tráfego,
provocada pelos
ficou menor: está faltando alguém sintetize, com seu talento, o
que instituição existente, mas dinamizada
já tal Fontenelle, na épo-
pelo
humor crítico de 80 milhões de brasileiros.
ca. Ainda hoje um leigo, sozinho, é incapaz de uma confu-
provocar
são no atêrro do Flamengo. Sua capacidade de escoamento é bem

maior o tráfego flui ali.


que que por Hábil, diante da confusão o

chofer dá uma encontra uma saída


guinada, e tranqüilo
prossegue
e orgulhoso do histórico
poder que conduz ao volante. Mas aí apa-

recem uns e mandam


guardas a viatura da rainha
parar poderosa

Guilhermina (a Holanda tem sempre uma rainha Guilhermina en-

trando ou saindo do Inadvertido,


poder). ou acobertado sua
por

placa e sua bandeira, num de imprudência


por gesto criminosa ou

criminosa o chofer ignora


prepotência, os e continua. Mas
guardas
eis lhe surge frente, barrando-lhe
que pela o caminho, em
pessoa,
àquelas sete e meia da manhã daquele dia de sol, o nosso Bat-Man

caboclo, o Fontenelle. Agitando


próprio os braços, a figura esguia

e mandou o carro estacionar.


grisalha O chofer fingiu ia
que parar
e, Fontenelle saiu da frente,
quando engrenou uma segunda
petu-
lante e tentou sair. Bat-Man não teve dúvidas. Se atirou sôbre o

capô e, segurando os dois limpadores, cuspiu no do car-


pára-brisas
.^Ty.
^Br ro. Dizem o cuspo dêle é radioativo.
que Não Na
posso garantir.
verdade inventei essa cusparada. Mas um 007 brasileiro não agiria

assim? O chofer, cego, não teve outro remédio senão Discus-


parar.
são, confusão, conflito de autoridade, trânsito livre, êsse negócio

de trânsito livre é muito relativo, o senhor sabe com está fa-


quem
lando? Ahahah, na era de C.L., o senhor vem ainda com essa frase?

O carro da embaixada tem imunidades, imunidades aqui só contra

tifo, vamos ver se tenho ou não tenho, vou


pois e eu apreender seu

carango, o senhor não vai apreender coisa nenhuma eu me


que quei-
xo ao Itamarati e e tal e coisa.
patati patatá Para encurtar conversa:

Fontenelle o round.
ganhou primeiro A sua lei estava ali, sólida e
"cheia"
presente, montada em motocicletas e com a da-
*P^- pretensão
y
quele gringo, o direito internacional era uma coisa incrivelmente lon-
"teje
naquela manhã de sol. À voz de
gínqua o secretário
prêso"
arrefeceu. Disse estava bem. ia
que Que Mas aí, lá na cabe-
prêso.

cinha holandesa dêle, começou a funcionar o James Bond. Disse a

Fontenelle ia, mas ia sozinho, no


que próprio carro. Se
quisesse,
o escoltasse. A o acompanhasse ou
que polícia que precedesse. Fon-

tenelle, a de sua vitória,


que percebera precariedade a essa altura

devia estar lá ruminando as suas noçõezinhas


já de direito roma-

no, e concordou. Acordo feito, os carros em


partiram direção à Ins-

petoria. O carro da embaixada seguido um carro da


'• por Polícia
jET ¦" ^@V' - -
coladão, atrás. Lá vão os dois. Holandês na frente, Fontenelle
' '* atrás.
*h**«i J^fr,m ^mF$&±,Z?r
Os batedores atrás e na frente. De repente Fontenelle um
passa

à frente, vigiando com o rabo do ôlho, essa


pouco que gringalhada

é tôda muito falsa. O holandês lá dentro do carro dêle. finge


que
não vê a vigilância excessiva e agressiva, mas seu canto de ôlho

bátavo também está atento. Fontenelle volta à sua anterior


posição

na corrente de tráfego, distrai-se exatamente uma fração de segundo

e onde é foi o holandês, carro e chofer? Sumiu tudo.


que O coronel
"O
está diante do maior Agatha Christie: carro do Holandês Voa-
^9HilHlj|Ki^9HHHn
.- dor." aconteceu? Esvaneceu no ar? Levantou vôo? Penetrou
Que

terra adentro? Nada disso. Apenas o secretário sabia no ca-


que,

minho a inspetoria, seu carro embaixada.


para passaria pela E
que
Mlllnr Fnwmnilft^ hnnMwjflta
fl tfflff^ly a essa hora devia estar com os abertos.
portões

O fato é foi embaixada,


que, quando passando pela o chofer deu
FONTENELLE GOSTA DE SE FAZEB DE L0DC0
uma virada e encaixou o carro dentro da
genial garagem numa ope-

ração de fazer inveja aos astronautas dos Gemini. Fontenelle não

Esta história é absolutamente autêntica, muito embora, como bom compreende logo o aconteceu, mas logo compreende.
que Mesmo
historiador, eu vá contá-la à minha maneira, tirando dela o
parti- assim, não se dá vencido. Avança em
porém, por território inimigo
do me convém.
que sem mêdo das conseqüências isso é um
(por inconseqüente) e dá
Não mas me os holandeses ficaram boquia-
juro, garantem que ordem de a tudo ali, secretário, chofer,
prisão carro,
passarinhos,
"E
bertos. Pararam um momento a infinita e infindável construção
por palmeiras e trepadeiras. venha o embaixador."
que próprio
de diques, deixaram de lado um momento as suas desavenças
por Mas o secretário também é durão, sabe melhor os seus direitos,
com a rainha, e ouviram, desmandibulados, esbugalhados e arrega- está agora no solo da Holanda, tão
glorioso duramente conquistado
lados, a notícia desmedida, inconcebível, inaudita, sem
portentosa, ao mar, e um dos e
grita para guardas Fontenelle, os dois
para pri-
fora "Fora
par, da craveira das leis eternas da Providência: a sua embai- meiros a botar o no daqui. Ponham-se daqui
pé jardim:
pra
xada, no Riot tinha sido invadida. Pelo Exército Brasileiro? Não. fora ou mando Isso daqui
prendê-los. é território holandês." O
Por estudantes vermelhos revoltados diante do extraordinário nível
guarda percebeu havia alguma coisa no ar, saiu também, e a
que
de vida ostentado embaixador? Também não. Pela Inspetoria
pelo ponte levadiça da embaixada se fechou sôbre êles. Mas, como no-
de Tráfego? Sim! ticiamos na mesma época no
jornal da Tevê Excelsior. Fontenelle,

Numa manhã ensolarada e fresca de outubro de 1964. um secre- furioso e impotente, não se conteve muito tempo. Deu uns socos no

tário da Embaixada "Corruptos!


Holandesa, na Guanabara, dirigia-se num carro da embaixada e
portão começou a Co-
gritar, possesso:

SEGUE
A direção hidráulica faz integral do
parte

sistema de direção e não é um

sistema separado.

- brisa de área de
Limpador de pára grande

varredura. Motor elétrico de duas

Tudo? você espera


o
o
velocidades, com alta capacidade.
que

Painel de instrumentos almofadado

e flexível, moldado em poliuretano,

de um automóvel está
oferecendo grande proteção.

Dois tipos de direção: manual

ou hidráulica ambas de alta


(opcional),
o
no Ford Gálaxie.
eficiência, sendo a hidráulica ser
que pode

acionada com um dedo.

Excepcional área de visão. Pára-brisa com

vidro curvo em duplo sentido. Alta

resistência e ausência de reflexos luminosos


Lâmpadas no
porta-luvas.,

Portas ficam abertas


que
Quebra-luzes acolchoados.,
em duas posições.

Relógio elétrico de alta precisão.


Faróis dianteiros duplos com

••sealed-beam" maior manivela.


lâmpadas para Quebra-vento acionado
por

visibilidade e segurança.
Cinzeiros no e nas traseiras.
painel portas

Motor V-8 de 4500 cc e 164 HP a 4400

rpm. Cabeçote, tubagens de admissão

e escape especialmente desenhados

e fundidos dentro do mais moderno processo

existente. Tubagem de escape em Y,

livre descarga de
proporcionando gases.

Troca de óleo a cada 10 mil


quilômetros.

Supressor de ruidos na vela de ll


propria

ignigao boasonoridadedor&dio. M
para garantir

Coluna de diregio com sistema isolante, If


JKK

meio de urn acoplamento flexivel, K 4^^


por r^H

vibrag&o. M ^1
neutralizando qualquer

O sistema de aceleração liga o


que pedal

ao carburador é composto de um cabo

de aço inoxidável, de alta flexibilidade e

dianteira cojIH sistema de resistência, e de um tubo com o interior de Rádio transistorizado de alta fidelidade,
Suspensão

lubrificação um de nylon especial, reduz fricção, com três faixas de ondas filtro
prévia para período 50 que para
(e

mil o famoso sistema e o exterior de absorção de estática), convenientemente


quilômetros poliestireno para proteger

••greased for life"). o cabo contra e infiltração de água. localizado no de instrumentos.
Os demais poeira painel

móveis buchas de borracha O sistema é lubrifiçado com


pontos possuem graxa
O volante da direção é fabricado com um
com dinâmicas de silicone aumentar sua eficiência
caracteristicas para para
material em caso de colisão, se
e em ambas que,
absorção de ruídos e vibrações. possui guarda-pós
perfeita
deforma absorvendo o impacto. Outro fator
Peças forjadas e estampadas de alta as extremidades. Todo êsse complexo

de segurança ó seu formato em cálice.


resistência, montadas de forma elimina completamente a transmissão de

tal a distribuição de fòrça é absorvida vibrações do motor á carroçaria e reduz, Sistema especial de circulação de ar com
que

tôda a estrutura do veiculo. também, o esfôrço no três velocidades. Comando interno


por pedal. para

o evita o embaçamento de vidros.


pára-brisa

Ndvo tipo de radiador de alto de Barra de alavanca de transmissão Chave de ignição com 1864 combinações,
poder eliminada.

arrefecimento e durabilidade. Substituída um tubo concêntrico á reduzindo substancialmente a


grande por

Válvula reguladora de elimina o de direção. Mais leve, de roubo do veiculo.


pressão coluna possibilidade

superaquecimento. mais fácil de operar. A ser dada com a chave em


e partida pode

duas
posições.
Pneus sem câmara, com rodas de esmerado
"freio mão"
O de é operado com o
acabamento e robustez. pé,

menor esfôrço,
proporcionando

especialmente em aclives. O freio

é destravado com um leve toque dos dedos,

apagando automàticamente

a luz vigia no de instrumentos.


painel
Garantia de 12 meses ou
Rapaz apaixonado moça
pela
20.000 quilômetros.
Moça apaixonada Gálaxie
pelo

Molduras externas de aço inoxidável.

dotados de molas especialmente


desenhadas para a absorção de vibrações,

proporcionando o máximo conforto


anatômico. Revestidos de tecido especial
Bancos
ventilado, com reforço de material viniiico,
inodoro e repelente à manchas.

Vidros laterais curvos de alta


resistência e beleza.

Fechaduras que resistem á tração


de uma tonelada.

Opera com qualquer tipo de gasolina.


isolante de fibra de vidro anti-

e anti-acústica na forração Consumo de combustível em condições


do teto.
|^fl|^^
^^ Camada
térmica
normais de: 6,3 km por litro
'
w _fl
aproximadamente.
^1 Vidro traseiro de área,
grande para
__ maior Porta-malas superdimensionado, revestido
Hà fl fl— visibilidade.
de tapete de grande durabilidade.

'
^^^fl |^^ superdimensionados servo com
^^^^^^Jfl |^^ com
uma de
fl \vl ^^ a 99%, dependendo do

fl ^OtV ^^s_ de d° Pn6U COm °


fl \^^B Ifc Operando com a mesma segurança
Sistema de pisca-pisca com
quando a altas
^^ \N^B ^^N-v retorno automático.

Ui tÜM _______________________¦_____¦
Hafl !¦••* _4^^^^fl

Os pontos de fixação da carroçaria no


^^^^^^^^^^*""^^^^B^^^^^fl '
yffT Suspensão super estruturada para chassis foram cientificamente localizados
£1 ^^^ y^m^Ê fl
^^^^L^^* ^^W^>^ condições brasileiras. corresponder com os sem
d^m^^^m para pontos
movimento, evitando assim a transmissão

de vibrações à carroçaria.

Isso torna o rodar mais macio e silencioso

t
Silencioso de aço aluminizado
Suspensão traseira composta de tensores
e parcialmente de aço inoxidável,
e braços transversais combinados com
Camisas especiais dentro do cardan evitando a corrosão ocasionada
para molas espirais. Esses componentes evitam
as ondas sonoras. de descarga e a umidade.
I amortecer o deslocamento longitudinal e transversal pelos gases
É ligado ao chassis por suportes flexíveis,
Válvulas de borracha em todas as áreas do eixo traseiro dando ao veículo
eliminando qualquer transmissão de
críticas a saída de água, vedando um rodar suave. Pontos móveis dotados
permitem
ruidos e vibração.
entretanto, a entrada de e detritos. de buchas de borracha de grande
poeira
resistência proporcionando
Aço nas áreas criticas onde
galvani?ado
maior conforto e durabilidade.
a corrosão é maior. Em outras

áreas o metal foi especialmente tratado com

uma cobertura à base de zinco.

Chassis

acompanhar

com duas

proteção
desobstrução
especialmente

vantagens

em
parte

caso

da área
de
desenhado

inferior

básicas:

acidente

total
da

do
maior

assoalho,
para
carroçaria,

FORD tfffiÊÈ»
permitindo seu rebaixamento e conseqüente

OALAXIE
aumento de espaço vertical. Outra

vantagem é o abaixamento do centro de

gravidade, dando maior estabilidade.

Tapete de bouclê de nylon, em uma só peça


pré-moldada a vácuo, acompanhando o
contorno do
anti-acústica
assoalho.

entre o
Camada

tapete e o chão. o automóvel


GENTE EfiMOSA
munistas! Só isso mesmo é que se pode esperar de países baixos!" fego. Parte-se da mão-dupla, do direito fundamental do homem de
Fontenelle deve ter aí por volta de um metro e 77 de altura e de ir e vir, do sentido prático de que na mão dupla há menos desgas-
47 anos de idade. É esguio, ou melhor, extremamente magro, gri- te, menos rodagem, menos consumo. E onde, infelizmente, esse prin-
salho, e, na época em que o conheci, vestia roupas bem maiores do cípio não pode ser utilizado, obriga-se então (mas lamentando mui-
que êle próprio. Tem movimentos nervosos, a fisionomia ossuda e to) ao uso da mão única.
os olhos hipertensos demonstrando o neurótico fácil, altamente con- A proibição de rodas na calçada, tão preconizada pelo técnico
trotado. (Fontenelle não rasga dinheiro). Possuidor de uma educação inglês Buchanan (Fontenelle teve contato com êle), é feita, oh, meu
aeronáutica ("liberal") misturada a um espírito UDN dos mais fa- Deus, para aquelas ruazinhas estreitas das várias cidades inglesas de
"idéias"
risaicos, o culto físico dos homens do ar tentando enquadrar que Buchanan trata, onde as calçadas têm metro e meio de largura.
jamais assimiladas, e individualismo da República do Galeão em cho- No Rio, onde as calçadas têm sete metros de largura, deve-se adotar
"limitação"
que com o individualismo muito mais forte do próprio Chefe Na- o uso de duas rodas sobre o calçamento, até como e
"disciplina" de estacionamento. Se não, o estacionamento invade
cional — esse demoníaco Lacerda, cujo teor de capacidade intelec-
tual é realmente nefasto para todos os que o cercam, sejam os ho- toda a calçada ou impede toda a rua.
mens de ação maduros não preparados para idéias, como Fontenelle; As placas sinalizadoras de trânsito, como todos sabem, são feitas
seja a meninada do gabinete, cheia de idéias, mas sem nenhuma ex- e convenções internacionais. Não há erro, portanto,
por organismos "cientistas"
periência de ação, e por isso mesmo facilmente esmagada por La- local. Mas os de Fontenelle tiveram que fazer uma só
cerda. placa com uma indicação especial para ser colocada na rua Vis-
Um dos motivos da "popularidade" de Fontenelle era a sua ubi- conde de Pirajá. E durante um ano (um ano inteiro) a única placa
qüidade. Só o fato de acordar cedo bastaria para transformá-lo feita pelo nosso revolucionário Departamento de Trânsito ficou lá,
em ídolo de certa camada da população. O homem comum, não ten- atestando a ignorância total dos nossos orientadores: indicava exata-
do ainda se libertado de uma mentalidade rural e agrária, tem, ins- mente o contrário do que queria. São as autoridades que estão erra-
tintivamente, um enorme respeito pelo homem público que acorda das, como estava errado o nosso Código de Trânsito, como continua
cedo, da mesma maneira que desconfia do artista (que dorme tarde). erra o atual. A mentalidade pública, em matéria de trânsito, conti-
Imaginem então o shov. que era Fontenelle Além de acordar cedo, nua sendo a de que automobilista é sempre um criminoso, até que
estava em toda parte. Além de estar em toda parte, era violento e prove o contrário. E, em geral, nossos solucionadores de proble-
autoritário e não temia os poderosos (tá bem, Fontenelle!). mas de tráfego — Fontenelle como exemplo máximo — têm ódio
Fontenelle não concilia "em público". Dono de um inestimável ao automóvel. Assim não vai.
instinto de publicidade, logo procurou adquirir fama de louco, que O sonho de Fontenelle: botar mão-única nas galáxias, proibindo
é extremamente simpática. Depois procura enfrentar, deliberadamen- terminantemente o estacionamento na via láctea, mesmo para o
te (em público sempre) os tabus. Lacerda repetiu várias vezes, na Todopoderoso.
intimidade: "O maior dia do Fontenelle será aquele em que eu me
distrair como governador e êle conseguir esvaziar os quatro pneus
do meu carro." No Rio, todos os dias, me impressiono com a co-
bertura total que Fontenelle ainda hoje recebe no Jornal do Bra-
sil. A cobertura que esse jornal dá ao super-homem é quase infantil
em matéria de admiração. No entanto a Guanabara está até agora
cheia das tolices, atrabiliariedades e ignorâncias de Fontenelle. Guar- ' *V- ""* 'ttm-z\*A
*••**-***•$-*_ **is_f ^M^*èk ¦
dem o que eu disse: o homem é um gênio de publicidade! f* ^r**~i -*< •»;;;,7z-
*-' 1 H \z*--*-/-mmmmmWmm*^''J*X
*¦ â4vv^ ^t •^^T^T^W*: ^t"'' -*»"' -^^**^
Entre os guardas a popularidade de Fontenelle era quase total.
Os honestos achando que aquilo sim, era homem. Que coragem! '. '*'•*•;
~**9y*--*^_#^ fl_C_-*f^fl^_^_^_fl[_-! .Si-—----. -tZZ-B*' •<**. *•¦ -_.'.^*-_i/ , **•****. m*
*^T^t^mm*am*m ~^
Quando ficava evidente e provado que uma rua tinha que ter mão a •¦ iItSTT-*
*rT^ Lmsf.í aam _B~_FW *¦ f "**• 4 * *•***
*K í'•^^ttmíÁÍ**^rm Irl\*t.J*^t*-m V*y ^ —f""$**
pra lá, êle botava a mão pra cá. Quando era claro que uma rua
tinha que ser mão dupla, êle botava mão única. Quando todo mundo
se acostumava com uma ordem esdrúxula, êle logo modificava para
uma ordem ainda mais esdrúxula.
Que homem! Houve uma época em que a avenida Copacabana
tinha seis ruas transversais seguidas com mão numa direção só.
Outra, a República do Peru, em certo momento tinha quatro mãos
diferentes. Uma mão para cada quadra.A rua Alberto de Campos
(que termina num beco sem saída) era mão única, obrigando, por- ¦¦'¦¦ _kv^l * -^\:**t*
km A-H_-_-_-_. mt1T-•*_.?*•?£-
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^lt*»--r,*-<}«. »*. *
tanto, os respeitadores da lei, a vender o carro como sucata de- _-_-_-_-_-__>.
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pois de chegar em casa.
Em suma, como o leitor está percebendo, nego qualquer validade
à ação do famoso coronel no tráfego do Rio de Janeiro. Em certas
áreas o tráfego melhorou um pouco durante sua gestão, é verda-
de. Mas de tal forma em detrimento dos mais elementares direitos
humanos e sobretudo dos usos e costumes de toda uma população,
gerando tal ódio e tanta confusão marginal, que realmente não va-
leu o preço. Mas em que pese a violência de Fontenelle e a vigari-
ce fundamental do seu "planejamento" o fato é que o tráfego do
Rio só melhorou, em sua época, por um fenômeno muito simples:
foram construídos e inaugurados (pela admirável administração de
Lacerda nesse setor), simultaneamente, o túnel Santa Bárbara, o
novo viaduto dos Marinheiros e as novas pistas do aterro. Assim,
de um momento para outro, áreas fundamentais de confusão foram _Sjí'-S1 * ¦ um***-****** ,. ¦»__ . &? *
removidas de nosso tráfego. Mas Lacerda, quase sempre mau poli- -\ammm-mmA*2íi*mm>-.. ___.—vi S _. • '' .,-, • -_> ?*&R.**A - :
tico, deixou que Fontenelle encampasse isso em proveito próprio e
contra êle. Lacerda perdeu as eleições da Guanabara, fundamental-
mente por causa de seu diretor de tráfego. Coronel Fo_tteneDe,o homem do transito:
E se se candidatasse a deputado, Fontenelle, paradoxalmente, teria
uma votação esmagadora. AUHR ESIÁ G-__tTO*_-I_M_-UMlR E VIOLENTO
Como tem noções o Fontana! Por exemplo, ouviu falar em mão Apesar de nunca ter visto Almir pessoalmente, conheço-o muito
única, que hoje infelizmente tem que ser aplicada cada vez mais. bem: eu era exatamente igual a êle, quando jogava futebol. Dentro
Mas não sabe que a mão dupla é a base de qualquer filosofia de trá- do campo, uma fera — chato, irritante, xingador, violento. Fora,

132
GENTE EâMOSA
uma moça de delicadeza. Eu sou Botafogo, mas acho que o Fia- e ela me pôs numa fogueira daquelas. Me aprumei, dei uma risa-
mengo está por dentro: Almir é um dos jogadores mais úteis a qual- dinha e fui respondendo que não tinha batido em ninguém, que
quer time de futebol. A razão é simples. Há jogos em que não é só me defendera, que as coisas aconteceram sem eu mesmo saber
possível ganhar, em que nada dá certo, em que tudo está contra a direito o que era. Ela me olhando, um arzinho de gozação, repe-
gente. Então tem de aparecer um Almir para tentar mudar as coisas. tindo a mesma coisa:
ou acabar com o jogo de uma vez. E foi o que êle fêz no jogo — Tu és um cara de pau. Deixa de ser mentiroso, rapaz.
com o Bangu. Mas fui indo e disse tudo sem me confundir muito. Apesar de
Dizem que Almir é sanguinário, violento, um criminoso. Não é tudo, acho ela legal. O ruim é que a gente não sabe se ela é velha
nada disso. Êle tinha sido expulso, e qual é o papel de um jo- ou moça, por causa da maquilagem e essa história de operação
gador nessas condições? Ir embora do campo sozinho e deixar o plástica. Mas deve ser uma vovòzinha boa às pampas. Uma ve-
adversário em vantagem numérica? Ou tentar arrastar alguém do íhinha engraçada, simpática, um pouco desconfiada e gozadora.
outro lado junto com êle? É claro que a segunda atitude é a mais Mas uma coisa eu vou confessar. Topo tudo nela — a gozação,
lógica. Se o Brasil tivesse levado um ou dois jogadores como Almir os palavrões, a maquilagem, as operações. Mas tem uma coisa que
para a Copa do Mundo, ninguém iria tocar em Pele e nós seríamos não dá mesmo — não sei se a Dercy faz isso fora do palco: aquelas
tricampeões. cuspidinhas de lado que dá de vez em quando é de endoidecer mo-
Tenho certeza que Almir é bom pai, bom marido. No campo leque de rua.
as coisas mudam, e tem de ser assim. Eu gosto de Almir por
causa disso.

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C^ '•?*' o _¦&_-_: fifôfc-fir
Pr<MStm sSf jL-

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%. *-Bw __¦¦¦. Derci Gonçalves aittote de televisão.
.flrasW -j**^ P^ jW.ií** ^o*"* i.k%!fl_T_lUI NAO FALO DE flHflH_-UÉfl,SÒ DE fllfl
Não vou falar de ninguém coisa nenhuma. A única pessoa de
quem eu posso falar com autoridade sou eu mesma. Para começar,
definição minha é esta: sou mulher que está sempre amando. E
'-^-flflflBft**-' I l\J-^* _l%flklA I trara I apaixonadamente. Então, para me definir como gente, tenho de
I <*^* V ^'v-''"i#*'1 vAlui ^'-.- contar um caso de amor. Um caso que começou como todos os
outros, inclusive o atual: depois que o último terminou. Sou assim
mesmo. Quando um amor está acabando, eu já tenho outro em
vista. Com o Paulo Carvalho — não tem nada a ver com o dono
^•%1 W •¦'Maü BB» .^-..¦^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^¦•^^^^^w^flflflflflfl*1^^^^"
de televisão — foi assim:
Nos vimos, gostamos e começamos a namorar. Nos amamos
Almir, jogador do FUmengo: muito até que um dia êle resolveu se candidatar a deputado pela
Guanabara. Continuamos juntos, êle fêz a campanha e elegeu-se.
¦ACHO A PERCY UMA VELHINHA EHflRAÇAPA Aí eu o deixei. A razão é simples. Estava de olho em outro e não
o amava mais, nem com o título de deputado.
A primeira vez que vi Dercy Gonçalves fiquei assustado. Pen- Sou uma mulher muito alegre estou sempre amando e o amor
sava que era onda quando diziam que ela é desbocada. Uma noite, é a única coisa que traz alegria. Mas eu não posso ser alegre o
depois do jogo com o Bangu — quebrou aquele pau que vocês tempo todo, porque senão os outros — que amam na base do
sabem — a Dercy me convidou pra ir ao seu programa de tele- racionamento — iriam me achar louca.
visão. Cheguei cedo, mas ela se atrasou. Por isso um dos produ- Agora vou dar algumas informações suplementares sobre minha
tores do programa achou de dar bronca. Ela ficou uma onça e personalidade. Dizem que os homens têm medo de mim. A culpa
largou um palavreado violento: o sujeito sumiu no chão — ficou é deles mesmo. Não sou eu que me julgo superior; eles é que são
mais chato do que folha de papel. inferiores. E não é o meu dinheiro, não é a minha família. Sei
Meio desconfiado, fiquei esperando a vez de entrar no programa. que é a minha personalidade. Mas eu sou assim mesmo e por isso
Olhando a coroa no palco, entrevistando os outros, fui perdendo cafajeste não chega perto de mim.
o medo. Ria muito e todo mundo ria com ela, até mesmo os caras Sou cozinheira de mão cheia, gosto de minha casa e de meus
que ela gozava. Quando entrei para ser entrevistado estava tran- netos e se um dia alguma coisa acontecesse a eles eu morreria (sei
quilo e enfrentei a fera. A primeira pergunta me desmontou: que não acontecerá porque não mereço isso). Acredito em todas
— Almir, por que você bateu no Ladeira? as religiões e respeito todas. As sérias, é claro. Já fizeram muita
O jogo tinha sido dias antes, eu ainda nem tinha sido julgado. macumba contra mim, mas eu não ligo. É assim a Dercy que sou.

133
V as camisas

Você I
.. ^b pode preferir
H socictiS)

sempre as 1

papai trabalha
trabalha camisas Perval. 1
I
papai

Uma boa razão 1

I na segunda,
seus modelos são
que
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sóbrios e elegantes. ?
I têrça,
terga,

Outra boa razão é


^^^^^Hp^^HB^S^BDBS|jH
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quarta, cjLie as camisas Perval


quarta,

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sociais ou esporte
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quinta
quinta amarrotam,
nunca

estão sempre
sexta.

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pecáveis.

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esporte,
papai
__i^ nos pertence
nos sábados
e domingos.
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Existem 304 bons bancos no Brasil para V.
abrir uma conta. 'i ***
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Destes 304,200 são brasileiros.


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100 milhões de cruzeiros 00V0S. :. ÍMB ' '*. ^ia»t_art5.ii. .*" »',-vtó
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Destes 10,0 tim mais de 150 agências no Brasil.
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Paulo Henrique Amorim Q

Paul Getty é um desses mi- lidade do milionário**. E lança com e, ao mesmo tem- Há a valorização das ações
preendimentos, que,
* um aforismo de vital está adquirindo uma acompanha
lionários excêntricos. Magna- veemência po, parcela geralmente, o desen-
J

consolidou seu im- importância se consi- da emprêsa existente. Assim, o volvimento e a rentabilidade da
ta do para quem já
petróleo,

se tor- dere candidato à invejável condi- investidor age como um emprêsa. A experiência mostrou
econômico pequeno
pério quando
"Quem
explora- de homem de negócios: empresário e arrisca o seu dinhei- a longo numa economia
nou um dos ção que prazo,
principais

reservas da obter sucesso nos negócios, ro a fim de dos lucros em expansão como a brasileira
dores das lendárias quer participar

e do Kuwait. Um de imaginação e capacida- e do crescimento da companhia. (isto dizer as companhias


Arábia Saudita precisa quer que

explorações, de de Deve ter, tam- Ê através de dividendos, boni- também se expandem), ninguém
de seus colegas de previsões.
— fkações e valorização se
disse, uma vez, bém, vontade de e arris- dinheiro em ações,
John D. Rockfeller, gastar que ga- perde princi-

— o nha dinheiro em ações. Dividendo naquelas de


melhores negócios do car dinheiro, mas companhias
os três quando palmente
que

de é e o risco cuidadosa- é aquela do lucro da com- fazem do chamado mer-


mundo eram uma empresa pe- gasto justo parte que parte

uma em- mente calculado.** a assembléia dos acio- cado das Bolsas de Va-
tróleo bem administrada, panhia que principal

O conselho de Getty se aplica, nistas decide distribuir entre si. lôres. Ê claro elas sofrem os-
de razoàvelmente que
prêsa petróleo

uma em- do mesmo modo, ao in- Cada ação recebe o mesmo divi- cilações. Para dar um exemplo, no
administrada e, fim, pequeno
por

vestidor, neces- dendo, e a de cada invés- ano em média, elas se


de mal administra- pois gastar quando parcela passado,
prêsa petróleo

de sário e arriscar calculadamente tidor depende do número de ações desvalorizaram em cêrca de 20%,
da. As inúmeras emprêsas

são sempre válidos. êle tem. Se, exemplo, as ou seja, as ações em


Getty e Rockfeller eram muito princípios que por que, janeiro

Hoje, todos estão convencidos 500 ações de um acionista repre- de 1966, eram compradas
bem administradas. Hoje, Getty já por
Mguar-
de a velha do sentam 20% do capital da em- Cr$ 1.000, em dezembro valiam
cultiva uma velhice mais cal- que política

dar dinheiro embaixo do colchão'*, os dividendos a serem rece- apenas Cr$ 800. Mas, se o invés-
ma nos de suas mansões prêsa,
jardins
além de ser incômoda ao sono bidos êste acionista serão equi- tidor tivesse a capacidade de
E tem algumas atitudes por pre-
européias.

tranqüilo à medida aumentam valentes a 2% do lucro líquido a visão de fala Getty, teria invés-
contrastam com sua que que
bizarras
que
essas economias, não enfrenta o ser distribuído. tido na Vale do Rio Doce (que en-
de homem mais rico do
posição
fundamental de todos os A bonificação é uma espécie de tre dividendos e bonificações deu
Sai vêzes de casa problema
mundo. poucas
investidores brasileiros: a inflação dividendo extra o acionista um lucro de 340%), Petrobrás
seus amigos mais Íntimos co- que
e

embora diminuída, foi de receber, há aumento (250%), Docas de Santos (198%),


não há tome (que, pode quando
mentam quem
que
42% no ano É de capital da emprêsa decorrente White Martins (182%), ou Side-
com o dinheiro: no passado). preciso,
mais cuidado

te- assim, investir e arriscar dinheiro. da capitalização da reserva e/ ou rúrgica Nacional (170%).
de Londres, o
seu perto
palácio
E isso é muito mais simples do de uma reavaliação do ativo Além disso, o tem cria-
funciona com moedas. (o govêrno
lefone só

à vista. significa atualizar o valor do do uma série de incentivos fiscais


seus é escre- que pode parecer primeira que
Um de passatempos
maneiras de aplicar da emprêsa). Nos dois os investem em ações de
econômicos, na Há muitas patrimônio para que
ver sôbre temas

se resguardar casos, aumentado o capital, distri- companhias de capital aberto, ou


especializado as economias
de editor para
qualidade
buem-se ações seja, aquelas não limitam o
americana Play- da desvalorização provocada pela proporcionalmente que
da versátil revista

das mais conhecidas aos acionistas ações novas número de cotas a serem vendidas
até hoje cer- inflação. Uma (essas
boy, fato provoca
que
ações de socie- são filhotes). ao e facilitam sua
no é a compra de conhecidas público
ta grand-monde por grande
perplexidade
o invés- Assim, o lucro de compra venda. A compra de ações pode
e americano e, sobretudo, dades anônimas. Quando quem
europeu

uma ações expresso nos dividendos abater, no imposto de renda, até


e fiéis assessores. tidor compra cotas (ações) de é
nos seus sóbrios

ações 750 anuais de dividendos e


artigos, emprêsa, está contribuindo às compradas origi- NCrS
Num de seus últimos para pagos

essa nalmente e os dividendos recebi- o lucro auferido na venda de ações


indiscutível a formação do capital
Getty analisa, com que
"menta-
utilizará nos seus em- dos filhotes. está isento de imposto. bbgvi
o seja a companhia pelos
autoridade, que

137
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Juventude sôbre rodas.

Folguedos. Imaginação.

Ritmo audaz. Alegre. Jovial.

O ritmo da vida moderna.

E um cigarro moderno.

\i/

Kjqm

CIA. DE CIGARROS SOUZA CRUZ

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jyjf *b ?^ts i.
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*
INVESTIMENTO CONTINUAÇÃO
Informação Publicitária

Ações: muitas vantagens w-^JWK«&T--l t.fHiCkv


*m

*fll ***** ^T*tm *^^fl PPfl^^^Eãl flj-b


*-^W3 Mb!*m\ Ai^T Am Wn9t-mm.
O grande desenvolvimento do mentos que variam de 2,5% a 3%
mercado de ações permitiu a cria- ao mês. As letras de câmbio po- *** u*i W P9n*ll?n EK ¦ _^_j_t_*
ção dos fundos de investimentos dem ser adquiridas por titu-
que compram as ações de dezenas bos que oscilam de 100 a mil
de grandes empresas e vendem ao cruzeiros novos. Esse tipo de in-
investidor uma participação nessas vestimento é menos arriscado que **Í*m\*Sm\**^
_*^^Ê_T^E__**Ê_W Mm I ^^^3. 9 fl t*^^L
*m*^m^JgmJaaaaaaW*i
rmmàmmWàm **m**Wr^^Ê*m*\â 90*7*9* À %****[*¦ ^MM^kJ^MY^MM^Êà

propriedades. Os fundos oferecem a compra de ações, porque já se


uma série de vantagens: em pri-
meiro lugar, como eles negociam
sabe com antecedência a sua ren- __ _à___ \gjfli f__fiAu*/s
tabilidade. Em compensação, se a
inúmeras ações, essa ampla diver- companhia que vende asi letras
sificação tende a reduzir substan- paga 3% ao mês, o dinheiro a se
cialmente os riscos inerentes a to- receber no fim de seis meses ou
da aplicação de capitais; segundo, um ano (prazos mais comuns de
devido ao nível de especialização resgate dessas letras) pode não ter
dos dirigentes dos fundos, muito coberto a desvalorização inflado-
melhor do que o investidor co- cionária. Há, no entanto, outras
mum, eles sabem como "comprar vantagens. Uma é o fato de as le-
na baixa e vender na alta"; todos
os detalhes ligados à compra de
ações (datas de vencimentos, juros
trás serem ao portador (não cons-
ta o nome do comprador): logo,
não precisam ser relacionadas na
ASFALTO MINEIRO
e dividendos a cobrar, valores a
guardar, escrituras, avaliações etc.)
declaração de bens para o imposto
de renda, e tornam-se facilmente
negociáveis. E graças às novas e
VAI A MAQUINE
ficam por conta da administração
dos fundos; a legislação do impôs- rígidas exigências das autoridades,
to de renda prevê que o compra- as letras de câmbio oferecem só- -\ **.jSUU^^2^B1^^9Pplv***tA'*~ t* *p9 ^bjl' ^.^^^s^m^s \*s*\^9

dor de cotas de fundos de invés- lidas garantias: os investidores já ™J_* H


r*
timento pode deduzir de sua ren- têm certeza de que as companhias ^^_ ^__t*v
SoE^'
¦ft»vj'a' *c
-^_\ \_\%aWv*
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da bruta até o limite anual de vendedoras são, em sua maioria, _^_\ \**t****fs_ ^m\\* _^_^_ \

NCr$ 252,00 do montante das dis- dignas de crédito e, assim, fiéis


tribuições pagas pelos fundos, e cumpridoras de seus compromis- Lm\ mm\\. pT 11 -

15% das importâncias aplicadas sos.


al nt ^*tmmt li
na aquisição de cotas. As letras imobiliárias foram fl 9
^ÉkT^^^^^ fl '•
Embora o ano passado tenha criadas pelo governo como forma Wf ***t ttmmaat* i*ta* '

dado um rendimento negativo, em de financiamento dos projetos do


__& **r**
virtude da queda no mercado de Banco Nacional de Habitação. As- êir'^^m*%, mm. fl>5 - ¦ a JAm
¦i Xm m
ações, o maior fundo de investi- sim como a compra de uma ação mmr
W 1*
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fl w i.
da Petrobrás significa que o invés- W ^L K "& I ,-Hm.HIIH
*m * '*m
mento que opera no Brasil rendeu, m -««-i- ^^ Ri£ t* p*, A.fB
com reaplicação desde sua funda- tidor está colaborando para que t* m' *A Bfl ^^^fl. toS^^^^H

ção, há dez anos, uma média anual aquela empresa tenha mais recur-
de 240%. sos para a sua expansão, comprar
As letras de câmbio são vendi- letras imobiliárias contribui para [^^.
**\\jm__T^'.
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¦S*Lm*9_*t9_\ SM**""******
* AWtm*9\\ tàm******^^ ^—mmn*U_t_t fl
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das por sociedades de crédito e fi- financiar a construção de casas po- o*.
^^*A\
^Ômm*r *** -*^^y —_^_p_*_\ fl fl
—***¦ ^^^^~, tmmm^m*****^*^ fl fl
nanciamento e oferecem rendi- pulares. snsm

CLASSIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS DOS PRINCIPAIS T1TUL0S


*LIMDI Dando prosseguimento ao seu interior da gruta que o antro-
TÍTULO TIPO «WUWÇA UQÜIDIZ
programa de estímulo ao tu ris- pólogo sueco Dr. Lund fêz, no
mo em Minas Gerais, o Govêr- princípio do século, as suas fa-
Imediata, quando
Ações das Permanentes, Via de regra, Proporcional constantemente no Israel Pinheiro inaugurou re- mosas experiências, pesquisas
Sociedades de rendimento elevada a à solidez da negociadas em centemente a rodovia Paraope- e escavações para localizar os
Anônimas variável longo prazo empresa uma Bolsa de ba-Cordisburgo-Maquiné, que restos do Homem de Lagoa
Valores
revelou ao País uma das mais Santa. A promoção do local é
._ , . -_ Boa, a curto A prazo belas obras da natureza, a parte do programa do Departa-
letras de Temporárias de mé(jjo E|evada
Câmbio rendimento fixo Q determinado famosa Lapa de Maquine. Além mento de Estradas de Rodagem
de construir a nova estrada, a de Minas para a criação de uma
Debêntures
Temporárias, de ^0a(^ua° Boa
A prazo administração estadual intro- inf restrutura rodoviária a incre-
rendimento f.xo determinado duziu também uma série de mentar o turismo, programa
^ afüa|)
melhoramentos no interior da que ganhou impulso com a con-
Temporárias, de
Obrigações rendimento fixo Boa A prazo Gruta, como o ajardinamento e ciusão do "Circuito das Águas",
Elevada determinado
do Tesouro sobre valor a iluminação elétrica, dando ao inteiramente pavimentado, que
variável interliga as estâncias hidromi-
lugar condições de conforto para
Temporárias, de a grande massa de turistas que nerais do sul do Estado, tendo <
Letras Imo- rendimento fixo Boa A prazo
Elevada determinado começou a af lui r após a entrega o D.E.R., nos últimos 12 meses,
biliárias sobre valor
variável da rodovia ao tráfego. Com essa asfaltado mais de 420 quilôme-
realização, que custou cerca de tros de estradas. O Governa-
Cotas de
Fundos de Permanentes, de E|evad , NCr$ 3,5 milhões, o trajeto en- dor Israel Pinheiro preside, na
Elevada Quase
Investimen- rendimento ___\ _„-,,« imediata tre Belo Horizonte e Maquine foto, as cerimônias de inaugura-
to em Con- variável ,on9° praz0
domínio pode agora ser feito em apenas ção da rodovia Paraopeba-Cor-
90 minutos de viagem. Foi no disburgo-Gruta de Maquine.

.
INVESTIMENTO CONTINUAÇÃO

n
negóeio
Obrigações: bom
8
¦
m' ifcfrr" Jk

vendidas de renda. Em compensação, há um


Essas letras são por

imobiliá- desconto na fonte, na época de


sociedades de crédito

tomando im- sua emissão.


rio e estão grande

Banco Os depósitos em banco, a


De acordo com o pra-
pulso.

há dois zo fixo dinheiro depositado não


Nacional de Habitação, (o
*
ser retirado antes do fim do
tipos de letras imobiliárias: pode

trimestral escolhido depositante),


1) letras de prazo pelo
pagamento

ano), mais a cor- são o investidor tímido


de (8% ao para que
juros

o não enfrentar as oscilações


reção monetária (índices que go- quer

cobrir a des- das ações nas Bolsas de Valores,


vêrno estabelece para

nem confia na rentabilidade das le-


valorização inflacionária);

ser negocia- tras ou obrigações. Segundo as de-


2) letras que podem

de um ano contrá- terminações do Banco Central, se


das depois (ao

anteriores, têm um o investidor empresta, um ano,


rio das que por

resgate de três anos), determinada a um banco,


de quantia
prazo

correção monetária receberá 22% de Se em-


também com juros.

de ao ano, mas sem seis meses, receberá


e 8% prestar por
juros

trimestral. 18%. É claro esta rentabili-


o que
pagamento

segundo tipo não é um invés- dade não cobre a taxa inflacioná-


O

a longo como o ria do ano exemplo,


timento prazo, passado, por

tem um mecanismo se- foi de 42%. E só acei-


e que podem
primeiro,

ao da letra de câmbio. tar êsses empréstimos os bancos


melhante

Êste ano, as letras imobiliárias de- tenham mais de 10 milhões


que

verão ser muito tanto de cruzeiros novos de capital.


procuradas

em função de sua rentabilidade Êste ano, a novidade se-


grande

além da inflação) como em rá o certificado de compra de


(8%

virtude dos enormes recursos do ações. De acordo com o decreto

— de 10 de fevereiro de 1967, os
Banco Nacional de Habitação

cêrca de um bilhão de cruzeiros contribuintes do imposto de renda

— oferecer às companhias
novos o investi- poderão
que garantem

mento. trabalham no mercado de ca-


que

obrigações rea do (e isto ser feito nas


As justaváveis pitais já pode

Tesouro são uma espécie de cota declarações têm até o


que prazo

do capital do vêrno. Sua com- fim dêste mês) a serem


go quantias

representa uma contribuição aplicadas na compra de ações ou


pra

o aumento do capital estatal debêntures (títulos de renda fixa


para

e uma certeza de os compro- oferecem ao comprador um


que que

missos o assumiu, rendimento mensal ou trimestral


que govêrno

ao oferecer vantagens de cêrca de 2,5% ao mês, e


para quem que,

compra essas obrigações, serão brevemente, a oferecer


passarão

cumpridas. Como foram com- correção monetária). Para isso,


obrigações no valor aproxi- basta dizer na declaração de renda


pradas

mado de uni bilhão e duzentos adquirirá êstes certificados de


que

milhões de cruzeiros novos, isso compra de ações ou debêntures.

demonstra a confiança do Se, exemplo, o contribuinte


povo por

na capacidade de deve as deduções le-


governamental pagar^após

cumprir o são mil cruzeiros novos de im-


que prometeu. Quais gais,

as vantagens dessas obrigações? Os de renda, indicar


posto pode que

cálculos indicam elas rende- empregar 10% em cer-


que pretende

ram nos últimos 12 meses, cêrca tificados de compra de ações, e

de 4% ao mês anuais de a apenas 900 cruzei-


(39,5% passa pagar

reajuste acompanhando a inflação, ros novos ao dr. Travancas. Se-

*
mais 7% ao ano de Há o Departamento do Impôs-
juros). gundo

ainda, uma cláusula bastante van- to de Renda, 150 milhões de cru-

tajosa, é a no zeiros nòvos deverão ser destina-


que possibilidade,

fim do (mínimo de um ano) dos ao mercado de ações êste ano.


prazo

de optar em relação ao dólar. a êste incentivo, o sem


graças que,

dizer: o comprador dúvida, uma valorização


Quer poderá provocará
SE \OCÊ COMEÇAR
QUISER
abrir mão dos 4% ao mês, e rece- nas cotações das ações.

COM UMATERRÍVEL VANTAGEM ber cruzeiros) a diferença Há ainda uma


(em exis- outra hipótese

tente entre o do dólar na de se contra a desvalori-


EXISTE O NCMD TALCO LUX. preço proteger

época em comprou a obriga- zação: a compra de dólares. Antes


****** que
"*J
e o do dólar no dia em da Revolução, era uma forma alta-
ção preço

fôr resgatada a obrigação. mente rentável de aplicar dinhei-


que

Assim, comprou obrigações ro, devido às constantes altera-


quem
l^n>4
antes do recente aumento do dó- na taxa do dólar. Agora, o
ções

lar, tem, uma renta- balanço de está firme


ÊLE DEIXA SLA PELE já garantida, pagamento

bilidade mínima de 22%. e o aumento da taxa do dólar é


VIOLENTAMENTE FEMININA.
Ê bom lembrar as obriga- cada vez mais raro. O recente rea-
IT-iLUX^ que

ATRAENTEMENTE MACIA do Tesouro, as letras imobi- fêz


ções juste com os compra-
que que

%mXrjkCsM liárias e as letras de câmbio, vam dólares esperassem desde mea-


E COM UM PERFUME por

serem ao e, dos de novembro de 1965, até fe-


portador, portanto,
ENCANTADOR.
não identificadas, não entram na vereiro de 1967 ape-
para ganhar

AFINAL NUNCA FOI declaração de bens o imposto nas 22%. segue


para

PECADO SER MULHER.



(F^L ii Wl RR ^'JRRL^lL-^

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E urbano,
suburbano, *^ T^ \_w___ff A/l B

interurbano.
E também
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intermunicipal, n
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interestadual.
Interfamiliar.
E o pick-up
nacional.

Chevrolet.

Va ainda

hoje ao seu

Concessionário

Chevrolet comprar

o pick-up nacional.

Pick-up de duas que cruza fronteiras e postos fiscais, em fim de


placas,
semana é diversão da família. De irmão e sobrinho, da turma toda.

Não Pois foi feito para rodar mesmo. Com as facilidades das marchas
pára.
todas sincronizadas, de suspensão que agüenta tranco, e mais

algumas vantagens mecânicas especiais (o gerador de corrente alternada Delcotron,

o motor de 149 HP. o simplicíssimo filtro de óleo. o painel com


potente
luzes de controle de óleo e bateria, etc). Pick-up de duas placas? De duas vidas!

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INVESTIMENTO CONTINUAÇÃO

Além disso, segundo o sr. câmbio pode ser comprada a cem

Imóveis: grande João


mano,
lôres
Osório

presidente da
de São Paulo,
de Oliveira
Bolsa de Va-
"a
aplicação
Ger- cruzeiros novos.
apartamento
cinco mil. Sem
não
Uma
custa
falar,
entrada
menos
naturalmen-
de
de

rentabilidade do
uma
a
dinheiro
especulação,
segurança
em

e o
dólares
não
rendimento
é
oferecendo
sempre

dos
te,

postos
dos

tratos de aluguel
problemas
prediais e
de

e despesas
escritura,
territoriais,
de ma-
im-
con-

títulos. E, sobre especulações, eu nutenção, e, sobretudo, da dificul-


RENDA ANUAL DA APLICAÇÃO dade em negociá-lo: se
* quero lembrar que, em dezembro quando
de 1965, os boatos de alta do dólar vende um imóvel é,
geralmente, a
DE NCr$ 1.000,00 NOS DIVERSOS
provocaram grandes compras. Mas prestação, ao contrário da venda
TIPOS DE INVESTIMENTOS de uma ação, se recebe
NC* os especuladores tiveram que es- quando
2.400,00 — per ar 13 meses para realizar o ma- na ficha.
CO

O gríssimo lucro de 20,3% ao ano. Estão assim, classificados os ris-


Surpreendentemente, a compra cos para que se cumpra a máxima
B 2.200,00 —
z de imóveis continua oferecendo de Getty. Parece evidente que —
•<
rentabilidade superior à maioria no Brasil de hoje — a política de
** Z000.00 RENDIMENTO NECESSÁRIO
*"-*-< PARA COMPENSAR A INFLAÇÃO das outras hipóteses de investi- Tio Patinhas, entesourando ávida-
mento. Em 1964, um apartamento mente suas moedas, não é realista,
1800,00— —
| de sala e dois quartos custava apro- nem combate a inflação. Além de
ximadamente Cr$ 3,5 milhões provocar eternas dores de cabeça
(3.500 cruzeiros novos). Em 1967, com as ameaças constantes dos
o mesmo apartamento custa pelo Irmãos Metralha, dificuldades com
menos NCr$ 17.500. Ou seja, em os nem sempre eficientes inventos
três anos, houve uma valorização do Professor
1^00,00—Ifll II — Pardal, e
problemas
ll de uns 500%. Há ainda uma outra com a assessoria tumultuada de
vantagem: o crônico déficit habita- Donald e seus sobrinhos, a ava-
cional do país, que garante um reza de Tio Patinhas desrespeita
¦ BI HI fi I *_¦ fl mercado comprador um ditado
permanente. que comandou toda a
Além disso, o acabou atividade "É
governo empresarial de Getty:
com o imposto sobre o lucro au- preciso pensar alto
e gastar dinhei-
ferido na venda de imóveis, queo ro para fazer dinheiro." FIM
1964 1965 *¦• 1966 ¦
garante ainda mais a facilidade
Os dados

I DE CAMBIO para esta reportagem foram


| LETRA de negociá-los. O grande proble- fornecidos Theóphilo de
por Azeredo
| DÓLAR ma, neste tipo de investi-
porém, Santos, presidente da Comissão Cônsul-
I AÇÕES mento, está na carga que repre- tiva de Mercado de Capitais, membro
do Conselho Monetário Nacional
OBRIGAÇÕES REAJUSTAVEIS 00 TESOURO (INÍCIO EM 1965) sentam as entradas e prestações e vice-
presidente da Associação dos Diretores
| DEPÓSITO A PRAZO FIXO (INÍCIO EM 1966) para a compra de um apartamen-
de Empresas de Crédito, Investimentos
w-1 to, por exemplo. Uma letra de e Financiamento.

/.is-sStL
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*
CEBION
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E VITAMINA C PURA

PROTEGE CONTRA GRIPE E RESFRIADOS

EFERVESCENTE DE SABOR AGRADÁVEL


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Basta dissolver o comprimido

- tomar -
em um copo d'água _

para reforçar a sua defesa

contra <
gripe e resfriados.

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e enfeitar cada aperitivo.

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prato.
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Como organizar uma boa despensa.

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para

no dia-a-dia e em ocasiões
£

especiais. Como servir: np&PFNSâ

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arrumação e etiquêta na mesa.

Procure na» bancas, a do dia 20 de março


partir

CLAUDIA

H
COZINHA
Brasil pergunta
É DE DEBATE. AQUI. RESPONDENDO AOS LEITORES,
ESTA ÚLTIMA PAGINA
ENTRAM EM CHOQUE. DISCUTINDO PROBLEMAS NACIONAIS.
PERSONALIDADES

A VOLTA DO JOGO,
BENEFICIARIA O PAIS?
Para a medida conveniente não invoco Sempre fui contra o jogo, continuo e con-
julgar

BI apenas

principalmente,
a figura do

a
turismo.

realidade
Verifico,

nacional.
isto

E,
sim,

com
e
NAO tinuarei
da
contra.
Presidência
As
da
razões
República,
que,
me
no exercício
levaram a
ela, o interesse do país. O fato é que se joga, em termos declarar o fora da lei, em abril de 1946, ainda
jogo
tradicionais, e muito, e sempre, no Brasil. O governo responder à
hoje subsistem. Nada melhor para per-
decretou a proibição. Ou o fêz por hipocrisia ou tácita-
gunta do que aquilo que foi expresso na justifica-
mente se confessa incapaz de torná-la efetiva. Ou o
tiva de meu decreto. l.° — A repressão aos
simples ou capitula diante da cor- jogos
proibiu por pudícia
rupção das Iniludível, êle de azar é um imperativo da consciência universal.
autoridades. portanto, que
existe e sempre existirá. Alguns ou muitos objetarão com 2.° — A legislação de todos os cultos
penal povos
a moral, quintessência de todas as virtudes. Mas, por contém tendentes a esse fim. A simples lei-
preceitos
favor, ao João se o Brasil possui interesses
perguntem tura dos jornais diários demonstra à saciedade o es-
morais a resguardar maiores que os interesses morais de
forço que se faz em quase todo o mundo para eliminar
nações onde o jogo não é proibido (França, Bélgica,
o jogo, fonte de corrupção dos costumes e da adminis-
Alemanha, Itália, Inglaterra, Portugal, Rússia, Argen-
tração 3.° — A tradição moral, e re-
tina, Chile, Espanha, Suíça e outras tantas). A imorali- pública. jurídica
dade está em consenti-lo de fato, quando a norma legal ligiosa do povo brasileiro é contrária à exploração dos
não o consente. E se o fato derrota a lei, é porque esta de azar. O meu ato, em abril de 1946, recebeu o
jogos
possui uma inspiração meramente artificial, inoperante,
aplauso de todos os setores representativos de nossa so-
insincera. E quando o fato possui conteúdo econômico,
ciedade, que o consideraram acorde com os mais legíti-
oferecendo vantagens apenas a indivíduos, cumpre ao
mos interesses do país e da
população, especialmente
governo, em certa medida, drenar a renda dele decor-

rente também o atendimento do interesse público. das camadas menos favorecidas. 4.° — Das exceções
para
"bicho".
Veja-se, por exemplo, o que ocorre com o E abertas à lei geral de proibição do jogo decorreram
"bicho"
qual a diferença entre o proibido e a Loteria abusos nocivos à moral e aos bons costumes. Na verdade,
permitida? Nenhuma: ambos são jogos de azar. Segundo
o meu decreto nada inovou. A proibição ao jogo de azar
uma pesquisa, o governo deixa de arrecadar, por dia,
já estava estabelecida pela Lei de Contravenções Penais,
cerca de um bilhão e quinhentos milhões de cruzeiros,
"bicho".
só ao Multiplique-se isso 310 dias que data de 2 de outubro de 1941. O que fiz foi anular
quanto por
e um em nossas instituições assis- as licenças, concessões e autorizações dadas por autori-
pense-se pouquinho
tenciais espalhadas por toda essa nossa sofrida geografia dades federais, estaduais ou municipais e que constituíam
interiorana. Faça-se a regula- brechas na lei original. Os ma-
mentação, utilizando-se a rede les provocados por essas bre-
de coletorias, organize-se, em
chás superaram de muito os
cada cidade, um conselho comu-
eventuais benefícios, conforme
nitário, integrado por cidadãos
todos os brasileiros ainda certa-
respeitáveis. Quanto ao jogo nos
mente se recordam. E finalmen-
cassinos, regulamente-se, mas
te acredito que nada mais é ne-
evite-se a generalização como se
cessário acrescentar para justifi- flrfl Bv;-iP^.-B
faz .em quase toda Europa. En-
fim, fizemos uma Revolução con- car minha posição de total e
^^B absoluta
*_____________ _^p^^__I tra a corrupção e a subversão, oposição ao jogo, no-
agora, para ela, um eivo ao Brasil como de resto a
senador Abramos,
Eurico Resende novo front contra a hipocrisia. qualquer outra nação do mundo. EuricoMG.sSí' Dutra

Resposta à pergunta do leitor Joaquim Roberto Freitas — Salvador — Bahia

146
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(Lalau)

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(Nando)

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boas razões?
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Por isso é a Sra. Clara


que

Novais só usaClaybom.

Claybom
é enriquecido

com 30.000 unidades

de vitamina A
por quilo.
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É o existe de mais
que

saudável
as crianças
para

assarern no nas
pão,

olachas, nas torradas.

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Quantas crianças VK^n^HI
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a Sra. tem em casa?

Ou melhor:
quantas

razões tem
para

usar Claybom ?

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