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Aula 03

Sistema Financeiro Nacional e Sistema de Pagamentos Brasileiro p/


BACEN 2017(Analista) C/ videoaulas
Vicente Camillo

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Sistema Financeiro Nacional e Sistema de Pagamentos Brasileiro
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AULA 03

REGULAÇÃO PRUDENCIAL E ESTABILIDADE


FINANCEIRA: ACORDOS DE BASILEIA.

Sumário 875718
1. BREVE AVISO .................................................................. 2

2. CONCEITO DE RISCO E A NECESSIDADE DA REGULAÇÃO


BANCÁRIA ............................................................................... 3

3. O ACORDO DE BASILEIA 1 ...............................................10

4. O ACORDO DE BASILEIA 2 ...............................................14

5. O ACORDO DE BASILEIA 3 ...............................................19

6. LISTA DE QUESTÕES E GABARITO ....................................33

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1. BREVE AVISO
Antes de iniciar a discussão dos conceitos, apenas um aviso.

O edital solicita a compreensão geral dos Acordos de Basileia (1 a


3), não sendo necessário conhecer os pormenores técnicos
presentes em cada um deles. Este entendimento é corroborado
pelas questões cobradas nos certames anteriores do Bacen.

No entanto, para a Aula ficar mais completa, serão apresentados


alguns pormenores técnicos, de maneira simplificada, apenas para
fortalecer o entendimento dos princípios dos Acordos de Basileia.

Boa aula!

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2. CONCEITO DE RISCO E A NECESSIDADE DA


REGULAÇÃO BANCÁRIA
O sistema financeiro (incluindo aqui o mercado de crédito, ou
bancário) não é como os demais setores da economia. Se, por
exemplo, uma empresa industrial apresentar problemas e precisar
ser liquidada, os efeitos negativos deste fato serão sentidos pelas
pessoas envolvidas ou próximas à empresa, como colaboradores,
acionistas e fornecedores.

No entanto, no sistema financeiro é diferente. A liquidação de um


banco pode impactar negativamente outras instituições e setores da
economia, em um fenômeno de contágio. O problema local (na
instituição financeira) pode acarretar em efeitos globais (na
economia como um todo). Ne sentido, diz-se que o sistema
financeiro é passível de promover risco sistêmico.

Antes de definir esta espécie de risco, vamos definir o conceito de


risco em si.

Risco é a possibilidade de algum resultado efetivo se situar


fora do esperado. Quanto maiores as chances de o resultado
efetivo estar distante do resultado esperado, maior o risco.

Como exemplo, vamos considerar o rendimento esperado de uma


ação. Como este mercado é volátil (o preço da ação pode variar,
tanto para mais, como para menos), há chances de preço futuro de
uma ação estar distante do valor médio esperado.

Da definição acima duas outras ideias são consequência. Primeiro, o


risco envolve estatística, pois estamos falando em resultado
esperado. Segundo, o risco é calculado previamente ao resultado
ser revelado, estando geralmente associado a possibilidades de
perda (é incomum interpretarmos o risco como algo bom).

O conceito estatístico de risco é o desvio padrão. Não faz parte do


nosso escopo definir risco padrão, mas, resumidamente, ele indica o

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grau de dispersão de uma amostra de dados em relação a sua


média. Ou seja, o conceito de desvio padrão está intrinsecamente
ligada à ideia de risco: quanto mais disperso em relação à média
são os dados da amostra, maior o desvio padrão desta amostra e,
consequentemente, maior o risco. Em nosso exemplo, um elevado
desvio padrão significa que o preço da ação pode se situar muito
acima ou abaixo do valor médio esperado (dados mais dispersos em
relação à média), indicando que a aplicação neste título é de
elevado risco.

Existem inúmeras relações de risco na economia e nas finanças.


Vamos imaginar o exemplo de um empresário que deseja abrir um
novo negócio.

Podemos considerar que este negócio apresenta atrativa


possibilidade de lucro, justificando “correr o risco” em abrir o
negócio. Pois bem, há uma relação entre remuneração (lucro) e
risco.

Dito de outro modo, o empresário até aceita correr riscos e abrir o


negócio, desde que seja remunerado por isso. Desta forma, risco e
retorno são positivamente relacionados: um investidor aceita
correr mais riscos, desde que seja remunerado por isto!

Esta ideia é fundamental. Agora, podemos continuar com alguns


conceitos de conceito de risco, para depois analisar o risco sistêmico
e a importância da regulação prudencial neste quesito.

✓ Risco de Crédito  É o risco associado ao não pagamento


de determinado crédito. Como apresentamos em aula anterior, o
mercado financeiro é fundamentado na intermediação de recursos
entre agentes superavitários e devedores, ou seja, na circulação de
crédito.

Assim, o risco associado ao não cumprimento pelo tomador ou


contraparte de suas obrigações financeiras nos termos e prazos

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pactuados, gerando inadimplência ou atraso na liquidação de suas


obrigações, resultando em perda financeira para a parte credora, é
chamado de risco de crédito.

Sendo uma medida de risco, o risco de crédito pode ser estimado


através do cálculo das possibilidades existentes de não
cumprimento das obrigações de caixa (pagamentos do devedor ao
credor).

Em um mercado financeiro desenvolvido, a taxa de juros deve


remunerar o credor considerando o risco de crédito envolvido na
operação. Ora, o credor se interessa em emprestar seus recursos a
terceiros sempre quando consegue (i) cobrir suas despesas
administrativas, (ii) remunerar o risco de crédito envolvido (que é
calculado com base na inadimplência de operações semelhantes
naquelas condições) e (iii) remunerar os detentores do capital
aplicado.

✓ Risco de Mercado  É o risco associado à possibilidade de


perda por oscilação nos preços de ativos diante das condições de
mercado. A título de exemplo, podemos considerar esta espécie de
risco nas operações realizadas nos mercados de ações, câmbio,
taxa de juros e commodities, que podem ser feitas diretamente
através da compra e venda de ativos ou operações com derivativos,
podendo resultar, inclusive, em perdas superiores ao investimento
realizado. Imagine a possibilidade do valor da ação da Petrobrás
oscilar em função do preço do petróleo no mercado internacional:
esta oscilação reflete o risco de mercado envolvido no setor de
petróleo.

Dito de outro modo, o risco de mercado pode ser entendido como


as chances de perda de algum investidor em função das oscilações
nos preços e índices existentes na economia. Assim, quanto mais
volátil um mercado, maior o risco de mercado que ele apresenta

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Digamos que você pretenda aplicar seus recursos no


BM&FBOVESPA. Mas também tem a escolha de aplicá-lo na
caderneta de poupança. Sua escolha será feita com base no risco de
mercado destes dois investimentos.

Quem possui o maior risco de mercado? Evidente que a


BM&FBOVESPA, pois a volatilidade do índice (o IBOV) é muito maior
do que a volatilidade da remuneração da caderneta de poupança.
Isto não significa que uma aplicação é melhor do que outras, mas,
tão somente, que possui maior risco de mercado.

✓ Risco de Liquidez  O termo liquidez é sinônimo de moeda


na teoria econômica e financeira. Quanto mais liquidez possui
determinado sujeito, mais moeda ele detém.

Sendo mais preciso, a liquidez é a capacidade de qualquer ativo se


transformar em moeda. A moeda, em si, é líquida por definição.
Mas, e um imóvel? Evidente que é menos líquido que a moeda, pois
não se transforma este ativo em dinheiro de uma hora para outra.

Desta forma, o risco de liquidez está associado à incapacidade de se


converter ativos em moeda no momento em que isso se faz
necessário, geralmente em razão de descasamentos entre fluxos de
pagamentos e de recebimentos seja por (a) dificuldade em negociar
rapidamente ativos ou posições que possua, por falta de preços ou
de liquidez de mercado; ou por (b) dificuldade para obter funding
ou financiamento de sua posição de caixa e com isso manter suas
obrigações financeiras adimplentes.

Como uma instituição financeira administra recursos alheios, seu


risco de liquidez está muito associado à sua imagem de
administradora de recursos. Caso ela ande mal neste quesito,
poucos vão desejar deixar seus recursos aos seus cuidados,
reduzindo a liquidez da IF. Caso todos decidam retirar seus recursos
de determinado banco, evidente que esta instituição sofrerá

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problemas de liquidez, pois a quantidade de moeda para cumprir


suas obrigações será escassa.

O mesmo conceito pode ser aplicado ao mercado financeiro como


um todo. Problemas de liquidez enfrentados pelo mercado estão
ligados à falta de recursos pelos indivíduos para efetuar seus
pagamentos

Guarde estes conceitos, pois eles serão importantes quando


analisarmos o Acordo de Basileia 2.

Bom, agora podemos seguir em direção ao risco sistêmico.

A Nota Técnica 2009/003 do Banco Central1 dispõe o seguinte sobre


risco sistêmico:

“Segundo o BIS (2001), a importância sistêmica de


determinado sistema est́ relacionada ̀ capacidade de
provocar interrupções nos pagamentos ou de transmitir
choques adversos ao sistema financeiro.

Kaufman (1999) define risco sistêmico como a


probabilidade de ocorrer perdas acumuladas devido a
um evento que d́ início a uma série de prejuízos
sucessivos ao longo de uma cadeia de instituições ou
mercados, que compõem um sistema. Essas perdas
ocorrem porque os bancos estão fortemente
interconectados via merca- do interbancário e sistema
de pagamentos.

Entre as principais fontes de risco sistêmico, aquela que


pode ser gerenciada por meio do sistema de
pagamentos ́ o efeito contágio. Segundo Litan (1997),
o efeito contágio ocorre quando a insolvência ou a falta
de liquidez de um banco d́ início ao colapso de outros
bancos credores do banco inadimplente. As formas de

1Disponível em http://www.bcb.gov.br/ftp/deban/Modelo_Contagio_Avaliacao_Risco_Sistemico.pdf

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ligação financeira entre as instituições são os


empréstimos interbancários, os mercados financeiros ou
o sistema de pagamentos. Um dos principais fatores de
potencial risco de contágio ́ a possibilidade de se
desfazer e reprocessar a compensação de obrigações
em um sistema de liquidação diferida (LDL), em
decorrência da exclusão de um participante
inadimplente.

Segundo De Bandt e Hartmann (2000), um evento para


gerar crise sistêmica deve ter a possibilidade de afetar
um número considerável de instituições e de mercados,
prejudicando o bom funcionamento1 geral do sistema
financeiro. Dessa forma, para se mensurar a
importância do risco sistêmico, duas dimensões devem
ser observadas: i) a probabilidade de ocorrer o evento
sistêmico; ii) a magnitude do evento sistêmico.”

O texto é autoexplicativo. Havendo a possibilidade de risco


sistêmico, isto é, a possibilidade de contágio de uma cadeia de
instituições ou mercados, fato presente no sistema financeiro, é
necessário gerenciar tal risco, ou mesmo regulá-lo.

É esta a pedra angular da regulação prudencial, vista aqui


através dos Acordos de Basileia: gerenciar o risco sistêmico
para evitar que problemas no sistema financeiro contagiem a
economia.

Ao atuar nas instituições bancárias e garantir a solvência/liquidez


destas, o órgão regulador consegue mitigar a possibilidade de
ocorrência de risco sistêmico, com a preservação do sistema de
pagamentos da economia.

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Segundo Castro (2007)2, “do ponto de vista teórico, o princípio da


regulação é baseado na ideia de que o governo tem poderes que o
setor privado não possui, tais como a capacidade de coagir e
prescrever medidas de retaliação. Uma vez posto em prática o
marco regulatório, o governo ainda deve monitorar os bancos para
garantir a conformidade às regras. Como esse acompanhamento
pode vir a ser bastante custoso, o governo pode dispor de controles
indiretos, criando formas de incentivo e impondo restrições e/ou
definindo padrões prudentes de conduta (prudential standards). Em
última análise, o governo pretende proporcionar uma estrutura
regulatória que evite ou, ao menos, torne raras as insolvências
[Stiglitz (1993, p. 28-29)].”

Com estes conceitos já estamos prontos para iniciar a análise dos


Acordos de Basileia a seguir.

2C àL à R àF à D à àá à àB àR à àBNDE“ àR à à
Janeiro, V. 14, N. 28, P. 277-304, dez. 2007

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3. O ACORDO DE BASILEIA 1
O primeiro Acordo de Basileia (“Basileia 1”) foi concebido em 1988,
pelo Comitê da Basileia para a Regulação Bancária, um dos comitês
mantidos pelo Bank for International Settlements (BIS), instituição
conhecida como o Banco Central dos Bancos Centrais.

Em resumo, Basileia 1 é um conjunto de recomendações para ser


aplicado (apenas) a bancos internacionalmente ativos, em países
industrializados, com o objetivo de nivelar as condições de
competição entre eles.

A introdução do documento dispõe que:

“Dois objetivos fundamentais estão no coração do trabalho do


Comitê sobre a convergência regulatória. Estes são, primeiro, que a
nova estrutura deveria servir para reforçar a saúde e a estabilidade
do sistema bancário internacional; e, em segundo lugar, que a
estrutura deveria ser justa e ter um alto grau de consistência em
sua aplicação a bancos em diferentes países com vistas a
diminuir uma fonte existente de desigualdade competitiva
entre bancos internacionais. ... a estrutura [proposta] pelo
Comitê é dirigida mais especificamente a bancos que participem do
mercado internacional.” (BCBS, 1988, pp. 1-2; ênfases
acrescentadas)

Em que pese ser aplicável, inicialmente, apenas aos bancos


internacionalmente ativos, Basileia 1 tornou-se referência para
diversos bancos, incluindo os situados em países em
desenvolvimento, como é o caso dos bancos brasileiros.

No Brasil, Basileia foi internalizado através da publicação da


Resolução nº 2.099 pelo Banco Central do Brasil, em agosto de
1994. Essa Resolução estabeleceu que as instituições autorizadas a
operar no mercado brasileiro deveriam constituir o Patrimônio
Líquido Exigido (PLE) em um valor igual à no mínimo 8% de seus

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ativos ponderados por fatores de risco, idêntico ao preconizado pelo


BIS. Em novembro de 1997 esse índice foi alterado para 11%, por
meio da Circular nº 2.784.

E é esta a principal característica de Basileia 1: estabelecer a


quantidade de capital que a instituição bancária deve manter
provisionada, de acordo com o grau de risco da operação
ativa realizada.

O quadro abaixo resume as 5 classificações de risco consideradas


pelo Bacen no âmbito de Basileia 1:

A metodologia é a seguinte: estabelece-se uma razão entre o


capital provisionado e o Ativo Ponderado pelo Risco (APR), a
depender do risco da operação ativa praticada; quanto mais
elevado o risco deste operação, maior a necessidade de
provisionamento de capital pela instituição bancária.

Vamos compreender através de um exemplo. Considere as


operações de crédito em geral e outros créditos, com fator de
100%. Isto significa que deve haver provisão de 100% do
Patrimônio Líquido Exigido (inicialmente de 8%; após 1997, 11%)
da operação ativa praticada. Ou seja, para uma operação de crédito
de R$ 100 mil, R$ 11 mil deveriam ser provisionados pelo banco de
maneira prudencial, para evitar eventuais problemas nesta
operação (lembrando que, inicialmente, este percentual era de
8%).

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Para operações de depósitos bancários e disponibilidades em moeda


estrangeira, é necessário provisionar 20% de 11%, ou seja, 2,2%
do total da operação ativa. Novamente para uma operação de R$
100 mil, é necessário o provisionamento pelo banco de um valor de
R$ 2,2 mil.

É notável que, quanto mais elevado o risco da operação ativa,


maior a necessidade de provisão, menor a capacidade do banco em
realizar operações alavancadas e, consequentemente, mais seguro
o sistema bancário e menor a possibilidade de ocorrência de risco
sistêmico.

E, assim, esperava-se que Basileia 1 atingisse seu objetivo de


prevenir riscos sistêmicos através da regulação prudencial
(provisionamento de capital).

No entanto, Basileia 1 foi motivo de diversas críticas, que foram


utilizadas na elaboração de Basileia 2. Em resumo, segue abaixo um
consolidado das críticas, nos termos elaborados por Castro (2007)3:

1. O pequeno número das categorias de risco preestabelecidas


provou- se inadequado em face da diversidade das operações
bancárias. O capital exigido jamais refletiu adequadamente os
distintos perfis de risco dos ativos das instituições.

2. O acordo permitia operações de arbitragem entre instituições


financeiras não-reguladas e bancos.

3. Abria possibilidade de ganhos de arbitragem (regulatory


arbitrage), ao classificar operações com ponderações de risco
diversas daquelas observadas nos mercados. Ou seja, havia
incentivos a desalinhar a razão risco-retorno apenas para cumprir
formalmente os requerimentos estabelecidos pelo Banco Central.

3 Op. citado
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4. Não incentivava a adoção de técnicas de mitigação de risco


(hedging), uma vez que os colaterais e as garantias não são
ponderados em sua capacidade mitigadora efetiva;

5. Não considerava avaliação de correlações entre diferentes


categorias de risco.

6. Tendência de que regras criadas aprofundem recessões, em


períodos de baixa atividade econômica. Isso porque o uso de
medidas centradas em taxas de adequação de capital faz com que,
na fase descendente do ciclo de negócios, exista uma tendência a
cortar empréstimos, em vez de buscar melhorar a adequação do
capital, por exemplo, dando incentivos para que os bancos busquem
levantar recursos em mercado [Stiglitz (2002 , p. 116)]  Esta é a
principal crítica à Basileia 1.

7. Categorias de risco, que atribuem risco zero a operações com


títulos públicos – o que, sobretudo em países como o Brasil, em que
as taxas de juros pagas sobre títulos públicos são bastante altas,
tende a reforçar a tendência já existente dos bancos de se
concentrarem em operações de tesouraria (títulos), em vez do
crédito produtivo. O fator de 100% aplicado em Basiléia I a créditos
corporativos em geral (sem diferenciação de sua qualidade e
classificação de risco) corrobora o incentivo à alocação dos bancos
em ativos livres de risco, em particular em títulos públicos. E

8. Por fim, ao exigir elevados requerimentos de capital,


independentemente do tamanho dos bancos, o marco regulatório
pode ter contribuído para exacerbar a elevação da concentração
bancária – embora seja difícil auferir o quanto.

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4. O ACORDO DE BASILEIA 2
Como já citado, Basileia 1 foi alvo de críticas, que levaram a sua
revisão. Neste contexto, foi elaborado Basileia 2 (Basel Committee
on Banking Supervision 2004).

Ao contrário do primeiro acordo, Basileia 2 foi elaborado com base


nos conceitos e princípios de autorregulação, isto é, incentivando os
próprios bancos a calcular seus riscos e melhorar seus controles
internos, forma conhecida como método de incentivo.

Desta forma, lembre-se de que a principal evolução de Basileia 1


para Basileia 2 foi esta: o avanço de uma regulação prudencial
e tutelar (elaborada de maneira uniforme pelo regulador
para todas as instituições bancarias passiveis de regulação)
para outra com base nos conceitos e princípios de
autorregulação, método em que são dados incentivos aos
bancos para o controle de seus próprios riscos.

Segundo Castro (2007), oportunamente citada, “o novo marco


regulatório continua a ter por objetivo declarado promover a
segurança sistêmica do mercado financeiro e mantém o foco
em bancos internacionalmente ativos – embora novamente
se espere que o acordo seja adotado indiscriminadamente. A
definição do que pode ser considerado capital e das técnicas
aceitas para tratar do risco de mercado permanecem, mas o
novo acordo é mais sensível a riscos e à crescente
sofisticação dos mercado financeiros. Basicamente, amplia-
se o acordo anterior, centrado na noção de capital
regulatório adequado ao risco, incorporando novas
dimensões.”

Basileia 2 está baseado em 3 pilares, como mostrado no esquema a


seguir:

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Basileia 2

Pilar 1
Pilar 3
(Requisitos Pilar 2 (Processo
(Disciplina de
Mínimos de de Supervisão)
Mercado)
Fundos Próprios)

Risco de Crédito Risco de Mercado Risco Operacional

✓ Pilar 1

Os requisitos mínimos de capital seguem as disposições aplicáveis


em Basileia 1 (taxa de capital mínima de 8% e, no Brasil, 11%). A
novidade de Basileia 2 diz respeito aos riscos abarcados e às formas
de mensuração dos riscos e de cálculo do capital mínimo a ser
mantido. No tocante aos riscos considerados no cálculo da taxa de
capital, além dos de crédito e de mercado já considerados em
Basileia 1, introduziu-se o risco operacional, que é aquele
calculado sobre as operações ativas que a instituição
financeira realiza com capital próprio, que ela mesmo
administra. Quanto à mensuração destes, foram introduzidas
formas distintas de cálculo do risco de crédito, (i) o método
padronizado e (ii) os modelos básico e avançado de modelos
internos de avaliação de risco; e outros três para o cálculo do risco
operacional: método indicador básico, método indicador
padronizado e método de mensuração avançada (AMA); o risco de
mercado continuou ser calculado da mesma forma, uma vez que já
incluía a possibilidade de uso de modelos internos de avaliação de
riscos.

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Não é preciso entrar em detalhes de como estes riscos de crédito


são calculados, mas tão somente saber que o método padronizado
segue as disposições de Basileia 1 (os bancos devem designar suas
exposições ao risco crédito a partir de características dos emissores
dos instrumentos que compõem sua carteira de ativos, se emitidos
por agentes públicos, corporativos, soberanos, bancos comerciais,
entre outros, e provisionar capital para cada segmentação) e os
métodos internos seguem o espirito de Basileia 2, ou seja, a
possibilidade da instituição bancária utilizar suas próprias
estimativas de avaliação de risco como instrumento primário para o
cálculo do capital mínimo a ser mantido a partir de certa exposição
ao risco.

Segundo Mendonça (2004)4 “ao lado da manutenção de capital em


função da exposição aos riscos de crédito e mercado, as instituições
bancárias deverão manter capital também em função dos riscos
operacionais, definidos como riscos de perdas incorridas em função
de processos internos inadequados ou falidos e humanos ou
sistêmicos, assim como de eventos externos, incluindo riscos legais
e excluindo riscos de reputação e estratégicos. A estrutura do
Basiléia II estabelece três métodos distintos para o cálculo das
metas de capital a serem mantidas em função do risco operacional,
em grau crescente de sensibilidade à exposição a tal risco: método
do indicador básico, método padronizado e método de mensuração
avançada, e espera que os bancos movam-se neste sentido, de
desenvolver e adotar métodos cada vez mais sensíveis aos riscos
assumidos (BCBS, 2004). Os dois primeiros utilizam a receita bruta
anual obtida pelos bancos como uma aproximação de sua escala de
operações do banco e, desta forma, de sua exposição ao risco
operacional. Ao optar pelo método do indicador básico, o banco
deve calcular o capital a ser mantido ao multiplicar sua receita

4M àá àR àR à Oàá à àB à à àU àR à àD à àP à
D àM à àE àP àI àá àE à à à à

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bruta anual (média dos últimos três anos) por um coeficiente fixo (
= 0,15). O método padronizado considera a exposição ao risco
operacional em cada uma das linhas de negócios do banco e assim
o cálculo do capital a ser mantido para cada uma delas é realizado
através da multiplicação da receita bruta anual por coeficientes
fixos ( ) estabelecidos pelo Comitê, coeficientes que procuram
refletir o tamanho ou o volume de atividades dos bancos naquela
determinada área. No método avançado, os requerimentos de
capital serão determinados pelo sistema interno de mensuração de
risco, e a adoção de tal modelo está condicionada à aprovação das
autoridades supervisoras.5”

✓ Pilar 2

Este pilar aplica-se à função do regulador no sistema bancário.


Segundo Castro (2007), “os supervisores deverão avaliar a forma
de cálculo do capital exigido praticada por cada banco e intervir
quando julgar necessário. O objetivo maior é estabelecer um
diálogo permanente entre regulados e órgão regulador, para
aumentar a segurança do sistema, permitir a intervenção em
situações de crescimento do risco e/ou evitar a criação de
vantagens ou desvantagens entre instituições reguladas. Aspectos
como a concentração da carteira dos bancos em um determinado
setor ou cliente deverão ser acompanhados de perto pelo regulador,
e medidas poderão ser estabelecidas para reduzir ou mitigar o risco
da concentração.”6

✓ Pilar 3

O intuito da construção deste terceiro pilar é a complementação dos


requerimentos de capital e do processo de revisão da supervisão. A

5 A aprovação do sistema interno pela autoridade supervisora está sujeita a comprovação de uma
série de padrões quantitativos e qualitativos. No tocante à adoção de instrumentos de diminuição de
riscos, como os seguros, somente os bancos que optarem por este método poderão considerá-los,
dentro de certos limites (20%), para diminuição do capital mínimo a ser mantido.
6 Op. citado

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ideia básica é que o desenvolvimento de regras que estimulem e


requeiram uma maior abertura de informações quanto ao perfil de
riscos e o nível de capitalização dos bancos, estimulem que os
agentes participantes do mercado exerçam a disciplina deste. A
introdução da disciplina de mercado como o terceiro pilar de
Basileia 2 traz a lógica do mercado para o centro da discussão das
novas regras para a regulamentação dos mercados financeiros,
marcando o aprofundamento da tendência já explicitada nos pilares
anteriores.

O objetivo é fomentar a padronização nos procedimentos contábeis


==d5cc6==

e na divulgação das informações. Do ponto de vista analítico,


incentiva o setor bancário a caminhar no sentido da autorregulação,
sem prejuízo da regulação pelo governo, considerações no cerne
dos princípios de Basileia 2.

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5. O ACORDO DE BASILEIA 3
O cronograma de implementação de Basileia 2 previa que sua
implementação, no Brasil, estaria completa em 2012.

No entanto, com o advento da crise econômica de 2007-2008 e a


importância representada pelo sistema financeiro neste contexto (a
crise se iniciou no sistema financeiro norte-americano, notadamente
no mercado de financiamento imobiliário subprime, e se alastrou
para a economia real norte-americana e, depois, para os demais
países desenvolvidos e em desenvolvimento, denotando um
contágio e risco sistêmico, mesmo com a vigência da regulação
prudencial e dos Acordos de Basileia 1 e 2), notou-se a necessidade
de adoção de um novo Acordo de Basileia, conhecido como Basileia
3, cujas sugestões estão contidas nos seguintes documentos:
“Basel III: A global regulatory framework for more resilient bank
sand banking system” (Basel Committee on Banking Supervision
2010a) e “Basel III: International framework for liquidity risk
measurement, standards and monitoring” (Basel Committee on
Banking Supervision 2010b).

No Brasil, a adoção de Basileia 3 foi anunciada em março de 2013


pelo Banco Central, com o objetivo de “aperfeiçoar a capacidade
das instituições financeiras de absorver choques, fortalecendo a
estabilidade financeira e a promoção do crescimento econômico
sustentável.”

Segundo Basileia 3, as inovações em relação à Basileia 2 estão


fundadas no(a) (i) reforço dos requisitos de capital próprio das
instituições de crédito, (ii) aumento considerável da qualidade
desses fundos próprios, (iii) redução do risco sistêmico e um
período de transição que seja suficiente para acomodar essas
exigências. Dentre estas medidas7, o Comitê destaca:

7 Citadas em Leite e Reis (2013): O Acordo de Capitais de Basiléia III: Mais do Mesmo?

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✓ Aumentar a qualidade do capital disponível de modo a


assegurar que os bancos lidem melhor com as perdas;
✓ Aumentar os requerimentos mínimos de capital, incluindo um
aumento no capital principal de 2% para 4,5%;
✓ Criar um colchão de conservação de capital e de um colchão
anticíclico de capital, ambos em 2,5% cada;
✓ Diversificar a cobertura do risco, incorporando as atividades
de trading, securitizações, exposições fora do balanço e derivativos;
✓ Introduzir uma taxa de alavancagem para o sistema e
medidas sobre requerimentos mínimos de liquidez, tanto para o
curto quanto para o
✓ longo prazo;
✓ Aumentar a importância dos pilares II e III do acordo anterior
no processo de supervisão e de transparência. Para isso, o comitê
propõe práticas para a gestão de liquidez, realização dos testes de
estresse, governança corporativa e práticas de avaliação de ativos.
Ainda, há a preocupação com a gestão e concentração de risco além
da promoção de incentivos para que os bancos tenham uma melhor
administração do risco e retorno orientados para o longo prazo.
Com a introdução de tais medidas, espera-se que seja possível se
obter

Não é necessário saber todos estes pontos em detalhes, pois, como


já citado no início desta aula, é preciso saber apenas os
conhecimentos gerais sobre os Acordos de Basileia, mas não seus
pormenores técnicos.

Desta forma, é preciso compreender que os principais objetivos


de Basileia 3 são obrigar os bancos (i) a deter um volume
maior de capital e ativos de alta qualidade para limitar os
riscos que estão relacionados à concessão de crédito, bem
como à negociação de ativos, (ii) aprimorar seus processos
de gerenciamento de risco, (iii) disponibilizar ativos de alta

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qualidade, (iv) aumentar a liquidez para prover a cobertura


de desencaixes em períodos de estresse e crises e (v)
ampliar a transparência e disponibilidade de informações.

De um ponto de vista mais macro, outro importante objetivo de


Basileia 3 é obter um sistema bancário mais forte e estável,
além de diminuir a alocação ineficiente de recursos que
acontece em períodos de excessivo crescimento de crédito. 8

E acabamos aqui os conceitos apresentados na Aula e no Curso


todo. Espero que tenham aproveitado, ou ainda aproveitem em
tempo do certame.

Mas, não poderíamos finalizar sem exercícios sobre o assunto, que


seguem adiante com os comentários devidos.

01. CESPE - Consultor Legislativo (SEN)/Economia - Sistema


Financeiro e Dívida Pública/2002

Com fundamento no Acordo da Basiléia, julgue o item


abaixo.

O acordo foi assinado no âmbito da Organização Mundial do


Comércio (OMC), por maioria absoluta de seus países
membros.

8 Tradução livre de Wellink, N. (2010). The Basel Committee and Regulatory Reform.

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Questão bem simples.

Os acordos da Basiléia foram assinados no âmbito do Comitê de


Supervisão Bancária de Basiléia, organização internacional que
congrega autoridades de supervisão bancária, visando a fortalecer a
solidez dos sistemas financeiros, mantida pelo BIS.

GABARITO: ERRADO

02. CESPE - Consultor Legislativo (SEN)/Economia - Sistema


Financeiro e Dívida Pública/2002

Com fundamento no Acordo da Basiléia, julgue o item


abaixo.

Com a introdução das regras do acordo no Brasil, o risco


operacional de uma instituição financeira passa a ser medido
sobre o volume de recursos captados, de terceiros, e não
mais sobre os tipos de aplicações feitas com o capital.

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Como afirmado, o risco operacional é caracterizado como o risco


presente nas operações ativas realizadas pelos bancos com seu
capital próprio, por eles administrados. A questão tenta confundir o
candidato afirmando o contrário, ou seja, que o risco operacional
seria calculado com base no capital de terceiros, o que é incorreto.

GABARITO: ERRADO

03. CESGRANRIO - Analista do Banco Central do Brasil/Área


1/2009

No processo de regulação prudencial dos bancos, o


requerimento mínimo de capital próprio

a) limita os empréstimos bancários às empresas com um mínimo de


capital próprio.

b) limita o valor dos empréstimos de liquidez do Banco Central aos


bancos comerciais.

c) cresce com o aumento do risco assumido pelas instituições


financeiras.

d) estabelece mínimos para o valor das garantias oferecidas pelos


credores das instituições financeiras.

e) estabelece um valor mínimo para o crédito concedido pelas


instituições financeiras.

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a) Incorreto. O Acordo de Basileia estipula os bancos devem manter


um mínimo de capital próprio em relação aos seus ativos em
carteira. Ou seja, o requerimento aplica-se às instituições bancárias
e não aos clientes.

b) Incorreto. Os empréstimos de liquidez são realizados diariamente


pelo Bacen aos bancos, no mercado interbancário, e conhecidos
como redesconto intraday. Não há relação desta operação com os
Acordos de Basileia.

c) Correto. Vimos isto no decorrer da Aula. Quanto maior o risco da


operação ativa realizada pelo banco, maior a necessidade de
provisionar capital. Ou seja, o requerimento mínimo de capital
próprio aumenta com a elevação do risco da operação.

d) Incorreto. A exigência de capital mínimo se refere às reservas de


capital próprio que os bancos devem manter na realização de
operações ativas.

e) Incorreto. A exigência de capital mínimo se refere às reservas de


capital próprio que os bancos devem manter na realização de
operações ativas.

GABARITO: LETRA C

04. CESGRANRIO - Profissional Básico


(BNDES)/Economia/2009

Um aspecto importante da regulação prudencial dos bancos,


consagrado no Acordo de Basileia, de 1988, é

a) controlar a composição dos passivos bancários, no sentido de


diversificação das fontes de recursos.

b) garantir a liquidez do sistema bancário, através de depósitos


compulsórios no Banco Central.

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c) tornar o requisito mínimo de capital próprio proporcional ao risco


ponderado das operações ativas dos bancos.

d) separar claramente as funções financeiras e monetárias dos


bancos comerciais.

e) reduzir o risco das variações dos preços dos títulos através da


eliminação das bolhas especulativas pelos Bancos Centrais.

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Vejamos as alternativas, já considerando que o pressuposto básico


de Basileia 1 foi a colocação de exigência de capital mínimo para as
instituições financeiras, em função do grau de risco de suas
operações ativas.

a) Não há controles de passivos, mas sim da provisão de capitais de


acordo com o risco da operação ativa executada pela instituição
bancária.

b) Mesma explicação feita no item anterior.

c) Correto. Conforme mencionado no decorrer da Aula, a Resolução


nº 2.099 pelo Banco Central do Brasil estabeleceu que as
instituições autorizadas a operar no mercado brasileiro deveriam
constituir o Patrimônio Líquido Exigido (PLE) em um valor igual à no
mínimo 8% de seus ativos ponderados por fatores de risco
(situados entre 0% e 300%), idêntico ao preconizado pelo BIS. Em
novembro de 1997 esse índice foi alterado para 11%, por meio da
Circular nº 2.784.

d) Este não é um dos aspectos importantes de Basileia 1.

e) Este não é um dos aspectos importantes de Basileia 1.

GABARITO: LETRA C

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05. CESPE - Procurador do Banco Central do Brasil/2013/

No que se refere às recomendações internacionais em


matéria de supervisão bancária (core principles for effective
banking supervision), do BIS (Bank for International
Settlements), assinale a opção correta.

a) Os reguladores devem destinar o mesmo grau de atenção a


todas as instituições financeiras, independentemente da importância
sistêmica e da complexidade da instituição, bem como do risco que
oferece.

b) A governança corporativa dos bancos não é contemplada nessas


recomendações.

c) Os princípios fundamentais em que se amparam as referidas


recomendações foram revistos em 2006, mas ainda não foram
atualizados e revisados após a crise financeira mundial iniciada em
2008.

d) O principal objetivo dessas recomendações é a promoção da


segurança e da solidez dos bancos e do sistema bancário.

e) Um dos objetivos da supervisão bancária é evitar, em qualquer


hipótese, a falência de instituições financeiras.

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Os Princípios Fundamentais têm sido usados pelos países como um


padrão de referência para avaliar a qualidade de seus sistemas
supervisores e para identificar o trabalho que deve ser realizado
futuramente para que se atinja um nível que sirva como base para
práticas sólidas de supervisão. Com base neste conceito, vejamos
as alternativas:

a) A importância sistêmica da instituição financeira enseja maior


esforço regulatório

b) A governança corporativa é uma das recomendações do


documento, pois adequação e as propriedades dos membros do
Conselho e da alta administração, seus planos estratégicos e
operacionais, controles internos e gerenciamento de riscos, e sua
condição financeira projetada, incluindo a sua estrutura de capital é
condição necessária para o exercício regular das instituições.

c) Os princípios foram atualizados após a crise de 2007/2008, mais


precisamente em setembro de 2012.

d) Item correto. Como informado acima, o principal objetivo dessas


recomendações é a promoção da segurança e da solidez dos bancos
e do sistema bancário.

e) A eventual falência das instituições financeiras é um risco que,


mesmo sendo minimizado, não é evitado em qualquer hipótese.

GABARITO: LETRA D

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06. CESPE - Analista do Banco Central do Brasil/Área 3 -


Política Econômica e Monetária/2013/

Acerca do Sistema Financeiro Nacional e do Sistema de


Pagamentos Brasileiro (SPB), julgue o item subsecutivo.

O Acordo de Basileia apresentou os objetivos de reforçar a


solidez e a estabilidade do sistema bancário internacional e
minimizar as desigualdades competitivas entre os bancos
internacionalmente ativos. No Brasil, devido à implantação
desse acordo, foram introduzidas as exigências de capital
mínimo para as instituições financeiras, em função do risco
de suas operações ativas.

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Questão direta.

O Acordo de Capital de Basileia foi um acordo firmado em 1988,


cujo objetivo foi criar exigências mínimas de capital, que devem ser
respeitadas por bancos comerciais, como precaução contra o risco
de crédito.

Atualmente está em implantação o Acordo de Basileia III, com


destaque para a reformulação da estrutura de capital das
instituições financeiras, visando à ampliação da resiliência e solidez
dos bancos.

Portanto, em função do Acordo de Basileia foram introduzidas as


exigências de capital mínimo para as instituições financeiras, em
função do risco de suas operações ativas, com o objetivo de
controlar a alavancagem dos bancos (índice que mede o quanto das
operações ativas das instituições financeiras são realizadas com
recursos de terceiros).

GABARITO: CERTO

07. CESPE - Analista do Banco Central do Brasil/Área 4 -


Contabilidade e Finanças/2013/

Julgue o item que se segue, relativo à regulamentação


prudencial.

Amparada nos princípios do acordo de Basileia, a autoridade


supervisora pode exigir que os bancos operem acima do
capital mínimo estabelecido no referido acordo.

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Um dos postulados básicos do Acordo de Basileia é a exigência de


capital mínimo para prevenir riscos oriundos das operações ativas
das instituições financeiras.

O Acordo foi assinado por muitos países e reflete uma realidade


mundial. Desta forma, a critério da autoridade bancária supervisora
de cada pais, é possível elevar a exigência mínima de capital, a fim
de adequar à realidade local.

GABARITO: CERTO

08. CESPE - Analista do Banco Central do Brasil/Área 4 -


Contabilidade e Finanças/2013/

Julgue o item que se segue, relativo à regulamentação


prudencial.

Para fins de apuração do patrimônio de referência exigido, o


fator de ponderação de risco dos instrumentos cambiais é de
50%.

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Esta questão é complementar, pois cobra um conhecimento além do


solicitado pelo Edital. No entanto, como foi citado o fator de
ponderação de risco, podemos analisá-la.

O Patrimônio de Referência Exigido tem como finalidade a


verificação do cumprimento dos limites operacionais das
instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar
pelo Banco Central do Brasil, exceto as sociedades de crédito ao
microempreendedor.

É composto por itens relacionados aos riscos de crédito, de câmbio,


de taxa de juros, de commodities, de ações e operacional, cuja
expressão tem a seguinte forma:

PRE = PEPR + PCAM + PJUR + PCOM + PACS + POPR

Vimos no decorrer da Aula que, com o advento de Basileia 1, o fator


era de 20%, o que já tornaria incorreta a questão.

No entanto, este valor foi atualizado pela Circular Bacen 3.644,


adequando a regulação prudencial à Basileia 3. Atualmente, o fator
de ponderação de risco dos instrumentos cambiais é de 0%.

GABARITO: ERRADO

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6. LISTA DE QUESTÕES E GABARITO

01. CESPE - Consultor Legislativo (SEN)/Economia - Sistema


Financeiro e Dívida Pública/2002

Com fundamento no Acordo da Basiléia, julgue o item


abaixo.

O acordo foi assinado no âmbito da Organização Mundial do


Comércio (OMC), por maioria absoluta de seus países membros.

02. CESPE - Consultor Legislativo (SEN)/Economia - Sistema


Financeiro e Dívida Pública/2002

Com fundamento no Acordo da Basiléia, julgue o item


abaixo.

Com a introdução das regras do acordo no Brasil, o risco


operacional de uma instituição financeira passa a ser medido sobre
o volume de recursos captados, de terceiros, e não mais sobre os
tipos de aplicações feitas com o capital.

03. CESGRANRIO - Analista do Banco Central do Brasil/Área


1/2009

No processo de regulação prudencial dos bancos, o


requerimento mínimo de capital próprio

a) limita os empréstimos bancários às empresas com um mínimo de


capital próprio.

b) limita o valor dos empréstimos de liquidez do Banco Central aos


bancos comerciais.

c) cresce com o aumento do risco assumido pelas instituições


financeiras.

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d) estabelece mínimos para o valor das garantias oferecidas pelos


credores das instituições financeiras.

e) estabelece um valor mínimo para o crédito concedido pelas


instituições financeiras.

04. CESGRANRIO - Profissional Básico


(BNDES)/Economia/2009

Um aspecto importante da regulação prudencial dos bancos,


consagrado no Acordo de Basileia, de 1988, é

a) controlar a composição dos passivos bancários, no sentido de


diversificação das fontes de recursos.

b) garantir a liquidez do sistema bancário, através de depósitos


compulsórios no Banco Central.

c) tornar o requisito mínimo de capital próprio proporcional ao risco


ponderado das operações ativas dos bancos.

d) separar claramente as funções financeiras e monetárias dos


bancos comerciais.

e) reduzir o risco das variações dos preços dos títulos através da


eliminação das bolhas especulativas pelos Bancos Centrais.

05. CESPE - Procurador do Banco Central do Brasil/2013/

No que se refere às recomendações internacionais em


matéria de supervisão bancária (core principles for effective
banking supervision), do BIS (Bank for International
Settlements), assinale a opção correta.

a) Os reguladores devem destinar o mesmo grau de atenção a


todas as instituições financeiras, independentemente da importância

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sistêmica e da complexidade da instituição, bem como do risco que


oferece.

b) A governança corporativa dos bancos não é contemplada nessas


recomendações.

c) Os princípios fundamentais em que se amparam as referidas


recomendações foram revistos em 2006, mas ainda não foram
atualizados e revisados após a crise financeira mundial iniciada em
2008.

d) O principal objetivo dessas recomendações é a promoção da


segurança e da solidez dos bancos e do sistema bancário.

e) Um dos objetivos da supervisão bancária é evitar, em qualquer


hipótese, a falência de instituições financeiras.

06. CESPE - Analista do Banco Central do Brasil/Área 3 -


Política Econômica e Monetária/2013/

Acerca do Sistema Financeiro Nacional e do Sistema de


Pagamentos Brasileiro (SPB), julgue o item subsecutivo.

O Acordo de Basileia apresentou os objetivos de reforçar a solidez e


a estabilidade do sistema bancário internacional e minimizar as
desigualdades competitivas entre os bancos internacionalmente
ativos. No Brasil, devido à implantação desse acordo, foram
introduzidas as exigências de capital mínimo para as instituições
financeiras, em função do risco de suas operações ativas.

07. CESPE - Analista do Banco Central do Brasil/Área 4 -


Contabilidade e Finanças/2013/

Julgue o item que se segue, relativo à regulamentação


prudencial.

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Sistema Financeiro Nacional e Sistema de Pagamentos Brasileiro
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Amparada nos princípios do acordo de Basileia, a autoridade


supervisora pode exigir que os bancos operem acima do capital
mínimo estabelecido no referido acordo.

08. CESPE - Analista do Banco Central do Brasil/Área 4 -


Contabilidade e Finanças/2013/

Julgue o item que se segue, relativo à regulamentação


prudencial.

Para fins de apuração do patrimônio de referência exigido, o fator


de ponderação de risco dos instrumentos cambiais é de 50%.

QUESTÃO RESPOSTA

01 ERRADO

02 ERRADO

03 C

04 C

05 D

06 CERTO

07 CERTO

08 ERRADO

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