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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Tirinha “Não fale com estranhos”..................................................................................................................7


Figura 2: Esquema fluxograma...................................................................................................................................12
Figura 3: Esquema da localização referente ao estado, município, distrito e bairro......................................................13
Figura 4: Mapa do bairro Nossa Senhora do Rosário......................................................................................................13
Figura 5: Entorno: correios e comércio........................................................................................................................15
Figura 6: Mapa figura fundo......................................................................................................................................15
Figura 7: Mapa fundo figura......................................................................................................................................16
Figura 8: Mapa alturas..............................................................................................................................................16
Figura 9: Mapa usos...................................................................................................................................................17
Figura 10: Mapa vegetação.........................................................................................................................................17
Figura 11: Mapa estrutura viária...............................................................................................................................18
Figura 12: Mapa iluminação pública e contêineres.......................................................................................................18
Figura 13: Mapa abastecimento de água......................................................................................................................19
Figura 14: Mapa coleta de esgoto cloacal...................................................................................................................19
Figura 15: Mapa clima: insolação e ventilação...........................................................................................................20
Figura 16: Foto do terreno.........................................................................................................................................20
Figura 17: Levantamento aerofotogramétrico..............................................................................................................20
Figura 18: Mapa curvas de níveis. .............................................................................................................................21
Figura 19: Lei de Uso e Ocupação do Solo – Anexo 8...................................................................................................22
Figura 20: Anexo 6...................................................................................................................................................22
Figura 21: Esquema cores...........................................................................................................................................24
Figura 22: Evolução do edifício com recuo: variações de Ferris sobre a Lei da Zonificação em 1916, em 4
fases........................................................................................................................................................................26
Figura 23: Edifício NODO.............................................................................................................................................34
Figura 24: Implantação do local em 3d. .....................................................................................................................35
Figura 25: Zoneamento...............................................................................................................................................36
Figura 26: Esquema Estrutura....................................................................................................................................36
Figura 27: Materialidade...........................................................................................................................................37
Figura 28: Programa..................................................................................................................................................38
Figura 29: Entorno Tour de la Chapelle......................................................................................................................40

1
Figura 30: Croquis iniciais.........................................................................................................................................41
Figura 31: Forma volumétrica.....................................................................................................................................42
Figura 32: 3d............................................................................................................................................................42
Figura 33: Acessos.....................................................................................................................................................43
Figura 34: Zoneamento corte.......................................................................................................................................44
Figura 35: Zoneamento plantas baixas........................................................................................................................44
Figura 36: Zoneamento térreo.....................................................................................................................................45
Figura 37: Zoneamento plantas tipo: escritório, residência estudantil e lofts.............................................................45
Figura 38: Áreas verdes.............................................................................................................................................47
Figura 39: Programa..................................................................................................................................................48
Figura 40: Linked Hybrid.............................................................................................................................................48
Figura 41: Entorno.....................................................................................................................................................49
Figura 42: Esquema espaço e bairros...........................................................................................................................50
Figura 43: Croquis.....................................................................................................................................................51
Figura 44: Implantação..............................................................................................................................................51
Figura 45: Circulação e fluxos..................................................................................................................................52
Figura 46: zoneamento cortes.....................................................................................................................................53
Figura 47: zoneamento cortes.....................................................................................................................................53
Figura 48: zoneamento cortes.....................................................................................................................................54
Figura 49: zoneamento planta baixa..........................................................................................................................54
Figura 50: poços geotérmicos......................................................................................................................................55

LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Área total dos setores................................................................................................................................10
Tabela 2: Pré-dimensionamento do setor administrativo do edifício...............................................................................10
Tabela 3: Pré-dimensionamento do setor cultura e lazer do edifício.............................................................................11
Tabela 4: Pré-dimensionamento do setor privado do edifício...........................................................................................11
Tabela 5: Pré-dimensionamento do setor de infraestrutura do edifício...........................................................................12

2
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..................................................................................................................................................................5

1. APRESENTAÇÃO DO TEMA...............................................................................................................................................6
1.1 JUSTIFICATIVA DO TEMA.............................................................................................................................................6

1.2 OBJETIVOS...............................................................................................................................................................8
1.2.1 OBJETIVOS GERAIS...................................................................................................................................................8
1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.............................................................................................................................................8
1.3 DEFINIÇÃO DOS NÍVEIS DE DESENVOLVIMENTO PRETENDIDOS..................................................................................................8
1.4 AGENTES DE INTERVENÇÃO E SEUS OBJETIVOS...................................................................................................................8
1.5 CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO ALVO..........................................................................................................................9
1.6 METODOLOGIA E INSTRUMENTOS.....................................................................................................................................9

2. DEFINIÇÃO DO PROGRAMA ............................................................................................................................................9


2.1. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES.......................................................................................................................................9
2.2. PRÉ-PROGRAMA .....................................................................................................................................................10
2.3. FLUXOGRAMA/ FUNCIONOGRAMA.................................................................................................................................12

3. LEVANTAMENTO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO ....................................................................................................................13


3.1. RELAÇÕES FUNCIONAIS COM A REGIÃO ........................................................................................................................13
3.2. ASPECTOS QUALITATIVOS E QUANTITATIVOS ................................................................................................................14
3.3. USO DO SOLO E ATIVIDADES .....................................................................................................................................15
3.4. EDIFICAÇÕES, VAZIOS E VEGETAÇÃO EXISTENTE............................................................................................................15
3.5. ESTRUTURA VIÁRIA.................................................................................................................................................18
3.6. REDE DE INFRA-ESTRUTURA.......................................................................................................................................18
3.7. MICROCLIMA..........................................................................................................................................................20
3.8. LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO....................................................................................................................................20
3.9. LEVANTAMENTO PLANI-ALTIMÉTRICO...........................................................................................................................20

3
4 CONDICIONANTES LEGAIS ............................................................................................................................................21
4.1. PLANO DIRETOR.......................................................................................................................................................21
4.2. CÓDIGO DE EDIFICAÇÕES MUNICIPAL ...........................................................................................................................23
4.3. NORMAS DA ABNT (NBR 9050, NBR 9077...) ...............................................................................................................23

5. REFERENCIAIS TEÓRICOS E FORMAIS E LEVANTAMENTO DE DADOS..........................................................................................23


5.1. HISTÓRICO DO HÍBRIDO E SUA EVOLUÇÃO NA SOCIEDADE ..................................................................................................24
5.1.1 VERTICALIZAÇÃO EM SANTA MARIA ..........................................................................................................................28
5.1.2 O HÍBRIDO E SUAS TEORIAS......................................................................................................................................31
5.2.REFERÊNCIAL PRÁTICO...............................................................................................................................................34
5.2.1 NODO / ANDALUCÍA OFFICE.....................................................................................................................................34
5.2.2 TOUR DE LA CHAPELLE...........................................................................................................................................38
5.2.3 LINKED HYBRID.....................................................................................................................................................48

CONCLUSÕES ...............................................................................................................................................................57

6.REFERÊNCIAS.............................................................................................................................................................58
6.1 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................................................................................58
6.2 REVISTAS...............................................................................................................................................................59
6.3 REFERÊNCIAS DIGITAIS..............................................................................................................................................59

4
INTRODUÇÃO
O tema do trabalho é um edifício hibrido que será inserido na cidade de Santa Maria.
Esse tipo de edificação trata de questões relevantes na vida de cidades medias e grandes, que
em sua maioria se expande de forma dispersa e sem planejamento. O que faz surgir cidades
com tecidos espraiados devido ao deslocamento de seus habitantes para as regiões periféricas
das cidades. Essas novas configurações de centralidades enfraquecem os territórios histórico e
social como é o caso de Santa Maria.
Os vazios urbanos em abandono, presentes em toda a cidade, ao serem tratados como
problema trazem a possibilidade de revitalização e hibridização desses espaços. Como
consequência, a sua reinserção no mercado imobiliário, implicando um novo planejamento,
porém sem grandes impactos urbanos.
Por ultrapassar o limite entre o arquitetônico e o urbano, tratando o interno com suas
envolventes, uma edificação hibrida ultrapassa os pressupostos e legislações impostas,
propondo métodos que permitam transformações futuras desse edifício. Um edifício hibrido
pode ser tão diverso quanto uma cidade e se caracterizam como a própria extensão do tecido
urbano. A multifuncionalidade de um edifício hibrido nasce para atender as demandas locais e
amenizar os problemas urbanos no local inserido.
O objetivo desta pesquisa consiste em fornecer embasamento teórico e prático para o
desenvolvimento do Trabalho Final de Graduação II do curso de Arquitetura e Urbanismo, da
Universidade Franciscana - UFN. O tema proposto para a elaboração do projeto é um edifício
hibrido, a ser desenvolvido na cidade de Santa Maria, Rio Grande do Sul. Esse estudo tem a
finalidade de obter e organizar uma base de dados a fim de ampliar e compreender os
conhecimentos adquiridos sobre o tema, para desenvolver um projeto arquitetônico na
disciplina de Trabalho Final de Graduação II.
O estudo será fundamentado em entrevistas, leitura, organização e posterior análise das
referências bibliográficas, assim como, de projetos arquitetônicos relevantes sobre o tema. No
decorrer deste, serão apresentadas as intenções e justificativas de se propor esse tema, que tem
por objetivo regenerar zonas obsoletas atribuindo usos a edificação que permita alterações
programáticas, dando resposta as transformações culturais e sociais, estabelecendo uma relação
com o espaço público. A ideia é aproveitar a complexidade e vitalidade inerente à cidade,
maximizando o potencial de ocupação do solo de uma forma que estimule a diversidade de
experiências, usos e pessoas, redefinindo a relação desse tipo de edifício com a rua.

5
A pesquisa realizada neste trabalho abordará assuntos como estudos de casos similares
ao tema, a necessidade dos usos mistos dentro de uma região e o impacto que este tipo de
construção acarreta para a vida da população local.
Com essas informações pretende-se formar uma base de conhecimentos para guiar de maneira
correta a proposição deste espaço no trabalho final de graduação II.

1. APRESENTAÇÃO DO TEMA
A proposta de tema para o Trabalho Final de Graduação I é um edifício híbrido, o local
de inserção do equipamento proposto se localiza no bairro Nossa Senhora do Rosário. Esses
espaços terão como função incentivar as atividades culturais, comerciais e educacionais, agindo
como um catalizador trazendo mudanças positivas para o entorno.
Edifícios híbridos incluem tanto o contexto da cidade e a arquitetura em si, e identifica
a necessidade dos usos mistos dentro de uma mesma região para a vitalidade do lugar. Funciona
como uma extensão do tecido urbano, onde todas essas funções se comunicam e se interligam
através de circulações e/ou espaços públicos.

1.1 JUSTIFICATIVA DO TEMA


A concentração de várias atividades em uma estrutura, como Steven Holl tem escrito, coloca
pressões na arquitetura e tem a capacidade de “distender e deformar o tipo de edifício puro”. O
desenvolvimento atual em edifícios de alta densidade foi em parte alimentado por economias
emergentes, aumentos astronômicos no valor da terra e a ascensão de zonas econômicas
emergentes, em particular a China, nos últimos vinte anos1.
Esta situação tem levado os projetistas a necessidade de ressurgir soluções híbridas, em
preferência a uma solução mista de uso. Um grau de concentração e a hibridização é cada vez
mais entendida como uma forma de ativar o edifício, cada um de seus usos individuais e o
tecido urbano que o rodeia.
No edifício hibrido os programas se inter-relacionam, podem estar ligados tanto fisicamente
quanto visualmente ou antes mesmo se fundirem no mesmo espaço, há uma miscigenação dos
espaços. Nos Edifícios Híbridos, nem sempre revelam no exterior as funções que ocorrem
internamente.

1
PER, Aurora Fernández, A+T RESEARCH GROUP: HYBRIDS I.: High-Rise Mixed-Use Buildings. Spain: A+t Architecture Publishers,
2008.

6
Quanto a sua relação Edifício Hibrido com a cidade, sua função urbana está além de muitas
outras construções, ele não se resume em arquitetura, mas se expande tornando uma ferramenta
urbanística importante para a cidade contemporânea, já que tem como vantagem a concentração
funcional (diversos programas e funções no mesmo edifício), a facilidade de acesso (espaços
abertos e públicos).
O edifício hibrido é um revitalizador ativo e dinâmico do espaço, transformando o sentido
morfológico e social da cidade. Também cria relações entre intervenção e contexto urbano,
composição e representação e principalmente entre espaços públicos e privados. A
multifuncionalidade de um edifício hibrido nasce a partir de um estudo profundo do lugar, já
que vem para atender as demandas e amenizar os problemas urbanos. Em cidades dispersas é
um instrumento de multiplicação de centralidades.
Busca-se muito a interação, tanto da construção com a cidade quanto da construção com o
usuário. E traz consigo críticas acerca da relação público-privado quebrando a ideia de
segregação e utilização do espaço. Quem nunca ouviu a frase “Não fale com estranhos”? Neste
edifício a ideia é totalmente o oposto, os “estranhos” se cruzam no mesmo espaço tornando-o
um instrumento positivo também para a sociabilidade da cidade.

Figura 1: Tirinha “Não fale com estranhos”


Fonte: http://coisasdamiroca.centerblog.net/9293-tirinha-conselhos-12
Acesso: 29/05/2019

O edifício híbrido, assim como a cidade contemporânea, identifica a necessidade dos


usos mistos dentro de uma mesma região para a vitalidade do lugar.
“As cidades têm uma lógica que os edifícios não conseguem acompanhar; enquanto

os edifícios duram anos, os programas precisam alternar” Rem Koolhaas.2

Portanto, busca-se com este projeto, através dos temas e projetos abordados, regenerar
zonas obsoletas atribuindo usos a edificação que permita alterações programáticas, dando
resposta as transformações culturais e sociais, estabelecendo uma relação com o espaço público.
O projeto ira resgatar a qualidade de vida cotidiana, criando acessos a oportunidades que o

2
KOOLHAAS, Rem. Nova York delirante. Um manifesto retroativo para Manhattan. Coleção Face Norte, São Paulo, Cosac Naify,
2008

7
próprio lugar proporcionara, criando um equilíbrio, requalificando um local negligenciado.
Aliada a todos os usos, a proposta não só criara um ambiente onde arte, negócios e o cotidiano
se integram, constituindo em uma nova experiência para a cidade que necessita de mudanças.

1.2 OBJETIVOS:

1.2.1 OBJETIVOS GERAIS


A pesquisa em desenvolvimento tem como objetivo geral uma coleta de dados e dar
embasamento teórico para o projeto arquitetônico que será realizado na disciplina de Trabalho
Final De Graduação II, no segundo semestre de 2019.

1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS


 Coletar e analisar dados referente ao hibridismo no design
 Aprofundar os estudos sobre a temática escolhida, através da busca e analises de
programas que se assemelhem ao proposto neste trabalho, a fim de entender o
funcionamento das atividades realizadas nestes espaços
 Escrever um artigo cientifico sobre o tema

1.3 DEFINIÇÃO DOS NÍVEIS DE DESENVOLVIMENTO PRETENDIDOS


O desenvolvimento do trabalho pretende abranger a integração do lote escolhido e sua
temática. Será desenvolvido para o Trabalho Final De Graduação II, inicialmente diretrizes que
irão levar ao partido e logo após o anteprojeto, e como conclusão em alguma área de
importância projetual será feito o projeto executivo

1.4 AGENTES DE INTERVENÇÃO E SEUS OBJETIVOS (PÚBLICO OU PRIVADO)


Como esse equipamento arquitetônico é um projeto de interesse socioeconômico que
exercerá influência sobre a cidade e região, faz-se necessário uma parceria público-privada para
a implantação do mesmo.
A prefeitura, os locatários da área, seriam possíveis parceiros neste projeto. A prefeitura
seria responsável pela manutenção dos espaços públicos e os locatários pelos serviços de
manutenção das áreas privadas.

8
1.5 CARACTERIZAÇÃO DO PÚBLICO ALVO
Os serviços oferecidos na edificação destinam-se a usuários de todas as idades,
residentes no bairro rosário, residentes ou não, da cidade de Santa Maria, assim como as
empresas locais.

1.6 METODOLOGIA E INSTRUMENTOS


Para a metodologia da análise dos estudos de caso foi utilizado como referência
“Analises de la forma de Le Corbusier3” e pautado de tal forma: Justificativa, ficha técnica,
implantação (clima e pré-existência construída), forma (volume dinâmica da forma), função
(estâncias, circulação e zoneamento), estrutura, materialidade e sustentabilidade.
Para a metodologia do referencial teórico foi organizado primeiramente pelo histórico
do programa e sua evolução na sociedade, após suas teorias e por fim o processo de
verticalização em Santa Maria.

2. DEFINIÇÃO DO PROGRAMA
Analisando os programas de necessidades de edifícios híbridos distintos, antigos, novos ou
ainda em fase de projeto, foi elaborado um programa dividido por setores.

2.1. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES


Setor 1 – Administrativo: Este é o setor responsável por toda a logística e controle do mercado,
seja ele financeiro, cultural ou educacional.
Setor 2 – Cultura e Lazer: Nele estão abrigados os espaços de interação e convívio social como
praça coberta, praça de alimentação, espaço para exposição, sala multiuso, os banheiros
públicos e fraldário. Visa proporcionar aos usuários um espaço para relaxar e conviver.
Setor 3 – Infraestrura: está o setor de energia, deposito e descarte de resíduos.
Setor 4 – Privado: Boxes comerciais e de prestação de serviços (educacional), constitui parte
importante e terá grande uso por parte da população.

3
CORBUSIER, Le. Analises de la forma. Barcelona: Gustavo Gili, 1985.

9
2.2. PRÉ-PROGRAMA
SETORES ÁREA (m²)
ADMINISTRATIVO 215
CULTURA E LAZER 1.316
PRIVADO 598
INFRAESTRUTURA 195
Tabela 1: Área total dos setores
Fonte: elaborado pela autora, 2019

SETOR ADMINISTRATIVO
Ambiente Atividade Mobiliário Área (m²) Quantidade Vent/Ilum

Administração Controle do Mesas, cadeiras, 10 1 1/6 1/12


edifício armários
Tesouraria Organização Mesas, cadeiras, 10 1 1/6 1/12
financeira armários
Recepção/Hall Espaço para Mesas, cadeiras 50 1 1/6 1/12
recepção
Relações Atendimento ao Mesas, cadeiras, 10 1 1/6 1/12
públicas público armários
Secretária Organização Mesas, cadeiras, 30 1 1/6 1/12
geral armários
DML Depósito geral Prateleiras para 6 1 1/6 1/12
armazenamento
Copa Local de Sofás, cadeiras, 12 1 1/6 1/12
funcionários descanso e mesas, armários
alimentação
Coworking Ambiente de Mesas, cadeiras, 12 1 1/6 1/12
trabalho em armários
conjunto
Sala de reuniões Espaço reuniões Mesas, cadeiras, 15 2 1/6 1/12
armários
Sanitários Cuidados de Pia, mictórios, 15 3 1/6 1/12
higiene pessoal bacia sanitária
ÁREA TOTAL: 215 m²
Tabela 2: Pré-dimensionamento do setor administrativo do edifício.
Fonte: elaborado pela autora, 2019

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SETOR DE CULTURA E LAZER
Praças Área de Mesas, cadeiras, 300 3 -
convivência mobiliário de
apoio
Hall/Exposições Espaço para Mesas, cadeiras, 30 1 1/12 1/24
recepção e balcão de
exposições atendimento
Salas multiuso Laboratório de Mesas, cadeiras, 12 3 1/6 1/12
aprendizagem armários

Auditório Espaço de Mesas, cadeiras, 100 1 1/6 1/12


multiuso exposições armários

Home- theater Entreteniment Sofás, cadeiras, 30 1 1/6 1/12


o projetor

Biblioteca Armazenamen Armários e 100 1 1/6 1/12


to de livros e prateleiras
informações
Sanitários Cuidados de Pia, mictórios, 30 4 1/12 1/24
higiene bacia sanitária
pessoal
ÁREA TOTAL: 1.316m²
Tabela 3: Pré-dimensionamento do setor cultura e lazer do edifício.
Fonte: elaborado pela autora, 2019

SETOR PRIVADO
Cafeteria Comércio de Mesas, cadeiras, 24 1 1/6 1/12
cafés e lanches bancada, balcão
em geral de atendimento,
buffet, pia
Sorveteria Comércio de Mesas, cadeiras, 12 1 1/6 1/12
sorvetes e bancada, balcão
assemelhados de atendimento,
buffet, pia
Choperia Comércio de Mesas, cadeiras, 12 1 1/6 1/12
bebidas e bancada, balcão
petiscos de atendimento,
buffet, pia
Salas Espaço para De acordo com 20 10 1/6 1/12
comerciais lojistas o uso

11
Salas de estudo Sala para aulas e Mesas, cadeiras, 50 5 1/6 1/12
cursos equipamentos
eletrônicos
Restaurante Espaço aberto ao Mesas, cadeiras, 100 1 1/12 1/24
público balcão de
atendimento
ÁREA TOTAL:598 m²
Tabela 4: Pré-dimensionamento do setor privado do edifício.
Fonte: elaborado pela autora, 2019

SETOR DE INFRAESTRUTURA
Deposito de Local para Local para 15 3 1/6 1/12
lixo descarte de depósito do lixo
produtos
DML Depósito geral Prateleiras para 6 5 1/6 1/12
armazenamento
Deposito geral Armazenament Prateleiras para 20 2 1/6 1/12
o de armazenamento
equipamentos
Reservatório Armazenament Caixas d’agua 40 2 -
o de agua
potável e agua
da chuva
Gerador Sistema Gerador A ser definida - -
autônomo a ser
pesquisado
GLP Distribuição do Reservatório de A ser definida - -
gás gás
ÁREA TOTAL:195 m²
Tabela 5: Pré-dimensionamento do setor de infraestrutura do edifício.
Fonte: elaborado pela autora, 2019

2.3. FLUXOGRAMA/ FUNCIONOGRAMA


No Edifício Hibrido os programas se inter-relacionam, há uma miscigenação dos
espaços.
SETOR CULTURA E LAZER SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR PRIVADO SETOR INFRAESTRUTURA


Figura 2: Esquema fluxograma
Fonte: Elaborado pela autora, 2019

12
3. LEVANTAMENTO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO
O local de inserção do equipamento proposto se localiza na cidade de Santa Maria-RS,
no bairro Nossa Senhora do Rosário, localizado na esquina das ruas Visconde de Pelotas e Cel.
Ernesto Becker.

Figura 3: Esquema da localização referente ao estado, município, distrito e bairro.


Fonte: Wikipédia, modificado pela autora, 2019.

O município de santa maria localiza-se ao sul do brasil, no centro do estado do rio grande
do Sul, a aproximadamente 290 quilômetros da capital Porto Alegre. Confronta ao norte com a
cidade São Martinho, ao sul com São Sepé e São Gabriel, a leste com o município de Silveira
martins, Itaara, Julio de Castilhos, Restinga Seca e Formigueiro e a oeste com Cacequi, Mata e
São Pedro do Sul.

Figura 4: Mapa do bairro Nossa Senhora do Rosário.


Fonte: Google Maps, modificada pela autora.
Acesso: 09/04/2019

3.1. RELAÇÕES FUNCIONAIS COM A REGIÃO


A cidade de Santa Maria exerce influência sobre toda a região central do Estado,
principalmente sobre seus nove distritos. Devido a sua localização, tamanho e oportunidades

13
que oferecem muitas pessoas de outras cidades, mudam-se para cá com o intuito de trabalhar
ou estudar.
Em consequência, criando uma expansão desordenada que forma vazios urbanos em
abandono, e ao não serem tratados como problema trazem a possibilidade de revitalização e
hibridização desses espaços.
O bairro Nossa Senhora do Rosário, local onde o terreno se insere, segundo o censo do
IBGE de 2010, possuí uma área de 0,8455 km², como uma densidade de 8005,91 hab./km² e
uma população de 6769 pessoas, sendo essas 3689 mulheres e 3080 homens. A pirâmide etária
(imagem x) demonstra também que a maior parte desses habitantes do bairro possuem de 20
até 29 anos. Em análise dos mapas noli, nota-se a grande densidade urbana do bairro,
naturalmente por estar localizado próximo ao Centro e sua falta de áreas verdes públicas no
entorno.
O bairro escolhido possui problemas relacionados à segurança, infraestrutura entre
outros, porém a implantação do projeto fortalecerá seus potenciais como sua localização,
patrimônio, a cultura e a identidade que os moradores trazem.

3.2. ASPECTOS QUALITATIVOS E QUANTITATIVOS


A escolha da localização do terreno onde será implantado o projeto deu-se diante as
características apresentadas pelo local, como a verticalização que está ocorrendo na região, e
por ser predominantemente uma zona residencial com déficit em áreas comerciais. O que acaba
desfavorecendo uma infraestrutura básica.
Entre seus déficits está: a falta de segurança dos espaços públicos, e vigilância; as
lacunas na iluminação; a intensidade do trafego em algumas áreas, devido à falta de sinalização
e visibilidade; a carência de acessibilidade nas calçadas, e espaços de caminhada; e carência de
áreas de lazer para atividades lúdicas e físicas.
Entre suas potencialidades estão a praça que possibilita espaços para descansar e
interação da comunidade local, o bar do rosário que atraem a circulação de pessoas a noite o
que ajuda na sensação de segurança, paisagens verdes que viabiliza paisagens interessantes para
apreciar, dois centros culturais, igrejas, patrimônios e uma feira (todas as terças e sextas) o que
é um impulso econômico para a região e reunião de pessoas.

14
3.3. USO DO SOLO E ATIVIDADES
O local onde está inserido o terreno escolhido caracteriza-se por ser uma zona
residencial, com predomínio a atividades comerciais local.
Destacam-se o edifício institucional dos correios (que é utilizado como deposito
atualmente), alguns edifícios residenciais com altura e alguns comércios dispersos.

Figura 5: Entorno: correios e comércio.


Fonte: Street View, modificado pela autora.

3.4. EDIFICAÇÕES, VAZIOS E VEGETAÇÃO EXISTENTE

Figura 6: Mapa figura fundo


Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

15
Figura 7: Mapa fundo figura
Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

Figura 8: Mapa alturas


Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

16
Figura 9: Mapa usos
Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

Figura 10: Mapa vegetação


Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

17
3.5. ESTRUTURA VIÁRIA

Figura 11: Mapa estrutura viária


Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

3.6. REDE DE INFRA-ESTRUTURA

Figura 12: Mapa iluminação pública e contêineres


Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

18
Figura 13: Mapa abastecimento de agua
Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

Figura 14: Mapa coleta de esgoto cloacal


Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

19
3.7. MICROCLIMA

Figura 15: Mapa clima: insolação e ventilação


Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

3.8. LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO

Figura 16: Foto do terreno.


Fonte: Arquivo pessoal, 2019.

3.9. LEVANTAMENTO PLANI-ALTIMÉTRICO

Figura 17: Levantamento aerofotogramétrico


Fonte: Google Earth, modificado pela autora.
Acesso: 09/04/2019

20
Figura 18: Mapa curvas de níveis.
Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

4 CONDICIONANTES LEGAIS
O terreno localiza-se na zona 3.a do corredor de urbanidade, de acordo com a lei de uso
e ocupação do solo, mais precisamente no encontro das ruas Visconde de Pelotas e Cel. Ernesto
Becker.

4.1. PLANO DIRETOR


De acordo com a Lei Complementar nº 117, de 26 de julho de 2018. Institui a Lei de
Uso e Ocupação do solo, Parcelamento, Perímetro Urbano e Sistema Viário do município de
Santa Maria. A análise do Plano Diretor se faz necessária para conhecermos todos os índices e
recuos estabelecidos para o local, propondo uma edificação de acordo com a legislação.

21
Figura 19: Lei de Uso e Ocupação do Solo – Anexo 8
Fonte: Plano Diretor 2018

Conforme anexo 6 – coeficientes de uso segundo aproveitamento, a edificação proposta de


enquadra nos itens 3.a, obedecendo os índices das classificações 2.2b e 3.7

Figura 20: Anexo 6


Fonte: Plano Diretor 2018

22
4.2. CÓDIGO DE EDIFICAÇÕES MUNICIPAL
No que se refere ao Código de Obras e Edificações do Município de Santa Maria, há a
determinação de requisitos básicos para a execução de obras e edificações e analisando este
projeto algumas exigências deverão ser cumpridas.

4.3. NORMAS DA ABNT (NBR 9050, NBR 9077...)


Junto dos códigos e legislações municipais serão utilizadas normas técnicas federais,
elaboradas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), de modo a regulamentar
elementos obrigatórios e/ou mínimos em situações padrões das edificações. Dentre as normas
está:
-NBR 9077: 2001 – Saídas de Emergências em Edifícios;
- RESOLUÇÃO TÉCNICA CBMRS Nº 11/2016 – Saídas de emergência
- NBR 9050: 2015 – Acessibilidade a Edificações, Mobiliários Espaços e Equipamentos
Urbanos;

5. REFERENCIAIS TEÓRICOS E FORMAIS E LEVANTAMENTO DE DADOS


Um hibrido só pode ser definido de forma genérica, não cabe a ele ser somente uma
coisa, ter somente um significado, vai além. Um hibrido abrange todas as ciências, todos os
ramos do conhecimento. Um hibrido pode ser vido, uma máquina, um edifício, um programa,
uma cultura, uma dança, uma música. O hibrido é mutável e não pode ser definido por completo.
Pode-se tratar de como reconhecer um hibrido. Ele abrange mais de denotação e está ligado a
mistura e a miscigenação.
Segundo Peter Burke exemplos de hibridismo estão não apenas em toda parte como na
maioria dos domínios da cultura-religiões sincréticas, filosofias eidéticas, línguas e culinárias
mistas e estilos híbridos na arquitetura, design, na literatura ou na música.
Para entender um pouco mais sobre os híbridos, devemos estudar os acontecimentos
históricos. No caso deste trabalho, iremos estudar o hibridismo relacionado com o histórico do
programa e sua evolução na sociedade, suas teorias e o processo de verticalização em Santa
Maria.
Desde a evolução humana, onde um Australopitecos utilizou-se de uma pedra para
abater animais, nos tornamos híbridos. A partir do momento em que saiu de sua condição física-
biológica original (não caçador) e precisou de se hibridizar com um objeto (extra corpo) para
se tornar um caçador. Isso se repete inúmeras de vezes atualmente em quase todas nossas

23
atividades, nos hibridizamos para ser ou fazer o que não conseguimos enquanto seres humanos
crus e nus. Não existiria laranja sem a união do vermelho e do amarelo, assim como, o
Australopitecos não seria caçador sem uma arma.

Figura 21: Esquema cores


Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

5.1. HISTÓRICO DO HÍBRIDO E SUA EVOLUÇÃO NA SOCIEDADE


A ideia de edifícios híbridos ou de uso misto não é nova. Ao longo da história, a densidade, o
valor da terra e a sobreposição de funções foram inerentemente ligados. Na antiguidade, as
cidades-estados desenvolveram fronteiras e muros para defender e definir a distinção entre o
civilizado e o selvagem. As principais formas de movimento e transporte de mercadorias para
uma grande população da população na época era feita a pé²4.
Consequentemente, programas como locais de trabalho, comércio e habitação estavam
localizados nos mesmos espaços ou empilhados uns sobre os outros e, em muitos casos, havia
pouca ou nenhuma distinção entre salas ou funções. Com o espaço a um prêmio, a forma de
cidade confinada significava qualquer expansão ou construção necessária fusão e sobreposição
e alta densidade. As funções, em vez de estarem localizadas em partes isoladas da cidade,
preenchiam qualquer espaço disponível e, com isso, à medida que as cidades cresciam,
formavam uma entidade híbrida única, em constante mutação e evolução como uma só.
Apesar do advento da mobilidade incerta e dos sistemas de defesa de maior alcance, a cidade
quebrou seu muro dispersando os contornos no campo, a partir deste ponto a metrópole
moderna evoluiu a partir de uma coleção de estruturas programáticas individualizadas
espalhadas pela paisagem. A expansão que se desenvolveu abriu acesso a uma nova divisão de
terras, permitindo uma maior e mais acessível propriedade da terra. As terras mais baratas não
apenas removeram a pressão por programas para dividir espaço e maximizar o uso da terra,
como foi o caso das cidades muradas e congestionadas, mas também apresentaram uma
estratégia de cobrir (e, portanto, controlar) áreas maiores. Os assentamentos dispersos e os
postos avançados militares apresentaram um método para os estados declararem sua

4
PER, Aurora Fernández, A+T RESEARCH GROUP: HYBRIDS I.: High-Rise Mixed-Use Buildings. Spain: A+t Architecture Publishers,

2008.

24
reivindicação contínua de suas extensões crescentes de terras através da ocupação constante -
uma boa ilustração sendo o Império Romano5.
Mais tarde durante o movimento moderno6 houve a crença de que a cidade deveria ser funcional
e racionalista, com uma arquitetura universal que padroniza e categorizava objetos
independente do seu entorno. Com isso surgiu a setorização da cidade em atividades: trabalhar,
morar, se divertir e circular. Tudo isso conectado por grandes vias expressas, o que fez com que
a cidade se espraiasse cada vez mais e seus espaços ficassem cada vez mais monufuncionais e
consequentemente, sem vitalidade urbana. A forma da cidade foi definida por um planejamento
funcionalmente determinado a fim de controlar a poluição por doenças e, principalmente, as
taxas de terra.
O conceito de hibridização se origina da genética e se refere ao cruzamento de diferentes
espécies. Enquanto, no passado, os usos foram feitos em uma única estrutura, por exemplo, a
loja ou como uma ponte habitada, como a Ponte Vecchio, o edifício híbrido em escala total não
apareceu até o século XIX7. A escalada dos valores da terra nos centros das cidades naquela
época exigiu novas formas de desenvolvimento. O aço estrutural e a invenção do elevador no
meio daquele século revolucionaram a construção e permitiram estruturas verticais e
sinalizaram a ascensão do arranha-céu. Com essas ferramentas, os desenvolvedores mudaram
sua abordagem de construção por necessidade para a de especulação e construção para volume
máximo e área útil para aproveitar ao máximo os valiosos imóveis. Sua incapacidade de
preencher as novas torres com um único uso levou à combinação de programas e ao surgimento
de edifícios híbridos.
No princípio do século XX, a alta densificação dos centros das cidades americanas e a
segregação funcional contribuíram para o aparecimento de novas tipologias. O “edifício
híbrido” assume-se no campo da economia mercantil e reflete-se na configuração dos
loteamentos, como consta no livro “Nova York Delirante8”, onde de fala do desenvolvimento
em altura dos edifícios (como é exemplo de Downton Athlectic). Nesse contexto, em 1916 foi
aprovada a lei do Ordenamento e Zonamento de Nova York. Esta lei considera uma malha
regular simples como suporte de flexibilidade, simultaneamente regulando os usos, a altura e a

5
GOITIA, F.C. Breve História do Urbanismo Lisboa, Editorial Presença, 1992
6
HAROUEL, J.L. História do Urbanismo. Campinas, Papirus, 1990
7
PER, Aurora Fernández, A+T RESEARCH GROUP: HYBRIDS I.: High-Rise Mixed-Use Buildings. Spain: A+t Architecture Publishers,
2008
8
KOOLHAAS, Rem. Nova York delirante. Um manifesto retroativo para Manhattan. Coleção Face Norte, São Paulo, Cosac Naify,
2008

25
volumetria dos novos edifícios: estabelecendo parâmetros com a exposição solar sobre as
fachadas e o dimensionamento das ruas.

Figura 22: Evolução do edifício com recuo: variações de Ferris sobre a Lei da Zonificação em 1916, em 4 fases.
Fonte: https://gvshp.org/blog/2016/08/16/hugh-ferriss/
Acesso:20/05/2019

A crise econômica americana de 1929 teve como consequência um afastamento do


interesse pelos edifícios híbridos, pois estavam dependentes de vários investidores. Depois da
crise, o Congrès Internatioux d’Architecture Moderne (CIAM), com base na carta de Atenas9
defendeu a segregação sistemática da habitação, trabalho e lazer, definindo os princípios do
urbanismo moderno.
No território europeu após a Segunda Guerra Mundial (1939-45), o conceito de hibrido
proporcionava por um lado, a recuperação de antigos edifícios e por outro, a requalificação de
territórios destruídos (como é o caso do Complexo Barbican, em Londres10)
Nos anos 60, vários movimentos arquitetônicos contribuíram para um maior interesse e
propagação dos edifícios híbridos. Nesse contexto, os arquitetos modernistas, apesar de
defenderem a segregação de funções em áreas urbanas ligadas pela rede viária, propunham
novos programas complementares dos bairros edificados. Estes sistemas complementares
aplicados aos edifícios foram as primeiras contribuições programáticas de arquitetura
modernista na temática dos híbridos. O contexto revolucionário e utópico dessa década,
assume-se como determinante na reformulação da “ideia moderna programática”. Assim o
investimento disciplinar no programa surge pela vontade interventiva na reformulação da
sociedade lúdica, permitindo a abertura sobre os progressos técnicos e tecnológicos, como é
possível verificar através dos trabalhos de Yona Friedman, Archigram, Constant e Cedric
Price11.Também os italianos Superstudio e Archizoom integram o seu trabalho numa lógica
critica programática, destruindo a ligação com a realidade.
A atual investigação sobre os programas híbridos decorre das reflexões e críticas dos
anos 60, na qual se apresenta uma análise crítica à “clareza funcional modernista”.

9
A Carte de Atenas é o manifesto urbanístico resultante do IV Congresso Internacional de Arquitetura Moderna CIAM (Atenas, 1933)
10
Ver pag 21 Chamberlin, Powell & Bom, Arup 1956-1978
11
Arquitectura e Arte_Portugal. Editora arq./a.nº43 Programas Híbridos, 2007 (p.10)

26
No final do século XX, com a globalização e a competividade das cidades contemporâneas, os
pensamentos ganharam maior relevância convergindo para a questão: Qual o potencial dos
edifícios híbridos no século XXI?
Para entender a transição do século XX para o XXI no âmbito dos “edifícios híbridos”
é necessário recorrer a Paul Virilio. O urbanista e filosofo francês trabalhou consistentemente
os sistemas programáticos, na relação entre as novas tecnologias globais e a pratica de projeto.
No seu livro “Máquina da Visão12”, Virilio fala-nos da permanente vigilância que as novas
componentes do espaço público exercem sobre os atores sociais, atuando como um “dispositivo
de controlo territorial”.
Já no século XXI, no livro “Hybrid Buildings13” Steven Holl descreve o edifício hibrido
como “uma concentração funcional e programática que, permite a diferente conjugação e
apropriação de usos do edifício”. Segundo este autor, algumas ambições formais do século
passado (agregações em altura) são hoje ampliadas aos mais diversos programas. Esta realidade
levou a um ajuste da programática face a contemporaneidade, revelando-se uma problemática
das grandes densidades populacionais.
Rem Koolhaas foi um dos arquitetos que quebrou o impasse do hibrido face ao
modernismo, recaindo a sua abordagem sobre as metodologias e programáticas para a sociedade
atual. A luz do Supermodernismo14, a OMA consciencializa duas estratégias de hibridização
programática, uma realizada a partir da função, outra concretizada através da forma. Por outro
lado, Koolhaas fomenta uma hibridização funcional através da exploração da justaposição e
conflito de áreas programáticas, potenciando a emergência de relações inesperadas que rompem
com as convenções tipológicas. O arquiteto holandês desenvolve uma hibridização formal,
através da pesquisa de configurações espaciais imprevisíveis, recorrendo as potencialidades
funcionais sugeridas pela tipologia e a singularidade dos materiais utilizados. 15
Joseph Fenton, autor da revista “Pamphlet Architecture 11 _ Hybrid Buildings”,
considera que “ a tipologia hibrida é uma resposta as pressões metropolitanas a nível de
localização e limitação imposta pela trama urbana16”. Sobre esta citação entende-se que a
sobreposição de funções e infraestruturas dos sistemas de mobilidade urbana levaram a
descentralização das grandes superfícies comerciais para as periferias urbanas. Como
consequência, os tecidos urbanos “entre cidades” começaram a acumular funções

12
VIRILIO, Paul – La Machine de Vision, Paris, Éditions Galilée, 1988
13
HOLL, Steven; FENTON, Joseph – Hybrid Buildings, Pamplet Architecture 11, 1984
14
IBELINGS, Hans – Supermodernismo – Arquitectura en la era de Globalización, Editorial Gustavo Gili, S.A, Barcelona, 1998
15
Arquitectura e Arte_Portugal. Editora arq./a. nº 43 Programas Híbridos, 2007(p.11))
16
HOLL, Steven; FENTON, Joseph – Hybrid Buildings, Pamplet Architecture 11, 1984

27
complementares a programática comercial, em horários alargados. No entanto, estas novas
“peças” arquitetônicas de escala urbana carecem de atividades que as mantenham num sistema
integrado com a cidade.

5.1.1 VERTICALIZAÇÃO EM SANTA MARIA


De acordo com Souza (1994)17, o processo de verticalização trata-se de uma
especificidade da urbanização no Brasil. Aqui sua prioridade tem sido a função habitacional,
enquanto nos demais países do mundo o objetivo foi o desenvolvimento das atividades de
comércio e serviços. Ainda, segundo Souza (1994), essa destinação prioritária da verticalização
no Brasil, ficou mais evidente após 1964, com a criação do Banco Nacional da Habitação
(BNH). Trata-se, para a autora citada, do mais importante instrumento/agente financeiro do
processo de verticalização no país.
Objeto do processo de verticalização, o edifício, recebe, conforme sua altura, diferentes
denominações como, por exemplo, arranha-céu, edifício alto, dentre outras. Sobre esse objeto
formador do espaço urbano contemporâneo, Ramires (1997, p. 35) expressa-se da seguinte
forma: “Os edifícios altos, pela sua monumentalidade, tornaram-se uma das principais formas
arquitetônicas que marcaram a paisagem urbana da sociedade contemporânea de muitos países.
” De acordo com Ching (2000)18, edifício trata-se de um abrigo contra a chuva, o sol e o vento.
Isso pressupõe a existência de uma cobertura e de paredes para sustentá-lo. Lembra, ainda, que
além de valioso como abrigo, o edifício pode ser primoroso e encantador, constituindo-se,
também, numa obra de arte. É por intermédio da interação dos diversos agentes interessados,
com suporte do capital que se possibilita a multiplicação do solo urbano com a construção do
edifício – a habitação passa a ser mercadoria – se transforma o espaço urbano e se reproduz o
processo de acumulação do capital.
Para Passos (2007), dentre as várias estratégias para reproduzir o capital, a
verticalização urbana apresenta características que modificam o modo de viver nas cidades.
Permite que em uma mesma parcela de terra, pela sobreposição de unidades habitacionais, passe
a ser ocupado por várias famílias. Neste trabalho entende-se a verticalização como um processo
de crescimento urbano por intermédio da proliferação de edifícios, que reproduz intensamente

17
SOUZA, M. A. A. de. "A Identidade da Metrópole". Hucitec, Edusp: São Paulo, 1994, 257 p.
18
CHING, F. D. K. Dicionário Visual de Arquitetura. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

28
o solo urbano pela superposição de pavimentos e, dessa forma, possibilita a sua valorização, ou
seja, quanto mais verticalizado, mais valorizado.
O processo de verticalização urbana no Brasil começou nos primeiros anos do século
XX. Inicia-se no Rio de Janeiro e São Paulo e, posteriormente, dissemina- -se por cidades
grandes e médias. Conforme Ramires (1997, p. 97), ao longo do tempo esse processo de
verticalização atingiu ritmo e magnitude sem precedentes colocando o Brasil numa posição de
destaque no cenário internacional.
Atualmente vivemos num mundo eminentemente urbano, onde os processos de
formação das cidades e a qualidade de vida como a qualidade ambiental exigem novos estudos.
Diante dessas preocupações faz-se questionamentos com relação ao papel das funções e o
significado da cidade de médio porte, que passa a integrar o mundo globalizado.
As cidades médias – entendidas como aquelas que desempenham papéis intermediários
na rede urbana - têm exercido um papel significativo na dinâmica econômica e espacial
brasileira e vêm sendo foco de importantes estudos voltados à compreensão dos problemas da
urbanização e industrialização do país. A importância das cidades médias se dá especialmente
pelo fato de que elas possuem uma combinação de características como tamanho demográfico,
funções urbanas que atendem expectativas de empreendedores e cidadãos, organização do
espaço interurbano e localização geográfica. Outro fator importante é a questão que, durante os
últimos anos, essas cidades têm apresentado maior crescimento populacional anual do que
outras categorias de cidades do Brasil. O aumento demográfico das cidades médias alavanca o
processo de urbanização, que é, em muitos casos, acompanhado pela verticalização do espaço
urbano. No Rio Grande do Sul se confirma que as cidades médias crescem em termos
demográficos e de urbanização, mas não se verificam dados conclusivos sobre a questão da
verticalização.
Na busca do que Santa Maria representa hoje, já que é considerada uma cidade pólo
regional da região Centro-Oeste do Estado, o entendimento de suas funções ao longo de sua
história, deve ser investigado. A cidade nasceu com função militar e desenvolveu funções em
diferentes momentos socioeconômicos da região e do país.
A complexidade de suas funções acaba por atrair outras, destacando-se fortemente a
função comercial e de prestação de serviços, as quais asseguram grande importância como
centro regional do Estado. Assim, a cidade passou a aperfeiçoar-se na operação de atividades
do setor terciário, integrando-se nas relações com os países do Mercosul.

29
Com decorrência das novas funções que a cidade vem adquirindo cresce o número de
habitações como mercadorias de consumo, vinculadas ao valor da terra urbana, especialmente,
ao setor privado, que possui condições para adquiri-las. Sob este aspecto, surge a questão da
especulação dos setores imobiliários a gerar o consumo das habitações. O espaço urbano de
Santa Maria cresce de forma espontânea e descontínua, segundo dados da Agência de
Desenvolvimento de Santa Maria.
A expansão urbana e o processo de urbanização de Santa Maria também estão
condicionados a fatores de ordem fisiografia e institucional. Estes fatores funcionam como
óbices e persistem em orientar e reorientar o sítio urbano e a organização espacial da cidade. A
Geografia, especialmente a Geografia Urbana, trata de relações da sociedade relativamente ao
meio. Nessa relação surgem problemas de ordem ambiental e de má qualidade de vida. A
aceleração da urbanização acentua esses problemas ligados a aspectos históricos, políticos,
socioeconômicos, legais, de planejamento e ambientais.
A urbanização desordenada, que pega os municípios despreparados para atender às
necessidades básicas dos migrantes, causa uma série de problemas sociais e ambientais. Dentre
eles destacam-se o desemprego, a criminalidade, a favelização e a poluição do ar e da água19.
Rogers (2008), cita que os edifícios híbridos podem ser uma alternativa no processo de
reconstituição do tecido urbano. Para ele, são espaços que naturalmente promovem a
diversidade de atividades e pessoas e propiciam a convivência de partes distintas da cidade. Há
um grande interesse nesta tipologia de edifício, que se deve ao fato de que ele representa um
novo paradigma do viver na cidade, trazido inicialmente pela Revolução Industrial e que está
sendo retomado em algumas cidades.
O conceito dos edifícios híbridos começa a engatinhar no Brasil, tornando-se aposta em
algumas cidades pela dinâmica e forma criativa. O objetivo destes edifícios é atrair pessoas para
dentro deste empreendimento. A maior vantagem das edificações híbridas é a experimentação
da mistura de usos. Cada nova edificação híbrida pode combinar diferentes usos, de diversas
formas, assim cada edifício híbrido é único. Então cada combinação de usos pode trazer
diferentes benefícios. Mas todos eles terão uma vantagem em comum: a criação de algo novo
e inesperado, e assim atraindo as pessoas para dentro dele.

19
Ângelo Tiago de Miranda é geógrafo, professor de geografia e estudante do curso de Licenciatura em Pedagogia pela UFSCar
(Universidade Federal de São Carlos).

30
5.1.2 O HÍBRIDO E SUAS TEORIAS
Hí.bri.do adj.1 Que resulta do cruzamento de espécies diferentes, 2 Derivado de

fontes não semelhantes 3 Que está composto de elementos diferentes sm. Animal ou

planta híbridos. 20

Assim como os significados decorrentes da genética, biologia e gramática, o híbrido na


arquitetura caracteriza uma nova espécie de espacialidade e de morfologia, por ser originada
por diversas funções que a princípio, segundo a ordem natural dos eventos, não poderiam estar
juntas.
O híbrido, porém, está longe de ser apenas uma composição de diferentes usos e
programas em uma só edificação. Do pronto de vista da arquitetura, o edifício híbrido resulta
em uma espacialidade alterada, única, e sofre uma mutação em sua composição original.
E essa é a grande diferença entre o edifício multifuncional e o híbrido. Enquanto o
primeiro apresenta variados usos convivendo lado a lado no mesmo espaço, cada qual
funcionando independentemente em relação ao outro, a diversidade no edifício híbrido deve
apresentar uma interdependência e originalidade de usos.
Isso é, os diversos usos não só coexistem e coabitam a edificação, mas promovem e
impulsionam a diversidade, a dinâmica e a multiplicidade entre si. Tal confusão, porém, se
mostra injustificada uma vez que, segundo o autor MUSIATOWICZ (2014, p.13):
Até o catálogo de Joseph Fenton sobre o assunto em 1985, os edifícios híbridos foram

ignorados como um tipo único de construção, geralmente agrupado sob "uso misto".

Fenton argumentou que havia uma diferença distinta entre o edifício híbrido e o uso

misto, em que os programas individuais se relacionam entre si e começam a

compartilhar intensidades.

Assim, o hibrido é a evolução do espaço urbano e arquitetônico, em comparação aos espaços


monofuncionais e multifuncionais, pois são facilmente adaptáveis à condição contemporânea
de nossas cidades, e a sociedade atual.
Nas cidades contemporâneas, onde o valor do metro quadrado está cada vez mais caro
graças a escassez de loteamentos sem uso e onde a questão da mobilidade urbana está cada vez
mais em destaque, vem sendo necessário pensar os edifícios de forma mais flexível, isso é, não
só promover os múltiplos usos em um local só, como também garantir que esses dialoguem,

20
MICHAELIS, Pequeno Dicionário da Língua Portuguesa, 2000

31
gerando uma interdependência entre as funções do edifício, afim de que sua dinâmica e
vitalidade urbana sejam mantidas. Tal como destacado por HOLL (2014, p. 6-8):
Em vez de os desenvolvedores construírem prédios de apartamentos enormes e sem

graça, sem serviços de serviços ou espaço público, são necessários novos tipos de

prédios. Esses novos tipos híbridos podem moldar o espaço público. A porosidade

urbana é uma intenção chave para grandes edifícios híbridos com o objetivo de

espaços urbanos voltados para pedestres. Cada novo espaço público formado por

edifícios híbridos contém instalações de vida, trabalho, recreação e cultura.

Com isso, o edifício híbrido está englobado dentro da teoria da Cidade Compacta21 de
Richard Rogers, uma vez que, além de concentrar diversas funções de espaços urbanos em uma
só área, esse se propõe a ser um local onde o pedestre tem a preferência, com deslocamentos
adequados à sua escala e com uma maior permeabilidade dentro da própria cidade.
Buscando algo ainda além disso propõe-se um edifício onde todas essas funções se
comunicam e se interligam através de circulações e/ou espaços públicos. São os chamados
espaços de transição, e seu uso como estratégia à arquitetura sustentável, que J. Habraken
propõe em seus estudos, vem a analisar essa nova arquitetura que surge nesse contexto,
buscando entender as novas possíveis transformações no cotidiano doméstico, na cidade e na
sociedade contemporânea.
Assim, o edifício se compõe em duas partes: a permanente e a hibrida. Trazendo a vitalidade
e diversidade das cidades para dentro do edifício. O projeto do edifício hibrido surge no tecido
urbano como a extensão do mesmo, onde os espaços vazios é que definem o edifício,
estabelecendo relações entre o programa e os espaços híbridos e fazendo essa conexão interior-
exterior. As circulações e os espaços híbridos são baseados na modulação de quadras, trazendo
assim os preceitos de Ken Yeang22 de levar o planejamento urbano para dentro de uma
edificação. Essas circulações, que no edifício funcionam como as ruas de uma cidade podem
ser definidos espaços de transição, enquanto os espaços híbridos funcionam como os lotes de
uma quadra.
O edifício hibrido propõe essa mescla de usos com um projeto urbano-arquitetônico
menos rígido e mais participativo, onde os espaços de transição e os espaços híbridos dão
suporte a uma diversidade de situações, eventos e valoriza a importância dessa relação espaço
público-privado.

21
ROGERS, Richard; GUMUCHDJIAN, Philip. Cidades para um pequeno planeta. Barcelona: Gustavo Gili, 2001.
22
Ken Yeang é arquiteto, ecologista, planejador e autor da Malásia, mais conhecido por sua arquitetura ecológica

32
“Como podemos elaborar grandes projetos sem necessariamente impor rigidez e

uniformidade quando a variedade e adaptabilidade ao longo do tempo são

desejáveis? Como pode o grande projeto, fazer justiça a escala pequena? ”23

O projeto do edifício hibrido parte de uma busca a resposta da pergunta acima de J.


Habraken. Através de seus estudos sobre os espaços de transição e a teoria de suportes que
propõe alternativas aos edifícios de vários andares, onde a circulação vertical, serviços de
estrutura e fachada constitui o suporte e todos os espaços interiores formam o enchimento
sistema de arquitetura de código aberto.
A vertical theory of urban design24 de Ken Yeang complementa a pergunta de Habraken,
visto que, assim busca-se levar a vitalidade e a diversidade das cidades para dentro do edifício,
fazendo do mesmo uma extensão do tecido urbano. Pensando os espaços de transição como
ruas, e os espaços híbridos como lotes. As ancoras e espaços públicos cumprem a função social
de um edifício, uma vez que o mesmo é aberto a cidade.
A combinação de diferentes usos programáticos é uma das mais-valias dos híbridos. Os
programas encontram-se ramificados hierarquicamente, subdivididos por sistemas articulados
entre si, considerando-se como um todo. Os programas podem definir desde a metodologia
aplicada até a forma final do edifício. Esses espaços ancoras funcionam como a base de apoio
para a vitalidade do edifício, juntamente com os espaços públicos criando conexões e
estabelecendo relações dentro do mesmo.
Os espaços híbridos possuem uma identidade e personalidade comparável à de um
organismo vivo. Constituem os espaços mutáveis da massa construída e se configura como uma
arquitetura que muda com o tempo, aceitando intervenções. Os espaços funcionam como uma
entidade de auto-organização e é a resposta que Habraken propõe. Os espaços que se adaptam
a necessidade de cada usuário, estando assim, em constante mutação. Esses elementos tentam
responder a uma arquitetura que busca a forma física, a forma territorial e a compreensão
cultural dos espaços, segundo propõe Habraken, fazendo assim, com que o indivíduo possua
um sentimento de pertencimento com o espaço habitado.

23
HABRAKEN, N.J; MIGNUCCI, A. Soportes: vivienda y ciudad. Instituto de Arquitectura Tropical. Editorial on line. 2010.

24
Yeang, Ken. (2002), Reinventing The Skyscraper – A Vertical Theory of Urban Design, West Sussex: Wiley-Academy

33
5.2.REFERÊNCIAL PRÁTICO

5.2.1 NODO / ANDALUCÍA OFFICE

Figura 23: Edifício NODO


Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-56378/2-graus-lugar-international-mock-firms-skyscraper-competition-nodo-andalucia-office.
Acesso: 09/04/2019

Este projeto foi analisado devido a sua possibilidade de constante mudança. Se trata de
uma exploração acerca da possibilidade de construir uma cidade vertical mutante, sensível as
necessidades do momento. O projeto consta duas partes distintas a permanente e a variável.

Ficha técnica:
 Arquitetos: Andalucía Office
 Ano: 2012
 Materialidade: Vidro e Concreto
 Estrutura: Aço e Concreto
 Localização: Pequim, China

A Força da Implantação
Localizado em Pequim, capital da República Popular da China. Localizada na região norte da
China e possui uma população de aproximadamente 20 milhões e meio de habitantes. A cidade
é a segunda maior do país por população urbana, depois de Xangai, e é o centro político, cultural
e educacional do país. É a sede da maioria das maiores empresas estatais chinesas e é um
importante polo de rodovias nacionais, vias expressas, ferrovias e redes ferroviárias de alta
velocidade.

34
A história da cidade remonta a mais de três milênios. Como a última das quatro grandes capitais
antigas da China, Pequim tem sido o centro político do país por grande parte dos últimos 800
anos. A cidade é famosa por seus opulentos palácios, templos, parques, jardins, túmulos,
muralhas, portões, e por seus tesouros artísticos e universidades, que a tornaram um centro
cultural na China.
O clima de Pequim é continental. O tempo é praticamente seco em quase todo o ano, mas no
verão as monções causam muita chuva. Os invernos são muito frios, registrando temperaturas
máximas abaixo de 0ºC nos dias mais frios, mas neva pouco devido à seca, causada pela alta
pressão do ar vinda da Sibéria. Os verões são quentes, as temperaturas ficam acima dos 30ºC
em vários dias da estação. O outono e a primavera são estações de transição entre o frio e o
calor e, assim como o inverno, são estações secas.
Localizado próximo a uma via de alto trafico, metrô e uma estrada principal cruzando ao lado
do edifício. Há também prédios singulares na proximidade. No térreo há grandes zonas com
espaço público o que complementa as zonas públicas que existem no edifício.

Figura 24: Implantação do local em 3d.


Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-56378/2-graus-lugar-international-mock-firms-skyscraper-competition-nodo-andalucia-office.
Acesso: 29/05/2019

Forma
Sua forma cilíndrica possui subtrações com reentrâncias, suas aberturas possuem um ritmo,
porém não aparentam ter ordem na sua organização. O que aumenta a sensação de constante
mudança explorada.
Possui sistemas nucleares variados, que uma parte é onde encontra-se os espaços públicos e em
outros escritórios, apartamentos e comercio.

Função
O projeto NODO é mais do que um arranha-céu: uma existência coletiva que abrange
muitas funções e necessidades. Uma medida é uma infra-estrutura urbana que se desenvolve à
medida que se desenvolve e se adapta ao meio ambiente.

35
Se torna muito mais do que um arranha céu, é uma criação coletiva, uma escala, uma
infraestrutura urbana que evolui durante sua existência e se adapta ao seu ambiente, recebendo
muitas funções e necessidades como moradia, escritórios, espaços comerciais e públicos.

Figura 25: Zoneamento


Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-56378/2-graus-lugar-international-mock-firms-skyscraper-competition-nodo-andalucia-office.
Acesso: 29/05/2019

Estrutura
O projeto tem duas partes diferentes: a permanente e a mutável. O núcleo de
comunicações verticais e instalações (1) e peças padronizadas e móveis (2), por outro lado. Um
elevador no interior (3) é responsável pelo transporte destes módulos pré-fabricados para os
seus locais no interior do edifício, que são transportados de caminhão a partir da fábrica.
Podemos dizer que é a primeira proposta no mundo de um “supertall” construído com módulos
pré-fabricados, tornando-o um edifício flexível e versátil. Apostando no futuro campo da
arquitetura industrial. Esta ideia foi a vencedora da categoria de construção da competição.

Figura 26: Esquema Estrutura


Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-56378/2-graus-lugar-international-mock-firms-skyscraper-competition-nodo-andalucia-office.
Acesso: 29/05/2019

36
“Cada planta pode ser desmontada e montada de forma independente com estruturas
pré-fabricadas, sempre que desejado. É um edifício vivo que alterna em seus 150
níveis casas, escritórios, museus, lojas e até mesmo parques, adaptando-se às
necessidades demográficas e econômicas do momento. Os únicos elementos imutáveis
são uma estrutura central oca de concreto armado, que proporciona estabilidade ao
complexo e para os vários anéis metálicos que surgem a diferentes alturas. Se alguma
vez se fizer uma realidade este edifício, dali se iriam pendurar estruturas habitáveis
em forma de disco. ” (El País)25

Materialidade
Entre os materiais presentes no edifício, está o concreto armado na estrutura. Vidro nas
vedações externas e aço nos anéis metálicos que percorrem todo o edifício.

Figura 27: Materialidade


Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-56378/2-graus-lugar-international-mock-firms-skyscraper-competition-nodo-andalucia-office.
Acesso: 29/05/2019

Sustentabilidade
Suas aberturas permitem espaços públicos e ao mesmo tempo são uteis para uma ventilação e
iluminação natural, atenuando as condições climáticas do local. Além disso sua escolha de
materiais com o A construção em aço, que além de ser extremamente versátil e durável, está
em perfeita sintonia com o conceito de desenvolvimento ambientalmente sustentado.

25
MONTEIRO, Paula Garcia. 2 Lugar - “International Mock Firms Skyscraper Competition”- NODO / Andalucía Office.Disponível
em: <https://www.archdaily.com.br/br/01-56378/2-graus-lugar-international-mock-firms-skyscraper-competition-nodo-andalucia-office>.
Acesso em:12 de março de 2019.

37
5.2.2 TOUR DE LA CHAPELLE
Sua versatilidade, amplo programa que visa reativar a área através da mistura de usos
(habitação, escritório, indústria e equipamentos), bem como uma lista detalhada de estratégias
destinadas a reduzir seu impacto ambiental e no consumo de energia foram o que definiram a
escolha desse projeto como referência.
O projeto proposto, uma peça singular que catalisa a energia do lugar e gera um tecido
urbano cheio de vida e esperança, através de um acordo tático de interesses públicos e privados.
E possui também um programa de atração maciça de juventude, um programa que transforma
o lugar em uma referência jovem em escala internacional, tornando o ícone não uma
"escultura", ou objeto, mas um gerador de vida, uma máquina produtora de cidade e esperança.

Figura 28: Programa


Fonte: revista a+t, serie hybrids

Ficha Técnica
 Local: Porte de La Chapelle, París. France, 2007
 Superfície Construída: 88.000 m2
 Arquitetos: Ábalos & Herreros / Sentkiewicz Arquitectos
 Directores del Proyecto: Iñaki Abalos, Renata Sentkiewicz

38
A força da implantação
Localizada em paris, a capital e a mais populosa cidade da França, bem como a capital
da região administrativa de Ilha de França. A cidade se situa em um dos meandros do Sena, no
centro da bacia parisiense, entre os confluentes do Marne e do Sena rio acima, e do Oise e do
Sena rio abaixo. Como a antiga capital de um império estendido pelos cinco continentes, é,
hoje, a capital do mundo francófono.
Paris tem um clima de tipo oceânico de transição: a influência oceânica é preponderante
sobre a influência continental e se traduz em verões relativamente frios e invernos amenos. Há
chuvas frequentes em todas as estações e um tempo difícil de prever, mas a influência
continental faz com que as chuvas sejam bem mais fracas do que na costa, independentemente
das temperaturas, seja no coração do inverno ou no mais estafante verão. O desenvolvimento
urbano provoca uma alta da temperatura assim como uma baixa do número de dias encobertos.
A torre é o elemento mais visível de um plano urbano que visa reativar a área através da
mistura de usos (habitação, escritório, indústria e equipamentos), e faz parte da iniciativa de
tirar o medo de alturas de Paris.
Confrontada com o problema colocado pela cidade de Paris, e a necessidade de distribuir
um grande número de casas com o solo da cidade praticamente exaurido, junto com uma
tradicional rejeição dos parisienses à arranha-céus – associado com esses ‘projetos’
desenvolvidos nos anos 60-70 em uma periferia com um sentido urbano nulo - os arquitetos
criaram a estratégia para a aceitação da altura, criando um tecido nas plantas baixas que
trouxessem continuidade à paisagem urbana do pedestre.
Uma estratégia apropriada, necessária em Paris, para a criação de um ícone
contemporâneo que catalise as fantasias da vida em altura, e então gerar em torno dela um
tecido urbano denso e compacto. Estudando cuidadosamente a escala, o tamanho da proposta e
seus vínculos com o lugar, o resultado é atrativo para grandes grupos de investimentos
internacionais. Semelhante à concessão de uma rodovia, revertendo para o domínio público em
um período razoável de tempo e pagando, entretanto, a cidade para construir em torno dele,
incluindo uma grande parte da habitação social e equipamentos propostos.

39
Figura 29: Entorno Tour de la Chapelle
Fonte: revista a+t, serie hybrids

No nível urbano, as construções de uso misto tradicionalmente exigiam uma certa


autonomia e distância entre elas para alcançar uma articulação harmônica em um único
conjunto coerente, mas nas últimas décadas assistimos a uma mudança( em Dubai, Panamá,
Kuala Lumpur, Nova York, Amsterda ou Madrid ) pelo qual a construção de uma estrutura
singular estimula e promove conglomerados altamente urbanos nas suas proximidades,
resultando na transformaçao de porções completas da cidade em uma inimaginavel velocidade
há duas décadas. É nesta hipótese que se propõe desenvolver a área total da Porte de La
Chapelle, configurando um novo portal urbano. Para isso, a área total pode ser pensada em duas
hipóteses diferentes, considerando os limites administrativos da área municipal de Paris e
pensando na escala total da ação pretendida.
Seria uma conformação isotrópica de várias torres equivalentes em densidade e escala,
mas diferenciadas morfologicamente, de modo que o aspecto icônico seria especialmente
relevante. Eles podem ou não se juntar a alguns deles por corpos baixos que criam uma maior
continuidade do tecido urbano na altura do pedestre (e permitem que ele atravesse a periferia
em um contexto urbano).
Se levarmos o foco para a área de localização do proposto passeio Port La Chapelle para
o leste, vemos que ele é cercado a leste por uma área esportiva pré-existente, ao norte por uma
rodovia em vários níveis, ao sul por uma estrada urbana rápida e ao oeste ao longo do eixo
monumental Paris-Saint Denis, exigindo o conjunto de uma terra pública unitária e
diversificada, um acordo entre o lado sudoeste, que é planejado pavimentado e urbano, como
uma grande praça pública, e o nordeste, que é planejado paisagístico, com declives artificiais
que cobrem algumas partes cobertas do laço para estender as superfícies verdes e diminuem
aquelas do veículo privado. A estrutura da torre abrange os campos esportivos - o que

40
aconteceria, além de seu uso atual, as instalações esportivas do campus universitário A estrutura
da torre abrange os campos esportivos - o que aconteceria, além de seu uso atual, as instalações
esportivas do campus universitário. Tudo isso gira em torno de uma grande lâmina de água, útil
como um instrumento passivo de refrigeração de verão, mas também como um atenuador da
poluição sonora em pedestres. Com tudo isso, uma grande quadra é gerada com equipamentos
esportivos, áreas verdes, áreas pavimentadas, lojas, blocos residenciais ao sul, para fechar todo
o trajeto até o corredor da rua e, possivelmente, algum uso público atraente na parte superior da
torre permita que os parisienses vivam e se apropriem da torre como acontece nos grandes
monumentos da cidade.

Forma

Figura 30: Croquis iniciais


Fonte: revista a+t, serie hybrids

Composta por uma grande massa vertical formada por bandejas brancas abertas que
envolvem a cidade circundante em suas partes inferiores, para suavizar sua massa à medida que
a seção sobe para formando uma coroa baseada em torres curvas livres de diferentes alturas.
Dotada de um caráter ambíguo, algo entre uma estrutura arquitetônica monumental (com um
esquema de composição referenciado tanto pelas catedrais góticas quanto pela tipologia dos
apartamentos das torres gêmeas ao redor do Central Park), e características geográficas naturais,
como um penhasco erodido pelo vento, um elemento natural composto justamente pela ação do
ar, da água, da terra e da energia solar, agora entendidos como materiais de construção de um
novo modo de viver.

41
Figura 31: Forma volumétrica
Fonte: http://www.evolo.us/the-tour-de-la-port-chapelle-is-a-new-skyscraper-for-paris-abalos-sentkiewicz/
Acesso:27/05/2019

O conjunto, embora seja um convite a viver positivamente a densidade e altura


metropolitanas, e apesar de legível como ícone de grande singularidade na paisagem
metropolitana, é também uma peça arquitetônica ajustada em sua escala (tamanho e altura)
ajustado para aquelas empresas internacionais de investimentos que estão construindo
globalmente, tanto na Europa (em Madri e Amsterdã) quanto na Ásia, América e países árabes
- portanto, não é apenas "viável", mas adaptada às atuais formas de investimento imobiliário –
Uma das razões para esta adaptação é que o programa, estrutura, sistemas construtivos e
transporte vertical, encontram no ambiente de altura e superfície do protótipo desenvolvido para
a Porte de La Chapelle um equilíbrio entre o desenvolvimento tecnológico e o investimento
econômico derivado da otimização e escala atualmente alcançável em ambos os campos.

Figura 32: 3d
Fonte: http://www.evolo.us/the-tour-de-la-port-chapelle-is-a-new-skyscraper-for-paris-abalos-sentkiewicz/
Acesso:27/05/2019

Função
Regenerar todo o tecido em torno do tamanho da capela requer, sem dúvida um gesto
catalisador, um ícone com poder de modificar o modo de ser percebido o lugar, mas também
requer um programa dinâmico que o projeto baseia na criação de um grande Centro

42
Internacional Jovem, cultural e comercial, praticamente ativo 24 horas por dia, com base na
criação de um campus universitário (público e privado), mas também no conjunto equipamentos
associados, estudados para criar o efeito máximo, para constituir uma verdadeira referência no
mapa da juventude de uso da cidade, aproveitando sua grande acessibilidade nos transportes
públicos.
A transformação dos atuais campos do futebol em um Centro Multisporto, melhor
equipado e mais variado que o atual, e um Centro de Música Contemporânea que compartilha
infraestrutura em fusos horários diferenciados, a criação de programas comerciais-culturais
associados ao campus - redesenhado modelos com ambição Fnac ou Ideastore em Londres -
fornecimento de espaços polivalentes para eventos internacionais (festivais cibernético, aviões
modelo, competições interiores, etc.) em conjunto com residenciais estudantis e outras
instalações significando um efeito transformador que só pode ser promovido por uma estrutura
de uso misto com sua capacidade de concentração e absorção de atividade urbana.
O uso da tipologia de uso misto inclui programas culturais - um campus universitário -
comerciais, escritórios, residência de estudantes e casas ou lofts, em relação aos diferentes
espaços públicos, pavimentados e paisagísticos, de todo o bloco. Os usos, como é recorrente
nesta tipologia, são ordenados como um gradiente vertical de privacidade, de modo que a
residência está localizada no topo, enquanto as atividades comerciais e culturais o fazem estão
ao longo do nível da rua, duplicadas e triplicadas pela forma expansiva e em terraços nos quais
seguem até entrar em contato com o chão. Dessa forma a melhor eficiência e as melhores
condições de vida são obtidos para os moradores, que apreciam a vista, a privacidade e a
qualidade do meio ambiente.

Figura 33: acessos


Fonte: revista a+t, serie hybrids, editado pela autora.

43
Figura 34: zoneamento corte
Fonte: revista a+t, serie hybrids, editado pela autora.

Figura 35: zoneamento plantas baixas


Fonte: revista a+t, serie hybrids, editado pela autora.

44
Figura 36: zoneamento térreo
Fonte: revista a+t, serie hybrids, editado pela autora.

Figura 37: zoneamento plantas tipo: escritório, residência estudantil e lofts


Fonte: revista a+t, serie hybrids, editado pela autora.

Estrutura
A construção Porte de La Chapelle possui uma estrutura de uso misto O benefício da
construção mista industrializada está na combinação de materiais que permitem o
compensamento entre um material e outro. Esse tipo de construção pode prover economia,

45
rapidez, flexibilidade, alta qualidade e uma estética agradável, com uma obra mais
diversificada. Como vantagens oferecidas pelos sistemas construtivos mistos, podem ser
citadas: redução na concretagem local, redução de formas, redução de armadura passiva (lajes
protendidas), redução de proteção contra incêndio, e maior velocidade construtiva.

Materialidade
Entre os materiais presentes no edifício, está o concreto armado na estrutura. Vidro nas
vedações externas e aço nos anéis metálicos que percorrem todo o edifício.

Sustentabilidade
O La Tour de La Chapelle, além de permitir uma otimização espacial, técnica e
financeira, favorece a sustentabilidade e o equilíbrio energético do todo, por meio do acúmulo
de diferentes estratégias simultâneas. A primeira é a redução drástica da demanda de energia
do edifício pelo agrupamento de espaços com diferentes usos, e a energia complementar exige
o projeto de um anel de troca de energia onde os espaços que produzem frio produzem o calor
residual que geram, que é usado como fonte de calor através de espaços que precisam de
aquecimento. Desta forma, recupera-se uma parte importante da energia, que de outra forma
seria transferida para o meio ambiente, evitando-se contribuir para o efeito da Ilha de Calor que
a região metropolitana de Paris sofre.
Da mesma forma, os usos geradores de calor minimizam suas trocas com o exterior,
maximizando sua compactação enquanto os usos exigentes abrem para o exterior em busca de
luz natural, calor e ventilação.

46
Figura 38: áreas verdes
Fonte: revista a+t, serie hybrids, editado pela autora.

A construção é orientada na direção dos ventos predominantes de Paris, tanto para


otimizar o comportamento estrutural (oferecendo resistência mínima à pressão do vento,
também a geometria circular, o centro de gravidade baixo e os diferentes períodos de oscilação
alcançados pela seção escalonada), como para aumentar a ventilação laminar natural de todas
as suas superfícies. A desintegração da torre em quatro volumes multiplica a superfície exposta
ao vento, que em altitudes elevadas possui maior velocidade e menor temperatura, o que otimiza
a ventilação natural cruzada e, portanto, reduz as demandas de refrigeração.
Nos andares inferiores, onde a temperatura exterior, a poluição ambiental, o ruído, etc.
Não permitem uma estratégia de ventilação natural eficiente, um sistema de bandejas permite a
abertura para os jardins do terraço sul que também estendem a paisagem exterior ao interior,
são eficazes para regular a temperatura e humidade e, assim, atenuar as condições climatéricas
adversas, a colocação as zonas de salas de aula, oficinas e escritórios mais pertos da zona de
conforto. Esses terraços agem como pulmões frios, sombreados e com vegetação que servem
como acumuladores do frio gerado pela evaporação direta, para o resfriamento passivo.
Estas estratégias são complementadas com outras na integração de diferentes fontes
renováveis de energia para fornecimento elétrico: painéis fotovoltaicos ou integrados no recinto
– fachada e topo - e até pequenas turbinas de vento para consumo no local permitindo imaginar
um desenvolvimento técnico exemplar de ponto de vista da gestão integral da energia.
A proposta também inclui alguns aspectos da gestão da terra e da água. A criação de um
ambiente paisagístico interior e exterior, a recolha e reutilização de águas pluviais e cinzentas

47
(Chuva para uma superfície de água no espaço público e água cinza para a rega de plantas)
apoiam uma estratégia global de construção sustentável. De fato, a própria constituição do
edifício como uma unidade vertical, densa e compacta, de usos múltiplos, ligada a sistemas de
transportes públicos, permite a garantia de que este é um modelo de desenvolvimento para a
cidade em escala urbana, altamente sustentável e exemplar em sua autossuficiência entre os
diferentes modelos atualmente em experimentação.

5.2.3 LINKED HYBRID

Figura 39: Programa


Fonte: revista a+t, serie hybrids, editado pela autora.

Figura 40: Linked Hybrid


Fonte: https://www.archdaily.com/34302/linked-hybrid-steven-holl-architects
Acesso:30/05/2019

48
Ficha técnica
 Arquitetos: Steven Holl Architects
 Localização: Beijing, China
 Área: 220000.0 m2
 Ano do projeto: 2009

A força da implantação
Pequim com mais de 17,4 milhões de habitantes cuja necessidade urgente de moradia
devido as altas densidades populacionais, exacerbada por uma economia em expansão e
deslocamento populacional. Consequentemente possui uma crescente classe média disposta a
mudar suas casas da era Mao por novos departamentos, na última década em toda a vizinhança
de casas baixas, casas com pátios em ruas e becos antigos conhecido como hutong, deram lugar
a novos blocos de habitação, sozinhos ou em grupos fechados que mudaram a maioria das
famílias de renda média, com os meios financeiros limitados fabricantes chineses ou
estrangeiros para restaurar ou modernizar o pátio de caixas antigas.

Figura 41: Entorno


Fonte: revista a+t, serie hybrids

O resort está localizado ao longo do perímetro da antiga cidade de Pequim, no sopé do


segundo anel viário de Pequim, a cidade tem agora seis e 15 minutos a pé de uma estação de
metrô. Entre o final dos anos 50 e 60 Mao Zedong área destinada para uso industrial, de modo
que a construção deste moderno edifício verde não teve que derrubar qualquer casa, apenas uma
fábrica. "Eu não trabalharia em um projeto que exige que as pessoas sejam transferidas", disse
Holl.
O complexo híbrido Linked Hybrid com uma área de 220.000 metros quadrados de
complexo habitacional é composto por oito torres ligadas por oito pontes e também hospedando
uma variedade de serviços públicos. Localizado adjacente ao local da antiga muralha da cidade

49
de Pequim, visa contrariar os atuais desenvolvimentos urbanos na China, criando um novo
espaço urbano poroso do século XXI, convidativo e aberto ao público de todos os lados. Espaço
público urbano cinematográfico; em torno, através de e através de camadas espaciais
multifacetadas, bem como as muitas passagens através do projeto, fazem do Linked Hybrid
uma "cidade aberta dentro de uma cidade".

Forma
Seu conceito é o híbrido interligado como uma “cidade dentro de uma cidade” e diz que
representa “uma mudança de valor” no projeto de prédios altos. "Isso não é ser alto", diz Holl,
"é sobre ser sustentável e fazer conexões com o contexto urbano".
Atualmente, a cidade cresce com base em objetos de construção isolados. Pelo contrário,
este projeto visa criar uma cidade capaz de atender às necessidades de seus habitantes. Nas
torres, a variedade de tipos de habitação serve para romper com a padronização tradicional da
habitação na China.
Sua forma consiste em 8 torres, que possuem subtrações e adições, interligadas no 20º
andar, por um anel (uma ponte). E no centro possui uma praça, junto com 2 volumes, um deles
uma torre cilíndrica que está conectada a ponte, e outra em um formato orgânico em uma altura
mais baixa.
Sua proposta consiste em trazer melhoras para o atual desenvolvimento urbano da
China, o projeto promove relações interativas e estimula encontros nos espaços públicos que
variam de comerciais, residenciais e educacionais a recreativos. Todo o complexo é um espaço
urbano tridimensional em que os edifícios no solo, sob o solo e sobre o solo são fundidos.

Figura 42: Esquema espaço e bairros


Fonte: revista a+t, serie hybrids, editado pela autora.

50
Figura 43: Croquis
Fonte: https://archello.com/project/linked-hybrid
Acesso:30/05/2019

Função

Figura 44: implantação


Fonte: revista a+t, serie hybrids, editado pela autora.

Para combater as tendências atuais de desenvolvimento urbano na China, o resort cria


um novo modelo de espaço urbano, abrindo e convidando o público de todos os ângulos. Todo
o complexo é um espaço urbano em três dimensões em que ambos os edifícios estão no porão,
ao nível do solo ou sobre ele, eles se fundem e se fundem em um só corpo.
Uma bandeja comercial e de lazer une os oito blocos a uma curta distância da paisagem
horizontal da antiga Pequim. A ideia tradicional de um complexo residencial autossuficiente é
enriquecida com usos cívicos programados não apenas no nível da rua. Enquanto isso, no nível
da rua, o animado programa cultural é acompanhado por uma complexa rede de espaços
públicos e subterrâneos, um sistema de bombeamento obtém a água necessária para
aquecimento e resfriamento do subsolo.

51
Figura 45: circulação e fluxos
Fonte: revista a+t, serie hybrids, editado pela autora.

O nível do solo oferece uma série de passagens abertas para todas as pessoas (residentes
e visitantes) percorrerem. Essas passagens garantem um micro-urbanismo de pequena escala.
As pessoas também têm acesso à biblioteca principal, que é uma paisagem com terraço de salas
de leitura, ótimas coleções e um centro de conferências. No nível intermediário dos prédios
mais baixos, os jardins públicos dos telhados oferecem espaços verdes tranquilos e, no topo das
oito torres residenciais, os jardins privados estão conectados às coberturas. Todas as funções
públicas no nível do solo - incluindo um restaurante, hotel, escola Montessori, jardim de
infância e cinema - têm conexões com os espaços verdes que cercam e penetram o projeto. O
elevador desloca-se como um "salto" para outra série de passagens em níveis mais altos. Do 12º
ao 18º andar, uma série multifuncional de passarelas com piscina, sala de ginástica, café,
galeria, auditório e mini-salão conectam as oito torres residenciais e a torre do hotel, e oferecem
vistas espetaculares da cidade
Programaticamente, esse loop aspira a ser semelhante a uma semi-rede, em vez de
simplificar linearmente. Esperamos que o sky-loop público e o loop-base gerem constantemente
relacionamentos aleatórios. Eles funcionarão como condensadores sociais, resultando em uma
experiência especial da vida da cidade para residentes e visitantes.
As habitações coletivas na China têm sido tradicionalmente altamente padronizadas e
repetitivas. O projeto, no entanto, investiga a individualização da vida urbana e, para isso, é
oferecida uma ampla gama de tipologias habitacionais. Cada apartamento desfruta de dupla

52
exposição e respeita os princípios do Feng-Shui. Quatro apartamentos ocupam cada andar,
então cada unidade é instalada em seu próprio quadrante e tem vistas em duas direções.
(Unidades típicas variam em tamanho de 74 a 150 m²) e um a três quartos. A ausência de
colunas em seu ambiente permite vários usos
Lá fora, foi criado um parque semi-público composto por cinco colinas temáticas. Ele
foi projetado como uma combinação de pedestres orientada do espaço público e privado, que
incentiva o uso de recursos compartilhados e reduz a necessidade de modos de desperdício de
trânsito.

Figura 46: zoneamento cortes


Fonte: revista a+t, serie hybrids, editado pela autora.

Figura 47: zoneamento cortes


Fonte: revista a+t, serie hybrids, editado pela autora.

53
Figura 48: zoneamento cortes
Fonte: revista a+t, serie hybrids, editado pela autora.

Figura 49: zoneamento planta baixa


Fonte: revista a+t, serie hybrids, editado pela autora.

Esta “cidade dentro de uma cidade”, com numerosas ruas ao redor, acima e através de
múltiplas camadas espaciais, é um dos seus principais objetivos, o conceito de “espaço público
dentro de um ambiente urbano, e pode apoiar todas as atividades e programas para o dia a dia
de mais de 2500 pessoas.

Estrutura
Em colaboração com engenheiros estruturais e a Academia Chinesa de Pesquisa de
Edifícios, a equipe de Holl criou as oito torres exoesqueladas hormonais que permitem eliminar
colunas internas nos apartamentos. Como resultado, o envelope do edifício é a estrutura, um

54
esquema que os projetistas expressaram em linhas diagonais que refletem “as forças sísmicas”
nas fachadas.

Materialidade
O emblemático ícone do projeto, as pontes de vidro e aço, que variam em comprimentos
entre 20 e 60 metros, foram montados no chão e então colocados em posição. Essas pontes
foram montadas em grandes mancais que conectam as torres e permitem que elas se movam
independentemente durante um terremoto.
As saliências dos apartamentos localizados na parte superior das cinco torres são de aço
e como tem feito em outros projetos, Holl introduziu cor nas cornijas de janelas e nas bases das
pontes elementos vigas e membranas usadas em cores policromáticas como templos budistas
que usa o I-Ching para determinar o padrão. Para enfatizar as cores foram utilizados o haleto
de metal MaxiWoody 150W com diferentes tipos de ótica, Super Spot, Spot e Flood.

Sustentabilidade
Os poços geotérmicos (660 a 100 metros de profundidade) fornecem ao Linked Hybrid
resfriamento no verão e aquecimento no inverno, e 5.600 quilowatts-hora de energia
anualmente no verão e 3.700 quilowatts-hora no inverno, o suficiente para lidar com o
aquecimento e resfriamento mais complexos, distribuídos pelas placas de concreto dos
departamentos e fazem dele um dos maiores projetos residenciais verdes do mundo (visando a
classificação LEED Gold).

Figura 50: poços geotérmicos


Fonte: revista a+t, serie hybrids, editado pela autora.

O sistema consiste de 655 poços geotérmicos, a 100 metros abaixo da fundação do


porão. Os poços subterrâneos tomaram o lugar do espaço acima do solo normalmente necessário

55
para as torres de resfriamento, aumentando as áreas verdes disponíveis, minimizando a poluição
sonora e reduzindo significativamente as emissões de CO2 criadas por métodos de aquecimento
/ arrefecimento tradicionais.
Faz uso de uma técnica chamada de ventilação de deslocamento, em que o ar que está
ligeiramente abaixo da temperatura desejada no quarto é libertado a partir do piso. O ar mais
frio desloca o ar quente, fazendo-a ser lançado a partir do quarto, resultando em um espaço
global de frio e um ambiente fresco para respirar.
Um sistema de canalização recicla águas residuais para irrigação de áreas verdes,
enquanto o grande espelho refletor central funciona como uma lagoa de retenção. Com a água
se tornando um bem cada vez mais precioso em Pequim, o objetivo do Linked Hybrid é reduzir
em 41% o consumo de água potável

56
CONCLUSÕES
Este trabalho, tanto em sua parte teórica como o exercício de projeto proposto gerou
uma reflexão sobre o modelo de cidade e de arquitetura que vem sendo produzida desde o início
do século XX até os dias atuais e o modelo de cidade ideal, que ainda não é tangível, porém, já
podemos identificar em alguns planos de urbanização certos aspectos característicos da
metrópole contemporânea e sustentável do século XXI.
Os problemas e principais questões pertinentes a cidade contemporânea podem ser
constatados tanto nas cidades mundo afora, como cidades medias, com destaque para Santa
Maria, o foco do estudo da pesquisa desenvolvida.
Por isso, com o desenvolvimento da pesquisa teórica e execução do projeto de
arquitetura, pude concluir que os edifícios híbridos podem ser parte da solução das questões
urbanas da cidade contemporânea e também de Santa Maria, por concentrar, em uma edificação,
os aspectos que caracterizam a Cidade Compacta, e que trazem grandes vantagens sociais e
urbanas, o incentivo a vitalidade das ruas e espaços públicos da cidade, além de contribuir para
um melhor relacionamento entre espaço urbano e edificação propriamente dita, pois um edifício
hibrido só é efetivo se a cidade participar de suas atividades, adentrando seu interior e abrindo
espaço para a dinâmica, a vivacidade e a espontaneidade, consequentes da variedade de usos e
pessoas atraídos por esse tipo de arquitetura.
No entanto, é importante observar que esse tipo de arquitetura será bem-sucedida apenas
de acessíveis a uma variedade de classes sociais, pois, ao contrário do que se acredita, é a
variedade de pessoas, e não a de usos, que promove a dinamização e recuperação de uma área
degradada ou de potencial urbano subaproveitado.
O processo projetual desse edifício hibrido busca a compreensão e entendimento das
teorias aqui estudadas e sua aplicação, mostrando que os espaços de um edifício podem ser
adaptados e utilizados para os mais diversos usos conforme a necessidade de cada usuário e ao
tempo.
Por isso, o importante aspecto desse projeto é o entendimento do espaço individual para o
coletivo através de uma edificação dinâmica que produz espaços que possuem identidade com
seus usuários. É essa relação ambiente-comportamento que serviu como diretriz de projeto,
onde os espaços de transição têm o intuito de dar suporte a uma diversidade de situações,
eventos e culturas, valorizando a importância de um gradiente público-privado numa riqueza
de espaços capazes de promover a identidade das pessoas com o lugar, nas diferentes escalas
de intervenção.

57
6. REFERÊNCIAS

6.1 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


ASCHER, François – Novos Princípios do Urbanismo – Novos Compromissos Urbanos.
Livros Horizonte, 2010.
BENEVOLO, Leonardo – As Origens da Urbanística Moderna, (1963), Lisboa, Presença,
1981.
BURKE, Peter. Hibridismo Cultural. São Leopoldo: Editora UNISINOS,2003.
CORBUSIER, Le. Análisis de la forma. Barcelona: Gustavo Gili, 1985.
CHING, F. D. K. Dicionário Visual de Arquitetura. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
DEDOUX, Claude – Nicolas – L’Architecture considerée sous le Rapport de l’Art, dês
Moeurs et la Légistion, (1804).
GOITIA, F.C. Breve História do Urbanismo Lisboa, Editorial Presença, 1992.
HABRAKEN, N.J; MIGNUCCI, A. Soportes: vivienda y ciudad. Instituto de Arquitectura
Tropical. Editorial on line. 2010.
HAROUEL, J.L. História do Urbanismo. Campinas, Papirus, 1990.
HOLL, Steven; FENTON, Joseph – Hybrid Buildings, Pamplet Architecture 11, 1984
IBELINGS, Hans – supermodernismo – Arquitectura em la era de la Globalización. Editorial
Gustavo Gili, S.A, Barcelona, 1998.
KOOLHAAS, Rem. Nova York delirante. Um manifesto retroativo para Manhattan.
Coleção Face Norte, São Paulo, Cosac Naify, 2008.
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