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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

Maria Silva, brasileira, representante comercial, portadora do CPF nº...,


residente e domiciliada na Rua das Palmas, Centro, Vitória, ES, CEP: 29.200-200,
email: maria@m.com.br, vem, respeitosamente, à elevada presença de Vossa
Excelência, por intermédio do advogado abaixo assinado, interpor

AGRAVO DE INSTRUMENTO COM PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO,

com base no artigo 1.015, parágrafo único, do CPC, por não se conformar com a
respeitável decisão proferida na Ação de Execução ajuizada contra ela por João da
Silva, brasileiro, solteiro, empresário, portador do CPF nº..., residente e domiciliado
na Rua Queixote, 8, Centro, Vila Velha, ES, CEP: 29.100-000, email:
joao@h.com.br, pelos fundamentos constantes nas razões em anexo.

A recorrente informa que realizou o recolhimento do valor relativo ao


preparo e porte de remessa e retorno atendendo o disposto no artigo 1.007 do CPC.

A agravante esclarece que este recurso é tempestivo, sendo


protocolizado no prazo a que faz alusão o artigo 1.003, p. 5º, do CPC. A data final
para interposição do recurso é a do dia 27/06/2016.

Para os fins do disposto no artigo 1.016, IV, CPC, a Recorrente informa


que os advogados das partes são os seguintes: a) pela Agravante, o Dr...., inscrito
na OAB sob o nº 0002, com escritório na Rua Santos, nº 15, Centro Vitória; b) pelo
Agravado, o Dr Mário Pedrosa, inscrito na OAB/ES sob o número 001, com escritório
profissional situado na Rua Pedro Palácios, nº 15, Centro, Vitória.

Na forma do art. 1.017, I, CPC, a Agravante aduz que coligiu ao


reboque do recurso cópia dos seguintes documentos: 1) petição inicial; 2) petição
que deu origem à decisão recorrida; 3) decisão agravada; 4) certidão da intimação
da decisão recorrida; 5) procurações outorgadas aos advogados das partes.
A Agravante declara na forma do artigo 1.017, II, CPC, que não há
contestação na fase do cumprimento de sentença.

Nestes termos, pede deferimento.

Local..., 27/06/16.

Nome do advogado

Número de inscrição na OAB

RAZÕES RECURSAIS

AGRAVANTE: Maria Silva

AGRAVADO: João da Silva

VARA DE ORIGEM: Terceira Vara Cível De Vitória – Comarca da Capital

Autos do Processo de nº: 0000000-01.2015.0.00.0000

Egrégio Tribunal de Justiça

Colenda Câmara Cível

Eminente Desembargador Relator

1. SINTESE DA SEMANA

O agravante requereu o cumprimento de sentença em desfavor de


Maria Silva para recebimento da importância de R$50.000,00 (cinquenta mil reais).

Após regular intimação da executada para realizar o pagamento, a


devedora se manteve inerte, tendo o credor requerido diversas medidas judiciais e
extrajudiciais para localização de bens, todas infrutíferas.
Diante disso, o advogado de João da Silva requereu a realização de
penhora online pelo sistema BACENJUD, sendo o aludido requerimento indeferido
pelo juízo a quo, sob o argumento de que tal medida judicial somente pode ser
adotada em execução fiscal.

2. RAZÕES DO INCONFORMISMO

2.1. AUSÊNCIA DE CITAÇÃO DA EXECUTADA – ORA AGRAVANTE

Verifica-se dos autos a inexistência de citação da Executada, ora


Agravante, para manifestar-se a respeito das alegações e dos pedidos formulados
pela parte Exequente.

Ora, a ausência de citação configura violação expressa ao art. 829


CPC, que prevê a citação em consonante com o princípio do contraditório,
respeitando o Devido Processo Legal.

Requer portanto a decretação de nulidade das decisões que advieram


após a falta da citação, por ser medida de mais inteira justiça.

2.2 DETERMINAÇÃO DA PENHORA DE BEM DE FAMÍLIA

O bem introduzido aos autos e sobre o qual foi expedido mandado de


desocupação é um bem de família, nos moldes do art. 1º da Lei 8.009/90, condição
que atribui a ele a impenhorabilidade, senão vejamos:

Art. 1º O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é


impenhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial,
fiscal, previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos cônjuges ou
pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam, salvo nas
hipóteses previstas nesta lei.

A determinação da penhora do bem e a expedição do mandado de


desocupação expedido configuram violação séria a tal instituto, qual seja o do bem
de família, coberto pela impenhorabilidade, e tais decisões precisam ser anuladas.
3. PRESENÇA DOS REQUISITOS PARA ATRIBUIÇÃO DO EFEITO SUSPENSIVO
AO RECURSO

A Agravante requer a atribuição de efeito suspensivo ao recurso, no


sentido de suspender o disposto no mandado de desocupação expedido contra ela,
a julgar presentes os requisitos legais para sua concessão, quais sejam a
probabilidade do direito, evidenciada pelo conjunto probatório já articulado em autos,
e o Periculum in mora, vez que demonstra-se extremamente necessário para a
manutenção de sua dignidade que não seja despejada daquele que é bem impróprio
para a penhora, indevidamente utilizado neste processo.

Assim prevê o artigo 1.019, I, CPC:

Art. 1.019. Recebido o agravo de instrumento no tribunal e distribuído


imediatamente, se não for o caso de aplicação do art. 932, incisos III e IV , o
relator, no prazo de 5 (cinco) dias:

I - poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso ou deferir, em antecipação


de tutela, total ou parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao juiz
sua decisão;

4. REQUERIMENTOS

Antes o exposto, requer a V Excelência:

4.1. A atribuição de efeito suspensivo ao recurso a fim de ser recolhido


o mandado de desocupação que foi expedido;

4.2. A intimação da parte Agravada para, querendo, apresentar


contrarrazões ao recurso; e

4.3. Que o recurso seja inteiramente conhecido e provido para reformar


a decisão recorrida.

Nestes termos, pede deferimento.

Local..., 27/06/2016

Nome do advogado

Número de inscrição na OAB

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