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Operadores lineares
T (αx + βy) = αT x + βT y.
99
• R(T ) denota o conjunto das imagens de T e
Operador integração Seja X = C([0, 1]) o espaço vectorial das funções reais
contínuas definidas em [0, 1]. Definimos
! t
T : C([0, 1]) −→ C([0, 1]), x &→ (T x)(t) := x(s)ds.
0
100
Operador matriz Consideremos uma matriz real n × m A = (ai j ) i=1,...,n . Então
j=1,...,m
podemos definir um operador T como
T : Rm −→ Rn , x &→ T x := Ax.
É claro que T é linear porque a multiplicação por uma matriz é uma opera-
ção linear. Se T x = y = (y1 , . . . , yn ) e x = (x1 , . . . , xm ), então temos
y1 a11 a12 . . . a1m x1
y2 a21 a22 . . . a2m x2
.. = .. .. . .
. . . . . . .. ..
yn an1 an2 . . . anm xm
onde
(
n
yi = ai j x j , i = 1, . . . m.
j=1
101
Exercícios
Exercício 4.1 Mostre o Teorema 4.3.
T 1 (x, y) := (x, 0)
T 2 (x, y) := (y, x)
T 2 (x, y) := (αx, αy), α ∈ R.
|T x| ≤ M|x|. (4.1)
102
assim, este supremo é a constante mais pequena tal que (4.1) se verifica. Esta
constante é denotada por *T * e é chamada norma de T , isto é,
|T x|
*T * = sup
x∈D(T )\{0} |x|
103
A interpretação geométrica do número *T * é a seguinte: *T * é o supremo da
deformação dos vectores x ∈ D(T ) tais que |x| = 1 pela acção de T .
e então
|(T xn )(t)|
= n max{|tn−1 | t ∈ [0, 1]} = n.
|xn |
Assim, não existe M tal que para todos n ∈ N tenhamos
|(T xn )(t)|
≤M
|xn |
logo T não é limitado.
104
é limitado e *T * = 1. De facto, por um lado temos
))! t ))
)) )
|T x| = max |(T x)(t)| = max ) x(s)ds))
t∈[0,1] t∈[0,1] ) 0 )
! t ! t
≤ max |x(s)|ds ≤ max max |x(s)|ds
t∈[0,1] 0 t∈[0,1] 0 s∈[0,1]
! t
= max |x(s)| max ds = max |x(s)| max t
s∈[0,1] t∈[0,1] 0 s∈[0,1] t∈[0,1]
= max |x(s)| = |x|.
s∈[0,1]
pelo que passando ao supremo em ambos os lados sobre todos x ∈ C([0, 1])
com |x| = 1 obtemos
*T * ≤ 1.
Mas para x0 (t) = 1 temos |x0 | = 1, x0 ∈ C([0, 1]) e
|T x0 |
= max |(T x0 )(t)| = max |t| = 1.
|x0 | t∈[0,1] t∈[0,1]
Como
|T x0 |
*T * ≥ = 1,
|x0 |
então resulta *T * = 1.
105
Operador matriz Dada uma matriz real A = (ai j ) i=1,...,n e o operador
j=1,...,m
T : Rm −→ Rn , x &→ T x = Ax,
logo
m 2
(
n (
n (
|y|2 = |yi |2 = ai j x j .
i=1 i=1 j=1
e, assim
(
n (
m
2 2 2 2
|T x| ≤ M |x| , M = a2i j ,
i=1 j=1
106
logo
! 1 ! 1
|T x| = max |(T x)(t)| ≤ max |K(t, s)x(s)|ds ≤ |x| max |K(t, s)|ds.
t∈[0,1] t∈[0,1] 0 t∈[0,1] 0
Teorema 4.7 Seja X um espaço normado de dimensão finita. Então todo o ope-
rador linear em X é limitado.
Prova. Seja {e1 , . . . , en } uma base em X de tal forma que se x ∈ X temos
(
n
x= xi ei .
i=1
107
Definição 4.8 (Operador contínuo) Sejam X, Y espaços normados e T : D(T ) ⊂
X −→ Y um operador linear dado. Então T é contínuo em x 0 ∈ D(T ) se para
qualquer ε > 0 existe δ > 0 tal que
∀x ∈ D(T ) |x − x0 | ≤ δ =⇒ |T x − T x0 | < ε.
1. T é contínuo se e só se T é limitado.
Prova. O caso T = 0 não tem interesse. Assim, supomos que T ! 0 pelo que
*T * ! 0.
1. Condição suficiente. Suponhamos que T é limitado com vista a mostrar que
T é contínuo. Seja ε > 0 dado e x0 ∈ D(T ) um elemento arbitrário. Escolhendo
δ = *Tε * e para qualquer x ∈ D(T ) tal que
|x − x0 | ≤ δ
temos
|T x − T x0 | = |T (x − x0 )| ≤ *T * |x − x0 | < *T * δ = ε.
Logo T é contínuo em x0 ; da arbitrariedade de x0 ∈ D(T ) resulta que T é contínuo.
Condição necessária. Suponhamos agora que T é contínuo com vista a mostrar
que T é limitado. Assim, para qualquer x0 ∈ D(T ) e qualquer ε > 0 existe δ > 0 e
para todo os x ∈ D(T ) com |x − x0 | < δ temos
|T x − T x0 | < ε.
108
ou ainda
|T y| ε
< .
|y| δ
Passando ao supremo em ambos os lados sobre todos os y ∈ D(T ) tal que |y| = 1
obtemos *T * < εδ , isto é, T é limitado.
1. Se (xn )∞
n=1 ⊂ D(T ) é uma sucessão tal que xn −→ x, n → ∞ e x ∈ D(T ),
então T xn −→ T x.
2. Seja x ∈ N(T ) dado com vista a mostrar que x ∈ N(T ). Assim, existe uma
sucessão (xn )∞
n=1 ⊂ N(T ) tal que xn −→ x, n → ∞. Pela alínea anterior temos
T xn −→ T x. Como para cada n ∈ N temos T xn = 0, então T x = 0, logo x ∈ N(T ).
109
Teorema 4.12 (Extensão linear limitada) Seja T : D(T ) ⊂ X −→ Y um ope-
rador linear limitado, sendo X um espaço normado e Y um espaço de Banach.
Então T admite uma extensão T̃ : D(T ) −→ Y, onde T̃ é linear limitado com
77 77
7T̃ 7 = *T * .
|T xn − T xm | = |T (xn − xm )| ≤ *T * |xn − xm |
logo as sucessões (T xn )∞ ∞
n=1 e (T zn )n=1 têm o mesmo limite. Isto mostra que T̃ está
bem definido.
3. Norma de T̃ . Temos
|T xn | ≤ *T * |xn |
pelo que passando ao limite n → ∞, usando a continuidade da norma, obtemos
|T̃ x| ≤ *T * |x|.
7 7
Passando ao supremo sobre todos os x ∈ D(T ) tais que |x| = 1 obtemos 77T̃ 77 ≤ *T *.
Por outro lado, é claro que
77 77
7T̃ 7 = sup{|T̃ x|, x ∈ D(T ), |x| = 1} ≥ sup{|T x|, x ∈ D(T ), |x| = 1} = *T * .
7 7
Assim, temos 77T̃ 77 = *T *.
110
Exercícios
Exercício 4.3 (Operador multiplicação por uma função) Considere o espaço nor-
mado das funções contínuas C([0, 1]) e a ∈ C([0, 1]) um elemento dado. Defini-
mos T por
3. Calcule a norma de T .
Calcule *T 1 * e *T 2 *.
111
αT : D(T ) −→ Y, x &→ (αT )x := αT x.
Com estas duas operações o conjunto B(X, Y) torna-se num espaço vectorial. O
elemento neutro para a adição é o operador nulo 0 do Exemplo 4.2. Por outro lado,
vimos no Lema 4.5 que a aplicação *·* possui as propriedades de uma norma, pelo
que o espaço vectorial B(X, Y) com esta norma *·* torna-se num espaço normado.
Mais interessante é saber quando é que B(X, Y) é um espaço de Banach, isto
é, um espaço normado completo. Surpreendentemente, a condição para que tal
possa acontecer não envolve X!
*T n − T m * < ε.
T n x −→ y = T x, n → ∞.
Definimos T como
T : X −→ Y, x &→ T x := y = lim T n x.
n→∞
|T n x − T x| ≤ ε|x|
112
de onde resulta *T n − T * ≤ ε, ou seja, T n − T é limitado. Finalmente, notamos que
T é a soma de dois operadores limitados, T = T n − (T n − T ) de onde resulta que T
é limitado porque B(X, Y) é um espaço vectorial. Temos ainda que
*T n − T * ≤ ε, ∀ε > 0, n > Nε ,
f : X −→ C, x &→ f (x).
2. Um funcional linear f diz-se limitado se existe M > 0 tal que para todos
x ∈ D( f ) temos
| f (x)| ≤ M|x|.
113
Norma Consideremos a aplicação
| · | : X −→ R, x &→ |x|.
Então | · | é um funcional não linear, pois em geral temos
|x + y| ! |x| + |y|.
Integral definido Seja X = C([0, 1]) o espaço normado das funções contínuas.
Definimos ! 1
f : C([0, 1]) −→ R, x &→ f (x) := x(t)dt.
0
Então f é um funcional linear limitado com norma * f * = 1. Que f é linear
é claro e pela monotonia do integral temos
! 1 ! 1
| f (x)| ≤ |x(t)|dt ≤ max |x(t)| dt = max |x(t)| = |x|.
0 t∈[0,1] 0 t∈[0,1]
114
Espaço %2 (C) Seja w ∈ %2 (C) uma sucessão fixa. Definimos um funcional f sobre
%2 (C) por
∞
(
2
f : % (C) −→ C, z &→ f (z) := (z, w)%2 (C) = zi w̄i ,
i=1
pelo que * f * = |w|%2 (C) . Vamos ver que a situação deste exemplo é típica
para espaços de Hilbert.
G x : X ∗ −→ K, f &→ G x ( f ) := f (x).
115
pelo que G x ∈ X ∗∗ . A aplicação C que a cada x ∈ X associa G x ∈ X ∗∗ é linear e
chama-se injecção canónica. Mais precisamente,
C : X −→ X ∗∗ , x &→ C(x) : X ∗ −→ K, C(x)( f ) := G x ( f ) := f (x)
é linear, pois
C(αx + βy)( f ) = Gαx+βy ( f ) = f (αx + βy) = α f (x) + β f (y)
= αG x ( f ) + βGy ( f ) = αC(x)( f ) + βC(x)( f )
= α(C(x) + C(y))( f ).
Se C for sobrejectiva, e assim bijectiva, então X diz-se reflexivo algébrico. No
caso de dim X < ∞, então X é reflexivo algébrico.
Mais importante na prática é o espaço dos funcionais lineares limitados.
116
Prova. Já vimos que * f * = |u| pelo que só falta determinar u de forma que (4.4)
seja verdadeiro. Se f = 0, então u = 0 e já está. Suponhamos que f ! 0 e por
conseguinte u ! 0. Por outro lado, para x ∈ N( f ) temos f (x) =(x, u) = 0 e então
u ⊥ N( f ). Como N( f ) é um subespaço fechado em H, cf. Corolário 4.10, então
pelo Teorema 3.17 H pode ser representado como
H = N( f ) ⊕ N( f )⊥ .
z := f (x)x0 − f (x0 )x
f (x0 ) f (x0 )
f (x) = (x, x0 ) = (x, u), u := x0
|x0 |2 |x0 |2
e, assim, a representação (4.4) esta mostrada.
Finalmente vamos mostrar que u é único. Se existir um outro u ! ∈ H tal que
|u − u! |2 = 0 ⇐⇒ u = u!
e, assim, u é único.
117
Exercícios
Exercício 4.6 Diga quais dos seguintes funcionais em C([0, 1]) são lineares limi-
tados. No caso de ser linear limitado calcule a sua norma.
! 1
f1 (x) := t1/2 x(t)dt,
0
* +
1
f2 (x) := x ,
2
! 1
f3 (x) := x(t) sin(t)dt,
0
! 1
f4 (x) := x(t2 )dt,
0
f5 (x) := max x(t).
t∈[0,1]
f1 (z) := z1 ,
(∞
zi
f2 (z) := ,
i=1
2i
(∞
zi
f3 (z) := .
i=1
i
118
Exercício 4.9 Mostre que o dual H ! de um espaço de Hilbert H é um espaço de
Hilbert com produto interno definido por
119