Você está na página 1de 2

Os quadrantes da vida

A espiral evolutiva, de Don Beck e Chris Cowan, estabelece uma correspondência


cromática para os graus de evolução. (Foto: Reprodução)
10 de dezembro de 2017 Colunistas, Lair Ribeiro

O ser humano está sempre em processo de evolução. A cada instante, um novo desafio o
impulsiona, forçando-o a buscar novas soluções, novos caminhos. Cada vez que obtém
êxito, o homem se fortalece, conquista novas habilidades e vai adquirindo consciência
sobre o processo de aprendizado e de transformação pessoal.

Verdadeiras transformações costumam ocorrer partir de uma insatisfação, de uma


necessidade não resolvida. O fracasso, na verdade, é uma alavanca para o sucesso. Na
história da evolução do homem, é fácil perceber essas alavancas, pois a partir de
necessidades como alimentação e abrigo e procriação, por exemplo, o homem pré-
histórico chegou ao que é hoje.

Ter consciência dos fatores externos e internos que influenciam o processo de


transformação é essencial para o sucesso de qualquer empreendimento. E para que haja
progresso, é preciso implementar ações em todas as áreas da vida, tendo sempre em
mente o equilíbrio, pois tudo é interligado. A vida é uma só. Não existe profissional sem
pessoal nem corpo sem mente, por exemplo.
A abordagem da vida em quatro áreas distintas, porém não separadas, foi apresentada
por Ken Wilber, filósofo norte-americanos e precursor dos Estudos Integrais. Nesse
estudo, as quatro áreas ou os Quadrantes são denominados: eu, nós, isto e istos. Eu
refere-se ao que está se passando dentro de você, seus pensamentos, suas impressões,
etc. Nós está relacionado ao seu corpo e cérebro, suas sensações, sua saúde etc. Isto
representa a cultura em que você está inserido e Istos reflete a sociedade em que você
vive.

Nessa jornada transformacional, a cada ciclo completado com êxito, há o despertar de


sua consciência e o homem passa a ter uma visão nova e mais abrangente da sua
realidade, passando para outro estágio de consciência.

Existem diferentes graus de avaliação da consciência. Clare W. Graves, professor de


Psicologia do Union College, em Nova York (EUA), descreveu o processo da evolução
do homem em um sistema que ficou conhecido como “modelo gravesiano”, do qual
Ken Wilber valeu-se para desenvolver seu estudo sobre os Quadrantes. Outros autores
também trabalharam com o modelo gravesiano. Don Beck e Chris Cowan, por exemplo,
estabeleceram uma correspondência cromática para os graus de evolução definidos por
Clare Graves e dispuseram as cores (cada uma representando um grau de evolução e de
consciência) em uma espiral, por ser a forma gráfica que melhor permite visualizar o
processo evolutivo.

Assim, a espiral evolutiva começa com o Bege, representando o nível primordial da


consciência humana; vai para o Roxo, que remete à vida em tribos; passa para o
Vermelho, marcando a impulsividade e a forte presença do ego; evolui para o Azul,
mostrando o espírito de sacrifício, obediência e retidão; e prossegue no Laranja, que
revela o gosto pelo poder, a competitividade e a autonomia. Em seguida, temos o Verde,
revelando necessidade de harmonia entre o homem e a natureza; o Amarelo, indicando
flexibilidade para agir diante de situações paradoxais; e o Turquesa, apontando para
indivíduos com um complexo grau cognitivo.

No mundo, convivem simultaneamente pessoas pertencentes a todos os graus da escala


cromática. Mendigos (Bege), índios ou tribos africanas (Roxo), ladrões ou assassinos
(Vermelho), operários ou camponeses (Azul), gerentes ou líderes (Laranja), agentes do
Greenpeace (Verde) e assim por diante — todos encontram-se em processo de evolução.

Comecei este artigo dizendo que o homem é um ser em evolução. Portanto, se você quer
não apenas acompanhar a sua espécie, mas se destacar, invista em seu crescimento,
avalie sua vida pessoal, social e profissional e surpreenda, fazendo a diferença no
mundo!

Você também pode gostar