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ANEXO 15

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NOTA TÉCNICA: Impactos previstos na arrecadação dos aumentos de alíquota em


operação com energia elétrica, na prestação de serviços de comunicação, em operação
com cerveja e chope e em operação com gasolina, conforme Lei Estadual nº
7.508/2016.

I. Introdução

Esta Nota Técnica tem como objetivo estimar os impactos nos cofres do Estado
do Rio de Janeiro em relação à edição da Lei Estadual nº 7.508, de 30 de dezembro de
2016, que alterou em seus artigos 1° e 2º as alíquotas em operação com energia elétrica,
na prestação de serviços de comunicação, em operação com cerveja e chope e em
operação com gasolina, conforme abaixo:

“Art. 1º Ficam alterados os incisos VI, VIII, XX e XXII do art. 14 da Lei nº 2.657, de 26
de dezembro de 1996, que passam a vigorar com a seguinte redação:
VI - em operação com energia elétrica:
a) 18% (dezoito por cento) até o consumo de 300 quilowatts/hora mensais;
b) 27% (vinte e sete por cento) quando acima do consumo estabelecido na alínea "a"
até o consumo de 450 quilowatts/hora mensais;
c) 28% (vinte e oito por cento) quando acima de 450 quilowatts/hora mensais;
d) 6% (seis por cento) quando utilizada no transporte público eletrificado de
passageiros.
(...)
VIII - na prestação de serviços de comunicação: 28% (vinte e oito por cento);
(...)
XXII - em operação com cerveja e chope: 18% (dezoito por cento);
(...)
Art. 2º Fica acrescido o inciso XXVII ao art. 14 da Lei nº 2.657, de 26 de dezembro de
1996, com a seguinte redação:
„XXVII - em operação com gasolina: 32% (trinta e dois por cento)”.

No que se refere à gestão tributária, é fundamental observar que o ICMS é o


tributo com maior representação na arrecadação fluminense e corresponde em média a
80% da receita tributária entre janeiro/2010 e junho/2017, conforme dados da tabela
abaixo expressos em R$ Milhões.
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Ano ICMS ITD IPVA IRRF Outros Total


2010 24.366,69 464,27 1.417,04 1.491,34 1.347,22 29.086,56
2011 27.314,53 418,20 1.547,15 1.708,47 1.567,39 32.555,74
2012 29.206,47 525,06 1.743,61 1.892,77 1.773,81 35.141,72
2013 33.483,29 639,45 1.891,75 2.576,54 2.021,35 40.612,37
2014 34.492,98 686,65 2.029,10 3.091,05 2.179,75 42.479,54
2015 35.001,49 849,91 2.299,82 2.988,13 2.275,32 43.414,67
2016 35.190,85 1.390,66 2.803,33 3.173,28 2.389,79 44.947,90
Média 31.293,76 710,60 1.961,68 2.417,37 1.936,37 38.319,79

Fonte: Sig/SiafeRio/SEFAZ

Quando analisada a evolução da arrecadação tributária do Estado do Rio de


Janeiro, conforme gráfico abaixo, nota-se que houve uma reversão na trajetória de
arrecadação do ICMS em 2014, após um crescimento real da arrecadação do tributo
entre 2010 e 2013. Desde 2014 a arrecadação tributária do Estado tem sofrido o impacto
da desaceleração da atividade econômica que atinge o país e, em especial, o Rio de
Janeiro conforme se observa pelo suave incremento nominal da receita.

R$ milhões
50.000 18%
45.000 16%
40.000 14%
35.000
12%
30.000
10%
25.000
8%
20.000
6%
15.000
10.000 4%

5.000 2%

- 0%
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
ICMS Total Trib. % ICMS % Total

Fonte: SEFAZ

O Estado vinha em uma trajetória de crescimento da receita total entre os anos


de 2010 e 2013 de mais de 10% ao ano e a partir de 2014 houve uma frustração na
expectativa de arrecadação. Nesse contexto de frustração de receitas, a demanda de
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esforços por parte do Governo fluminense é decisiva para a adoção de medidas que
anseiem aumentar a arrecadação e a retomada do equilíbrio das contas públicas.

II. Cenário Base

Operações com Energia Elétrica e Prestação de Serviços de Comunicação

Antes da alteração determinada pela Lei Estadual nº 7.508, de 30 de dezembro


de 2016, as alíquotas em operação com energia elétrica e na prestação de serviços de
comunicação eram as seguintes:

“Art. 14 - A alíquota do imposto é:


*VI - em operação com energia elétrica:
a) - 18% (dezoito por cento) até o consumo de 300 quilowatts/hora mensais;
b) - 25% (vinte e cinco por cento) quando acima do consumo estabelecido na
alínea "a";
c) - 6% (seis por cento) quando utilizada no transporte público eletrificado de
passageiros.
*VIII - na prestação de serviços de comunicação: 26% (vinte e seis por cento)”.
* Nova redação dada pela Lei 7175/2015.

Para elaboração deste documento, foram utilizados os seguintes dados:

- Arquivos magnéticos fornecidos pelos contribuintes à SEFAZ-RJ, por força do


Convênio ICMS 115/2003, que dispõe sobre a uniformização e disciplina a emissão,
escrituração, manutenção e prestação das informações dos documentos fiscais emitidos
em via única, por sistema eletrônico de processamento de dados, para contribuintes
prestadores de serviços de comunicação e fornecedores de energia elétrica, relativos aos
meses de setembro de 2015 e abril de 2017, analisados através da ferramenta IDEA.

- Informações extraídas por meio do Sistema COGNOS, na data de 29/06/2017,


relativo aos códigos de receita 33-7,65-5 e 70-1 (Energia Elétrica) e 34-5
(Comunicações), analisando a série histórica a partir de janeiro de 2015 até o mês de
maio de 2017.

Para o estudo do impacto na arrecadação de ICMS no ano de 2017, devido ao


aumento das alíquotas do ICMS para as operações com energia elétrica nas faixas de
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consumo acima de 300 KWh é preciso analisar o peso destas faixas de consumo na
arrecadação total do ICMS nestas operações.

Na tabela abaixo, foram distribuídos o número de consumidores e o ICMS


arrecadado mensalmente por faixa de consumo, tendo sido utilizados, nesse caso, os
arquivos do Convênio ICMS 115/2003 referentes ao mês de setembro de 2015, devido
ao comportamento médio desse mês em relação à sazonalidade ao longo do ano para o
consumo de energia elétrica.

Mês referência: Setembro/2015


Faixa de consumo (Kwh) Número clientes Percentual ICMS Percentual
0-200 4.869.715 72,47% R$ 52.795.514,54 15,67%
200-250 634.947 9,45% R$ 17.120.686,97 5,08% 24,62%
250-300 391.459 5,83% R$ 13.060.539,07 3,88%
300-350 229.669 3,42% R$ 17.061.332,63 5,06%
350-400 140.901 2,10% R$ 12.157.664,26 3,61% 11,31%
400-450 90.707 1,35% R$ 8.909.418,65 2,64%
acima 450 362.104 5,39% R$ 215.921.808,97 64,07% 64,07%
TOTAL 6.719.502 100,00% R$ 337.026.965,09 100,00% 100,00%

Operação com Cerveja e Chope

A arrecadação do setor de cerveja e chope representa 4% (2016) da arrecadação


anual de ICMS no estado do Rio de Janeiro1. Este setor gozava alíquota de 17% no
período de 30/03/2006 a 29/03/2017 concedida pela Lei Estadual nº 4.737/2006.
Observa-se que esta alíquota é inferior à interna base no Estado de 18%.

Em 30/12/2016, a Assembleia Legislativa decretou que a alíquota deste setor


subiria para 18% a partir de 30/03/2017 por meio da Lei nº 7.508/2016. Essa medida foi
sugerida pelo Executivo do Estado com o intuito de aumentar a arrecadação fluminense.

Cabe observar também que, além da alíquota do imposto, há o adicional de 2%


sobre o valor da operação para o Fundo Estadual de Combate à Pobreza e às
Desigualdades Sociais – FECP. Observa-se que este adicional, anteriormente a
29/03/2016, era de 1% do valor da operação.

Além da mudança de alíquota, o Estado atualizou o Preço Médio Ponderado


Final – PMPF utilizado pelo setor para calcular o valor do ICMS a ser recolhido por

1
Valor extraído do portal da SEFAZ, em Dados sobre a Arrecadação > ICMS > Por atividade econômica – Mensal.
As atividades consideradas são Fabricação de cervejas e chopes e Comércio atacadista de cerveja, chope e
refrigerante.
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Substituição Tributária. Essa atualização foi feita pela Resolução SEFAZ nº 53/2017,
que entrou em vigor em 01/05/2017.

Considerando a arrecadação do setor nos códigos de receita ICMS FECP, ICMS


FECP Importação, ICMS Importação, ICMS Normal, e ICMS Substituição Tributária,
nos anos anteriores às mudanças acima, temos:

1,6
Bilhões

1,2

0,8

0,4

0,0
2014 2015 2016

Fonte: Arrecadação/Cognos, extraída em 17/07/2017.

Com as mudanças, houve aumento da arrecadação na comparação com o mesmo


período do ano anterior, mas inferior ao observado nos últimos meses. Isso se dá pelo
forte componente sazonal da atividade neste setor, em especial nos meses de verão.

300.000.000

200.000.000

100.000.000

Anteior às mudanças Entrada nova alíquota Entrada novos PMPF

Fonte: Arrecadação/Cognos, extraída em 17/07/2017.


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Operação com Gasolina

No excerto do item 1, alínea “d”, da CI/SEFAZ/SSER 100/2016, pode ser


observado o valor de R$ 100,8 milhões previsto como aumento da arrecadação
considerando um aumento da alíquota do ICMS incidente sobre a gasolina “c” de 32%
para 34%.

Impacto financeiro para o ano de 2017, oriundo da elevação de alíquotas de ICMS

Tributação sobre gasolina

Incremento na alíquota efetiva de ICMS sobre a gasolina (de 30% para 32%). O
impacto estimado seria de R$ 144 milhões por ano. Para efetivar este aumento de
alíquota, é necessário alterar o inciso XX do art. 14 da Lei n° 2.657/96.

Informa-se que nesses casos existe a incidência adicional de 2% do Fundo


Estadual de Combate à Pobreza e às Desigualdades Sociais – FECP.

Tendo com base os dados acima informados, e visando respeitar o princípio


contábil da prudência, entende-se que o percentual de sucesso desse conjunto de ações
será de 70% (setenta por cento), o que levaria o impacto potencial final para R$825,30
milhões de reais.

Segue abaixo um resumo dos ajustes acima propostos:

Alíquota Atual Proposta IAP - 70% de


IAP*
Produto sucesso
ICMS FECP Total ICMS FECP Total (R$ Milhões)
(R$ Milhões)
Gasolina C 30% 2% 32% 32% 2% 34% 144,00 100,80
* IAP - Incremento Anual da Proposta

Isto posto, fica claro que se estimava um incremento anual de R$ 100,8 milhões
na arrecadação do ano de 2017, o que daria uma estimativa mensal na ordem de R$ 8,4
milhões.

Ocorre que, como se observa abaixo no excerto do artigo 14, inciso XXVII, da
lei 2.657/96, a alteração da alíquota do ICMS incidente sobre a gasolina passou a
vigorar a partir de 30/03/2017:

“XXVII - em operação com gasolina: 32% (trinta e dois por cento)”


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(redação do inciso XXVII, do Artigo 14, acrescentada pela Lei Estadual n.º 7.508/2016, vigente a partir
de 30.12.2016, com efeitos a contar de 30.03.2017).

Nesse sentido, uma vez que de abril a dezembro transcorrem-se nove meses, a
estimativa deve ser calculada com base neste número, passando assim para um resultado
final de R$ 75,6 milhões de incremento na arrecadação para 2017.

Através do Processo Administrativo E-04/037/499/2016 de 10/08/2016, a AFE-


04 consignou seu entendimento quanto à expectativa de incremento de arrecadação
mensal na ordem de R$ 12 milhões. Este valor multiplicado por doze meses resultaria
no valor anual de R$ 144 milhões constantes na tabela inserida na CI/SEFAZ/SSER
100/2016. Sobre este valor de R$ 144 milhões foi aplicado, por prudência, o fator de
70% que resultou em uma redução do valor para R$ 100,8 milhões.

A memória de cálculo, parâmetros utilizados e metodologia aplicada fazem parte


do processo administrativo E-04/037/499/2016, o qual demonstra toda a metodologia
empregada pela AFE-04 para levantar o valor de incremento mensal de R$12 Milhões,
cujo conteúdo inserere-se abaixo:

“Senhor Subsecretário Adjunto de Fiscalização,

Segue abaixo um relatório elaborado por esta Inspetoria Especializada de Fiscalização


de Petróleo e Combustível – IFE 04 em atendimento à solicitação feita por esta
Subsecretaria de Fiscalização na reunião realizada no dia 08 de agosto de 2016 para
que fosse apresentada uma proposta de impacto na arrecadação do ICMS, caso a
alíquota do ICMS incidente nas operações com gasolina “C” sofresse majoração de
até dois pontos percentuais, bem como, que apresentasse um estudo do reflexo na
elasticidade da demanda que tal medida pode provocar com relação ao consumo do
etanol, combustível que pode substituir a gasolina “C”, que pudesse tornar a medida
ineficaz”.

Volume de gasolina “C” consumida no Estado do Rio de Janeiro e arrecadação do


ICMS atual.

Em levantamento realizado com base nas informações apresentadas pelas


distribuidoras de combustíveis no SCANC – Sistema de Captação de Anexos de
Combustíveis, sistema oficial aprovado pelo Ato Cotepe 47/2003, verificou-se que o
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volume médio do primeiro semestre de 2016 das vendas de gasolina “C” foi na ordem
de 175 milhões de litros.

Aplicando a alíquota atual de 32% temos uma arrecadação na ordem de R$200


milhões mensais, sendo R$120 milhões referentes ao ICMS próprio e R$80 milhões
referentes ao ICMS substituição tributária, lembrando que a refinaria de petróleo,
Petróleo Brasileiro S.A., é eleita o substituto tributário para a retenção e o pagamento do
ICMS do produto.

Vale ressaltar que o ICMS próprio da refinaria é influenciado diretamente por


créditos originários de varias operações, não necessariamente de créditos oriundos de
insumos destinados a produzir o produto. Parte dos créditos pode ser oriunda de
transferências de estabelecimentos da Petróleo Brasileiro S.A. que exercem atividades
de exploração e produção de petróleo. Assim, o ICMS próprio pode sofrer a diminuição
no valor apurado, sem qualquer relação com o volume do produto comercializado.

Arrecadação do ICMS com majoração de até dois pontos percentuais da alíquota

Pelos cálculos realizados, a majoração da alíquota do ICMS incidente sobre o


produto gasolina “C” para 33%, ou para 34%, resultará, em princípio, num aumento da
arrecadação do ICMS na ordem de 6 milhões de reais mensais, ou 12 milhões de reais
mensais”.

III. Descrição da Medida de ajuste

Operações com energia elétrica

O estudo do impacto do aumento da alíquota das operações com energia elétrica


pretende demonstrar o incremento de arrecadação por faixa de consumo, bem como o
número potencial de consumidores afetados por este incremento. Deve-se levar em
consideração que este estudo não contempla alteração de alíquota do FECP.

A referida lei começou a produzir efeitos a partir do dia 30/03/2017, decorridos


90 dias após a sua entrada em vigor, tendo aumentado as alíquotas em 2% (de 25% para
27%) no consumo de energia elétrica entre 300KW/h e 450 KW/h e em 3% (de 25%
para 28%) no consumo acima de 450 KW/h, bem como na prestação dos serviços de
comunicação em 2% (de 26% para 28%).
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A apuração e o pagamento do ICMS para os setores de energia elétrica e


comunicações obedecem aos comandos do Decreto nº 45.520/2015 e da Resolução nº
958/2016, estabelecendo a apuração em períodos decendiais ou através do pagamento
do imposto relativo às operações realizadas a cada mês nos dias 10, 20 e no último dia
útil do próprio mês em curso, sendo cada um desses pagamentos de valor igual a 1/3 do
montante do imposto apurado no mês anterior.

Portanto, os efeitos no regime de caixa para os aumentos de alíquotas só terão o


seu impacto efetivamente observados a partir do mês de maio de 2017, totalizando 8
meses neste ano.

Impacto Previsto na Arrecadação em 2017

Conforme já explicitado anteriormente nesta Nota Técnica, os efeitos financeiros


da Lei Estadual nº 7.508/2016 só ocorreram a partir de maio de 2017.

O aumento das alíquotas através da Lei Estadual nº 7.508/2016 afetará a


arrecadação das faixas de consumo entre 300KW/h e 450 KW/h (11,31% do total
arrecadado em setembro/2015) e no consumo acima de 450 KW/h (64,07% do total
arrecadado em setembro/2015). Será com base nestes percentuais que se baseará o
estudo.

Inicialmente, tomando como base o mesmo período do ano de 2016, estamos


apresentando o impacto, caso não houvesse variações significativas nos demais fatores
(consumo e tarifas), com as novas alíquotas do ICMS para as operações com energia
elétrica das faixas acima indicadas. Abaixo, segue a expectativa inicial de aumento de
arrecadação:

Período referência: Maio/2016 a Dezembro/2016


Faixa de consumo (Kwh) ICMS Percentual ICMS_7508_16 ↑2017 (8 meses)
0-300 R$ 646.010.171,09 24,62% R$ 646.010.171,09 R$ 0,00
300-450 R$ 296.846.370,13 11,31% R$ 320.594.079,74 R$ 23.747.709,61
acima 450 R$ 1.681.045.601,21 64,07% R$ 1.882.771.073,36 R$ 201.725.472,15
TOTAL R$ 2.623.902.142,43 100,00% R$ 2.849.375.324,19 R$ 225.473.181,76
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Fatores exógenos à SEFAZ que influenciam a previsão

O acréscimo de arrecadação previsto inicialmente para 2017 seria em torno de


R$ 225 milhões.

O setor elétrico no Brasil é regulado pela ANEEL e os contratos de concessão,


assinados entre as distribuidoras e a União (poder concedente), preveem três
mecanismos para atualização tarifária, que são o reajuste anual (na data de aniversário
do contrato de cada distribuidora), a revisão tarifária periódica (ocorre em média a cada
quatro anos) e a revisão tarifária extraordinária (se necessária).

As distribuidoras responsáveis pelo fornecimento de energia elétrica aos


consumidores do Estado do Rio de Janeiro, possuem a sua data de reajuste anual nos
meses de novembro (Light Serviços de Eletricidade S.A) e março (Ampla Energia e
Serviços S.A). Neste ano de 2017, para a empresa LIGHT também ocorreu a revisão
tarifária periódica em março. Os índices aprovados em Resolução da ANEEL foram os
seguintes:

DISTRIBUIDORA CLASSE DE CONSUMO REAJUSTE ANUAL DATA REVISÃO PERIÓDICA DATA REDUÇÃO NA TARIFA
ALTA TENSÃO -13,32% 11,89% -3,01%
LIGHT 07/11/2016 15/03/2017
BAIXA TENSÃO -11,73% 9,81% -3,07%
ALTA TENSÃO -6,24% - -6,24%
AMPLA 15/03/2017 -
BAIXA TENSÃO -7,12% - -7,12%

Estes índices negativos de reajuste anual acarretarão a redução da base de


cálculo do ICMS durante todo o período de vigência da nova alíquota em 2017, o que
influenciará negativamente a previsão de acréscimo original, conforme tabela abaixo :

Período referência: Maio/2016 a Dezembro/2016


Faixa de consumo (Kwh) ICMS Percentual ICMS_7508_16_com Redução_Tarifas ↑2017 (8 meses) pós reajuste
0-300 R$ 646.010.171,09 24,62% R$ 617.236.496,13 -R$ 28.773.674,96
300-450 R$ 296.846.370,13 11,31% R$ 306.314.629,88 R$ 9.468.259,75
acima 450 R$ 1.681.045.601,21 64,07% R$ 1.805.277.664,32 R$ 124.232.063,11
TOTAL R$ 2.623.902.142,43 100,00% R$ 2.728.828.790,33 R$ 104.926.647,90

Portanto, a previsão original de R$225 milhões a mais na arrecadação em 2017,


será reduzida para um aumento de arrecadação em torno de R$ 104 milhões, devido à
redução das tarifas das distribuidoras de energia elétrica nos índices acima descritos e
cujos efeitos serão sentidos não apenas nas faixas onde houve aumento de alíquotas,
mas sim para todos os consumidores.
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Outros fatores podem influenciar negativamente ou positivamente a previsão de


acréscimo da arrecadação, como as bandeiras tarifárias e o consumo, principalmente no
setor industrial (onde se concentra a faixa de consumo acima de 450 kWh). Para que a
previsão não seja mais afetada, é necessário que pelo menos o consumo de energia
elétrica se mantenha estável e não apresente queda em virtude da crise econômica ou
por quaisquer outros fatores exógenos.

Um aspecto a ser observado é o que se refere às compensações de dívidas


líquidas e certas do estado do Rio de Janeiro com concessionárias ou autorizatárias por
conta da prestação de serviço público de telecomunicações e de fornecimento de energia
elétrica, com créditos tributários vincendos relativos ao ICMS devidos pelas
concessionárias e autorizados pelas seguintes Leis:

- Lei Estadual nº 7.019/2015 (36 parcelas a partir de novembro/2015 com


término até 31/12/2018)

- Lei Estadual nº 7.298/2016 (30 parcelas a partir de julho/2016 com término até
31/12/2018)

- Lei Estadual nº 7.626/2017 (18 parcelas a partir de julho/2017 com término até
31/12/2018)
As compensações permitidas por estas leis reduzirão até a data de 31/12/2018, o
ICMS efetivamente recolhido pelas concessionárias ou autorizatárias aos cofres do
Estado do Rio de Janeiro, reduzindo os efeitos financeiros dos aumentos de alíquotas
comandados pela Lei Estadual nº 7.508/2016.

Prestação de serviços de comunicação

O estudo do impacto do aumento da alíquota na prestação de serviços de


comunicação pretende demonstrar a possibilidade de incremento de arrecadação em
2017 tendo como base a arrecadação do mesmo período em 2016. Deve-se levar em
consideração que este estudo não contempla alteração de alíquota do FECP.

A alíquota na prestação dos serviços de comunicação, que anteriormente era de


26%, com as alterações da Lei Estadual nº 7.508/2016, passou para 28%.

Inicialmente, tomando como base o mesmo período do ano de 2016, apresenta-


se o impacto mensal, caso não ocorram variações significativas nos demais fatores
(consumo e tarifas), com as novas alíquotas do ICMS para as prestações dos serviços de
comunicações. Abaixo, segue a expectativa inicial do aumento de arrecadação:
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Período referência: Maio/2016 a Dezembro/2016


Serviço ICMS 2016 ICMS_7508_16 ↑2017 (8 meses) pós reajuste
Prestação Serviços de Comunicações R$ 2.317.947.147,08 R$ 2.496.250.773,78 R$ 178.303.626,70
TOTAL R$ 2.317.947.147,08 R$ 2.496.250.773,78 R$ 178.303.626,70

O acréscimo de arrecadação previsto inicialmente para 2017 seria em torno de


R$ 178 milhões.

Operação com cerveja e chope

As medidas de ajuste neste setor já foram concretizadas na legislação, sendo que


a observação dos efeitos se dará ao longo do ano de 2017.

Utilizando a série história da arrecadação no setor de janeiro de 2010 a julho de


2017, conforme tabela abaixo (o início da série é o ano de 2010 pela limitação do banco
de dados, pois o código de atividade CNAE está vinculado apenas de 2010 em diante no
BI Cognos da SEFAZ) é possível estimar a arrecadação mensal até o final do ano.

Mês Valor (R$)


jan-10 101.158.196,39
fev-10 89.431.725,25
mar-10 81.073.012,39
abr-10 74.222.620,73
mai-10 74.623.528,33
jun-10 67.031.359,22
jul-10 65.243.959,36
ago-10 70.543.702,01
set-10 72.259.050,54
out-10 82.873.027,79
nov-10 82.029.753,59
dez-10 88.668.357,07
jan-11 116.271.235,74
fev-11 83.287.481,29
mar-11 98.019.667,01
abr-11 75.390.660,22
mai-11 76.698.164,61
jun-11 72.168.319,98
jul-11 66.903.733,58
ago-11 75.085.737,21
set-11 85.108.342,15
out-11 91.890.361,52
nov-11 111.614.675,32
dez-11 109.787.789,44
jan-12 133.758.630,87
fev-12 91.887.493,63
mar-12 120.162.126,34
abr-12 92.834.048,09
mai-12 92.592.515,18
jun-12 88.632.216,61
jul-12 93.747.595,76
ago-12 90.329.246,20
set-12 93.915.214,23
out-12 83.655.756,81
ANEXO 15
Página 13

nov-12 111.514.478,45
dez-12 111.193.723,00
jan-13 135.508.185,36
fev-13 98.783.960,32
mar-13 88.122.260,67
abr-13 87.504.348,74
mai-13 95.989.925,50
jun-13 105.989.527,84
jul-13 95.317.681,94
ago-13 88.968.241,52
set-13 113.307.411,00
out-13 134.364.851,02
nov-13 122.174.344,42
dez-13 128.669.546,75
jan-14 149.092.226,18
fev-14 135.930.508,98
mar-14 130.929.998,33
abr-14 101.731.781,92
mai-14 95.195.975,50
jun-14 110.700.424,46
jul-14 114.374.168,02
ago-14 99.230.143,43
set-14 93.550.760,45
out-14 88.117.671,18
nov-14 126.922.355,78
dez-14 128.970.003,96
jan-15 107.104.266,45
fev-15 136.258.638,53
mar-15 86.014.619,61
abr-15 73.440.182,10
mai-15 85.340.222,16
jun-15 87.223.152,48
jul-15 88.952.792,28
ago-15 81.868.968,86
set-15 100.551.098,74
out-15 109.246.558,25
nov-15 124.864.457,99
dez-15 118.244.355,63
jan-16 150.620.669,53
fev-16 147.568.385,93
mar-16 90.786.037,12
abr-16 99.057.205,89
mai-16 130.313.599,20
jun-16 110.058.043,09
jul-16 84.770.171,19
ago-16 120.778.227,83
set-16 129.527.479,71
out-16 151.800.718,77
nov-16 132.100.198,43
dez-16 164.960.087,54
jan-17 219.806.443,70
fev-17 208.606.000,10
mar-17 201.900.977,00
abr-17 155.568.111,37
mai-17 144.482.526,48
jun-17 157.541.476,01
jul-17 148.716.350,00
Fonte: Arrecadação/Cognos, extraída em 17/07/2017
ANEXO 15
Página 14

Para estimar a arrecadação mensal entre agosto de 2017 e dezembro de 2017,


utilizou-se o Demetra+, sendo o modelo ótimo o ARIMA (0,1,1)(0,1,1)2. Tendo em
vista que a mudança nos dados já é observada e o modelo utiliza as informações mais
recentes, pode-se inferir que essa mudança será considerada na estimativa.

Uma vez estimada, a arrecadação observada entre janeiro 2016 e julho 2017 e a
estimativa no período acima, temos:

Ano ICMS
2016 1.512.340.824,23
2017 2.153.165.810,25
Variação + 42%

Fonte: Arrecadação/Cognos, extraída em 17/07/2017 e estimativa elaborada pela ASECON.

Considerando as estimativas, esperam-se as seguintes receitas mensais:

300
Milhões

200

100

jul-18
abr-18
set-17
ago-17

nov-17

dez-17

mar-18

mai-18
jan-18

fev-18
out-17

jun-18

Fonte: Arrecadação/Cognos, extraída em 17/07/2017 e estimativa elaborada pela ASECON.

É importante ressaltar que esse aumento da arrecadação pode não ser observado
caso haja alterações na demanda por cerveja e chope no Rio de Janeiro, sendo fatores de
instabilidade a crise financeira do estado e a elevação dos preços para consumidor final.

2
Algumas estatísticas do modelo: Loglikelihood = 38,8425; Transformation adjustment = -1443,3677;
Adjusted loglikelihood = -1404,5252; Standard error of the regression (ML estimate) = 0,1350; AIC =
2817,0503;
AICC = 2817,5983; BIC = 2826,4772; BIC (Tramo definition) = -3,8378; e Hannan-Quinn = 2820,8241.
ANEXO 15
Página 15

Além disso, existe o risco da deflação, ou seja, devido à redução dos preços no
mercado, a base de cálculo (Preço Médio Ponderado Final – PMPF) para o setor poderá
ser reduzida e, com isso, a arrecadação poderá não se efetivar conforme o previsto.
Ademais, o efeito dos Jogos Olímpicos, que inflaram a arrecadação de 2016, está
presente nos dados. Considerando tudo isso, sobre o incremento gerado pelo modelo
ARIMA foi aplicado, por prudência, o fator de 20% que resulta em um incremento
estimado na arrecadação de cerca de R$ 125 milhões em 2017 e R$ 150 milhões em
2018.

Operação com Gasolina

A proposição da elevação na alíquota do ICMS incidente sobre a gasolina “c”


teve como objetivo principal um aumento na arrecadação tributária haja vista a situação
de quase insolvência que se encontra o Estado do Rio de Janeiro. Podemos afirmar que
o prazo de duração da elevação da alíquota não foi objeto de estudo por esta AFE 04
que, em princípio, vigorará até que haja uma nova política de estado para sua redução.

Quanto ao estudo para majoração da alíquota, sua repercussão na elasticidade,


sensibilidade e competividade do produto, pode-se destacar o conteúdo do processo E-
04/037/499/2016 que é reportado abaixo:

“Reflexo do aumento de alíquota para a gasolina C sobre a elasticidade da demanda


no consumo de etanol combustível.

Como costuma ser amplamente divulgado pela literatura especializada e pelos meios de
comunicação, para sabermos se é mais vantajoso abastecer o veículo com gasolina ou
etanol, devemos dividir o preço praticado para o etanol por 0,70. Isso porque o
consumo de etanol por quilômetro rodado é maior do que o de gasolina.

Assim, deduz-se que, em princípio, se o resultado da fórmula acima for maior que o
preço praticado para a gasolina, será mais vantajoso abastecer o veículo com gasolina.
Ao contrário, se o valor encontrado for menor, o recomendado é abastecê-lo com
etanol.

Desta forma, tomando como base os PMPF atualmente em vigor para obtenção da base
de cálculo do ICMS para a gasolina e para o etanol, R$ 3,9100/litro e R$ 3,0770/litro
(Portaria ST 1.183/16), respectivamente, teremos: 3,0770/0,70 = 4,3957. Logo, como
ANEXO 15
Página 16

este valor é superior ao PMPF da gasolina é mais vantajoso abastecer o veículo com
este produto.

Ressalta-se que, como o ICMS é calculado por dentro, a alíquota de 32% praticada
para a gasolina, e empregada no exemplo acima, faz parte da sua base de cálculo.

Sendo assim, no caso de majoração da alíquota da gasolina para 33%, ou para 34%,
para efetuarmos o mesmo cálculo teremos que, em primeiro lugar, tirar o valor do
ICMS refletido na alíquota de 32% da base de cálculo do imposto. Para tanto, devemos
multiplicar o valor de 3,9100 por (1-0,32), obtendo o resultado de 2,6588. A partir
deste valor devemos novamente inserir o ICMS na base de cálculo refletindo a alíquota
de 33%, ou 34%, o que é feito dividindo o valor de 2.6588 por (1-0,33, ou 1-0,34),
cujos resultados encontrados são 3,9683 e 4,0285, respectivamente.

Conclui-se daí que, mesmo que a alíquota do ICMS incidente sobre a gasolina “C” seja
majorada para 33% ou 34%, não haveria elasticidade para a demanda pelo consumo
do etanol uma vez que ambos os resultados encontrados acima, 3,9683 e 4,0285,
convergiram para um preço da gasolina menor que o parâmetro utilizado
anteriormente, que foi de 4,3957”.

A metodologia utilizada na estimativa se encontra descrita no item “b” do inciso


II acima, quer seja, feito um levantamento do volume médio de consumo de gasolina
“c” no estado que foi na ordem de 175 milhões de litros/mês aplicando a alíquota
majorada para 34% resultando no acréscimo de arrecadação na ordem de R$ 12
milhões/mês.

O estudo projetou o fluxo financeiro esperado com a medida até o período de


2017, totalizando um incremento na arrecadação na ordem de R$ 108 milhões.

De posse dos elementos acima, será apresentado no tópico a seguir uma análise
sobre o comportamento da arrecadação para o ano de 2017 para o setor de petróleo e
combustíveis comparando com a arrecadação dos anos de 2015 e 2016.
ANEXO 15
Página 17

Da Análise da Arrecadação de 2017 (realizada e prevista) sobre os contribuintes da


AFE-04.

Incialmente é apresentada a tabela abaixo a qual contempla os valores mensais


recolhidos pelos contribuintes da AFE-04, no período de janeiro de 2015 a maio de
2017. Estes valores foram retirados da base de dados do Sistema Arrecadação utilizando
metodologia que consideramos ser a mais adequada para a presente análise, qual seja, a
de utilizar os valores recolhidos pelos contribuintes segundo o período de referência dos
DARJs. Ressalta-se que estes valores estão vinculados às receitas tributárias como
ICMS, IPVA e taxas e tem como fonte o Sistema de Arrecadação:

Competência Valor Arrecadado

jan/15 R$ 399.636.182,64
fev/15 R$ 337.045.144,57
mar/15 R$ 389.418.525,94
abr/15 R$ 403.503.446,51
mai/15 R$ 397.750.534,33
jun/15 R$ 669.919.145,95
jul/15 R$ 389.935.304,45
ago/15 R$ 381.972.166,88
set/15 R$ 572.505.870,56
out/15 R$ 441.644.536,87
nov/15 R$ 441.039.434,25
dez/15 R$ 519.794.346,24
jan/16 R$ 512.864.192,10
fev/16 R$ 443.951.300,64
mar/16 R$ 467.991.596,02
abr/16 R$ 525.595.730,44
mai/16 R$ 482.827.678,69
jun/16 R$ 455.150.578,66
jul/16 R$ 463.525.717,19
ago/16 R$ 456.241.111,84
set/16 R$ 372.742.257,44
out/16 R$ 432.894.661,53
nov/16 R$ 426.146.624,50
dez/16 R$ 577.062.993,02
jan/17 R$ 520.394.246,53
fev/17 R$ 419.370.951,67
mar/17 R$ 515.139.616,80
abr/17 R$ 483.389.084,87
mai/17 R$ 449.287.550,85
ANEXO 15
Página 18

Com base nestes valores, obtém-se o gráfico abaixo:

800,00
Milhões

700,00
600,00
500,00
400,00
300,00
200,00
100,00
0,00

Fonte: Sistema Arrecadação.

Quanto aos contribuintes da AFE-04, no período de janeiro de 2015 a maio de


2017, observa-se que os valores arrecadados apontam para um discreto acréscimo da
média mensal.

Visando demonstrar o acréscimo da média mensal descrita acima, foi


confeccionada a tabela abaixo cujos valores estão expressos em R$ milhões:

Arrecadado Valor Médio Valor Anual Valor Anual


Ano
até maio Mensal Efetivo Arrecadado Projetado
2015 1.927,35 445,35 5.344,16 -
2016 2.433,23 468,08 5.616,99 -
2017 2.387,58 477,52 - 5.730,20

Isto posto, com base nos cinco meses de 2017, chega-se a uma média mensal de
R$ 477,52 milhões, a qual multiplicada por doze meses alcança o valor de R$ 5.730,20
milhões.

Comparando-se o valor projetado para 2017 de R$ 5.730,20 milhões com o


efetivamente realizado em 2016 de R$ 5.616,99 milhões constata-se que há previsão de
incremento nominal de R$ 113,20 milhões.

Em resumo, com base nos elementos probatórios supracitados, o valor previsto


de incremento de arrecadação de R$ 113,20 milhões para 2017 é superior ao valor de
R$ 75,6 milhões, atribuído ao aumento de alíquota de gasolina no ano de 2017 a ser
ANEXO 15
Página 19

realizado sobre os meses de abril a dezembro. De fato, esta previsão de incremento de


arrecadação de R$ 113,20 milhões para o ano 2017 é superior ao valor anual de R$
100,8 milhões atribuídos ao aumento de alíquota de gasolina.

Por último, quanto aos contribuintes da AFE-04, deve-se esclarecer que houve
ingresso de receitas extraordinárias nos anos de 2015 (cerca de R$ 600 milhões) e 2016
(cerca de 50 milhões), e estas se encontram dentro dos valores anuais arrecadados
constantes na tabela acima. Quanto ao ano de 2017, insta registrar que a mesma não está
contemplando a possibilidade de contribuintes da AFE-04 se utilizarem de
compensação, ou seja, os valores de arrecadação de 2017 serão líquidos, ou seja,
sofrerão compensação (as receitas que ingressarão efetivamente nos cofres fluminenses
serão ligeiramente menores em virtude de compensação entre valores devidos pelo
Estado do Rio de Janeiro perante concessionárias de Gás e fornecedores de
combustíveis, que abaterão de seu imposto a recolher parcelas devidas pelo Rio de
Janeiro).

Além do efeito da compensação, os valores de ingressos de receitas


extraordinárias (valores recolhidos pelos contribuintes como denúncia espontânea e/ou
como autos de infração) também foram deixados de fora do valor anual previsto para
2017.

Há de se registrar que, em decorrência dos trabalhos de auditoria fiscal


realizados sobre grandes contribuintes da AFE-04, vislumbra-se que possa ingressar
mais de R$ 200 milhões em receitas extraordinárias ainda em 2017. Em resumo, pode-
se afirmar que, deverá haver ingressos de receitas extraordinárias que resultarão num
incremento de receita realizada em 2017.

IV. Conclusão

O estudo se propôs a estimar, em valores nominais, o acréscimo de arrecadação


pelo aumento da alíquota em operação com energia elétrica, na prestação de serviços de
comunicação, em operação com cerveja e chope e em operação com gasolina, conforme
Lei Estadual nº 7.508/2016, considerando neste aspecto a não ocorrência de variações
significativas nos demais fatores (consumo e base de cálculo).
ANEXO 15
Página 20

Como as alterações de alíquotas passaram a vigorar a partir de 30/03/2017, essa


medida já vem sendo monitorada por meio da análise dos dados provenientes do
Sistema Arrecadação.

Com base no exposto, os valores adicionais estimados na arrecadação anual de


ICMS serão os seguintes:

Estimativa de Incremento de Arrecadação decorrente do


2017¹ 2018
aumento da alíquota:
ICMS Energia Elétrica 118,13 105,00
ICMS Telecomunicações 200,25 267,00
ICMS Bebidas 93,75 150,00
ICMS Gasolina 75,60 100,80
TOTAL 487,73 622,80
¹ Para o ano de 2017 o aumento refere-se a 9 meses de arrecadação (abr – dez).

A partir de 2019 foi utilizada a mesma taxa de crescimento para o ICMS cenário
base. O incremento no fluxo de caixa anual para o ICMS será conforme tabela abaixo:

Efeito no Fluxo de Caixa


Em R$ milhões
2017¹ 2018 2019 2020 2021 2022 2023
Alteração Alíquota 325,2 622,8 652,7 687,1 738,6 794,0 853,6
ICMS
¹ Para o ano de 2017 o efeito no Fluxo de Caixa foi calculado com base em 6 meses de arrecadação (jul-dez).

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