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I. Introdução
Esta Nota Técnica tem como objetivo estimar os impactos nos cofres do Estado
do Rio de Janeiro em relação à edição da Lei Estadual nº 7.508, de 30 de dezembro de
2016, que alterou em seus artigos 1° e 2º as alíquotas em operação com energia elétrica,
na prestação de serviços de comunicação, em operação com cerveja e chope e em
operação com gasolina, conforme abaixo:
“Art. 1º Ficam alterados os incisos VI, VIII, XX e XXII do art. 14 da Lei nº 2.657, de 26
de dezembro de 1996, que passam a vigorar com a seguinte redação:
VI - em operação com energia elétrica:
a) 18% (dezoito por cento) até o consumo de 300 quilowatts/hora mensais;
b) 27% (vinte e sete por cento) quando acima do consumo estabelecido na alínea "a"
até o consumo de 450 quilowatts/hora mensais;
c) 28% (vinte e oito por cento) quando acima de 450 quilowatts/hora mensais;
d) 6% (seis por cento) quando utilizada no transporte público eletrificado de
passageiros.
(...)
VIII - na prestação de serviços de comunicação: 28% (vinte e oito por cento);
(...)
XXII - em operação com cerveja e chope: 18% (dezoito por cento);
(...)
Art. 2º Fica acrescido o inciso XXVII ao art. 14 da Lei nº 2.657, de 26 de dezembro de
1996, com a seguinte redação:
„XXVII - em operação com gasolina: 32% (trinta e dois por cento)”.
Fonte: Sig/SiafeRio/SEFAZ
R$ milhões
50.000 18%
45.000 16%
40.000 14%
35.000
12%
30.000
10%
25.000
8%
20.000
6%
15.000
10.000 4%
5.000 2%
- 0%
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
ICMS Total Trib. % ICMS % Total
Fonte: SEFAZ
esforços por parte do Governo fluminense é decisiva para a adoção de medidas que
anseiem aumentar a arrecadação e a retomada do equilíbrio das contas públicas.
consumo acima de 300 KWh é preciso analisar o peso destas faixas de consumo na
arrecadação total do ICMS nestas operações.
1
Valor extraído do portal da SEFAZ, em Dados sobre a Arrecadação > ICMS > Por atividade econômica – Mensal.
As atividades consideradas são Fabricação de cervejas e chopes e Comércio atacadista de cerveja, chope e
refrigerante.
ANEXO 15
Página 5
Substituição Tributária. Essa atualização foi feita pela Resolução SEFAZ nº 53/2017,
que entrou em vigor em 01/05/2017.
1,6
Bilhões
1,2
0,8
0,4
0,0
2014 2015 2016
300.000.000
200.000.000
100.000.000
Incremento na alíquota efetiva de ICMS sobre a gasolina (de 30% para 32%). O
impacto estimado seria de R$ 144 milhões por ano. Para efetivar este aumento de
alíquota, é necessário alterar o inciso XX do art. 14 da Lei n° 2.657/96.
Isto posto, fica claro que se estimava um incremento anual de R$ 100,8 milhões
na arrecadação do ano de 2017, o que daria uma estimativa mensal na ordem de R$ 8,4
milhões.
Ocorre que, como se observa abaixo no excerto do artigo 14, inciso XXVII, da
lei 2.657/96, a alteração da alíquota do ICMS incidente sobre a gasolina passou a
vigorar a partir de 30/03/2017:
(redação do inciso XXVII, do Artigo 14, acrescentada pela Lei Estadual n.º 7.508/2016, vigente a partir
de 30.12.2016, com efeitos a contar de 30.03.2017).
Nesse sentido, uma vez que de abril a dezembro transcorrem-se nove meses, a
estimativa deve ser calculada com base neste número, passando assim para um resultado
final de R$ 75,6 milhões de incremento na arrecadação para 2017.
volume médio do primeiro semestre de 2016 das vendas de gasolina “C” foi na ordem
de 175 milhões de litros.
DISTRIBUIDORA CLASSE DE CONSUMO REAJUSTE ANUAL DATA REVISÃO PERIÓDICA DATA REDUÇÃO NA TARIFA
ALTA TENSÃO -13,32% 11,89% -3,01%
LIGHT 07/11/2016 15/03/2017
BAIXA TENSÃO -11,73% 9,81% -3,07%
ALTA TENSÃO -6,24% - -6,24%
AMPLA 15/03/2017 -
BAIXA TENSÃO -7,12% - -7,12%
- Lei Estadual nº 7.298/2016 (30 parcelas a partir de julho/2016 com término até
31/12/2018)
- Lei Estadual nº 7.626/2017 (18 parcelas a partir de julho/2017 com término até
31/12/2018)
As compensações permitidas por estas leis reduzirão até a data de 31/12/2018, o
ICMS efetivamente recolhido pelas concessionárias ou autorizatárias aos cofres do
Estado do Rio de Janeiro, reduzindo os efeitos financeiros dos aumentos de alíquotas
comandados pela Lei Estadual nº 7.508/2016.
nov-12 111.514.478,45
dez-12 111.193.723,00
jan-13 135.508.185,36
fev-13 98.783.960,32
mar-13 88.122.260,67
abr-13 87.504.348,74
mai-13 95.989.925,50
jun-13 105.989.527,84
jul-13 95.317.681,94
ago-13 88.968.241,52
set-13 113.307.411,00
out-13 134.364.851,02
nov-13 122.174.344,42
dez-13 128.669.546,75
jan-14 149.092.226,18
fev-14 135.930.508,98
mar-14 130.929.998,33
abr-14 101.731.781,92
mai-14 95.195.975,50
jun-14 110.700.424,46
jul-14 114.374.168,02
ago-14 99.230.143,43
set-14 93.550.760,45
out-14 88.117.671,18
nov-14 126.922.355,78
dez-14 128.970.003,96
jan-15 107.104.266,45
fev-15 136.258.638,53
mar-15 86.014.619,61
abr-15 73.440.182,10
mai-15 85.340.222,16
jun-15 87.223.152,48
jul-15 88.952.792,28
ago-15 81.868.968,86
set-15 100.551.098,74
out-15 109.246.558,25
nov-15 124.864.457,99
dez-15 118.244.355,63
jan-16 150.620.669,53
fev-16 147.568.385,93
mar-16 90.786.037,12
abr-16 99.057.205,89
mai-16 130.313.599,20
jun-16 110.058.043,09
jul-16 84.770.171,19
ago-16 120.778.227,83
set-16 129.527.479,71
out-16 151.800.718,77
nov-16 132.100.198,43
dez-16 164.960.087,54
jan-17 219.806.443,70
fev-17 208.606.000,10
mar-17 201.900.977,00
abr-17 155.568.111,37
mai-17 144.482.526,48
jun-17 157.541.476,01
jul-17 148.716.350,00
Fonte: Arrecadação/Cognos, extraída em 17/07/2017
ANEXO 15
Página 14
Uma vez estimada, a arrecadação observada entre janeiro 2016 e julho 2017 e a
estimativa no período acima, temos:
Ano ICMS
2016 1.512.340.824,23
2017 2.153.165.810,25
Variação + 42%
300
Milhões
200
100
jul-18
abr-18
set-17
ago-17
nov-17
dez-17
mar-18
mai-18
jan-18
fev-18
out-17
jun-18
É importante ressaltar que esse aumento da arrecadação pode não ser observado
caso haja alterações na demanda por cerveja e chope no Rio de Janeiro, sendo fatores de
instabilidade a crise financeira do estado e a elevação dos preços para consumidor final.
2
Algumas estatísticas do modelo: Loglikelihood = 38,8425; Transformation adjustment = -1443,3677;
Adjusted loglikelihood = -1404,5252; Standard error of the regression (ML estimate) = 0,1350; AIC =
2817,0503;
AICC = 2817,5983; BIC = 2826,4772; BIC (Tramo definition) = -3,8378; e Hannan-Quinn = 2820,8241.
ANEXO 15
Página 15
Além disso, existe o risco da deflação, ou seja, devido à redução dos preços no
mercado, a base de cálculo (Preço Médio Ponderado Final – PMPF) para o setor poderá
ser reduzida e, com isso, a arrecadação poderá não se efetivar conforme o previsto.
Ademais, o efeito dos Jogos Olímpicos, que inflaram a arrecadação de 2016, está
presente nos dados. Considerando tudo isso, sobre o incremento gerado pelo modelo
ARIMA foi aplicado, por prudência, o fator de 20% que resulta em um incremento
estimado na arrecadação de cerca de R$ 125 milhões em 2017 e R$ 150 milhões em
2018.
Como costuma ser amplamente divulgado pela literatura especializada e pelos meios de
comunicação, para sabermos se é mais vantajoso abastecer o veículo com gasolina ou
etanol, devemos dividir o preço praticado para o etanol por 0,70. Isso porque o
consumo de etanol por quilômetro rodado é maior do que o de gasolina.
Assim, deduz-se que, em princípio, se o resultado da fórmula acima for maior que o
preço praticado para a gasolina, será mais vantajoso abastecer o veículo com gasolina.
Ao contrário, se o valor encontrado for menor, o recomendado é abastecê-lo com
etanol.
Desta forma, tomando como base os PMPF atualmente em vigor para obtenção da base
de cálculo do ICMS para a gasolina e para o etanol, R$ 3,9100/litro e R$ 3,0770/litro
(Portaria ST 1.183/16), respectivamente, teremos: 3,0770/0,70 = 4,3957. Logo, como
ANEXO 15
Página 16
este valor é superior ao PMPF da gasolina é mais vantajoso abastecer o veículo com
este produto.
Ressalta-se que, como o ICMS é calculado por dentro, a alíquota de 32% praticada
para a gasolina, e empregada no exemplo acima, faz parte da sua base de cálculo.
Sendo assim, no caso de majoração da alíquota da gasolina para 33%, ou para 34%,
para efetuarmos o mesmo cálculo teremos que, em primeiro lugar, tirar o valor do
ICMS refletido na alíquota de 32% da base de cálculo do imposto. Para tanto, devemos
multiplicar o valor de 3,9100 por (1-0,32), obtendo o resultado de 2,6588. A partir
deste valor devemos novamente inserir o ICMS na base de cálculo refletindo a alíquota
de 33%, ou 34%, o que é feito dividindo o valor de 2.6588 por (1-0,33, ou 1-0,34),
cujos resultados encontrados são 3,9683 e 4,0285, respectivamente.
Conclui-se daí que, mesmo que a alíquota do ICMS incidente sobre a gasolina “C” seja
majorada para 33% ou 34%, não haveria elasticidade para a demanda pelo consumo
do etanol uma vez que ambos os resultados encontrados acima, 3,9683 e 4,0285,
convergiram para um preço da gasolina menor que o parâmetro utilizado
anteriormente, que foi de 4,3957”.
De posse dos elementos acima, será apresentado no tópico a seguir uma análise
sobre o comportamento da arrecadação para o ano de 2017 para o setor de petróleo e
combustíveis comparando com a arrecadação dos anos de 2015 e 2016.
ANEXO 15
Página 17
jan/15 R$ 399.636.182,64
fev/15 R$ 337.045.144,57
mar/15 R$ 389.418.525,94
abr/15 R$ 403.503.446,51
mai/15 R$ 397.750.534,33
jun/15 R$ 669.919.145,95
jul/15 R$ 389.935.304,45
ago/15 R$ 381.972.166,88
set/15 R$ 572.505.870,56
out/15 R$ 441.644.536,87
nov/15 R$ 441.039.434,25
dez/15 R$ 519.794.346,24
jan/16 R$ 512.864.192,10
fev/16 R$ 443.951.300,64
mar/16 R$ 467.991.596,02
abr/16 R$ 525.595.730,44
mai/16 R$ 482.827.678,69
jun/16 R$ 455.150.578,66
jul/16 R$ 463.525.717,19
ago/16 R$ 456.241.111,84
set/16 R$ 372.742.257,44
out/16 R$ 432.894.661,53
nov/16 R$ 426.146.624,50
dez/16 R$ 577.062.993,02
jan/17 R$ 520.394.246,53
fev/17 R$ 419.370.951,67
mar/17 R$ 515.139.616,80
abr/17 R$ 483.389.084,87
mai/17 R$ 449.287.550,85
ANEXO 15
Página 18
800,00
Milhões
700,00
600,00
500,00
400,00
300,00
200,00
100,00
0,00
Isto posto, com base nos cinco meses de 2017, chega-se a uma média mensal de
R$ 477,52 milhões, a qual multiplicada por doze meses alcança o valor de R$ 5.730,20
milhões.
Por último, quanto aos contribuintes da AFE-04, deve-se esclarecer que houve
ingresso de receitas extraordinárias nos anos de 2015 (cerca de R$ 600 milhões) e 2016
(cerca de 50 milhões), e estas se encontram dentro dos valores anuais arrecadados
constantes na tabela acima. Quanto ao ano de 2017, insta registrar que a mesma não está
contemplando a possibilidade de contribuintes da AFE-04 se utilizarem de
compensação, ou seja, os valores de arrecadação de 2017 serão líquidos, ou seja,
sofrerão compensação (as receitas que ingressarão efetivamente nos cofres fluminenses
serão ligeiramente menores em virtude de compensação entre valores devidos pelo
Estado do Rio de Janeiro perante concessionárias de Gás e fornecedores de
combustíveis, que abaterão de seu imposto a recolher parcelas devidas pelo Rio de
Janeiro).
IV. Conclusão
A partir de 2019 foi utilizada a mesma taxa de crescimento para o ICMS cenário
base. O incremento no fluxo de caixa anual para o ICMS será conforme tabela abaixo: