Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Ra: 11201811586
O texto trás o autor Enrique Dussel, e sua obra que propunha uma espécie de
“hermenêutica da história” para apresentar uma hipótese interpretativa da
modernidade que ajuda a compreender sua vinculação com o colonialismo, o
primeiro aspecto da hermenêutica dusseliana abordado no texto é o histórico, o
questionar o que é tomado como consenso, desconfiar da validade daquilo que não
gera dúvida, Dussel traz a questão histórica de como a Grécia antiga é tratada nos
textos como o referencial da nossa sociedade, de que a Grécia de fato é o berço das
civilizações, enquanto o norte da África apesar também de ser tomada como berço
das civilizações, é em geral muito mais abordada como anedóticas, caricatas ou até
mesmo de forma infantil. O segundo aspecto apresentado por Dussel é o do
paradigma que ele chama de “mundial”, e que devemos voltar na história para
entender, o autor indica quatro estágios no desenvolvimento inter-regional dos povos
situados no conjunto formado por África, Ásia e Europa. O primeiro ele chama de
“egípcio-mesopotâmico” passando por um segundo estagio de desenvolvimento
chamado de “asiático-afro-mediterrâneo”, onde teve a Grécia e depois Roma
ocupando grande destaque nas relações ao sistema que participavam, constituindo
uma grande falácia a destacada atenção que foi dada a esse subperíodo, greco-
romano, descontextualizando do conjunto histórico que pertencem. O terceiro
estagio foi a idade média, período esse que a Europa figurava como mera periferia,
sendo assim, se lançaram ao mares em busca do centro produtivo ou comercial para
conseguirem produtos que não tinham tal competência de produzir, fazendo uma
alusão ao moradores de periferia de hoje em dia que tem de ir ao centro para
conseguir aquilo que necessita, a passagem entre o terceiro e quarto estagio,
segundo o paradigma mundial proposto, a colonização da América pelos europeus
foi a forma que eles encontraram de utilizarem as riquezas subtraídas em relação
aos outros povos pertencentes do sistema inter-regional a que pertenciam, dando a
Europa uma superioridade que não existia no fim do século XV, e esse é o inicio da
modernidade, caracterizada por ser “um fenômeno que vai se mundializando” (ibid.,
p. 52), permitindo assim que um sistema inter-regional se tornasse um sistema
único, verdadeiro, sem deixar espaço para o “outro”.
O texto ainda afirma que a ciência e seus pressupostos invisíveis que irão
definir ou que é ou não. E podemos pensar que ainda no século XXI, é difícil
compreender como a ciência, na relação com outros conhecimentos, requer para si
a superioridade dentre as formas de conhecer, como a filosofia e a teologia. E o
texto conclui que a humanidade moderna não se concebe sem uma “sub-
humanidade” moderna, para a primeira se afirmar a segunda se sacrifica, “Isso
significa, em resumo, que a não existência refere-se ao estatuto de sujeitos, mas
isso não impede que a epistemológica e, ontologicamente, esses conhecimentos, ou
povos, possam assumir a posição de objeto.”(pg.10)