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Resum Ão
Resum Ão
O Código Penal de 1890 previa que o homicídio praticado sob um estado de total
perturbação dos sentidos e da inteligência excluía a ilicitude do crime, por entender que
aquele estado emocional era tão intenso que levava a uma insanidade momentânea.
Com a promulgação do Código Penal de 1940, em vigor até os dias de hoje, essa
excludente de ilicitude foi eliminada, dando lugar ao homicídio privilegiado. Ao invés da
impunidade, há uma minoração da pena. Acertadamente agiu o legislador de 1940, pois
a segurança coletiva não pode transigir com a ideia de que pode o homicida passional
ser absolvido, como era previsto no código anterior.
Na época, essa mudança foi de uma grande importância, já que eram inúmeros
os casos de absolvição em crimes passionais. Surgiu então, a legítima defesa da honra
e da dignidade, que até a década de 70 foi muito aceita por haver na sociedade um forte
sentimento patriarcal. Nessa época também o machismo era mais acentuado e a mulher
não tinha plena cidadania. Com a evolução da sociedade e da legislação, houve um
aumento nas condenações de homicídios passionais, alguns até como homicídios
qualificados. Artigo 121. Parágrafo 1 privilegiado, 2 qualificado. A justiça já não é tão
condizente com o crime passional como era antigamente. Hoje, a impunidade já
não é representativa como a da época.
Então pode definir crime passional ou mesmo homicídio passional como aquele que se
comete com paixão. É essa a definição trazida por Euf. (2007). O crime passional é
aquele decorrente de uma paixão embasada no ódio, no ciúme desprezível, na
vingança, na possessividade, no sentimento de frustração aliado à prepotência, na
mistura de desejo sexual frustrado com rancor. Para a autora, a paixão desvairada
transforma a mente humana, o que torna o homicídio passional um delito de natureza
psicológica.
Para Greco (2009) o homicídio é a reunião de vários sentimentos como o ódio,
o rancor, a inveja, paixão, etc. Desta forma quando envolve paixão torna-se um
homicídio passional.
No homicídio passional se observa uma particularidade, ou seja, existe entre o
criminoso e a vítima um vínculo afetivo e sexual. Só que esse vínculo na maioria das
vezes é fundado numa paixão doentia, movida por sentimentos negativos como o ódio,
a vingança, o ciúme e a inveja.
Em geral, é uma conduta própria do homem, que pensa que a mulher é sua
propriedade, com direito de decidir sobre a sua vida, e a hora de sua morte.
Historicamente, encontram-se poucos casos de esposas ou amantes que mataram por
se sentirem traídas ou desprezadas. No senso comum, “essa conduta é tipicamente
masculina”,
O Código Penal não define o que é “crime passional”, nem faz previsão
expressa desse tipo, a doutrina é que assim o denomina e busca explicá-lo. O
Judiciário obtém da doutrina não uma solução, mas uma pluralidade de
respostas quando o assunto é o crime passional, existe senão uma divergência
no entendimento da matéria que esbarra em três principais soluções, quais
sejam julgar o homicídio passional como qualificado, julgar com homicídio
privilegiado, ou aceitar que o agente agiu com legítima defesa da honra, podendo
o criminoso ter sua pena diminuída ou até mesmo sua culpabilidade afastada,
por força das teses utilizadas pela defesa Observa-se que a temática não é
pacífica na Jurisprudência, fazendo-se necessário uma análise aprofundada da
matéria. Tal assunto se torna importante devido ao tratamento muitas vezes
brando dado ao criminoso passional, sobretudo pelas raízes patriarcais e
machistas que temem a persistir no meio social.
No entanto, na maioria das vezes nem precisa que a relação chegue ao fim, basta que o
cônjuge perceba que a mulher esteja mudando o estilo de vida, que faça “coisas” que não
convém com sua ideologia machista. Embora, a maioria dos casos ocorrem quando a
mulher decide sair de casa, deixando-o sozinho, mas nem todas tem essa condição, de
sair de casa, uma grande parcela são dependentes financeira e afetivamente deles.
Nesse caso, das medidas protetivas de urgência que obrigam o agressor estão
previstas no artigo 22 da lei em tela: