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DISTORÇÕES COGNITIVAS

Pensamento dicotómico (ou Pensamento absolutista ou pensamento


tudo-ou-nada)
As coisas são vistas em termos de duas categorias mutuamente exclusivas, sem
níveis intermédios (ou é tudo mau, ou é tudo bom, ou é absolutamente perfeito
ou totalmente defeituoso). Vê eventos ou pessoas em termos de tudo-ou-nada.
“Sou rejeitado por todos.”
“Tudo isso foi uma perda de tempo.”
“Ou eu sou o melhor ou não valho nada.”

Sobregeneralização
Uma situação específica é percecionada como tendo características absolutistas,
e não como uma situação entre outras.
“Os testes são sempre horríveis.”
“A minha amiga deixou de falar comigo. Ninguém gosta de mim.”
“Não faço nada bem.”

Abstração seletiva (ou Ignorar as evidências ou Filtro mental)


Chegar a uma conclusão após observar apenas um pequeno número de
informações disponíveis. Dados claros são descartados ou ignorados a fim de
confirmar a visão enviesada que a pessoa tem da situação.
Focar a atenção num aspeto de uma situação e ignorar outros aspetos igualmente
relevantes.
Por exemplo, está a fazer uma apresentação e na sala todos estão atentos ao
que está a dizer, menos 3 ou 4 que estão a olhar para o telemóvel, mas é nesses
que se foca e acha que a apresentação foi péssima.

Minimizar o positivo
Experiências positivas são minimizadas, não contam.
“O professor só disse que eu estive bem para eu não ficar triste.”
“Esses sucessos são fáceis, de modo que não importa”.

Inferências arbitrárias
Chegar a uma conclusão a partir de uma evidência contraditória ou na ausência
de evidências.
“Ele disse aquilo só para me irritar.”

Leitura de pensamento
A pessoa imagina que sabe o que as outras pessoas pensam sem ter evidências
suficientes.
“Eu sei que ele pensa que eu sou um idiota.”
“Ele acha que eu sou um fracasso.”

Adivinhar o futuro
Reagir como se as expectativas face ao futuro fossem factos.
“Eu sei que vou chumbar no teste.”
“Eu sei que a minha mãe me vai dizer que…”

Não cumprimento do Dever (Must’s)


Interpreta os eventos em termos de como as coisas devem ser, em vez de
simplesmente concentrar-se no que elas são.
“Eu deveria sair-me bem. Caso contrário, serei um fracasso.”
“Eu devo…”; “Eu tenho de…”

Rotulagem
Atribuir um rótulo em vez de se referir a situações específicas. Atribuir traços
negativos a si mesmo e aos outros.
“Sou um desastrado.”; “Sou burro.”
“Sou indesejável.”
Personalização
Assumir que se é a causa de um evento externo, mesmo quando existem outros
fatores responsáveis. Atribui a si mesmo culpa desproporcional por eventos
negativos e não consegue ver que certos eventos também são provocados pelos
outros.
“O meu casamento terminou porque falhei.”
“Não ganhamos o jogo por minha culpa, que deixei entrar um golo.”

Catastrofização
Eventos negativos são percecionados como catástrofes intoleráveis, não são
relativizados.
“Ter chumbado no teste é o fim de mundo.”
“Não fui convidada para a festa de anos da Madalena e isso é horrível.”

Atribuição de culpa
O indivíduo concentra-se na outra pessoa como fonte de sentimentos negativos
e recusa-se a assumir a responsabilidade da mudança.
“Estou a sentir-me assim agora por culpa dela.”
“Os meus pais são a causa de todos os meus problemas.”

Comparações injustas
O indivíduo interpreta os eventos em termos de padrões irrealistas, comparando-
se com pessoas que se saem melhor do que ele e concluindo, então, que é inferior
a elas.
“Ela é mais bem-sucedida do que eu.”
“Os outros saíram-se muito melhor do que eu no teste.”

Orientação para o remorso


A pessoa fica presa à ideia de que poderia ter-se saído melhor no passado, em
vez de pensar no que pode fazer melhor agora.
“Eu poderia ter conseguido um emprego melhor se tivesse tentado.”
“Eu não deveria ter dito isso”

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