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FACULDADE SANTA MARIA

GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

MIKEIAS ALVES FERREIRA


JONAS DUARTE CARVALHO
ALDIMAR ACIOLE DE FREITAS JÚNIOR
MARIA IOLY RIBEIRO PEREIRA

PRODUÇÃO DE CONCRETO COM A SUBSTITUIÇÃO PARCIAL DE AGREGADO


MIÚDO POR PÓ DE MÁRMORE

CAJAZEIRAS
2019
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MIKEIAS ALVES FERREIRA


JONAS DUARTE CARVALHO
ALDIMAR ACIOLE DE FREITAS JÚNIOR
MARIA IOLY RIBEIRO PEREIRA

PRODUÇÃO DE CONCRETO COM A SUBSTITUIÇÃO PARCIAL DE AGREGADO


MIÚDO POR PÓ DE MÁRMORE

Artigo apresentado como requisito parcial para


avaliação na unidade curricular materiais de
construção civil II.

Orientadora: Maria Aparecida Bezerra de


Oliveira

CAJAZEIRAS
2019
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PRODUÇÃO DE CONCRETO COM A SUBSTITUIÇÃO PARCIAL DE AGREGADO


MIÚDO POR PÓ DE MÁRMORE

 Jonas Duarte Carvalho.


 Mikeias Alves Ferreira.
 AldimarAciole de Freitas Júnior.
 Maria Ioly Ribeiro Pereira
 Maria Aparecida Bezerra Oliveira

RESUMO: Visando a necessidade de reaproveitamento dos resíduos da construção


civil, devido a muitos materiais que são lançados em locais inapropriados. A
sustentabilidade na construção civil vem buscando seu espaço, considerando este
contexto, os setores de construção civil e de mineração buscam inovar para reduzir
custos e diminuir impactos ambientais. Este estudo buscou estudar o
comportamento da resistência mecânica dos moldes de concreto convencional e
com substituição parcial do agregado miúdo pelo pó de mármore, material
proveniente do corte do mármore uma rocha metamórfica originada do calcário
exposta a altas temperaturas. Foram realizados ensaios de caracterização físicos e
químicos dos agregados utilizados, de granulometria, massa específica através do
frasco de Chapman, massa específica e massa unitária e abatimento do concreto
(SlumpTest), e por último realizamos o teste de compressão em uma prensa
hidráulica. Os resultados dos ensaios de resistência mecânica semelhante e até
melhores ao concreto convencional comprovam a possibilidade de substituição
parcial da areia por pó de mármore em 10% e 15%. Esta substituição poderá ser
uma solução eficiente já que tem uma relação direta com a conservação do meio e
economia na sua produção.
Palavras chave: Resistência, sustentabilidade, resíduos da construção civil.

Aldimar Aciole de Freitas Júnior Jonas Duarte Carvalho


Discente do curso de engenharia civil Discente do curso de engenharia civil
aciolejunior10@hotmail.com jonaspeixoto99@hotmail.com

Maria Ioly ribeiro Pereira Mikeias Alves Ferreira


Discente do curso de engenharia civil Discente do curso de engenharia civil
mariaioly@outlook.com mikeias.alve@hotmail.com
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1 INTRODUÇÃO

A atual situação de um mercado acirrado competitivamente obriga as


organizações a repensarem seus procedimentos. Nesse contexto, afim de se
adequar aos padrões e ao mercado, o concreto vem se revolucionando com
medidas que visam economia, sustentabilidade e qualidade. Além disso, fornece
subsídios para condução de pessoas e processos de forma eficaz, promovendo
melhorias através de inovações. (Silva,A.A, 2017)
O concreto é sem dúvida um dos materiais mais utilizados na construção civil,
com o crescente desenvolvimento no nosso país e no mundo, e com impactos
ambientais, aumentam as patologias na construção, onde surge a necessidade de
produzir um concreto que amenizem esses problemas, e umas das soluções é o uso
total o parcial de algum agregado.
Partindo dessas afirmações foram buscados materiais que pudessem
substituir algum dos agregados utilizados na composição do concreto sem que este
provocasse alterações negativas referentes as propriedades físicas e mecânicas do
mesmo. Visando também não apenas atingir a resistência mínima aos esforços de
compressão, mas aumentar a mesma.
Visto como o material potencial a substituição, foi escolhido o pó de mármore
proveniente do corte das rochas ornamentais. Durante tal processo de
beneficiamento das rochas para emprego das mesmas nas etapas de acabamento
em obras, parte significativa destas é transformada em resíduo sólidos o que
proporciona uma viabilidade de obtenção do material, além de não apresentar um
direcionamento correto ao descarte, contribuindo para poluição visual, contaminação
do ar, solo e aquíferos, desencadeando diversos e graves impactos ambientais.
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2 OBJETIVOS
O estudo tem por objetivo a elaboração de um concreto com substituição
parcial do agregado miúdo, a areia, por quantidades de 10% e 15% de
resíduos provenientes do processo de tratamento de uma rocha ornamental
que é o mármore. Mostrando a oportunidade de uma destinação correta para
este recurso, por meio de uma aplicação na construção civil. Colaborando
assim para a preservação do meio ambiente, além de produzir um concreto
com boa resistência.

3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 Materiais
Os materiais usados na pesquisa foram o resíduo retirado do
beneficiamento do mármore em uma marmoraria situada na cidade de Icó no
interior do Ceará, outros materiais como brita, areia e cimentos foram cedidos
pela própria instituição, (Faculdade santa maria), como também todo o
maquinário como: estufa, balança, peneiras, agitador mecânico, betoneira,
entre outros materiais.

3.2 Métodos
3.2.1 Amostragem
Os materiais usados no estudo da produção do concreto, passaram
primeiramente por uma fase de redução da amostra, para posteriormente ser
usados nos processos dos demais ensaios, para uma maior uniformidade e
homogeneidade, foi aplicado o método no quarteamento, que consiste em
separar o material em quatro partes ate que o mesmo esteja homogêneo.

3.2.2 Granulometria
Após o quarteamento, foram retiradas duas amostras de 500g de areia
para o ensaio granulométrico, deu-se início a caracterização destes quanto a
sua distribuição granulométrica, com o objetivo o tamanho médio das particular
do agregado, para uma melhor distribuição e proporção, permitindo assim uma
boa coesão dos mesmos no processo de mistura do concreto, proporcionando
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assim um menor índice de vazios tornando-o menos poroso e


consequentemente aumentando sua resistência aos esforços.
Por meio da NBR 7217 (ABNT, 1987), a qual indica os procedimentos
para realização do ensaio granulométrico, tais como a série de peneiras
específicas a serem utilizadas para caracterização dos agregados miúdos e
graúdos quanto a abertura das malhas, onde estas foram dispostas e
organizadas verticalmente, iniciando na base com recipiente fechado (fundo)
até a de maior abertura, para depósito dos materiais por sobre as mesmas,
sendo em seguida conduzidas a um período de tempo de peneiramento em
agitador mecânico, após este procedimento as peneiras são desconectadas e
ocorre a pesagem em balança de precisão do material retido em cada uma
destas. Tais dados de massa correspondente para cada abertura da malha
possibilita a construção do gráfico de distribuição granulométrica.

Figura 1:Ensaio de granulometria


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3.2.3 Massa específica


Para a execução do ensaio de massa especifica de acordo com a norma
ABNT NBR 9776/1987 foram utilizados também 500g do agregado miúdo, o
ensaio que feito com o frasco de Chapman, o recipiente e preenchido até a
marcar de 200ml e colocado o material dentro do mesmo, após a colocação e
feita uma nova leitura da marcação e a massa especifica e determinada
através da razão entre a massa de 500g do material pela diferença da leitura
final e inicial.

3.2.4 Método de dosagem


O método de dosagem adotado para a confecção desse concreto foi o
ABCP/ACI, no qual estabelece as quantidades de materiais as serem utilizados
na produção do concreto: aglomerante (cimento), agregado miúdo (areia),
agregado graúdo (brita), e água.

3.2.4 Mistura
A mistura foi realizada com uma ajuda de uma betoneira CSM CS 150 L,
foram colocadas as quantidades devidas na betoneira onde foi ligada e deixado
por cerca de 3 minutos para uma mistura homogênea, importante ressaltar que
é interessante colocar a brita primeiramente e após uma parte da água, logo
seguida os outros materiais.

Figura 2: mistura dos materiais


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3.2.5 Moldagem
As moldagens dos corpos de prova foram feitas em cilindros com
dimensões de 10cm de diâmetro por 20cm de altura, nos moldes foi aplicado
um desmoldante para facilitar a retiradas dos mesmos após secos, o concreto
foi dividido em três partes iguais e colocados nos moldes, após cada parte ser
colocada foram aplicados vinte e cinco golpes cada com a ajuda de uma haste
especifica. Logo após 24 horas os corpos de prova foram desmoldados e
colocados em processo de cura úmida, com isso a 7 e 28 dias foram
submetidos os testes de resistência.

Figura 3: moldagem dos corpos de prova


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Na dosagem do concreto estudado, foi feito com a ajuda de tabelas onde


os dados obtidos são comparados e assim se define um valor de cada material
para a obtenção de 1m³ de concreto, as tabelas estão dispostas em sequência.

Tabela 1; curva de Abrams

Tabela 2: Consumo aproximado de água


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Tabela 3: Dimensão do agregado graúdo

Após a definição dos valores de cada material a ser preciso no processo


de fabricação do concreto, iniciou-se fazendo a pesagem de cada um dos
materiais como para o traço convencional, como também para o traço com
substituição parcial do agregado miúdo pelo pó de mármore. A
moldagem dos corpos de prova foi feita de forma manual, com um intervalo de
24horas, após a moldagem, foi feita a sua desmoldagem e colocados para
cura, onde foi rompido com 7 e 28 dias, para aferição da sua resistência a
compressão.
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Imagem 1: mistura dos materiais Imagem 2: moldagem corpos de prova


Fonte (Alves;2019) Fonte (Alves;2019)

Imagem 3: corpos de prova Imagem 2: moldagem corpos de prova


Fonte (Alves;2019) Fonte (Alves;2019)
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Após os corpos de provas obedecerem ao intervalo de 7 e 28 dias de


cura no qual estiveram submersos em água, estes por sua vez foram
submetidos ao ensaio de resistência a compressão axial em uma máquina
hidráulica disponibilizado pela Faculdade Santa Maria e utilizando-a segundo a
NBR 5739 (ABNT, 2007). Onde a resistência a compressão é dada pela
equação:
𝜏 = 𝐹/𝐴
Onde,
𝜏 = 𝑇𝑒𝑛𝑠ã𝑜; 𝐹 = 𝑓𝑜𝑟ç𝑎𝑒𝐴 = á𝑟𝑒𝑎.

Também foi proposta uma competição, a produção do APO (aparato de


proteção ao ovo) que consiste em um pórtico em balanço, onde será colocado
um ovo cozido embaixo e em seguida uma carga acidental no meio do vão,
com o traço referente ao que teve mais resistência em comparação com o traço
tradicional, que no caso foi a substituição parcial de 15% do agregado miúdo
por pó de mármore, esse pórtico deve esta de acordo com as especificações
do edital que foi proposto pela professora, foi feito um molde de madeira
própria para concretagem, como também uma armadura de acordo com o
edital, logo após a concretagem do mesmo e depois de 24 horas a
desmoldagem, e em seguida colocado em cura úmida até o dia da competição.
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Imagem 5 : molde com armadura Imagem 6 : pórtico pronto


Fonte (Alves;2019) Fonte (Alves;2019)

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 Resultados
Após os ensaios realizados no laboratório, obteve se a granulometria e
também o modulo de finura da areia e do pó de mármore. Os resultados estão
dispostos na tabela 1

Tabela: 1

Tabela 4: granulometria

Material Areia Pó de mármore Brita


Diâmetro médio 0,6 mm 0,15 mm 9,5 mm
Modulo de finura 2,295 0,595 -

Com as massas obtidas do material retido em cada peneira e possível


traçar uma curva granulométrica que esta disposta no gráfico.
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Gráfico 1: curvas granulométricas

Também foi encontrada a massa especifica e massa unitária para cada


material, que está disposta na tabela 2.
Tabela 2: massa especifica e massa unitária

Material Brita Pó de mármore Areia


Massa especifica 2,631 g/cm² 2,544 g/cm² 2,564 g/cm²
Massa unitária 1342,84 1119,83 1323,9

Com base nos resultados obtidos com a consulta das tabela através do
método de dosagem ABCP, obteve-se os seguintes valores para 1m³ de
concreto.

Cimento (kg) Areia (kg) Pó de Brita (kg) Água (L)


mármore (kg)
Traço conv. 478 900 - 708 225
Sub. 10% 478 810 90 708 225
Sub.15% 478 765 135 708 225
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Para as misturas convencionais, ou seja, onde não houve substituição


do agregado miúdo por pó de mármore, a resistência encontrada foi de 22,4
Mpa. Já para os corpos de prova os quais tiveram parte de seu agregado
miúdo substituído em 10%, 15% obteve resistências a compressão axial iguais
a 26,59 Mpa, e 32,3 Mpa respectivamente.

4.2 Discussão
Após a realização dos testes, pode-se observar que a substituição de
15% do agregado miúdo pelo pó de mármore, mostrou ser a mistura de maior
resistência a compressão (32,3Mpa), sendo 21,4% mais resistente a
compressão do que a mistura de 10% de substituição (26,59Mpa) e 44,19%
mais resistente do que o concreto convencional (22,4Mpa).

5. CONCLUSÃO

Posterior aos resultados dos testes de compressão axial percebeu


claramente que o composto que teve a substituição de 15% de agregado miúdo
pelo pó de mármore obteve o melhor resultado como já mostrado
anteriormente.
Conclui-se então que o pó de mármore que por muitas vezes é
descartado na natureza de forma irregular e mostrou ser apto para substituir
parcialmente o agregado miúdo de um composto de concreto, tornando assim,
uma obra de construção civil economicamente vantajosa e ecologicamente
correta.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABNT NBR 7217/1987 – Agregados – Determinação da composição


granulométrica;
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ABNT NBR 9776/1987 – Agregados - Determinação Da Massa Específica


Chapman;
ABNT NBR 5738/2015 – Concreto - Procedimento para moldagem e cura de
corpos de prova;
ABNT NBR 5739/2007 – Concreto – Ensaio de compressão de corpos de
prova cilíndricos;
ABNT NBR NM 52/2003 – Agregado miúdo: Determinação da massa
específica e massa específica aparente;
ABNT NBR NM 53/2003 – Agregado graúdo: Determinação da massa
específica, massa específica aparente e absorção de água;
ABNT NBR NM 45/2006 – Determinação da massa unitária e volume de
vazios.

ESTUDO DA VIABILIDADE DE UTILIZAÇÃO DO RESÍDUO DE MÁRMORE


EM PÓ EM SUBSTITUIÇÃO PARCIAL AO AGREGADO MIÚDO PARA
PRODUÇÃO DE ARGAMASSA; disponível em:
https://www.editorarealize.com.br ;20 de novembro de 2019.

ESTUDO DE VIABILIDADE DA UTILIZAÇÃO DO RESÍDUO DO PÓ DE


PEDRA COMO AGREGADO MIÚDO EM CONCRETO; disponível em:
https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&url=https://www.ibeas.org.
br/congresso/Trabalhos2017/III030.pdf&ved=2ahUKEwiiyaef8fnlAhXvGbkGHZ
StBAYQFjAEegQICRAB&usg=AOvVaw1DFMES7Wyjegr7Az2V2aVk&cshid=15
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