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Circuı́to RLC em Série

Laboratório de Eletromagnetismo

Guilherme L. Caus

Universidade Federal da Fronteira Sul

06/2019

Guilherme L. Caus Circuı́to RLC em Série


Ressonância

A ressonância é um fenômeno caracterı́stico de sistemas


oscilatórios sujeitos à uma perturbação periódica. Quando a
frequência desta perturbação se aproxima de uma das frequências
preferenciais de oscilação do sistema, observa-se um significativo
aumento da amplitude de oscilação.
As frequências para as quais observa-se este aumento na resposta
do sistema são chamadas de frequências de ressonância. Se uma
perturbação excita o sistema numa destas frequências, mesmo
forças de baixa intensidade são capazes de produzir oscilações de
grande amplitude.

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A ressonância se manifesta em diversos sistemas fı́sicos, sejam eles
mecânicos, acústicos ou eletromagnéticos. Neste experimento
veremos como a ressonância se apresenta num sistema elétrico em
particular, o circuito RLC alimentado com tensão senoidal.

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Encontrando a Ressonância em um Circuito RLC
O experimento foi realizado com um circuito RLC alimentado por
um gerador de onda ondas Senoidais de corrente alternada como
demosntra a Figura 1.

Figura: Circuito RLC alimentado por um gerador de ondas Senoidais


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Temos que a diferença do potencial em relação ao tempo, aplicado
pelo gerador é:

V (t) = V0 sen(ωt) (1)

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Aplicando a segunda lei de Kirchoff, ficamos com:
dI Q
V0 sen(ωt) − L − IR − =0 (2)
dt C
Sabemos também que:
dQ
I = (3)
dt
Substituindo 3 em 2 temos:

d 2Q 1
V0 sen(ωt) − L − IR − Q = 0 (4)
dt C

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Podemos então fazer uma analogia com a equação de oscilação
forçada sistema massa-mola onde:

d 2x dx
m +b − mω02 x = F0 cos(ωt) (5)
dt dt
podemos associar m = L e kx = mω02 x logo se C1 = Lω02 sendo
1
C = k = constante da força, ω0 = frequência angular natural,
portanto:
1
ω0 = √ (6)
LC
é a frequência de ressonância de um circuito RLC.

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Corrente eletrica em um Circuito RLC
Sabemos que a corrente em todo o circuito em série tem a mesma
amplitude e a mesma fase uma vez que estão todos os
componentes ligados, também esperamos que a corrente tem
comportamento senoidal:

I (t) = I0 sen(ωt − δ) (7)


Onde I0 é a corrente máxima no circuito e δ é a defasagem entre a
corrente e a tensão.
Sabemos que:

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Fasores

A partir da figura anterior podemos construir fasores entre as


tensões e encontramos:

Figura: Fasores

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Pelo teorema de pitágoras tiramos que:
q
V = (VR )2 + (VL − VC )2 (8)
E como a corrente I tem o mesmo valor em todos os elementos e é
representada por um único fasor no diagrama. Para qualquer
tempo, podemos encontrar a impedância a partir das seguintes
relações:
V = ZI (9)
E que a tensão no resistor é =
VR
VR = RI ⇒ =R (10)
I
Sabemos ainda que:

(VL − VC )2 = (XL − XC )2 I (11)

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Sabendo dessas relações a equação X fica da seguinte maneira:
q
Z = (R)2 + (XL − XC )2 (12)
1
Como XL = ωL, e XC = ωC A partir destas considerações
podemos refazer um diagrama;

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A partir deste diagrama podemos observar que o tangente de δ
fica:
XL − XC
tanδ = (13)
R
Logo a relação entre a corrente e a tensão é dada por:
XL − XC
δ = tan−1 (14)
R
Desta relação conseguimos observar três configurações no circuito
RLC que são:
Circuito Indutivo;
Circuito Capacitivo;
Circuito Resistivo.

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Circuito indutivo

A tensão está adiantada de δ em relação a corrente. Ocorre para


frequências altas. O circuito tem caracterı́sticas indutivas.

XL > XC ⇒ δ > 0 (15)

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Circuito capacitivo

A tensão está atrasada de δ em relação a corrente. Ocorre para


frequências baixas. O circuito tem caracterı́sticas capacitivass.

XL < XC ⇒ δ < 0 (16)

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Circuito resistivo

A tensão está em fase com a corrente. Ocorre para uma única


frequência. O circuito tem caracterı́sticas resistivas.

XL = XC ⇒ δ = 0 ⇒ Z = R (17)

A corrente toma o valor máximo


V Vmax
I = ⇒ Imax = (18)
R R

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Relações dos circuitos

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Finalmente a Corrente

A partir de todas as relações estabelecidas até agora, podemos


chegar ao valor da corrente no circuito. Sabendo que:

V0
I = (19)
Z
Temos:
V0
I =p (20)
(R) + (XL − XC )2
2

1
Sabendo ainda que XL = ωL, e XC = ωC conseguimos reescrever a
equação X como:

V0
I =q (21)
1 2
R2 + (ωL − ωC )

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Potência média

Podemos encontrar a potência média a partir de:

I2
hPi = R (22)
2
V02
hPi = R (23)
Z2
Sendo que Z 2 é:
1 2
Z 2 = R 2 + (ωL − ) (24)
ωC

L2 2 1 2
Z 2 = R2 + 2
(ω − ) (25)
ω LC
L2 2
Z 2 = R2 + (ω − ω02 )2 (26)
ω2

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Portanto a potência média fica da seguinte maneira :

V02 ω 2
hPi = R (27)
R 2 ω 2 + L2 (ω 2 − ω02 )2

V02
hPi = R (28)
ω02 2
R 2 + L2 (1 − ω2
)

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Fator de Qualidade

Um dos fatores predominantes para a cara das curvas no gráfico é


o fator de qualidade do circuito, esse fator é dado pela razão da
energia armazenada pela energia dissipada por ciclo quando o
circuito se encontra em ressonância, tudo isso multiplicado por 2π,
ou seja por um ciclo.
U0
Q = 2π (29)
∆U

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Sendo que a energia armazenada é a quantidade de carga
armazenada no capacitor:

q2 LI 2
U0 = ⇒ U0 = (30)
2C 2
E a energia dissipada é:

RI 2 2π
∆U = PotenciaxPeriodo ⇒ ∆U = (31)
2 ω0
Resolvendo essas equações ficamos com:
ω0 L
Q= (32)
R

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Figura: Curva teórica da Corrente em função de omega considerando o
fator de qualidade

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Como pode ser visto na figura anterior, na ressonância, onde, a
potência média dissipada no resistor é máxima e analisando a
equação 28 ficamos com o seguinte valor:

V02
hPi = R (33)
ω02 2
R 2 + L2 (1 − ω2
)

V02
hPi = (33)
R

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Figura: Curva teórica Potência em função de omega considerando o fator
de qualidade
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Figura: Curva teórica da defasagem em função de omega considerando o
fator de qualidade

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Gráfico Defasagem por Omega resistor de 570

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Gráfico Corrente versus Omega resistor de 570

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ω
Gráfico Potência versus ω0 resistor de 570

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Gráfico Defasagem por Omega resistor de 1000

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Gráfico Corrente versus Omega resistor de 1000

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ω
Gráfico Potência versus ω0 resistor de 1000

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Aplicações de um circuito RLC

O circuito de sintonização de um aparelho de rádio é um bom


exemplo de circuito de freqüência ressoante. A antena receptora
(fonte externa oscilante) do rádio capta sinais de diferentes
emissoras (cada um com freqüências caracterı́sticas especı́ficas que
produz uma corrente de mesma freqüência no circuito RLC do
rádio). Entretanto, o único sinal que possibilita o efeito de
ressonância é aquele com freqüência igual (ou muito próximo) a
freqüência de ressonância particular do circuito RLC do rádio no
qual está sintonizado. O circuito RLC discrimina sinais que não
estão muito próximos de sua freqüência ressoante de modo que
não ocorre nenhum som audı́vel no auto-falante do rádio.
Sintonizamos um rádio variando a capacitância do capacitor no
circuito de sintonização. Isso modifica a freqüência de ressonância
no circuito de modo que ela coincida com a freqüência de
transmissão da emissora que queremos ouvir.

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Na prática
Passa banda, é aquele filtro que permite a passagem de sinais em
uma determinada faixa intermediária. Ou seja, ele irá atenuar
sinais que estejam abaixo ou acima de determinada frequência.

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Em altas frequências então, a maior parte da tensão de entrada
estará sobre o indutor. O que concluı́mos que isto acaba por
impedir a passagem do sinal. Em baixas frequências ocorre o
inverso e a maior parte da tensão de entrada estará sobre o
capacitor. O que nos diz que isso acaba por impedir a passagem
do sinal.
Por fim para as frequências intermediárias o capacitor e o indutor
se comportarão como um curto circuito. Isto quando a frequência
estiver próxima a frequência de ressonância. Portanto o circuito
permitirá passar sinais dentro desta determinada faixa.
A ressonância basicamente pode ser compreendida quando as
reatâncias indutiva e capacitiva se anulam, apresentando um fator
de potência unitário. A frequência que provoca essa situação é
chamada de frequência de ressonância.

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