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UNIVERSIDADE CATÓLICA DOM BOSCO

ANDRESSA MOTA DE SOUZA


BEATRIZ DA SILVA DE PAULA
DANIELE GOMES MARTINS
GUILHERME PEREIRA DE SOUZA
HELENA RIBEIRO
MARLA BEATRIZ SANTOS

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA CIDADE DE PORTO ALEGRE

CAMPO GRANDE - MS
2019
UNIVERSIDADE CATÓLICA DOM BOSCO

ANDRESSA MOTA DE SOUZA


BEATRIZ DA SILVA DE PAULA
DANIELE GOMES MARTINS
GUILHERME PEREIRA DE SOUZA
HELENA RIBEIRO
MARLA BEATRIZ SANTOS

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA CIDADE DE PORTO ALEGRE

Trabalho de pesquisa desenvolvido como parte dos


requisitos necessários para avaliação na disciplina de
Determinantes Sociais e Epidemiológicos II, sob
orientação da profª Drª Karla de Toledo Candido Muller.

CAMPO GRANDE - MS
2019
INTRODUÇÃO
O município de Porto Alegre é a capital brasileira do estado do Rio Grande
do Sul, localizado na região Sul do país. Sua população é de 1.483.771 pessoas
e sua área territorial é de 495,390 km² (IBGE, 2019). A cidade tem como data
oficial de fundação 26 de março de 1772, onde antes chamada Porto de Viamão.
A partir de 1824, passou a receber imigrantes de todo o mundo, em particular
alemães, italianos, espanhóis, africanos e poloneses. Este cenário de múltiplas
expressões, variadas faces e origens étnicas, religiosas e linguísticas, faz de
Porto Alegre uma cidade cosmopolita e multicultural, uma demonstração bem-
sucedida de diversidade e pluralidade (PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO
ALEGRE, 2018).
O clima de Porto Alegre é classificado como subtropical úmido. Segundo
a BBC Weather, em Porto Alegre janeiro e fevereiro têm a temperatura média
mais alta do ano, chegando a 31°C, e junho e julho a mais baixa, com 7°C. O
verão é quente e abafado e o inverno é ameno. A média da temperatura anual é
de 19,4 °C.
Atualmente Porto Alegre preserva pouco de sua vegetação original e,
como ocorre em toda a região metropolitana, os ambientes naturais foram
extensamente modificados pelo homem. Estando localizada na zona limítrofe
entre os biomas da Mata Atlântica e do Pampa, a cidade apresenta
características de ambos. Sua vegetação é muito arborizada e 30% de seu
território é área rural, a segunda maior entre as capitais brasileiras (PAULO
BRACK, UFRGS).
De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
(PNUD, 2013) Porto Alegre é a única cidade do Rio Grande do Sul que está entre
os 50 municípios com melhor Índice de Desenvolvimento Humano Municipal
(IDHM) do país, com 0,805 (o IDH dos municípios vai de 0 a 1: quanto mais
próximo de zero, pior o desenvolvimento humano; quanto mais próximo de um,
melhor).
Porto Alegre tem acesso cultural acima da média entre as 12 maiores
metrópoles brasileiras. A cidade tem pluralidade cultural e a vocação para a
diversidade se refletem em uma rica gastronomia, nas diversas opções de vida
noturna, atrações culturais e lazer. A capital gaúcha tem um dos melhores
índices de ida ao cinema e a saraus, entre as maiores metrópoles do Brasil.
Depois da ida ao cinema, a atividade cultural mais praticada pelos porto-
alegrenses é a leitura. Shows e feiras de artesanato também são algumas das
opções mais acessadas na cidade. A pesquisa ainda destaca que 39% dos
moradores de Porto Alegre foram a pelo menos seis atividades culturais no
período de um ano antes do levantamento. (CORREIO DO POVO, 2018)
Nesse contexto, o objetivo deste estudo é apresentar o perfil
epidemiológico de Porto Alegre, através de informações sobre a capital,
identificação de dados sobre a população e indicadores de saúde.
DESENVOLVIMENTO
3.1 Dados demográficos, e estatísticas vitais de Porto Alegre - RS
• Tamanho da população total
1.476.866 habitantes

• Tamanho da população por sexo


Masculino: 691.132
Feminino: 785.734

• Tamanho da população por faixa etária


0 a 4 anos: 85.004
5 a 9 anos: 86.585
10 a 14 anos: 101.110
15 a 19 anos: 103.528
20 a 29 anos: 223.411
30 a 39 anos: 255.554
40 a 49 anos: 178.861
50 a 59 anos: 187.645
60 a 69 anos: 136.345
70 a 79 anos: 74.591
80 anos e mais: 44.232

• Número de nascidos vivos


Masculino: 10.128
Feminino: 9.595
Ign: 1
Total: 19.724

• Número de óbitos totais


11.328 mortes
• Número de óbitos por sexo
Masculino: 5.798
Feminino: 5.529
Ign: 1

• Número de óbitos por faixa etária


Menor de 1 ano: 182
1 a 4 anos: 29
5 a 9 anos: 19
10 a 14 anos: 40
15 a 19 anos: 169
20 a 29 anos: 401
30 a 39 anos: 500
40 a 49 anos: 662
50 a 59 anos: 1.313
60 a 69 anos: 1.873
70 a 79 anos: 2.302
80 anos e mais: 3.819
Idade ignorada: 19

• Número de óbitos por “causa CID 10”


Doenças no aparelho circulatório: 2.996
Neoplasias: 2.815
Causas externas: 1.206

3.2 Indicadores de saúde de Porto Alegre - RS


• Mortalidade infantil
9,22/1000 ou 9/1000
• Mortalidade infantil neonatal
6,38/1000 ou 6/1000
• Mortalidade infantil pós-neonatal
2,89/1000 ou 3/1000
• Mortalidade infantil em 2015 comparada com 2005
Em 2015 a mortalidade infantil era de 9/1000, já em 2005, era de
13/1000, ou seja, nota-se uma diminuição, devido a uma melhora no
atendimento pré-natal e pós-natal, além de uma melhora no sistema saúde
comunitário, e um melhor atendimento a mãe logo após o parto.
• Mortalidade geral
7,67/1000 ou 8/1000
• Curva de mortalidade proporcional por faixa etária (Curva de
Nelson Moraes)
Menor de 1 ano: 1,60%
1 a 4 anos: 0,25%
5 a 9 anos: 0,16%
10 a 14 anos: 0,35%
15 a 19 anos: 1,50%
20 a 29 anos: 3,53%
30 a 39 anos: 4,43%
40 a 49 anos: 5,84%
50 a 59 anos: 11,60%
60 a 69 anos: 16,55%
70 a 79 anos: 20,32%
80 anos e mais: 33,71%
Idade ignorada: 0,16%
• Coeficiente específico de mortalidade por sexo
Coeficiente Masculino: 838,91/100.000 ou 839/100.000
Coeficiente Feminino: 703,67/100.000 ou 704/100.000
• Coeficiente proporcional de mortalidade por cada uma das 3
principais causas
Doenças no aparelho circulatório: 20,28/10.000 ou 20/10.000
Neoplasias: 19,06/10.000 ou 19/10.000
Causas externas: 8,16/10.000 ou 8/10.000
3.3 Redação do texto:
Apresentar os resultados encontrados de forma textual, gráficos ou tabelas,
explicando com suas palavras o que estes resultados representam. Não devem
ser tópicos e sim um texto mostrando o perfil epidemiológico da população
pelos indicadores calculados.

Com o objetivo de extrair informações técnicas de interesse público para


o mapeamento e controle dos indicadores de saúde da população, o presente
estudo foi desenvolvido em três etapas: levantamento de dados; cálculo de
coeficientes; interpretação de resultados. Todos os dados apresentados
possuem embasamento na plataforma digital DATA-SUS, gerando uma análise
a respeito do perfil epidemiológico da cidade de Porto Alegre/RS.
No ano de 2015 a capital atingiu o número de 1.476.866 habitantes, dos
quais a maioria é identificada pertencente ao sexo feminino. O coeficiente
específico por sexo é quantificado em predominância feminina em detrimento
do masculino. Dentre os cidadãos residentes na cidade, predomina
numericamente indivíduos em idade economicamente ativa (idades
aproximadas entre 20 e 50 anos), apresentando equilíbrio no número de
crianças, adolescentes e idosos.

Gráfico: População residente por sexo e faixa etária

A taxa bruta de natalidade masculina supera a feminina em número


singelos, contudo a taxa de mortalidade de homens é maior que a de mulheres.
Tais informações são indispensáveis para o mapeamento e estruturação de
políticas públicas de saúde voltadas à proteção e prevenção de saúde dos
referidos grupos.
A cidade de Porto Alegre é capital do Rio Grande do Sul, estado que
possui um dos menores índices de mortalidade infantil do Brasil. O município,
portanto, também apresenta indicadores otimistas em relação a saúde infantil:
o coeficiente de mortalidade infantil da cidade é 9/1000, sendo 6/1000 o
coeficiente neonatal (crianças de 0 a 28 dias) e 3/1000 o pós-neonatal
(crianças de até 1 ano).
Uma análise comparativa dos coeficientes de mortalidade infantil entre a
década de 2005-2015 constatou a diminuição gradativa do indicador, levando
em consideração o aumento dos nascidos vivos em relação a diminuição da
mortalidade. Esta diminuição pode ser justificada pela ampliação da atuação do
Sistema Único de Saúde na região, salientando o atendimento pré-natal e pós-
natal, bem como a atenção integral a saúde da mulher puérpera.

Gráfico: Coeficiente de Mortalidade Infantil, Neonatal e Pós Neonatal

A mortalidade geral da população porto-alegrense apresenta um


coeficiente de 8/1000, que em comparativo ao restante dos municípios do país,
se mostra um bom indicador. Contudo, para uma análise mais precisa é
necessário aprofundar-se nestes percentuais e verificar qual parte da
população está mais presente nestes valores.
O cálculo de uma curva de mortalidade geral por faixa etária é uma
ferramenta de grande auxílio, visto que através dela observa-se um índice
maior de mortalidade na faixa dos idosos (de 60 a mais de 80 anos),
representando cerca de 70% das mortes da cidade, sendo 33,71% mortes
referentes a faixa etária acima dos 80 anos, 20,32% pela faixa dos 70-79 anos
e 16,55% está entre os 60-69 anos.
Entretanto, Porto Alegre também apresenta um preocupante cenário de
altas taxas de mortalidade de indivíduos em idade jovem e adulta: 3,53% é o
percentual de mortalidade em jovens da faixa de 20 a 29 anos, somado aos
4,43% falecidos entre 30 e 39 anos, 5,84% entre os 40 e 49 anos, e 11,60%
dos 50 aos 59 anos, resulta uma somatória de 25,4% de mortalidade nos
indivíduos jovens e adultos, cujas causas são predominantemente agravos
externos, evidenciando os altos índices de violência presenciados na capital.
A identificação de enfermidades mais recorrentes na região foi realizada
através de cálculos estatísticos presentes no estudo da epidemiologia,
especificamente pelo levantamento do coeficiente proporcional de mortalidade -
indispensável para a definição exata e quantitativa das enfermidades
predominantes na população porto-alegrense.
Confere-se um coeficiente proporcional de mortalidade que revela na
cidade a liderança das neoplasias (32%), seguidas das doenças do aparelho
circulatório (15,4%) e agravos externos (11,3%) como a três principais,
evidenciando a necessidade do desenvolvimento de políticas públicas de
saúde no âmbito destas doenças.

Ademais, as análises e cálculos realizados no presente estudo revelam


uma história otimista de melhorias nos indicadores de saúde da população de
Porto Alegre/RS, principalmente em relação a taxa de mortalidade infantil,
apresentada como uma das melhores do país, da qual é resultado de
aplicações de políticas públicas de saúde bem-sucedidas. Contudo, ainda se
faz necessário o aprimoramento de tais políticas, principalmente em segmentos
como a segurança e a prevenção de doenças.
Gráfico: Evolução da mortalidade geral

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