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LUTA DE CLASSES

TRABALHO

 Luta de Classes é o conflito travado entre vários grupos sociais que


visam o alcance de determinados interesses e a transformação
social.

 A partir do contraste de interesses entre diferentes classes,


inicialmente entre burguesia e proletariado, onde os indivíduos que
possuem os mesmos interesses se juntam em uma classe para
defender e lutar por eles.

 Engels trabalha esse conceito desde o surgimento de sociedades


primitivas, onde não havia surgido ainda as classes propriamente
ditas. Para isso, ele retoma todo o acervo histórico fornecido a ele e
relata como se dão esses conflitos ao longo da história. Entretanto,
esse conceito foi retomado por vários autores marxistas que
questionaram a análise feita por Engels.

 Kautsky, por exemplo, defende a ideia de que nas sociedades pré-


capitalistas existiam não só grupos sociais, mas gradações de
classes que são como “precursoras” para que surgissem no
sistema capitalista.

 Essas gradações são separadas por diferentes níveis de status e


prestígio social, que eram justamente os agentes causadores dos
conflitos que moviam a história, ou seja, das lutas de classes.

 Outro autor marxista, Wright Mills, traz a ideia da Metafísica do


Trabalho, que nada mais é que o protagonismo atribuído à classe
trabalhadora para a transformação social e ser a condutora da luta
de classes.

 A partir do século XIX, essa luta para a defesa de interesses dos


trabalhadores diminui de intensidade. Esse “desfoque” da classe
trabalhadora se torna objeto de estudos de vários autores
marxistas.
 Bernstein, atribui essa queda da intensidade da luta de classes ao
aumento da qualidade de vida de boa parte da população operária.
Isso aumentou o número da classe média na sociedade, o que é tido
como uma característica do desenvolvimento do sistema
capitalista.

 Com essa migração de indivíduos da classe trabalhadora para a


classe média, a sociedade não continuou sendo tão mais polarizada
e antagônica entre proletários e burgueses tal como afirmou os
estudos de Marx e Engels.

 Além disso, essa mudança da configuração social no século XIX


aumentou a complexidade da sociedade.

 Foster atribuiu a queda do nível da luta entre as classes ao


“contentamento” dos proletariados com sua atual situação forçado
pela burguesia.

 Concessão de pequenos direitos à classe trabalhadora – como o


sufrágio universal – o que levou essa classe a ter uma falsa
impressão de que seu nível de vida estava evoluindo.

 Esses direitos só foram concedidos pela burguesia para, num


sentido amplo e não marxista, “alienar” a classe trabalhadora.

 Mills analisa o capitalismo norte-americano.

 Para alcançar o posto de um dos países mais desenvolvidos e


industrializados, nunca tornou visível o contraste social entre
burguesia e trabalhador.

 Já que esse contraste não era tão visível como na Europa, esse país
nunca se tornou exemplo de surgimentos de grandes partidos
revolucionários ou de sindicatos.
 Para W. Mills nos EUA, o desenvolvimento, tanto social como
econômico, sempre foi realizado pela própria burguesia e pelo
capitalismo, predominantemente.

 Diante disso, o autor questiona a validade da (já citada) Metafísica


do Trabalho. Como é o caso dos EUA, uma sociedade não precisa
ter sua classe trabalhadora como protagonista do, como citou
Marx, “motor da história”, tornando a ideia de Metafísica do
Trabalho como falsa.

TEXTOS DE FORA

 Marx e Engels afirmam, no Manifesto comunista, que “a história de


toda sociedade que existiu até o momento é a história da luta de
classes”.

 São os conflitos travados entre classes sociais antagônicas, que


possuem interesses distintos, que delineiam os rumos da evolução
histórica das sociedades humanas.

 A luta de classes produz como efeito uma transfiguração


revolucionária da organização social ou a “ruína comum” das classes
combatentes.

 Em nota à edição inglesa do Manifesto, Engels ressalta que tal


afirmação se refere às sociedades com história escrita, excluindo
assim desta linha de pensamento os grupos primitivos, nos quais
não havia divisão por classes.

 Kaustky, apoiado na observação dos autores de que nas sociedades


pré-capitalistas havia uma gradação de categorias sociais, alegou
que alguns dos conflitos mencionados no Manifesto eram tão-
somente conflitos entre grupos de status.

 A ruína da sociedade feudal foi objeto de discordâncias entre os


historiadores marxistas no tocante ao papel das lutas de classes
entre senhores e servos, e também no que diz respeito ao
surgimento e ascensão social de uma nova classe, a burguesia
urbana.

 Marx e Engels, dizem que a sociedade que se configurou após o


declínio do feudalismo simplificou o antagonismo entre as classes,
posto que há uma polarização cada vez maior entre “dois grandes
campos inimigos”, duas grandes classes que possuem interesses
completamente conflitantes.

 É com o advento do capitalismo que há uma clara diferenciação


entre as classes, um pleno desenvolvimento da consciência de
classe e uma intensificação das lutas de classes.

 Por esse motivo, a sociedade capitalista é o auge da organização


social em classes, e as lutas têm papel fundamental como agente de
transformação do capitalismo em socialismo, isto é, em uma
sociedade sem classes.

 Nas últimas décadas, tem ocorrido que os conflitos de classes não


envolvam somente (ou nem mesmo principalmente) as classes.

 Conflitos contemporâneos abarcam também grupos nacionais,


étnicos, religiosos, e também movimentos sociais de caráter amplo,
como o movimento feminista, o ecológico, o antinuclear.

 Segundo Poulantzas afirma em As classes sociais no capitalismo de


hoje, essas condições estruturais e históricas necessitam de um
reexame, pois não se tratam mais de conflitos exclusivamente entre
burguesia e proletariado, mas existem também alianças entre vários
grupos sociais que, de um lado, dominam e dirigem a vida
econômica e social e, de outro, são dirigidos e subordinados.

 Ellen Wood, em seu livro Democracia contra capitalismo, introduz


relação de dominação empregado-empregador que começa na
antiguidade ocidental, o camponês como subordinado ao dono da
terra. Tal subordinação apresenta influência direta na forma com
que se busca explicar as atuais relações do trabalho.

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