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Faculdade de Ciências
ii
Números Complexos em Geometria
Dedicatória
Aos meus filhos, Josué e Jesuina, por serem o âmago do meu esforço.
iii
Números Complexos em Geometria
iv
Números Complexos em Geometria
Agradecimentos
A Deus pelo dom da vida e por estar sempre me guiando principalmente nesta
formação. A direção da minha instituição labora, por me confiarem esta missão
e permitir que eu fizesse parte deste grupo. Aos meus professores do departa-
mento de Matemática, da faculdade de ciências em especial o meu orientador
Rui Miguel Nobre Martins Pacheco, pela enorme paciênacia e disponibilidade que
teve em incetivar, ajudar e trabalhar incansavelmente neste projeto. Aos meus
colegas e amigos, em especial aqueles que mais perto de mim estiveram desde
o início a dar forças. Aos meu pais e irmãos que sempre estiveram presentes na
minha formação, ao meu esposo Domingos Sumbo e aos meus filhos.
v
Números Complexos em Geometria
vi
Números Complexos em Geometria
Resumo
Palavras-chave
vii
Números Complexos em Geometria
viii
Números Complexos em Geometria
Abstract
The complex numbers play a very important rule in mathematics. In high school,
it is common to present complex numbers as a purely algebraic and abstract de-
vice to solve quadratic and cubic equations. This approach forgets the geome-
trical aspects of complex numbers and may cause the impression that they are
not really useful in other contexts. In this dissertation we will study different
applications of complex numbers in plane geometry.
Keywords
ix
Números Complexos em Geometria
x
Números Complexos em Geometria
Conteúdo
Introdução 1
3 Inversões 43
3.1 Definição e propriedades das inversões . . . . . . . . . . . . . . 43
3.2 Teorema de Ptolomeu-Euler . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
3.3 Problemas com inversões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
Bibliografia 51
xi
Números Complexos em Geometria
xii
Números Complexos em Geometria
Introdução
1
Números Complexos em Geometria
2
Números Complexos em Geometria
Capítulo 1
3
Números Complexos em Geometria
4
Números Complexos em Geometria
z−z
2. b = Im(z) = 2i
;
5. z̄¯ = z;
6. zz = a2 + b2 = |z|2 ;
7. |z| = |z̄|;
9. z −1 = z̄ −1 .
temos
z+z
Re(z) = a = .
2
2. Uma vez que
z − z = (a + bi) − (a − bi) = 2bi,
temos
z−z
Im(z) = b = .
2i
3. O número z é real precisamente quando Im(z) = 0. Do ponto 2. resulta que
isto acontece se, e só se, z̄ = z.
4. O número z é imaginário puro precisamente quando Re(z) = 0. Do ponto 1.
resulta que isto acontece se, e só se, z̄ = −z.
5. Temos
z̄¯ = a + bi = a − bi = a + bi.
6. Temos
7. Temos
√ √
|z| = a2 + (−b)2 = a2 + b2 = |z|.
z̄ |z|2
z 2 = 2 = 1,
|z| |z|
5
Números Complexos em Geometria
z̄ a − bi a b a b
z −1 = 2 = 2 = 2 − 2 i= 2 + 2 i.
|z| a +b 2 a +b 2 a +b 2 a +b 2 a + b2
z̄¯ z a + bi a b
z̄ −1 = 2 = 2 = 2 = 2 + 2 i.
|z̄| |z| a +b 2 a +b 2 a + b2
Logo z −1 = z̄ −1 .
1. z1 z2 = z̄1 z̄2 ;
2. z1 + z2 = z̄1 + z̄2 ;
3. z1
z2
= z̄1
z̄2
para z2 ̸= 0.
2. Temos
z1 + z2 = (a + c) + (b + d)i
= (a + c) − (b + d)i = (a − bi) + (c − di) = z̄1 + z̄2 .
z1 z̄1
= z1 z2−1 = z̄1 z̄2−1 = .
z2 z̄2
6
Números Complexos em Geometria
Proposição 4. Se z = a + bi ∈ C, então
arctan ab se a>0
π
se a=0eb>0
2
arg z = .
− arctan ab se a<0
− π2 se a=0eb<0
onde arctan denota uma qualquer inversa da função tangente.
7
Números Complexos em Geometria
ez = ea (cos b + i sin b)
8
Números Complexos em Geometria
para z2 ̸= 0.
1. ez̄ = ez ;
2. 1
ez
= e−z ;
4. e(z+i2kπ) = ez , com k ∈ Z;
Sabemos que, dentro do conjunto dos números reais, não podemos extrair as
raízes quadradas de números negativos. Tal é sempre possível fazer com núme-
ros complexos, ou seja, para qualquer a + bi ∈ C, existe z = x + iy ∈ C tal que
z 2 = a + bi. Com efeito, a equação z 2 = a + bi é equivalente ao sistema
{
x2 − y 2 = a
.
2xy = b
e √√
a2 + b 2 − a
y=±
2
√ √
Como a2 + b2 + a > 0 e a2 + b2 − a > 0, então x e y são números reais. Já os
sinais dos radicais são escolhidos de maneira a que o produto xy tenha o mesmo
sinal de b.
9
Números Complexos em Geometria
Podemos ver que todo número complexo não nulo possuí duas raízes quadradas
distintas. Em particular, podemos deduzir que toda equação do segundo grau,
no conjunto dos números complexos, tem duas raízes, que podem ser iguais ou
diferentes. As raízes de ax2 + bx + c = 0, com a ̸= 0, b e c complexos são dadas
√ √
por: x1 = −b+ 2ab −4ac e x2 = −b− 2ab −4ac
2 2
e2kiπ = 1,
2kiπ
zk = e n ,
10
Números Complexos em Geometria
z0 = 1
√
i 2π 1 3
z1 = e 3 =− +i ;
2 √2
4π 1 3
z2 = ei 3 =− −i .
2 2
z0 = 1;
π
z1 = ei 2 = i;
z2 = eiπ = −1;
3π
z3 = ei 2 = −i.
11
Números Complexos em Geometria
12
Números Complexos em Geometria
|OQ| |OQ′ | = r2
13
Números Complexos em Geometria
−
→ −
→
Uma vez que ab = b − a e cd = d − c, temos
b−a
λ= ∈R
d−c
b−a (1 + 3i) − (2 − i) 1 − 4i 1 9
= = = + i,
d−c (3 + 6i) − (−1 + 4i) −4 − 2i 5 10
14
Números Complexos em Geometria
15
Números Complexos em Geometria
−
→ −
→ −
→ −
→
bc = λ1 eiβ ba da = λ2 eiδ dc,
1
A amplitude de um ângulo inscrito numa circunferência é igual a metade da amplitude do arco por ele
subtendido.
16
Números Complexos em Geometria
Temos então √
(a − b)(c − d) 1− 2
= √ < 0,
(c − b)(a − d) 2− 2
logo a, b, c, d são os vértices de um quadrilátero cíclico. Na realidade, trata-se
de um quadrilátero inscrito na circunferência de raio r = 2 centrado na origem.
1.4.3 Triângulos
Um triângulo diz-se orientado se for dada uma ordem para os seus vértices: se
a ordem for no sentido anti-horário, a orientação é positiva; se a ordem for
no sentido horário, a orientação é negativa. Dois ou mais triângulos possuem a
mesma orientação se ambos forem horários ou anti-horários. Possuem orienta-
ção distinta se um for horário e outro anti-horário.
Proposição 11. Seja a, b e c três pontos. Então, a área (com sinal) do triângulo
∆abc é dada por
a ā 1
i
b b̄ 1 . (1.1)
4
c c̄ 1
Por outro lado, sabemos que a área de um paralegramo é dada pela norma do
produto externo entre os vetores que o geram. Assim, a área do triângulo △abc
−
→ − →
é dada pela norma do vetor ab×2 ac , pelo que a área com sinal do mesmo triângulo
é dada por
1 b1 − a1 b2 − a2 1(
)
= (b1 − a1 )(c2 − a2 ) − (b2 − a2 )(c1 − a1 )
2 c 1 − a1 c 2 − a2 2
1
= (−a2 b1 + a1 b2 − b2 c1 + b1 c2 − c2 a1 + c1 a2 ),
2
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Números Complexos em Geometria
Exercício 1. Mostre que a equação da reta que passa pelo ponto z0 e é paralela
à reta de equação αz̄ + ᾱz + β = 0 é dada por
α
z − z0 = − (z̄ − z¯0 ).
ᾱ
18
Números Complexos em Geometria
b−a b−a i
zi + zi + (aa − bb) = 0.
2 2 2
z − z3 z − z3
+ = 0. (1.5)
z2 − z1 z 2 − z 1
zz + az + bz + c = 0
define uma circunferência se, e só se, b = a, c é real e c < aa. Neste caso, a
√
circunferência tem centro em −a e raio aa − c.
|z − z0 |2 = r2 ⇔ (z − z0 )(z − z 0 ) = r2 ⇔ zz − z 0 z − z0 z + z0 z 0 − r2 = 0.
a = −z 0 , b = −z0 , c = z0 z 0 − r2 .
19
Números Complexos em Geometria
z3 − z1
θ = arg .
z2 − z1
θ = α′ − α = arg(z3 − z1 ) − arg(z2 − z1 ).
z3 − z1
arg = arg(z3 − z1 ) − arg(z2 − z1 ) = θ.
z2 − z1
20
Números Complexos em Geometria
satisfeitas:
z2 − z1 ω2 − ω1 z2 − z1 ω2 − ω1
z3 − z1 = ω3 − ω1 , arg
z3 − z1
= arg
ω3 − ω1
Uma vez que dois números complexos são iguais precisamente quando tiverem
o mesmo módulo e o mesmo argumento, concluímos que △z1 z2 z3 ∼ig △w1 w2 w3
se, e só se, valer a igualdade (1.6).
1.5.1 Ortocentro
H = a + b + c.
21
Números Complexos em Geometria
as retas
X = a + ti(c − b), t ∈ R
X = b + si(a − c), s ∈ R .
X = c + µi(b − a), µ ∈ R
Por outro lado, sabemos que os vértices do triângulo estão sobre a circunferência
de raio r = 1 e centro na origem, que denotamos por S 1 . Em particular, temos:
1 1 1
ā = , b̄ = , c̄ = . (1.8)
a b c
cb cb
a− = b − c + si(a − c) + si( − b).
a a
Daqui tiramos
a2 − cb − ba + ca
s= .
i(a2 − ca + cb − ab)
22
Números Complexos em Geometria
(a2 − cb − ba + ca)
H = b + si(a − c) = b + (a − c)
a2 − ca + cb − ab
a(a + c) − b(a + c)
=b+ = a + b + c,
a−b
a = i, b = 1 + i, c = −2. (1.9)
O ortocentro H deste triângulo está, por definição, sobre a altura por a, isto
é, a reta de equação paramétrica
X = a + λi(b − c), λ ∈ R.
i + λi(3 + i) = −1 + 2i.
Logo
−1 + i (−1 + i)(−3i − 1) 2i + 4 2 1
λ= = = = + i.
3i − 1 (3i − 1)(−3i − 1) 10 5 5
Como λ é complexo, concluímos que a + b + c não pode pertencer à altura por
a.
1.5.2 Centróide
a+b+c
P = . (1.10)
3
23
Números Complexos em Geometria
a+b+c
Provaremos que as três retas passam por 3
. Tomando a mediana por a, temos
de verificar que, para algum λ,
(b + c ) a+b+c
a+λ −a = .
2 3
1.5.3 Circuncentro
24
Números Complexos em Geometria
25
Números Complexos em Geometria
Nesta secção vamos obter uma caracterização algébrica para polígonos regula-
res. Começaremos tomando em consideração alguns resultados para triângulos
equiláteros e quadrados, que nos levarão a perceber melhor o casos mais gerais.
Assim sendo prestemos atenção ao lema que se segue, pois será útil para a
demonstração de algumas proposições.
2πi
Lema 2. Dado k ∈ N, seja w = e k . Então
1 + w + w2 + . . . + wk−1 = 0.
∑
k−1
1 − rk
xj = x0 .
j=0
1−r
∑
k−1
1 − wk
2 k−1
1 + w + w + ... + w = wj = .
j=0
1−w
26
Números Complexos em Geometria
2πi
com w = e 4 .
−
→ −
→
ca = −i db ⇔ a − c = −i(b − d)
⇔ a + ib − c − id = 0
⇔ a + wb + w2 c + w3 d = 0.
27
Números Complexos em Geometria
2π
com w = e n i .
28
Números Complexos em Geometria
Assim,
∑
n−1 ∑
n−1
i
ai w = (a0 wi − P wi + P )wi
i=0 i=0
∑
n−1
= (a0 (wi )2 − P (wi )2 + P wi )
i=0
∑
n−1 ∑
n−1 ∑
n−1
= a0 w − 2i 2i
Pw + P wi
i=0 i=0 i=0
∑n−1 ∑n−1 ∑
n−1
= a0 w −P2i 2i
w +P wi
i=0 i=0 i=0
∑
n−1 ∑
n−1
2i
w = (w2 )i = 0
i=0 i=0
logo
∑
n−1
ai wi = 0.
i=0
∑
n−1
ai
P = . (1.15)
i=0
n
∑
n−1 ∑
n−1 ∑
n−1
ai = a0 ω −P i
ω i + nP = nP,
i=0 i=0 i=0
29
Números Complexos em Geometria
30
Números Complexos em Geometria
Capítulo 2
31
Números Complexos em Geometria
Resolução. Tendo em conta que |ec| = |eb| e como ec ⊥ eb, temos b − e = (c − e)i,
logo
b − ci
e= .
1−i
Do mesmo modo, podemos deduzir que
b − ai
d= .
1−i
c−a c−a
arg = arg b−ci b−ai
e−d 1−i
− 1−i
(c − a)(1 − i)
= arg
b − ci − b + ai
1−i
= arg
−i
π
= arg(1 + i) = .
4
32
Números Complexos em Geometria
−−→ −− →
Resolução. Provaremos que F H e EG são perpendiculares e de igual compri-
mento. Identificamos o plano euclidiano com o plano dos números complexos
e cada ponto é representado pela letra minúscula correspondente. Seja M o
−−→
ponto médio do lado AB. Então, o vetor M E é obtido através de uma rotação
−→
de 90 no sentido negativo do vetor AB
2
. Logo,
−−→ b + a − i(b − a)
E = M + ME =
2
Do mesmo modo
33
Números Complexos em Geometria
Problema 4. Um tesouro está escondido numa ilha. Nessa ilha, existem apenas
duas árvores, uma palmeira P e um coqueiro C . Partindo do ponto D em que
desembarcar, conte os seus passos com muito cuidado. Quando chegar à pal-
meira, vire 90 graus à direita e caminhe, sempre em linha reta, exatamente o
mesmo número de passos que tinha dado do ponto de desembarque até a pal-
meira. Enterre aí uma estaca S1 . Volte ao ponto de desembarque, caminhe na
direção do coqueiro, conte os seus passos, vire 90 graus à esquerda e caminhe
exatamente o mesmo número de passos que tinha dado desde o ponto de de-
sembarque até ao coqueiro. Enterre aí a segunda estaca S2 . O tesouro está
escondido a meio caminho entre as estacas S1 e S2 . Quais são as coordenadas
do tesouro?
D = a + bi.
−−→
O ponto onde a primeira estaca é colocada é dado por S1 = P + P S1 . Observe-
−−→ −−→
se que P S1 é obtido de DP por uma rotação de 90◦ no sentido anti-horário, ou
−−→ −−→
seja, P S1 = iDP . Como
−−→
DP = P − D = −1 − (a + bi) = (−1 − a) − bi,
temos
−−→ π−−→ ( )
P S1 = e−i 2 DP = −i (−1 − a) − bi = i(1 + a) − b.
34
Números Complexos em Geometria
Logo,
−−→
S1 = P + P S1 = −1 + i(1 + a) − b = −(1 + b) + i(1 + a)
−−→
O ponto onde a segunda estaca é colocada é dado por S2 = C + CS2 . Observe-se
−−→ −−→
que CS2 é obtido de DC por uma rotação de 90◦ no sentido horário, ou seja,
−−→ −−→
CS2 = −i DC. Como
−−→
DC = C − D = 1 − (a + bi) = (1 − a) − bi,
temos
−−→ π−−→ ( )
CS2 = ei 2 DC = i (1 − a) − bi = i(1 − a) + b.
Logo,
−−→
S2 = C + CS2 = 1 + i(1 − a) + b = (1 + b) + i(1 − a).
S1 + S2 −1 − b + i + ai + 1 + b + i − ai 2
Pm = = = i = i.
2 2 2
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Números Complexos em Geometria
−−→ −−→
Resolução. Vamos mostrar que M E e M D são perpendiculares e de igual com-
primento. Identificamos o plano euclidiano com o plano dos números complexos
e cada ponto é representado pela letra minúscula correspondente. Observe-se
−−→ −−→
que o vetor CD é obtido através de uma rotação de 45◦ do vetor CB seguida
de uma contração de razão √12 (de facto, como o triângulo isósceles △CBD é
√
retângulo em D, pelo teorema de Pitágoras temos |CB| = 2 |CD|). Assim,
√ √
b−c ( 2
i π4 2)b − c (1 i )
D =c+e √ =c+ +i √ =c+ + (b − c).
2 2 2 2 2 2
Logo,
Do mesmo modo,
√ √
−i π4 (a − c) (a − c) ( 2 2) (1 1)
E =c+e √ =c+ √ −i =c+ − i (a − c).
2 2 2 2 2 2
Logo,
w 1 + a3 + a2 a3 + w2 + a1 a2 + a1 + w 3
b1 = b2 = b3 = .
3 3 3
36
Números Complexos em Geometria
w1 + wa3 + w2 a2 = 0;
a3 + ww2 + w2 a1 = 0;
a2 + wa1 + w2 w3 = 0,
1
b1 + wb2 + w2 b3 = {(w1 + a3 + a2 ) + w(a3 + w2 + a1 ) + w2 (a2 + a1 + w3 )}
3
1
= {(w1 + wa3 + w2 a2 ) + (a3 + ww2 + w2 a1 ) + (a2 + wa1 + w2 w3 ) = 0,
3
Resolução. Temos
P = B + t1 (C − B)
X = B + t2 (A − B)
Y = C + t3 (A − C)
para certos t1 , t2 , t3 ∈ R. Assim,
−−→
P X = X − P = t2 (A − B) − t1 (C − B) = (t2 − t1 )(A − B) − t1 (C − A).
37
Números Complexos em Geometria
−→
P Y = Y − P = C − B + t3 (A − C) − t1 (C − B) = (1 − t1 − t3 )(C − B) + t3 (A − B),
Temos agora que encontrar T . Sem perda de generalidade, podemos supôr que
A = ic, B = 1 e C = −1. Aplicando a fórmula (1.11), vemos que o circuncentro
O do triângulo é dado por
i 1
O = (c − ).
2 c
Então
−→ i
T = A + 2AO = − .
c
Agora que já temos P , T , X e Y , passaremos a provar pela Proposição 8 que
P T e XY são perpendiculares. Assim;
P −T 1 − 2t1 + ci 1
= = ,
Y −X (1 − 2t1 )ic − 1 ic
38
Números Complexos em Geometria
equilátero que tenha os três vértices sobre cada uma das três retas paralelas
em termos de a e b.
Resolução. Sem perda de generalidade, podemos supôr que uma das retas coin-
cide com o eixo real.
com
√
2πi
◦ ◦ ◦ −1 ◦3
ω=e 3 = cos 120 + i sin 120 = − sin 30 + i cos 30 = +i
2 2
e √
1 3
ω =− −i
2
.
2 2
Assim,
z = −aiω − tω 2
√ √
( −1 3) ( −1 3)
= −ai +i −t −i
√ 2 2 √ 2 2
a 3 t a 3
= + + i( + t)
2 2 2 2
1 √ i √
= (t + a 3) + (a + 3t)
2 2
1 √ a + 2b
(a + 3t) = a + b ⇒ t = √ .
2 3
4
d2 = (t − ai)(t + ai) = (a2 + ab + b2 )
3
39
Números Complexos em Geometria
δ
Vamos achar a distância de 2
aos pontos médios Ha , Hb e Hc dos segmentos que
40
Números Complexos em Geometria
b + t(c − b) − a b + t(c − b) − a
+ =0
c−b c−b
b + t(c − b) − a 1
+ t( 1c − 1b ) − 1
⇔ + b a
=0
c−b 1
c
− 1b
b + t(c − b) − a c + t(b − c) − bc
⇔ + a
=0
c−b b−c
b − c + 2t(c − b) − a + a
bc
⇔ =0
c−b
a2 − bc 1
⇔t= + .
2a(c − b) 2
uma vez que |a| = |b| = |c| = 1. Assim, a circunferência C passa pelo pé da altura
por a. De forma análoga, podemos ver que C também passa pelos pés das alturas
41
Números Complexos em Geometria
por b e por c.
Exercício 2. Mostre que a reta que une os pontos médios dos dois lados paralelos
de um trapézio passa pelo ponto de intersecção das retas que contêm os outros
dois lados e também pelo ponto de intersecção das diagonais.
1
Robert Simson(1687–1768) foi um matemático escocês que publicou diversas edições críticas e comen-
tadas sobre as obras dos antigos geómetras.
42
Números Complexos em Geometria
Capítulo 3
Inversões
1. |z ′ − a||z − a| = r2 ;
Temos
r 2 2 r2 r2
′
|z − a| |z − a| =
2 2
|z − a|2 = (z − a)(z̄ − ā) = r4 ,
z̄ − ā z̄ − ā z − a
logo |z ′ − a||z − a| = r2 .
Por outro lado,
r2 r2
z′ = +a= (z − a) + a.
z̄ − ā |z − a|2
Logo z ′ = a + λ(z − a), com λ = r2
|z−a|2
> 0.
43
Números Complexos em Geometria
1. uma circunferência que passa por P numa reta que não passa por P .
2. uma circunferência que não passa por P numa circunferência que não
passa por P .
3. uma reta que não passa por P numa circunferência que passa por P .
4. uma reta que passa por P numa reta que passa por P .
C1 = {z ∈ C : (z − α)(z̄ − ᾱ) = s2 }.
Começamos por supor que C1 não passa pela origem e que α ̸= 0. Então,
z ∈ C1 ⇔ (z − α)(z̄ − ᾱ) = s2
( 1 1 )( 1 1 ) s2
⇔ − − =
α z ᾱ z̄ z z̄αᾱ
(1 s 2 )
1 1 1
⇔ − − − + =0
z z̄ z z̄αᾱ z ᾱ z̄α αᾱ
2
1 − αsᾱ 1 1 1
⇔ − − + =0
z z̄ z ᾱ z̄α αᾱ
1 1 1 1
⇔ − − + =0
z z̄ z(ᾱ − α ) z̄(α − ᾱ ) αᾱ − s2
s 2 s2
(1 1 )( 1 1 ) 1 1
⇔ − − − + =0
z α − ᾱ z̄ ᾱ − α (α − ᾱ )(ᾱ − α ) ᾱα − s2
s 2 s 2 s 2 s 2
( r2 r2 )( r2 r2 ) r4 αᾱ r4
⇔ − − = − .
z α − sᾱ
2
z̄ ᾱ − sα
2
(αᾱ − s2 )2 ᾱα − s2
44
Números Complexos em Geometria
r2
Assim, pondo w = z̄
= IC (z), temos que z ∈ C1 se, e só se,
(w − β)(w̄ − β̄) = R2
com
r2 s2 r 4
β= 2 , R2 = .
ᾱ − sα (αᾱ − s2 )2
Assim, no caso em que C1 não passa pela origem e α ̸= 0, IC (C1 ) é uma circunfe-
rência de centro em β e raio R.
1 1 r2 r2 r4
z ∈ C1 ⇔ z z̄ = s2 ⇔ = 2 ⇔ = 2.
z z̄ s z z̄ s
r2
Pondo w = z̄
= IC (z), temos que z ∈ C1 se, e só se,
r4
ww̄ = .
s2
r2
Ou seja, IC (C1 ) é uma circunferência de centro na origem e raio s
.
Daqui concluímos que uma inversão transforma uma circunferência que não
passa pelo centro de inversão numa circunferência que não passa pelo centro
de inversão.
z ∈ C1 \ {P } ⇔ (z − α)(z̄ − ᾱ) = s2
( 1 1 )( 1 1 ) 1
⇔ − − =
α z ᾱ z̄ z z̄
1 1 1 r2 r2
⇔− − + = 0 ⇔ α + ᾱ = r2 .
z ᾱ z̄α αᾱ z z̄
r2
Mais uma vez, pondo w = z̄
= IC (z), temos que z ∈ C1 \ {P } se e só se
αw̄ + ᾱw = r2 ,
Finalmente, seja R uma reta que passa pela origem, cuja equação será neces-
sariamente da forma
ᾱz + αz̄ = 0.
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Temos,
r2 r2
z ∈ R \ {P } ⇔ ᾱz + αz̄ = 0 ⇔ ᾱ + α = 0.
z̄ z
Logo, IC (R \ {P }) = R \ {P }.
r2 (α − z0 )
β= + z0 . (3.1)
|α − z0 |2 − s2
x x − α2
= ,
x2 − s1
2
(x − α2 )2 − s22
Logo
√
s21 − s22 + α22 ± (s21 − s22 + α22 )2 − 4s21 α22
x= . (3.2)
2α2
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Números Complexos em Geometria
Começamos com o seguinte lema, que nos diz como as inversões tranformam
distâncias.
r2 |P Q| r2 |P ∗ Q∗ |
|P ∗ Q∗ | = , |P Q| = .
|OP ||OQ| |OP ∗ |OQ∗ |
|OP ∗ | |OQ|
= .
|OQ |
∗ |OP |
Pelo critério LAL de semelhança de triângulos, temos que △OP ∗ Q∗ e △OQP são
semelhantes.
Assim,
|P ∗ Q∗ | |OP ∗ | r2
= = .
|QP | |OQ| |OP ||OQ|
Logo
r2 |QP |
|P ∗ Q∗ ||OP ||OQ| = r2 |QP | ⇔ |P ∗ Q∗ | = .
|OP ||OQ|
A segunda igualdade resulta da primeira pelo facto da inversão ser uma involu-
ção.
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Bibliografia
[2] L. Barreira, Análise Complexa e Equações Diferenciais. IST Press, pg. 5–13,
setembro 2009.
[4] Lang-shin Hahn, Complex numbers and Geometry, The Mathematical Asso-
ciation of America, 1994.
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