Você está na página 1de 26

DRENAGEM URBANA

CONCEITO, ELEMENTOS, CONSEQUÊNCIAS E NORMAS


• Drenagem é o ato de escoar as águas de
terrenos encharcados, seja em rodovias, na zona
rural ou na malha urbana.
DRENAGEM • Ocorre por meio de tubos, túneis, canais, valas e
fossos, sendo, possível, recorrer a motores como
apoio ao escoamento.
DRENAGEM
URBANA
SISTEMAS DE DRENAGEM URBANA
SÃO SISTEMAS PREVENTIVOS A
INUNDAÇÕES
COMO FUNCIONA A DRENAGEM URBANA?

• Visto a constante urbanização das cidades, as águas da chuva procuram um meio de escoar,
que se não for disponibilizado, causará grandes transtornos
• Dentro desse gerenciamento deve-se considerar primeiramente os aspectos sociais. O
aspecto social diz respeito ao controle das áreas onde há aglomeração populacional, visto
que essas são as áreas mais impermeabilizadas.
• Em segundo deve-se observar os aspectos legais e institucionais, que são regidos nas cidades
através de suas prefeituras. Nesse quesito, as prefeituras podem fazer ou terceirizar o serviço
de forma que consiga evitar problemas maiores como inundações.
• Já em terceiro lugar temos os aspectos tecnológicos, que implicam nas técnicas utilizadas
para escoamento. Ferramenta muito pertinente a forma de aplicação das leis em cada lugar.
• E por último, mas não menos importante, o aspecto ambiental, que é a forma como são
encaminhadas as águas de volta a rios, mares e bacias. Um ponto muito interessante é dizer
que a falta de encaminhamento consciente dessas águas gera transtornos como a
deterioração dos mananciais e a redução de água para população.
CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS DE
DRENAGEM

• Sistemas de microdrenagem
• Sistemas de macrodrenagem ou drenagem
principal
MICRODRENAGEM
• É o sistema de condutos construídos destinados a
receber e conduzir as águas das chuvas vindas das
construções, lotes, ruas, praças, etc...

• A caixa ralo é um
elemento do sistema
de microdrenagem
MACRODRENAGEM
• A macrodrenagem corresponde à rede de
drenagem natural, pré-existente à urbanização,
constituída por rios e córregos, localizados nos
talvegues dos vales, e que pode receber obras
que a modificam e complementam, tais como
canalizações, barragens, diques e outras.
ELEMENTOS QUE
COMPÕEM UM SISTEMA
DE DRENAGEM URBANA
Boca de lobo Sarjeta

Poços de visita Canal


de macrodrenagem
A importância de um serviço adequado de drenagem e manejo de
águas pluviais urbanas torna-se mais clara para a população das
grandes cidades na medida em que se acumulam os efeitos
negativos das chuvas, tais como alagamentos, inundações,
deslizamentos e perda de rios e lagos.
DRENAGEM
Não se deve esquecer que grande parte dos efeitos prejuciais das
chuvas deve-se à ação do homem. A ocupação desordenada de
áreas urbanas e a conseqüente cobertura de grandes áreas,
tornando-as impermeáveis, ocasionam redução de infiltração das
chuvas no solo.
FINALIDADE DA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE
DRENAGEM URBANA

RAZÕES DE SEGURANÇA: RAZÕES ECONÔMICAS: RAZÕES DE SAÚDE PUBLICA:


GARANTIA PARA O TRÁFEGO CONTROLE DA EROSÃO, AFASTAMENTO DAS ÁGUAS DAS
DE VEÍCULOS DE PEDESTRES. CONSERVAÇÃO DAS RUAS E PRIMEIRAS CHUVAS E DAS ÁGUAS
EMPOÇADAS QUE PODEM
PROTEÇÃO DAS PROPRIEDADES PROVOCAR DANOS À SAÚDE DAS
PESSOAS
UM ADEQUADO SISTEMA DE DRENAGEM
PPROPORCIONA UMA SÉRIE DE
BENEFÍCIOS, TAIS COMO:
- Redução de gastos com manutenção de vias públicas;
- Valorização das propriedades existentes na área
beneficiada;
- Redução de danos às propriedades e do risco de perdas
humanas;
- Escoamento rápido das águas superficiais, facilitando o
tráfego por ocasião das chuvas;
- Eliminação da presença de águas estagnadas e lamaçais,
focos de doenças;
- Redução de impactos da chuva ao meio ambiente, como
erosões e poluição de rios e lagos;
- Redução da incidência de doenças de veiculação hídrica;
- Condições razoáveis de circulação de veículos e pedestres
em áreas urbanas, por ocasião de chuvas frequentes e/ou
intensas.
• Além de degradar a qualidade da
água e possibilitar a veiculação de
moléstias, a deficiência de redes de CONSEQUÊNCIAS
esgoto contribui também para
aumentar a possibilidade
deocorrência de inundações
DA URBANIZAÇÃO
• Dependendo do local pode ocorrer
desabamento. NA DRENAGEM DA
• Impermeabilização das superfícies;
• Obstrução de canalização; Resíduos
BACIA:
sólidos, sedimentos.
DRENAGEM

• Os sistemas de drenagem urbana,


predominantemente, criam superfícies
impermeáveis, como condutos e canais,
acarretando em grandes custos de implantação e
manutenção. Para reduzir estes custos e
minimizar impactos à jusante da área de
precipitação pluvial, uma das ações é permitir
maior infiltração da precipitação, criando
condições bem próximas às naturais
DRENAGEM
A substituição da cobertura vegetal do solo por pavimentos impermeáveis e o uso de condutos para o
escoamento superficial geram alterações no ciclo hidrológico. As principais alterações são:
• Redução da infiltração do solo;
• Aumento do escoamento superficial – o volume deixa de infiltrar, passando a ficar na superfície. Com
a construção de condutos pluviais para a drenagem ocorre a aceleração do escoamento;
• Com a redução da infiltração, o aqüífero tende a reduzir o nível do lençol freático por falta de
abastecimento, reduzindo o escoamento subterrâneo, e;
• Com a supressão da cobertura vegetal, não ocorre a evapotranspiração.
PROBLEMAS DA DRENAGEM NO BRASIL
Fragilidade institucional
• O setor drenagem é desarticulado e institucionalmente fraco nos municípios. A drenagem urbana
normalmente é uma atribuição de Secretaria de Obras ou de Planejamento, sem uma estrutura bem
definida. Diferente dos outros componentes do saneamento básico, não há prestadores de serviço
(público ou privado) interessados e aptos, pois não há receita. Juntamente com a gestão de inundações
ribeirinhas, a drenagem urbana necessita de um arranjo para gestão compartilhada entre municípios,
principalmente em regiões metropolitanas ou áreas conurbadas. A formação de consórcios públicos
para o planejamento, busca de financiamento e execução de obras pode ser a chave para o arranjo
institucional do setor.
Falta de planejamento
• Os municípios não têm projetos consistentes. Em via de regra, sequer o sistema de drenagem,
constituído de uma intrincada rede de córregos, valas, galerias e tubos, é bem conhecido e mapeado.
Em suma, os municípios precisam elaborar seus Planos Diretores de Drenagem Urbana. O Plano é o
documento essencial para a implementação de soluções sustentáveis de manejo de águas pluviais. Sem
os Planos, os gestores não têm um guia para seguir e a cada gestão novas prioridades são estabelecidas .
REALIDADE BRASILEIRA

• De 5570 cidades do País, 1.718 cidades possuem mais de 20 mil habitantes (2013) (IBGE, 2013);
• 10,4% (178) ainda não possuíam o Plano;
• Das 178 cidades, 6,3% informaram estar em fase de criação da norma e em 4,1% ela sequer estava sendo
elaborada;
• Dos municípios que possuem plano diretor, poucos possuem um plano de drenagem urbana;

• SOLUÇÃO: Medidas de Controle de Inundações


• São medidas de correção e /ou prevenção que visão minimizar os danos das inundações.

• Medidas de controle:
• Medidas estruturais (Extensivas e Intensivas)
• Medidas não estruturais
LEGISLAÇÕES E NORMAS RELACIONADAS
AOS SISTEMAS DE DRENAGEM URBANA
• Lei nº 10.257 (10/07/2001) - Estatuto das cidades estabelece normas de
ordem pública e interesse social que regulam o uso da propriedade
urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do bem-estar dos
cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental.
• Art. 2o III – planejamento municipal, em especial:
• a) plano diretor;
• IV - medidas de drenagem urbana necessárias à prevenção e à mitigação
de impactos de desastres
• Lei no 11.445 (05/01/2007) - Saneamento Básico Estabelece diretrizes
nacionais para o saneamento básico;
• Art. 2º - Os serviços públicos de saneamento básico/ princípios
fundamentais:
• III - abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e
manejo dos resíduos sólidos realizados de formas adequadas à saúde
pública e à proteção do meio ambiente;
• IV - disponibilidade, em todas as áreas urbanas, de serviços de drenagem
e de manejo das águas pluviais adequados à saúde pública e à segurança
da vida e do patrimônio público e privado;
NORMAS RELACIONADAS AO PROJETO DE
SISTEMAS DE DRENAGEM URBANA

• NBR-8890 - Tubo de concreto de seção circular para


águas pluviais e esgotos sanitários - Requisitos e
métodos de ensaios
• NBR-9793 - Tubo de Concreto Simples de Seção Circular
para Águas Pluviais: Especificação;
• NBR-9794 - Tubo de Concreto Armado de Seção
Circular para Águas Pluviais: Especificação;
• NBR-15645 - Execução de obras de esgoto sanitário e
drenagem de águas pluviais utilizando-se tubos e
aduelas de concreto;
• NBR-12267 - Plano diretor – definições
REGIME JURÍDICO NACIONAL
• Deve envidar esforços e investir recursos na melhoria das condições de saneamento, estabelecendo formas de
financiamento e destinação de recursos aos Estados e Municípios, mediante regras pré-estabelecidas.
• Aos municípios, outrossim, sendo o saneamento um assunto de interesse local, compete promover a
regulamentação, implantação e a execução desse serviço, por força do que determina o artigo 30 da
Constituição Federal de 1988. No âmbito de sua competência, para prover e regulamentar o serviço de
saneamento básico, o Município deve estabelecer o modo como se dará a prestação dos serviços, podendo
ser executada de forma direta, pela própria Administração Pública Municipal, ou indireta, mediante delegação
a particulares, na forma estabelecida pela Lei Federal 8.987/1995. As Parcerias Públicas Privadas se
enquadram também nessa lei.
• O artigo 2º da Lei 11.445/2007 fixa os princípios fundamentais da política nacional de saneamento básico e
determina expressamente, no inciso VI, que haja:
• “articulação com as políticas de desenvolvimento urbano e regional, de habitação, de combate à pobreza e
de sua erradicação, de proteção ambiental, de promoção da saúde e outras de relevante interesse social
voltadas para a melhoria da qualidade de vida, para as quais o saneamento básico seja fator determinante”.
• Em respeito à política de recursos hídricos, o PMSB deve atender às diretrizes dos Planos de Recursos Hídricos
da esfera nacional e federal, respeitando, no mínimo as seguintes diretrizes mínimas:
• Práticas adequadas de proteção de mananciais e bacias hidrográficas. Busca de integração e convergências
das políticas setoriais de recursos hídricos e saneamento básico nos diversos níveis de governo.
• Identificação dos usuários das águas no setor, de forma a conhecer as demandas, a época dessas demandas, o
perfil do usuário, tecnologias utilizadas, dentre outras características.
LEGISLAÇÃO ESTADUAL
• A atuação direta dos Comitês de Bacia na elaboração dos Planos de Saneamento atende à própria Lei
11.445/2007, ao mesmo tempo em que possibilita a integração das infraestruturas e serviços de
saneamento, com a gestão eficiente dos recursos hídricos, cumprindo, dessa forma, os princípios
fundamentais e as diretrizes nacionais traçadas para o setor.
• Muito embora o instrumento da cobrança pelo uso dos recursos hídricos não esteja mencionado de
forma clara nas normas que tratam de saneamento, temos que a legislação federal, Lei 9.433/1997,
obriga que o serviço de disposição ou diluição de esgotos e outros resíduos deve obter outorga de uso
da água. A mesma determinação encontra-se expressamente inserida no artigo 22 da Lei Estadual
3.239/1999, que institui a Política Estadual dos Recursos Hídricos.
• A Política Estadual de Recursos Hídricos no Estado do Rio de Janeiro está disciplinada na Lei
3.239/1999, e estabelece o enquadramento de corpos d´água como um de seus instrumentos, inc. IV do
art. 5º, prevendo, ainda, que os enquadramentos dos corpos de água, nas respectivas classes de uso,
sejam feitos, na forma da lei, pelos CBHs e homologados pelo CERHI, após avaliação técnica pelo órgão
competente do Poder Executivo, (art. 17).
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
• Na elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico, além da observância obrigatória de toda a
legislação federal e estadual pertinente, deve-se, também, obediência às diretrizes constantes do Plano
Diretor do Município; às disposições contidas na Lei Orgânica, bem como à legislação municipal que trate de
questões ambientais, urbanísticas e de saneamento básicos, porventura existentes no Município
• É necessário citar os seguintes instrumentos: Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO); no Plano Plurianual (PPA)
e Lei Orçamentária Anual do Município (LOA), conforme determina a Lei Nacional de Saneamento, Lei
11.445/2007, que preceitua:

• Art. 19. A prestação de serviços públicos de saneamento básico observará o plano que poderá ser específico
para cada serviço, o qual abrangerá, no mínimo: III - programas, projetos e ações necessárias para atingir os
objetivos e as metas, de modo compatível com os respectivos planos plurianuais e com outros planos
governamentais correlatos, identificando possíveis fontes de financiamento;

• Isso se dá uma vez que a Constituição do Estado do Rio de Janeiro, alinhada com a Constituição Federal, no
artigo 211, proíbe o início de projeto ou programa que não esteja contemplado em tais instrumentos.
O Plano Diretor é definido no Estatuto das Cidades, Lei
Federal 10.257/2001, como instrumento básico para
orientar a política de desenvolvimento e de ordenamento
da expansão urbana do município.

NBR 12.267 - Norma para Elaboração de Plano


Diretor, aprovada em 1992, define o seguinte conteúdo
para o Plano Diretor, que converge com o disposto na
legislação:

• 4.2.6 A infra-estrutura urbana inclui os sistemas de


saneamento básico e drenagem, energia e iluminação PLANO DIRETOR
pública, comunicações e sistema viário, prevendo a
manutenção e a expansão das diversas instalações e sua
interferência na ordenação do espaço.

• 4.2.8 Os serviços urbanos incluem limpeza púbica,


transporte coletivo, defesa civil e segurança pública,
prevenção e combate aos incêndios e assistência social.
As diretrizes respectivas referem-se à localização dos
equipamentos necessários ao desempenho de cada um
desses serviços, bem como à programação da sua
manutenção e extensão.”
PROBLEMAS DE DRENAGEM URBANA NOS BAIRROS
VILA OPERÁRIA E AEROPORTO, TERESINA - PI

• Através de pesquisa direta, com a aplicação de 30 questionários, com os moradores do bairro Vila
Operária. Os resultados mostram que 93% dos entrevistados, afirmaram que ocorre inundação, e
apenas 7% afirmaram que não ocorre nenhum dos dois. Quanto aos sistemas de drenagem, 80%
afirmaram não serem suficientes. Em relação à contribuição para que ocorra enchente e/ou
alagamento, 93% dos entrevistados afirmaram não jogar resíduos sólidos nas ruas e sarjetas.
• Para amenizar o problema da drenagem urbana na cidade é necessária a implantação de obras
estruturais (canalização de alguns pontos da macro-drenagem), investimento na infraestrutura da
cidade (instalação de galerias) e uma educação à população acerca do correto gerenciamento dos seus
resíduos.
• São medidas neste sentido que se propõem aos bairros, castigado como muito outros no Piauí, no Brasil
e no mundo por problemas decorrentes de um falho e ineficiente sistema de drenagem urbana: como
por exemplo, a Rua Sergipe (Vila Operária) e Avenida Centenário (Aeroporto)
DRENAGEM URBANA SUSTENTÁVEL

Evitar desmatamento, Atenuar ou mesmo evitar as


erosões e assoreamento enchentes e a perda de
dos rios e lagos; capacidade dos mananciais;

Manutenção dos recursos


Gestão urbana
hídricos e de sua qualidade
PLANEJAMENTO URBANO PARA UMA DRENAGEM
URBANA SUSTENTÁVEL
O PDDU deve contemplar: Etapas de desenvolvimento do
• Visão do plano e gestão integrada; PDDU:
• Prioridade nas medidas não- • Etapa1 – Concepção;
estruturais: legislação, prevenção e • Etapa 2 - Medidas;
gestão;
• Etapa 3 – Produtos;
• Participação Pública;
• Etapa 4 – Programas.
• Plano por sub-bacia urbana;
• Gestão municipal.
CAMINHOS PARA UM MANEJO SUSTENTÁVEL DAS
ÁGUAS URBANAS

Novas técnicas de Capacitação Integração dos Financiamento Educação


drenagem: foco no
controle do de técnicos componentes das obras de ambiental.
escoamento, drenagem
qualidade da água,
resíduos sólidos,
entre outros

Você também pode gostar