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humano (p. 20-21); no período medieval, o conceito de vita activa perdeu o seu sentido
político e passou a designar a vida deste mundo, qualquer engajamento na vida deste mundo,
de modo que o labor (vida biológica), o trabalho (artificialismo, ação em relação às coisas) e
agora a política passaram a ser entendias como não-livres, como necessidades da vida terrena,
sendo que agora a vida contemplativa torna-se o único modo de vida realmente livre –
verdade somente se revelaria na quietude humana, não na vida biológica, do trabalho ou da
política (p. 22-23-24).
Argumento central de Hannah Arendt: o enorme valor dado à vida contemplativa obscureceu
os demais significados da vita activa, inclusive na própria época moderna, na medida em que
coloca o trabalho como o único modo de vida válido (assim como os gregos e medievais
colocavam a vita contemplativa como o único modo de vida válido). Para Hannah Arendt, os
três modos nos quais se manifestam a vita activa têm o mesmo valor e são igualmente
importantes, fundamentais (p. 25-26).
A contraposição entre engajamento no mundo e contemplação teorética consolidou-se à
medida que houve a separação entre homens de pensamento e homens de ação (p. 26).
A experiência do eterno somente pode acontecer, segundo Platão e Aristóteles, fora dos
negócios humanos e da pluralidade dos homens (p. 29-30).
A vita activa ou vida humana enquanto ação tem raízes permanentes em um mundo de
homens e/ou de coisas feitas pelos homens; a ação é prerrogativa exclusiva do homem e
depende inteiramente da constante presença de outros homens (p. 31).
Sociedade grega e romana: relação umbilical entre ação e vida em comum (p.32-33-34-35-36-
37). Aqui tem-se a centralidade da política e, por conseguinte, da ciência política, em
contraposição aos assuntos domésticos (política em contraposição à economia). Sociedade
como o conjunto dos seres políticos, como o círculo da amizade e da igualdade políticas.
Sociedade moderna: dissociação entre ação e vida em comum; surgimento de uma esfera
social que não é nem privada nem política em sentido estrito. Aqui, tem-se a centralidade da
economia e, em particular, da economia nacional. Sociedade como a grande família, conjunto
das famílias particulares (p. 37-38).
Sociedade grega: família como esfera da necessidade; esfera da pólis como esfera da
liberdade (p. 39-40-41-42).
Sociedade moderna: imbricação entre o social e o político, isto é, a esfera do lar doméstico ou
da economia é elevada ao nível de esfera pública, de base da política (p. 41).
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Sociedade moderna: “esfera híbrida”: os interesses privados assumem importância pública (p.
44-45). Declínio da esfera pública, preponderância da esfera privada.
Aristóteles: vida boa como liberação do labor e do trabalho, do processo biológico da vida (p.
46).
A transformação da esfera pública em economia social diluiu a antiga separação entre público
e privado, tornando-a irreconhecível, bem como à separação entre indivíduo e cidadão (p. 47-
48).
Sociedade moderna normaliza os indivíduos, substituindo a ação como a principal forma de
relação humana pelo comportamento (p. 50-51-52).
Sociedade moderna: substituição da ação pelo comportamento, do governo pessoal pela
burocracia (p. 54-55).
Da valorização da esfera comum à decadência da esfera comum (p. 59-60-61-62-63-64-65-
66-67-68). O mundo comum acaba quando é visto de uma perspectiva unidimensional.
Esfera pública moderna: esfera de proprietários que exigem da esfera pública proteção para o
acúmulo de mais riqueza (p. 78).
Na modernidade, John Locke, Adam Smith e Karl Marx elevam o trabalho à categoria de
atividade humana fundamental (p. 113, 117).
O lazer do animal laborans é o consumismo; animal laborans e a colonização da esfera
pública (p. 146-147-148).
O homo faber cria um mundo de coisas, reificado e utilitário: tudo se transforma em coisa
valorizada segundo um critério utilitário (p. 157-159-160-161-162-163-165-166-167-168-
169-171-172-173-174-178-187).