Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
NATAL –RN
2016
João Victor Diniz Rodrigues Góes
Natal –RN
2016
Catalogação da Publicação na Fonte
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - Sistema de Bibliotecas Biblioteca Central Zila
Mamede / Setor de Informação e Referência
___________________________________________________
Profa. Dra. Selma Hissae Shimura da Nóbrega - Orientadora
___________________________________________________
Eng. MSc. Márcio Dantas de Medeiros - Coorientador
___________________________________________________
Prof. Dr. Marcio Luiz Varela Nogueira de Moraes – IFRN
___________________________________________________
Prof. Markus Vinícius Medeiros Mello - UNP
Natal-RN
2016
AGRADECIMENTOS
Este trabalho apresenta uma base teórica para elaboração de projetos de estruturas
metálicas. São apresentadas diferentes alternativas de modelos de dimensionamento para
uma marquise metálica projetada com perfis W, executada para a entrada de uma escola
em João Pessoa. São apontados desde as etapas de elaboração de um projeto estrutural
até uma análise comparativa entre três modelos diferentes de dimensionamento. O
primeiro modelo consiste no aumento da altura dos perfis metálicos que não apresentaram
capacidade resistiva suficiente. Já o segundo modelo apresenta como alternativa a
substituição dos perfis não conformes por outros com maiores espessuras. Finalmente, o
terceiro modelo consiste na inserção de travamentos laterais na estrutura. Conclui-se que,
para estruturas em que os esforços de flexão são preponderantes, uma alternativa de
projeto mais adequada e que resulta em um bom desempenho estrutural das peças
metálicas, é obtida quando são inseridos travamentos laterais nos perfis principais, como
apresentado no terceiro modelo.
This study presents the theoretical basis for the steel structure design. Different structural
alternatives are discussed for a metallic marquee, which was executed to a school entrance
in Joao Pessoa/Paraíba. All steps of a steel structure project are shown and three different
models for design are compared. The first one treats with the height of elements; the
second one with their thickness and, finally, in third model, lateral locking system are
placed. The main conclusion is that for structures with predominant bending stresses, the
insertion of lateral locking in the main profiles is a good structural alternative to be
chosen.
CAPÍTULO I................................................................................................................................. 1
1.1 – CONSIDERAÇÕES INICIAIS ........................................................................................ 1
1.2 - JUSTIFICATIVA ............................................................................................................. 8
1.3 - OBJETIVOS ................................................................................................................... 10
1.3.1 – Objetivo Geral ......................................................................................................... 10
1.3.2 – Objetivos Específicos .............................................................................................. 10
1.4 – ESTRUTURA DO TRABALHO ................................................................................... 11
CAPÍTULO II ............................................................................................................................. 12
2.1 – ESTADOS-LIMITES ..................................................................................................... 12
2.1.1 - Estados-Limites Últimos (ELU) .............................................................................. 12
2.2.2 - Estados-Limites de Serviço (ELS) ........................................................................... 12
2.2 – AÇÕES ........................................................................................................................... 15
2.2.1 - Ações Permanentes .................................................................................................. 15
2.2.2 - Ações Variáveis ....................................................................................................... 16
2.2.3 - Ações Excepcionais ................................................................................................. 16
2.2.4 – Combinação de Ações ............................................................................................. 21
2.3 – PEÇAS METÁLICAS SUBMETIDAS A ESFORÇOS DE TRAÇÃO ........................ 25
2.4 – PEÇAS METÁLICAS SUBMETIDAS A ESFORÇOS DE COMPRESSÃO .............. 27
2.6 – PEÇAS METÁLICAS SUBMETIDAS A ESFORÇOS DE FLEXÃO ......................... 29
CAPÍTULO III ............................................................................................................................ 32
3.1- APRESENTAÇÃO DO PROJETO DE REFERÊNCIA ................................................. 32
3.2- ETAPAS DE UM PROJETO ESTRUTURAL ................................................................ 32
3.3 – CÓDIGO COMPUTACIONAL PARA ANÁLISE ESTRUTURAL ............................ 35
3.4 – CONSIDERAÇÕES SOBRE AS AÇÕES ..................................................................... 36
3.4.1- Ações permanentes: .................................................................................................. 36
3.4.2 - Ações Variáveis ....................................................................................................... 36
3.5 - COMBINAÇÕES DE AÇÕES UTILIZADAS ............................................................. 39
CAPÍTULO IV ............................................................................................................................ 40
4.1 – PRÉ-DIMENSIONAMENTO........................................................................................ 41
4.2 – 1º MODELO (AUMENTO PARA PERFIS DE MAIOR ALTURA) ........................... 48
4.3 - 2o MODELO (AUMENTO DA ESPESSURA DOS PERFIS NA MESMA FAMÍLIA) 50
4.4 - 3o MODELO (INSERÇÃO DE TRAVAMENTOS LATERAIS) .................................. 52
4.5 - LIGAÇÕES .................................................................................................................... 55
CAPÍTULO V ............................................................................................................................. 60
5.1- AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS .............................................................................. 60
1
CAPÍTULO I
- INTRODUÇÃO -
1
PORTAL METÁLICA. (Acessado em 23 julho de 2016). Disponível em http://wwwo.metalica.com.br/por-que-construir-com-estruturas-
metalicas.
2
prédio da concessionária Hyundai (Figura 1.2), a cobertura do Estádio Arena das Dunas (Figura
1.3) e do Aeroporto Aluízio Alves (Figura 1.4).
O aço é obtido no processo siderúrgico, processo esse que compreende etapas desde a
chegada do minério de ferro até o produto final. Em linhas gerais, a fabricação pode ser dividida
em quatro etapas:
4
Nas fundações
Leveza estrutural Peso estrutural maior
Nas lajes
Quando lajes de concreto lançado, fôrmas
Necessita maior escoramento para fôrmas
apoiadas diretamente no vigamento
Nos revestimentos
7
Prazos
Simultaneidade de execução da infraestrutura e Dependência de terminar as fundações para
fundações iniciar execução da estrutura
Custo financeiro
Prazos finais reduzidos
1.2 - JUSTIFICATIVA
Cada vez mais, nos projetos arquitetônicos modernos, o aço vem tomando lugar
marcante como material construtivo, se tornando sinônimo de elegância, sofisticação e leveza,
possibilitando a modernização tecnológica e inspirando criatividade artística.
1.3 - OBJETIVOS
O objetivo geral deste trabalho é contribuir para pesquisas futuras fornecendo subsídios
teóricos no que concerne ao projeto de estruturas metálicas à luz das normas pertinentes, bem
como apresentar as etapas de desenvolvimento de um projeto estrutural contemplando desde as
interações entre engenheiro e arquiteto até a análise comparativa de possíveis soluções
estruturais.
• Estudar a teoria no que se refere às estruturas de aço à luz das normas vigentes.
• Apresentar as etapas de elaboração de um projeto estrutural.
• Apresentar diferentes alternativas de dimensionamento para uma estrutura
metálica.
• Comparar as diferentes soluções para o dimensionamento da estrutura.
11
Este trabalho está organizado em 5 capítulos além desta introdução apresentada como
Capítulo 1. O capítulo 2 consiste em uma revisão da literatura no que diz respeito às estruturas
em aço. O capítulo 3 contempla a metodologia e a abordagem da análise. No capítulo 4 são
apresentados os resultados e uma breve explanação sobre os tipos de ligações. O capítulo 5
contempla as considerações finais e sugestões para trabalhos futuros. Em seguida, apresentam-
se as referências utilizadas.
12
CAPÍTULO II
- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA –
Este capítulo apresenta referências teóricas a conceitos e temas relevantes para a análise
e dimensionamento dos perfis de uma estrutura metálica. A abordagem dos temas é baseada
principalmente na norma NBR 8800:2008.
2.1 – ESTADOS-LIMITES
esforços gerados nas combinações de ações de serviço. Nessas combinações, as ações podem
até ser minoradas em virtude da probabilidade de ocorrência simultânea das mesmas.
É importante perceber que o deslocamento que está sendo limitado na Figura 2.1 é o
deslocamento relativo do elemento metálico analisado, ou seja, a distância perpendicular entre
o plano dos apoios e a maior deformação no vão. Isso se torna relevante nas estruturas em que
uma peça se apoia em outra que já deformou, apresentando uma deformação total, que de fato
não está sendo limitada.
14
2.2 – AÇÕES
As ações são quantificadas por meio de seus valores representativos, que podem ser,
quando pertinente utilização, valores característicos, convencionais, reduzidos ou raros. Os
valores de cálculo são obtidos a partir da multiplicação dos valores representativos pelos
respectivos coeficientes de ponderação (serão abordados adiante, no tópico 2.2.4, referente às
combinações de ações).
• Permanentes
• Variáveis
• Excepcionais
Ações permanentes são ações que apresentam valores constantes durante toda a vida útil
da estrutura, também sendo classificadas dessa forma ações que aumentam seu valor até
apresentarem um valor limite constante.
Ações permanentes diretas: são constituídas pelo peso próprio dos elementos de
construção, incluindo-se o peso próprio da estrutura e de todos os elementos
construtivos permanentes, peso de equipamentos e empuxos permanentes.
Ações permanentes indiretas: são constituídas pelas deformações impostas por
retrações de materiais, recalques de apoio, protensões e imperfeições
geométricas.
16
Ações variáveis são ações que ocorrem com valores que apresentam variações
significativas durante a vida útil da estrutura.
Na sequência serão apresentados de forma concisa alguns itens da norma NBR 6123, de
vento, a fim de embasar o capítulo 3, sobre o projeto de uma estrutura metálica.
Para servir de base teórica para o levantamento das ações atuantes em uma estrutura
metálica, será feito a abordagem da ação do vento, essa sendo uma ação variável.
Ações de Vento
a) A velocidade básica do vento (Vo), máxima velocidade média medida sobre 3 segundos,
que pode ser excedida em média uma vez em 50 anos, a 10 metros sobre o nível do
terreno em lugar aberto e plano, é determinada através das isopletas presentes na figura
2.2:
17
= (1)
Categorias do Terreno:
o Categoria I: Superfícies lisas de grandes dimensões. Ex.: Mar calmo,
lagos e rios, e pântanos sem vegetação.
o Categoria II: Terrenos abertos em nível, com poucos obstáculos
isolados. Ex.: Zonas costeiras planas, pântanos com vegetação rala,
campos de avaliação, pradarias e fazendas.
o Categoria III: Terrenos planos ou ondulados com obstáculos baixos,
poucos quebra-ventos ou edificações baixas e esparsas. Ex.:
Fazendas com muros, subúrbios com edificações baixas e esparsas.
o Categoria IV: Terrenos cobertos por obstáculos numerosos e pouco
espaçados, em zona florestal, industrial ou urbanizados. Ex.: Parques
com muitas árvores, cidades pequenas, subúrbios adensados, áreas
industriais plenas.
o Categoria V: Terreno coberto por obstáculos numerosos, grandes,
altos e poucos espaçados. Ex.: Florestas com árvores altas, centros
de grandes cidades, complexos industriais bem desenvolvidos.
=
( )
10
(2)
Sendo:
Os valores do Cpe para coberturas que apresentam telhado com uma água são
retirados da Figura 2.4.
Figura 2.4: Coeficientes de pressão e de forma, externos, para telhados com uma água
O valor do Cpi, para uma estrutura com faces permeáveis, deve considerado o valor
mais nocivo entre -0,3 ou 0.
Essa consideração será feita para o levantamento da ação de vento no projeto
apresentado no capítulo 3, isso ocorre devido ao fato da estrutura não se enquadrar em
nenhum dos outros critérios referentes ao Cpi apresentados na subseção 6.2 da NBR
6123:1988, embora na subseção 8.2 da NBR 6123:1988 exista referência a coberturas
isoladas.
Um valor positivo de “Δp”, indica uma pressão efetiva com o sentido de uma
sobrepressão externa e um valor negativo indica uma pressão efetiva no sentido de
sucção externa.
De acordo com a NBR:2008 (Item 4.7.7.2), as combinações entre as ações devem ser
feitas para que sejam considerados os efeitos mais desfavoráveis para a estrutura.
Combinações Últimas
( ,
) *)
Onde:
• FGi,k : representa os valores característicos das ações permanentes;
• FQl,k : representa o valor característico da ação variável considerada principal
para a combinação;
• FQj,k : representa os valores característicos das ações variáveis que podem
atuar simultaneamente com a ação variável principal;
• ! : São coeficientes de ponderação das ações no estado-limite último (ELU),
de acordo com a figura 2.5;
• Ѱ : São fatores de ponderação para as ações variáveis, de acordo com a figura
2.6.
7 ;
1) 8)
Onde:
Figura 2.6: Valores dos fatores de combinação e de redução, para ações variáveis
7 ;
1) 8)
Onde:
Combinações de serviço
( ,
) *)
( ,
) *)
c) Combinações raras de serviço: as combinações raras são aquelas que podem atuar
no máximo algumas horas durante o período de vida da estrutura. Aplica-se a
expressão 10:
( ,
) *)
Onde:
A" CD
?@,A =
(12)
γF
Onde:
A CG
?@,A =
(13)
γF
Onde:
H = @ H, (14)
Onde:
Onde:
Para o cálculo da resistência à compressão de uma peça devem ser considerados esses
efeitos de flambagem, tanto globais quanto locais (Figuras 2.7 e 2.8). Ambos os efeitos estão
relacionados com a esbeltez, a flambagem global relacionada com a esbeltez da peça como um
todo e a flambagem local relacionada com a esbeltez da chapa.
χ Q HL CM
?I,A =
(16)
γN1
28
Onde:
0,658TU , O W 1,5
V
P = Q 0,877
O Y 1,5
(17)
O
[H" CD
O Z
?
(18)
Onde:
Onde:
Para o estado-limite FLT, o momento fletor resistente de cálculo é dado através das
equações 20, 21 e 22.
]^_
\A = , para λ ≤ λ (20)
`ab
g)g^
\A = f\& − (\& − \ ) g i, para λ < λ ≤ λ
de (21)
`ab h )g^
Onde:
]^_
\A = `ab
, para λ ≤ λ (23)
g)g^
\A = f\& − (\& − \ ) g i, para λ < λ ≤ λ
(24)
`ab h )g^
CAPÍTULO III
- REFERÊNCIAS AO PROJETO -
Trata-se de uma das etapas mais importantes uma vez que os demais projetos como
o estrutural, instalações e fundações, são desenvolvidos a partir das concepções
iniciais do projeto arquitetônico.
b) Projeto Estrutural: etapa na qual o engenheiro estrutural dá corpo ao projeto
arquitetônico. Tem como ponto de partida o estudo da arquitetura e definição da
geometria dos elementos estruturais, depois são levantadas as ações, calcula-se os
esforços, dimensionam-se as peças metálicas e suas ligações, bem como são
levantadas as reações no solo e nos elementos de vizinhança.
“Um bom projetista estrutural pensa de fato em sua estrutura tanto ou mais
do que pensa no modelo matemático que usa para verificar os esforços
internos, baseado nos quais ele deverá determinar o material necessário,
tipo, dimensão e localização dos membros que conduzem as cargas. A
‘mentalidade da engenharia estrutural’ é aquela capaz de visualizar a
estrutura real, as cargas sobre ela, enfim ‘sentir’ como estas cargas são
transmitidas através dos vários elementos até as fundações. Os grandes
projetistas são dotados daquilo que às vezes se tem chamado ‘intuição
estrutural’. Para desenvolver a ‘intuição e sentir’, o engenheiro torna-se um
observador arguto de outras estruturas. Pode até mesmo deter-se para
contemplar o comportamento de uma árvore projetada pela natureza para
suportar as tempestades violentas; sua flexibilidade é frágil nas folhas e nos
galhos diminuídos, mas crescente em resistência e nunca abandonando a
continuidade, na medida em que os galhos se confundem com o tronco, que
por sua vez se espalha sob sua base no sistema de raízes, que prevê sua
fundação e conexão com o solo” (JOHNSTON; LIN E GALAMBOS (1980)).
c) Detalhamento: etapa na qual o projeto estrutural é detalhado peça por peça, visando
atender ao cronograma de fabricação e montagem, dentro das recomendações de
projeto.
34
O STRAP fornece ainda além dos gráficos interativos e tabelas, um memorial de cálculo
do dimensionamento, contendo dados como: combinações consideradas, número das barras,
esbeltez, força cortante, força axial, momentos e deformações.
36
• Peso Próprio:
Calculado automaticamente pelo programa STRAP em função dos perfis
utilizados.
• Carregamento permanente:
Telhas metálicas termoacústicas (5kgf/m2) + terças (10 kgf/m2) + forro com
Alucobond, um painel composto constituído por duas chapas de cobertura de
alumínio com um núcleo mineral (5 kgf/m2) = 20 Kgf/m2
• Sobrecarga acidental:
Seguindo a NBR 8800:2008 (Anexo B), considera que para coberturas comuns,
deve ser prevista uma sobrecarga de 25 Kgf/m2.
37
• Carga de Vento:
a) Velocidade básica: 30 m/s (Estrutura se localiza na cidade de João Pessoa-PB)
b) Fator topográfico S1: 1 (Terreno plano)
Fator S2:
Classe da edificação: C
3
= 0,93 n 0,95 ( ),o
10
= 0,769
Dessa forma temos que a situação mais desfavorável será entre os seguintes casos:
38
Assim, o caso 1 apresenta uma maior variação de pressão, uma vez que no
segundo caso as pressões internas e externas tendem a se aliviar, pois estão em sentidos
opostos.
Δp = ( − )
?
Δp = (1 − 0) n 326,25 = 326,25 = 32,63 tLC/q
q
A figura 3.5 mostra a imagem gerada pelo STRAP com a indicação da área de atuação
das ações consideradas no projeto.
Para o dimensionamento dos perfis metálicos, faz-se necessário que as ações sejam
combinadas, isto é, que a ocorrência de acontecimentos simultâneos seja considerada,
possibilitando, assim, a contemplação do efeito mais danoso à estrutura.
a) Combinações últimas:
• Combinação 1: 1,25PP + 1,5CP + 1,5Acid
• Combinação 2: PP + CP + 1,4Vento
• Combinação 3: 1,25PP + 1,5CP + 1,5Acid + 1,4.(0,6).Vento
• Combinação 4: PP + CP + 1,5.(0,8).Acid + 1,4Vento
b) Combinação de serviço:
Combinação 5: PP + CP + 0,6Acid
Sendo:
CAPÍTULO IV
– PRÉ-DIMENSIONAMENTO E DIMENSIONAMENTO –
A partir dos resultados finais dos três modelos de dimensionamento será feita uma
análise entre os pesos totais das estruturas.
4.1 – PRÉ-DIMENSIONAMENTO
As cotas em metros das distâncias entre os apoios dos perfis, bases para o pré-
dimensionamento conforme os critérios de BELLEI (1987), são apresentadas na figura 4.4.
• Capacidade de trabalho
N{âqyz{~ s~|wvwzNzy
NuNvwxNxy xy z{N
N|ℎ~ =
N{âqyz{~ {yswszyzy ~ |wqwzy
44
Nas figuras 4.6 e 4.7, são mostrados os esforços solicitantes e os resultados da relação
entre os parâmetros solicitantes e as capacidades resistivas para o perfil destacado pertencente
ao grupo 1.
Nas figuras 4.8 e 4.9, são mostrados os esforços solicitantes e os resultados da relação
entre os parâmetros solicitantes e as capacidades resistivas para o perfil destacado pertencente
ao grupo 3.
47
É importante destacar que para não apresentar uma estrutura demasiadamente pesada,
apenas os perfis que não passaram no grupo 3 (azul escuro) serão trocados, passando a
representar o grupo 3.1 (cor amarelo), ilustradas na figura 4.10.
Perfil
Grupo de
Pré-dimen. 1a tentativa 2a tentativa 3a tentativa
perfis (cor)
Grupo 1
W 530x66,0 W 610x101,0 W 610x101,0 W 610x101,0
(rosa)
Grupo 2
W 410x38,8 W 460x68,0 W 530x82,0 W 610x101,0
(verde)
Grupo 3
W 310x38,7 W 310x38,7 W 310x38,7 W 310x38,7
(azul escuro)
Grupo 3.1
W 310x38,7 W 360x51,0 W 410x67,0 W 460x82,0
(amarelo)
Grupo 4
W 200x19,3 W 200x19,3 W 200x19,3 W 200x19,3
(azul claro)
Essa alternativa pode ser imposta quando existe uma limitação da altura dos perfis por
alguma questão arquitetônica.
É importante destacar, como no tópico anterior, que para não apresentar uma estrutura
demasiadamente pesada, apenas os perfis que não passaram no grupo 3 (azul escuro) serão
trocados, passando a fazer parte do grupo 3.1 (amarelo).
Perfil
Grupo de
Pré-dimen. 1a tentativa 2a tentativa
perfis (cor)
Grupo 1
W 530x66,0 W 530x92,0 W 530x101,0
(rosa)
Grupo 2
W 410x38,8 W 410x85,0 W 460x89,0
(verde)
Grupo 3
W 310x38,7 W 310x38,7 W 310x38,7
(azul escuro)
Grupo 3.1
W 310x38,7 W 310x52,0 W 310x97,0
(amarelo)
Grupo 4
W 200x19,3 W 200x19,3 W 200x19,3
(azul claro)
É importante destacar alguns pontos para que esse travamento lateral seja efetivo,
principalmente na etapa do detalhamento da estrutura. Devido ao fato dos perfis principais
estarem alguns submetidos a momentos positivos e negativos, as faces superiores e inferiores
podem estar sendo comprimidas em função dos momentos solicitantes, dessa forma ambas as
faces precisam ser travadas e ancoradas, pois não sendo assim, os efeitos da flambagem lateral
por torção (FLT), presente nos perfis submetidos a esforços de flexão, não serão combatidos.
Isto posto, se ocorrer um nivelamento das ligações entre perfis nas faces superiores,
devem ser adicionadas barras enrijecedoras, ligando os perfis de travamentos às faces inferiores
dos perfis principais. Também é importante destacar que a ancoragem dos perfis secundários,
para garantia que estarão fixos, é necessária a realização do contraventamentos lateral na
estrutura.
Grupo de
Perfil
perfis (cor)
Grupo 1
W 530x66,0
(rosa)
Grupo 2
W 410x38,8
(verde)
Grupo 3
W 310x38,7
(azul escuro)
Grupo 4
W 200x19,3
(azul claro)
A figura 4.15, a seguir, apresenta o peso total final para o terceiro modelo.
Otimização Estrutural
A figura 4.15 ilustra a separação dos perfis em grupos. Estes grupos são apresentados
na tabela 4.5.
Grupo de
Perfil MODELO 3 Perfil otimizado
perfis (cor)
Grupo 1
W 530x66,0 W 460x60,0
(rosa)
Grupo 2
W 410x38,8 W 410x38,8
(verde claro)
55
Grupo 3
W 310x38,7 W 310x38,7
(verde escuro)
Grupo 4
W 200x19,3 W 150x13,0
(azul claro)
Grupo 5 W 310x38,7/
W 200x19,3
(azul escuro) W 410x38,8
Grupo 6
W 310x38,7 W 250x32,7
(vinho)
4.5 - LIGAÇÕES
Embora não faça parte do escopo deste trabalho, o estudo das ligações nas interseções
entre perfis e dos elementos de sustentação da marquise metálica, é válido tecer um breve
comentário sobre os mesmos.
• Na interseção entre perfis ortogonais, que podem ser da mesma altura (Figura
4.17) ou de alturas diferentes (Figura 4.18). Na estrutura os perfis são nivelados
pela face superior. Também é importante perceber que a estrutura é articulada,
assim, na interseção entre perfis não existe a transferencia de momentos.
• Ligação na emenda entre peças, dispostas na mesma direção (Figura 4.19). Nesse
caso existe a necessidade de chapas de reforço nas faces superiores e inferiores
para que haja a continuidade na transferência dos momentos fletores. De toda
forma, essas emendas são feitas preferencialmente em regiões de momentos
nulos, o que evita uma grande solicitação nas chapas de reforço.
CAPÍTULO V
- CONSIDERAÇÕES FINAIS-
Na análise dos resultados será feita uma comparação entre os pesos totais das estruturas
dimensionadas pelas três alternativas propostas. Essas informações são apresentadas na tabela
5.1.
Peso total
Dimensionamentos
(toneladas)
1o MODELO 28,298
2o MODELO 27,242
3o MODELO 21,540
Uma análise do peso total da estrutura é importante devido ao fato do aço ser
comercializado através do seu peso, dessa forma, uma estrutura metálica mais leve apresenta o
valor do material estrutural utilizado na execução da obra economicamente mais viável quando
comparada com outra mais pesada, desde que sejam mantidos constantes os demais fatores
executivos, estruturais e arquitetônicos.
Outro motivo relevante no qual uma estrutura de menor peso leva vantagem em relação
a uma estrutura mais pesada é o alívio nos esforços transmitidos para as fundações,
consequentemente não exigindo fundações mais robustas.
Na comparação entre os resultados dos pesos totais da estrutura com diferentes modelos
de dimensionamento, percebe-se que a que apresentou um menor peso foi a resultante do 3º
dimensionamento (ou Modelo 3) que considerou a inserção de perfis que funcionam como
travamentos laterais nos perfis já existentes na geometria inicial da estrutura.
A adição desses novos perfis de travamentos apresentou-se mais efetiva pelo seguinte
motivo: como os esforços preponderantes nas peças da estrutura eram esforços de flexão devido
a carregamentos distribuídos verticalmente no plano dos perfis, a verificação mais crítica no
cálculo dos perfis era a da ação combinada de solicitações normais e de flexão, prevalecendo
esta última, na maior parte dos casos.
61
Sendo assim, a partir da incorporação do travamento lateral dos perfis mais solicitados
ocorre uma redução do comprimento de flambagem para cada trecho. Com o impedimento da
flambagem lateral com torção ou, pelo menos, diminuindo o espaçamento entre os pontos de
travamento, o momento resistente é sensivelmente aumentado quando comparado com o
momento resistente do mesmo perfil sem os travamentos laterais.
Isso significa que perfis mais esbeltos travados lateralmente conseguem apresentar
momentos resistentes na ordem de grandeza de perfis mais robustos, estes últimos sem
travamento lateral.
Cabe ressaltar, que fica a critério do engenheiro fazer uma otimização dos perfis
escolhidos. A otimização feita apresentou a substituição dos perfis que apresentaram
capacidade de resistência ociosa por outros mais leves. Como consequência ocorre a redução
do peso total final da estrutura. Todavia, para entendimento da viabilidade econômica da
mesma, é necessário a comparação de aspectos executivos, pois uma maior quantidade de tipos
de perfis na estrutura pode ser um fator gerador de dificuldades na execução da obra.
Como sugestão para trabalhos futuros e desenvolvimento do tema abordado, pode ser
estudado de forma mais aprofundada o dimensionamento das ligações entre elementos
metálicos e entre elemento metálicos e de concreto.
REFERÊNCIAS
• BELLEI, I. H.; Edifícios Industriais em Aço – Projeto e Cálculo. 1ª ed. – PINI, 1994.
• JOHNSTON, B. G.; LIN, F. J.; GALAMBOS, T. V. Basic Steel Disign. 2ª ed. 1980.
ANEXO A
ANEXO B
c) 1º MODELO
d) 2º MODELO
e) 3º MODELO