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UMA MENSAGEM PARA VOCÊ

DUAS VEZES NASCE CADA PESSOA


UMA – CONTRA SUA VONTADE
A OUTRA – EXERCENDO LIBERDADE
UMA – POR MÃOS ALHEIAS
A OUTRA – POR DECISÃO PRÓPRIA
UMA – ACOMPANHADA POR DORES DE PARTO
A OUTRA – ABENÇOADA POR DORES DE CRIATIVIDADE
UMA – É UM ATO ÚNICO
A OUTRA – SE PROLONGA POR TODOS OS DIAS DA VIDA
UMA – É UM ACONTECIMENTO DA NATUREZA
A OUTRA – UM NASCIMENTO ESPIRITUAL
O PRIMEIRO NASCIMENTO – É A SAÍDA PARA O MUNDO EXTERIOR
O SEGUNDO NASCIMENTO – É O INGRESSO NA PRÓPRIA ESSÊNCIA.

Harav Elimelech Bar Shaul

FESTAS E CELEBRAÇÕES JUDAICAS DO 2º SEMESTRE:

 ROSH HASHANÁ
 YOM KIPUR
 SUCOT
 SIMCHAT TORÁ
 CHANUKÁ
O CALENDÁRIO JUDAICO

O TEMPO É A SUA VIDA

O calendário cristão toma o nascimento de Jesus como o principal


momento da História e o transforma num “divisor de águas” – AC e DC.
Os judeus usam a nomenclatura AEC (antes da Era Comum) e EC (Era
Comum).
O calendário cristão começa com o nascimento de sua fé. O calendário
judaico parte do nascimento da espécie humana. O momento mais importante
foi aquele em que D’us criou Adão, o 1º homem.
Deste modo, o tempo é sagrado, tanto para os judeus quanto para toda
a humanidade.
Os judeus começam a contar a partir do 5º dia da criação: criação do
Homem. No calendário judaico estamos no ano 5772.
No calendário secular o ano tem 365 dias: tempo que a Terra leva para
completar sua órbita em torno do Sol – 365 dias e 6 horas. Essa diferença é
compensada, a cada 4 anos, pelo acréscimo do dia 29/2 – o ano bissexto. O
calendário é solar.
No Judaísmo, os meses são contados pela Lua. Quando se completa o
ciclo de 29 ½ dias do aniversário de uma lua nova, inicia-se um novo mês. O
ano lunar é mais curto que o ano solar, pois tem 354 dias em vez de 365. Se o
calendário judaico fosse só lunar, as festas que são ligadas às estações do ano
cairiam em estações diferentes todo ano, por isso, o calendário judaico é lunar-
solar. A lua determina os meses, mas a defasagem de 11 dias entre os dois
ciclos é compensada pela adição de 1 mês “extra”por 7 vezes a cada ciclo de 19
anos. Isso faz com que Pessach, por exemplo, seja comemorado sempre na
primavera (de Israel).
O dia judaico não começa à meia noite, mas ao por do sol, de acordo
com os versículos bíblicos: ”E foi tarde e foi manhã” (Gênesis, 1:5) – Primeiro a
noite e depois o dia.
Os nomes dos meses judaicos vêm do tempo do exílio judaico na
Babilônia (de 586 a 536 AEC). O 1º dia do mês se chama Rosh Chodesh e é
especialmente celebrado em cerimônias religiosas.
O calendário judaico fixo foi organizado em Jerusalém pelo patriarca Hilel
II, aproximadamente no ano 358 EC.
NOMES DOS MESES E FESTAS CORRESPONDENTES

NOME MÊS SECULAR FESTAS E JEJUNS


Rosh Hashaná, Yom Kipur,
Sucot, Simchat Torá
TISHREI Setembro/Outubro

CHESHVAN Outubro/Novembro

KISLEV Novembro/Dezembro Chanuká

TEVET Dezembro/Janeiro Jejum 10 Tevet

SHVAT Janeiro/Fevereiro T”U (15) Bishvat

ADAR Fevereiro/Março Purim

Mês extra
* ADAR SHENI
(7 vezes a cada 19 anos)
Pessach
NISSAN Março/Abril Yom Hashoá
Yom Haatzmaut
Yom Yerushalaim,
YIAR Abril/Maio
Lag Baomer

SIVAN Maio/Junho Shavuot

TAMUZ Junho/Julho Jejum 17 Tamuz

AV Julho/Agosto Tishá (9) Be Av


Orações especiais,
preparando-se para a
ELUL Agosto/Setembro
chegada do Ano Novo.

DIFERENÇAS ENTRE OS CALENDÁRIOS JUDAICO E GREGORIANO:

JUDAICO GREGORIANO
Cada dia se inicia ao pôr do Sol. Cada dia se inicia as 0 hora e 1
segundo.
O calendário segue o ciclo lunar. O calendário segue o ciclo solar.
Os meses têm 29 ou 30 dias. Os meses têm 30 ou 31 dias.
O mês começa com a Lua Nova. O mês começa no dia 1.
12 meses lunares = 354 dias. 12 meses solares = 365 dias.
A cada 19 anos, 7 deles são de 13 meses. A cada 4 anos, o mês de fevereiro é de
29 dias.
O calendário baseia-se na Criação do Mundo. O calendário baseia-se no nascimento
de Cristo.

ROSH HASHANÁ
ANO NOVO JUDAICO. - De acordo com o Talmud, D’us criou a Humanidade
no primeiro dia do mês de Tishrei. Sendo assim, o Rosh Hashaná comemora
a criação da raça humana. É o tempo da renovação, de receber perdão e
recomeçar sem transgressões.

Neste ano, a véspera de Rosh Hashaná será na data de 16 de


setembro de 2012. Entraremos no ano de 5773.

DIA DO JULGAMENTO. - Um dos temas mais proeminentes da data gira em


torno do simbólico “Livro da Vida”. A vida de um judeu depende se ele toma
ou não a decisão de fazer correções durante o período de Rosh Hashaná
através do arrependimento (teshuvá), da oração (tefilá) e da caridade
(tzedaká). Este é um momento chave, um tempo para reflexão sobre os erros
cometidos, e de decidir perante D’us, não repeti-los no próximo ano. No Yom
Kipur, a decisão é tomada por D’us inscrevendo nossos nomes no “Livro da
Vida”, nos concedendo um ano melhor (ou não) de acordo com nossas
decisões.

DIA DA LEMBRANÇA. - Também é uma celebração ao livre arbítrio do


Homem – tomando a decisão consciente de olhar para dentro de si mesmo,
rever a própria vida e fazer as correções necessárias. Relembra, também, o
quase sacrifício de Isaac por seu pai Abraão, que a tradição judaica afirma ter
acontecido no primeiro dia do mês de Tishrei. Essa lembrança reforça em nós a
fé em D’us.

DIA DO TOQUE DO SHOFAR. – O shofar é um instrumento de sopro feito


de chifre de carneiro. Seu uso nesse dia tem vários significados: Um deles é
para nos lembrar da história do sacrifício de Isaac, quando D’us poupou sua
vida como recompensa à fé de Abraão, fornecendo-lhe o carneiro para que
pudesse ser sacrificado em lugar de seu filho. O som do Shofar também serve
para “despertar” nossas almas para a prática do Bem.
COSTUMES
Para o jantar de Rosh Hashaná, arrumamos a mesa com toalha branca e louça
especial.
 VELAS E KIDUSH – como em todos os dias festivos as velas são
acesas, recitando-se a brachá adequada, e é feito o Kidush sobre o
vinho.
 SEUDÁ DE ROSH HASHANÁ – É feito um jantar especial de Rosh
Hashaná, quando comemos alguns pratos específicos e são realizadas
algumas bênçãos especiais:

1. CHALÁ REDONDA. - A chalá de Rosh Hashaná é redonda e


adocicada, simbolizando o círculo infinito da vida.
2. MAÇÃ COM MEL. – Para que tenhamos um ano novo “doce”.
3. CABEÇA DE PEIXE. – A cabeça de peixe está presente simbolizando
que nossas vidas devem sempre caminhar para frente, e que sejamos
sempre a “cabeça”.
4. ROMÃ. – Cujas sementes nos lembram as mitzvot que devemos
realizar.
5. CARTÕES. - Costumamos enviar aos parentes e amigos, cartões,
desejando um ano feliz e doce.
6. SINAGOGA. – Costumamos ir à sinagoga acompanhar as orações e
ouvir o toque do shofar.
7. TASHLICH. – Consiste em jogar, na água corrente, migalhas de pão
e recitar preces que manifestem o propósito de desprender-se dos erros
cometidos e tratar de evitá-los no futuro.

SUGESTÕES DE ATIVIDADES:
1. Caderno de receitas relacionadas ao chag;
2. Reflexão sobre textos que falem sobre os temas principais do
chag;
3. Temas como: abelhas, propriedades do mel; experiências
gustativas (sal, açúcar, mel, limão); balança (pesado, leve),
shofar;
4. Jogos com os símbolos do chag;
5. Canto da comunicação: cartões, cartas;
6. Projeção de filmes relacionados ao tema do chag;
7. Ciclos, periodicidade.

YOM KIPUR
Em Rosh Hashaná todos os judeus do mundo pensam em todas as coisas
que realizaram durante o ano que passou, arrependendo-se. Porém, não
conseguem lembrar-se de tudo de uma só vez e, por isso, existem mais dez
dias de prazo para ficar de bem com todo mundo, continuando a pedir
desculpas aos amigos de quem não tinham recordado. Esses dez dias são
chamados de Asseret Iemei Tshuvá – os dez dias de arrependimento.

Yom Kipur, o Dia do Perdão, é o dia mais sagrado e solene do ano, o


auge dos Dez Dias de Arrependimento iniciados em Rosh Hashaná. O Kol
Nidrei, a anulação de todas as promessas, é recitado antes do pôr-do-sol. Sua
melodia tradicional infunde em cada um dos presentes um sentimento de
reverência. Esta é a reza pela qual pedimos a D’us que não leve em conta todas
aquelas promessas e juramentos que fizemos deste Yom Kipur até o próximo e
que, por algum motivo muito grave, não poderemos cumprir. É o início de um
dia de jejum e abstinência, quando o material se submete ao espiritual e cada
judeu vai examinar seus atos e buscar perdão pelos erros que cometeu contra
D'us. É um dia de arrependimento e perdão.

Sem a possibilidade do arrependimento o mundo não poderia existir, já


que ao criar o homem com o livre arbítrio - a liberdade de escolha entre o bem
e o mal - D'us deu-lhe a possibilidade de errar. Mas ofereceu-lhe também a
possibilidade de corrigir o erro, a possibilidade de mudar o curso de sua vida,
de arrepender-se, de "aproximar-se de D'us e afastar-se de seus erros", de
fazer teshuvá.

Em Yom Kipur o homem tem a possibilidade de se elevar espiritualmente.


Os pecados que cometeu, se ele se arrepender sinceramente, serão perdoados,
permitindo-lhe retomar seu caminho na direção certa. Neste dia, assim como os
anjos, Israel não come, não bebe, não usa sapatos de couro.

Nossos sábios ensinam que, apesar dos “Portões do Arrependimento”


estarem sempre abertos, as condições espirituais que estão presentes em Yom
Kipur e que nos permitem distinguir com mais facilidade o bem do mal, não
existem em nenhum outro momento.

Yom Kipur é um dia de introspecção e exame de consciência, em que os


judeus se reúnem nas sinagogas para fazer uma confissão coletiva dos pecados
e rezar pelo perdão divino, não só para o nosso povo, mas para toda a
humanidade. O tema central do serviço religioso é a teshuvá, o
arrependimento, o retorno a Deus. A liturgia inclui a leitura do Livro de Jonas, o
qual ensina que todos os homens, independente de raça ou religião, têm uma
participação igual no amor e na misericórdia do Todo-Poderoso. No fim do
serviço religioso toca-se o shofar, um instrumento feito de chifre de carneiro,
cujo formato curvo representa a submissão do homem a D’us. O toque do
shofar desperta os indivíduos para os valores morais e espirituais.

Foi neste dia 10 de Tishrei, Yom Kipur, que D'us perdoou o imperdoável:
o bezerro de ouro. Foi neste dia que, após 40 dias de súplica para que D'us
perdoasse os Filhos de Israel, Moisés desceu com o segundo par de tábuas dos
Dez Mandamentos, prova do perdão Divino pelo pecado do bezerro de ouro.
Enquanto Moisés estava no Monte Sinai pedindo e suplicando pelos Filhos de
Israel, D'us lhe revelou que a Sua Misericórdia supera todas as considerações
sobre erros que o homem possa ter cometido no passado ou venha a cometer
no futuro. D'us também mostrou a Moisés que se o homem usar de
misericórdia, perdoando os que estão a sua volta, ele conseguirá que seus
próprios erros sejam perdoados. Por isso nossos sábios nos ensinam que se o
homem perdoar a quem o magoou, se mostrar benevolência e generosidade
para com o seu semelhante, os Céus vão tratá-lo da mesma forma.

Embora Yom Kipur nos reconcilie em relação às transgressões que


fizemos contra D'us, ele não inclui injustiças cometidas contra o próximo. É,
portanto, um costume universal entre os judeus um pouco antes de Yom Kipur
desculpar-se e buscar o perdão dos amigos, parentes, ou conhecidos a quem
podemos ter prejudicado ou insultado durante o ano que passou.
Portanto, em Yom Kipur, buscamos não só o perdão divino, mas também
o perdão humano. Nesse dia, expulsam-se da alma os rancores e
ressentimentos, e procura-se uma reconciliação com o próximo.
Este ano, Yom Kipur será celebrado no dia 26 de setembro de 2012.
Inicia-se na véspera, dia 25 à noite.

PROIBIÇÕES DO YOM KIPUR

1- Não comer;
2- Não beber;
3- Não usar sapatos de couro; (bens materiais)
4- Não banhar-se nem untar o corpo com cremes; (prazeres superficiais)
5- Não manter relações matrimoniais;

São as proibições que regem o dia de Yom Kipur, além daquelas que
regem o Shabat.
Durante o ano, as pessoas passam os dias tendo em mente comida,
trabalho, suas posses materiais e prazeres superficiais. Em Yom Kipur, nós
restituímos nossas prioridades para o que realmente vale na vida.
O JEJUM

O jejum de Yom Kipur começa ao pôr-do-sol, estendendo-se por 25


horas, até o anoitecer do dia seguinte. Na tarde anterior ao jejum de Yom
Kipur, é uma mitzvá especial fazermos uma refeição festiva.

Nessa refeição, não devemos comer em demasia ou ingerir alimentos


muito pesados; devemos comer uma porção moderada de comida leve. E,
também, não beber líquidos, como café, pois a cafeína é um diurético.

Após a refeição, antes do pôr-do-sol, bebemos água ou chá morno, para


diminuir a sede durante o jejum.

SUCOT
Sair da morada fixa a qual estamos acostumados, para passarmos a uma
morada temporária como a Sucá (cabana), possui várias explicações.

A primeira – a recordação da saída do Egito quando o povo de Israel


perambulou durante 40 anos pelo deserto, enquanto habitava em cabanas.

Outra causa pela qual vivemos em cabanas durante esta festividade, é


para recordar o homem que, assim como essa cabana, também sua vida é
frágil. Ao comer, beber, dormir, compartilhar a festa com a família e
convidados, e tomar consciência que se habita uma cabana que é transitória, o
homem recordará:

Os momentos de riqueza e de pobreza,

Os dias de grandeza e submissão,

Durante o êxito – sua condição de homem simples no passado,

Em dias de paz – o perigo da guerra,

No continente – as tempestades do mar,

E na cidade – o deserto.

A Sucá vem, por isso, ensinar ao homem uma boa qualidade: alegrar-se
com o que possui. Dentro de uma Sucá modesta e pequena, cujo teto se cobre
somente com ramos e folhas de árvores – ali cumprirá com o preceito de
alegrar-se durante a festividade.

A Sucá também se chama “Sucat Shalom – a Sucá da Paz”, pois simboliza


o anseio de paz que deseja toda a humanidade.

A festa de Sucot é comemorada durante 7 dias (a festa tem início no dia


15 de Tishrei – este ano 1º de Outubro) e culmina na celebração da festa de
Simchat Torá, que celebra o fim do ciclo de leitura da Torá e se dá no que seria
o oitavo dia de Sucot.
A festa de Sucot é descrita na Torá como uma época de grande alegria,
tempo de enorme júbilo. A Torá determina que, durante sete dias, os judeus
habitem em tendas, para que se lembrem que em cabanas habitaram os filhos
de Israel quando D’us os redimiu da escravidão do Egito e lhes deu a Terra de
Israel para que nela se fixassem.

Portanto, durante a festa de Sucot, os judeus constroem para si tendas


(chamadas Sucá – Sucot é o plural de Sucá). Durante estes sete dias os judeus
fazem refeições dentro da sucá, e até mesmo dormem nela, visando cumprir o
mandamento de habitar na Sucá, conforme descrito na Torá.

Outro mandamento relativo a esta festa, é a aquisição e a benção dos


Arbaat Haminim, ou as “quatro espécies”. Estas espécies são reunidas para
uma benção especial durante os dias da festa e utilizadas durante as orações. É
costume tentar conseguir o exemplar mais bonito e perfeito de cada uma das
espécies, simbolizando o esmero para servir a D’us de forma alegre e bela.

No último dia de Sucot é comemorada a festa de Simchat Torá (a alegria


da Torá). Esta festa consiste na conclusão da leitura da Torá, que é lida
semanalmente nas sinagogas, dividida em porções. Nesta festa de Simchat
Torá, o principal costume é dançar com muita alegria, carregando os rolos da
Torá.

As Quatro Espécies

Há nesta festa quatro espécies de plantas, citados na Torá:


“E tomareis para vós, no primeiro dia, o fruto da árvore formosa
(ETROG), palmas de palmeiras, e ramos de mirta e de salgueiro de ribeiras,
e vos alegrareis diante do Eterno, vosso D’us, por sete dias”.

As autoridades judaicas interpretaram que o fruto da “árvore formosa” se


refere à cidra (Etrog em hebraico); as palmas de tamareira (o Lulav); os ramos
de mirta ou mirto (Hadás) e o salgueiro de ribeiras (a Aravá).

Deve-se tomar as quatro espécies na mão e abençoá-las em cada dia de Sucot.


Todas juntas são chamadas de “Arbaat Haminim” (as quatro espécies). Para formar os
Arbaat Haminim, amarra-se um lulav, três hadassim e duas aravot e os sacode
juntamente com o etrog, em direção aos pontos cardeais.

Cada espécie tem uma simbologia específica:

Lulav - tem gosto, mas não tem cheiro – um judeu erudito em Torá, mas
deficiente em mitzvot.

Etrog - tem gosto e tem cheiro – um judeu erudito em Torá e praticante das
mitzvot.

Hadás - tem cheiro, mas não tem gosto - um judeu praticante das mitzvot,
mas sem estudo.

Aravá - não tem gosto nem cheiro – um judeu sem estudo e deficiente em
mitzvot.

O Talmud ensina que a palavra sucá é derivada de schach que, em


hebraico, significa cobertura. A sucá é uma habitação formada por paredes e
teto. Para a fabricação das divisórias pode-se usar qualquer tipo de material
sólido (desde o mais modesto ao mais sofisticado). Porém, para a cobertura da
cabana onde se deve habitar durante Sucot só é permitido usar material
vegetal recém-cortado, como folhagem, bambu e madeira, entre outros.
Assim, os Arbaat Haminim representam os quatro tipos de judeus.
Seguram-se juntos para mostrar a união judaica; no coletivo, um completa as
deficiências do outro.

Pelo formato de suas folhas, as Quatro Espécies também são comparadas ao


corpo humano:

Lulav = coluna vertebral, Etrog = coração, Hadás = olhos, Arava = lábios

Para cumprir o mandamento da sucá, deve-se habitar debaixo da


sombra provida pelo schach. Esta sombra representa a proteção Divina que
todas, sem distinção de classes, necessitam e almejam. Por representar a
proteção Divina, o schach não pode ser feito de material industrializado pelo ser
humano. Ao cobrirmos a sucá com o vegetal tal qual é encontrado na natureza,
a nossa intenção é demonstrar que somos todos parecidos e todos
necessitamos da proteção do Criador.

A prática do Judaísmo não é concretizada com pensamentos e palavras,


mas apenas com atos. O ser humano costuma ter um olho crítico: reclama do
comportamento de seus semelhantes, chama a atenção de outros e faz pouco
caso das agruras alheias. Nossos sábios ensinam que a vontade Divina pode ser
cumprida apenas com bons atos.

IDEIAS DE ATIVIDADES:

 Tipos de moradias;

 Comparação com diferentes povos e suas moradias;

 Chuvas;

SIMCHAT TORÁ
Simchat Torá é celebrada no 23º dia do mês de Tishrei, este ano no dia 9
de outubro (véspera dia 08/10). Nesta festa comemoramos o final e o
recomeço da leitura da Torá.

A Torá é o presente que os judeus receberam no Monte Sinai, em Shavuot.


Muitas histórias existem na Torá: a Criação do mundo, a Arca de Noé, a Torre
de Babel, a vida de Abrahão e outras.

Além dessas histórias, existem na Torá diversos assuntos que devemos


saber; há os Dez Mandamentos, as maneiras como as pessoas devem ajudar
umas as outras, como devem comemorar suas festas, como cuidar dos animais.
A Tora ensina o que cada pessoa deve fazer e o caminho que deve seguir. Todo
judeu deve conhecê-la.

Quando os judeus receberam a Torá, prometeram dela cuidar e jamais


esquecê-la. Em todas as partes do mundo, nas sinagogas, os judeus guardam
os rolos da Torá num armário sagrado. Ela é um presente tão valioso que não é
deixada sozinha nem mesmo por uma semana.

Tudo tem sua hora: hora de comer, hora de dormir, hora de trabalhar, hora
de ir à escola. E existe também a hora de se ler a Torá. Toda 2ª feira, 5ª feira
e Shabat, em todas as sinagogas do mundo, os judeus se reúnem para estudar
e ler a Torá. Será que conseguimos ler a Torá inteira de uma só vez? Não!

Cada semana lemos um trechinho, uma PARASHÁ. Ler a Torá é uma honra
para todo judeu. Esta honra de ser chamado para ler a Torá é chamada de
ALIÁ LA TORÁ. Quanto tempo demoramos para ler a Torá inteira? Exatamente
um ano!

Quando concluímos a leitura da Torá, nossa alegria é muito grande e logo


recomeçamos sua leitura. Fazemos então, uma verdadeira festa – SIMCHAT
TORÁ, a alegria da Torá. Este é um dia de festa principalmente para as
crianças. É a única vez no ano em que as crianças sobem até o ARON
HAKODESH – o Armário Sagrado – e seguram a Torá.
Ao entrar na sinagoga, cada criança recebe balas e uma bandeirinha. Em
algumas sinagogas, há o costume de espetar na bandeirinha uma maçã, e na
maçã, uma vela. A maçã simboliza a doçura do estudo da Tora. Como acredita-
se que a Torá ilumina todos os caminhos, coloca-se sobre a maçã uma vela
acesa, como símbolo desta luz.

CHANUKÁ
Chanuká é comemorada durante 8 dias, à partir do dia 25 de Kislev,
este ano 9 de dezembro. Em hebraico, significa consagrar, inaugurar e refere-
se à purificação do Grande Templo de Jerusalém comemorando assim sua
reconquista e a restauração das práticas judaicas após a guerra travada entre
os helenistas e os macabeus.

A História...
A história de Chanuká é a história da primeira luta pela liberdade
religiosa na história do mundo. Foi a primeira vez que o povo judeu afirmou seu
direito de adorar ao único D’us e seu desejo de morrer por esse direito – a
história de Chanuká é a história da Revolta dos Macabeus contra o Imperador
Antíoco IV que, há mais de 2000 anos governava a província da Judéia, atual
Estado de Israel.
Antíoco IV foi um imperador sírio cujos ideais religiosos e de modo de
vida eram helenísticos, isto é, gregos. Os judeus se dividiram: alguns quiseram
aceitar o ideal helenístico e chegaram mesmo a não praticar mais a circuncisão,
que era vista pelos gregos como uma mutilação; outros tentaram encontrar
uma forma de conciliar os dois modos de vida. Mas Antíoco IV decidiu impor
estes ideais a todos os judeus, chegando mesmo a proibir o estudo e o
cumprimento da Torá e a obrigar, por força militar, que os judeus se curvassem
às imagens dos deuses gregos.
Matitiahu, da cidade de Modiin, rebelou-se, acreditando que mesmo um
rei não pode ir contra as leis de D’us, e teve que fugir da cidade com sua
família. Eles passaram a viver no campo e, aos poucos, um grupo de pessoas
que pensavam como Matitiahu começou a se reunir à sua volta. Com a morte
de Matitiahu, a liderança do grupo passou a seu terceiro filho, conhecido como
Yehudá Hamacabi, Yehudá o Macabeu (Macabi é a palavra hebraica para
martelo, derivada da raiz macav). Com Yehudá o Macabeu, o grupo se tornou
conhecido como Os Macabeus e passou à resistência armada, conseguindo,
apesar do pequeno número e das poucas armas, vencer as forças de Antíoco IV
e tomar o controle de Jerusalém e do Templo. O espírito dos Macabeus era
imbatível. Ao retomarem o Templo, os Macabeus o re-dedicaram, pois ele havia
sido profanado pelos gregos, que haviam queimado os portões, sujado o altar,
colocado ídolos, etc.

O Templo foi re-dedicado com alegria e música e um feriado foi


decretado. Conta o Talmud que, na hora da reinauguração ( Chanuká =
Inauguração) do Templo, era necessário acender a Menorá, e os Macabeus só
encontraram um único jarro de azeite consagrado, pois todos os outros haviam
sido profanados. A produção daquele azeite durava oito dias e um jarro
alimentava o fogo da Menorá por apenas um dia. Mesmo assim, os Macabeus
decidiram usar o azeite disponível e, milagrosamente, ele alimentou o fogo da
Menorá pelos oito dias necessários para ter mais azeite. Hoje, acendemos a
Chanukiá e a colocamos nas janelas. Este candelabro tem 8 braços, mais um
suplementar onde se coloca o shamash (uma vela extra “servente”, colocada
em uma posição destacada e diferente do candelabro, com a qual se acendem
as demais). As velas são acesas diariamente, após o aparecimento da primeira
estrela.

AS MENSAGENS DE CHANUKÁ
 As ações de Antíoco IV representam o totalitarismo clássico, a imposição
de ideias pela força. As lutas que deram origem a Chanuká ocorreram
em um contexto particular, mas suas implicações são universais. Esta
festa celebra a liberdade de expressão, de ideias, de religião – ela é
muito mais do que apenas o festival de independência de um povo – é a
glorificação do direito à liberdade de todos os povos. A luta dos
Macabeus era muito mais uma luta pelo Judaísmo do que uma luta
contra o Helenismo.

 O azeite, na linguagem metafórica dos nossos sábios, simboliza a


coragem, a força, a vontade – ou seja, o espírito. E ele se provou muito
mais resistente e duradouro do que o esperado ou o imaginado. A
incrível sobrevivência de nosso povo, especialmente nas épocas mais
adversas, é um dos milagres de Chanuká.

 A maioria de nós aprendeu muito cedo a pensar que um milagre é um


evento sobrenatural, no qual as forças da Natureza ficam magicamente
suspensas. Mas, visto desta forma, um milagre se torna um teste de fé
muito complicado. A palavra milagre vem do latim mirari, que significa
maravilha. Para vários pensadores judeus contemporâneos a experiência
do milagre tem muito mais a ver com a capacidade humana de
maravilhar-se. O Sidur (livro de rezas) nos ensina uma perspectiva muito
diferente sobre os milagres. O nascimento de uma criança ou a
recuperação depois de uma doença são também milagres – a nossa
habilidade de experimentá-los e agradecê-los diariamente está no fundo
da visão de mundo judaica. Visto dessa forma, um milagre não é algo
sobrenatural, mas um evento que encontra pessoas que o experimentam
como milagre.

COSTUMES DE CHANUKÁ
Costuma-se colocar a chanukiá no parapeito da janela para tornar público o
milagre.

Além do ritual de se acender as velas, costuma-se consumir bolinhos, sonhos e


panquecas de batata (Latkes), fritos em óleo. Outro costume de Chanuká é
jogar o jogo do pião (sevivon). Neste pião estão escritas as letras:

‫נ‬N, ‫ ג‬G, ‫ה‬H e ‫ש‬Sh , uma de cada lado, que representam as quatro letras
hebraicas que iniciam as palavras da frase: “Nês Gadol Haia Sham” (Houve um
grande milagre lá).

Costuma-se distribuir às crianças “dinheiro de Chanuká”, em dinheiro mesmo


ou em forma de presentes.

IDEIAS PARA ATIVIDADES:

 Pesquisa sobre as qualidades do óleo, suas características (é mais leve, é


transparente, etc);
 Para que o óleo é usado;
 Processo da fabricação do azeite de oliva;
 Fabricação de velas;
 Diferenças entre tipos de velas: de aniversário, de chanuká, de havdalá,
de shabat, etc.

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