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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO - UFPE

CENTRO DE ARTES E COMUNICAÇÃO - CAC


DEPARTAMENTO DE LETRAS

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

MÔNICA SOBRAL DE SOUSA

RECIFE
2019
MÔNICA SOBRAL DE SOUSA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Relatório de Estágio apresentado


junto ao Departamento de Letras da
Universidade Federal de
Pernambuco como requisito parcial
para a obtenção do grau de Bacharel
em Letras.

Universidade Federal de Pernambuco – UFPE


Centro de Artes e Comunicação – CAC
Departamento de Letras

Supervisor do estágio: Profª. Drª. Fernanda Correa Silveira Galli


Orientador do Estágio: Prof. Dr. Ricardo Postal

RECIFE
2019
DECLARAÇÃO DE ESTÁGIO

Declaro para fazer junto à divisão de estágio da Universidade Federal de


Pernambuco, que a Srª. Mônica Sobral de Sousa, aluna desta Universidade,
estagiou no Núcleo de Pesquisa Subalternidade, Transculturalidade e
Perspectivas Decoloniais de 09/09/2019 até 04/11/2019, sob a orientação do
Prof. Dr. Ricardo Postal e a supervisão da Profª. Drª. Fernanda Correa Silveira
Galli, conforme programa e relatório final de avaliação, cumprindo uma carga
horária em um total de 45 horas, que é o requerido pelo programa de estágio
curricular da Universidade.

________________________________________
Ricardo Postal
ORIENTADOR DE ESTÁGIO

________________________________________
Fernanda Correa Silveira Galli
SUPERVISOR DE ESTÁGIO

_______________________________________
Mônica Sobral de Sousa
ESTAGIÁRIA
SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO GERAL DO ÓRGÃO.......Error! Bookmark not defined.

1.1 NOME E SUBORDINAÇÃO..........................Error! Bookmark not defined.

1.1.1 ALUNO .........................................................Error! Bookmark not defined.

1.1.2 EMPRESA ....................................................Error! Bookmark not defined.

1.2 OBJETIVO ....................................................Error! Bookmark not defined.

1.3 LOCALIZAÇÃO ........................................................................................ 6

1.4 SÍNTESE DA OBRA ................................................................................ 7

2 DESENVOLVIMENTO DO ESTÁGIO ...........Error! Bookmark not defined.

2.1 SETOR DE ATUAÇÃO ............................................................................ 8

2.1.1 ESTUDOS CULTURAIS ...............................Error! Bookmark not defined.

2.1.2 NÚCLEO DE PESQUISA SUBALTERNIDADE,


TRANSCULTURALIDADE e PERSPECTIVAS DECOLONIAISError! Bookmark
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2.1.2.1 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES ........................................................... 9

3 CONCLUSÃO ...............................................Error! Bookmark not defined.

4 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 11

5 PARECER DO SUPERVISOR DE
ESTÁGIO..........................................10
1. 1. APRESENTAÇÃO GERAL DO ÓRGÃO

1.2 NOME E SUBORDINAÇÃO

1.1.1 ALUNO

Nome: Mônica Sobral de Sousa


CPF: 103.980.114-51
Curso: Letras – Bacharelado
Período: 6º
Instituição de Ensino: Universidade Federal de Pernambuco

1.1.2 EMPRESA
Nome: Núcleo de Pesquisa Subalternidade, Transculturalidade e
Perspectivas Decoloniais
Orientador do estágio (concedente): Prof. Dr. Ricardo Postal
CIC nº: 656.923.730-68
RG nº: 1058139062
SIAPE: 1420448
Início do estágio: 09/09/2019
Término do estágio: 04/11/2019
Carga horária do estágio: 2 a 4 horas/dia
Total de horas: 45 horas
Supervisor do estágio: Fernanda Correa Silveira Galli

1.2 OBJETIVO
Este relatório tem como objetivo descrever concisamente como foi minha
experiência durante o período de estágio curricular obrigatório dentro do grupo
de estudos Núcleo de Pesquisa Subalternidade, Transcuturalidade e
Perspectivas Decoloniais, liderado pelo Prof. Dr. Ricardo Postal. Assim, será
explanado como se deu o processo das atividades realizadas por mim e como
funcionou a dinâmica do estágio.
1.3 LOCALIZAÇÃO
O Núcleo de Pesquisa Subalternidade, Transcuturalidade e Perspectivas
Decoloniais, mais especificamente o Departamento de Letras no Centro de
Artes e Comunicação fica localizado dentro do Campus Recife da UFPE na
Cidade Universitária, Rua da Arquitetura.

1.4 SÍNTESE DA OBRA


No tempo em que realizei o estágio curricular obrigatório, elaborei
algumas atividades no Núcleo de Pesquisa Subalternidade, Transcuturalidade
e Perspectivas Decoloniais. Como este estágio já estava sendo desenvolvido
por outros estudantes que atuaram com o mesmo objetivo, alguns
procedimentos já estavam pré-estabelicidos, bastando apenas dividir e
organizar as tarefas que dali seriam requisitadas, agora investigando outros
tipos de obras. Assim, foi separado em alguns momentos para que houvessse
um encontro com o professor e discutir as atividades em questão.

Primeiramente, o professor debateu sobre os conceitos de identidade,


alteridade. Para a melhor compreensão desse conteúdo, foi necessário que eu
elaborasse mapas mentais e exemplos práticos que foi designado a mim
produzir para que, logo após, partíssemos para discussões e problematizações
a respeito dos conceitos em questão. Após isso, outro conceito feito objeto de
debate para a nossa pesquisa, o de interculturalidade, que seria basicamente a
diversidade cultural que se manifesta em nossa sociedade. Em outro momento
foi tratado sobre fronteiras e intersecções como marcadores culturais e, por fim,
as relações e diferenças entre viagem, diáspora e exílio.

Tendo esses debates realizados, o professor me emprestou um de seus


livros para lê-lo e analisá-lo com base nos conceitos já abordados. O objetivo
proposto era de observar quais os conflitos culturais em que o personagem
principal precisa lidar, como, por exemplo, se causa estranhamento ou aceitação
o novo lugar que pretende morar, o que ele acha de bom ou ruim nesse novo
lugar, se deseja que seu país de origem fosse da forma que é o país em que
está morando, se gosta da comida local ou não etc. Todos esses pontos deviam
ser analisados e relacionados com os conceitos propostos por uma perspectiva
sociocultural. Por fim, precisei fazer um levantamento desses dados, trazendo
possíveis soluções para evitar os choques culturais vividos pelo personagem e
estabelecendo relações de estratégias de alteridade.

Enfim, a orientação do professor durante esse processo foi essencial para


que fosse possível compreender como que se procede, na prática, a
metodologia e o contato com a pesquisa acadêmica. Além disso, pude me
aprofundar ainda mais nos estudos culturais e como se dá na literatura,
contribuindo na ampliação das minhas perspectivas sobre literatura e
aprimorando minhas capacidades de articular uma narrativa literária ao
conhecimento teórico, tal como realizar a coleta, análise e interpretação de
dados.

2. DESENVOLVIMENTO DO ESTÁGIO

2.1 SETOR DE ATUAÇÃO


Durante meu estágio atuei na área de pesquisa dos estudos culturais

2.1.1 ESTUDOS CULTURAIS

Os estudos culturais têm por propósito investigar as relações entre os


sujeitos e suas práticas socioculturais tendo em vista as diversas formas de
perspectivação da realidade - como por exemplo, a literatura e a linguística -,
isso porque tais formas tratam-se de um espaço de manifestação simbólica do
um imaginário sociocultural. Assim, os estudos culturais se utilizam de
proposições de significado e de sentido atribuídos a determinadas áreas, para
constituir um processo no qual os elementos representativos das sociedades
contemporâneas possam ser colocados em uma posição de destaque, como
também, possam ser analisados perante os seus contrastes, tencionamentos.
Ou seja, outros campos de estudo são considerados fundamentais para a
formação da pesquisa dos estudos culturais.

2.1.2 NÚCLEO DE PESQUISA SUBALTERNIDADE,


TRANSCULTURALIDADE E PERSPECTIVAS DECOLONIAIS

O Núcleo de Pesquisa Subalternidade, Transculturalidade e Perspectivas


Decoloniais é formado por pesquisadores que estão relacionados a algumas
áreas, como a linguística e a literatura. Esses pesquisadores elaboram projetos
de pesquisa individuais que direcionam o andamento da pesquisa maior desse
núcleo, ainda, correspondentes a eles, existem alunos com pesquisas do PIBIC
(Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica).

2.1.2.1. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES


As atividades propostas no estágio foram divididas em alguns momentos.
Essa divisão foi interessante pois, dessa forma, foi melhor discutido cada
situação e, assim, pude fixar com mais clareza as questões que estavam sendo
postas. Isso também foi eficaz em trazer mais dinâmica para a produção da
pesquisa que estava em andamento. Devido a essa metodologia, o
conhecimento até então produzido criou subsídios para entender ainda mais
claramente os desdobramentos das leituras das obras.
Logo no início do estágio, as questões debatidas foram referentes a
delimitação do espaço de ser do eu e do outro, sendo estes sujeitos que se
manifestam na sociedade e possuem particularidades que não podem ser
ignoradas. Segundo Eric Landowski (2012) em Presenças do outro, autor
utilizado para conduzir melhor a pesquisa, o outro existe quando o eu percebe
que fora de si há alguém e este não atende às suas expectativas,
necessariamente. Daí surge a necessidade de buscar identidade por parte de
todos os sujeitos individuais e os conflitos de alteridade do outro com o eu
enquanto grupos e sociedades. Landowski (2012) ainda aponta que é pela
percepção da diferença que as estratégias - assimilação, segregação,
exclusão, admissão - para demarcar esse espaço de ser começam a ser
realizadas por parte do eu e o outro torna-se tipificado, ao exercer ações de
caratér de subordinação ou de poder como resposta defensiva, de
autopreservação. Assim, as relações de favorecimento, de poder, de
reconhecimento, entre o eu e o outro, só seriam extintas quando não houvesse,
de fato, identidades - pois que isso já é particularizante -, ambos seriam um só.
Nesse contato inicial, o professor foi explicando precisamente essas
questões e também buscou provocar minhas ideias acerca desses conceitos
fazendo perguntas sobre o que tinha entendido do texto teórico. A medida em
que ele notava certa dificuldade da minha parte sobre o entendimento da
teoria, buscava me auxiliar trazendo exemplos práticos e de realidade mais
próxima, o que facilitou mais minha compreensão. Após essa conversa, já
tendo solicitado a leitura de uma narrativa, ele pediu para encontrar alguns
elementos que traziam um certo choque de cultura e de que forma isso
acontecia, sendo necessário observar o narrador do romance e verificar como
ele se comporta, se ele sabe lidar com a cultura do outro ou isso causa
estranhamento, se gosta ou não do ambiente, se prefere sua cultura ou está
satisfeito com a que está inserido, se portava-se como eu ou como outro.
Ademais, era preciso dar prioridade no que diz respeito às relações pessoais e
com o ambiente que ele estava inserido.
A obra que fiquei responsável de analisar foi Digam a Satã que o recado
foi entendido, de Daniel Pellizzari (2013). O protagonista do livro é Magnus
Factor que, durante uma viagem para Dublin, decide não voltar mais de lá.
Conquistado pelo melhor milk shake do mundo e por uma garçonete eslovena,
Stefanija, ele finca suas raízes na capital irlandesa e cria um negócio, no
mínimo, inusitado: uma agência de turismo especializada em tours por locais
assombrados da cidade. As histórias assustadoras e os fatos que relatam são
criados por ele e seu sócio, Bartholomew O’Shaugnessy (ou Barry, para
encurtar), um irlandês ruivo e grotesco que fala mais palavrão do que uma
frase feita. Além dele e de Barry, a “empresa” ainda conta com os serviços de
Zbigniew e Seewosagur, natural das Ilhas Maurício. Abandonado por Stefanija,
Magnus acaba conhecendo Laura, uma moça bem mais jovem que ele e que o
apresenta a um grupo terrorista praticante de pequenos atos revolucionários
contra a própria cidade – como invadir uma catedral e cortar a cabeça das
imagens de santos ou algo do tipo. A história ainda fala de Patricia, uma
adolescente que, prestes a completar treze anos de idade, decide que quer se
matar numa montanha, mas no meio do caminho encontra uma seita estranha
que quer fazer reviver o deus serpente – ou algo do tipo. Durante o processo
de análise, pude observar que as relações entre o eu e o outro ocorre entre o
protagonista, Magnus Factor, e Laura, a moça que o leva para conhecer seu
grupo terrorista, uma vez que ele vive numa relação de interação e
dependência com ela. Os choques culturais são constantes, mas vale destacar
quando Magnus revela seu gosto pelo melhor milkshake do mundo, algo que
ele jamais encontrou no seu país e o valor do táxi ser bem mais barato em
comparação ao Brasil, de onde ele é nativo, mostrando, assim, sua relação
entre aquele país em mora, dentre outros marcos de relações e diferenças
culturais que o romance trata.

No último momento, por sua vez, houve a reunião para verificar os


elementos destacados durante a leitura. Pude aprender bastante com esse
exercício, pois foram importantes para pensar e realizar uma pesquisa
acadêmica, além de entender que é necessário conceber os conceitos teóricos
e transformá-los para que se tornem acessíveis e compreensíveis, ainda mais
dentro do grupo que fiz parte, visto que se dispõe a trabalhar a realidade social.

3. CONCLUSÃO
Durante meu estágio no Núcleo de Pesquisa Subalternidade,
Transculturalidade e Perspectivas Decoloniais pude aprimorar minhas técnicas
de estudo ao produzir mapas mentais, exemplos práticos sobre os conceitos
debatidos, fichamentos, anotações em separado sobre os textos e a obra. Foi
de suma importância realizar tais atividades, pois a partir de então vou usar
com mais frequência esses artifícios não só para atividades acadêmicas, mas
visando para futuros trabalhos de meu interesse. Além disso, esse estágio
viabilizou, para mim, como estudante de letras bacharelado, um impacto
positivo, uma vez que pretendo me especializar na pesquisa acadêmica e ter
esse contato fez com que me familiarize ainda mais com o que pretendo seguir
futuramente. Ainda posso afirmar que ampliou minhas perspectivas de mundo
como também reforçou alguns outros pensamentos em geral. É o tipo de
ensinamento que não se limita ao estágio ou ao ambiente acadêmico, mas que
pode ser levado para a vida tanto pessoal quanto profissional. Desse modo,
posso dizer que me sinto mais preparada para encarar outros tipos de
pesquisa, pois sei delimitar com mais consciência o que de fato é preciso para
se constituir uma boa pesquisa.

4. BIBLIOGRAFIA

PELLIZZARI, Daniel. Digam a Satã que o recado foi entendido. São Paulo:
Companhia das Letras, 2013.
LANDOWSKI, Eric. Buscas de identidade, crises de alteridade. In:______.
Presenças do outro: ensaios de sociosemiótica. São Paulo: Perspectiva,
2012, p. 3-29.
LANDOWSKI, Eric. Formas de alteridade e estilos de vida. In:______.
Presenças do outro: ensaios de sociosemiótica. São Paulo: Perspectiva,
2012, p. 31-66.

5. PARECER DO SUPERVISOR DE ESTÁGIO

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