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Tendências pedagógicas

PEDAGOGIA 
Tendências pedagógicas
• A questão da natureza do conhecimento consiste em
entender se aquilo que conhecemos é um objeto em
si ou uma ideia de um objeto, uma representação.
Duas correntes filosóficas surgiram a partir dessa
questão: o Realismo e o Idealismo.
Realismo 
O realismo filosófico é uma corrente da filosofia que enfatiza a
completa independência ontológica da realidade em relação a
nossos esquemas conceptuais, crenças e pontos de vista. Os
adeptos do realismo filosófico tipicamente defendem que a
verdade é uma questão de correspondência entre as nossas
crenças e a realidade. O realismo filosófico pode ser adotado em
relação a setores específicos da realidade, como, por exemplo, à
existência de outras mentes, à existência do passado ou do
futuro, dos universais, das entidades matemáticas (tais como os
números naturais), das categorias morais, dos objetos
macroscópicos da experiência cotidiana ou das entidades
teóricas das ciências (como os quarks e os buracos negros).
Idealismo
• O idealismo é uma corrente filosófica que emergiu apenas
com o advento da modernidade, uma vez que, nele, a posição
central da subjetividade é fundamental. Seu oposto é o
materialismo. Tendo suas origens a partir da revolução
filosófica iniciada por Descartes, é aos pensadores alemães
que o idealismo está em geral associado, desde Kant até
Hegel, que seria talvez o último grande idealista da
modernidade. Embora muitos acreditem que a teoria das
ideias de Platão é, historicamente, o primeiro dos idealismos,
em que a verdadeira realidade está no mundo das ideias, das
formas inteligíveis, acessíveis apenas à razão.
Filosofia e a Pedagogia
• ambas as ciências tratam de um mesmo 
elemento: o ser humano.
• Filosofia tenta explicar o homem e responder 
a todas suas angústias e indagações;
• a Pedagogia preocupa‐se em aperfeiçoá‐lo, 
desenvolvê‐lo.
Filosofia e a Pedagogia
• a reflexão filosófica faz parte da prática
docente e o professor não permanece neutro,
mas conduz seus pensamentos sobre a
maneira de educar seguindo uma
determinada corrente filosófica, uma
determinada tendência pedagógica.
Tendências pedagógicas 
• As tendências pedagógicas definem o papel 
do homem e da Educação no mundo, na 
sociedade e na escola, o que repercute na 
prática docente em sala de aula graças a 
elementos constitutivos que envolvem o ato 
de ensinar e de aprender.
Paulo Freire
• Paulo Reglus Neves Freire (Recife, 19 de
setembro de 1921 — São Paulo, 2 de
maio de 1997) foi
um educador, pedagogo e filósofo brasileiro. É
considerado um dos pensadores mais notáveis
na história da pedagogia mundial, tendo
influenciado o movimento
chamado pedagogia crítica. É também o
Patrono da Educação Brasileira
Paulo Freire
• Em Pedagogia do oprimido ( 1982), Paulo
Freire fala sobre a prática docente sob a forma
de Educação Bancária e Educação
Problematizadora – também chamada de
Libertadora, pois se propõe a conscientizar o
educando de sua realidade social.
Educação Bancária
• A sociedade dividida em classes, tal como é
hoje, restringe os privilégios a poucos e
impede que os bens produzidos sejam
utilizados pela maioria; o autor acredita que
entre esses bens está a Educação.
Educação Bancária
• Freire faz referência a dois tipos de Pedagogia:
pedagogia dos dominantes – Educação como
prática de dominação – e pedagogia do
oprimido – Educação como prática de
liberdade
Educação Bancária
• Em termos de pedagogia, Freire é mais conhecido por seu
ataque sobre o que chamou de conceito "bancário" da
educação, em que o aluno é visto como uma conta vazia a ser
preenchida pelo professor. Ele observa que "transformar os
alunos em objetos receptores é uma tentativa de controlar o
pensamento e a ação, leva homens e mulheres a ajustarem‐se
ao mundo e inibe o seu poder criativo" (Freire, 1970, p. 77).
Esta crítica básica não era nova ‐ a concepção da criança como
um aprendiz ativo de Rousseau já era um passo de tabula rasa
(que é basicamente o mesmo que o "conceito bancário").
Educação Bancária

•O método da concepção 
bancária é a opressão, o 
antidiálogo.
Educação Bancária
• Características que servem à opressão:
• Conquista: a necessidade de conquista se dá desde 
“as mais duras às mais sutis; das mais repressivas às 
mais adocicadas, como o paternalismo” (FREIRE, 
1982, p. 162).
• Divisão: “[à medida que] as minorias submetendo as 
maiorias a seu domínio, as oprimem, dividi‐las e 
mantê‐las divididas são condições indispensáveis à 
continuidade de seu poder” (FREIRE, 1982, p. 165).
Educação Bancária
• Manipulação: “por meio da manipulação, as elites
dominadoras vão tentando conformar as massas populares a
seus objetivos. E quanto mais imaturas politicamente estejam,
tanto mais facilmente se deixam manipular pelas elites
dominadoras que não podem querer que se esgote seu
poder” (FREIRE, 1982, p. 172).
• Invasão cultural: “a invasão cultural é a penetração que fazem
os invasores no contexto cultural dos invadidos, impondo a
estes sua visão de mundo, enquanto lhes freiam a
criatividade, ao inibirem sua expansão” (FREIRE, 1982, p. 178).
Educação Bancária
• Assim, o educando recebe passivamente a doação do saber
do educador, único sujeito do processo. Essa modalidade de
Educação pressupõe um mundo harmonioso, equilibrado;
conserva‐se então a ingenuidade do oprimido, que se
acostuma e se acomoda no mundo da opressão. Configura‐se
então a Educação exercida como uma prática da dominação,
“em que a única margem de ação que se oferece aos
educandos é a de receberem os depósitos, guardá‐los e
arquivá‐ los. Margem para serem colecionadores ou
fichadores das coisas que arquivam” (FREIRE, 1982, p. 66).
Características da concepção 
bancária de Educação
• A Educação Bancária caracteriza‐se pela prática 
domesticadora, na qual o saber do professor é 
depositado no aluno.
• A narração é a técnica usada pelo educador para 
depositar conteúdo nos educandos e conduzi‐los à 
memorização mecânica.
• Não há comunicação entre professor e aluno: o 
educador faz comunicados e depósitos, os quais são 
recebidos pacientemente pelos educandos, que 
passam a memorizá‐los e repeti‐los.
Características da concepção 
bancária de Educação
• Nessa distorção da visão de Educação não há
saber.
• Os conteúdos narrados são retalhos da
realidade, desconectados da totalidade em
que se formam, sendo petrificados e sem
significado. Tornam‐se pura verbosidade
alienada e alienante.
Educação Problematizadora
• Na Educação Problematizadora, o
conhecimento deve vir do contato do homem
em seu mundo, que é dinâmico, e não como
um ato de doação. Supera‐se, pois, a relação
vertical e se estabelece a relação dialógica,
que supõe uma troca de conhecimento.
• dialogicidade é a essência da Educação
Libertadora
Características são necessárias
• Colaboração: a ação dialógica só se dá
coletivamente, entre sujeitos, “ainda que tenham
níveis distintos de função, portanto de
responsabilidade, somente pode realizar‐se na
comunicação” (FREIRE, 1982, p. 197).
• União: a classe popular tem de estar unida e não
dividida, pois significa “a união solidária entre si,
implica essa união, indiscutivelmente, numa
consciência de classe” (FREIRE, 1982, p. 205).
Características são necessárias
• Organização: “[...] é o momento altamente pedagógico, em
que a liderança e o povo fazem juntos o aprendizado da
autoridade e da liberdade verdadeiras que ambos, como um
só corpo, buscam instaurar, com a transformação da realidade
que os mediatiza” (FREIRE, 1982, p. 211).
• Síntese cultural: consiste “na ação histórica, se apresenta
como instrumento de superação da própria cultura alienada e
alienante; [...] faz da realidade objeto de sua análise crítica”
(FREIRE 1982, p. 214‐215).
Características da concepção
problematizadora de Educação
• A Educação Problematizadora objetiva o
desenvolvimento da consciência crítica e a
liberdade como meios de superar a Educação
Bancária.
• Nessa concepção, a relação educador‐
educando é dialógica, pois ambos atuam
conjuntamente como sujeitos d processo de
ensino e aprendizagem.
Características da concepção
problematizadora de Educação
• Na prática problematizadora, os
educandos, por meio de diálogo e
reflexão, desenvolvem seu poder de
captação e de compreensão do mundo
que lhes aparece como uma realidade
em transformação.
Quadro síntese da concepção de Educação Bancária e Educação 
Problematizadora
de Paulo Freire (1982):
Educação Bancária Educação Problematizadora/
Libertadora

Ensino  O aluno é o banco em que o “Para o educador‐educando [...] o 


mestre deposita o seu saber  conteúdo
que programático da Educação não é uma
vai render largos juros, em  doação ou imposição, mas a revolução
favor organizada, sistematizada e acrescentada
da ordem social que o  ao povo daqueles elementos que este lhe
professor entregou de forma desestruturada”.
representa.
Método  A narração é a técnica usada Reforça a imprescindibilidade de
pelo educador para depositar uma Educação realmente dialógica,
conteúdo nos educandos e problematizadora e marcadamente
conduzi‐los à memorização reflexiva, combinações indispensáveis
mecânica. para o desvelamento da realidade e sua
apreensão consciente pelo educando.
Quadro síntese da concepção de Educação Bancária e Educação 
Problematizadora
de Paulo Freire (1982):
Educação Bancária Educação Problematizadora/
Libertadora

Professor/al Na visão bancária da Educação, A ação dialógica só se dá coletivamente,


uno  o saber é uma doação dos que entre sujeitos; “ainda que tenham
se julgam sábios aos que  níveis distintos de função, portanto de
julgam responsabilidade, somente pode realizar‐
nada saber. Doação que se se
funda numa das manifestações na comunicação”. Abomina, entre outras
instrumentais da ideologia da coisas, a dependência dominadora.
opressão – a absolutização da
ignorância.
Aprendizag O conhecimento é algo que, O comprometimento com a 
em por ser imposto, passa a ser transformação
absorvido passivamente. social é a premissa da Educação
Libertadora.

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