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O BÁSICO
São 200 páginas de pura informação de jogo, quase nada de regras. Quase
nada mesmo, se juntar tudo, não dá cinco páginas. Assim como os livros de clã
do Vampiro: O Réquiem, o livro é quase todo escrito pela perspectiva de
diferentes interlocutores. Logo, há muitos pontos de vista diferentes,
interpretações diferentes, o que já deixa claro de como a coisa é mutável ao
redor do mundo.
O livro é quase todo apresentado principalmente por – ninguém mais, ninguém
menos – que Victoria Ash! Sim, aquela bonitona da capa do Livro do Clã
Toreador. Quem conhece um pouco da sua história, sabe o quanto ela é
importante para a Camarilla moderna.
A leitura e fluída, letras finas, fundo branco, design clean, assim como o livro
básico do V5.
A VISÃO DE CIMA
O primeiro capítulo explica logo de cara como é a Camarilla, agora apelidada
de Torre de Marfim, ou apenas, A Torre. A estrutura ainda segue algo parecido:
no topo temos o Círculo Interno, com os vampiros velhos pra cacete, que dão
as direções da porra toda. Depois vêm os Justicares, agora com apenas cinco.
Afinal, Brujah e Gangrel não fazem mais parte da Camarilla. Os Justicares tem
o papel de fortalecer as tradições que fazem a ordem funcionar. Abaixo deles
vem os Arcontes, o executivo, e Príncipes, o administrativo.
De forma simples e direta, cada função e papel é explicada. Há o nome e
papéis dos Justicares atuais, além de muitos recortes, relatos de príncipes,
arcontes e de outros que estão pelo mundo. Assim você consegue ter uma
noção clara de como a coisa funciona. De uma vez por todas, fica claro que a
Camarilla em muito se assemelha com ordens secretas, com seus degraus,
manutenção de poder e privilégios.
NOSSA FÉ
Aqui vem a grande surpresa: A Camarilla agora é Nodista. Exatamente, uma
vez negou os Antediluvianos e negava devoção à Caim, um papel que o Sabá
abraçou com prazer. Resumindo, a Camarilla entende que sua seita é
intrinsecamente conectada aos mitos judaico-cristãos. Logo, há uma
necessidade de entender e aceitar ao fatos do cristianismo como verdades,
pois, sem eles, não há Caim. Mas o livro vai além, mostrando que sempre
houve conexão entre o vampirismo e a crença católica: o fascínio pela vida
após a morte, sangue, ressurreição, dentre outras coisas. Tudo isso compõem
a Heresia Cainita (sim, com letras maiúsculas).
Ao melhor estilo estudos de Analote e Beckett, ou mesmo ao
livro Mythologies do Vampiro: O Réquiem, encontramos no livro a descrição de
cultos, heresias e ordens que existem entre os vampiros. Essa é uma das
partes mais incríveis do livro, pois mostra como a Camarilla conduz o culto ao
ancestral máximo, Caim, aos antediluvianos e como tudo isso se conecta à
religião mortal ao longo do mundo.
Para concluir esse capítulo tesudo, temos um guia de cerimônia, acho que é
esse o nome. Onde um padre conduzirá uma missa de Veneração ao
Matusalém. É simplesmente incrível e assustador. Bem ao estilo das Missas do
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Sabá.

NOSSA MISSÃO, FIRMAMENTO


“Cain nos garante imortalidade
O Sangue nos garante poder
Os clãs nos garantem um papel
A Camarilla nos garante uma ordem
E a humanidade nos garante um propósito”.
Aqui entramos no modo como a Camarilla age, seu papel em liderar a
humanidade. Para a Camarilla, é seu papel tentar exercer controle sobre os
humanos de forma a favorecer a existência da raça cainita. Como o livro diz, A
Máscara não é sobre se esconder, mas sim sobre dançar. Principalmente
sobre a parte de conduzir o parceiro. Isso é controle. Isso é influência. Isso é
conduzir.
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Neste momento é explicado porque as tradições, todas elas, sem exceção


precisam ser respeitadas e como os antigos tentam passar ela à cada nova
geração.
Há uma atenção especial sobre a importância de se manter a humanidade, o
controle da besta, manter a palavra, as dívidas. Afinal, toda a Camarilla existe
como uma grande sociedade de favorecimento mútuo. Se não houver
confiança, tudo cairá.
Seguimos detalhando a importância de ter a polícia e mídia sobre o controle da
Torre. E além disso, de se manter conectado à cultura do mundo, à vida
noturna. Mostrando que a Máscara é mais que uma ferramenta de subterfúgio,
uma arma quando devidamente utilizada.
A GUERRA DA GEHENNA
Possivelmente o capítulo mais importante do livro, pois mostra como ficou o
mundo dos Cainitas após os eventos da Gehenna. Não entrarei em detalhes,
mas, em suma, a treta foi quase toda no Oriente Médio. Há sinais dos eventos
que envolveram os Assamitas e seus Matusaléns, assim como o que rolou com
os Ravnos e seu Antediluviano. Mas, por fim, a Guerra do Oriente Médio
ofusca/encobre os grandes eventos, e o que fica é a tensão, mistério no ar.
Ninguém nunca saberá o que ocorreu em detalhes. Mas, em resumo, os
vampiros se fuderam bonitinho e o Oriente Médio ganha uma nova perspectiva.
Tanto que ele não está sob influência da Camarilla, o que é ótimo em termos
de jogo, pois a Camarilla se baseia muito no modelo eurocêntrico, não só no
quesito religioso, mas também de estrutura. Logo, deixar o Oriente Médio de
fora ajuda muito a fortalecer a ideia de limite de poder e mistério. Uma nota
importante: a Gehenna foi alterada de 2004-2006 para dias mais atuais, de
2012 para cá.
Em resumo, a maioria dos vampiros velhos se fuderam e o tabuleiro ainda está
revirado, há uma briga por domínio onde Camarilla e Anarquistas lutam
ferozmente. O Sabá é meio que deixado de lado.
A parte final desse capítulo é um show à parte. A descrição de Abrek, o reino
absoluto dos vampiros na Chechênia. Aqui eles comandam de forma
incontestável, como o próprio livro diz: um lugar detestável para aqueles que
ainda respiram. Pelo que tudo indica, Abrek é o modelo que a Camarilla
adoraria adotar no mundo inteiro. A frase que define o lugar é incrível:
“ABREK É TUDO AQUILO QUE NÃO EXISTE FORA DE ABREK”.
O poder aqui é tão forte que há destacamentos militares reforçados por
dezenas de vampiros. É sensacional.
MAS, COMO NEM TUDO SÃO FLORES, esse capítulo possui um trecho que
ficou horrível, mal escrito, ofensivo, desnecessário. Aqui vai uma longa
discussão sobre o assunto, onde até o próprio Mark Rein-Hagen deu suas
considerações. A própria White Wolf (*N.E.) fez um pedidos de desculpa e
disse que verá como será feito para reparar essa ação, que segundo ela,
passou despercebida.
(*N.E.: Enquanto estávamos revisando esta resenha para publicá-la, a Paradox
Interactive, dona do White Wolf, soltou uma nota oficial sobre a questão, onde
anunciou a remoção do trecho do livro e mudanças profundas na White Wolf.
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Vocês podem conferir uma tradução da nota feita pela Alessa Malkavian, na
postagem dela no grupo V5 do Facebook.)
A SEGUNDA INQUISIÇÃO
A Gehenna ocorreu em 2012-2016 e junto com esse evento místico, ocorreu a
Segunda Inquisição. O livro básico do V5 explica rapidamente como tudo
ocorreu para queda da Camarilla e o golpe da Segunda Inquisição (SI), mas
aqui entramos tudo bem detalhado.
De forma bem resumida, a Camarilla tem ciência que sem a Máscara, sem usar
o que sabem fazer de melhor, eles teriam sido exterminados. A Segunda
Inquisição é uma força especial do Vaticano, mas não é apenas isso. Pois seria
muito bobo, esse é só o núcleo da parada.
A SI responde pela sigla intergovernamental (quando há a união de dois ou
mais governos) de Intergovernmental Task Force on Extraordinary Counter-
Terrorist Response (ITFECTR), porém o nome pode mudar. Mas, em suma, o
SI é resultado do trabalho anti-terrorista dos EUA contra a AL Qaeda em 2007,
durante o processo esbarraram em coisas que não deviam. Por fim, nasce um
grupo conjunto, um conglomerado de forças e agentes da NSA, CIA e FBI.
Com o tempo ganham força da MI6 e KGB. Assim a SI se torna global. Depois
desses locais, ganha força também no Brasil e se junta ao Batalhão de
Operações Especiais Secretas (BOES), além de contar com apoio da ROTA,
BOPE e BME. Do Brasil sai a influência da SI na América Latina. No miolo do
miolo está a Sociedade Leopoldo, os fanáticos religiosos que travam uma
guerra contra os cainitas há séculos.
Ou seja, a SI tem seus braços principais nos Estados Unidos, Brasil, Inglaterra
e Rússia. Cuidando também dos países vizinhos. A França, Israel e Japão
estão adentrando agora. Alemanha, Coreia do Sul e República Tcheca estão
sendo flertados. Países sem força nacional receberam atenção e muitos dos
seus policiais especiais e agentes são contatos da SI, como por exemplo
Turquia, Tailândia, Índia, Nigéria e México. Mas é legal como o livro faz essa
união soar verossímil, com cada grupo se unindo aos poucos, formando uma
força tarefa que atua na zona cinza da legalidade.
Mas é importante lembrar: não há anúncio de uma GUERRA CONTRA
VAMPIROS. Tudo ocorre meio que por baixo dos panos, por vários motivos:
medo, poder da Camarilla, mas algo que TRUE BLOOD (seriado) alertou –
medo de ter problemas com direitos humanos, regras de nações e tudo mais.
Um vacilo e pode ocorrer acidentes diplomáticos, com vampiros sendo tratados
como cidadãos e aí tudo será mais difícil.
Outra nota importante: o grande trunfo da SI é seu completo e total controle da
rede de computadores mundial. Quando a SchreckNet caiu, a NSA resgatou
parte dos dados e o livro deixa claro que qualquer atividade da Camarilla entre
1990 e 2000 pode estar nas mãos da SI. Por fim, a SI criou o Xscope e o
colocou nos aeroportos principais. Uma espécie de scanner corporal que
identificava vampiros desavisados.
Então, a Camarilla fez o que sabe fazer de melhor: se esconder e voltar aos
antigos métodos de caça, sem deixar rastros ou sinais de sua existência.
Houve uma verdadeira queima de arquivo. Sai a internet e mundo virtual,
voltam-se os mensageiros e modelos arcaicos de comunicação. Com isso, a
Camarilla conseguiu jogar a SI contra Anarquistas e Sabá. Com isso a SI deu
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uma trégua e talvez até acredite que o inimigo foi extinto. Mas não se engane:
membros da SI foram pegos em esquemas de lavagem de dinheiro e
apropriação de bens indevidos.

LEALDADE E ORDEM
Do modelo feudal, ao cartéis de crime, a Camarilla domina todos esses modos
de manipulação e controle. Após existir por meio milênio, a Torre de Marfim
permanece em pé, mesmo com danos em sua fundação, ela segue em pé.
Acredita-se que sua existência deve-se a duas fundações antiguíssimas:
Ordem et Fides, Lealdade e Ordem.
O genitor cuida do seu infante, por sua vez o infante tem bajulação e proteção
pelo seu genitor. A Síndrome de Estocolmo é a melhor explicação para essa
relação. Nesta parte vemos como a Camarilla exerce o seu poder: há trechos e
recortes importante mostrando os pontos de vistas, históricos e modernos,
sobre a manutenção da ordem.
Logo em seguida, temos uma parte incrível, onde ele fala sobre as
Coteries… “Se você vive como um lobo solitário, será abatido como um lobo
solitário”. Algo que sempre foi deixado de lado nos jogos de V:aM eram as
coteries, mas elas vêm com tudo no V5, com uma justificativa plausível: com a
perda de poder, a Camarilla passou a incentivar a união nos novos para que
eles sejam mais fortes, e haja maior controle dos mais velhos. Algo aprendido
com os Anarquistas, apenas apurado para melhorar a manipulação.
Os anciões tentam reunir coteries aos seus desejos, evitando hegemonia de
um único clã ou outros fatores necessários. Alguns Príncipes tratam coteries
como gangues, outros como executores, dependendo da sua forma de
domínio.
“O Sangue te faz um clã. A Lealdade te faz uma coterie”.
Algumas coteries são bem antigas, agindo como uma fraternidade acadêmica,
por exemplo. Algo importado diretamente dos Invictus foram os Juramentos.
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Algo muito comum entre Príncipe e Coteries. O livro apresenta os cinco mais
famosos.
Vamos falar um pouco sobre Geração? É legal que Camarilla sempre negou os
antediluvianos, diziam que era histórias, mitos, e agora usam as mesmas
histórias para fortalecer as tradições. Mas o que ficou mais legal é a quebra de
paradigma onde geração mais baixa = mais poder.
Há benefícios em estar mais perto de Caim na árvore genealógica, mas nada
supera experiência, capacidade ou influência. Tradição sem experiência faz um
sétima geração ser facilmente derrotado quanto um décima segunda geração
com séculos de treinamento. Enfim, é preciso saber suas vantagens, idade ou
potencial, e usar a seu favor. Como o livro diz, “dê tempo ao sangue”.
Aos novos é aconselhado que saibam o que virá. Com o tempo, o poder
aumenta e junto com eles as provações. Al Capone deixa uma frase ao melhor
estilo Musashi: “Idade vence geração. Sagacidade vence idade. Respeito
vence os dois”.
Neste trecho tem uma carta de um vampiro fodão de Tóquio, ele é um 12º
Geração, mas diz que não se enganem por isso, sua linhagem é tradicional.
Mas isso pouco importa, a não ser que esteja falando com um Nodista. Fora
isso, mostre respeito e postura.
Aqui seguimos falando sobre os Conclaves, as grandes reuniões de vampiros.
Sobre suas dificuldades e como isso quase nunca ocorre.
Em seguida, temos o retorno de uma antiga tradição: os Casamentos de
Sangue. Vampiros que se casam trocam sangue na presença do Príncipe. Mas
a maioria não é por amor, são como casamentos medievais. Selando pactos e
trocando poder. O mais famoso é o Casamento Vermelho, onde Victoria Ash se
casa com Tegyrius. Assim firmaram aliança entre Camarilla e Ashirra (a grande
seita de vampiros do Oriente Médio).
“A sagrada união abençoada por Haqim e Arikel, Irad, Enoch, Zillah e o
Primeiro”.
Mas isso vai além: assamitas também se casam para fortalecer aliança militar.
Ao melhor estilo espartano.
A CORTE
Por fim, chegamos à parte de como a Camarilla se organiza. Fica claro que,
para a Torre, o poder vem de ostentar poder. A Camarilla existe graças à
séculos e séculos de manutenção de poder, acordos e juramentos. Então o
livro apresenta os principais cargos, seus deveres e exemplos de vampiros
daquele cargo ao redor do mundo. Isso serve para termos uma perspectiva
totalmente diferente ao mudar de domínio. Os cargos são:
• Príncipe: Deve fortalecer as tradições, julgar, dividir domínios e manter a corte
unida.
• Senescal: É um braço direito do Príncipe
• Primogenitura: Pode ser um tribunal, um círculo, diretoria, patrícios, União ou
Comitê, modelos diferentes de administração.
• Chicote do Clã: Serve como um segundo em comando para o Primogênito.
Seu papel é confuso, mas serve para aumentar o poder do Primogênito.
• Xerife: Em uma cidade grande, junto com o Senescal, pode precisar de um
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Chefe de Inteligência, para manter tudo sob controle.


• Arauto: A pessoas responsável por levar a palavra do Príncipe. Esses são os
mais tradicionais, mas há outros.
• Principal da Fé: É uma espécie de guia de fé em momentos conflituosos.
• Sombra: É como um educador e observador de Coteries.
• Zelador do Elísio: É responsável de manter todos em segurança e
providenciar os encontros
Para fechar o capítulo, há uma bela descrição do papel e função do Elísio
(local) e Elísia (reunião). Ainda apresenta alguns Elísios diferentes pelo mundo.
Nota especial que Anarquistas não são bem-vindos, Zeladores serão sempre
bem aceitos em qualquer Elísio da Camarilla e Sangue Fraco serão sempre
tratados como gado, logo, por sua conta e risco. E que o Congresso Nacional
Brasileiro é um Elísio.
Encerrando o capítulo, temos sobre como são as cidades da Camarilla. Fica
claro que a Torre tem uma fachada de tolerância zero aos Anarquistas, mas
não é verdade. Nos arrabaldes sempre há zonas sem controle da Camarilla.
Um costume antigo e mantido é que a Camarilla tenha uma sede central na
cidade de seu domínio, o lugar mais ostensivo e pomposo possível. Ainda
temos um pouquinho sobre as zonas selvagens, terra de ninguém onde você
pode se fuder de graça. O ainda capitulo vem com uma série de domínios ao
redor do mundo:
Aleppo, Berlim, Bruxelas, Chicago, Constantinopla, Dubai, Londres, Paris,
Praga, Rio de Janeiro, Stockholm, Tóquio, Veneza e Viena.
“Se você quer se divertir, venha para o Rio. Se você quer uma refeição fácil,
venha para o Rio. Se você quer viver a vida como se fosse a última noite,
venha para a porra do Rio! Venha ao Rio para uma experiência completamente
nova, meu amigo. Você não acredita em mim? Apenas observe como a cidade
funciona. Os Lasombra controlam os clubes, a vida da elite, as áreas turísticas,
as praias. Os Toreador estão nas favelas, nos barracos, rondando em torno
dos marginalizados nas ruas. Isso parece loucura pra você? Bem, você não viu
nada. A cidade é livre, mas acredite, nós temos regras. Só não são as regras
da Camarilla de sua Paris ou Chicago. Imagine que a Camarilla fodeu o Sabá,
ou melhor, que o Sabá fodeu a Camarilla. Bem, o Rio é o bebê das duas seitas.
Compartilhamos o sangue, nos divertimos, não damos a mínima para o que
acontece fora da cidade. A festa nunca acaba!
E outra coisa. Não ultrapasse os limites da cidade. Eu sei o que digo. Se
esbalde na Praia de Copacabana, abra a garganta de um turista, dance em
sangue – o que for. Mas não perca de vista as luzes da cidade. Há algo fodido
lá fora. Não é o Sabá ou a Inquisição. Eles podem ser Membros, mas não
tenho certeza. Eles pegam qualquer um que saia da linha, meu amigo. Eles se
escondem nas árvores e permanecem como cadáveres, esperando por alguém
como você passar. Então se divirta no Rio, é o que lhe digo!”
– “Dizzy” Barretti, um Malkaviano qualquer. (V5: The Camarilla, pág. 120).
Traduzido pela galera do Brasil in Darkness.
OS CLÃS
Apenas cinco clãs originais compõem a Camarilla: Ventrue, Toreador, Tremere,
Nosferatu e Malkav. A Camarilla abraçou os Assamitas e agora eles fazem
parte da seita.
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“Orgulhe-se do seu sangue. Respeite seus anciões. Abrace o ideal do seu clã e
saiba seu lugar na hierarquia da noite. Pela Torre e pela união dos clãs”.
Cada um desses seis clãs são bem explicados, seu papel na sociedade dos
cainitas, na sociedade mortal, sobre suas fraquezas e peculiaridades. É
realmente muito bom. Nota especial para os Assamitas que agora usam o
nome arcaico, Bahu Haquin. Afinal não são mais algo de perjúrio e suspeita.
Sai o defeito do sangue ácido entra a fraqueza pelo Julgamento. Bahu Haquin
são fascinados por levar justiça e julgamentos àqueles precisam ser vingados.
Não há mais Quietus, agora tudo ficou a cargo de Rapidez, Ofuscação e
Feitiçaria do Sangue. O livro traz dois rituais, um para entorpecer alvos e outro
que cria uma comunhão do vampiro com uma arma branca.
Após apresentar os cinco clãs, eles apresentam os clãs anarquistas e explicam
pouco sobre a primeira rebelião anarquista e a moderna. Aqui é levemente
detalhado porque os Gangrel (a treta dos romances envolvendo Xaviar) e os
Brujah (treta do Theo Bell e Hardestadt no Conclave de Praga) saíram da
Camarilla. Depois vem um pouco sobre Caitiff e Sangue Fracos, uma vergonha
para a Camarilla. Por fim, temos um pouco sobre o Sabá e a rivalidade e
motivos que se perderam na história, mas deixa claro que o Sabá abandonou
suas atividades e seguiu para onde o conflito e sangue é farto: Oriente Médio.
Para a Camarilla o Sabá falhou, ou mudou seus alvos e objetivos.
“Deixem o Sabá se consumir numa orgia de sangue. Nós pagamos por bons
lugares (para assistir isso)”.
O capítulo “Guia sobre anarquistas segundo a Camarilla” é incrível. Eles pintam
um espantalho caricato do Anarquismo, dizem que são burros, desmerecem,
falam que não sabem.
Por fim, o livro termina com vários LORE SHEETS maravilhosos. Vários dos
nomes citados no livro estão presentes aqui. Junto com as Loresheets do livro
básico, você tem muito das histórias antigas de volta. Nelas temos o retorno de
Fatima Al-Faqadi e Victoria Ash, além da possibilidade de ser um Ventrue
conectado à mais elitista parte da linhagem ou mesmo ser um Tremere super
importante na reconstrução do clã.
CONFLITO INSTITUCIONAL
Para terminar com chave de ouro, o livro apresenta regras para combate entre
instituições. É algo bem simples onde o Narrador deve usar as regras de
rolagem simples ou melhor de três, tudo para agilizar. Os conflitos averíguam a
escala da instituição: local, nacional e global. Cada instituição têm três
atributos: Força, o simples poder da instituição. Prestígio, é seu nível de
influência, representa a destreza. Estrutura, suas bases, representa o Vigor.
Em resumo, o vampiro que está usando o poder da Instituição usará o atributo
dela somado à sua Habilidade. Por exemplo, Prestígio + Política. Cada
instituição tem níveis de vitalidade igual a Estrutura +3. A ideia é ser simples e
narrativo e não uma sequência chata e sem emoção.
Por fim, um bilhete de despedida da Victoria Ash, como se ela tivesse
compilado todo o livro para apresentar para uma de suas crias a estrutura da
Camarilla.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Acho que ficou claro o quanto gostei desse livro. Simplesmente, ele conseguiu
acender uma chama que estava apagada por anos, muitos anos. Gostei de
tudo li, muito mesmo, agora é pura ansiedade pelo livro do Sabá.

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