Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
O juiz que destitui o poder da família deve ser muito criterioso, por ser uma sanção
grave, que além de punir os pais, também pode causar traumas à criança. De acordo com o art.
163 do ECA, parágrafo único “A sentença que decretar a perda ou a suspensão do Poder
Familiar será averbada à margem do registro de nascimento da criança ou do adolescente”.
Entretanto deve-se lembrar de que mesmo o juiz decretando a destituição do Poder
Familiar não exonera o genitor de suas obrigações de prestar alimentos.
A destituição pode ser total ou parcial, daí se define se a destituição pode abranger
apenas determinados filhos ou devem ser impostos a todos, vários autores defendem a última
solução. A destituição é total quando abrange não só todos os direitos que compõem o Pátrio
Poder, mas também quando atinge toda a prole.
Impõe-se a destituição a todos os filhos, independentes de estarem ou não envolvidos
na hipótese legal, já na parcial, a perda dá-se relativamente a alguns direitos, porque o pai ou a
mãe pode conservar o direito de administração dos bens do filho, sendo que, na parcial, a
destituição também pode dizer respeito apenas a determinado filho.
A Destituição do Poder Familiar, portanto, é considerada, também, como medida
definitiva, pois determina qual será a mudança no status quo da criança, porque está regrada
estritamente na lei e é matéria de ordem pública.
A perda do poder familiar para alguns autores, não é vista como uma sanção para os
pais, mas sim como uma forma de proteger o melhor interesse da criança. Corroborando com
esse pensamento Rodrigues afirma que:
A suspensão ou destituição do poder familiar constituem, assim, sanções aplicadas aos
pais pela infração ao dever genérico de exercerem o poder parental de acordo com regras
estabelecidas pelo legislador, e visam atender ao maior interesse do menor. A nosso ver, tais
sanções têm menos um intuito punitivo aos pais do que o de preservar o interesse dos filhos,
afastando-os da nociva influência daqueles.
Com isso podemos ver que a destituição do poder familiar é imposta sempre no
interesse do filho. A nossa legislação procura resguardar os direitos dos adolescentes lhes
assegurando o respeito à sua integridade física, e lhe resguardando o direito de ser mantido
por um dos seus genitores, pois apesar de ser destituído do seu poder familiar, o pai ou a mãe
tem o dever de prover alimentos a seu filho.
O ECA assegura ainda, que esse adolescente seja criado por pessoas que possam lhe
dar carinho, normalmente algum parente próximo, a avó ou um tio, por exemplo, pessoas que
possam ajudá-lo a ter uma vida mais tranquila e sem traumas.
Para que compreendamos o trabalho do assistente social no espaço sócio jurídico faz-
se necessário situá-lo na esfera histórica das relações sociais que contribuíram na construção
da sua trajetória, cuja gerência e função sociais dos serviços prestados estão determinadas
pela divisão social e técnica do trabalho judicial.
Conforme Iamamoto (2004), apesar do trabalho do assistente social na esfera sócio
jurídica ter adquirido pouca visibilidade na literatura especializada e no debate profissional das
últimas décadas, a atuação nessa área dispõe de larga tradição e representatividade no
universo profissional, acompanhando o processo de institucionalização da profissão no Brasil.
Cabe salientar que a crescente necessidade da atuação do assistente social no campo
jurídico dá-se sob suas aquisições profissionais, na medida em que seu desempenho torna-se
imprescindível para o desvelamento de diversas inquietações sociais que transitam no cenário
atual.
As bases de pensamento dialético e crítico no seio da profissão permite compreender
que os profissionais operam condicionados pelas relações das classes do sistema capitalista e
que a mesma é responsável pela interferência da produção e reprodução da forma material e
social das classes e que esse fator acaba por interferir no comportamento dos indivíduos
sociais. Nesse sentido Iamamoto (2004, p. 142) afirma que os assistentes sociais:
Em caso, onde os vínculos já foram rompidos, o profissional de serviço social vai voltar
sua atenção aos direitos da criança e do adolescente, com vista nas possibilidades predispostas
pela realidade que os envolve. O assistente social atua de orientações e acompanhamentos
sistematizados quando solicitados pelo órgão competente.
Conclusão