Você está na página 1de 1

REUNIÃO DO GRUPO PEDAGOGIA HUMANISTA

DATA: 12/12/2019

[...] a vida de cada um de nós é como o texto de um livro, que leva nosso nome e do qual devemos ser seu principal
protagonista, sua figura proeminente, se não queremos nos ver deslocados para segundo plano e, pior ainda, por haver
desempenhado nele um papel de pouca significação. Para conseguir isso, não deveremos deixar que nossa vida corra
ao acaso pelos escorregadios caminhos da inconsciência.

Ao contrário, temos de vivê-Ia guiados sempre por nossa inteligência em lúcidos estados de consciência, para que não
nos passe em branco um só dia. Deste modo a vida se enriquece, porque nos incita a superar nossa concepção sobre a
mesma. O segredo consiste em preparar com antecipação os dias futuros, semeando hoje o que anelamos colher
amanhã. Desse modo desfrutamos já adiantadamente, do prazer que nos proporciona a gestação consciente do nosso
futuro. Se conseguirmos fazer disto o objetivo principal e permanente de nossa vida, nos haveremos convertido em
artífices de nossa própria felicidade, o que é muito diferente como vocês veem, da vida "carpe diem" programada por
Horácio naquela famosa ode que aprendemos nas aulas de latim quando jovens; vida que transcorre na ignorância do
que nos depara o porvir..

(DO LIVRO O SENHOR DE SÁNDARA/ DA PEDAGOGIA LOGOSÓFICA)

Agora lhe falarei sobre a felicidade, sempre tão buscada pelo homem. ..

A felicidade é algo que a vida nos outorga através de pequenas porções de bem. Comumente é buscada com os olhos
postos em um só ponto; se esse ponto fracassa, se esse objetivo desaparece, a vida decai, sobrevindo a dor, o ceticismo,
a decepção.

Ao focalizar o olhar ativamente sobre muitos pontos, procurando ao mesmo tempo aproximar-se, por esse meio, da
felicidade, chegará a imunizar-se contra esses efeitos depressivos, dissipando os transes amargos ou fazendo-os
suportáveis, visto que atuarão em seu favor as defesas criadas por todas as pequenas porções de felicidade que tenha
conseguido reunir. Por outro lado, pense que, se em alguns lhe surpreende o fracasso em outros o êxito pode estar à
sua espera.

Pois bem; a felicidade suaviza a vida, enchendo de esperança e graça, mas, se a consciência permanece estranha a
ela, sua presença no sentir será fugaz e a recordação do bem que nos proporcionou se esfuma rapidamente.

A felicidade murcha como as flores, porém, assim como o bom jardineiro tem sempre a seu alcance outras para
substituí-las, quem possui conhecimentos pode também substituir constantemente os motivos que dão permanência à
felicidade na vida. O conhecimento fixa-a, torna-a estável; permite sentir seu palpitar de eternidade.

Você compreenderá então que a felicidade não é o que se desfruta em um, em dois, nem em três momentos, enquanto
se sente esse algo que atrai e nos faz ditosos. Ela deve interpenetrar todo o nosso ser. Deve-se senti-la como a própria
vida. Unicamente, então, poderá o homem dizer que a conhece; e isso acontece quando, frente a esse imenso horizonte
de possibilidades que o conhecimento abre à sua vista, ele descobre dentro de si uma capacidade maior para realizar
seus anelos de bem.

Só o conhecimento superior pode pôr o homem em contato com essas pequenas porções de felicidade que a vida lhe
oferece; e uma vez conseguidas, já não as poderá perder, pois estarão integradas à sua vida.

(DO LIVRO BASES PARA TUA CONDUTA/DA PEDAGOGIA LOGOSÓFICA)

Questões para o intercâmbio:

- O que é essa tal felicidade? Onde encontrá-la?

- Este é um tema relevante para se trabalhar na escola?

- Quais conhecimentos superiores seriam esses?

- É possível estar feliz o tempo todo?

- Qual a relação entre a felicidade e a consciência/inconsciência?

Você também pode gostar