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Equipe Técnica: Jefferson Ney Amaral – Autoria

Jefferson Ney Amaral é graduado em Ciências Econômicas, em Administração de


Empresas e em Ciências Contábeis, pós-graduado em Gestão Estratégica do Varejo,
Gestão Empresarial, Gestão de Projetos e Mestre em Administração de Empresas.
Durante 12 anos, realizou trabalhos de análise da viabilidade técnica, econômico-
financeira para implantação e expansão de empresas. Possui experiência como
dirigente de empresas no ramo varejista e industrial. Atuou em perícia judicial (área
econômico-financeira) e consultorias empresariais. Foi professor das disciplinas de
Plano de Negócios e de Consultoria em Empresas e das disciplinas Capital de Giro,
Captação de Recursos e Análise de Investimentos na Fatec/CDL e na
UNIPAC/Conselheiro Lafaiete. É Professor-tutor da FGV Online das disciplinas:
Gestão Estratégica, Gestão do Capital de Giro, Gestão Estratégica de Custos,
Planejamento Tributário, Administração Financeira: Decisões de Investimento e
Financiamento. Na FUMEC, é professor da disciplina Administração do Capital de
Giro. Atualmente, presta serviços de consultoria na área de finanças e imposto de
renda pessoa física. No Sebrae Minas, foi gerente da Unidade de Políticas Públicas e
da Unidade de Acesso a Serviços Financeiros.

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..................................................................................................... 3

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....................................... 46

................................................................... 63

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............................................................. 92

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Uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela
Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostrou que cerca de 60
milhões de brasileiros encerraram o primeiro semestre de 2018 com dívidas. Isso pode
estar relacionado à forma com que as pessoas gerenciam suas finanças pessoais.

Parece que, na maior parte das vezes, não existe uma gestão, havendo apenas as
etapas de receber os recursos e pagar as contas. Este tem sido o nosso cotidiano.
Você faz parte deste grupo de pessoas?

Os estudos demográficos estão mostrando que estamos vivendo mais. A


consequência disso é que precisamos de mais dinheiro para a aposentadoria do que
as gerações de nossos avós e de nossos pais. Soma-se a isto o fato de que a
Previdência Social pode não dar conta de suprir as nossas necessidades futuras de
recursos financeiros.

Precisamos entender que, para termos uma qualidade de vida no futuro, necessitamos
tomar algumas providências agora, no presente. Achar que o futuro está distante é
uma grande ilusão. Você se lembra da sua professora da 4ª série do grupo escolar ou
do fundamental? Pois é, já se passaram muitos anos e parece que foi ontem. Então,
passar mais 20 anos será também muito rápido.

Uma das coisas mais certas em nossa vida é que iremos ficar cada vez mais velhos
a cada dia. O envelhecimento é algo que não temos como mudar, por isso precisamos
pensar em maneiras de termos condições financeiras razoáveis, quando lá
chegarmos. Mas, não é somente o envelhecimento. Temos muitos sonhos que
deverão ser realizados até lá. Tudo isso chamamos de metas. Ter condições
financeiras de alcançar nossas metas requer uma boa gestão das nossas finanças
pessoais a partir de hoje.

Resumindo, se você tem uma meta (planejamento financeiro) e para alcançá-la


precisa de dinheiro, é necessário agir com cautela e inteligência para evitar dívidas.
Para isto, é preciso ter uma sobra de dinheiro e investir. O tempo necessário para
esse investimento dependerá de como você organiza os ganhos e os gastos (gestão
financeira).
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Temos que ter em mente que precisamos cultivar alguns hábitos, por exemplo: cuidar
da nossa educação, da nossa saúde, da nossa família, da nossa velhice etc. Para isto
necessitamos de recursos financeiros disponíveis em diversas fases de nossa vida. É

nesse contexto que entra o planejamento de suas finanças pessoais, mas não é
somente planejar. É preciso também fazer a gestão dos recursos.

Fomos educados para a convivência com outras pessoas em sociedade, no lar ou no


ambiente de trabalho. Recebemos, em alguma medida, a educação formal da escola,
que muito nos ajuda a compreender o mundo de hoje. Dessa forma, possuímos uma
formação cultural e profissional, mas, ao analisarmos o que aprendemos, fica claro,
muitas vezes, que faltou a educação financeira. Até sabemos sobre a importância do
dinheiro, mas ainda temos dificuldade para fazer sua administração e isso é
fundamental para que possamos melhor planejar nossas vidas.

O tema finanças pessoais é recente, carregando significados diferenciados e, por falta


de conhecimento e/ou entendimento, muitas pessoas acreditam que é somente para
especialistas em finanças.

Na figura abaixo mostramos como tudo isto se encaixa.


Planejamento Financeiro
Educação

Gestão
Financeira

O presente material pretende mostrar que você pode ser um conhecedor em finanças.
Não importa se será um aprendiz, um júnior ou sênior. O importante é começar.
Lembre-se, porém, de que o sucesso para alcançar suas metas dependerá muito de
você. É importante ficar claro e explícito que este material tem por finalidade oferecer
um conjunto de instruções orientativas a serem adequadas à realidade e,
principalmente, às escolhas de cada leitor, já que a tomada de decisão é individual,
pessoal e sujeita às suas consequências.

4
As finanças pessoais são parte de
uma área de conhecimento que
estuda os conceitos financeiros e
empresariais, buscando aplicá-los na
vida de uma pessoa ou de uma
família. Essa temática é
relativamente nova no Brasil, mas a
boa notícia é que ela está ficando cada vez mais popular. O número de autores,
aplicativos e softwares que ajudam as pessoas a entenderem e colocarem em prática
está cada vez maior.

O estudo das finanças pessoais é dividido em dois ramos:

 finanças comportamentais: leva em conta os efeitos psicológicos ou emocionais


do ser humano nas suas decisões financeiras;
 finanças técnicas: estuda as dívidas, financiamentos, investimentos etc.

Repare que as finanças comportamentais estão ligadas ao comportamento, hábitos e


costumes e as finanças técnicas lidam diretamente com números, cálculos e
matemática. Ambas são importantes em nossas vidas, quando o assunto é dinheiro.

Dessa forma, juntos, esses dois ramos vão acolher diversos métodos e práticas que
ajudam as pessoas a pensarem suas finanças de forma diferenciada e a adotarem
ações positivas em relação aos seus hábitos de consumo e poupança.

Finanças pessoais são, portanto, as relações que se tem com os recursos financeiros,
ou seja, com o dinheiro, bem como o uso que se faz dele. É importante lembrar que o
uso dos recursos financeiros tem como objetivo criar, acumular, investir e proteger a
vida do ser humano.

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Lidar com números e finanças pode
parecer um desafio para muitas
pessoas, mas vamos por etapas.
Para tudo em nossa vida, é preciso
ter alguma forma de planejamento.
Quando acordamos pensamos em
como será o nosso dia, o que temos
que fazer, como vamos ao trabalho,
a que hora iremos almoçar, que contas temos que saldar naquele dia. Se temos filhos,
precisamos pensar na sua rotina de alimentação, troca de roupa, buscar e levar à
escola etc. Se vamos a uma festa, o nosso pensamento foca em que roupa será
usada, o horário que sairemos de casa, quem encontraremos lá.

Tudo isso que mencionamos acima é um planejamento que habitualmente fazemos,


muitas vezes de forma inconsciente ou mecanicamente. Assim, podemos concluir que
estamos sempre planejando etapas em nossas vidas, mas quando se trata de
dinheiro, parece que temos um bloqueio e sempre pensamos que é uma coisa chata
e difícil de fazer.
Para mudar essa forma de pensar e agir, precisamos dar uma “driblada” em nosso
pensamento. Para isso, vamos utilizar algo que é da natureza humana – sonhar.
Sonhar é sempre o primeiro passo para se chegar em algum lugar e é dos sonhos que
emanam os objetivos e a necessidade de criar as condições para alcançá-los.

Alguns exemplos de sonhos/objetivos nos ajudarão a perceber a importância de


termos recursos financeiros para concretizá-los. Precisamos adquirir uma moradia,
pagar uma faculdade, fazer uma viagem dos sonhos, viver com alguém, ter filhos e
educá-los. Para tudo isso, precisaremos ter recursos financeiros e uma liberdade para
utilizá-los, sem comprometer o nosso dia-a-dia.

6
Assim, entender a importância e o funcionamento do planejamento financeiro pode
nos ajudar a alcançar aquilo que sonhamos. Retomando os exemplos mencionados
anteriormente (comprar uma moradia, ter filhos etc.), fica claro que precisamos ter em
mente a importância de um planejamento para chegarmos lá.
Um alerta importante é que o planejamento financeiro não deve ser baseado em
contas rápidas ou feitas de cabeça. Isto pode conduzir a equívocos, uma vez que a
maioria das pessoas se esquece de considerar os descontos nos salários, juros,
compras parceladas e aquelas dívidas de início do ano (IPTU, IPVA, CREA, OAB,
CORECON, CRA etc.).

Podemos definir planejamento financeiro como um conjunto de práticas e ações


adotadas, visando utilizar o dinheiro da forma mais racional possível, buscando
maximizar seus benefícios.
Para começar um planejamento financeiro pessoal você precisará:

 Definir metas;
 Definir objetivos de curto, médio ou longo prazo;
 Definir em quanto tempo deverão ser alcançados;
 Fazer uma reserva para emergências;
 Organizar-se e começar.

Vamos a alguns exemplos práticos para ficar mais fácil o entendimento.

Definir metas

Se você tem por objetivo adquirir uma moradia, você precisará saber quanto isso
custa, quais as modalidades para realizar essa aquisição. Tenho todos recursos? Vou
precisar de algum financiamento? Quanto posso disponibilizar do meu orçamento
mensal para pagar o financiamento? Soma-se a tudo isto todas as informações
burocráticas como: quem financiará, quanto custará, cadastro atualizado, entre outras.
O mesmo vale para quando pensar em comprar um carro.

Definir objetivos de curto, médio ou longo prazo


Como objetivo de curto prazo, podemos pensar em uma viagem de férias, fazer um
curso de especialização ou aprender um novo idioma.
Já objetivos de médio prazo poderiam ser um casamento, a compra de um carro,
aquisição de uma moradia.
Para longo prazo, precisamos pensar em nossa aposentadoria. Como manteremos
nosso padrão de vida em nossa velhice?

7
Definir em quanto tempo deverão ser alcançados

Para o exemplo de uma viagem de férias, dependendo do porte da viagem (nacional


com tempo de estadia mais curto, internacional com vários dias), o prazo pode variar
de um a três anos.
Quando falamos em aposentadoria, o prazo é mais longo. É preciso levar em
consideração que este evento deverá ocorrer quando nossa idade estiver em torno de
60 anos.

Fazer uma reserva para emergências


Existem alguns gastos/despesas que fogem da previsão. Como exemplo, nós temos
algum acidente, compra de algum medicamento de uso não contínuo, uma taxa extra
de condomínio, ou seja, tudo aquilo para o qual não houve uma previsão. Este dinheiro
emergencial deve estar disponível para ser utilizado quando necessário. Um valor
confortável seria de 50% do seu salário bruto mensal.

Organizar-se e começar
Esta organização se inicia com o levantamento de todos os gastos e despesas que
você tem. É preciso lembrar dos parcelamentos existentes: cartão de crédito, carnês
etc. Também é preciso registrar o que você possui de patrimônio: saldos bancários,
imóveis, aplicações, veículos, consórcios, dinheiro em casa etc. Não podemos nos
esquecer de nossas fontes de renda: salário líquido, aluguéis, “bicos”, em resumo,
todo valor que representa uma entrada de recurso.
Mais adiante, quando formos falar de gestão financeira, apresentaremos uma planilha
que ajudará a você listar esses valores (entrada ou saída).
Quando conseguir ter essas informações, você poderá estabelecer metas mais claras
e montar uma estratégia para alcançar seus sonhos. É preciso que encare tudo isso
como um compromisso com seu futuro, o que acontecerá quando você passar a
realizar uma gestão financeira pessoal séria e comprometida.

8
Você gerencia o que acontece em sua
casa? Se paga suas contas, se compra os
alimentos e os outros artigos necessários,
se mantém organizadas as tarefas
relacionadas aos filhos, se investe algum
recurso que “sobra” etc., você já prática
alguns princípios de gestão.
O que pretendemos agora é apresentar
algumas maneiras para que você possa aprimorar essa gestão, organizando,
controlando e oferecendo um “sentido” para aquilo que você faz. É importante
esclarecer que trataremos somente da parte econômica e financeira da gestão.
Para facilitar o entendimento, vamos discutir a gestão financeira pessoal, abordando
os seguintes aspectos:

 Levantamento das despesas/gastos/investimentos;


 Levantamento das receitas/entradas;
 Levantamento das dívidas existentes;
 Levantamento dos investimentos/aplicações existentes;
 Orçamento mensal/anual;
 Ferramentas de controle/gestão;
 Seus sonhos e metas;
 Pontos de reflexão/decisão – diagnóstico financeiro;
 Principais erros na gestão financeira.

Levantamento das despesas/gastos/investimentos

O primeiro passo é saber como gastamos os nossos recursos. A maioria das pessoas
não consegue responder a uma simples pergunta: como o dinheiro foi gasto? Esta
informação é essencial para quem quer fazer o controle financeiro.

Há várias questões que precisamos levantar para que seja possível planejar a nossa
vida financeira. Para nos auxiliar neste planejamento financeiro, é preciso registrar
nossos gastos e, assim, projetar as nossas necessidades futuras.
Precisamos conhecer quais são nossos gastos reais, quais são nossas despesas
(mesmo pequenas) e quais foram nossos investimentos. Para isso, mapeie todos os
seus gastos/despesas/investimentos, separando em grandes categorias. Exemplo:
1. Alimentação – lanches, restaurante, supermercado, qualquer coisa que seja
ligada ao tema;
9
2. Contas de casa – energia elétrica, TV a cabo, Internet, água, gás, telefone,
empregado doméstico, e-social, faxineira/passadeira e qualquer outro item
correlacionado;
3. Moradia – aluguel, financiamento habitacional, condomínio, IPTU, manutenção
e reformas e outros itens parecidos;
4. Transporte – financiamento do carro, combustível, IPVA, seguro obrigatório,
seguro total, troca de óleo, manutenção, estacionamentos, aplicativos de
transporte (táxi, UBER, 99 etc.), passagens de ônibus, metrô e outros itens
semelhantes;
5. Lazer – cinema, teatro, jogos esportivos, viagens de férias, Netflix e outros itens
parecidos;
6. Despesas pessoais – salão de beleza, barbeiro, compra de roupas, aquisição
de cosméticos e outros itens parecidos;
7. Saúde – consultas médicas e odontológicas, exames, remédios, plano de
saúde e outros itens relacionados;
8. Educação – mensalidade da escola, material escolar, transporte escolar e
outros itens relacionados;
9. Diversos - seria qualquer item que não se encaixa nas categorias anteriores.
Ex.: presentes;
10. Investimentos – aplicação em caderneta de poupança, fundos de investimentos
(renda fixa), previdência privada, consórcios, outras aplicações em que seus
recursos são guardados.
Em outras palavras, é necessário que tenhamos um orçamento pessoal/familiar para
nos basear. Com estas categorias levantadas, será possível fazermos um orçamento
pessoal/familiar, como veremos mais à frente. Um exemplo de planilha em Excel está
à disposição na página seguinte.

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DESPESA ANUAL POR CATEGORIA DE GASTO EM R$

20..
Categorias Totais
Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4 Mês 5 Mês 6 Mês 7 Mês 8 Mês 9 Mês 10 Mês 11 Mês 12
Alimentação 0,00
Contas da casa 0,00
Despesas pessoais 0,00
Diversos 0,00
Educação 0,00
Investimentos 0,00
Lazer 0,00
Moradia 0,00
Saúde 0,00
Transporte 0,00
0,00
0,00
0,00
TOTAIS 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

11
Levantamento das receitas/entradas

De forma parecida com os gastos/despesas/investimentos, é preciso registrar todas


as suas receitas/entradas de recursos.
Para isso, mapeie todos as suas receitas/entradas, separando em grandes categorias.
Como exemplo temos:
1. Salários – considere o valor bruto, menos os descontos de previdência social
oficial (INSS), imposto de renda retido na fonte (IRRF). Entendemos que, se
houver desconto de previdência complementar (como exemplo Sebraeprev),
ele deverá ser lançado como gastos na categoria investimentos. De forma
semelhante, o plano de saúde deverá ser lançado na categoria gastos com
saúde. O vale transporte segue a mesma lógica, deve ser lançado na categoria
transporte. Pode ser que você tenha mais uma fonte de salário, como por
exemplo: dar aulas e receber um salário de outra empresa; aposentadoria,
pensionista do INSS; resgate de planos de pensão etc.;
2. Benefícios – aqui se enquadram valores como vale transporte, vale
alimentação/refeição, auxílio educação. Apesar desses itens virem juntos na
sua folha de pagamento, eles precisam ser destacados como entrada de
recursos e saída, para que possamos visualizar o fluxo do dinheiro;
3. Outras remunerações – neste campo, podemos colocar participação nos lucros
e resultados (PLR), 1/3 das férias, entrada extra de recursos (bicos), sobras de
diárias e ajudas de custo, demais itens correlatos;
4. Aluguéis – caso possua imóveis locados, coloque aqui o recebimento líquido
(descontado das comissões pagas).
Um exemplo da planilha em Excel:

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RECEITA ANUAL POR CATEGORIAS EM R$

20.. Totais
Categorias
Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4 Mês 5 Mês 6 Mês 7 Mês 8 Mês 9 Mês 10 Mês 11 Mês 12
Aluguéis 0,00
Aposentadoria 0,00
Benefícios 0,00
Outras remunerações 0,00
Restituição de IRRF 0,00
Salários 0,00
0,00
0,00
TOTAIS 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

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Levantamento das dívidas existentes

Como feito nos gastos/despesas/investimentos, é preciso registrar todas as suas


dívidas. Não se esqueça do cartão de crédito e dos empréstimos de férias, se houver.
Para isso, mapeie todos as suas dívidas. É preciso considerar:

 Para quem você deve


 Em que usou o recurso
 Valor da dívida
 Taxa mensal de juros
 Número de parcelas
 Valor da prestação mensal
 Saldo devedor.
Um exemplo de planilha em Excel:

PLANILHA DE DÍVIDAS EXISTENTES


Em: / /
Taxa Valor da
Para quem você Em que usou o Valor da Nº de Saldo
mensal de prestação
deve recurso dívida parcelas devedor
juros mensal

TOTAIS 0,00 0,00 0,00

Ter dívidas não quer dizer que haja um descontrole financeiro. A maioria das pessoas,
de alguma maneira, possui dívidas. Alguns exemplos são: o financiamento do carro,
do imóvel, o cartão de crédito. O importante é que essas dívidas não saiam de um
patamar controlável e prejudiquem todo o seu orçamento familiar. Atrasar parcelas de
financiamento e cartão de crédito, por exemplo, é sempre perigoso e pode lhe colocar
em uma situação difícil.

Algumas dívidas precisam ser quitadas mais rápido que outras. Por exemplo: cheque
especial e o rotativo do cartão de crédito. Elas têm um grande potencial de virarem
uma “bola de neve”.

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Levantamento dos investimentos/aplicações existentes

É muito importante controlar as suas aplicações/investimentos. Saber o quanto estão


rendendo, ter uma referência no mercado sobre as taxas que estão remunerando as
aplicações. Para isso, o primeiro passo é colocar em uma planilha o que você possui
de investimentos e aplicações. Vamos considerar nesta categoria:

 Caderneta de poupança
 Fundos de renda fixa
 LCI e LCA
 CRI, CRA e Debêntures incentivadas
 CDB, RDB e COE
 Fundo de Investimento Imobiliário – FII
 Ações
 VGBL
 PGBL (previdência privada como o Sebraeprev)
 Tesouro direto
 Consórcio – imobiliário e de veículos.
Um exemplo de planilha em Excel:

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MAPA DE APLICAÇÕES E INVESTIMENTOS
Em: / /
Fator de correção Valor Valor Valor Valor
Quant Data (3) Taxa de
(4)
Discriminação (1) (2) juros (5)
investido Bruto do IRRF líquido
Compra Vencimento Índice % (6) Atual (7) (8) atual (9)
Caderneta de poupança
Fundos de renda fixa
LCI e LCA
CRI, CRA e Debêntures incentivadas
CDB, RDB e COE
Fundo de Investimento Imobiliário - FII
Ações
VGBL
PGBL (previdência privada - Sebraeprev)
Tesouro direto
Consórcio - imobiliário e de veículos

Total 0,00 0,00 0,00 0,00


(1) Discrimine item a item. Exemplo: cada LCI, cada CDB, cada Fundo imobiliário, Tesouro Direto;
(2) A Quantidade pode ser em R$ ou física. Exemplo: CDB é em R$, Ações são físicas, Tesouro Direto é físico, CRI é físico;
(3) Data de compra é o dia que comprou. Data de vencimento é o dia que o papel vence;
(4) Fator de Correção - O índice pode ser IPCA, CDI, SELIC, pré-fixado etc. O % é quantos % do índice. Exemplo: 70% do CDI ou 116% do CDI.
(5) Taxa de Juros - é o percentual que remunera a aplicação. Exemplo: um Título do Tesouro Direto pode ser IPCA + juros de 4% a.a.
(6) Valor Investido - é o total em R$ colocado na aplicação;
(7) Valor Bruto Atual - é o valor que você possui em determinada data, incluído o índice e a taxa de juros;
(8) IRRF - algumas aplicações têm tributação do imposto de renda retido na fonte. Exemplo: CDB, Fundos de renda fixa. Outros, são isentos. Exemplo:
LCI, FII;
(9) Valor Líquido - é o Valor Bruto subtraído do IRRF. Este é o valor que você possui realmente.

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Orçamento mensal/anual

Agora que você já mapeou todas as formas que seu dinheiro é gasto/investido, bem
como quais os recursos financeiros que entram, vamos construir uma planilha
consolidada (orçamento). É importante lembrar que o orçamento financeiro é uma
previsão do que irá ocorrer. Terminado o período do orçamento, geralmente mensal,
devemos verificar se os valores orçados ficaram próximos dos valores realizados, ou
seja, dos valores efetivamente ganhos/gastos. Se houver diferenças significativas,
elas precisam ser analisadas. Com essa análise é que deveremos orientar as nossas
atitudes e decisões futuras. Pode ser que seja preciso aumentar as receitas ou reduzir
as despesas/gastos.

Análise do orçamento

Se houve sobras de dinheiro (superávit), você poderá fazer novos investimentos,


aumentando sua poupança. Poderá também realizar alguma compra.

Se faltou dinheiro (déficit) você precisará pensar em ações que possibilitem reverter
essa situação. É muito importante analisar seu orçamento de forma a conhecer para
onde está destinando seus recursos e as providências que precisam ser tomadas para
equilibrar suas saídas e entradas.

Conheça seus padrões de consumo e, caso o seu orçamento esteja equilibrado,


pense em novas possibilidades de redução de despesas, para poder aplicar em novos
investimentos/poupança. Para ser efetivo nessa análise, procure responder algumas
perguntas:

 Que posso fazer para consumir menos energia elétrica, telefone e água?
 Sabemos que as frutas e verduras próprias da “época” têm preços melhores.
Tenho priorizado a compra desses produtos?
 O que é mais barato e saudável - dar o dinheiro para meu filho comprar a
merenda na escola ou preparar alimentos que ele pode levar de casa?
 Estou atento para as alternativas de lazer gratuito? Ex. cinema, teatro,
exposições, comemorações.
 Minhas despesas com vestuário estão adequadas às minhas atividades e aos
meus ganhos?
 É possível negociar um desconto no aluguel?
 Posso usar meu saldo de FGTS para reduzir o valor da prestação da compra
do meu imóvel?
 Como posso aumentar as minhas receitas? Tenho habilidades que podem
render algum dinheiro?

A seguir, apresentamos uma sugestão de planilha de orçamento pessoal.


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ORÇAMENTO ANUAL PESSOAL

20..
Categorias Totais
Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4 Mês 5 Mês 6 Mês 7 Mês 8 Mês 9 Mês 10 Mês 11 Mês 12
3 - SALDO (1 - 2) 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
2 - SAÍDAS 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Alimentação 0,00
Contas da casa 0,00
Despesas pessoais 0,00
Diversos 0,00
Educação 0,00
Investimentos 0,00
Lazer 0,00
Moradia 0,00
Saúde 0,00
Transporte 0,00
0,00
0,00
0,00
3 - ENTRADAS 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Aluguéis 0,00
Aposentadoria 0,00
Benefícios 0,00
Outras remunerações 0,00
Restituição de IRRF 0,00
Salários 0,00
0,00
0,00
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Ferramentas de controle/gestão

Uma vez elaborado o orçamento


mensal/anual, é preciso passar para a
etapa de controle e gestão. Afinal,
orçamento não é uma peça estática.
Precisa sempre ser checado, avaliado e
atualizado. Aquilo que não se controla
não faz sentido ter.

Para facilitar a coleta de informações e


sua gestão, precisamos entender como recebemos e gastamos os nossos recursos.

As receitas podem ser fixas (acontecem todo mês) ou variáveis (ocorrem


esporadicamente ou em um mês específico). Como exemplo de receitas fixas podem
ser citados os salários, a aposentadoria, os benefícios, os aluguéis. Já como receitas
variáveis podemos considerar a restituição do imposto de renda, o 13º salário, o ⅓
das férias, a venda dos 10 dias de férias, o recebimento da participação nos lucros –
PLR (remuneração variável) e outras remunerações.

Da mesma forma que as receitas, as despesas podem ser fixas (acontecem todo mês,
ou variáveis (ocorrem esporadicamente ou em um mês específico). Como exemplos
de despesas fixas temos: mensalidade da escola, transporte escolar, taxa de
condomínio, IPTU, prestação da compra do imóvel ou o aluguel, prestação do
financiamento do carro, energia elétrica, TV a cabo, Internet, água, gás, telefone,
empregado doméstico, faxineira/passadeira, refeição diária fora do lar, plano de
saúde, valor destinado para aplicação financeira, entre outras. Sob o aspecto de
despesas variáveis podemos citar como exemplos: lanches, supermercado, sacolão,
manutenção e reformas do imóvel, combustível, IPVA, seguro obrigatório, seguro
total, troca de óleo, manutenção, estacionamentos, aplicativos de transporte, cinema,
teatro, jogos esportivos, viagens de férias, Netflix, salão de beleza, barbeiro, compra
de roupas, aquisição de cosméticos, consultas médicas e odontológicas, exames,
remédios, material escolar, aplicações extras em caderneta de poupança, fundos de
investimentos (renda fixa), previdência privada, consórcios, Sebraeprev, entre outras.
Após entendermos como recebemos nossos recursos e como eles são gastos ou
aplicados, precisaremos fazer um controle quando tais eventos acontecem. A nossa
sobrevivência nos leva a um consumo permanente e parte dele não nos lembramos.
Por exemplo: enquanto dormimos sempre há algum consumo – a geladeira, o rádio
relógio, o telefone celular e outros aparelhos elétricos permanecem ligados,
consumindo energia. Quando acordamos temos o consumo de água e de energia
elétrica em nossa higiene pessoal, de alimentos e de energia elétrica ou de gás no

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Jefferson Ney Amaral
preparo do café da manhã. Quando saímos de casa para o trabalho ou lazer,
consumimos serviços de transporte, roupas, alimentação etc. É por isso que devemos
nos policiar, buscando responder as seguintes perguntas:

 O que consumi foi algo indispensável?


 Por que consumi? Poderia satisfazer minha necessidade/desejo com outro item
mais barato?
 Tenho orçamento para fazer esse consumo? Será que posso adiar esse
consumo?
 Pesquisei o preço? Este é um preço justo? Se pesquisar mais posso encontrar
o produto ou serviço por um preço menor?

Uma regra simples que nos ajuda no momento que pensamos em fazer uma compra
pode ser sistematizada na figura a seguir:

Também não podemos nos esquecer de algumas dicas para fazer compras:

 Fazer sempre uma lista para evitar comprar por impulso;


 Não se iluda com elogios de vendedores;
 Lembrar que terapia se faz no Psicólogo ou no Psiquiatra, não é fazendo
compras, se não vai sair muito mais caro;
 Aproveitar promoções e liquidações de verdade;
 Analisar se é preciso estocar;
 Avaliar a qualidade dos produtos, pois, assim, serão mais duráveis, adiando a
reposição (dois produtos/serviços ruins custam mais caro que um de boa
qualidade);
 Não tenha vergonha de pesquisar e de “pechinchar”. Somente você sabe
quanto custou ganhar o seu dinheiro.
Fonte: Planejamento financeiro familiar / Caixa Econômica Federal. - Brasília, 2009.
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Jefferson Ney Amaral
Como vimos anteriormente, manter o registro é muito importante. Ele pode ser
realizado em um caderno ou utilizando métodos mais avançados, como planilhas
eletrônicas e aplicativos. Todas as suas transações, principalmente os gastos,
precisam ser categorizadas, mas quando falamos em registrar tudo, não estamos
exagerando - é para anotar tudo mesmo, por menor que seja o gasto. Sabemos que
colocar isso na nossa rotina será uma tarefa difícil, mas com o tempo, você conseguirá
adquirir esse hábito.
Para quem está começando a controlar os gastos, uma planilha de desembolsos
diários pode ser uma ótima aliada. Você não gastará mais de cinco minutos por dia
para atualizá-la. A grande importância dessa planilha está em nos auxiliar a lembrar
do dinheiro que saiu do nosso bolso, no decorrer do dia.
Com uma tabela simples ou até um papel e caneta, é possível descobrir para onde
seu dinheiro está indo. É neste momento que podemos ter a possibilidade de
economizar, controlar pagamentos e evitar dívidas, percebendo como fluem os nossos
recursos financeiros.
Embora seja mais uma questão de semântica do que prática, existem diferenças entre
gastos pessoais/individuais, gastos gerais, gastos da casa etc. Entendemos que,
neste primeiro momento, é preciso ter um instrumento que nos permita lembrar tudo
aquilo que precisamos anotar. Assim, é preciso registrar todas as saídas: desde os
pequenos gastos até os valores maiores.

Se você mora com outros membros da família, seria indicado que cada despesa fosse
relacionada com quem efetivamente gastou. Isto ajudaria a saber exatamente quem
está gastando o dinheiro e como.
Com a consolidação dos dados de gastos diários, seria possível fazer comparações
de despesa versus receitas, por exemplo. Além disso, com ela, você poderá criar
projeções da situação financeira para os próximos meses.

Quando se tem um controle mais rígido do orçamento, é possível, inclusive, antecipar


os impactos de algumas despesas mais significativas e definir o melhor momento de
fazê-las.
A seguir, apresentamos um modelo de planilha de controle dos desembolsos diários:

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Jefferson Ney Amaral
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Jefferson Ney Amaral
Os itens discriminados nessa planilha são exemplos e outros desembolsos que, aqui,
não foram nominados podem e devem ser adicionados.

Lembre-se de que é importante fazer uma planilha para cada semana e, ao final do
mês, fazer uma consolidação de todos os dias. É possível que algumas das planilhas
(a primeira e a última) tenham menos dias. Isto se deve ao fato de que o mês tem
mais de quatro semanas e pode não começar na segunda-feira.

Vale lembrar que este conjunto de desembolsos deverá ser utilizado para compor as
categorias listadas nas planilhas anteriores.

O importante é manter com você sempre a planilha da semana. Dessa forma, você
poderá fazer a anotação do desembolso sempre que ocorrer, evitando, assim, o
esquecimento. Com essa atitude é esperado que se desenvolva o hábito de sempre
lançar suas despesas/investimentos.

Mais à frente, daremos alguns exemplos de sites que contêm planilhas e App’s. Vale
destacar que não são indicações, mas apenas exemplos de controles que existem e
podem servir de inspiração.

Dicas importantes

1. Acompanhe

Acompanhe quanto você ganha, comparando com quanto você gasta. Utilizando a
planilha de gastos, mostrada anteriormente, você poderá perceber para onde foi
aquela parte do dinheiro que você acha que “sumiu”.

2. Compare preços

Por princípio, evite comprar no primeiro lugar em que você achar um produto. Com as
facilidades que a internet oferece, temos sempre a possibilidade de praticar este tipo
de hábito. Também é possível comparar os preços em lojas físicas. Tenha certeza de
que existe variação de preços de produtos e serviços de um ofertante para o outro.
3. Cuidado com contas feitas de cabeça

Contas rápidas e feitas de cabeça podem ser muito prejudicial para as finanças
pessoais. Isso porque a maioria das pessoas se esquece de considerar os descontos
nos salários, juros e compras parceladas. É muito comum cometermos equívocos
aritméticos nas operações básicas de soma, subtração, multiplicação e divisão.
4. Preste atenção em despesas com serviços não utilizados

Alguns serviços, como assinaturas de revistas e jornais, tarifas bancárias altas, planos
de academias, planos de televisão a cabo e planos de telefone celular, requerem uma
atenção extra. Eles podem não estar sendo usufruídos como deveriam. Nesse caso,
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Jefferson Ney Amaral
procure fazer uma adequação ou mesmo o cancelamento. Alguns planos permitem
que, no período de ausência de sua residência (ex. viagens), seja possível postergar
a assinatura. Dessa forma, você deixará de pagar pelo que não usou.
5. Reavalie seus gastos básicos

Sempre é possível economizar um pouquinho a mais com as contas de água, energia


elétrica, telefonia, planos de internet e compra de alimentos (lembre-se das frutas da
época)

6. Compare necessidades e desejos

O que você precisa mais: um sofá novo (sendo que você já tem um) ou uma nova
geladeira (quando a sua está prestes a estragar)? Comprar uma roupa nova ou pagar
uma prestação em dia? Avalie sempre as necessidades e os desejos, antes de realizar
uma grande compra.
7. Pense antes de comprar algo por impulso

Por mais racional que você seja, muitos dos gastos são decididos pelas nossas
emoções. Será que você precisa de todas estas bolsas para se sentir bem? Será que
há a necessidade de sempre ter o smartphone mais moderno?

Um estudo feito pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) mostrou que 85%
dos brasileiros já fizeram compras por impulso. Sendo que, em 4 de cada 10
entrevistados, os maiores motivos são a ansiedade e baixa autoestima, seguidos por
problemas no trabalho, problemas no relacionamento familiar, TPM e desilusão
amorosa. Tentamos preencher algum tipo de carência com a aquisição de bens
materiais. Parece razoável comprarmos algumas coisas para nos presentear, mas
somente com planejamento e sem deixar a emoção falar mais alto.
Por isso, antes de se deixar levar pela emoção do momento, quando estiver vendo
aquele carrão ou aquela roupa ou sapato, crie barreiras para que você evite fazer um
gasto sem responsabilidade. Saia da loja, deixe suas emoções baixarem, confira sua
planilha de gastos, o quanto você tem de dinheiro guardado e avalie se realmente tem
espaço para aquela compra, ou se é possível deixar para depois. Assim, você evita
que suas emoções prejudiquem o seu orçamento.
8. Evite número grande de parcelas nas prestações

Mesmo que comprar em 10x, 12x ou 24x pareça muito atrativo (o valor da prestação
se apresenta pequeno), pode ser que esteja embutido nela um juro bem elevado.
Sendo assim, evite ao máximo os parcelamentos (com juros).

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Jefferson Ney Amaral
9. Pergunte-se: comprar à vista ou a prazo

Comprar sempre à vista é a melhor das decisões? Evita preocupações futuras com
pagamentos e se desembolsa um valor menor por aquilo que necessitamos, mas
sempre podemos tentar ganhar um pouco mais, quando compramos nesta
modalidade de pagamento (veja o item cartão de crédito). Em geral, quando
perguntamos o preço de um produto ao vendedor, ele nos informa, por exemplo, R$
1.000,00. Se perguntarmos a forma de pagamento, ele responderá “tantas” vezes no
cartão de crédito ou no cheque pré-datado. Aí está a nossa oportunidade: podemos
emendar com outra pergunta - se for à vista, qual é o desconto? Em geral, a resposta
varia entre 3 e 10%.
Vamos a um exemplo para facilitar o entendimento:

Você precisa fazer uma compra no valor de R$ 1.000,00 de um item. Você já tem este
valor disponível, mas você precisa considerar alguns aspectos:

 suas aplicações propiciam 0,6% de rendimento ao mês;


 a empresa onde você está realizando a compra, está te oferecendo um desconto,
por exemplo, de 5% para pagamento à vista.

Vamos raciocinar – considerando o valor de R$ 1.000,00 e o desconto obtido de 5%,


o valor desembolsado será de:

R$ 1.000,00 – 5% = R$ 950,00, o que representa um ganho de R$ 50,00 sobre os R$


950,00 que foram desembolsados. Dessa forma, a taxa de ganho será de:

R$ 50,00 / R$ 950,00 = 5,26% no momento.


Comparando com a aplicação de R$ 1.000,00 por 9 meses, na mesma taxa que já
possuo para aplicação (0,6 a.m.), quanto eu ganharia? Vamos fazer as contas:

PLANILHA DE DECISÃO COMPRA A


VISTA COM DESCONTO

Prazo em meses: 10
Taxa de juros ao mês: 0,6

Saldo
Período Juros
Inicial Final
Mês 1 1.000,00 1.006,00 6,00
Mês 2 1.006,00 1.012,04 6,04
Mês 3 1.012,04 1.018,11 6,07
Mês 4 1.018,11 1.024,22 6,11
Mês 5 1.024,22 1.030,36 6,15
Mês 6 1.030,36 1.036,54 6,18
Mês 7 1.036,54 1.042,76 6,22
Mês 8 1.042,76 1.049,02 6,26
Mês 9 1.049,02 1.055,31 6,29
GANHO 55,31
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Colocaria no bolso o valor R$ 55,31. Assim, podemos concluir que, em uma compra
à vista onde foi obtido um desconto de 5%, foi ganho, em dinheiro, um valor
correspondente ao que seria obtido em nove meses de aplicação. Este é o poder da
obtenção de um desconto para pagamento à vista.

10. Lembre-se de que existem algumas despesas anuais

Despesas com IPTU, IPVA, DPVAT, seguro total, conselhos regionais (CRA, CRC,
CREA, OAB etc.) e outras são previsíveis, mas muitas pessoas se esquecem de
provisionar recursos para a sua quitação. Evitar que isso aconteça é importante para
que você não tenha falta de recursos nesse momento.

11. Ter controle não é abrir mão do seu estilo de vida

Se você adora ir para a academia, participar do happy hour com os amigos, ir ao


futebol ou ver as estreias no cinema, não precisa abrir mão do seu estilo de vida.
Porém, tentar maneirar um pouco no número de vezes que você faz isso, ao longo do
mês, pode ser uma ótima forma de economizar. Precisamos ter o cuidado com o
denominado status.

12. Faça o download do aplicativo do seu banco e do seu cartão de crédito

Com o aplicativo do seu banco e do cartão de crédito sempre à mão, ficará muito mais
fácil conferir o saldo e extratos, de modo a evitar grandes sustos no controle das
finanças. É sempre bom lembrar-se da data do fechamento da fatura do cartão de
crédito. Compras realizadas após o dia do fechamento podem representar uma folga
no seu caixa. Você pode ganhar até 40 dias sem juros.
13. Conheça os principais investimentos financeiros

Quando poupar dinheiro, não escolha a tradicional caderneta de poupança, antes de


pesquisar por outras opções que possam ser mais vantajosas. Existem diversos
outros tipos de investimento que podem ser mais interessantes para você. O
importante é pesquisar antes de aplicar.

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14. Transforme o controle de finanças pessoais em um hábito

Se você teve gastos com a família no final de semana, anote. Se teve gastos fixos,
anote também. Lembre-se de pedir os comprovantes (cupons, notas, recibo de
pagamento com cartão). Isso ajuda você a não se esquecer com o que gastou,
facilitando os lançamentos nas planilhas. Faça do controle um hábito.

15. Evite gastar muito em pouco tempo

Um aspecto importante para manter as finanças controladas tem a ver com o período
de gastos. Algumas pessoas recebem o salário e já fazem compras altas, logo na
primeira semana – síndrome do gasto.

Recomenda-se que você procure fazer as compras de grande valor ao longo dos
meses. Isso permite o que eu chamo de ancoragem, uma maior estabilidade
financeira, já que este tipo de despesa fica distribuído em um período maior e,
certamente, você já terá quitado uma dívida, antes de fazer outra. Um planejamento
das compras de grande valor, também pode ajudar nessas situações.
16. Reveja suas metas

É interessante rever as suas metas mensais. Vivemos em ambiente de instabilidade


e sempre é possível que haja mudanças no período de alguns meses. Essa situação
pode influenciar no seu fluxo de dinheiro. Sempre tenha um momento no mês para
rever os objetivos e analisar suas despesas. Se algum deles não fizer mais sentido,
você pode e deve proceder alterações. Lembre-se de que orçamento não é uma peça
estática e fazer sua gestão é muito importante e saudável.
17. Invista na entrada de dinheiro

Investir na entrada de dinheiro é uma importante estratégia para quem quer ter
prosperidade econômica. Por que falamos isso? As pessoas estão muito focadas em
planejar e gerir os gastos sob a ótica de compras e pagamentos. É essencial que o
valor que foi destinado a investimento seja aplicado, logo que seu dinheiro entre. Além
de aumentar o ganho, você terá a certeza que já estará poupando.

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18. Considere sua família em suas finanças pessoais

Essa dica é voltada para quem tem um


cônjuge ou para quem tem dependentes
familiares. Na hora de acompanhar os
seus gastos e economias, você não pode
deixar de considerar a sua família. Suas
finanças não estão separadas dos outros
membros da família - você precisa fazer
o planejamento financeiro de forma
conjunta. As movimentações financeiras
precisam considerar os dependentes. Pense nisso antes de investir em uma viagem
cara, por exemplo.
19. Acompanhe a fatura do cartão de crédito

Acompanhar a fatura do seu cartão de


crédito ajuda a checar e controlar os
gastos. Em geral, as pessoas aceitam o
valor constante da fatura, sem fazer
uma checagem das despesas feitas.

Uma boa estratégia é você manter o


total da sua fatura em valores próximos,
em todos os meses. Dessa forma, você saberá que as despesas estão dentro do
planejado sem ter que checar detalhadamente todos os gastos.

Para os parcelamentos é preciso ter uma atenção especial. Você deve ver o que ainda
está pendente e colocar estas parcelas no planejamento em todos os meses.

Aproveite os benefícios dos cartões de crédito:

 Seus gastos podem transformar em pontuação/milhas. Elas são moedas de


troca por outros produtos, viagens ou descontos em compras ou uso de
serviços;
 A maioria dos cartões propiciam prazo de pagamento de até 40 dias sem juros
(na data seguinte ao fechamento da fatura). Isto quer dizer que quanto mais
próximo do fechamento, menos prazo será concedido.

Um outro benefício do uso do cartão de crédito é que muitas empresas oferecem


pagamentos parcelados no cartão e não dão nenhum desconto para o pagamento à
vista. Aqui, temos uma oportunidade de aumentar os nossos ganhos. Mas, existe um
pré-requisito – é preciso ter disciplina. Vamos a um exemplo para facilitar o
entendimento: você precisa fazer uma compra no valor de R$ 1.000,00 de um item
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Jefferson Ney Amaral
necessário e que já está em seu planejamento. Você já tem este valor em sua conta
corrente no banco. Além disso, suas aplicações propiciam, ao mês, 0,6% de
rendimento. A empresa onde você realizará a compra, após muitas pesquisas, lhe
oferece parcelamento em 10 vezes sem juros ou o mesmo preço à vista. Qual será a
sua escolha sobre a forma de pagamento? Precisamos fazer algumas contas. Se eu
aplicar estes R$ 1.000,00 por 10 meses, na mesma taxa que eu já possuo para
aplicação (0,6 a.m.), retirando os R$ 100,00 mensais da prestação do cartão de
crédito, quanto eu ganharei?

PLANILHA DE DECISÃO PAGAMENTO A VISTA OU


CARTÃO DE CRÉDITO SEM JUROS

Prazo em meses: 10
Taxa de juros ao mês: 0,6

Saldo
Período Amortiz Juros
Inicial Final
Mês 1 1.000,00 906,00 100,00 6,00
Mês 2 906,00 811,44 100,00 5,44
Mês 3 811,44 716,30 100,00 4,87
Mês 4 716,30 620,60 100,00 4,30
Mês 5 620,60 524,33 100,00 3,72
Mês 6 524,33 427,47 100,00 3,15
Mês 7 427,47 330,04 100,00 2,56
Mês 8 330,04 232,02 100,00 1,98
Mês 9 232,02 133,41 100,00 1,39
Mês 10 133,41 34,21 100,00 0,80
GANHO 34,21

Como podemos perceber, essa operação renderá R$ 34,21, sem que eu coloque
nenhum recurso novo, somente decidindo optar por utilizar a oportunidade. Se eu tiver
em um “dia bom” do cartão (como mencionado anteriormente), esse ganho poderá
chegar a R$ 40,58, pois teremos mais um mês de aplicação. Precisamos sempre
realizar este tipo de conta para tomar a melhor decisão e lembrar que este dinheiro
aplicado (R$ 1.000,00) teve esse objetivo. Ele não é uma sobra. O que acrescentou
no meu orçamento como receita foi o rendimento de R$ 34,21 – este é o recurso novo.
20. Separe dinheiro emergencial

Se você quer organizar suas finanças, não pode se esquecer do dinheiro emergencial.
Este é um valor que precisa estar aplicado em um investimento de liquidez rápida
(pode ser sacado no máximo em um dia). Para começar, você pode pensar em algo
como 10% do seu salário sendo acumulado mensalmente, até formar uma reserva
emergencial.

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Jefferson Ney Amaral
Porém, se considerarmos a possibilidade de desemprego, recomenda-se que o fundo
de emergência sustente seu padrão de vida entre 3 e 12 meses, dependendo dos
riscos aos quais você está sujeito.
Uma maneira de pensar em um valor realista para esta reserva é imaginar a seguinte
situação: digamos que você decida criar uma reserva para manter um padrão de
consumo de R$ 1.800 por seis meses. Multiplicando os valores, sabemos que você
precisará criar um fundo no valor de R$ 10.800. Com esta reserva feita, mesmo que
um imprevisto ocorra, você terá um prazo de seis meses para ter outra fonte de renda.

Esse fundo emergencial ou reserva servirá para pagamento de contas não previsíveis:
acidente, estrago no veículo ou em um aparelho eletrodoméstico, desemprego, entre
outros.

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Jefferson Ney Amaral
Centralizar a gestão das finanças de sua
família em você pode não ser a melhor
opção. Comece a mudar esse hábito, já
que a gestão financeira da família deve
ser responsabilidade de todos.
Assegurar que os membros da família
participem desse processo ajuda a formar
uma consciência dos problemas
decorrentes de uma finança mal gerida. Além disso, no caso dos filhos, fornece um
primeiro contato com a gestão financeira. Certamente, haverá uma chance maior de
reproduzirem este modelo quando constituírem suas famílias.
A vida financeira de um casal pode ser tranquila, se for pensada com calma e
serenidade. Se o casal começa a ter essa atitude desde o início do seu
relacionamento, com certeza, a confiança mútua se fortalecerá. Porém, quando isso
não é feito, cada um quer tomar uma direção e, neste momento, pode começar uma
série de transtornos.
Para manter a união afetiva, precisamos procurar conviver com um planejamento
financeiro, elaborado, no mínimo, por duas cabeças. Isso pode ser bem simples, se
ambos começarem a mostrar aspectos de equilíbrio.

Alguns pontos iniciais ajudarão a construir uma trilha. Comecem falando de suas
dívidas. Sem entrar no mérito de quem a contraiu, a dívida já existe e a
responsabilidade de sua quitação é do casal. Com essa atitude, já teremos duas
pessoas buscando uma solução para um único problema. Em decorrência dessa
atitude, já se abre uma oportunidade para que surja o assunto – gastos supérfluos. A
redução desses gastos poderá propiciar recursos que ajudarão a pagar a dívida ou
mesmo a realização de investimentos.
Outro ponto de nossa trilha é lidar com o dinheiro em conjunto – é preciso ficar claro
que o assunto são as receitas, as despesas e os planos de investimentos. Precisa
haver uma conversa bem transparente, onde cada um mostre suas rendas e seus
gastos. Neste momento, é a hora de fazer uma melhor previsão dos gastos comuns
do casal – despesas da casa, do carro etc. e definir quem será o gestor destes
desembolsos.
Um terceiro aspecto da trilha é o registro das informações financeiras – é preciso criar
o hábito da gestão/controle. A maneira mais usual é não deixar nenhuma

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Jefferson Ney Amaral
despesa/gasto de fora, por menor que seja. Pensem na construção conjunta de algum
formulário.

Neste momento, nossa trilha chega ao quarto aspecto, quando o casal começa a
idealizar seu plano de vida a dois. Sempre que há um sonho/meta a alcançar, fica
mais fácil para que ambos tracem estratégias necessárias para atingi-las. Exemplos
disso são o imóvel próprio, a aposentadoria e a educação dos filhos. Tudo isto leva à
necessidade de negociar e estar preparado para ceder, pois o sucesso do plano
dependerá da satisfação dos interesses de toda a família.

Para buscar o sucesso de um plano é preciso ter uma ferramenta para elaborá-lo e
fazer a sua gestão. Ele deve deixar bem expresso quem fará, o que deverá ser feito,
como e quando, o valor e o porquê da realização de cada ação.

Vejam o exemplo a seguir:

Fonte: Educação Financeira para pessoa física – Marineuza Barbosa Lima e Silva

É preciso ter em mente que a união e a felicidade do casal


precisam ser sempre preservadas. Dessa forma, é necessário
separar algum recurso para os gastos com lazer e bem-estar.

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Jefferson Ney Amaral
Atualmente, você já pode contar com
inúmeras opções de aplicativos e
softwares especializados para fazer o
controle dos seus gastos/finanças
pessoais. É importante ressaltar que
as bases de construção desses
instrumentos são bastante
semelhantes. Em geral, o que muda é o formato e a “gama” de informações
disponibilizadas.

A maioria dos aplicativos funcionam como interfaces mais modernas para as planilhas
em Excel, facilitando a interação e lançamentos, pelo fato de terem características
mais intuitivas. Além disso, eles podem contar com funcionalidades avançadas,
facilitando a gestão dos desembolsos mensais.

Também é preciso lembrar que os aplicativos desenvolvidos por empresas sérias,


estão sempre evoluindo, incorporando novas funcionalidades e podem ter um suporte
técnico para solucionar algum problema.
Apresentamos abaixo alguns aplicativos. Não se restrinja a estes, procure outros
disponíveis no mercado.
GuiaBolso

Disponível para iOS e Android, o GuiaBolso é gratuito e se destaca pela função de


sincronizar automaticamente suas transações bancárias e extrato. Mas, você
precisará confiar sua senha bancária à empresa. É necessário que você pesquise a
empresa, avalie este risco e se sinta confortável para tomar esta decisão.

Mobills
O Mobills também é uma a opção para usuários dos sistemas iOS e Android. Ele
contém funções pagas, mas o modo gratuito não fica atrás dos concorrentes. O App
apresenta uma interface limpa e intuitiva, além de ser bem ágil para fazer os
lançamentos manuais.

Organizze
O Organizze, na versão gratuita, oferece apenas uma conta para organizar todas as
suas despesas e receitas, mas isso não é um problema para usuários iniciantes e com
movimentações mais simples.

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Jefferson Ney Amaral
Uma função muito interessante é a possibilidade do App ler mensagens SMS sobre
movimentações bancárias. Ao receber a notificação, o Organizze dá a opção de você
registrar a transação. Isso fornece maior privacidade, ao mesmo tempo em que
garante a praticidade do lançamento. Ele está disponível para iOS e Android.

Minhas Economias
Minhas Economias é um aplicativo de finanças pessoais muito prático, intuitivo, leve
e rápido, de modo que, em poucos minutos, você vai se desenrolar bem. Ele conta
com lembretes que ajudam você a não se esquecer de pagar suas contas e guarda
suas informações na nuvem. Dessa forma, você não corre o risco de perder seus
dados. Ele é gratuito e está disponível para iOS e Android.
Fonte: ABAC – Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios

Em geral, as instituições financeiras possuem guias, cursos e aplicativos para você


fazer a gestão de suas finanças pessoais. Entre no site de sua instituição e pesquise.

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Jefferson Ney Amaral
Planilhas e aplicativos são muito úteis para você organizar suas finanças pessoais,
mas é preciso ter a motivação e o conhecimento necessário para levar adiante suas
metas financeiras. Alguns livros da área podem ajudar você. Não fique somente
nestes indicados abaixo, procure outras literaturas sobre esta temática.

A cabeça do investidor - a autora Vera Rita de Mello Ferreira baseia-se nas ideias
da psicologia econômica para apresentar os processos emocionais que norteiam
nossas decisões financeiras.
Casais inteligentes enriquecem juntos - Gustavo Cerbasi, um dos principais
autores sobre finanças pessoais do Brasil, usa os princípios da educação financeira
para mostrar como casais podem afinar seu orçamento, de modo inteligente e
produtivo.
Os segredos da mente milionária - T. Harv Eker expõe a diferença entre os
pensamentos financeiros de pessoas bem-sucedidas e os das endividadas.
Mundo financeiro: o olhar de um gestor - Alexandre Póvoa compartilha com os
leitores sua vivência como gestor de fundos de investimentos.

Terapia Financeira - Reinaldo Domingos mostra que é necessária uma mudança de


comportamento com relação ao dinheiro, objetivando a realização de sonhos e não o
consumo imediatista.

Adeus, aposentadoria – como garantir o seu futuro sem depender dos outros -
Gustavo Cerbasi mostra que, com o aumento na expectativa de vida, com o custo de
vida mais alto e com os níveis maiores de cultura e educação, fica cada vez mais difícil
sobreviver com o que é pago pela aposentadoria. Neste livro, estão reunidas diversas
pesquisas e reflexões sobre casos de sucesso e fracasso.

Aprenda a Investir - Leandro Martins traz uma abordagem bastante interessante


sobre o mundo dos investimentos. Para ele, investir não precisa ser uma tarefa
complicada, especialmente quando estamos falamos de renda variável. Ele mostra
que qualquer pessoa que receba uma remuneração é capaz de fazer isso. Por fim, ele
apresenta um guia para montar uma carteira de investimento de acordo com o seu
perfil.
Psicologia Econômica: Estudo do comportamento econômico e da tomada de
decisão - Vera Rita de Mello Ferreira concebeu este livro para servir de um guia. Nele,
é descrito o comportamento econômico de indivíduos, grupos e populações, com
ênfase em suas decisões tomadas.

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Jefferson Ney Amaral
Em geral, todo ser humano deseja ter
um amanhã melhor do que o dia de
hoje. É para isso que trabalhamos,
buscando alcançar os nossos objetivos,
os quais, quase sempre, demandam
recursos financeiros. Os investimentos
de longo prazo são uma maneira para
obtenção desses recursos. Existem
alguns fatores que são determinantes
em uma caminhada de sucesso nos investimentos de longo prazo.

 Quanto mais cedo começar a poupar recursos, mais facilmente os objetivos serão
alcançados. Precisamos ser pacientes e persistentes. Desenvolver o hábito de
economizar, em geral, nos leva a ter um consumo consciente e a fazer um uso
mais racional do dinheiro. Este hábito ajuda muito a quem pretende investir.
 Existe uma relação entre investimentos de longo prazo e os riscos: investimentos
de longo prazo, normalmente, possuem um risco muito menor do que aqueles
existentes em especulações de curto prazo.
 A variável "tempo" é relevante: no mercado financeiro, geralmente, o longo prazo
compreende um período superior a 5 anos. Muitas pessoas têm dificuldades em
lidar com o longo prazo.
 Tipo de investimento: investidores que fazem investimentos a longo prazo
possuem vantagens em relação à aqueles que aplicam os seus recursos por um
prazo menor.
 Diversificação: mesmo sendo mais seguro o investimento no longo prazo, a
máxima acerca das aplicações financeiras continua bastante realista: "Jamais
coloque todos os ovos numa mesma cesta". Diversifique. Isso ajudará a reduzir
os impactos, caso haja um "colapso" em alguma aplicação.

Considerando esses fatores, é muito importante também falarmos de três aspectos


que influenciam as nossas escolhas. São eles:

 Liquidez: refere-se à velocidade de resgate do investimento - quanto tempo é


necessário para termos o dinheiro na mão.
 Segurança/risco: refere-se à disposição que temos para riscos, quando
realizamos um investimento.
 Rentabilidade: refere-se ao retorno que um determinado investimento pode nos
oferecer.

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Jefferson Ney Amaral
Precisamos estar conscientes de que não é possível ter um investimento que possa
oferecer as três possibilidades – tripé. Teremos que nos contentar com apenas duas
delas. Dessa forma, o investimento a ser escolhido terá sempre por detrás uma
combinação de dois fatores selecionados pelo investidor.

Segurança/risco

Liquidez Rentabilidade

Um erro comum é olhar somente as perspectivas de rentabilidade para um


investimento. Este erro fica ainda maior quando somente olhamos a rentabilidade
passada para projetar a futura, ou mesmo quando analisamos somente o potencial de
retorno. Em geral, os gerentes das instituições financeiras, ao nos oferecerem uma
aplicação, nos mostram o que aquele “papel” rendeu nos últimos 12 meses.
É preciso ter consciência de que para cada % a mais de retorno que se quer, será
necessário abrir mão de um % de segurança e/ou de um % de liquidez.
Em geral, quando nossa opção é somente pela rentabilidade, podemos nos esquecer
da liquidez e aplicamos nossos investimentos com um prazo de vencimento para três
anos. Se precisarmos dos recursos antes, poderão ocorrer duas possibilidades: a
primeira é não ser possível fazer o resgate antecipado; a segunda é a aplicação de
um deságio grande na taxa contratada, reduzindo a rentabilidade que você havia
previsto.
Nós temos uma tendência ao otimismo – “não precisarei desse dinheiro nos próximos
três anos.” Esta é uma expressão muito comum de se ouvir, quando alguém vai fazer
uma aplicação. Mas, o nosso otimismo pode ser frustrado, pois estamos partindo de
uma previsão, ou seja, pode dar certo ou errado. Portanto, reservar uma parte dos
investimentos com foco na liquidez é fundamental para o sucesso de uma carteira e
de um plano financeiro.
Como já mencionado anteriormente, não é possível com apenas um investimento
atender os três elementos do tripé simultaneamente. Porém, é possível chegar bem
próximo, quando visualizamos uma carteira de investimentos como um todo.
Em uma carteira, é possível ter investimentos para liquidez, para o médio e longo
prazo, com gerenciamento de risco, conseguindo uma rentabilidade superior ao longo
do tempo.

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Jefferson Ney Amaral
Dessa forma, planejando uma carteira de investimento, que seja organizada e bem
distribuída, será possível obter os três componentes do tripé em seus investimentos.

Aprender a poupar é muito importante, mas, precisamos saber investir de maneira


inteligente. Não podemos deixar nossas economias paradas. Precisamos descobrir
maneiras de colocar o dinheiro para trabalhar para nós.
Para isso, é necessário que você aprenda sobre investimentos e entenda qual o seu
perfil de investidor. Assim, será possível escolher investimentos que tragam bons
rendimentos e estejam alinhados aos seus objetivos financeiros.

Vamos a um exemplo para ficar mais claro: a poupança é ainda muito utilizada.
Todavia, pode não ser a opção mais interessante para quem deseja acumular riqueza.
É um investimento com alto nível de segurança, entretanto, o seu rendimento é muito
baixo, perdendo para a inflação. É sabido que existem investimentos tão seguros
quanto à poupança, oferecendo um rendimento mais satisfatório.
Vamos listar, a seguir, alguns tipos de investimentos interessantes. Não é nosso
objetivo, neste momento, falar de negociação de ações que apresentam alto risco e
que exigem conhecimento especializado do mercado.

Renda fixa
São investimentos que possuem uma remuneração estimada/definida já no momento
da aplicação. O valor combinado é recebido, desde que obedecido o prazo de resgate
estabelecido na contratação. Por que falamos em remuneração estimada/definida?
Isto se deve ao fato de existirem três classes de renda fixa:
a. Renda Fixa - Pós-Fixada: os ativos (investimentos) estão atrelados à taxa CDI
ou à Selic;
b. Renda Fixa - Prefixada: os ativos são aplicados a uma taxa total definida e que
não muda até o seu vencimento;
c. Renda Fixa - Inflação: ativos atrelados a uma taxa relacionada à inflação.
Exemplo: IPCA e IGPM.
A seguir, são descritos alguns ativos que compõem esse tipo de investimento:

 Certificado de Depósito Bancário (CDB) - são títulos que os bancos emitem


para captar dinheiro e realizar seus empréstimos. Eles são remunerados, de
acordo com o valor aplicado e as taxas contratadas. Podem ser pré-fixados ou
pós-fixados, sendo que nos pré-fixados já se saberá quanto vai receber no
vencimento. Esses títulos contam com a garantia do FGC (Fundo Garantidor
de Crédito). Em caso de falência da instituição financeira, você terá seu dinheiro
de volta (com limite de até R$ 250 mil).

38
Jefferson Ney Amaral
 Tesouro Direto – é um programa do Tesouro Nacional, gerido em uma
plataforma onde qualquer pessoa física pode adquirir títulos públicos. Dessa
forma, você empresta seu dinheiro ao Governo Federal, com baixíssimo risco
e boa rentabilidade. Você vira credor do governo e recebe depois o valor
emprestado com as devidas correções. Talvez seja a melhor opção para quem
está começando. Com R$ 30,00 é possível adquirir uma parte de um título
público. Ele oferece um ótimo retorno, se investido a longo prazo.
 Letras de Crédito Imobiliárias (LCI) - é um tipo de empréstimo de dinheiro
que você faz ao banco. Estes recursos são utilizados para financiar o setor
imobiliário. Eles também contam com a garantia do FGC (Fundo Garantidor de
Crédito).
 Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) – são captações que os bancos
fazem para emprestar os recursos às atividades do agronegócio. Esses títulos
têm garantia do FGC (Fundo Garantidor de Crédito).
 Debêntures - são títulos emitidos por uma empresa privada com objetivo de
captar recursos no mercado de capitais para financiar seus projetos e melhor
gerenciar suas dívidas. Não contam com a garantia do FGC (Fundo Garantidor
de Crédito). Existe uma categoria de debênture que é incentivada (não paga
imposto de renda sobre os seus ganhos). ‘É aquela emitida por empresas que
destinam os recursos para projetos de infraestrutura.
 Fundos de investimentos - um grupo pessoas junta recursos e os destinam à
aplicação em ativos relacionados a algum tipo de mercado específico de renda
fixa. Possui a figura de um administrador que, em geral, é uma instituição
financeira específica, a qual constitui o fundo e realiza o processo de captação
de recursos junto aos investidores, através da venda de cotas.
 Previdência Privada - pressupõe guardar dinheiro, deixando-o render para
formar uma reserva. Ela servirá para suportar alguma necessidade maior (um
resgate único) ou prover uma renda mensal complementar à aposentadoria.

Para os recursos aplicados em previdência privada, é possível definir o tipo de


perfil que o fundo utilizará para compor a carteira de investimentos – lembre-se
de que pode ser conservador, moderado ou agressivo.

 CRI (Certificados de Recebíveis Imobiliários) - são títulos, em geral de longo


prazo, lastreados em créditos imobiliários e emitidos exclusivamente por
companhias securitizadoras. Vale ressaltar que seus rendimentos são isentos
de pagamento do imposto de renda.
Como nasce um CRI? Imagine uma construtora que construiu apartamentos e
financiou a compra em 10 anos. As parcelas a receber, são vendidas à
securitizadora, que emite os CRI´s. O risco, nesse caso, é o não pagamento

39
Jefferson Ney Amaral
das prestações por quem comprou os imóveis. Outra informação importante é
que ele não tem proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Portanto, é
preciso ter um cuidado a mais antes de investir nesses títulos.
Sua remuneração pode ser pré ou pós-fixada. O mais comum é encontrar
títulos atrelados ao IPCA, acrescidos de uma taxa prefixada. Por exemplo:
IPCA + 6% a.a. O pagamento de juros e amortização pode ser semestral ou
anual. Em geral, eles têm prazo de quatro a dez anos.
Para este tipo de investimento o melhor é ter a consciência de que terá de
carregar esse título até o vencimento.

 CRA (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) – eles são emitidos


exclusivamente por companhias securitizadoras e têm sua remuneração, riscos
e cuidados semelhantes aos do CRI.
Renda variável
Ao contrário da renda fixa, a renda variável é uma forma de investir cuja remuneração
e/ou cálculo da rentabilidade não são pré-definidos. O mercado de ações é um
exemplo dessa aplicação, uma vez que os preços destes ativos oscilam
constantemente, fruto de variáveis financeiras e econômicas.

Isto posto, fica clara a impossibilidade de prever o ganho que o investidor poderá ter.
Apesar do risco, a renda variável poderá proporcionar retornos surpreendentes e
superiores aos da renda fixa.
A seguir, são descritos alguns ativos que compõem este tipo de investimento:

 Ações ou fundos de ações - são pequenas partes de uma empresa. Quando


uma empresa abre seu capital, o patrimônio dela é dividido em várias cotas,
que são distribuídas entre os investidores. Assim, você também vira dono da
empresa. É como se você tivesse um pedacinho de cada bem da empresa.
 Fundos de Investimentos Imobiliários (FII) - é um empreendimento
imobiliário que foi estruturado e transformado em um ativo, negociado no
mercado de capitais, ou seja, na bolsa de valores. No ano de 2005, foi criada
uma legislação, permitindo que as pessoas físicas pudessem usufruir de
isenção fiscal sobre os rendimentos mensais/anuais, recebidos ao investirem
em fundos imobiliários, desde que esses ativos cumprissem algumas
condições: a - o FII for negociado em ambiente de bolsa ou balcão organizado,
b - o FII tiver, no mínimo, 50 cotistas e c - se o cotista não tiver mais de 10%
das cotas negociadas do fundo imobiliário ou possuir cotas que lhe proporcione
recebimento de rendimento superior a 10% do total de rendimentos recebidos
pelo FII.

40
Jefferson Ney Amaral
Existem quatro 4 tipos de fundos imobiliários presentes no mercado:

 Fundos de tijolo (empreendimentos físicos): seus recursos são investidos


em empreendimentos físicos como lajes corporativas/salas comerciais,
galpões industriais-logísticos, prédios de universidades, hospitais, hotéis,
resorts, shopping-centers, parques temáticos, lojas independentes de
varejo, cemitérios e agências bancárias;
 Fundos de papéis (recebíveis): têm seus recursos aplicados em títulos
financeiros de lastro imobiliário, ou seja, são ativos que recebem fluxos de
caixa oriundos de financiamentos imobiliários diversos que são, por meio
destes títulos, repassados aos cotistas dos fundos de papéis;
 Fundos de fundos (cotas de fundos imobiliários): este fundo compra cotas
de outros fundos imobiliários. Em geral, estes fundos possuem um gestor
que é ativo na montagem da carteira, bem como na compra e venda das
cotas, a fim de trazer retorno para os cotistas, na forma de ganho de
capital e rendimentos;
 Fundos de desenvolvimento (construção de empreendimento): seus
valores são aplicados em projeto de um empreendimento imobiliário para
posterior venda ou locação. Em geral, estes fundos investem em um ativo
para, futuramente, vendê-lo.
Derivativos – são ativos cujo preço deriva do preço de mercado de um bem ou de
outro instrumento financeiro. Ou seja, seus preços oscilam em função do
comportamento de outro produto (o ativo-objeto). Eles possuem sempre um preço
e prazo, estabelecidos para uma data futura. Exemplos desta modalidade de
aplicação: mercado a termo, mercado futuro e mercado de opções.
Forex – vem do termo em inglês foreign exchange, significando mercado de
câmbio ou troca de moeda. Trata-se de um mercado global descentralizado, onde
todas as moedas do mundo são negociadas. Este tipo de operação envolve a
compra de uma moeda e a simultânea venda de outra. O investidor não compra
dólares ou ienes, fisicamente, mas é uma relação monetária de troca entre eles.

Agora que já entendemos os vários tipos de ativos, precisamos montar a nossa


carteira de investimentos, fazendo uma alocação com base no nosso perfil de
investidor e nos nossos objetivos, ou seja, desenhar uma carteira de investimentos
“ideal” ao nosso perfil.

Em geral, as corretoras disponibilizam sugestões de carteiras genéricas que


podem auxiliar na “montagem” de suas aplicações.

Vamos ver as etapas para a alocação/distribuição dos ativos.

41
Jefferson Ney Amaral
 Etapa 1 - definir o percentual a ser investido em cada classe de ativos - essa é
a etapa base, requerendo mais trabalho e pesquisa. Será preciso levar em
consideração seus objetivos financeiros. Precisa ficar muito claro qual o
objetivo a conquistar com a sua carteira de investimento, bem como o prazo
médio para a conquista de cada objetivo, ou seja, definição dos objetivos de
curto, médio e longo prazo. Desta forma, minha diversificação (hipotética) será
de 70% em renda fixa e de 30% em renda variável.
 Etapa 2 - definir em quais ativos haverá investimentos dentro de cada classe –
é o momento de escolher a composição das classes:
 Renda Fixa
 Renda Variável
 Etapa 3 - escolher o percentual a ser investido em cada ativo específico:
 Renda Fixa
 Certificado de Depósito Bancário (CDB)
 Tesouro Direto
 Letras de Crédito Imobiliárias (LCI)
 Letras de Crédito do Agronegócio (LCA)
 Debêntures
 Fundos de investimentos
 Previdência Privada
 CRI (Certificados de Recebíveis Imobiliários)
 CRA (Certificados de Recebíveis do Agronegócio)
 Etc.
 Renda Variável
 Ações ou fundos de ações
 Fundos de Investimentos Imobiliários (FII)
 Derivativos
 Forex
 Etc.
É preciso ter seus objetivos muito claros e conhecer seu perfil de investidor
para conseguir entender onde concentrar mais e onde diversificar mais seus
ativos. Existe uma abordagem denominada de equal weight, ou seja, peso
igual. Por esta abordagem, a distribuição de itens diferentes dentro da mesma
espécie recebe o mesmo peso. Vamos a um exemplo: vou comprar cinco CRA.
Então, deve ser alocado 20% para cada CRA. Se forem quatro Fundos
Imobiliários - FII, serão alocados 25% para cada um.

 Etapa 4 - Verificar a frequência e o tamanho dos aportes que serão realizados


– talvez seja esta a etapa que tenha uma maior aproximação e dependência
da abordagem da gestão financeira pessoal. Será preciso que você tenha bem
42
Jefferson Ney Amaral
claro qual será a frequência que você realizará aportes na sua carteira de
investimentos e qual será o valor investido para cada aporte. Vale a pena já
separar um percentual dos seus valores recebidos e realizar este aporte, tão
logo os recursos estejam disponíveis. Depois de verificar seu orçamento real,
realizar um novo aporte, fruto daqueles recursos que você conseguiu
poupar/economizar em suas despesas.

É razoável imaginar que, para valores pequenos, não será factível fazer a
distribuição, a cada aporte, em todas as espécies de papeis. Neste caso,
escolha um ou dois papéis e aplique. No aporte seguinte, compre papéis de
outras espécies, seguindo o seu planejamento.

Abaixo, apresentamos uma planilha em Excel onde foram simuladas as alocações dos
ativos e gerados gráficos que ajudam a entender os resultados.

Alocação total de ativos

Valor a ser investido: 10.000

% Valor
Alocação Alocado Alocado por
Classe de Ativo (1) Por tipo de
na Classe dentro da tipo de
Papel (5)
(2) Classe (3) Papel (4)
Renda fixa 70,00 100 7.000
- CDB 10 7,0 700
- Tesouro direto 28 19,6 1.960
- Fundos de investimentos 20 14,0 1.400
- LCI / LCA 10 7,0 700
- Previdência privada 10 7,0 700
- CRI / CRA 22 15,4 1.540
0,0 0
Renda Variável 30,00 100 3.000
- Ações 10 3,0 300
- Fundos Imobiliários 90 27,0 2.700
0,0 0
Alocação Total 100,00 100,0 10.000

(1) Na coluna classe de Ativo, discrimine que tipos de papeis de renda fixa e renda variável
compõem ou comporão sua carteira.
(2) Na coluna de % de alocação na classe, defina um percentual para Renda fixa e para renda
variável. A soma deles precisa fechar em 100%.
(3) Na coluna de % alocado dentro da classe, faça a distribuição por tipo de papel escolhido. A
soma deles precisa fechar 100% dentro de cada classe (100% renda fixa e 100% renda
variável).
(4) Na coluna de % alocado por tipo de papel – não precisa preencher. O cálculo, quando se utiliza
a planilha em Excel, é automático.
(5) Distribua o valor a ser investido com base nos % alocados dentro da classe (3).

43
Jefferson Ney Amaral
% Alocação na Classe

Renda Variável:
30,00
Renda fixa;
70,00

Alocação por tipo de papel


- CDB
- Fundos 0% 7%
Imobiliários
27% - Tesouro direto
20%

- Ações
3%
0% - Fundos de
investimentos
- CRI / CRA 14%
15%
- Previdência
privada - LCI / LCA
7% 7%

44
Jefferson Ney Amaral
Como os Juros fazem seus investimentos crescerem
Os juros podem ser calculados de duas formas:

Juros simples
São aqueles pagos somente sobre o capital
principal (de quem empresta/aplica ou de
quem toma emprestado).

Juros compostos
Após cada período (dia, mês ou ano), os
juros são incorporados ao principal e
passam, por sua vez, a render mais juros. É o chamado “juros sobre juros”. Alguns
dizem ser “a força mais poderosa do universo”. Outros, os consideram “a maior
invenção da humanidade”.

A maioria das pessoas não percebe a forma como os juros trabalham com o dinheiro
e acabam se atrapalhando na hora de investir ou em meio às suas dívidas. Uma coisa
é certa - esse é um dos conceitos mais importantes de investimentos que você precisa
entender e dominar. O funcionamento e o cálculo de juros compostos são importantes
em vários momentos da nossa vida, como:
 na análise de onde investir o nosso dinheiro;
 para estudar a viabilidade de se tomar um empréstimo pessoal ou empresarial;
 na simulação do financiamento de um imóvel;
 para entender como podemos alcançar a nossa independência financeira.
É preciso ficar claro que os juros compostos podem ser utilizados a nosso favor, como
recebimento, ou a favor do nosso credor, como pagamento. Um exemplo disso é o
cheque especial ou o rotativo de cartão de crédito, onde 8,5% a.m. equivale a mais
de 266,5% a.a. Seria muito bom se os nossos investimentos fossem
calculados/remunerados dessa forma.

Nos juros compostos, o componente exponencial é a quantidade de períodos que o


dinheiro fica emprestado (ou investido). É por isso que o tempo é muito importante na
hora de investir. Ser disciplinado, para poupar por vários anos (ou várias décadas), é
um dos pontos mais importantes no caminho da acumulação. Quando você deixa o
tempo trabalhar, a parte exponencial da fórmula – (1 + i)n - consegue agir em sua
forma mais extraordinária. Ver Anexo “A”.

45
Jefferson Ney Amaral
Muitos podem perguntar o que tem a
declaração de imposto de renda com o
tema finanças pessoais. A resposta é
simples: tem tudo haver!

Na abordagem feita sobre finanças


pessoais, foram mencionados aspectos
de entrada de recursos, saída de
recursos para pagamentos, compra de
bens e investimentos, financiamento de
bens e outras dívidas. Se observarmos uma declaração de imposto de renda, vamos
ver que esses mesmos itens aparecem nela. A diferença é que essas informações
não ficam restritas à sua pessoa. Elas são compartilhadas com o governo por meio
da Receita Federal – o Leão - a cada ano. Daí a importância de estruturar as nossas
finanças pessoais, de forma a atender a legislação que nos obriga a prestar esta
informação.

Algumas pessoas acham que a declaração de imposto de renda, feita entre os meses
de março e abril de cada ano, somente merece a nossa atenção nesta época. Isto é
um grande engano. O que acontece neste período é o lançamento das informações
de eventos que ocorreram de janeiro a dezembro do ano anterior. Por isso, a Receita
Federal refere-se à declaração como sendo de 2019, ano-calendário de 2018 (ano em
que é feita e o período a que se refere).

Não estamos pretendendo entrar em detalhes sobre eventos específicos de


declarações de renda. Caso tenha dúvidas sobre isto, consulte na própria declaração,
em Ajuda ou no ícone ?, conforme mostrado na figura abaixo.

Os preparativos para a elaboração da declaração de ajuste do imposto de renda


começam no ano anterior. Vale lembrar que para o imposto de renda é utilizado o
regime de caixa, ou seja, o que foi pago e recebido dentro do ano. Por isso, enquanto
o ano ainda está em andamento, precisamos ficar atentos a algumas providências.
46
Jefferson Ney Amaral
Preparação para o imposto de renda -
durante todo o ano anterior

Preenchimento e envio da declaração do imposto de renda -


março e abril do ano seguinte

Vamos dar alguns exemplos:


Receitas

Quem obteve rendimentos mensais de pessoas físicas, não tributados na fonte


superiores a R$ 1.903,98, deve recolher mensalmente o Imposto de Renda de pessoa
física, utilizando a tabela de imposto progressivo, através do programa Carnê-Leão.
Como exemplos de rendimentos temos: aqueles recebidos do exterior, pensão
alimentícia, transporte de carga (caminhoneiros autônomos), transporte de
passageiros (como motorista de aplicativo), recebimento de aluguéis. O não
recolhimento do Carnê-Leão aumenta o risco de a declaração cair na Malha Fiscal, o
que pode implicar na cobrança de multas que chegam até 150% do valor da operação.

Informação disponível em: https://g1.globo.com/economia/imposto-de-


renda/2019/noticia/2019/04/18/imposto-de-renda-2019-veja-o-que-fazer-se-voce-nao-pagou-o-carne-
leao.ghtml

47
Jefferson Ney Amaral
Pagamentos efetuados

É preciso lembrar que a Receita Federal poderá pedir a apresentação dos recibos e
notas fiscais que você declarou como pagamentos. Dessa forma, precisamos ter
atenção redobrada, verificando se, em tais documentos, constam o nome de quem
prestou o serviço, o CPF/CNPJ, a data e o tipo de serviço prestado. Verifique também
se quem recebeu o serviço foi você ou algum dependente legal seu – se o beneficiário
não for seu dependente, esse recibo não poderá ser lançado em sua declaração.

Não são todos os pagamentos que são dedutíveis para fins de imposto de renda. Os
mais comuns e que as pessoas confundem são as despesas com remédios, cursos
de línguas, academias de dança ou ginástica, compra de óculos/lentes de contato e
transporte escolar.

Bens e direitos

Neste campo, deve ser feito o lançamento de todo o seu patrimônio. Alguns cuidados
especiais precisam ser tomados, antes do final do ano. Vejamos alguns itens:
1. Veículos – se comprou ou vendeu algum carro, é preciso que tenha em mãos
nota fiscal de compra/venda ou cópia do recibo de compra/venda (aquele que
precisa de reconhecimento de firma no cartório). Nestes documentos, temos
informações como nome, CPF/CNPJ, data, descrição e valor de quem vendeu
ou de comprou de você.
2. Imóvel – se comprou ou vendeu algum imóvel, é preciso ter alguns cuidados:
A) Na compra, temos que acrescentar, além do valor efetivamente
desembolsado (mais a frente, iremos falar de financiamento) que pagamos pelo
bem, as despesas de cartórios (contrato e registro), bem como o ITBI que foi
pago à Prefeitura.
B) Também precisamos acrescentar todos os valores de reformas e melhorias
que fizemos no imóvel. Para isso, é necessário ter as notas fiscais dos gastos.
Isto é muito bom, pois pode nos ajudar, reduzindo o imposto a pagar no futuro,
quando formos alienar este imóvel. Ao vender algum imóvel, é preciso usar o
Programa de Apuração dos Ganhos de Capital” - GCAP. Nele, é apurado se você
tem imposto a ser pago, quando da venda do bem. É importante ficar atento,
pois, se tiver que recolher o imposto, a guia precisa ser quitada no último dia útil
do mês seguinte ao recebimento das parcelas relativas à venda. Caso isto não
seja feito, haverá multa, juros e correção. Lembre-se de que o cartório comunica
a transação à Receita Federal.
3. Depósitos bancários – o banco informa de saldo em 31/12.

48
Jefferson Ney Amaral
4. Aplicações em ações, cotas de fundos imobiliários – se você possui ações
ou cotas de fundos de várias empresas, elas precisam ser lançadas uma a uma,
descrevendo a quantidade, o nome da empresa e o valor médio (caso tenha feito
mais de uma compra no ano). O valor de compra precisa ser acrescido da
corretagem e o valor de venda tem que ser subtraído da corretagem. Esses
dados são utilizados para cálculo do ganho de capital em renda variável (veja
anexo específico no formulário da Declaração de Imposto de Renda). Abaixo,
apresentamos a sugestão de uma planilha para controle e cálculo dessas
aplicações.

Abaixo estão listados, os erros comuns no preenchimento no formulário de imposto


de renda:

Ficha do IR Ações a serem feitas

Receitas mensais recebidas de pessoas Se a soma delas for maior que R$


físicas 1.903,98 – pagar Carnê Leão

Verificar se consta quem prestou o


Pagamentos efetuados serviço, o CNPJ/CPF, a data e nome do
beneficiário do serviço

O valor de compra é fixo, não se altera


Bens e direitos - Veículos
por nenhum motivo

O valor é fixo, somente se altera pelo


acréscimo da prestação de financiamento
Bens e direitos - Imóveis
ou por melhorias realizadas, desde que
comprovadas

Investimentos em ações, cotas de É preciso descrever a quantidade


fundos, debêntures possuída e o preço médio de compra

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Jefferson Ney Amaral
Agora que já falamos dos preparativos que devem ocorrer para o preenchimento da
Declaração de Imposto de Renda, vamos detalhar as etapas mais importantes.

Identificação do Contribuinte

Há uma pergunta muito importante e que precisa ser respondida – possui cônjuge ou
companheiro(a)? Se a resposta for sim, você deverá preencher o CPF dele(a).

Com esta resposta, há uma comunicação entre as duas declarações de imposto o que
pode ajudar a justificar uma variação do patrimônio do casal.

Os demais campos não apresentam maiores dificuldades em seu preenchimento.


Dependentes

Existem algumas condições, explicitadas no formulário de declaração de renda, para


que as pessoas sejam consideradas dependentes. Vale ressaltar também que os
dependentes podem ser lançados na declaração de apenas um cônjuge por ano. Isto
quer dizer que, se, no ano seguinte, for mais conveniente lançar os dependentes na
declaração do outro cônjuge, isto poderá ser feito. A Receita Federal não interfere
nisso. Mas vale uma ressalva importante: as despesas dos dependentes, como
médico, educação, plano de saúde, plano gerador de benefício livre (PGBL) e os bens
e direitos, devem acompanhá-lo, ou seja, se, em um ano, for lançado na declaração
do marido, tudo ficará nela. No ano seguinte, se for colocado na declaração da esposa,
tudo vai na dela.
Alimentandos

Pode ser que um dos cônjuges tenha filhos originários de outro casamento e que,
neste processo judicial, foi definido o pagamento de uma pensão para os filhos. É
neste campo que os filhos devem ser registrados e o pagamento é lançado com o
código 30 - Pensão alimentícia judicial paga a residente no Brasil.
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Jefferson Ney Amaral
Rendimentos tributados recebidos de pessoa jurídica

Neste campo, são lançados os informes de rendimentos relativos a salários e outros


pagamentos, inclusive aluguéis, quando recebidos de alguém que tenha CNPJ. Neste
caso, do valor do aluguel é preciso descontar a comissão paga à imobiliária.
É necessário bastante cuidado ao efetuar esses lançamentos - as empresas são
obrigadas a informar esses valores à Receita Federal, cujo sistema de controle faz
sua checagem. Inclusive, se você prestou algum serviço para alguma empresa
(exemplo: treinamentos remunerados) e esqueceu de lançar em sua declaração,
certamente, ela cairá na malha fina, pois a empresa informará à Receita o seu
rendimento.
Rendimentos tributados recebidos do exterior e de pessoa física

Neste campo, são lançados rendimentos relativos a serviços autônomos, outras


entradas de recursos, aluguéis recebidos de pessoas físicas. Nesse caso, do valor do
aluguel é preciso descontar a comissão paga a imobiliária.
Se você recebeu pensão alimentícia, é neste campo que ela deverá ser lançada.

Lembra quando abordamos anteriormente o item Receita? Naquela oportunidade


falamos do pagamento do carnê Leão. É neste item que os DARF recolhidos serão
lançados ou “puxados” diretamente do Programa.

Se porventura você pagou previdência social (carnê laranja) é aqui que seu
pagamento deverá ser lançado. Na figura abaixo, esses campos são mostrados:

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Jefferson Ney Amaral
Rendimentos isentos e não tributáveis

Um erro muito comum é se esquecer de lançar a restituição do imposto de renda do


ano anterior. Este lançamento é feito, utilizando o código 25 - Restituição do imposto
sobre a renda de anos-calendário anteriores.
Fique atento se você recebeu alguma doação ou herança. O lançamento é feito com
o código 14 - Transferências patrimoniais – doações e heranças.
Procure mais informações quando receber uma doação - pode ser que quem tenha
feito a doação ou o espólio que deu origem à herança, tenha recolhido o Imposto sobre
Transmissão "Causa Mortis" e Doação (ITCMD), o qual incide na transmissão não
onerosa de bens ou direitos, tal como ocorre na herança (causa mortis) ou na doação
(inter-vivos).

Alguns rendimentos de aplicação financeira são isentos de tributação - caderneta de


poupança, LCI, LCA, CRI, CRA, debêntures incentivadas etc. Nos informes de
rendimentos dos bancos e corretoras, esses valores já estão discriminados
Rendimentos sujeitos à tributação exclusiva/definitiva

Aqui, serão lançados os rendimentos de aplicações que têm tributação definitiva -


ganho com CDB, fundos de investimentos etc. Em geral, nos informes de rendimentos
dos bancos e corretoras, esses valores já estão discriminados.

É neste campo que precisa ser lançada a participação nos lucros e resultados – PLR
ou a remuneração variável, no caso do Sebrae. O código desse lançamento é o 11.

Rendimentos tributáveis de pessoas jurídicas (imposto com exigibilidade


suspensa) - Imposto pago/retido

Estes campos são muito específicos e não é nosso propósito trabalhar com eles, neste
momento.

Rendimentos recebidos acumuladamente

Um exemplo de utilização deste campo é quando você se aposenta pelo INSS,


próximo ao final do ano. A Previdência gasta mais ou menos 90 dias para deferir seu
processo e mais um tempo para efetuar o depósito. Vamos imaginar que você entrou
com a “papelada” em outubro. O depósito em sua conta ocorreu em fevereiro. Você
irá perceber que recebeu valores de outubro a dezembro de um ano e janeiro e
fevereiro do ano seguinte. O informe de rendimento que a Previdência Social enviará
a você constará a informação que uma parte foi rendimento acumulado. O bom disso
é que sobre este rendimento não tem imposto a pagar.

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Jefferson Ney Amaral
Pagamentos efetuados

Precisamos ter um cuidado especial nos pagamentos. O programa perguntará se


aquele pagamento se refere a uma despesa do titular ou de um dependente. Por isso,
é importante fazer o cadastramento de dependentes e alimentandos, no item
específico do formulário da declaração de renda, antes de se chegar neste item.

É preciso já ter separado os recibos e notas fiscais, conforme foi mencionado, quando
falamos dos preparativos que acontecem no ano anterior.

Valores referentes à educação, saúde, plano de saúde, encargos relativos ao e-social


e contribuições a fundos de previdência (PGBL, Sebraeprev) são lançados neste
espaço.
Bens e direitos

Aqui, são descritos e lançados todos os bens da pessoa, inclusive recebíveis oriundos
de empréstimos que ela tenha realizado para outras pessoas e juros recebidos sobre
o capital social, relativos a alguma ação que possua e que ainda não tenha recebido
o pagamento.

Em geral, os aumentos de valores dos bens de um ano para o outro somente


acontecem quando há uma entrada ou saída real de dinheiro. Um exemplo é o saldo
de conta corrente no banco – de um ano para o outro, ela tem movimentações
financeiras. Outro exemplo seria o valor de um CDB – de um ano para outro, ele pode
ter sido acrescido dos juros recebidos.

Na figura abaixo, apresentamos a tela de Bens e Direitos do imposto de renda:

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Jefferson Ney Amaral
No parágrafo anterior, foi mencionado que os bens variam de um ano para o outro,
quando tem movimentação financeira. Isto quer dizer que movimentação econômica
não é levada em consideração. Um exemplo é o veículo – ele é lançado por R$
35.000,00 no ano anterior. Neste ano, na nova declaração, o valor permanece o
mesmo – R$ 35.000,00. Não se pode trocar o valor para menor porque o veículo
desvalorizou. Ou um lote, que foi lançado por R$ 50.000,00, no ano anterior, na
declaração deste ano, permanece com o valor de R$ 50.000,00 e não importa se,
agora, ele esteja valendo R$ 75.000,00. De forma semelhante, em relação à
participação em uma empresa, se o valor lançado na declaração anterior for de R$
1.666,00, no ano seguinte, o valor se manterá (em R$ 1.666,00). Isto se deve ao fato
de que o número de cotas não se alterou. A desvalorização do veículo, a valorização
do lote ou valorização das cotas ou ações é um evento econômico.

Vamos, então, falar de um apartamento, por exemplo. Na figura a seguir, mostramos


como é a tela de lançamento do imposto de renda:

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Jefferson Ney Amaral
Temos três situações possíveis:
a. Comprei o apartamento à vista em 2017 – o código de lançamento é o 11. É
preciso colocar o índice cadastral do IPTU e a data da aquisição. No campo de
discriminação, vamos descrever o bem – a área, de quem comprou (nome,
CPF/CNPJ), o valor pago (exemplo R$ 300.000,00), a forma de pagamento (à
vista). Lembrar de incluir neste valor aquelas despesas mencionadas na
preparação do imposto de renda no ano anterior (taxas dos cartórios, ITBI,
despachantes etc.). Como exemplo, esses valores somaram-se em R$
18.000,00. No campo situação em 31/12/2017, o valor colocado foi de R$
318.000,00 (R$ 300.000 + 18.000). Como não foi informado nenhum gasto com
reforma e melhorias no imóvel, o valor se repete para a situação de 31/12/2018.
b. Comprei o apartamento financiado por uma carteira habitacional em 2017 – o
código de lançamento é o 11. É preciso colocar o índice cadastral do IPTU e a
data da aquisição. No campo de discriminação, vamos descrever o bem – a
área, quem vendeu (nome, CPF/CNPJ), a forma de pagamento (financiado). É
necessário descrever o valor pago com recursos próprios (entrada + taxas e
tributos) e se utilizou o FGTS. Exemplo: entrada de R$ 90.000,00, R$ 20.000,00
de FGTS, R$ 18.000 de desembolso de taxas e tributos, mais o valor financiado
de R$ 190.000,00, em tantas parcelas – nesse caso, no campo situação em
31/12/2017, o valor a ser colocado é de R$ 128.000,00 (R$ 90.000 + R$ 20.000
+ R$ 18.000). Já, no campo situação de 31/12/2018, é necessário considerar
as prestações pagas do financiamento obtido, ou seja, se durante o ano de
2018, você pagou ao banco 12 prestações de R$ 780,00, teremos um total de
R$ 9.360,00. O banco disponibilizará para você um informe, mostrando o
quanto você pagou no ano de 2018 (R$ 9.360,00) e qual era o seu saldo
devedor em 31/12/2018 (por exemplo, R$ 189.000,00). Como não foi informado
nenhum gasto com reforma e melhorias no imóvel, o valor a ser colocado para
a situação de 31/12/2018 será de R$ 137.360,00 (R$ 128.000 + R$ 9.360). Na
discriminação, será preciso citar o novo saldo devedor informado pelo banco.
c. Comprei o apartamento financiado por uma carteira habitacional em 2017 – o
código de lançamento é o 11, porém, fiz melhorias e reformas em 2018,
investindo R$ 10.000,00. Tudo se repete como no exemplo anterior, mas.
como foi informado gastos de R$ 10.000,00 com reforma e melhorias no imóvel,
o valor a ser colocado para a situação de 31/12/2018 será de R$ 147.360,00
(R$ 128.000 + R$ 9.360 + R$ 10.000). Na discriminação, será preciso falar que
houve melhorias e reformas e que as notas fiscais estão em seu poder.
Já vimos algumas declarações em que o valor financiado foi colocado em Dívidas e
ônus reais. Existe uma instrução da Receita para que isto não seja feito. Ademais,
quando são somados ao valor do bem os juros e taxas pagas, este valor vai
55
Jefferson Ney Amaral
aumentando. Se, no futuro, ele for vendido, o ganho de capital poderá ser quase nulo,
se houver. Se o lançamento for da outra maneira (em Dívidas e ônus reais), o valor
do bem (R$ 300.000,00) somente será acrescido das despesas de melhorias e
reformas que forem feitas, gerando um ganho de capital grande na hora que for
vendido.
Dívidas e ônus

Neste campo, devem ser lançados os valores que o declarante tomou de empréstimos
para comprar um veículo, um crédito direto ao consumidor (CDC), um empréstimo
tomado junto a uma pessoa física (pai, mãe, tio etc.), inclusive o saldo devedor da
conta corrente bancária.
Na figura abaixo, apresentamos a tela constante no formulário da declaração:

É preciso escolher o código que melhor reflita a quem você está devendo. Na
discriminação, é importante você mencionar o número de parcelas, o valor delas e o
saldo devedor na situação 31/12/2018. Essas informações são fornecidas pela
Instituição financeira. Entretanto, quando for financiamento de veículo, você é que
deverá fazer a conta de quanto pagou e de quanto ainda é o seu saldo devedor. O
mesmo raciocínio se aplica a empréstimos de pessoas físicas e jurídicas que não
sejam instituições financeiras. É importante informar o valor pago no ano. Isto tem
implicações na sua necessidade de “caixa”.

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Jefferson Ney Amaral
Checagem das informações

Chegou o momento de verificarmos a


consistência das informações que
fornecemos. Isto vai além de um
checklist. O que precisamos verificar é
se os dados, agora agrupados, fazem
sentido. É bom registar todo o recurso
que temos como rendimento:

 Rendimentos tributados recebidos de pessoa jurídica


 Rendimentos tributados recebidos do exterior e de pessoa física
 Rendimentos isentos e não tributáveis
 Rendimentos sujeitos à tributação exclusiva/definitiva
 Rendimentos recebidos acumuladamente.

Esses recursos devem ter sido utilizados para:

 Pagamentos efetuados
 Bens e direitos
 Dívidas e ônus
 Pagamento de dívidas.
É claro que nem todas as despesas têm campos para serem lançadas na declaração
de imposto renda. Como exemplos, temos: despesa de condomínio, IPTU, IPVA,
seguros, alimentação, viagens, combustíveis, manutenção da casa e do carro, compra
de eletrodomésticos etc. Mas, tenha certeza de que a Receita Federal sabe que elas
existem. Desta forma, não tem sentido a soma de tudo que entrou ter sido utilizado
nos quatro itens mencionados acima – pagamentos, bens e direitos... É preciso ter
sobrado algum valor razoável para pagar as contas como essas citadas no nosso
exemplo.

Para que possamos fazer esta checagem de consistência, utilizamos três telas da
declaração.

A primeira chama-se Outras informações. Ela é encontrada dentro da aba Resumo da


Declaração. Veja a figura abaixo:

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Jefferson Ney Amaral
A segunda chama-se Cálculo do imposto. Ela também é encontrada dentro da aba
Resumo da Declaração. Veja a figura abaixo:

A terceira tela chama-se rendimentos tributáveis e deduções. Ela é encontrada dentro


da aba Resumo da Declaração. Entretanto ela somente aparece quando a declaração
for feita no modelo completo. Veja a figura abaixo:

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Jefferson Ney Amaral
Vamos agora fazer a nossa “auditoria”. Para facilitar o entendimento vamos dividir em
etapas:

1. Verificar a evolução patrimonial – no quadro “Outras informações”, estão


apresentados os totais dos Bens e Direitos existentes em 31/12/2017 – R$
2.635.652 e em 31/12/2018 – R$ 3.380.907. Quando subtraímos o valor de 2018
do existente em 2017, encontramos quanto o patrimônio da pessoa cresceu ou
diminuiu naquele ano.
No nosso exemplo, seria R$ 3.380.907 – R$ 2.635.652 = R$ 745.255. Assim, será
necessário justificar rendas que possam explicar esta variação patrimonial.
2. Verificar a variação de Dívidas e ônus reais - no quadro “Outras informações”,
estão apresentados os totais das Dívidas e ônus reais existentes em 31/12/2017 –
R$ 70.000 e em 31/12/2018 – R$ 242.822. Quando subtraímos o valor de 2018 do
existente em 2017, encontraremos quanto as dívidas da pessoa cresceu ou
diminuiu naquele ano.

No nosso exemplo seria R$ 242.822 – R$ 70.000 = R$ 172.822. Dessa forma,


verificamos que as dívidas aumentaram. Poderia ter acontecido o contrário, as
dívidas foram reduzidas e precisaríamos justificar onde foi obtida a receita para
quitar as dívidas.
3. Rendimentos isentos e não tributáveis - no quadro “Outras informações”, é
apresentado o total destes rendimentos existentes em 31/12/2018 – R$ 468.371.
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Jefferson Ney Amaral
Este valor ajudaria a explicar a origem de recursos que foram utilizados no
aumento da variação patrimonial ou na quitação de dívidas e ônus existentes.
4. Rendimentos sujeitos à tributação exclusiva/definitiva – de forma semelhante,
no quadro “Outras informações”, é apresentado o total destes rendimentos
existentes em 31/12/2018 – R$ 75.804. Este valor ajudaria a explicar a origem de
recursos que foram utilizados no aumento da variação patrimonial ou na quitação
de dívidas e ônus existentes.
Com base nessas informações, já podemos fazer nossos primeiros cálculos e tirar
algumas conclusões.
a. O patrimônio desta pessoa aumentou em R$ 745.255.
b. As dívidas desta pessoa aumentaram em R$ 172.822.
c. Os rendimentos isentos e não tributáveis foram de R$ 468.371.
d. Rendimentos sujeitos à tributação exclusiva/definitiva foram de R$ 75.804.
e. Cálculos: variação patrimonial ± dívidas e ônus - rendimentos isentos -
Rendimentos sujeitos à tributação exclusiva = justificativa da variação do
patrimônio.

No nosso exemplo: R$ 745.255 - R$ 172.822 - R$ 468.371 - R$ 75.804 = R$


28.258.

f. Conclusão: no nosso exemplo, a pessoa não dependeu dos seus rendimentos


tributáveis recebidos de pessoas jurídicas e dos rendimentos tributáveis
recebidos de pessoas físicas para justificar sua variação patrimonial.
5. Verificar se suporta o padrão de vida – para que seja feita esta análise, é preciso
deixar explícito alguns fundamentos:
a) os valores que são deduzidos dos nossos rendimentos, como contribuição à
previdência social e retenção de imposto de renda, não podem ser utilizados
para a nossa movimentação financeira (pagamentos e aumento da variação
patrimonial), por um motivo simples: eles não estão disponíveis para nós. Eles
são recolhidos aos órgãos competentes pela empresa;

b) é preciso, em nossos cálculos, deixar uma folga para cobrir aqueles itens
que não temos como declarar (exemplos: transporte escolar, taxa de
condomínio, IPTU, IPVA, energia elétrica, TV a cabo, Internet, água, gás,
telefone, alimentação fora do lar etc.);
c) aqueles valores permitidos como redutores da base de cálculo do imposto
podem representar esta folga (exemplos: dedução por dependente, dedução
por educação etc.).
Com base nestas informações, vamos proceder aos cálculos, seguindo as etapas
descritas a seguir:
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Jefferson Ney Amaral
a. Na tela da declaração chamada “Cálculo do imposto”, busque o valor
constante na base de cálculo. Se a declaração for no modelo simplificado,
neste valor já foi deduzido os 20% permitidos. Caso seja no modelo
completo, na tela, chamada de “Rendimentos tributáveis e deduções”, estará
mostrado o que foi deduzido para se chegar à base de cálculo.
b. Nem tudo que pode ser deduzido representa a realidade dos pagamentos
efetuados. Um bom exemplo é a despesa com instrução que tem seu valor
limitado a R$ 3.561,50/ano para o titular e cada dependente que esteja
estudando. É sabido que este valor não cobre toda a despesa anual.
Entretanto, na sua ficha de pagamentos, constou o valor do recibo que a
escola forneceu. É preciso levar em consideração esta diferença. Este
mesmo raciocínio é válido para outras despesas lançadas como pagamento
e que não são dedutíveis – aluguel e honorários advocatícios.
c. Na ficha Dívidas e ônus reais, há um campo denominado Valor pago no ano.
Este valor não aparece em nenhum outro campo da declaração, mas a
receita federal sabe que você precisou de recursos para fazer esta quitação.
d. Verifique quanto foi descontado na fonte de imposto de renda – este valor
aparece na tela cálculo do imposto com o nome de Total de imposto pago
(fica à direita desta tela).
e. Cálculos:

Oper. Discriminação Valores


Base de Cálculo
- Valores que excederam as deduções

- Valores pagos no ano de 20..

- Total de imposto pago


Valor disponível antes de cobrir a variação
=
patrimonial e a variação de dívidas e ônus
± Variação patrimonial

± Variação de dívidas e ônus

+ Rendimentos isentos e não tributáveis

+ Rendimentos sujeitos à tributação exclusiva

= Valor anual disponível para padrão de vida

/ 12 Valor mensal para custear o padrão de vida

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Jefferson Ney Amaral
f. Conclusões: baseado nesses cálculos, podemos verificar se a pessoa
precisou utilizar seu salário para cobrir sua variação patrimonial e a variação
de dívidas e ônus. Também é possível verificar se a pessoa está vivendo
com base na redução do seu patrimônio e/ou no aumento de suas dívidas.
Mas, o melhor é quando constatamos que a variação patrimonial está sendo
coberta pelos rendimentos sujeitos à tributação exclusiva e pelos
rendimentos isentos e não tributáveis. Isto quer dizer que o nosso dinheiro
está trabalhando para nós – dinheiro gerando dinheiro.

Você também precisa responder a seguinte pergunta para ter tranquilidade:


Este valor mensal para custear o padrão de vida realmente suporta seus
gastos/compromissos?

62
Jefferson Ney Amaral
Banco Central do Brasil. Caderno de Educação Financeira – Gestão de Finanças
Pessoais. Brasília: BCB, 2013.

CERBASI, G. A complexa educação Financeira. Disponível em:


<http://www.maisdinheiro.com.br/artigos>. Acesso em: 20 mar. 2019.

CERBASI, Gustavo. Casais inteligentes enriquecem juntos. 1ª Ed. São Paulo: Gente,
2004.

CERBASI, Gustavo. Como organizar sua vida financeira: Inteligência financeira


pessoal na prática. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.

Educação financeira para pessoa física/Marineuza Barbosa Lima e Silva. – Salvador:


Sebrae/BA, 2013.

FERREIRA, R. Como Planejar Organizar e Controlar seu Dinheiro: manual de finanças


pessoais. São Paulo: IOB Thomson, 2006.

FERREIRA, Vera Rita de Mello. Decisões econômicas: você já parou para pensar?
São Paulo: Saraiva, 2007.

FLORES, S. A. M.; VIEIRA, K. M. Influência de fatores comportamentais na propensão


ao endividamento. Revista de Adm. FACES Journal Belo Horizonte, v.12, n. 2, p. 13-
35, 2013. Disponível em: www.fumec.br/revistas/facesp/article/view/808 acesso em
29 abr. 2019.

HAFELD, Mauro. Investimentos: como administrar melhor seu dinheiro. São Paulo:
Fundamento, 2007.

HOJI, Masakazu. Administração financeira na prática: guia para educação financeira


corporativa e gestão financeira pessoal. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

KAHNEMAN, Daniel. Rápido e devagar: duas formas de pensar. Editora Objetiva: Rio
de Janeiro, 2012.

KAPOOR, J. R.; DALABAY, L. R.; HUGHES, R. J. Personal finance. 10. ed. New York:
McGraw- Hill, 2012.

KIYOSAKI, Robert T. e LESTER, Sharon L. Pai Rico, Pai Pobre. 57ª Ed. São Paulo:
Campus, 2005.

LUQUET, Mara. O meu guia de finanças pessoais: como gastar sem culpa e investir
sem erros. Editora Elsevier – Campus: Rio de Janeiro, 2011.

Planejamento financeiro familiar / Caixa Econômica Federal. - Brasília: CAIXA, 2009.

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Jefferson Ney Amaral
Devido a importância dos juros compostos, iremos disponibilizar seu cálculo por meio
da Calculadora Financeira HP 12-C e também de forma manual, com a utilização de
uma tabela auxiliar.

Calculadora HP 12-C

PASSO 1 – Clicar em f + fin para limpar todos os registros financeiros salvos;

PASSO 2 – Inserir o valor inicial + CHS + PV - o botão “CHS” serve para deixar o
valor negativo. Já o “PV” é para informar que esse é o valor inicial.

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Jefferson Ney Amaral
PASSO 3 – Inserir a taxa de juros + i;

PASSO 4 – Inserir o prazo + n;

PASSO 5 – Clicar em FV para calcular qual é o valor final, ou final value, dessa
operação

Ao final, se você seguiu corretamente os passos, chegará ao resultado mostrado:

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Jefferson Ney Amaral
Inspirado em Clube do Valor - Ramiro Gomes Ferreira

Cálculo manual dos juros compostos

A fórmula matemática dos juros compostos é a que segue:


M = C x (1 + i)n
Onde:
 M = montante
 C (principal) = capital
 i = taxa
 n = número de períodos
Ela se origina do seguinte raciocínio:

Primeiro mês:

Segundo mês:

Terceiro mês:

Quarto mês:

Quinto mês:

Para fazer cálculos rápidos, basta multiplicar o capital (C) pelo índice encontrado na
tabela da página seguinte. Veja que temos uma coluna de período (n) e uma linha
de taxa (i). Exemplo: 12 meses a uma taxa de 9% teremos o valor de 2,8127. Se o
valor aplicado for de R$ 1.000,00, teremos após 12 meses:

R$ 1.000,00 x 2,8127 = R$ 2.812,70.

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Jefferson Ney Amaral
67
Jefferson Ney Amaral
Agência de Fomento - Entidade que busca ajudar no desenvolvimento de empresas,
por meio da oferta de linhas especiais de crédito, cujos recursos podem ser usados
tanto no financiamento do capital de giro, quanto nos investimentos destas empresas.
Alocação da Carteira - Termo usado para definir a forma com que os recursos de uma
carteira de investimentos serão alocados entre as várias classes de ativos ou entre
diferentes ativos. Por exemplo, podemos alocar uma carteira entre ativos de renda
variável e renda fixa.
Banco Central do Brasil (BACEN) - principal órgão executivo do sistema financeiro
nacional. Foi criado em 1964, incorporando uma série de atividades até então
exercidas pelo Banco do Brasil. O Bacen é o órgão responsável pela gestão do
sistema financeiro, funcionando como o banqueiro do Governo. Dentre as suas
principais funções, temos: o recebimento de depósitos compulsórios e voluntários do
sistema bancário, assim como realização de operações de redesconto e outros tipos
de empréstimos às instituições financeiras; autorização de funcionamento,
fiscalização e aplicação das penalidades previstas às instituições financeiras;
depositário das reservas internacionais do país e responsável pela emissão de papel
moeda e moeda metálica.

Benchmarking - Termo que vem do inglês e define o processo usado para avaliar o
desempenho de um ativo financeiro em relação ao desempenho de outros ativos
financeiros identificados como sendo os melhores no setor (ou categoria de
investimento). Muito usado na análise do desempenho de fundos de investimentos,
onde o retorno da carteira do fundo é comparado com o retorno do benchmark, ou
índice de referência. No caso dos fundos de ações, por exemplo, o benchmark, em
geral, é o Ibovespa, enquanto, nos fundos DI e de renda fixa, o índice de referência
mais usado é o CDI. Também é usado para definir o processo de melhoria da gestão
de uma empresa através da implementação de melhores práticas e da adaptação de
processos com base na experiência própria ou na observação da atividade de
empresas ou organizações concorrentes. O objetivo do benchmarking é o de efetuar
uma análise comparativa dos procedimentos adotados pela empresa com aqueles
adotados pelos seus concorrentes, na tentativa de melhorar o desempenho da
empresa.

BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) - empresa pública


federal que tem como objetivo financiar a longo prazo os empreendimentos que
contribuam para o desenvolvimento do país. Responsável pela execução de sua
política de crédito de longo prazo. Tem linhas de crédito e taxas especiais para as
micro e pequenas empresas. Para essas opera através de agentes ou Instituições

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Jefferson Ney Amaral
Financeiras credenciadas. Objetiva o fortalecimento da estrutura de capital das
empresas privadas e o desenvolvimento do mercado de capitais, a comercialização
de máquinas e equipamentos e o financiamento à exportação.
CBLC (Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia) - responsável pela liquidação
de operações de todo o mercado brasileiro de ações, respondendo pela custódia, ou
guarda de 100% dos títulos do mercado acionário brasileiro. Além disso, a empresa
pode prestar esse serviço para outros ativos como certificados de privatização,
debêntures, certificados de investimento, certificados audiovisuais e quotas de fundos
imobiliários. Assim, a empresa concentra as atividades relacionadas à compensação,
liquidação, custódia e controle de risco para o mercado financeiro.

CDB (Certificado de Depósito Bancário) - títulos representativos de depósitos a prazos


fixos emitidos por bancos comerciais, bancos de investimento e bancos de
desenvolvimento. A taxa paga nos CDBs pode ser pré-fixada, pós-fixada ou flutuante,
essa última atrelada a um percentual da variação de um índice.

CDI (Certificado de Depósito Interbancário) - aplicação de prazo de um dia útil. O


deposito interbancário é uma modalidade de investimento que os bancos usam para
aplicar os seus recursos excedentes ou para captar dinheiro de outros bancos com o
objetivo de melhorar sua posição de liquidez. O CDI é usado como benchmark para
se comparar a rentabilidade de fundos de investimento que aplicam primordialmente
em títulos de renda fixa, como os fundos DI e todas as subcategorias de fundos de
renda fixa.
CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) - cadastro realizado e administrado
pela Receita Federal, com o intuito de registrar as informações cadastrais de pessoas
jurídicas. O CNPJ é equivalente ao CPF para pessoa física.

Consórcio - sistema através do qual um grupo fechado de pessoas, físicas ou


jurídicas, se une com o intuito de formar uma poupança que permita a compra de bens
móveis duráveis, imóveis e serviço turístico, por meio de autofinanciamento.
Consumo – em macroeconomia, é a despesa total (de uma pessoa, uma família, de
um país etc.) em bens de consumo durante um dado período. Na prática, as despesas
de consumo incluem todos os bens de consumo adquiridos, muito dos quais duram
para além dos períodos em questão (p.ex.: vestidos, calçados, eletrodomésticos,
automóveis).
Controle de Caixa - É o controle sistemático das saídas e entradas de recursos. Sob
o ponto de vista pessoal é o controle dos ganhos e das despesas, ou seja, é o fluxo
financeiro pessoal.
COPOM (Comitê de Política Monetária do Banco Central) - instituído em 20 de junho
de 1996 com o objetivo de estabelecer as diretrizes da política monetária e definir a
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Jefferson Ney Amaral
taxa básica de juros. O COPOM decide a meta da taxa SELIC, taxa básica da
economia, que deve vigorar no período entre suas reuniões e, em alguns casos, o seu
viés ou tendência. A taxa SELIC é a média ajustada dos financiamentos diários
apurados no Sistema Especial de Liquidação de Custódia (SELIC) para títulos
federais.
CPF (Cadastro de Pessoa Física) - antigo CIC (Cartão de Identificação do
Contribuinte). É um documento de identificação necessário para as pessoas físicas
que estão sujeitas a várias situações do cotidiano, como abrir conta em banco, operar
na bolsa de valores, obter registro em carteira profissional. Desta forma, o CPF é o
seu principal documento de identificação depois do RG (carteira de identidade)

Crédito - o uso dos recursos financeiros alheios em troca de uma promessa de pagar
em data posterior. Os exemplos principais são empréstimos de curto prazo de um
banco, crédito dos fornecedores aos clientes ou títulos de crédito (letras, promissórias
etc.).

DARF (Documento de Arrecadação da Receita Federal) - documento que tem por


finalidade ser a guia de pagamento de todos os impostos e contribuições recolhidos
pela Secretaria da Receita Federal.
Debêntures - títulos de renda fixa de longo prazo (ou seja, com prazo acima de um
ano), que são emitidos por empresas e podem ou não ter como garantia algum tipo
de ativo. Sua finalidade principal é financiar os projetos de investimento ou alongar
dívidas da empresa. As debêntures podem ser emitidas com uma cláusula de
conversibilidade, ou seja, se o título não for pago no final do período, poderá ser
convertido em uma quantidade correspondente de ações da empresa. A grande
maioria das debêntures é considerada como títulos de renda fixa.

Déficit - É o resultado negativo quando subtraímos as despesas das receitas. Um


indivíduo é deficitário quando gasta mais do que ganha.

Deságio - define a diferença entre o valor de mercado e o valor nominal de um título.


Caso o valor de mercado ou valor pago seja menor que o valor nominal, a diferença é
chamada deságio. Caso seja maior que o valor nominal, a diferença é chamada ágio.
Despesas - Representam os valores que pagamos para poder consumir bens ou
serviços (alimentos, roupas, pagamento de mecânico, pedreiro etc.)
Despesas fixas - valores que pagamos para poder consumir bens ou serviços que não
podemos evitar todos os dias, semanas ou meses (aluguel, prestação carro, luz, água
etc.).
Despesas variáveis - valores que pagamos para poder consumir bens ou serviços que
podemos evitar ou reduzir (cinema, festas, presentes etc.).

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Jefferson Ney Amaral
Diversificação de Risco - utilizada quando o investidor (ou administrador do fundo de
investimento) diversifica a forma como aplica os recursos de sua carteira de
investimentos tendo como objetivo reduzir o risco da carteira como um todo.
Duration - denomina uma medida de risco na qual se analisa o impacto da variação
dos juros em um determinado ativo, ou carteira de investimentos. Como exemplo: um
ativo cuja duration é 2 tem seu valor aumentado em 2% no caso de uma queda de 1%
nos juros.
Endividamento - ocorre quando a pessoa, ou empresa, pega emprestado o dinheiro
que necessita. Neste caso, é importante ficar atento aos juros que serão cobrados por
quem empresta e a capacidade de pagamento de quem está pegando o dinheiro
emprestado.
ETF (Exchange Traded Funds) - fundos de investimento com cotas negociadas em
Bolsa. O ETF é um fundo que segue um índice – o Ibovespa, por exemplo. Esse tipo
de produto permite ao investidor ter uma carteira bastante diversificada mesmo sem
ter muito dinheiro. As cotas são compradas e vendidas pelo home broker.

FAPI (Fundo de Aposentadoria Programada Individual) - Segundo a FenaPrevi, FAPI


é um fundo de investimento voltado à complementação da aposentadoria básica da
Previdência Social. Trata-se de um produto de previdência complementar na forma de
condomínio capitalizado.
FenaPrevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida) - associação civil sem
fins lucrativos, afiliada à Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais,
Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg). Tem por
objetivo congregar e representar empresas e entidades atuantes no território nacional,
nos segmentos de previdência privada e de seguros de pessoas e tem por finalidade
buscar o fortalecimento dos segmentos econômicos onde atuam suas associadas,
contribuindo para o desenvolvimento econômico e social do País.

FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) - criado com o objetivo de proteger


o trabalhador demitido sem justa causa, mediante a abertura de uma conta vinculada
ao contrato de trabalho. No início de cada mês, os empregadores depositam em
contas abertas na Caixa, em nome dos empregados, o valor correspondente a 8% do
salário de cada funcionário.
FMP (Fundo Mútuo de Privatização) - Os primeiros fundos mútuos de privatização
foram criados em agosto de 2000 na época em que o Tesouro vendeu, através de
oferta pública, suas ações na Petrobras. Existem basicamente duas subcategorias de
FMP, os FMP recursos próprios e os FMP FGTS. A diferença entre eles não é tanto a
forma como investem os recursos, mas sim na origem dos recursos usados para a
compra das cotas destes fundos. O FMP - FGTS é constituído sob a forma de

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Jefferson Ney Amaral
condomínio aberto de que participam exclusivamente pessoas físicas detentoras de
contas vinculadas do FGTS. É uma comunhão de recursos destinados à aquisição de
valores mobiliários nos leilões de privatização ou nas ofertas públicas de ações de
empresas estatais. Enquanto na categoria Recursos Próprios, os investidores usam
recursos próprios para comprar as cotas dos FMP’s.
Fundos de Investimento - formas mais conhecida de aplicação financeira e funcionam
como uma espécie de condomínio de recursos individuais de pessoas físicas ou
jurídicas. Eles são administrados com a finalidade de aplicar estes recursos no
mercado e maximizar o retorno para o investidor (cotista). Em geral, estes fundos não
permitem o saque a qualquer momento e o investidor deve manter a aplicação por um
prazo determinado de tempo. A soma das aplicações individuais de cada um dos
cotistas constitui o patrimônio do fundo.

Fundos DI (ou referenciado em DI) - nos fundos DI, pelo menos 95% da carteira é
composta por títulos que acompanham a variação do CDI, sendo que pelo menos 80%
da carteira deve ser aplicada em títulos públicos federais ou privados, com baixo risco
de crédito. Além disso, estes fundos não podem utilizar derivativos para aumentar a
rentabilidade, podendo usá-los somente para efeito de hedge. Por aplicarem a maior
parte dos seus recursos em títulos pós-fixados. Os fundos DI são indicados para
momentos de alta dos juros.
Fundo de Investimentos Imobiliário (FII) - São fundos cujos recursos captados são
direcionados a empreendimentos imobiliários específicos, como, por exemplo, flats,
hotéis e shoppings. Em alguns casos são fechados e dirigidos a grandes investidores,
e em outros possuem cotas nas quais pequenos investidores também podem investir.
A rentabilidade dos fundos imobiliários se origina no recebimento dos direitos sobre
os imóveis, como aluguéis e concessões, exatamente como num investimento
imobiliário convencional. Em teoria, o benefício de se aplicar em um fundo de
investimento imobiliário é o da diversificação do risco, na medida que o montante
recebido pelo fundo é dividido igualmente entre os cotistas, balanceando as perdas
por inadimplência ou por não locação do imóvel, com os ganhos das outras unidades.
Para se ter uma situação equivalente a essa no mercado imobiliário seria necessário
possuir uma grande carteira de imóveis, o que demandaria um patrimônio muito maior
do que o necessário para participar de um fundo.
Fundo Multimercado - são fundos que diversificam a forma com que os recursos
captados junto aos cotistas são aplicados, através do investimento em vários
mercados ao mesmo tempo, além de poderem usar derivativos para alavancar seus
rendimentos.
Fundo Referenciado - Existem basicamente três tipos de fundos referenciados:
referenciados DI, referenciados cambial e referenciados outros. Os primeiros devem
72
Jefferson Ney Amaral
seguir o mais próximo possível as variações do CDI/SELIC. Já os referenciados
cambiais devem seguir o mais próximo possível as variações da moeda norte-
americana. Enquanto os referenciados outros buscam acompanhar qualquer
parâmetro de performance que não os dos mercados de câmbio (variação do dólar)
ou de juros de curto prazo (CDI). Em todos esses fundos, pelo menos 95% da carteira
de investimentos deve ser composta por ativos que seguem a variação de um
determinado indicador de mercado.
Hedge - vem do inglês e que significa salvaguarda. Também denomina administração
do risco como, por exemplo, o ato de tomar uma posição em outro mercado oposta à
posição no mercado à vista, para minimizar o risco de perdas financeiras em uma
alteração de preços adversa.
Home Broker - canal de relacionamento entre os investidores e as sociedades
corretoras, que torna mais ágil e simples as negociações no mercado acionário. O
Home Broker permite o envio de ordens de compra e venda de ações e outros ativos
pela Internet; possibilita acesso às cotações e acompanhamento de carteiras de
ativos, entre vários outros recursos.

IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) - empresa pública criada com o


propósito básico de apresentar estudos e acompanhar as variações de contas
macroeconômicas, tais como desemprego, custo de vida, inflação etc.
IGP-DI (Índice Geral de Preços (Disponibilidade Interna)) - divulgado mensalmente
pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Esse índice mede a evolução geral de preços
na economia, criando assim uma medida da inflação nacional. O IGP-DI é composto
pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC - peso de 30%), Índice de Preços no
Atacado (IPA - peso de 60%) e Índice Nacional de Construção Civil (INCC - peso de
10%). O período de coleta de preços para o índice é o mês cheio, ou seja, do primeiro
ao último dia do mês.

IGP-M (Índice Geral de Preços (Mercado) - divulgado mensalmente pela Fundação


Getúlio Vargas. Esse índice, bastante utilizado pelo mercado, mede a evolução geral
de preços na economia, criando assim uma medida da inflação nacional. O IGP-M é
composto pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC - peso de 30%), Índice de Preços
no Atacado (IPA - peso de 60%) e Índice Nacional de Construção Civil (INCC - peso
de 10%). O período de coleta de preços para o índice se dá entre o dia 21 do mês
anterior e o dia 20 do mês de referência.

Incentivos fiscais - situação em que o governo renuncia parte dos tributos arrecadados
em troca de investimentos em áreas que o governo pretende estimular. Esses
incentivos podem beneficiar o contribuinte diretamente (quando ele mesmo paga
menos tributos), ou indiretamente (quando ocorre através da redução no preço de
venda de alguns bens e serviços que ele consome).
73
Jefferson Ney Amaral
Indexador - usado para se referir ao índice utilizado para atualização monetária de um
determinado valor. Dentre os indexadores mais usados no país estão os índices de
inflação, como o IGP-M, o IPCA e o IPC-FIPE.
INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) - divulgado aproximadamente no 8º
dia útil de cada mês, o INPC é calculado pelo IBGE e tem como objetivo acompanhar
a variação de preços de um conjunto de produtos e serviços definidos. O público-alvo
do índice é formado por famílias, com rendimento mensal entre 1 e 8 salários mínimos,
cujo chefe seja assalariado em sua ocupação principal. A pesquisa de preços é feita
nas principais regiões metropolitanas do país, entre o primeiro e último dia de cada
mês.

IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) - divulgado aproximadamente no 8º


dia útil do mês, o IPCA é utilizado pelo Banco Central do Brasil para o
acompanhamento dos objetivos estabelecidos no sistema de metas de inflação. É um
índice mensal, calculado pelo IBGE, que acompanha a variação de preços de uma
cesta de produtos e serviços. O público alvo do índice é a população com faixa de
renda entre 1 e 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte dessa renda, nas
principais regiões metropolitanas do país. A pesquisa de preços é feita entre o primeiro
e último dia de cada mês.

IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) - imposto municipal devido por todos os
proprietários de imóveis ou terrenos dentro do território urbano. A alíquota do imposto
varia de acordo com o valor venal do imóvel em questão, além de refletir também a
política de tributação de cada município.

IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) - imposto que deve ser
pago anualmente pelos proprietários de veículos automotores. O seu cálculo é feito
com base no valor venal do veículo, cuja alíquota é estipulada de acordo com cada
estado.

IR (Imposto sobre a Renda) - imposto cobrado diretamente sobre a renda de pessoas


físicas ou jurídicas. No caso das pessoas físicas, quanto maior a renda maior a taxa
do imposto incidente. Para as empresas ou pessoas jurídicas, o percentual do imposto
de renda depende do tipo da empresa e do regime de tributação que ela está
enquadrada.
IRPF (Imposto de Renda Pessoa Física) - devido pelas pessoas que tiveram durante
o ano uma renda superior ao teto estabelecido pela Receita Federal. A declaração
deve ser feita anualmente à Secretaria da Receita Federal através da internet.
IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte) - imposto que é retido direto pela fonte
pagadora. O imposto pode ser descontado diretamente do seu salário, da sua pensão

74
Jefferson Ney Amaral
alimentícia, sempre respeitando os limites de isenção do imposto estabelecidos por
lei.

JCP (Juros sobre capital próprio) - Forma de distribuir o lucro da empresa. Diferente
do dividendo que é classificado como parte do lucro líquido da empresa, os juros sobre
capital próprio entra como despesa antes do lucro para a empresa, o que faz com que
ela não tenha que arcar com o pagamento de imposto de renda sobre o valor. Por isso
os juros sobre capital próprio são informados ao investidor no valor bruto (antes do IR)
e no valor líquido (depois do IR), já que o imposto acaba sendo pago pelo acionista
beneficiado.
Juros – Referem-se ao preço que se paga para poder usar o dinheiro. O dinheiro é
um “bem” qualquer e para poder usar este bem temos que pagar juros. Se encararmos
recursos financeiros como fator de produção (capital), os juros representam a
remuneração do capital.
Letra do Tesouro - termo que denomina qualquer título emitido pelo governo, com
prazo fixo e que paga taxa de juro de mercado. São conhecidos como títulos da dívida
pública.

LFT (Letras Financeiras do Tesouro) - seu principal objetivo é prover recursos


necessários à cobertura de déficits orçamentários ou à realização de operações de
crédito por antecipação de receita e para atendimento a determinações legais. O
rendimento destes títulos é determinado de forma pós-fixada, de acordo com a taxa
acumulada no período no mercado Selic. Já o resgate é definido pelo valor nominal,
acrescido do respectivo rendimento, desde a data-base do título.

LTN (Letras do Tesouro Nacional) - são títulos de renda-fixa emitidos pelo Tesouro
Nacional, cuja remuneração é pré-fixada, sendo seu principal objetivo prover recursos
necessários à cobertura de déficits orçamentários ou à realização de operações de
crédito por antecipação de receita e para atendimento a determinações legais. O
prazo dos papéis depende das definições do Ministério da Fazenda e do interesse do
mercado. A remuneração se dá pela diferença entre o preço da emissão,
considerando o deságio do título, e o valor de resgate.
Lucro - É a expressão monetária do resultado de um negócio/empreendimento,
quando as receitas do negócio são maiores que os custos, gerando assim acúmulo
de riqueza para o empreendimento. É o lucro que remunera o capital investido num
empreendimento.

NTN (Notas do Tesouro Nacional) - trata-se de títulos de financiamento da dívida do


Tesouro que são pós-fixados e possuem várias séries, cada qual com um índice de
atualização próprio (IGP-M, dólar, TR etc.).

75
Jefferson Ney Amaral
NTN-B (Notas do Tesouro Nacional Série B) - títulos de renda-fixa emitidos pelo
Tesouro Nacional, com rentabilidade vinculada à variação do IPCA, acrescida de juros
definidos quando da emissão, em porcentagem ao ano, calculada sobre o valor
nominal atualizado. Já o pagamento de juros é feito semestralmente, com ajuste do
prazo no primeiro período de fluência, quando couber.
Orçamento - O orçamento é o registro dos ganhos e/ou receitas (renda de salário,
juros, aluguéis etc.) e das despesas pagamento de aluguel, alimentação, transportes
etc.) num determinado período (mês, trimestre, ano etc.). Poupança - destino dado
aos rendimentos monetários não utilizados para consumo, seja por entesouramento,
(quando o recurso permanece com a pessoa), aplicação, empréstimo ou para
investimento direto futuro
Perfil de Risco - usado para determinar qual a disposição que um investidor tem em
correr riscos na hora de investir seu dinheiro. Em geral são usados três perfis de risco
para determinar um investidor: conservador, moderado e agressivo.

Performance - significa desempenho. Alguns fundos de investimento cobram uma taxa


adicional no caso de a rentabilidade do fundo ser superior a algum objetivo pré-
especificado.
PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) - um dos planos de previdência
complementar existentes no país. O PGBL, ao invés de garantir uma rentabilidade
mínima, como acontece nos planos tradicionais, oferece a você 100% dos ganhos
obtidos. Todos os investimentos são dedutíveis da base de cálculo do IR até o limite
de 12% da renda bruta e o tributo incide sobre total do valor acumulado. Ao aplicar
em um PGBL, o participante estará adquirindo cotas do fundo atrelado ao plano, da
mesma forma que ocorre quando aplica num fundo de investimento comum. Os
valores das cotas são divulgados diariamente nos jornais de grande circulação.
Prejuízo - É a expressão monetária do resultado de um negócio/empreendimento,
quando as receitas do negócio são menores que os custos, gerando, assim, perda
capital ou simplesmente o empobrecimento da unidade produtiva.

Produção - é a criação de um bem ou de um serviço adequado para a satisfação de


uma necessidade.

RDB (Recibo de Depósito Bancário) - título de renda fixa que não permite a retirada
antecipada dos fundos por parte do investidor e não é negociado no mercado
secundário. A taxa de remuneração reflete uma taxa previamente acordada entre a
instituição e o investidor.
Receita - Representa os ganhos – valores recebidos em forma de salários, ou o
resultado da venda de bens e serviços, ou ainda o recebimento de juros de aplicação
financeira.
76
Jefferson Ney Amaral
Renda Fixa - usado de forma genérica para denominar todos os títulos de renda fixa
que, como o nome sugere, são títulos que pagam, em períodos definidos, uma certa
remuneração, que pode ser determinada no momento da aplicação ou no momento
do resgate (no final da aplicação). Quando você compra um título de renda fixa está
emprestando dinheiro ao emissor do título (que pode ser o seu banco, uma empresa
ou o governo). Portanto, os juros do título são a remuneração que você recebe por
emprestar seu dinheiro. Dentre os exemplos de títulos de renda fixa podemos citar: a
caderneta de poupança, os certificados de depósito bancário (CDB), títulos do
tesouro, letras do tesouro e títulos de crédito.
Renda Variável - usado de forma genérica para denominar todos os títulos cuja
remuneração não é discriminada anteriormente, como acontece com os títulos de
renda fixa. Sendo assim, a rentabilidade destas aplicações depende das condições
de mercado. Dentre os exemplos de títulos desta natureza, temos as ações,
commodities e os fundos de investimento que aplicam recursos neste tipo de títulos,
como os fundos de ações, fundos multimercados com renda variável, fundos setoriais
etc.

Risco (de investimento) - termo usado para denominar a variabilidade de retornos


relativos a um investimento. Alguns autores diferenciam risco de incerteza, afirmando
que ao primeiro pode-se atribuir uma distribuição de probabilidades, o que não
ocorreria com o segundo, mas, geralmente, os dois termos são usados como
sinônimos. Assim, quando se fala que um investimento é de alto risco, isto significa
que é muito difícil prever com precisão a rentabilidade que será alcançada. No
mercado financeiro o termo "risco" é usado para determinar a probabilidade de ganhos
ou perdas acima ou abaixo da média do mercado.
Securitização - derivado do inglês (securities), que define uma operação de
financiamento onde o empréstimo (ou dívida) é convertido em títulos negociáveis.
Assim sendo, securitização é quando uma empresa levanta um empréstimo e o divide
em partes, tornando cada uma delas títulos que podem ser negociados no mercado.
SELIC (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) - criado pelo Banco Central em
1979 é responsável pela custódia e pelo processamento da transferência e liquidação
financeira de títulos e depósitos interfinanceiros, através do uso de equipamento
eletrônico ou teleprocessamento em contas abertas em nome dos participantes do
Sistema.

Selic - taxa referencial de juros da economia brasileira, determinada pelo COPOM


(Comitê de Política Monetária) do Banco Central, que é considerada pelo mercado
como o principal indicador de política monetária do governo.

77
Jefferson Ney Amaral
Spread - diferença entre o custo de captação de um banco e a taxa de juros cobrada
do cliente. Na prática, é o ganho bruto de uma instituição financeira com um
empréstimo.
Superávit - É o resultado positivo quando subtraímos as despesas das receitas. Um
indivíduo é superavitário quando gasta menos do que ganha.
Taxa DI - Taxa média diária das operações no mercado interfinanceiro. É formada a
partir da taxa Selic projetada para o dia D+1 e que embute os custos operacionais da
instituição, sua margem de lucro e o custo dos impostos incidentes na operação.

Títulos Pós-fixados - Quando você investe em um pós-fixado, você saberá o quanto


irá receber somente no final da aplicação. Isso ocorre porque o rendimento é
determinado pela variação de um certo índice, mais uma taxa de juros, determinada
no início. Assim, para um título que rende a variação da inflação pelo IGP-M, mais
uma taxa de juros pré-determinada (digamos 6%) - se a inflação for 7%, a taxa bruta
(excluindo impostos) será de 13%, porém, se a inflação for de 9%, a taxa bruta será
15%.
Títulos Pré-fixados - são aqueles cuja remuneração é determinada no momento da
aplicação. Assim, quando o gerente do seu banco lhe oferecer um CDB pré-fixado de
30 dias rendendo 18%, isto significa que você já sabe o quanto receberá dentro de
um ano - o valor investido mais juros pelo período (30 dias) em que o dinheiro foi
investido.

Vacância - termo técnico usado no mercado imobiliário para se referir a um imóvel


colocado para aluguel que está sem inquilino. Já a taxa de vacância é o percentual de
um imóvel que não conseguiu locatário.
Valuation - nome do processo usado pelos analistas para estimar o valor real de um
ativo ou empresa. Existem várias técnicas que podem ser usadas para estimar estes
valores, como, por exemplo, a análise financeira (demonstrativos apresentados pela
empresa), composição da estrutura de capital, projeção de cenários para receitas,
despesas e lucros futuros, modelo CAPM (Capital Asset Pricing Model) e, até mesmo,
modelos quantitativos e estatísticos.
Venture Capital - vem do inglês e denomina uma forma de financiamento alternativa,
utilizada por empresas, em geral de pequeno porte, para garantir o desenvolvimento
e a expansão de suas atividades. As empresas alvo deste investimento temporário,
em geral, gozam de altas taxas de crescimento e elevado nível de risco, em função
do seu estágio inicial de desenvolvimento e incertezas em relação ao seu futuro.
Assim, o termo Venture Capital pode classificar também os investidores que atuam na
aquisição de participações em empresas menores, muitas vezes iniciantes, onde o

78
Jefferson Ney Amaral
investidor normalmente acompanha de perto e apoia o processo de gestão
empresarial.

VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) - uma opção de previdência, desenvolvido


com base nos PGBL’s. A grande diferença é que, ao contrário dos planos de
previdência do tipo PGBL ou tradicionais, não é possível abater o valor das
contribuições ao VGBL do imposto de renda a pagar durante a fase de acumulação.
Em contrapartida, ao contrário dos PGBL’s, o imposto no resgate é calculado apenas
sobre os rendimentos e não inclui o valor das contribuições, sendo que o imposto é
calculado com base na tabela progressiva de imposto de renda. Os VGBL’s devem ter
taxas de carregamento iguais ou pouco maiores do que as do PGBL.

79
Jefferson Ney Amaral
Dinâmica 1 - Comparação de seus gastos com a média nacional

Com base em sua Planilha de Despesa Anual por Categoria de Gastos, observe como
está utilizando seu dinheiro e compare com o quadro a seguir: é possível fazer com
que sobre dinheiro no seu orçamento?

Fonte: IBGE

A última pesquisa disponível pelo IBGE foi a de 2008/09 conforme consulta no site:
https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/rendimento-despesa-e-consumo/9050-
pesquisa-de-orcamentos-familiares.html?=&t=downloads disponível em 14/03/2019,
às 19:57.
A partir desse levantamento, temos condições de fazermos uma comparação do
nosso orçamento pessoal ou familiar com o gasto médio de uma família brasileira.
Bem, de qualquer forma, o que interessa é fazer com que nosso salário cubra com
folga nossas despesas. Esse é o objetivo a perseguir!
Assim, ao fazer do controle de nossos gastos um hábito, teremos organizado nossa
vida financeira. E, dessa forma, podemos descobrir que temos mais recursos do que
imaginamos.

Na figura a seguir, temos informação adicional da composição dos itens.

80
Jefferson Ney Amaral
Despesa média mensal familiar por tipo – 2008

81
Jefferson Ney Amaral
DESPESA ANUAL POR CATEGORIA DE GASTO EM R$

20..
Categorias Totais
Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4 Mês 5 Mês 6 Mês 7 Mês 8 Mês 9 Mês 10 Mês 11 Mês 12

Alimentação 0,00
Contas da casa 0,00
Despesas pessoais 0,00
Diversos 0,00
Educação 0,00
Investimentos 0,00
Lazer 0,00
Moradia 0,00
Saúde 0,00
Transporte 0,00
0,00
0,00
0,00
TOTAIS 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

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Jefferson Ney Amaral
Dinâmica 2 - Definição do perfil de risco

Descubra qual é o seu perfil de risco A maneira mais adequada de identificar as


melhores alternativas de investimento para você é conhecer seu perfil em relação ao
risco.

Respondendo ao teste abaixo, você poderá descobrir se é conservador, moderado ou


agressivo em relação às formas de investimento.

1 - Qual é sua faixa etária?


a) Menos de 30 anos

b) Entre 31 e 40 anos
c) Entre 41 e 50 anos

d) Acima de 51 anos

2 - Quantas pessoas dependem economicamente de você?

a) Nenhuma
b) 1 ou 2

c) 3 ou 4
d) 5 ou 6

e) Acima de 6

3 - Ao investir no mercado financeiro, você pretende:

a) Preservar seu capital (protegê-lo da inflação)


b) Obter um crescimento moderado de seu capital

c) Buscar um crescimento rápido e/ou significativo de seu capital (muito acima da


poupança/inflação)

4 - Em relação à suas aplicações no mercado financeiro hoje:


a) Seus investimentos sempre ficaram restritos ao mercado de renda fixa

b) Você já investiu em outros mercados (ações/fundos de ações, derivativos, mercado


futuro, opções)

c) Você tem investido regularmente em outros mercados (ações/fundos de ações,


derivativos, mercado futuro, opções)

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Jefferson Ney Amaral
5 - Investindo hoje, você pretende iniciar os resgates de suas aplicações:
a) Em menos de 1 ano

b) Entre 1 e 2 anos
c) Em mais de 2 anos

6 - Como você reagiria a flutuações em seus investimentos?


a) Sua renda é fundamental para o seu dia a dia. Precisa de investimentos que tenham
rentabilidade previsível
b) O dia a dia do mercado financeiro o deixa desconfortável. Quer ter investimentos
que eventualmente rendam pouco, mas de forma consistente
c) Suporta algumas flutuações, mas não pode perder capital

d) Tem preocupações de ganho real a longo prazo e acredita que oscilações maiores
podem ocorrer no curto prazo. Sabe que perdas no curto prazo fazem parte do
negócio
e) Grandes oscilações no curto prazo não o preocupam. Pode até perder dinheiro no
mercado, mas sempre dentro de uma estratégia de investimento na qual acredite

7 - Quando contrata um seguro para seu carro, você:

a) Opta pela menor franquia, garantindo a máxima cobertura possível, mesmo que o
prêmio seja maior

b) Opta por uma franquia intermediária, de forma a reduzir o custo do prêmio


c) Escolhe uma apólice com franquia elevada para pagar um prêmio menor, mesmo
que tenha que arcar com parte dos custos em caso de alguns sinistros
d) Não faz seguro de automóvel, pois não acha necessário

e) Não tem automóvel

Use a tabela a seguir para calcular a sua pontuação:

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Jefferson Ney Amaral
Pontuação entre 35 - 90 = Perfil Conservador: Você quer proteger suas economias,
mas não se sente confortável para assumir riscos. Prefere aplicações que tenham um
rendimento baixo, mas que não deixem seu coração aos pulos em momentos de crise.
Pontuação entre 95 - 115 = Perfil Moderado: Além de proteger seu dinheiro da
inflação, você quer que suas aplicações financeiras o ajudem a aumentar seu
patrimônio. Para isso, está disposto a correr riscos, mas sem exageros.

Pontuação entre 120 - 175 = Perfil Agressivo: Você está disposto a assumir riscos,
pois quer aumentar bastante seu patrimônio com as aplicações financeiras que
realiza. Sua situação financeira atual lhe permite arriscar mais, e você consegue
encarar com frieza os momentos de crise financeira.

A forma como você lida com os acontecimentos, por exemplo, é o que determina o
seu perfil de investidor. É algo ligado a sua personalidade e objetivos.
Fonte: LUQUET, Mara. Guia Valor Econômico de finanças pessoais, págs. 28 e 29

85
Jefferson Ney Amaral
Dinâmica 3 - Avaliação da consistência dos dados informados na
declaração do imposto de renda

Para a realização deste exercício, seria interessante ter, em mãos, a sua declaração
do imposto de renda. Caso não tenha trazido, utilize o exemplo fornecido.
Dados da declaração modelo:

86
Jefferson Ney Amaral
Tomando por base o conteúdo dessa declaração e as informações apresentadas nas
páginas 45 a 51 desta apostila, preencha o quadro a seguir:

Oper. Discriminação Valores


Base de Cálculo
- Valores que excederam as deduções

- Valores pagos no ano de 20..

- Total de imposto pago


Valor disponível antes de cobrir a variação
=
patrimonial e a variação de dívidas e ônus
± Variação patrimonial

± Variação de dívidas e ônus

+ Rendimentos isentos e não tributáveis

+ Rendimentos sujeitos à tributação exclusiva

= Valor anual disponível para padrão de vida

/ 12 Valor mensal para custear o padrão de vida

87
Jefferson Ney Amaral
 Que conclusões você pode tirar a partir da análise dos dados registrados?
 Seus rendimentos supriram os investimentos e pagamento das dívidas
efetuadas?
 Você conseguiu aumentar as suas aplicações?
 Você fez com que o seu dinheiro gerasse mais dinheiro para você?

88
Jefferson Ney Amaral
Dinâmica 4 - O poder dos juros compostos

Para este exercício, considere o valor que você recebe de remuneração variável ou
PLR – Participação nos lucros e resultados. No futuro, esse recurso extra pode
representar muito se, nos próximos 20 anos, ele for devidamente investido.

Utilizando a HP 12-C, escolha uma taxa de juros anual e o valor que você fará de
aporte no ano. Se for realizar os cálculos manualmente, escolha a coluna que
representa sua taxa anual de aplicação na Tabela “ÍNDICE DE CAPITALIZAÇÃO DE
JUROS COMPOSTOS”, na página seguinte. Agora, preencha a planilha a seguir com
as informações.

Planilha de cálculo do seu investimento

Valor
Período Aporte (1) Índice (2) Aualizado
(1 x 2)
Ano 1
Ano 2
Ano 3
Ano 4
Ano 5
Ano 6
Ano 7
Ano 8
Ano 9
Ano 10
Ano 11
Ano 12
Ano 13
Ano 14
Ano 15
Ano 16
Ano 17
Ano 18
Ano 19
Ano 20
TOTAL EM 20 ANOS (4) 0,00
(1) Valor aportado anualmente
(2) Valores extraidos da Tabela - ÍNDICE DE CAPITALIZAÇÃO DE
JUROS COMPOSTOS
(3) Valor atualizado = valor aportado X índice
(4) Somatório dos 20 anos

 Com base em seus cálculos, escreva a conclusão a que você chegou.

89
Jefferson Ney Amaral
 Qual seria o novo valor total, se conseguisse aumentar sua taxa em 0,5% ao
ano?
 Já imaginou usar a metade do seu 13º Salário para investir? Seus
investimentos chegariam a quanto ao final do período? Trabalhe com a mesma
taxa que você usou.

ÍNDICE DE CAPITALIZAÇÃO DE JUROS COMPOSTOS (1 + i)ⁿ

Taxas anuais em %
Discriminação
4,00 4,50 5,00 5,50 6,00 6,50 7,00 7,50 8,00 8,50 9,00 9,50 10,00
1 1,0400 1,0450 1,0500 1,0550 1,0600 1,0650 1,0700 1,0750 1,0800 1,0850 1,0900 1,0950 1,1000
2 1,0816 1,0920 1,1025 1,1130 1,1236 1,1342 1,1449 1,1556 1,1664 1,1772 1,1881 1,1990 1,2100
3 1,1249 1,1412 1,1576 1,1742 1,1910 1,2079 1,2250 1,2423 1,2597 1,2773 1,2950 1,3129 1,3310
4 1,1699 1,1925 1,2155 1,2388 1,2625 1,2865 1,3108 1,3355 1,3605 1,3859 1,4116 1,4377 1,4641
5 1,2167 1,2462 1,2763 1,3070 1,3382 1,3701 1,4026 1,4356 1,4693 1,5037 1,5386 1,5742 1,6105
6 1,2653 1,3023 1,3401 1,3788 1,4185 1,4591 1,5007 1,5433 1,5869 1,6315 1,6771 1,7238 1,7716
7 1,3159 1,3609 1,4071 1,4547 1,5036 1,5540 1,6058 1,6590 1,7138 1,7701 1,8280 1,8876 1,9487
Períodos em anos

8 1,3686 1,4221 1,4775 1,5347 1,5938 1,6550 1,7182 1,7835 1,8509 1,9206 1,9926 2,0669 2,1436
9 1,4233 1,4861 1,5513 1,6191 1,6895 1,7626 1,8385 1,9172 1,9990 2,0839 2,1719 2,2632 2,3579
10 1,4802 1,5530 1,6289 1,7081 1,7908 1,8771 1,9672 2,0610 2,1589 2,2610 2,3674 2,4782 2,5937
11 1,5395 1,6229 1,7103 1,8021 1,8983 1,9992 2,1049 2,2156 2,3316 2,4532 2,5804 2,7137 2,8531
12 1,6010 1,6959 1,7959 1,9012 2,0122 2,1291 2,2522 2,3818 2,5182 2,6617 2,8127 2,9715 3,1384
13 1,6651 1,7722 1,8856 2,0058 2,1329 2,2675 2,4098 2,5604 2,7196 2,8879 3,0658 3,2537 3,4523
14 1,7317 1,8519 1,9799 2,1161 2,2609 2,4149 2,5785 2,7524 2,9372 3,1334 3,3417 3,5629 3,7975
15 1,8009 1,9353 2,0789 2,2325 2,3966 2,5718 2,7590 2,9589 3,1722 3,3997 3,6425 3,9013 4,1772
16 1,8730 2,0224 2,1829 2,3553 2,5404 2,7390 2,9522 3,1808 3,4259 3,6887 3,9703 4,2719 4,5950
17 1,9479 2,1134 2,2920 2,4848 2,6928 2,9170 3,1588 3,4194 3,7000 4,0023 4,3276 4,6778 5,0545
18 2,0258 2,2085 2,4066 2,6215 2,8543 3,1067 3,3799 3,6758 3,9960 4,3425 4,7171 5,1222 5,5599
19 2,1068 2,3079 2,5270 2,7656 3,0256 3,3086 3,6165 3,9515 4,3157 4,7116 5,1417 5,6088 6,1159
20 2,1911 2,4117 2,6533 2,9178 3,2071 3,5236 3,8697 4,2479 4,6610 5,1120 5,6044 6,1416 6,7275

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Dinâmica 5 – Alocação e distribuição dos seus investimentos

Para a realização deste exercício você pode usar as suas aplicações existentes ou
simular alguns investimentos. Considere que a média de rendimento de renda fixa é
de 0,5% ao mês e de renda variável é de 0,6 % ao mês. Seria interessante utilizar as
informações apresentadas nas páginas 36 a 44 desta apostila para preencher o
quadro a seguir:

Alocação total de ativos

Valor a ser investido: 0

% Valor

Classe de Ativo (1) Alocação Alocado Alocado Por tipo


na Classe dentro da por tipo de de Papel
(2) Classe (3) Papel (4) (5)
Renda fixa 0,00 0 0
0
0
0
0
0
0
0
Renda Variável 0,00 0 0
0
0
0
Alocação Total 0,00 0,0 0
(6) Na coluna classe de Ativo discrimine que tipos de papéis de renda fixa e de renda variável compõem
ou comporão sua carteira.
(7) Na coluna de % de alocação na classe defina um percentual para Renda fixa e para Renda
variável. A soma deles precisa fechar em 100%.
(8) Na coluna de % alocado dentro da classe faça a distribuição por tipo de papel escolhido. A soma
deles precisa fechar 100% dentro de cada classe (100% renda fixa e 100% renda variável.
(9) A coluna de % alocado por tipo de papel – não precisa preencher. O cálculo, quando se utiliza a
planilha em Excel, é automático.
(10) Distribua o valor a ser investido com base nos % alocados dentro da classe (3).

 Qual o rendimento mensal que sua carteira neste momento (real e ou simulada)
propicia? Rendimento = Valor alocado por classe de ativo X remuneração mensal
 Faça uma simulação alterando os % de Alocação na Classe. Qual o novo
rendimento?
 Quais as suas conclusões acerca destas movimentações.
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