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POLITÍCAS EDUCACIONAIS LDB, PNE E PPP, UM AVANÇO PARA A INCLUSÃO SOCIAL

ELISABETH SILVA E SILVA


GILVAN BASTOS DE OLIVEIRA
MARIA VIRGÍNIA SANTOS FERREIRA
PAULA SANTOS SILVA
RITA DE CÁSSIA LIMA DE OLIVEIRA

Professor Tutor Externo: Elaine Anjos dos Santos Beserra


Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Curso: Letras - Língua Portuguesa e Literatura ( LED0290) – Seminário da Prática V
2017.1

RESUMO

O presente trabalho tem o objetivo de apontar para as possibilidades de refletir-se sobre a


importância das Políticas Educacionais para o avanço da inclusão social. O impacto trazido pela
Constituição Federal , pôde de certa forma, ser a maneira mais adequada para discutir, partindo dos
dados apresentados pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9394/96), Parâmetros
Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental – PCN e pelo Plano Nacional de Educação (Lei
10172/01). É importante ressaltar o papel do Estado, como organizador e elaborador das propostas
para uma gestão democrática no oferecimento de políticas sociais. Deve-se analisar o contexto
nacional e as reformas educacionais para verificar os avanços e desafios enfrentados pelas políticas
públicas educacionais, principalmente no que refere-se a ampliação dos direitos do cidadãos, tendo a
educação conotação importante na construção da cidadania. A política educacional, em sua
estruturação, deve seguir definindo roteiro de prioridades, objetivos, princípios, normas e diretrizes
traçadas nas normas constitucionais, e que procurem suprir as necessidades sociais em termos de
distribuição de renda, oportunidades, dos bens e serviços sociais nos âmbitos federal, estadual e
municipal. O cenário educacional necessita, hoje, de uma gestão que pense e promova o sucesso
escolar dos educandos, que crie mecanismos para enfrentar os desafios que a educação nacional
possui. Ao abordar a educação e as políticas que permeiam esse contexto no nosso país, é possível
perceber e analisar os fatores de qualificação e aprimoramento das políticas públicas educacionais
no Brasil, as quais passaram por transformações pontuais no percurso histórico, social, cultural. O
trabalho desenvolvido foi baseado na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB, Plano
Nacional da Educação – PNE e o Projeto Político Pedagógico – PPP. Quanto aos objetivos dessa
pesquisa, ela é classificada como descritiva e exploratória. Quanto ao problema essa
pesquisa é qualitativa pretendem-se correlacionar as opiniões existentes sobre o tema
proposto. Os dados coletados serão analisados descritivamente. Os dados para essa pesquisa
foram coletados em legislações específicas, livros, revistas, teses, dissertações, artigos
científicos, google acadêmico.

Palavras-chave: Políticas Educacionais. Educação. Inserção Social.

1 INTRODUÇÃO
Quando se menciona a expressão política educacional, remete-se a aspectos
relacionados com o agir e o fazer, sobretudo com ações governamentais, que são pensadas e
aplicadas no sistema educacional. Baseados nesta análise é possível apontar que as políticas
educacionais expressam a multiplicidade e a diversidade das políticas educativas num
determinado período histórico. Tem-se como objetivo estudar a nova Lei de Diretrizes e
Bases (LDB). A LDB, também denominada Lei Darcy Ribeiro, por ter sido ele quem, na
condição de Senador, apresentou um substitutivo ao projeto que estava em trâmite na época é
considerada a Lei maior da Educação Brasileira, sendo, inclusive, denominada Carta Magna
da Educação.
Ela situa-se abaixo da Constituição Federal e define as linhas mestras do ordenamento
geral da Educação. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação veio em atendimento aos
preceitos constitucionais e resultou de um longo processo de tramitação que se iniciou em
1988, ano em que foi promulgada a Constituição da República Federativa do Brasil. Levou
oito anos de tramitação no Congresso Nacional e, finalmente, em 20 de dezembro de 1996,
ganhou o número 9394 e foi sancionada e promulgada.
As Políticas Públicas Educacionais enquanto direcionadoras na construção de uma
escola que oferece uma formação cidadã foi o tema debatido nesta pesquisa. O objetivo foi
analisar a importância das Políticas Públicas Educacionais, para qualificar a educação no
Brasil, ampliando a qualidade do ensino fundamental. Para o alcance do objetivo traçado foi
desenvolvida uma pesquisa bibliográfica com análise qualitativa, a qual permitiu a construção
de considerações finais, ousar o fechamento do assunto, que envolve-se num contexto de
complexidade, necessitando o aporte do Direito. O estudo considerou na essência que a
Constituição Federal de 1988, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9.394/1996, o Plano
Nacional de Educação (PNE) e Projeto Político Pedagógico (PPP), foram a base da
construção do conceito de qualidade na educação enquanto direito social.
Ao relacionar as áreas específicas de intervenção é que falamos em políticas de
educação infantil, políticas de educação básica, educação superior, entre outras, podendo
desdobrar-se em outras políticas. (VIEIRA, 2000). É necessário visualizar o lugar de onde são
observados e analisados os projetos, por exemplo, quando uma política educacional é
observada de um espaço micro, de escolas de um determinado município esta terá uma visão
daquele que analisou, que, provavelmente, será distinta de um espaço macro, ou seja, a visão
do governo estadual ou, ainda, do governo federal, gerando uma visão diferente do mesmo
conceito. Assim, o contexto em que se encontram as partes é distinto e, cada um com seus
propósitos, suas limitações e suas ideias de ver o mundo e a realidade, condicionando seus
entendimentos.
O PPP representa uma das possibilidades de planejamento coletivo e participativo das
finalidades educacionais, podendo contribuir para o direcionamento das mudanças desejadas
em educação

2 POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS

Antes de adentrar no contexto que envolve as Políticas Públicas Educacionais, tem-se


o entendimento do que vem a ser Política Pública, que a partir da etimologia da palavra se
refere ao desenvolvimento a partir do trabalho do Estado junto à participação do povo nas
decisões (OLIVEIRA, 2010).
Sob este entendimento conceitua-se que:
Se “políticas públicas” é tudo aquilo que um governo faz ou deixa de fazer, políticas
públicas educacionais é tudo aquilo que um governo faz ou deixa de fazer em educação.
Porém, educação é um conceito muito amplo para se tratar das políticas educacionais. Isso
quer dizer que políticas educacionais é um foco mais específico do tratamento da educação,
que em geral se aplica às questões escolares. Em outras palavras, pode-se dizer que políticas
públicas educacionais dizem respeito à educação escolar (OLIVEIRA, 2010).
É importante observar que as Políticas Públicas Educacionais não apenas se
relacionam às questões relacionadas ao acesso de todas as crianças e adolescentes as escolas
públicas, mas também, a construção da sociedade que se origina nestas escolas a partir da
educação. Neste entendimento, aponta-se que as Políticas Públicas Educacionais influenciam
a vida de todas as pessoas.
No Brasil, com ênfase para a última década, a expressão Políticas Públicas ganhou um
rol de notoriedade em todos os campos, fala-se de Políticas Públicas para a educação, saúde,
cultura, esporte, justiça e assistência social. No entanto, tais políticas nem sempre trazem os
resultados esperados, pois somente garantir o acesso a todos estes serviços públicos não
significa que estes tenham qualidade e, que efetivamente, os usuários terão seus direitos
respeitados (SETUBAL, 2012).
Diante destes aspectos, tem-se que as Políticas Públicas se voltam para o
enfrentamento dos problemas existentes no cotidiano das escolas, que reduzem a
possibilidade de qualidade na educação. No entanto, somente o direcionamento destas para a
educação não constitui uma forma de efetivamente auxiliar crianças e adolescentes a um
ensino de melhor qualidade, posto que existam outros pontos que também devem ser tratados
a partir das Políticas Públicas, como os problemas de fome, drogas e a própria violência que
vem se instalando nas escolas em todo o Brasil (QUADROS, 2008).
Tem-se que o sistema educativo adotado e as Políticas Públicas direcionadas para a
educação, são elementos que demonstram a preocupação do país com o seu futuro, pois
somente, o ensino público gratuito, inclusivo e de qualidade pode construir uma sociedade em
que as diferenças socioculturais e socioeconômicas não são tão díspares (FREIRE, 1998).
Quando se fala em Políticas Públicas na educação a abordagem trata-se da articulação
de projetos que envolvem o Estado e a sociedade, na busca pela construção de uma educação
mais inclusiva e de melhor qualidade, ou seja, que resgate a construção da cidadania (GIRON,
2008).
Neste sentido, tem-se que as Políticas Públicas Educacionais estão diretamente ligadas
à qualidade da educação e, consequentemente, à construção de uma nova ordem social, em
que a cidadania seja construída primeiramente nas famílias e, posteriormente, nas escolas e na
sociedade.

3 PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO (PNE)

O Plano Nacional de Educação é um projeto que envolve responsabilidades


compartilhadas entre a União, os estados e municípios com a finalidade de melhorar
consideravelmente a qualidade da educação no Brasil. Por ter vigência igual a 10 anos,
sobrepõe-se às gestões e aos mandatos, devendo se manter ativo apesar de mudanças de
condução político-partidária. Na verdade, trata-se de um planejamento de médio prazo, que
visa orientar todas as ações na área educacional, exigindo seriedade e engajamento de todas as
partes. Cabe assim aos estados e municípios a elaboração de um planejamento regional,
alinhado às metas predefinidas pelo plano.
Em 2012, apenas 5,3% do Produto Interno Bruto (PIB) foi investido em educação. A
meta do Plano Nacional é que o país passe a investir o equivalente a 10% do PIB até
2024. Isso deverá representar cerca de de 50 bilhões de reais destinados anualmente à
educação. Lembrando que esse aumento deve ser progressivo, atingindo 7% nos próximos 5
anos para chegar a 10% nos 5 anos seguintes.
Uma das principais fontes de recursos são os royalties do petróleo. Uma lei sancionada
em 2013 estabelece que 75% desses valores e 50% do Fundo Social do Pré-Sal sejam
designados à educação. Mas, de fato, governo federal também deve buscar novas alternativas
para garantir o sucesso do PNE.
O Plano Nacional de Educação estabelece que, até 2016, será implantado o conceito
de Custo Aluno-Qualidade inicial (CAQi), um valor de investimento mínimo per capita para
garantir a qualidade do ensino de cada etapa da educação básica. Esse indicador terá como
base um conjunto de padrões estabelecidos na legislação educacional e será calculado por
meio dos gastos com os insumos indispensáveis ao processo de ensino-aprendizagem. O
CAQi será periodicamente reajustado até a implementação final do Custo Aluno-Qualidade
(CAQ).
Em 2014, o Congresso Federal sancionou o Plano Nacional de Educação (PNE) com a
finalidade de direcionar esforços e investimentos para a melhoria da qualidade da educação no
país. Com força de lei, o PNE estabelece 20 metas a serem atingidas nos próximos 10 anos.
Os principais desafios do plano estão relacionados à evolução dos indicadores de
alfabetização e inclusão, à formação continuada dos professores e à expansão do ensino
profissionalizante para adolescentes e adultos.
O Plano Nacional de Educação (PNE) foi aprovado em 26 de junho de 2014 e terá
validade de 10 anos. Esse plano estabelece diretrizes, metas e estratégias que devem reger as
iniciativas na área da educação.

3.1 METAS DO PNE


O Plano é composto por 20 metas que abrangem todos os níveis de formação, desde a
educação infantil até o ensino superior, garantindo foco em questões especialmente
importantes (como a educação inclusiva, o aumento da taxa de escolaridade média dos
brasileiros, a capacitação e o plano de carreira dos professores), além de aspectos que
envolvem a gestão e o financiamento desse imenso projeto. Como a Educação Infantil, Ensino
Fundamental, Ensino Médio, Educação Inclusiva, Alfabetização, Educação Integral,
Aprendizado na Idade Certa, Escolaridade Média, Alfabetização e Alfabetismo de Jovens e
Adultos, EJA Integrada à Educação Profissional, Educação Profissional, Educação Superior,
Titulação de Professores da Educação Superior, Pós-graduação, Formação de Professores,
Formação Continuada e Pós-graduação de Professores, Valorização do Professor, Plano de
Carreira do Docente, Gestão Democrática e Financiamento da Educação

4 PROJETO POLITICO PEDAGOGICO (PPP)


4.1 PRINCÍPIOS PROJETO POLITICO PEDAGOGICO (PPP)
Um dos princípios do PPP foi considerando e garantido pela Constituição de 1988 e,
foi referendado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Básica Nacional (LDB) de 1996,
diz respeito a garantia da gestão democrática no Ensino Público; nesse contexto, a LDB em
seus artigos 12 ao 15 trata de incumbir às participações dos segmentos da educação e
comunidade escolar, atribuindo um significativo numero de incumbências junto as escola, tais
como:
elaborar e executar as suas propostas pedagógicas;
administrar os seus recursos materiais e financeiros;
assegurar o comprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidas;
promover meios para recuperação de alunos, de menor rendimento, articular-se com as
famílias e comunidade, criando processos de integração da sociedade com a escola;
informar a frequência e o rendimento dos alunos, bem como sobre a execução de sua
proposta pedagógica.
A forma como o Projeto Político Pedagógico passa a ser formulado/utilizado pelas
escolas, nem sempre contribui para a efetivação do processo de democratização da gestão
escolar, limitando a sua existência a um mero documento legal e obrigatório, apenas existente
no campo burocrático. Entendimento da necessidade de uma gestão escolar democrática é
contemplado pela Constituição Federal, solidificado com a promulgação da LDB de1996, que
instituiu o PPP como instrumento da gestão escolar a ser construído coletivamente.
Vasconcelos (2002) bem destaca que, diante dos avanços e da complexidade da prática
educativa, sente-se a necessidade da criação de novos instrumentos para gerir o dia-a-dia da
escola, âmbito em que o PPP se estabelece com necessidade para os educadores e as
instituições de ensino.
No estudo levou ao entendimento que a concretização de um processo democrático e
participativo de elaboração e/ou reelaboração do PPP é um passo valioso na efetivação de
mudanças nas práticas do cotidiano escolar, estabelecendo suas características e funções na
gestão democrática.
Pode-se discorrer a respeito de quatro abordagens que fundamentam a democratização
da gestão escolar, sendo o PPP instrumento de participação democrático, de implicação na
ação educativa e construção da autonomia da escola.
A democracia representa o ideal de civilização desde a Grécia antiga, a participação
dos cidadãos nas decisões da vida da cidade era um direito primordial. A descentralização e a
participação está no âmago da democracia. Entretanto; o conceito de democracia se amplia e
se define requerendo atualmente maior participação e representação, respeitando a diversidade
cultural, a heterogeneidade social e o compartilhamento de poder.
No campo da educação, o princípio da gestão democrática tornou-se um preceito
constitucional, por ser uma exigência ética e política. Assim sustenta a participação da
sociedade civil na definição, fiscalização e avaliação das políticas educacionais,
implementadas pelos sistemas de ensino do país. Para que houvesse a participação, tornou-se
necessário a criação da participação direta e representativa nos órgãos públicos envolvidos
com a educação, como os órgãos: Conselhos Escolares, Associação de País e Mestres (APM),
Grêmios Estudantis e outros.
A reflexão sobre os caminhos possíveis à educação garantidas constitucionalmente no
artigo 206, Inciso VI e pela LDB/96. Entretanto o PPP na escola como necessário,
independentemente de qualquer decisão, política a exigência legal, pois a proposta pedagógica
é o norte da escola, definindo os caminhos de uma determinada comunidade brusca para si e
para os que agregam em seu entorno.
A LDB possui como eixo principal a flexibilidade, por meio da qual, proporciona
autonomia as escolas, cabendo aos gestores escolares estabelecerem as diretrizes das ações, a
partir do planejamento e elaboração/reelaboração coletiva do PPP e descentralização de ações,
bem como, promover as articulações entre o pedagógico, a político, o financeiro e o
administrativo.
O entendimento coletivo entre uma sociedade e suas potencialidades de auxilio e
riquezas de diversidades são adquiridas pela participação, elemento chave na ruptura
definitiva de concepções reducionistas, que mascaram o poder como opressão. Para
Vasconcelos (2002) a participação é uma resposta a um dos anseios fundamentais do homem:
ser levado em conta, tomar parte ser incluído e respeitado.
As ações encadeadas por um PPP podem ser inúmeras, mas todas devem ter o mesmo
foco ou diretriz de pensamento. Assim a escola agirá como um todo capaz de fugir das
identidades e ações cristalizadas e institucionalizadas por princípio histórico, que excludente e
não atendem aos princípios, constitucionais de democracia e igualdade social.
Gandin observa ...quando as pessoas – e as instituições –organizam, para de alguma
forma intervir na realidade, utilizam um esquema padrão de pensamento. Nas ações com
resultados satisfatórios, há uma constância na sequência dos passos que são vividos (1999,
p.29).
Segundo Veiga (2004), o projeto político pedagógico é, em suma, um instrumento
clarificador da ação educativa da escola em sua totalidade. Por tanto, a escola não pode mais
dizer que é mera retransmissora de interesses, ditados por outros – cabe a ela, em seu PPP,
assumir sua visão de mundo, condizentes com a realidade, entorno social e aspirações,
conferindo ao seu currículo, projetos emancipatórios na constituição de formas de inteligência
coletiva, flexíveis e democráticas, que busquem integrar e valorizar as singularidades.
É indiscutível a importância das ações, mas não de qualquer ação, todas devem possuir
finalidades diante dos objetivos pretendidos, correlacionados entre si. Desta forma
entendemos que seriam retiradas ações das práticas educativas, ações repetitivas, tradicionais
o aleatórias, nas quais o aluno não representa fator determinante, dissociando o processo
educacional da qualidade pretendida.

4.2 DESTAQUE PROJETO POLITICO PEDAGOGICO (PPP)

Merece destaque o papel de direção na efetivação de PPP emancipatórios, em que se


vincula à postura adotada pela direção o processo de consolidação da autonomia escolar, bem
como o avanço da gestão democrática. A direção é vista como a responsável pela articulação
dos segmentos escolares, integrando-os. Também, conforme, Vasconcelos (2002) se destaca o
perigo da direção se envolver somente em tarefas com fim de fazer a escola funcionar, se
esquecendo de pautá-la em um projeto coletivo.

Para Veiga
Construir um projeto pedagógico significa enfrentar o desafio da mudança e da
transformação, tanto na forma como a escola organiza o seu processo de trabalho
pedagógico, como na gestão que é exercida pelos interessados, que implica o
repensar da estrutura de poder da escola. (2004, p. 40).

O entendimento de autonomia na educação pública é sempre relativo, pois em nome


da organização, os Sistemas Educacionais ditam diretrizes ou políticas que de certa forma
limitam o sentido dessa autonomia. Na análise do papel da direção, existem necessidades
posturais, que são destacadas por Vasconcelos:
Construir um projeto de trabalho, a fim de qualificar suas ações e de se capacitar,
buscar, crescer, se fortalecer, de maneira qualificada e produtiva, que contribuem para evitar a
pratica autoritária, que possuem como raízes a insegurança, a falta de fundamentação e de
argumentos, em que o indivíduo recorre a um poder para agredir ou tentar calar o outro (2002,
p.56).
Também não se pode deixar de destacar a importância da gestão administrativa,
que deve ser efetivada em conjunto com os professores em todos os seus aspectos, não apenas
na hora de decidir o que fazer, mas, uma vez estabelecida os objetivos cada um cumprir com
sua parte.
4.3 PROJETO POLITICO PEDAGOGICO (PPP) COMO CONSTRUÇÃO DE UMA
NOVA REALIDADE

Para Libâneo
O PPP representa a oportunidade de uma direção, a coordenação pedagógica, os
professores e a comunidade, tomarem sua escola nas mãos, definir seu papel
estratégico na educação de crianças e jovens, organizar suas ações, visando atingir
os objetivos que se propõem. (2001, p.13.).

Se o papel foi encarado como mecanismos de construção de uma nova realidade


social, é possível prever sua orientação a partir de suas próprias divergências, em pró de um
objetivo democrático maior, que compreende e enfrenta a natureza de seus conflitos, cabendo
ao PPP orientar essa visão.

Para Sposati (1999 p. 82), a:


Exclusão é um processo complexo, multifacetado, que ultrapassa o econômico do
ponto de vista da renda e supõe a discriminação, o preconceito, a intolerância a
apartação social”, das quais refletem os aspectos que intitulam quase todas as
exclusões sociais, que são econômicos, políticos e culturais

5 CONCLUSÃO
Esta pesquisa buscou contribuir inicialmente para proporcionar mecanismos para a que
ao término dessa análise, pode-se constatar a existência de práticas divergentes no que
concerne à promoção da leitura literária, que levou-se a essas conclusões.
O estudo considerou na essência que a Constituição Federal de 1988, a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação 9.394/1996, o Plano Nacional de Educação (PNE) e Projeto
Político Pedagógico (PPP), foram a base da construção do conceito de qualidade na educação
enquanto direito social. Observou-se que as Políticas Públicas Educacionais não apenas se
relacionam às questões relacionadas ao acesso de todas as crianças e adolescentes as escolas
públicas, mas também, a construção da sociedade que se origina nestas escolas a partir da
educação. Neste entendimento, aponta-se que as Políticas Públicas Educacionais influenciam
a vida de todas as pessoas.
No estudo levou ao entendimento que a concretização de um processo democrático e
participativo de elaboração ou reelaboração do PPP é um passo valioso na efetivação de
mudanças nas práticas do cotidiano escolar, estabelecendo suas características e funções na
gestão democrática O estudo considerou na essência que a Constituição Federal de 1988, a
Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9.394/1996, o Plano Nacional de Educação (PNE) e
Projeto Político Pedagógico (PPP), foram a base da construção do conceito de qualidade na
educação enquanto direito social.
A educação tem sido um fator importante e decisivo para o avanço da humanidade,
vista como um recurso de fundamental importância no desenvolvimento da capacidade
intelectual, física, moral e social da humanidade. O processo educativo como um elemento
imprescindível para os indivíduos e a sociedade moderna, pois é possível compreender a
educação mais universal como uma corporação de princípios, um processo de construção de
conhecimentos e de habilidades. Desta maneira, diversas mudanças influenciaram o ato de
educar, o que antes era apenas para os que detinham poder financeiro. Entende-se então, a
“inclusão” como o ato de “conter ou trazer em si, compreender; incluir; inserir” (FERREIRA,
2008, p. 469), tendo como antônimo a “exclusão”, que pode-se compreender como o ato de
excluir de um grupo. Dessa forma, impossível conseguir pensar inclusão e exclusão como
fenômenos separados, pois para se ter a inclusão necessariamente existe alguém excluído.
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