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• Identificar palavras que têm “pedaços” (sílabas, rimas, fonemas iniciais) parecidos;
• Contar a quantidade de sílabas, para descobrir entre duas palavras qual a maior;
• Identificar a presença de palavras no interior de outras palavras.
O Caça-rimas, como o nome indica, propõe que os alfabetizandos emparelhem as figuras cujos
nomes terminam de forma parecida.
Organizando a turma em até quatro equipes, distribuímos para cada grupo uma cartela com seis
figuras cujos nomes terminam com determinadas rimas que estão presentes em 20 “fichas” (que são, na verdade,
outras figuras cujos nomes contêm aquelas rimas).
Vence o jogo o grupo que primeiro parear as seis rimas possíveis. Com o mesmo espírito, fazemos
também o Bingo dos sons iniciais, desafiando os aprendizes, agora, a pensar sobre “pedaços” (sílabas) iniciais das
palavras que a mestra vai “cantando” ao longo do jogo.
Já na Palavra dentro de palavra, as crianças trabalham com cartelas contendo figuras cujos nomes,
escritos abaixo, contêm outra palavra (por exemplo, tucano, casa), e figuras, em outras fichas, que trazem as
palavras “contidas” (por exemplo, cano e asa).
Como o objetivo é promover a consciência de que uma sequência de sons que constitui uma palavra
pode estar contida em outras, os participantes (2, 3 ou 4 jogadores ou grupos) recebem iguais quantidades de
fichas com as palavras “grandes” e vão retirando, de um monte, as palavras “contidas” emborcadas.
Vence quem primeiro formar pares com todas as cartelas que recebeu. Em algumas ocasiões,
criamos o desafio de descobrir mais palavras dentro das palavras grandes (por exemplo, tu e Tucá, dentro de
tucano, ou cá, dentro de casa).
Sempre que possível, deve-se flexibilizar os desafios quando fazemos essas brincadeiras
especificamente com alunos que estão em diferentes níveis de compreensão da escrita. Também criamos
variações nos repertórios de fichas dos jogos para que não percam o poder motivador por ter tornado-se fáceis
demais, graças à memorização. Inspirados no clássico jogo de dominó (com peças equivalentes a 0, 1, 2, 3, 4, 5 e
6), criamos um Silabó e um Rimanó, nos quais os alunos trabalham com grupos de palavras que compartilham
sete segmentos iniciais ou finais idênticos.
Como assumimos a necessidade de alfabetizar letrando, defendemos que as atividades de leitura e
de produção de textos tenham um lugar cativo na sala de aula, todos os dias, de segunda a sexta. Mas, sabemos
hoje, nossas crianças precisam desenvolver, tão cedo quanto possível, um bom automatismo no uso das
correspondências letra-som.
Sem tal domínio, como poderão compreender com autonomia os textos que leem e como virão a
escrever, sozinhas, pequenos textos, possíveis de ser lidos por aqueles com quem convivem? Os jogos aqui
descritos, ao lado de outras atividades e situações didáticas, são recursos valiosos e motivadores para que, de
forma autônoma, nossos alunos possam exercer práticas letradas.
*Artur Gomes de Morais é professor do Centro de Estudos em Educação e Linguagem da Universidade Federal
de Pernambuco.