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Da Ausencia

Ausencia é “um estado de fato, em que a pessoa desaparece de seu domicilio, sem deixar
qualquer noticia”
Ausente é o individuo que desapareceu, consciente ou inconscientemente, voluntaria ou
involuntariamente.
No código civil de 1916, a ausência era tratada no âmbito da capacidade, sendo o ausente
considerado absolutamente incapaz.(ideia era proteger os interesses do ausente)
O art. 22CC de 2002 – o Juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do MINISTERIO
PUBLICO, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador, caso o desaparecido assim não o faça
antes de desaparecer, Mas caso tenha deixado um procurador esse não puder ou não quiser
exercer a tarefa, o juiz nomeara um procurador.
A primeira fase é a CURADORIA dos bens do ausente, que dura 1 ano – Assim o legislador
para de proteger somente os bens do ausente e passa a dividir essa proteção com os herdeiros
e credor.
A segunda fase, a sucessão provisória, que dura 10 anos. – A partir de então, o legislador
passa quase toda a proteção para os interesses dos herdeiros, mas ainda resguardando os
direitos do ausente caso aparece.
A terceira fase, a sucessão definitiva, quando o ausente é presumido morto. – O ausente só é
presumido morto com a abertura da sucessão definitiva, enquanto isso, seus direitos,
obrigações e sua capacidade permanecem como se vivo estivesse.

Curadoria dos bens do ausente.


Segundo Maria Helena Diniz, o juiz determinara pormenorizadamente as providencias a serem
tomadas e as atividades a serem realizadas, segundo os quais o curador, por ele nomeado,
devera desempenhar suas funções administrativas relativamente aos bens do ausente, de
forma eficiente e responsável.
O juiz so pode escolher um novo curador, na falta ou no caso de impossibilidade do anterior.
(Art.25 CC)
A ordem de preferencia é: o cônjuge não separado judicialmente ou de fato a mais de dois
anos, os pais do ausente, os descendentes preferindo os mais próximos aos mais remotos e
por ultimo, alguém de livre escolha do juiz. Se o ausente não for caso mas constituir união
estável a época do desaparecimento seu companheiro ou companheira será o legitimo
curador, essa legitimidade é valida também para a união homoafetiva.
Durante um ano de 2 em 2 meses sera publicado em editais anunciando a arrecadação e
chamando o ausente para retomar posse dos bens.
Seundo o Art. 78 lei 8.213/91, autoriza a concessão de pensão provisória aos dependentes de
pois de 6 meses da declaração da ausência. (Não existe esse prazo, nem a declaração de
ausência, se o segurado desaparecer em decorrência de acidente, desastre ou catástrofe.) A
pensão se manterá até o reaparecimento do segurado.
A curadoria dos bens acaba com o aparecimento do ausente, de seu procurador ou de quem o
represente. A curadoria também tem seu fim com a abertura da sucessão provisória. (Art.
1.162 CPC).

Sucessão Provisória
Após um ano da declaração da ausência, da arrecadação dos bens do ausente e da nomeação
de curador, sendo publicados em 6 editais, de 2 em 2 meses, convocando o ausente, e mesmo
assim ele não apareceu, então o CC, autoriza a abertura da sucessão provisória nos termos do
Art.26, CC
O CC elenca quais pessoas podem pedir a abertura da sucessão provisória do ausente.
Consideram-se interessados para tal: o cônjuge não separado judicialmente, os herdeiros
presumidos, legítimos ou testamentários, os que tiverem sobre os bens do ausente direito,
dependentes de sua morte e os credores de obrigações vencidas e não pagas.
O inciso 1° do art 28 CC determina que se após o prazo de 1 ou 3 anos, conforme o caso, não
houver interessados na sucessão provisória, ou mesmo tendo, e nenhum deles a requerer,
cabe ao ministério publico requere-la ao juiz competente, assim também caos haja herdeiros
interditos ou menor.
A sentença que determina a abertura de sucessão provisória so terá validade após 180 dias de
publicada pela imprensa. Após esse prazo como se morto estivesse o ausente, podendo então
fazer abertura de testamento, inventario e partilha de bens.
Se o ausente aparecer, mandar noticias ou se provar sua existência, cessarão logo as
vantagens dos sucessores provisórios.

Sucessão Definitiva
O art. 37 CC prevê o prazo de 10 anos após o transito e julgado da sentença que abriu a
sucessão provisória, assim o prazo real para que se declare a abertura a sucessão definitiva dos
bens do ausente não é menor que onze anos e meio do desaparecimento.
Vejamos então que a sucessão provisória se tornara em definitivo: quando houver certa da
morte do ausente, dez anos depois de passada a transitada e julgada a sentença de abertura
da sucessão provisória, ou quando o ausente contar 80 anos e houverem decorrido cinco
anos das ultimas noticias. (Art. 1.167 CPC)

Eficácia
A sentença que declara a morte presumida tem eficácia erga omnes, mas não faz coisa julgada,
podendo ser revista a qualquer tempo, desde que surjam novas provas. Portanto, se o
declarado morte regressar, ou se provar que ele sua existência com vida, a sentença perderá a
eficácia EX TUNC, terá direito aos bens na forma em que se acharem, ou o preço que os
herdeiros e demais interessados houverem recebidos pelos bens alienados, respeitando assim
os direitos de terceiros.

Art. 40 a 69 do Código Civil


As pessoas jurídicas, também denominadas pessoas coletivas, morais, fictícias ou abstratas,
podem ser conceituadas, como conjunto de pessoas naturais ou de bens arrecadados, que
adquirem personalidade jurídica própria por uma ficção legal.

O CC de 1916 e o de 2002, adotaram a teoria da realidade técnica. Essa teoria é um somatório


entre duas teorias da pessoa jurídica: A TEORIA DA FICÇÃO (relacionada somente com as
relações patrimoniais) e a TEORIA DA REALIDADE ORGANICA OU OBJETIVA (Existi apenas para
fins sociais e somente adquire personalidade moral)
Teoria da Realidade Ténica do CC de 2002(Colin, Capitante) = Teoria da Ficção + Teoria da
Realidade Orgânica.
O art. 45 CC dispões que a pessoa jurídica de direito privado começa a partir da inscrição do
seu ato constitutivo no respectivo registro, sendo eventualmente necessária a sua aprovação
pelo Poder Executivo, como ocorre com as sociedades seguradoras.
O registro deve conter alguns requisitos (art. 46 CC), para ser valido.
a-)A denominação da pessoa jurídica, identificação de sua sede, tempo de duração e o fundo
social se houver.
b-)O nome e individualização dos fundadores e instituidores, bem como seus diretores.
c-)O modo de administração e representação ativa e passiva da pessoa jurídica.
d) A previsão quanto à possibilidade ou não de reforma do ato constitutivo, particularmente
quanto à administração da pessoa jurídica.
e) A previsão se há ou não responsabilidade subsidiária dos membros da pessoa jurídica.
f) As condições de extinção da pessoa jurídica e o destino de seu patrimônio em casos tais.
Resumidamente – Requisitos da Pessoa Jurídica:
1) Reunião de pessoas e bens; 2) Finalidade em comum; 3) Personalidade e capacidade
jurídica própria.
No que concerne à observância da legalidade, considera-se o ato (pode ser considerado
estatuto quando temos as associações sem fins lucrativos e de contrato social quando for as
sociedades simples ou empresarias, e de escritura publica no caso das fundações) constitutivo
um requisito exigido por lei, esse ato deve ser registrado para que se inicie a existência legal da
pessoa jurídica de Direito Privado.
Esse registro de uma sociedade empresaria deve ser feito em uma junta Comercial, e os das
demais pessoas jurídicas, no CARTORIO DE REGISTRO CIVIL das PESSOAS JURIDICAS.
A pessoa jurídica deve ser representada por uma pessoa natural (normalmente indicada em
seu próprio estatuto, na omissão a pessoa jurídica será representada por seu diretores) de
forma ativa ou passiva, manifestando sua vontade, nos atos judiciais ou extrajudiciais.
Pergunta: A pessoa jurídica possui a proteção os direitos da personalidade?
R: Sim, “Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil”Art 1°CC, “Aplica-se as
pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade”Art.52CC

Principais classificação gerais da pessoa jurídica


1-) Quanto a nacionalidade
A-) Pessoa Jurídica Nacional – é a organizada conforme a lei brasileira e tem no Brasil sua sede
principal e seus órgão de administração
B-) Pessoa Jurídica Estrangeira – é aquele formada em outro pais, e que não poderá funcionar
no Brasil sem autorização do Poder Executivo, interessando também ao Direito Inter. Privado.
2-)Quanto a estrutura interna.
A-)Corporação – é o conjunto de pessoas que atua com fins e objetivos próprios, São
corporações as sociedades, as associações, os partidos políticos e as entidades religiosas.
B-)Fundações – é o conjunto de bens arrecadados com finalidade e interesse social.
3-)Quanto as funções e capacidades
A-)Pessoa Juridica de Direito Publico – é o conjunto de pessoas ou bens que visa atender a
interesses públicos, sejam internos ou externos.
Internos são: A União, os Estados, o Distrito Federal, os Territórios, os Municípios, as
Autarquias e as demais entidades de caráter publicam criadas pela lei. Seu estudo é objetivo
mais do Direito Administrativo do que do Direito Civil. Art.41 do CC 20202
Externo são: Os estados estrangeiros e todas as pessoas jurídicas que forem regidas pelo
Direito Internacional Publico Art.42CC
B-) Pessoa Juridica de Direito Privado – é a pessoa jurídica instituída pela vontade de
particulares, visando a atender os seus direitos, dividem-se em: fundações, associações,
sociedades, partidos políticos, entidades religiosas e empresas individuais de sociedade
limitada

DAS PESSOAS JURIDICAS DE DIREITO PRIVADO PREVISTAS NO ART.44 DO CC

1-) Das fundações particulares – São criadas a partir de escritura publica ou testamento(Art62
do CC). Para sua criação pressupõem-se a existência dos seguintes elementos.
Afetação de bens livre, especificações dos fins, previsão do modo de administra-las e
elaboração de estatuto com base em seus objetivos e submetidos a apreciação do Ministério
Publico que os fiscalizara(esse requisito não é obrigatório mas facultativo no ato da instituição)
2-)Das Associações – “Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem
para fins não econômicos”(Art. 53 do CC). Como exemplo de associações temos: Clubes
esportivos, típicos das cidades do interior do Brasil e algumas entidades de classe.
Não há, entre associados, direitos e obrigações recíprocos, uma vez que não há intuito de
lucro(art.53 ). Por outro lado, podem existir direitos e deveres entre associados e associação,
como o dever do associado de pagar a contribuição mensal.
Requisitos para elaboração dos estatutos da associação:
a-)A denominação da associação, e seus fins e o local da sua sede.
b-)Os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados.
c-)Os direitos e deveres dos associados.
d-)As fontes e recursos para manter a associação.
e-)O modo de constituição e funcionamento dos órgãos deliberativos.
f-)As condições para alterar as disposições estatutárias e para dissolver a associação
g-)A forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas.

3-)Das sociedades- A finalidade lucrativa é o que distingue uma associação de uma sociedade,
ambas constituindo espécies de corporação (conjunto de pessoas), e se dividem em:
a-)Sociedades Empresariais – São as que visam a uma finalidade lucrativa, mediante exercício
de atividade empresaria.
b-)Sociedade Simples – São as que também visam o lucro, mediante exercício de atividade não
empresaria, são as antigas sociedades civis. Ex: grandes escritórios de advocacia, cooperativas.

4-)Das organizações religiosas e dos partidos políticos – “São livres a criação, a organização, a
estruturação interna e o funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder
publico negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu
funcionamento.” Já “os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme disposto
em lei especifica”
A liberdade de funcionamento das organizações religiosas não afasta o controle de legalidade
e legitimidade constitucional de seu registro, nem a possibilidade de reexame, pelo Judiciário,
da compatibilidade de seus atos com a lei e com seus estatutos.

5-)Das empresas individuais de sociedade limitada (EIRELI) - “Art. 980-A. A empresa individual
de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do
capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior
salário mínimo vigente no País.

- Nas sociedades em geral, o objetivo é o lucro pelo exercício da atividade.


- Nas fundações, os fins podem ser religiosos, morais, culturais ou de assistência e se prestar a
outras finalidades, desde que afastado o intuito lucrativo.
- Nas associações de fins não econômicos, os objetivos podem ser de natureza cultural,
educacional, esportiva, religiosa, filantrópica, recreativa, moral etc.

Como fica a situação das sociedades de fato, sem a existência de ato constitutivo?
A depender do tipo de sociedade e genericamente, os sócios respondem por seus atos de
forma ilimitada e o patrimônio das sociedades responde pelas obrigações contraídas,
primeiramente, afinal, via de regra, os sócios não respondem com seus bens pessoais.

Desconsideração da personalidade jurídica Art.50 CC

A desconsideração da personalidade jurídica, também conhecida como, teoria do


levantamento do véu ou teoria da penetração na pessoa física, nada mais é que o alcance de
pessoas e bens que se escondem dentro de uma pessoa física. Tal instituto permite ao juiz não
mais considerar os efeitos da personificação da sociedade para atingir e vincular
responsabilidades dos sócios. Dessa forma, os bens particulares dos sócios podem responder
pelos danos causados a terceiros, em suma, o véu ou escudo, no caso da pessoa jurídica, é
retirado para atingir quem esta atrás dele, o sócio ou administrador, tais coisas não eram
permitidos antes, antes a responsabilidade dos sócios em relação a dividas sociais seja sempre
subsidiaria, ou seja, primeiro se exaure-se o patrimônio da pessoa jurídica para depois, e se o
tipo de sociedade adotado permitisse, os bens particulares dos sócios seriam executados, isso
facilitava o cometimento de fraudes e lesava a sociedade e a terceiros, o que caucionou
reações doutrinarias.
Não podemos confundir DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURIDICA (a pessoa jurídica
não é extinta à apenas uma ampliação de responsabilidade), com DESPERSONIFICAÇÃO DA
PESSOA JURIDICA (a pessoa jurídica é extinta (dissolvida)).
A desconsideração da personalidade jurídica cabe em qualquer fase do processo,
independente da propositura e um ação especifica, e também pode ser solicitado a
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURIDICA “INVERSA”, que nada mais é que a pessoa
física que se vale da pessoa jurídica para ocultar ou desviar bens pessoas, com prejuízo a
terceiros.

DOS BENS JURIDICOS


Diferença entre bem e coisa .
Coisa - é gênero, tudo que não é humano, os animais se enquadram nessa definição, inclusive
os animais de estimação, apesar de o julgado declinar em tese da plena humanização do
animal, foram aplicadas por analogia com base no art.4° da lei de introdução, as mesmas
regras relativas quanto a guarda de um filho para os animais domésticos.
Bem - é espécie, coisas com interesse econômico e/ou jurídico.

Tese do patrimônio mínimo – a tese pode ser resumida da seguinte forma: deve-se assegurar
a uma pessoa o mínimo de direitos patrimoniais, a fim de que esta pessoa viva com dignidade.
Com isso o CC estabelece que é nulo a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou
renda suficiente para a subsistência do doador, esse artigo anula a doação universal.
As principais alterações da teoria do patrimônio mínimo terão seu alcance no que se refere a
proteção ao bem de família.

Principais classificação dos bens de família


1-) Quanto a tangibilidade (não consta no CC 2002, mas é importante para entender a matéria
1.1-)Bens contemporâneos, materiais ou tangíveis - podem ser tocados – Ex: casa, carro
1.2-Bens incorpóreos, imateriais ou intangíveis – não podem ser tocados – Ex: fundo
empresarial, hipoteca, o penhor, propriedade industrial

2-)Quanto a mobilidade
2.1-)Bens imóveis - não podem ser removidos sem a sua deterioração ou destruição. Podem
ser subdivididos em:
2.1.1-)Por natureza – são formados pelo solo e tudo aquilo que se incorpora a ele de forma
natural (o solo, subsolo, superfície, espaço aéreo e tudo que lhe for incorporado) Ex: arvore
2.1.2-)Por acessão física - industrial ou artificial – tudo que o homem incorporar
permanentemente ao solo, não podendo remover do solo sem a destruição, será bem imóvel.
Ex: plantações, construções.
2.3-)Por acessão física intelectual – tudo que for empregado intencionalmente para
exploração industrial, aformoseamento ou comodidade.
2.4-)Por disposição legal – são bens, a fim de dar maior proteção jurídica. Ex: direito a
sucessão aberta, direitos reais sobre imóveis (hipoteca) e penhor agrícola (excepcionalmente).
2.2-)Bens moveis – são os que podem ser transportados sem deteorização ou destruição,
sem alteração da substancia ou da destinação econômico-social daquele bem, podendo ser
transportados por força própria ou de terceiros. Os bens imóveis são subclassificados por:
2.2.1-)Por natureza – são os que podem ser transportados sem qualquer dano, por força
própria (semoventes) ou por força alheia.
2.2.2-)Por antecipação – são os bens que eram imóveis, mas que foram mobilizados por
uma atividade humana. Ex: colheita de uma plantação (é um bem móvel por antecipação).
2.2.3-)Por determinação legal – a lei estabelece que o bem é móvel.
Navios e aeronaves são tratados como bens imóveis pela lei, uma vez que exige um registro
especial deles e admite a instituição de hipoteca.

3-) Quanto a fungibilidade (art. 85 CC)


3.1-) Bens infungíveis – não podem ser substituído por outro da mesma espécie, qualidade
ou quantidade. Ex: o carro é um bem móvel, e também infusível, isso porque carro tem chassi.
3.2-)Bens fugiveis – podem ser substituídos por outro da mesma espécie, quantidade ou
qualidade

4-)Quanto a consutibilidade (art.86 CC)


4.1-)Bens consumíveis – são bens moveis cujo uso importa a sua destruição imediata e os
bens destinados à alienação. Ex: sanduiche.
4.2-)Bens inconsumíveis – são aqueles que permitem sua reiterada utilização sem que haja a
sua destruição.

5-)Quanto a divisibilidade (art.87 e 88CC)


5.1-)Bens divisíveis – são aqueles que podem partir em porções distintas. Ex: saca de cereais
5.2-)Bens indivisíveis – são aqueles bens que não podem ser partilhados, pois deixa de ser
um todo perfeito, gerando a desvalorização do bem, ou a perda das qualidades essenciais.

6-)Quanto a indivisibilidade (art. 89 a 91 CC)


6.1-)Bens singulares(individuais) – são bens individuais. Ex: livro, boi, etc
6.2-)Bens universais – são bens que se encontram agregados a um todo, constituído por
varias coisas singulares, mas considerados em seu conjunto, formando um todo
individualizado
6.2.1-)Universalidade de fato – ocorre quando essa ligação é feita pela vontade humana. Ex:
Biblioteca
6.2.2-)Universalidade de direito – é individualizada pela lei, sendo uma ficção legal (art. 91)
Ex: massa falida

7-) Quanto a dependência em relação a outro bem – bens reciprocamente considerados


7.1-)Bem principal – são aqueles que existem de forma autônoma e independente, não
dependendo de outro objeto.
7.2-)Bem acessório – são aqueles que a existência e finalidade dependem de outro bem.
São bem acessórios:
7.2.1-)Frutos- os frutos tem origem no bem principal, mas mantem a integridade deste
ultimo, sem diminuir a substancia ou quantidade. Classificam-se como.
a-)Frutos naturais – Ex: frutos de uma arvore, mas mantem a inteireza da coisa principal
b-)Frutos industriais – decorrente de uma atividade humana. Ex: saco de balinhas
c-)Frutos civis – decorrendo de uma relação jurídica econômica, denominada de
rendimentos. Ex: Aluguel, juros e dividendos.
Quanto ao estado em que se encontram os frutos, podem ser classificados como:
a-)Frutos pendentes – são os frutos que não foram colhidos. Ex: Fruta na arvore.
b-)Frutos estantes – são os frutos colhidos e armazenados. Ex: maça colhida e armazenada.
c-)Frutos percipiendos – são os frutos que deveriam ter sido colhidos, mas não foram.
d-)Frutos consumidos – são os frutos colhidos que não existem mais pois foram consumidos
7.3-)Produtos – são bens acessórios que saem da coisa principal, diminuindo a sua
quantidade e substancia. Ex: pepita de ouro retirada de uma mina.
7.4-)Pertenças – são bens destinados a servir um outro bem, denominado principal.
7.5-)Benfeitorias – são bens acessórios introduzidos em um bem móvel ou imóvel, visando
sua conservação, ou melhor sua utilidade, podem ser classificados em:
a-)Benfeitorias necessária – tem por finalidade conservar ou evitar que o bem se deteriore
b-)Benfeitorias uteis – aumentam ou facilitam o uso ou a utilidade da coisa
c-) Benfeitorias voluptuárias – são benfeitorias para mero deleite. Ex: piscina numa casa.

8-)Quanto ao titular de domínio (art. 98 a 103 CC)


8.1-)Bens particulares – são bens que pertencem ao particular (física ou jurídica)
8.2-)Bens públicos – pertencem a pessoa jurídica de direito publico interno. Os bens públicos
podem ser classificados de diferentes tipos:
a-)Bens de uso geral - são aqueles necessários ao uso geral do povo. Ex: praças e ruas.
b-)Bens de uso especial – são bens ou terrenos que são utilizados pelo próprio estado para
execução de um serviço publico especial. Ex: Repartições publicas, sede da prefeitura, etc
c-)Bens públicos dominiciais – são bens que fazem parte de um patrimônio disponível da
pessoa jurídica de direito publico. Ex: Terras devolutas
Seja qual for o bem publico ele não esta sujeito ao usucapião.
O res nullius são coisas que não tem dono, mas so podem ser para bens moveis, pois os bens
imóveis que não tiver dono pertencem ao Estado.

9-)Bem de família – o bem de família é o imóvel utilizado como residência familiar, e existem
duas formas de prever o bem de família, voluntario ou convencional e bem de família legal.
9.1-)O Bem de família é voluntario ou convencional quando pode ser instituído por alguém:
Pelo cônjuges, pela entidade familiar e por um terceiro.
Esta instituição de bem de família convencional se dará por escritura publica ou testamento,
mas não pode ultrapassar 1/3 do patrimônio liquido da pessoa que faz a instituição, este não
revoga o Bem de família legal, podendo inclusive conviverem.
Para que seja bem de família convencional, é necessário que o bem seja: Imovel, residencial
rural ou urbano, incluindo todos os acessórios que compõem este bem.
São consequências da instituição do bem de família convencional: Inalienabilidade do imóvel,
impenhorabilidade do imóvel e isenção de execução por dividas posteriores a instituição.
Há situações em que a despeito de o bem ser de família convencional, e ter tais
características, não prevalecera estas condições: Dividas anteriores a constituição do bem de
família, no caso de dividas posteriores relacionadas a tributos relacionados ao prédio, no
caso de divida de condomínio e no caso de fiança ou aval.
O STF já estabeleceu que o conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também
o imóvel pertencente a solteiras, separadas e viúvas.
Constitui bem de família, insuscetível a penhora, o único imóvel residencial do devedor em
que resida seu familiar, ainda que o proprietário nele não habite, e também o imóvel
comercial, desde que sua renda seja revertida para custear a moradia num imóvel alugado.

O art. 3° da lei 8.009/90 estabelece que impenhorabilidade não é oponível aos seguintes
casos: • Titular do crédito decorrente do financiamento destinado à construção ou à aquisição
do imóvel, no limite dos créditos e acréscimos constituídos em função do respectivo contrato;
• Credor da pensão alimentícia, resguardados os direitos, sobre o bem, do seu coproprietário
que, com o devedor, integre união estável ou conjugal, observadas as hipóteses em que ambos
responderão pela dívida;
• Cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e contribuições devidas em função do
imóvel familiar;
• Execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como garantia real pelo casal ou pela
entidade familiar. Esta exceção só se aplica se a hipoteca foi constituída por ambos os cônjuges
ou de toda a
entidade familiar.
• Imóvel ter sido adquirido com produto de crime ou para execução de sentença penal
condenatória a ressarcimento, indenização ou perdimento de bens.
• Por obrigação decorrente de fiança contrato de locação.
O STF entende que a proteção da impenhorabilidade não pode prevalecer nos casos em que o
devedor age de má-fé.

DOS BENS ADIQUIRIDOS A POSSIBILIDADE DE SEREM COMERCIALIZADOS.


Os bens alienáveis ou no comercio - são aqueles disponíveis ou sem restrições, que sejam
barreiras a transferência ou apropriação, podendo ser transferidos de forma onerosa ou
gratuita ao patrimônio de uma pessoa.
Os bens inalienáveis - são aqueles que estão fora do comercio – não podendo ser transferidos
de um acervo patrimonial para outro ou insuscetíveis de apropriação, podendo ser
classificados em:
Inapropriados por natureza - bens de uso inexaurível, bem sem utilidade e os direitos da
personalidade. Ex: O mar, o ar, a luz, o direito a vida, à honra.
Legalmente inalienáveis – aqueles que tem sua comercialidade excluída por lei e, somente
mediante a autorização legal, podem ser alienados. Ex: Bens publico de uso comum e de uso
especial.
Inalienaveis pela vontade humana – aqueles que o individuo, por ato inter vivos ou causa
mortis, impõe a clausula de inalienabilidade, temporal ou vitalícia. Ex: Clausula constante de
testamento e de doação.
A inalienabilidade pode ser ABSOLUTA (quando o bem não puder ser alienado em nenhuma
hipótese) ou RELATIVA (quando o bem for passível de alienação em certos casos mediante a
observância dos requisitos legais)

DA AFETAÇÃOE DESAFETAÇÃO DOS BENS PUBLICOS


A afetação e desafetação podem ocorrer tanto por ato administrativo ou por lei, sendo
vinculada a cada uma dessas formalidades de acordo com sua origem.
Afetação - como sendo o fato administrativo pelo qual se atribui ao bem publico uma
destinação publica especial de interesse direto ou indireto da administração.
Desafetação – poderá ocorrer por fato jurídico, ato administrativo ou lei, quando o bem for de
uso comum do povo poderá, em regra, ser desafetado por lei, ou ainda ter sua destinação
alterada para uso especial. Ou seja consiste na alteração da destinação de bom, de uso comum
ou de uso especial, para a categoria de dominicais.
A competência para desafetar está consagrada constitucionalmente aos entes públicos.
Através da autonomia conferida constitucionalmente o que garante aos Entes Públicos o
direito de, com as devidas ressalvas legais, dispor de todos os bens que estão sob o seu
domínio.

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