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24/11/2019 70 anos após a bomba de Hiroshima, Japão exige o fim das armas atômicas | Internacional | EL PAÍS Brasil

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70º ANIVERSÁRIO DA BOMBA ATÔMICA DE HIROSHIMA

70 anos após a bomba de Hiroshima, Japão exige o fim


das armas atômicas
Gritos de “não à guerra” são ouvidos após o discurso do primeiro-ministro
Shinzo Abe

Homenagem às vítimas em Hiroshima. ATLAS /GETTY (ATLAS)

70 anos após a bomba de Hiroshima, Japão exige o fim das armas atômicas

MACARENA VIDAL LIY

Hiroshima (Japão) - 06 AUG 2015 - 11:38 BRT

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“Por sermos o único povo atacado por uma bomba atômica, temos a missão
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mundo sem armas nucleares.” O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, renovava assim o
compromisso de seu país contra esse tipo de arma, durante a cerimônia que marcou os 70
anos do ataque norte-americano a Hiroshima, a primeira vez em que uma bomba atômica
foi usada em conflitos. Cerca de 55.000 pessoas, segundo dados oficiais, participaram da
homenagem às quase 140.000 vítimas daquele ataque, acompanhada de uma conclamação
pela paz mundial. Apesar da fragilidade física, dezenas de hibakushas – sobreviventes da
bomba –, alguns deles em cadeiras de rodas, desafiaram o forte calor para recordar o pior
dia da sua história e prestar um tributo à memória de seus pais, irmãos, familiares e amigos
que morreram em 6 de agosto de 1945 ou nos dias e meses subsequentes.

Às 8h15 (hora local, 20h15 de quarta-feira pelo horário de Brasília), um sino marcou o
momento exato da detonação. Os participantes, entre os quais se encontravam
representantes de aproximadamente cem países, e dignitários como o secretário-geral de
Nações Unidas, Ban Ki-moon, observaram um minuto de silêncio, quebrado apenas pelo
alarido das cigarras. A cerimônia havia começado com uma oferenda contendo água
recolhida em 17 pontos da cidade, numa lembrança das vítimas que, com terríveis
queimaduras, morreram suplicando algo para beber.

Em sua intervenção, Abe anunciou que seu país apresentará nos próximos
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meses uma nova proposta de resolução à Assembleia Geral da ONU
“Não há uma
determinando a abolição das armas nucleares. O Japão também pretende única batalha
dar um novo impulso a essa ideia como anfitrião da próxima cúpula anual decisiva na
Segunda Guerra
do G7, no ano que vem. “É nossa tarefa divulgar a desumanidade das
Mundial”
armas nucleares, sem barreiras geracionais nem fronteiriças”, afirmou o
primeiro-ministro. Hitler não jogou
mal sua última
carta
Seu apelo contra as armas nucleares teve um contexto especial neste ano.
Abe se encontra em pleno processo de buscar aprovação parlamentar Análise: O
macho, arma de
para uma série de leis que permitirão, pela primeira vez e apenas sob destruição em
determinadas circunstâncias, que este país possa participar de missões massa
de combate fora do seu território, com o objetivo de ajudar aliados em
Acordo nuclear
perigo. Para o Governo japonês, a reinterpretação da Constituição é a desculpa
pacifista vigente desde o fim da Segunda Guerra Mundial é algo para implantar
mudanças no
necessário, pois permitirá ao país manter uma relação militar mais
Irã
equilibrada com seus aliados, principalmente os Estados Unidos. Para
seus críticos, representa uma iniciativa anticonstitucional, que deixa o país Restos humanos
guardados por
nazistas são
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nazistas são
mais perto de voltar a se envolver em conflitos bélicos, após 70 anos de encontrados na
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França
paz ininterrupta.

Entre as vozes mais críticas se encontram, precisamente, a dos hibakushas. “É algo


anticonstitucional”, afirma Hiromi Hasai, catedrático aposentado de Física Nuclear na
Universidade de Hiroshima e sobrevivente do ataque atômico, ecoando uma opinião já
expressa por juristas locais. “Abe quer estar do lado dos ganhadores, mas em uma guerra
nunca há ganhadores. Nós dizemos não à guerra, não a que as coisas se decidam mediante
o uso da força”, acrescentou Hasai. Uma organização que reúne sobreviventes, chamada
Nihon Hydankyo, criticou duramente o Governo depois de a Câmara Baixa aprovar esses
projetos de lei, no mês passado.

Quem viveu a guerra teme também que, em seu discurso por ocasião do aniversário do fim
da guerra, no próximo dia 15, Abe tente atenuar o pedido de desculpas tradicionalmente
feito nessa data por governantes anteriores.

Esta semana, o ministro da Defesa, Gen Nakatani, reavivou a polêmica ao admitir que,
teoricamente, os projetos de lei em debate e aqueles que a Câmara Baixa já aprovou
poderiam permitir que o Japão transportasse armas nucleares para seus aliados.
Imediatamente, no entanto, apressou-se em esclarecer que é altamente improvável que isso
aconteça.

Abe foi reeleito nas eleições antecipadas de dezembro, mas sua popularidade vem caindo
progressivamente desde então, situando-se atualmente abaixo de 40%, segundo as
pesquisas. Em seu breve discurso em Hiroshima, Abe não fez referência à polêmica. Mas,
depois da sua fala, ouviram-se entre o público gritos isolados de “não queremos guerra!”.

Os demais participantes também insistiram na mensagem pró-abolição das armas


nucleares. “Para coexistir, devemos abolir o mal absoluto e a total desumanidade que as
armas representam”, observou o prefeito de Hiroshima, Kazumi Matsui. Mas,
diferentemente de Abe, Matsui pareceu fazer uma referência à polêmica que cerca a nova
atitude mais militarista do Governo japonês. “Trabalhar com paciência e perseverança (para
obter sistemas de segurança que permitam eliminar a ameaça nuclear) será vital e exigirá
que promovamos no mundo todo o caminho para a paz verdadeira, revelado pelo pacifismo
da Constituição japonesa”, afirmou.

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