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O Navjote (ou Sedreh-Pushi, como é conhecido entre os zoroastrianos do Irão) é uma

cerimónia de iniciação obrigatória destinada às crianças zoroastrianas que deve acontecer


entre os sete e os quinze anos de idade. É importante que a criança já conheça as principais
orações da religião.

Antes da cerimónia começar, a criança toma uma banho ritual de purificação (Naahn). Durante
a cerimónia, conduzida pelo mobed e na qual estão presentes familiares e amigos, a criança
recebe o sudreh (ou sedra, uma veste branca de algodão) e o kusti (um cordão feito de lã) que
ata na sua cintura. A partir deste momento, o zoroastriano deve usar sempre o sudreh e o
kusti.

O casamento zoroastriano implica dois momentos distintos. No primeiro, os noivos e os seus


padrinhos assinam o contrato de casamento. Segue-se a cerimónia propriamente dita durante
a qual as mulheres da família colocam sobre a cabeça dos noivos um lenço; simultaneamente,
dois cones de açúcar são esfregados um contra o outro. O lenço é, então, cosido, simbolizando
a união do casal. As festas do casamento podem prolongar-se entre três e sete dias.

Práticas funerárias

Uma torre do silêncio em ruínas

Os zoroastrianos acreditam que o corpo humano é puro e não algo que deva ser rejeitado.
Quando uma pessoa morre o seu espírito deixa o corpo num prazo de três dias e o seu cadáver
é impuro. Uma vez que a natureza é uma criação divina marcada pela pureza, não se deve
poluí-la com um cadáver.

Na prática, esta crença implicou que os cadáveres dos zoroastrianos não fossem enterrados,
mas colocados ao ar livre para serem devorados por aves de rapina, em estruturas conhecidas
como torres do silêncio (dakhma).

Após a morte, um cão é trazido perante o cadáver, num ritual que se repete seis vezes por dia.
No quarto onde se encontra o cadáver, arde uma pira de fogo ou velas durante três dias.
Durante este tempo, os vivos evitam o consumo de carne.

Os participantes no funeral vestem-se todos de branco, procurando-se evitar o contacto


directo com o defunto. O cadáver (sem roupa) é, então, depositado numa torre do silêncio.
Depois de as aves terem consumido a carne, os ossos são deixados ao sol durante algum
tempo para secarem.
Por motivos vários (relacionados, por exemplo, com a diminuição da população de aves de
rapina ou com a ilegalidade desta tradição em alguns países), esta prática tem sido
abandonada por zoroastrianos residentes em países ocidentais e até mesmo no Irão e Índia,
optando-se pela cremação.

Festas

As comunidades zoroastrianas atuais regem-se por três calendários diferentes:

o Fasli (usado pelos Zoroastrianos iranianos e alguns Parses);

o Shahanshahi (usado pela maioria dos Parses); e

o Qadimi (este último, o menos utilizado de todos).

O que significa que as festas religiosas podem ser celebradas em diferentes dias; nestes
calendários, cada mês e cada dia do mês recebe o nome de um Amesha Spenta ou de um
Yazata. Os zoroastrianos celebram seis festivais ao longo do ano - os Gahambars - cujas origens
se encontram nas diferentes actividades agrícolas dos antigos povos do planalto iraniano e nas
estações do ano.

O Noruz é o Ano Novo Persa, celebrado no dia 21 de março no calendário Fasli (os parses
celebram o Noruz em meados de Agosto). Por volta deste dia, os zoroastrianos colocam, nas
suas casas, uma mesa com sete itens: um vaso com rebentos de lentilhas ou de trigo, um
pudim, vinagre, maçãs, alho, pó de sumagre, frutos da árvore jujube; outros elementos que
enfeitam a mesa são moedas, o Avesta, um espelho, flores e uma imagem de Zaratustra. O
Noruz é celebrado com o uso de roupas novas, com o consumo de pratos especiais, com a
troca de presentes e com a celebração de cerimônias religiosas. O fogo tem nele um
significado especial. Seis dias depois do Noruz, os zoroastrianos festejam o nascimento de
Zaratustra.

O zoroastrismo hoje

A comunidade zoroastriana existente no mundo contemporâneo pode ser dividida em dois


grandes grupos: os Parses e os zoroastrianos iranianos.[4] Em 2004, o número de zoroastrianos
no mundo foi estimado entre 145 000 e 210 000.[8] O Censo indiano de 2001 contabilizou 69
601 zoroastrianos parsis.[9]

Na Índia, os Parses são reconhecidos pelas suas contribuições à sociedade no domínio


económico, educativo e caritativo. Muitos vivem em Mumbai (Bombaim) e têm tendência para
praticar a endogamia, desencorajando o proselitismo religioso. Veem a sua fé como étnica.

Em geral, os zoroastrianos iranianos mostram-se mais abertos a aceitar conversões.


Concentram-se nas cidades de Teerão, Iázide e Carmânia. Falam uma variante da língua persa,

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