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Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Centro de Engenharias e Ciências Exatas


Departamento de Engenharia Química
Curso de Engenharia Química

Felipe d’Avila
Giulia Delai
Luiz Bergmann
Vanessa Dal’Maso

Laboratório de Engenharia Química II


Relatório de Bombas e Perda de Carga em Acessórios

Toledo - PR
2019
1. MEMORIAL DE CÁLCULO

Com os valores da pressão manométrica antes e após cada um dos


acessórios avaliados, definidas como Pantes e Pdepois, temos que a queda de pressão
causada por cada acessório dada pela Equação 1

∆Pacessório = Pantes − Pdepois (01)

sendo essa a queda de pressão experimental obtida.


Para o cálculo da perda de energia no sistema como um todo, partiu-se do
balanço global de energia apresentado na Equação 2.

Pr − Pa ∆ub 2 2 ∙ f ∙ LT ∙ ub 2
+ + g ∙ H0 + − |We | = 0 (02)
ρ 2 D

onde f é o fator de atrito de Fanning.


Para se estimar a perda de carga dos diferentes acessórios, diversos métodos
estão disponíveis na literatura. Dentre eles, temos a Fórmula de Darcy para perda de
carga em tubulações retas, dada pela seguinte equação:

f ∙ L ∙ ub 2
lW = (03)
2∙D∙g

Nos acidentes, temos que a perda de carga pode ser estimada pela
Equação 4, onde o coeficiente k pode ser calculado de diferentes formas.

k ∙ ub 2
lW = (04)
2∙g

NRe > 2500 𝐷1 2 𝐷1 2 𝜃


𝑘𝑓 = [0.6 + 1.92 ∙ 𝑓] ∙ ( ) ∙ [( ) − 1] ∙ √sin ( ) (06)
Redução 𝐷2 𝐷2 2
2
NRe > 4000 𝐷1 2
𝑘𝑓 = [1 + 3.2 ∙ 𝑓] ∙ {[1 − ( ) ] } (07)
Expansão 𝐷2

Para os demais acessórios, podemos usar a Equação 8.

D ∙ kf
Leq = (08)
4∙f
RESULTADOS E DISCUSSÕES

A Tabela 01 contém as velocidades encontradas para cada vazão.

Tabela 01: Velocidades nas tubulações para diferentes vazões


Velocidade (m.s-1)
Vazão (L.min-1) Tubulação de 1in Tubulação de 0,5in
5 0,164 0,658
8 0,263 1,053
14 0,460 1,842
16 0,526 2,105

As quedas de pressão obtidas experimentalmente e calculadas pela Equação


01 para cada acessório são indicadas na Tabela 02.

Tabela 02: Queda de Pressão de cada acessório para diferentes vazões


Queda de Pressão (kPa)
Acessórios Q = 5 L.min-1 Q = 8 L.min-1 Q = 14 L.min-1 Q = 16 L.min-1
1 44,816 33,094 19,994 16,574
2 17,237 19,305 6,895 17,926
3 19,305 20,684 18,616 20,684
4 13,790 24,821 27,579 35,163
5 13,790 22,063 18,616 24,131
6 13,790 19,305 15,169 20,684

Com esses dados, a perda de carga real foi obtida ao realizarmos um balanço
de energia em cada acessório. A Tabela 03 apresenta as perdas de carga de cada
acessório.
Tabela 03: Perda de Carga real para cada acessório conforme a vazão
Perda de Carga (m)
Acessórios Q = 5 L.min-1 Q = 8 L.min-1 Q = 14 L.min-1 Q = 16 L.min-1
1 4,588 3,388 2,047 1,694
2 1,765 1,976 0,706 1,835
3 1,956 2,065 1,744 1,906
4 1,412 2,541 2,824 3,600
5 1,412 2,259 1,906 2,471
6 1,432 2,029 1,715 2,329

A Tabela 04 indica os valores dos Números de Reynolds obtidos para cada


velocidade.

Tabela 04: Número de Reynolds e fator de atrito para diferentes vazões


Vazão (L.min-1) Número de Reynolds Fator de atrito
5 12758 0,003
8 20413 0,003
14 35723 0,003
16 40827 0,003

Segundo Kellner et al, a rugosidade relativa para tubos de PVC varia entre
1,5.10-5 e 5,2.10-3, então utilizou-se um valor intermediário de 2,5.10-3 para os demais
cálculos.

Para determina-se a perda de carga através da literatura, utiliza-se a Equação


04. Sendo k o coeficiente de perda de carga singular, que é função da geometria do
acidente e do número de Reynolds. Entretanto, quando o número de Reynolds é muito
grande, o escoamento através do acessório não sofre os efeitos da inércia, fazendo
com a dependência do coeficiente de perda de carga localizada em relação ao número
de Reynolds seja pequena. Logo, o fator k depende apenas da geometria do acessório
(NETTO, 1998).

Sendo assim existem equações empíricas em função da geometria do


acessório e do fator de atrito. Como os fatores de atrito variam pouco em função da
vazão, então o coeficiente de perda de carga foi utilizado como constante para todas
as vazões.

A Tabela 05 demonstra os valores de k para cada acessório, obtidos pelas


Equações 05, 06 e 07, para redução, expansão e demais acessórios,
respectivamente.

Tabela 05: Coeficiente de Perda de Carga (k) para diferentes acessórios


Acessório k
Válvula 1” 23,33
Curva 90° 1” 2,54
Redução 1” p/ 0,5” 7,33
Válvula 0,5” 26,38
Curva 90° 0,5” 3,04
Expansão 0,5” p/ 1” 0,62

Com as velocidades e os coeficientes de perda de carga localizadas, obteve-


se as perdas de cargas para cada acessório utilizando a Equação 04. As perdas de
cargas estão indicadas na Tabela 06.

Tabela 06: Perda de Carga para cada acessório para diferentes vazões
Perda de Carga (m)
Acessórios Q = 5 L.min-1 Q = 8 L.min-1 Q = 14 L.min-1 Q = 16 L.min-1
1 0,201 0,515 1,576 2,059
2 0,022 0,056 0,171 0,224
3 0,063 0,162 0,495 0,646
4 0,227 0,582 1,782 2,327
5 0,026 0,067 0,206 0,269
6 0,005 0,014 0,042 0,055

Comparando os resultados empíricos com os resultados experimentais, obtém-se os


erros, que estão contidos na Tabela 07.
Tabela 07: Erro Relativo da Perda de carga localizada
(m)
Acessórios Q = 5 L.min-1 Q = 8 L.min-1 Q = 14 L.min-1 Q = 16 L.min-1
1 96% 85% 23% 18%
2 99% 97% 76% 88%
3 97% 92% 72% 66%
4 84% 77% 37% 35%
5 98% 97% 89% 89%
6 100% 99% 98% 98%

Analisando-se as perdas de cargas localizadas que estão contidos na Tabela


06, percebe-se que o aumento da vazão causa o aumento da perda de carga
localizada. Isso acontece porque que fornece o valor da perda de carga é em função
da velocidade de escoamento, o qual varia conforme a vazão.

Porém ao compararmos os resultados empíricas com os experimentais,


percebe-se que os resultados experimentais não possuem o mesmo comportamento.
A fonte dos desvios dos valores vem do manômetro empregado para a leitura da
pressão na entrada dos acessórios. Este manômetro apresentava valores de pressão
maiores dos quais eram esperados. Assim, para todos os acessórios tem-se um erro
experimental associado.
REFERÊNCIAS

FOUST, A. S., WENZEL, L. A., CLUMO, C. W., MAUS, L., ANDERSEN, L.B.,
“PRINCÍPIOS DAS OPERAÇÕES UNITÁRIAS”, LTC, 1982.

KELLNER, E., AKUTSU, J., REIS, L. F. R., “AVALIAÇÃO DA RUGOSIDADE


RELATIVA DOS TUBOS DE PVC COM VISTAS AO DIMENSIONMENTO DAS
REDES DE SITRIBUIÇÃO DE ÁGUA”, Eng Sanit Ambient,, 2016. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/esa/2016nahead/1809-4457-esa-S1413_41522016141081.pdf.
Acesso em 03 de dezembro de 2019.

MOREIRA, M. F. P., “APOSTILA DE TURBOBOMBAS”, 2019.

NETTO, A., FERNADEZ, M. F., ARAUJO, R., ITO, A. E., “MANUAL DE HIDRAULICA”,
8° ed, Blucher, 1998.

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