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ADÉSIO BORGES PACHECO – 201614435


JOSÉ VITOR SILVA DE CARVALHO – 201614454
LUCAS VALE COSTA – 201614468
LUIZ FELIPE GUIMARÃES – 201608197
LUIZ GUSTAVO BARICHELLO – 201614469
MURILO CARNEIRO RODRIGUES – 201805214

BARRAGEM DE REGULARIZAÇÃO DE VAZÃO NO MUNICÍPIO DE


ITAPOROROCA – PB

Trabalho apresentado como requisito


para obtenção da nota parcial da
disciplina de Projeto Interdisciplinar 2,
ministrada pelos(as) docentes(as) do
Departamento de Engenharia Civil, Dr.
Antover Panazzolo Sarmento, Ma. Paola
Mundim de Souza, da Universidade
Federal de Goiás – Regional Catalão.

CATALÃO
2019
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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Organograma de cargos da empresa Nona Engenharia. ................................... 7


Figura 2: Local do barramento. ........................................................................................ 8
Figura 3: Planta de situação da barragem. ........................................................................ 9
Figura 4: Cronograma de execução da barragem. ............................................................ 9
Figura 5: Série histórica de precipitações no município de Itapororoca. ......................... 9
Figura 6: Área inundada devido ao barramento. ............................................................ 10
Figura 7: Seção transversal do maciço do barramento. .................................................. 12
Figura 8: Representação do extravasor. .......................................................................... 12
Figura 9: Representação da soleira. ................................................................................ 13
Figura 10: Representação da escada de dissipação. ....................................................... 13
Figura 11: Desarenador de segurança. ............................................................................ 14
Figura 12: Desarenador para transposição da Q90. ........................................................ 14
Figura 13: Monge utilizado nos desarenadores. ............................................................. 15
Figura 14: Trincheira de vedação. .................................................................................. 16
Figura 15: Maciço com tapete drenante. ........................................................................ 17
Figura 16: Entrada ao empreendimento.......................................................................... 17
Figura 17: Área de empréstimo e bota-fora. ................................................................... 18
Figura 18: Distância entre o barramento e o ponto mais próximo de Itapororoca. ........ 19
Figura 19: Vegetação da bacia do barramento. .............................................................. 20
Figura 20: Planta baixa do canteiro de obras. ................................................................. 21
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LISTA DE TABELAS

Nenhuma entrada de índice de ilustrações foi encontrada.


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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Identificação do contratante ............................................................................ 5


Quadro 2: Identificação do contratado. ............................................................................ 6
Quadro 3: Identificação da Equipe. .................................................................................. 6
Quadro 4: Dimensões do barramento. ............................................................................ 11
Quadro 5: Dimensões do extravasor. .............................................................................. 12
Quadro 6: Dimensões da Trincheira de Vedação. .......................................................... 16
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1. INTRODUÇÃO

A empresa Nona Engenharia foi contratada para a elaboração de um projeto para


solucionar um problema hidrológico com a construção de uma barragem. A obra possui
a finalidade de garantir a regularização de vazão do Rio Mamanguape, assim abastecendo
as cidades de Itapororoca e Mamanguape no estado da Paraíba.
Para a execução do presente projeto, um ponto de grande necessidade, no qual
deve ser atendido, são os requisitos do licenciamento ambiental.
A aprovação do projeto dependerá se o mesmo estiver conforme todos os aspectos
determinados no licenciamento ambiental que geram algum impacto ao meio ambiente.
Como apresentado no Artigo 1° da Resolução n° 001 (CONAMA, 1986), qualquer
modificação física, química ou biológica das particularidades do ambiente, ocasionadas
pela ação humana é apontado como um impacto ambiental.
Segundo o Artigo 2° da Resolução n° 001, apresenta que o EIA deve possuir todas
as opções tecnológicas utilizadas no processo construtivo da obra, contendo a localização
do projeto, avaliando os impactos ambientais tanto na implantação e operação do
empreendimento e a determinação das áreas de influência.

2. IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES ENVOLVIDAS

2.1. O Contratante

O Quadro 1 apresenta as informações acerca do contratante.

Quadro 1: Identificação do contratante


Contratante
Antover Panazzolo Sarmento e Paola
Nome
Mundim de Souza
CPF 056.257.142-19
Av. Dr. Larmatine Pinto de Avelar, 1120,
Endereço Setor Universitário. CEP 75703-051 Catalão
– GO
Telefone (64) 3441-4162
E-mail antoverps@gmail.com
Fonte: Acervo Pessoal (2019)
6

2.2. O Contratado

O Quadro 2 apresenta a identificação do contratado, enquanto o Quadro 3


apresenta as informações sobre a equipe responsável.

Quadro 2: Identificação do contratado.


Contratado
Nome Nona Engenharia
CNPJ 06.456.235/0001-13

Rua Alberto Elias, 380, Evelina Nour 1


Endereço
Catalão - GO

Telefone (64) 3442-3569


Site www.nonaeng.com.br
E-mail nonaeng@gmail.com
Fonte: Acervo Pessoal (2019).

Quadro 3: Identificação da Equipe.


Equipe Técnica
Nome Profissão Registro
Adésio Borges Pacheco Eng° Civil Crea/GO 11.350
José Vitor Silva de Carvalho Eng° Civil Crea/GO 11.540
Lucas Vale Costa Eng° Civil Crea/GO 11.680
Luiz Felipe Guimarães Eng° Civil Crea/GO 11.970
Luiz Gustavo Barichello Eng° Civil Crea/GO 11.690
Murilo Carneiro Rodrigues Eng° Civil Crea/GO 11.140
Fonte: Acervo Pessoal (2019).

A Figura 1 apresenta o organograma da Nona Engenharia para esta obra.


7

Figura 1: Organograma de cargos da empresa Nona Engenharia.

Fonte: Acervo Pessoal (2019).

3. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

3.1. Objetivo

Para o presente projeto, a empresa Nona Engenharia foi contratada para prover
uma solução a um problema hidrológico, com a construção de uma barragem.
O objetivo é de garantir a regularização de vazão do Rio Mamanguape, assim
beneficiando as cidades de Itapororoca, Mamanguape, Rio Tinto e Marcação no estado
da Paraíba, sendo que em períodos de estiagem a vazão do rio em alguns pontos é
praticamente nula.

3.2. Justificativa

A Constituição Federal prevê no seu Art. 225 (BRASIL, 1988), especialmente no


seu § 1º, inc. IV, para a concretização do direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, a solicitação do estudo prévio do impacto ambiental, antes da execução do
empreendimento, principalmente quando a performance potencialmente responsável for
de significativo impacto ao meio ambiente.
Pelo seu papel de instrumento contra danos ambientais, o mesmo dever ser
elaborado antes da decisão administrativa de permissão da licença de implantação de
obras ou atividades com efeito ambiental.
Essa análise é exigida de forma vinculada, dentro do processo de licenciamento
de atividades efetivas que são poluidoras ou degradaras do meio ambiente, prevista na
8

Carta Magna no Art. 225, onde o EIA/RIMA só poderá ser exigido se houver uma
considerável mudança no meio ambiente, como é o caso do empreendimento alvo deste
estudo.

3.3. Localização

O barramento se encontra no ponto de coordenadas (X, Y) equivalentes a


(247695,701; 9241652,867) com base no sistema de referências UTM Sirgas 2000 na
zona 25S. A Figura 2 apresenta este ponto e como referência geográfica o município de
Itapororoca na sua proximidade.

Figura 2: Local do barramento.

Fonte: Acervo Pessoal (2019).

3.4. Características Gerais


9

3.4.1. Planta de Situação

A planta de situação da barragem em estudo encontra-se apresentada na Figura 3,


sendo as coordenadas no sistema de referências UTM Sirgas 2000 na zona 25S.

Figura 3: Planta de situação da barragem.

Fonte: Acervo Pessoal (2019).

3.4.2. Implantação

A implantação será realizada conforme cronograma apresentado na Figura 4,


tendo um total de 12 meses de duração.

Figura 4: Cronograma de execução da barragem.


BARRAMENTO MAMANGUAPE

CRONOGRAMA

2019 2020
TAREFA
AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL
A. PROJETO E ESTUDOS PRELIMINARES
B. ENSAIOS LABORATORIAIS
C. EXECUÇÃO DE ACESSOS
D. LOCAÇÃO DA OBRA
E. LIMPEZA DO TERRENO
F. SINALIZAÇÃO DA ÁREA
G. INSTALAÇÃO DO CANTEIRO DE OBRAS
H. ESCAVAÇÃO DA TRINCHEIRA
I. EXECUÇÃO DO ATERRO
J. INSTALAÇÃO DO MONITORAMENTO
K. EXECUÇÃO DO DESARENADOR
L. EXECUÇÃO DO EXTRAVASOR
M. EXECUÇÃO DA ESCADA DE DISSIPAÇÃO
N. LIMPEZA GERAL DA OBRA

Fonte: Acervo Pessoal (2019).

Vale ressaltar que a parte inicial da obra, que envolve a maior parte das cortes e
aterros, foi planejada para o período de menor probabilidade de chuvas, conforme série
histórica do município de Itapororoca presente na Figura 5.

Figura 5: Série histórica de precipitações no município de Itapororoca.


10

Fonte: Acervo Pessoal (2019).

3.4.3. Reservatório

O reservatório possui um volume normal de 7.091.608 m³, onde 614.304 m3


correspondem ao volume morto e 6.477.304 m3 correspondem ao volume útil, estando a
cota representante do volume máximo em 31,00 metros acima do nível do mar. A Figura
6 representa as áreas inundadas.

Figura 6: Área inundada devido ao barramento.


11

Fonte: Acervo Pessoal (2019).

3.4.4. Barramento

As dimensões e características gerais da seção transversal do barramento podem


ser observadas no Quadro 4 a seguir.

Quadro 4: Dimensões do barramento.


hn (m) 6,57
he (m) 1,50
hf (m) 1,73
H (m) 9,80
L (m) 5,00
mmontante (XHor:1Ver) 3,5
mjusante (XHor:1Ver) 3,0
12

b (m) 68,70
Comprimento long. (m) 353,43
Fonte: Acervo Pessoal (2019).

A Figura 7 apresenta a seção transversal do barramento com as medidas mostradas


no Quadro 4.

Figura 7: Seção transversal do maciço do barramento.


5,00
1,73

NAmaxmax
7
Namax 35,6 30,9
9
1,50

9,80
Barragem de Terra
3,5 3
6,57

1 1

68,70

Fonte: Acervo Pessoal (2019)

3.4.5. Extravasor

As dimensões e características gerais da seção transversal do extravasor podem


ser observadas no Quadro 5 a seguir, enquanto a Figura 8 mostra uma representação da
obra acessória.

Quadro 5: Dimensões do extravasor.


Largura (m) 280,00
Altura (m) 2,00
Comprimento máx. (m) 1002,00
Vazão projetada (m3/s) 1354,00
Fonte: Acervo Pessoal (2019).

Figura 8: Representação do extravasor.


13

Fonte: Acervo Pessoal (2019).

3.4.6. Soleira e Escada de Dissipação de Energia

A soleira é a parte superior do extravasor e que se encontra em contato com a


água. Na barragem a ser construída pela Nona Engenharia, a soleira será composta de
cascalho grosso e sua representação se encontra na Figura 9. Já a escada de dissipação de
energia será de gabião e possuindo um total de 36 degraus com 3 metros de comprimento
e 20 centímetros de altura (Figura 10).

Figura 9: Representação da soleira.

Fonte: Acervo Pessoal (2019).

Figura 10: Representação da escada de dissipação.


14

Fonte: Acervo Pessoal (2019).

3.4.7. Desarenador ou Dispositivo de Fundo

Os desarenadores ou dispositivos de fundo são obras acessórias à construção de


uma barragem, que objetivam principalmente eliminar depósitos do fundo do
reservatório, este normalmente é acompanhado por elementos como monges e torres para
controlar a vazão nas galerias do desarenador.
A Figura 11 apresenta o desarenador de segurança utilizado na barragem (1,50
metros de diâmetro), enquanto a Figura 12 apresenta o desarenador como dispositivo de
fundo para transposição da Q90 de montante para jusante da mesma (0,30 metros de
diâmetro). Ambos possuem declividade de 0,5%, com um total de 35 tubos de 1,50 metros
de comprimento.

Figura 11: Desarenador de segurança.

Fonte: Acervo Pessoal (2019).

Figura 12: Desarenador para transposição da Q90.


15

Fonte: Acervo Pessoal (2019).

O monge destes dispositivos pode ser observado na Figura 13.

Figura 13: Monge utilizado nos desarenadores.

Fonte: Acervo Pessoal (2019).

3.4.8. Trincheira de Vedação


16

As trincheiras de vedação são realizadas para reduzir a percolação de água até a


fundação do barramento. Em alguns casos a trincheira também é utilizada como uma
extensão da fundação, tendo altura suficiente para percorrer o solo mole e transmitindo
as cargas para o solo mais resistente. A trincheira de vedação possui três dimensões a
serem dimensionadas: sua altura, sua base inferior e sua base superior. Todas estão
presentes no Quadro 6 e sua representação na Figura 14.

Quadro 6: Dimensões da Trincheira de Vedação.


Valor
Parâmetro
adotado

h (m) 6,70

binf (m) 4,00

bsup (m) 17,40

Fonte: Acervo Pessoal (2019).

Figura 14: Trincheira de vedação.


17,40

Trincheira de Vedação
6,70

1 1
1 1

4,00

Fonte: Acervo Pessoal (2019).

3.4.9. Tapete Drenante

O sistema de drenagem interna de uma barragem de terra exerce um papel


fundamental na estabilidade da estrutura, aliviando a subpressão, disciplinando o fluxo
percolado pelo maciço para um destino adequado e evitando o carreamento de materiais
finos que culmina no processo de erosão interna, previamente descrito.
17

Foi adotado nesta barragem um diâmetro de filtro de 0,9 metros. O material do


dreno é do tipo de solo arenoso. A Figura 15 apresenta a seção transversal da barragem
com o dreno.

Figura 15: Maciço com tapete drenante.

Fonte: Acervo Pessoal (2019).

3.4.10. Acesso ao Empreendimento

A Figura 16 apresenta como é feito o acesso ao canteiro de obras e ao barramento.


A entrada é feita por meio de uma rodovia estadual denominada PB-057, com
coordenadas (246454,82, 9244032,51) no sistema UTM, sendo esta rodovia a que liga os
municípios de Itapororoca e Araçagi, seguindo então uma estrada particular até a chegada
ao empreendimento.

Figura 16: Entrada ao empreendimento.


18

Fonte: Acervo Pessoal (2019).

3.4.11. Área de Empréstimo e Bota-Fora

Serão necessários dois materiais, sendo os seus respectivos volumes soltos iguais
a 237.955,78,05 m3 de material silto argiloso e 12.095,16 m3 de material arenoso. A área
de empréstimo e o bota-fora serão no mesmo local, com coordenadas (247190,00 m
Oeste, 9242261,00) no sistema UTM. A Nona Engenharia busca reaproveitar ao máximo
os seus resíduos de solo, uma vez que o local tem predominância de solo silto argiloso
que será utilizado no maciço da barragem. Os materiais sem reaproveitamento serão
levados diretamente ao aterro sanitário mais próximo do local do empreendimento. A
Figura 17 mostra o local em relação ao barramento.

Figura 17: Área de empréstimo e bota-fora.


19

Fonte: Acervo Pessoal (2019).

3.4.12. Infraestrutura Básica de Apoio

A Nona Engenharia, em contato com o Grupo Energisa (empresa responsável pelo


fornecimento de energia elétrica para o estado da Paraíba), chegou à conclusão de que a
o ponto mais próximo para a ligação de energia elétrica para o empreendimento é
diretamente do município de Itapororoca, conforme Figura 18.

Figura 18: Distância entre o barramento e o ponto mais próximo de Itapororoca.


20

Fonte: Acervo Pessoal (2019).

3.4.13. Área a ser desmatada

Por meio do mapa de vegetação da região (Figura 19) comparando-o com a área
alagada, e ainda realizando uma análise por meio do software Google Earth®, a Nona
Engenharia concluiu que não será necessário realizar o desmatamento de áreas no entorno
da barragem.

Figura 19: Vegetação da bacia do barramento.

Fonte: Acervo Pessoal (2019).

3.4.14. Estruturas Provisórias

O canteiro de obras de uma construção é uma área fixa e temporária, que servirá
para que as operações de apoio e construção possam ocorrer na obra. Sendo essa uma
instalação de grande importância, sendo que ela é uma área de operação e vivência, sendo
assim é necessário que esteja instalada em uma área de fácil ingresso e também de fácil
alcance de água potável.
Deve-se se destacar as constantes alterações do layout do canteiro de obras,
sempre afim de otimização dos processos a serem realizados. Além disso a parte de
sinalização dos ambientes é de grande importância, de modo a se evitar acidentes, com a
transição constante de maquinário pesado.
O canteiro foi alocado próximo a obra, de modo que tenha todas as exigências da
NR 18 (BRASIL, 2015), contendo escritório central, instalações sanitárias, refeitório,
21

vestiário, oficina de equipamento entre outros. Devido a otimização dos serviços optou-
se a não se ter uma cozinha, logo terceirizando essa função.
Como a declividade do local não é favorável, será necessário nivelar área para que
seja construído o canteiro de obras, assim o volume de solo retirado será aproveitado para
outros processos de construção da obra. A planta baixa do Canteiro de Obras pode ser
observada na Figura 20.

Figura 20: Planta baixa do canteiro de obras.

Fonte: Acervo Pessoal (2019).

3.4.15. Segurança do Trabalho

Seguindo as recomendações da NR 1 (BRASIL, 2009), é obrigação do


empregador fornecer EPIs para todos os empregados, que por sua vez terão o dever de
utilizá-los. Ainda serão seguidas todas as recomendações do item 1.7 da mesma norma,
que redige sobre todas as obrigações do empregador.

4. OUTORGA DE DIREITOS E CONSTRUÇÃO


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5. LEGISLAÇÃO AMBIENTAL E ORIENTAÇÕES

6. LICENCIAMENTO AMBIENTAL

De acordo com o Art. 10 da Lei Federal 6.938, de 31 de agosto de 1981:


A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e
atividades utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente
poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental
dependerão de prévio licenciamento ambiental (BRASIL, 1981).
Sendo nessas condições, o barramento a ser feito no rio Mamanguape, pela Nona
Engenharia, por se tratar de obra que utiliza diretamente recursos naturais e com certa
potencialidade de causar danos ao meio ambiente (tal analise está presente neste
documento), deverá passar pelo processo de licenciamento ambiental.
Para tal, ainda de acordo com a Lei Federal 6.938 (BRASIL, 1981) cabe aos
Estados, sob supervisão do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (IBAMA), conceder a licenciamento.
Com essa consideração e a partir da análise da localização do empreendimento,
nota-se que sua instalação se dará em território intermunicipal, com abarcamento dos
benefícios em diversos municípios a jusante do barramento. Logo, o empreendimento
depende de licenciamento a ser concedido diretamente pelo Estado da Paraíba.

6.1. Processo de Licenciamento Ambiental

Sendo o processo de licenciamento ambiental de responsabilidade do Estado da


Paraíba, a procedimento se dá por meio de órgãos do Estado. De acordo com o MMA
(2018), na Paraíba este procedimento é de responsabilidade da Superintendência de
Administração do Meio Ambiente (SUDEMA). Para o licenciamento por meio da
SUDEMA, usa-se o Sistema Estadual de Licenciamento de Atividades Poluidoras
(SELAP).
23

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente (2018), para a construção,


implantação e operação de um barramento no referido Estado, necessita-se passar pelo
tramite dito “licenciamento ordinário”.
No tramite ordinário, a equipe da Nona Engenharia, solicitará na fase preambular
do planejamento da barragem a Licença Prévia (LP), a qual será concedida mediante a
apresentação dos documentos listados a seguir (PARAÍBA, 2015):
 Requerimento de Licença devidamente preenchido;
 Cadastro preenchido (duas vias);
 Guia de recolhimento devidamente quitada;
 Autorização do Órgão competente em caso de desmatamento ou limpeza da
área;
 Cópia Autenticada da Escritura do Imóvel;
 Certidão de uso e ocupação do solo fornecida pela Prefeitura Municipal local;
 Publicação no diário oficial (DOE) e um jornal de grande circulação do
Estado, do Requerimento e do recebimento da LP;
 Projeto e seus Anexos (conforme roteiro da SUDEMA);
 Anotação de Responsabilidade Técnica (ART/CREA);
 Outorga do uso da água com quantidade a ser captada e o período de validade
e licença da obra emitida pela SEMARH/PB.

Com o preenchimento do Requerimento de licença e do Cadastro, os


colaboradores da Nona Engenharia, deverão apresentar tal requerimento ao Setor de
Arrecadação da SUDEMA, o qual contabilizará os custos do processo e emitirá um boleto
para quitação por parte da Nona Engenharia. Feito isso, o responsável pela LP irá a
Divisão de Atendimento (Diat), do mesmo órgão, e procederá com a protocolamento dos
demais documentos em conjunto com o comprovante de pagamento (MMA, 2018).
Ainda para a LP, sua concessão dependerá da apresentação deste documento
(EIA), o qual, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente (2018), tem sua elaboração
depende da proposição de um Termo de Referência (TR), a ser editado por equipe técnica
de analista da própria SUDEMA, mediante visita técnica ao suposto local implantação do
barramento. Este TR, como dito, visa subsidiar a elaboração deste EIA e tem validade de
1 ano, podendo ser prorrogado. A LP tem a mesma duração do cronograma de projetos,
com prazo máximo de 2 anos.
24

Pelo fato de o empreendimento ter o EIA, o Ministério do Meio Ambiente (2018),


ressalta que caso o Estado da Paraíba queira, poderá ocorrer audiência pública. Se caso
houver a audiência, e a população afetada pelo empreendimento apresentar demandar, a
Nona Engenharia deverá proceder com o protocolamento, novamente, dos documentos
necessários a LP. Com a homologação da LP, a Nona Engenharia estará apta a prosseguir
com os projetos do barramento do rio Mamanguape. Os documentos para a LP, possíveis
de obtenção e ainda não obtidos em nenhuma etapa anterior do estudo, estão dispostos no
Apêndice X1.
Após a conclusão dos projetos, para que se inicie a efetivação dos mesmos, isto é,
a construção do barramento no rio Mamanguape, a empresa deverá protocolar a
solicitação da Licença de Instalação (LI). Para esta licença, os seguintes papeis serão
providenciados por equipe designada pela empresa (PARAÍBA, 2015):
 Requerimento;
 Cadastro;
 Guia de Recolhimento;
 Projeto Executivo da Atividade;
 ART do Responsável Técnico;
 Plantas do Projeto;
 Cópia da Publicação do Requerimento e do recebimento da LO no diário
oficial (DOE) e em jornal do Estado de grande circulação;
 Cópia da Licença Anterior;
 Cronograma de execução das atividades.

Com esta documentação preparada, o protocolamento da LI deverá ser tal como o


procedimento descrito para a concessão da LP, os documentos listados, possíveis de
obtenção e ainda não obtidos em nenhuma etapa anterior do estudo, estão disponíveis no
Apêndice X2.
É de bom grado registrar que, o prazo mínimo da LI é o prazo determinado no
cronograma físico da obra, não podendo ser superior a 3 anos (MMA, 2018). Sendo dessa
forma, deverá existir comunicação entre os setores de licenciamento, da Nona
Engenharia, e o setor de produção e gerenciamento da obra, para que haja respeito aos
prazos.
Se a LI for concedida, para que a barramento entre em funcionamento e exerça o
papel para o qual fora projetada, colaboradores da empresa farão a solicitação da Licença
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de Operação (LO), que poderá ser outorgada com os documentos a seguir relacionados
(PARAÍBA, 2015):
 Requerimento;
 Cadastro;
 Guia de Recolhimento;
 Cópia da Publicação do Requerimento e do recebimento desta Licença no
diário oficial (DOE) e em jornal do Estado de grande circulação;
 Memorial Descritivo atualizado da Atividade;
 Cópia da Licença Anterior.

Para a liberação da LO e posterior renovação, os tramites se assemelham aos


previstos na LP e LI.
Ressalta-se que, a LO tem validade de pelo menos 2 anos (1º licença concedida),
de 3 anos (2º licença concedida) e de 5 anos (a partir da 3º licença). Nesse sentido, os
colaborares, da Nona Engenharia, responsáveis pela LO, deverão se atentar a esses prazos
de validade, pois são de sumária importância para a perpetuação legal do barramento. A
papelada inerente a LO, possíveis de obtenção e ainda não obtidos em nenhuma etapa
anterior do estudo, consta no Apêndice X3.
Caso a LO seja conferida, deverão ser respeitados os prazos, mencionados, de
duração de cada LO, sendo obrigatório sua renovação.

7. ANÁLISE DE ALTERNATIVAS EM RELAÇÃO AO BARRAMENTO


PARA A PERENIZAÇÃO

Analisando as diferentes alternativas, levando em consideração os impactos


ambientais, viabilidade econômica, consequências, melhor inserção na região e
rendimento das mesmas tanto atuais quanto futuros se chegou a 2 alternativas.

7.1. Exploração de Águas Subterrâneas

Por ser uma alternativa bastante utilizada em quase todo Brasil, no entanto, na
região nordeste é praticamente inexecutável, sendo que as condições geológicas da
mesma são pouco propícias.
26

O grande empecilho encontrado e retratado não somente na região citada, mas


também em outras, se dá em relação à dificuldade de exploração destes recursos, se
tratando de áreas com elevada taxa de sedimentos e salinidade. Assim sendo inviável a
captação.
Observando a viabilidade econômica para a alternativa na região, percebe-se a
grande diferença em relação as áreas da região, em questões geográficas e também
qualitativas da água assim tornando um método menos viável em relação a perenição do
Rio Mamanguape, acarretando em altos custos adicionais para o tratamento e purificação
da água, além dos custos na instalação de dessalinizadores.

7.2. Chuva Induzida

Conhecido como um processo que acelera a ocorrência de chuvas através de


catalizadores. Os catalisadores são conhecidos como substâncias que inseridas nas
nuvens, fazem a junção de pequenas gotas na nuvem, gerando assim uma precipitação.
No entanto para tal ocorrência, se torna necessário condições climáticas favoráveis, como
temperatura entre as nuvens, distribuição de gotas de água e outros fatores. É necessário
pesquisas para se possa identificar qual o tipo adequado de substância é usado para cada
tipo especifico de nuvem, sabendo que essas possuem variações.
As condições climáticas encontradas na região em estudo não são satisfatórias
para o uso desse método, que quando em condições ideias, ocorre um aumento entre 10%
a 20% da chuva natural. Tais condições não são alcançadas devido a aridez e elevadas
temperaturas.

7.3. Conclusão Sobre a Escolha

Dentre as alternativas tratadas, levando em consideração os aspectos de analise


para cada método, chegou-se à conclusão da necessidade da perenização do Rio
Mamanguape através de um barramento.
O método de utilização de barragem para a perenização é bastante comum em todo
país. Baseando-se em fatores econômicos, a construção de barramentos tem uma
viabilidade maior, comparando as outras alternativas acima citadas. Como já dito é uma
forma de construção muito comum no Brasil, assim não possuindo grandes problemas em
relação a execução da obra.
27

Tal alternativa atende de forma significativa todas as necessidades hídricas da


região, analisando de forma aos ganhos e benefícios, possui um impacto ambiental baixo
comparando aos benefícios que carrega. Também apresentando uma relação custo
benefício bom para o estado.

8. DIAGNÓSTICO E IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS

Em acordo com a resolução 001 do Conselho Nacional do Meio Ambiente


(CONAMA,1986), o EIA deverá conter, além dos itens apresentados e a serem
apresentados neste documento, o diagnóstico ambiental da zona permeada pelo
empreendimento, explicitando e verificando os recursos ambientais, de forma a denotar
a situação ambiental da região.
As obras de barragem de terra geram enormes impactos ao meio ambiente e a
sociedade, tanto a curto quanto a longo prazo. Os impactos de curto prazo são os mais
significativos, ocorrendo durante a fase de construção e operação do empreendimento,
podendo afetar o andamento futuro da própria obra (SOUSA, 2000). Apesar dos
impactos, obras de grande porte podem gerar enormes benefícios à sociedade, como
aumento na qualidade de vida da população e aumento da economia na região. A
perenização do Rio Mamanguape, com intuito de abastecimento de água aos municípios
através do barramento, trará inúmeros benefícios à população da região, pois permitirá
um melhor controle dos recursos hídricos para que não falte água na região. Infere-se que
trará benefícios também ao meio ambiente, pois o principal objetivo é perenizar um dos
principais rios do estado da Paraíba, garantindo assim a vida de toda fauna e flora que
dependa do curso d’água.
A avaliação de impacto ambiental (AIA) trata-se de um instrumento que visa
proteger os recursos ambientais, e é prevista no art. 225, inciso IV, § 10 da Constituição
Federal (1998), para qualquer instalação de obras as atividades potencialmente
causadoras de significativa degradação ao meio ambiente. Como obras de grande porte
podem gerar implicações não só ao meio ambiente, mas também aos seus dependentes,
deve-se realizar uma avaliação global, que analise também os impactos sociais. De forma
holística, realiza-se, portanto, uma avaliação socioambiental (MENDES, 2005). Muller
(1995) ressalta que os estudos de impactos devem ser realizados de forma minuciosa, pois
mesmo que haja a garantia de sustentabilidade da obra, algumas regiões brasileiras devido
28

às interferências ambientais, tiveram grande retrocesso, principalmente aquelas ligadas a


pesca e cultivo de terra.
Segundo Muller (1996), a avaliação de impactos tornou-se mais rigorosa, pois até
meados da década de 70, as únicas atividades tomadas eram a evacuação da área a ser
alagada. A partir da década de 80, publicou-se a Resolução CONAMA 01/86, definindo
no art. 1° impacto ambiental sendo:
Artigo 1º - Para efeito desta Resolução, considera-se impacto ambiental
qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio
ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das
atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:

I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população;


II - as atividades sociais e econômicas;
III - a biota;
IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
V - a qualidade dos recursos ambientais.

Cabe por meio do estudo de avaliação de impactos socioambientais realizada pela


NONA Engenharia, ponderar acerca da viabilidade de se construir uma obra de grande
porte que resultará em enormes benefícios à sociedade, para posteriormente apontar as
medidas a serem adotadas que visam mitigar ou compensar tais impactos.

8.1. Metodologia de Avaliação de Impactos Socioambientais

Sousa (2000) aponta que há diferentes formas e ferramentas metodológicas de se


realizar um estudo de avaliação de impactos, alguns métodos são mais sistematizados
enquanto outros são mais livres, e a escolha de cada método depende da situação
particular de cada empreendimento. Muller (1995) ressalta que independente do método,
é necessário conhecer através de dados e análises as ações impactantes e o meio
impactado.
As metodologias mais empregadas para avaliação de impactos ambientais, de
acordo com Sousa (2000) é a metodologia desenvolvida pelo Centro de Pesquisas de
Energia Elétrica – CEPEL, e o módulo ambiental SUPEROLADE, desenvolvida pela
Organização Latino Americana de Energia (OLADE).
O módulo ambiental SUPEROLADE tem como principal característica a
abordagem multiobjetivo, que de acordo com Sousa (2000) são:
 Minimizar o impacto sobre o meio físico: através da estabilidade da zona de
projeto, aumento e redução da vazão do rio, e análise da qualidade da água e
do ar;
29

 Minimizar impacto sobre o meio biótico: biota terrestre e aquática;


 Minimizar desalojamento da população: trata-se da população a ser
desalojada devido ao alagamento;
 Minimizar custos regionais: tais como área requerida, produção perdida,
património histórico, desemprego e potenciais conflitos ou indenizações;
 Maximizar benefícios regionais: trata-se dos benefícios diretos à sociedade,
como melhoria da rede de transporte, benefício energético e de regularização
das secas e geração de emprego.
Segundo Sousa (2000), a metodologia CEPEL tem como característica a
finalidade de ser desenvolvida para avaliação do impacto ambiental na fase do inventário
da bacia. Os critérios abordados são:
 Ambientais: Análise da área de estudo, sistema ambiental, e impactos
ambientais;
 Dimensionamentos e custos de aproveitamentos: busca de aproveitamento de
materiais e ferramentas, como utilização do solo local que impliquem
efetivamente no custo global.
 Seleção de alternativas: buscar melhor custo benefício, considerando como
benefícios, além dos econômicos, a redução dos impactos ambientais.
Por se tratar de um método sistematizado (SOUSA, 2000), as etapas e
procedimentos metodológicos envolvem:
 Levantamento de Dados;
 Diagnóstico Ambiental;
 Avaliação de Impactos Ambientais por Aproveitamento para Estudos
Preliminares;
 Consolidação do Diagnóstico Ambiental;
 Avaliação dos Impactos Ambientais das Alternativas e Índice Ambiental
nos Estudos Finais.
Para Sousa (2000), a escolha entre as duas metodologias apresentadas dependerá
das características das particularidades do empreendimento e da situação analisada.
Contudo, segundo o autor, a metodologia CEPEL apresenta vantagens em relação à
metodologia SUPEROLADE devido à uma maior flexibilidade das variáveis para
realização da avaliação, e também ressalta que o modelo SUPEROLADE apresenta a
etapa de diagnóstico ambiental bastante reduzida em comparação à CEPEL, o que pode
30

prejudicar uma correta avaliação do impacto ambiental. Deste modo, adotou-se a


metodologia de avaliação dos impactos ambientais desenvolvida pela CEPEL.

8.2. Metodologia CEPEL

O método CEPEL de avaliação dos impactos ambientais busca abordar a avaliação


de seis categorias (SOUSA, 2000), sendo elas:
 Ecossistemas Aquáticos;
 Ecossistemas Terrestres;
 Modos de Vida;
 Organização Territorial;
 Base Econômica;
 População Indígena.
Para a avaliação ambiental, a metodologia CEPEL leva em conta um processo
sistematizado para avaliação dos parâmetros que possam causar impactos. Deste modo,
são utilizados elementos de caracterização (EC) como forma de realização da análise,
com indicadores que visam quantificar numericamente os parâmetros, como os índices
de relevância ecológica - IRsa, que variam de 0 a 1, sendo 1 o valor ideal.
Os resultados obtidos servem para obter o diagnóstico ambiental da região, uma
das etapas da metodologia CEPEL, e de acordo com Sousa (2000), os principais objetivos
do diagnóstico são de fornecer informações importantes à formulação de alternativas e
embasar o relatório de avaliação dos impactos ambientais.
Tal metodologia aplica-se somente na área direto de impacto, ou seja, na área
alagada devido ao barramento, que se encontra representada na Figura 9.1. As etapas de
avaliação do impacto ambiental, encontram-se melhor representadas na Figura 9.2.

Figura 9.1 – Área de impacto devido ao alagamento proveniente do barramento.


31

Fonte: Acervo Pessoal (2019).


32

Figura 9.2 – Etapas de avaliação dos impactos socioambientais – Metologia CEPEL.

Fonte: Adaptado de Sousa (2000).


33

8.2.1. Ecossistemas Aquáticos

O ecossistema aquático trata-se do conjunto da biota que integram determinada


região aquática. Do ponto de vista a avaliação de impactos ambientais, principalmente
em construção de barramentos, tal tipo de ecossistema pode ser profundamente alterado.
Seu estudo de impacto, através da metodologia CEPEL, busca levantar dados de
elementos que compõem o ecossistema aquático, de forma quantitativa, para produção de
indicadores de diversas subáreas, como vegetação marginal, qualidade da água, fisiologia
fluvial entre outros.

8.2.1.1. Vegetação marginal

As vegetações marginais funcionam como um sistema de proteção mecânica das


margens dos rios (LOURENÇO, 2004). Especificamente para este item, se faz necessário
a contratação de uma equipe de biólogos para quantificação das espécies que compõem
as vegetações marginais, sendo estas as matas ciliares, matas-galeria, mata de várzea,
mata de igapó entre outros. O índice de relevância Ecológica (IRsa) para este parâmetro,
de acordo com Sousa (2000) é determinado pela Equação 9.1.

𝐿𝑑 + 𝐿𝑒
𝐼𝑀 = (9.1)
2𝐿𝑡
Onde:
Ld: Extensão marginal da margem direita;
Le: Extensão marginal da margem esquerda;
Lt: Extensão marginal total do sistema.

8.2.1.2. Qualidade da água

Além do barramento a ser construído no rio Mamanguape trazer perenidade ao


curso d’água, a obra será usada para abastecimento das cidades que ficam próximas a
obra hídrica, sendo elas Mamanguape e Itapororoca. Para estas localidades, estimou-se a
vazão de abastecimento de 184 l/s, por métodos de cálculo apresentados em etapa anterior
do estudo.
34

Para a captação da água, tornou-se necessário a realização de pedido de outorga,


assim como exposto, e assim pleiteou-se atender aos requisitos necessários para obtenção
da permissão diante da AESA.
Cabe ressaltar que, em estudo prévio da análise da qualidade da água do rio
Mamanguape, feito pelo AESA (1988), determinou-se o rio como classe II, ou seja, para
a época era própria para o consumo humano, no entanto, com necessidade de avaliação
do impacto, torna-se indispensável uma nova análise.
A medição qualitativa da qualidade da água pode ser medida e enquadrada em
classes definidas pela Lei n° 9.433 de 1999, através da instituição da Política Nacional
De Recursos Hídricos, criando O Sistema Nacional De Gerenciamento de Recursos
Hídricos. Tal classificação possibilita um maior controle da poluição e avaliação da
evolução da qualidade de água nos cursos de água. A classificação para água doce é
composta por cinco classes.
Se faz importante avaliar a qualidade da água previamente ao início das obras, de
modo a monitorar a qualidade da água, e analisar se haverá algum tipo de prejuízos à este
parâmetro durante a após a fase de construção. Como o objetivo principal do
empreendimento é a captação de água para os municípios adjacentes, este fator é de suma
importância, até mesmo para julgar a viabilidade do empreendimento do ponto de vista
se as águas a serem captadas encontram-se em estado satisfatório.
Sousa (2000) explica que os sedimentos gerados durante a execução das obras,
vegetações e animais não retiradas durante o alagamento podem influenciar diretamente
neste fator de modo a prejudicar a qualidade das águas. Além de afetar a captação da
água, este parâmetro influencia diretamente a vida aquática e vida adjacente ao curso do
rio. A avaliação deste parâmetro pode ser realizada por meio do índice IRsa expresso na
Equação 9.2.
𝐶𝑙𝑎𝑠𝑠𝑒 − 𝑠𝑢𝑏 á𝑟𝑒𝑎
𝑄𝐴 = (9.2)
𝐶𝑙𝑎𝑠𝑠𝑒 𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑎𝑙𝑡𝑎 𝑒𝑛𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎

Assim como o parâmetro de vegetação marginais, a avaliação dos parâmetros da


qualidade da água deve ser realizada juntamente à uma equipe técnica de químicos para
análise laboratorial da qualidade da água.

8.2.1.3. Fisiologia Fluvial


35

A fisiologia fluvial trata-se basicamente da caracterização morfométrica da bacia


já previamente realizada. Esta é composta por parâmetros como a densidade de drenagem,
hierarquia fluvial do rio e caracterização física dos cursos de água como canais e lagoas
marginais. Em um primeiro momento, os dados de caracterização da bacia do barramento
já foram calculados, como mostra a Tabela 9.1. Cada índice já fora previamente discutido
na primeira etapa do estudo.

Tabela 9.1 – Dados de caracterização da fisiologia fluvial da bacia do barramento.


Dados da Bacia do Barramento

Área (Km²) 2.567,28


Perimetro (Km) 240,74
Comprimento de Drenagem (Km) 394,61
Rio Principal Rio Mamanguape
Comp. Rio Principal (Km) 104,72
Comitê Conselho Mamanguape
Coef. De Compacidade - Kc 1,33
Fator de Forma - Kf 0,234
Densidade de Drenagem - Dd (km/km²) 0,138
Ordenação dos Rios (STRAHLER) 4°Ordem
Fonte: Acervo Pessoal (2019).

Para a caracterização física dos canais, faz-se necessário trabalhar juntamente com
uma equipe de biólogos para levantamento da diversidade ambiental, em números de
espécies, para aplicação dos índices. Da mesma forma para caracterização de lagoas, onde
se leva em conta também a capacidade de suporte e estabilidade deste sistema, incluindo
confirmação e caracterização das lagoas como complexos lacustres, faunas reofílicas
entre outros.

8.2.1.4. Dados Biológicos

Apesar deste parâmetro não apresentar índices indicadores, este apresenta grande
importância na avaliação de impactos. A caracterização de dados biológicos do
ecossistema aquático engloba o estudo da biologia ecológica das espécies presentes na
região. Segundo Sousa (2000), este estudo desenvolve-se com a identificação e catálogo
das principais rotas migratórias, reprodutivas e tróficas, além das regiões com maior
36

produtividade pesqueira. Busca-se identificar as espécies migradoras e também aquelas


associadas a ambientes de elevada energia hidrodinâmica.
A partir de uma equipe especializada de biólogos, os dados biológicos devem ser
catalogados sistematicamente (SOUSA, 2000):
 Classificação da espécie e gênero;
 Distribuição geográfica: endêmico ou não endêmico;
 Distribuição Mesoespacial: Cabeceiras, baixadas, trechos especiais e etc.;
 Distribuição Ambiental: Remansos, corredeiras etc.;
 Porte: Grande, médio ou pequeno.
 Habitat migratório: Ausentes, facultativos, obrigatórios e etc.

8.2.2. Ecossistemas Terrestres

O ecossistema terrestre trata-se do conjunto da biota que integram determinada


região terrestre. Seu estudo de impacto, através da metodologia CEPEL, busca levantar
dados de elementos que compõem o ecossistema terrestre, de forma quantitativa, para
produção de indicadores de diversas subáreas, como uso e cobertura do solo, fatores de
pressão sobre este ecossistema, ecossistemas de relevante interesse ecológico e ecologia
de paisagem.

8.2.2.1. Cobertura do solo e Uso do Solo na Bacia e Fatores de pressão sobre os


Ecossistemas

Para Vanzela et al. (2010), o uso e ocupação do solo de uma bacia exerce grande
influência sobre o escoamento superficial e a quantidade de sedimentos no leito do rio, e
desta forma, podendo alterar a qualidade das águas. De acordo com Sousa (2000), a
caracterização pode ser realizada por mapeamento das características naturais da bacia
com auxílio do Sistema de Informações Geográficas (SIG) ou recursos cartográficos
existentes. O mesmo autor explana que o parâmetro fatores de pressão sobre os
ecossistemas trata-se de um mapeamento acerca da exploração de recursos naturais e
levantamento da expansão de áreas agrícolas, que também pode ser obtido por meio do
uso e ocupação do solo
37

A caracterização do uso e ocupação do solo, e indiretamente o levantamento dos


fatores de pressão sobre os ecossistemas, foram realizada pela Nona Engenharia através
da ferramenta SIG, representada nas pranchas 03 e 18. O parâmetro de uso e ocupação do
solo para a metodologia CEPEL, é utilizada como forma indireta de determinação do
parâmetro vegetação marginal, subgrupo do item ecossistemas aquáticos.
Para avaliação dos impactos socioambientais, o levantamento do uso e ocupação
do solo por meio de georreferenciamento será um documento auxiliar para a equipe de
biólogos que irá catalogar e quantificar a vegetação marginal do curso do rio. Já o
parâmetro de fatores de pressão sobre os ecossistemas não tem índice de relevância IRsa,
trata-se apenas de uma avaliação descritiva para auxílio da elaboração da avaliação dos
impactos socioambientais.
A partir da avaliação dos impactos ambientais por meio de georreferenciamento
com dados provenientes da AESA/PB, avaliou-se que a área alagada não impactará
vegetações nativas típicas nem áreas de preservação ambiental, como nota-se na Figura
19.
Em relação ao uso e ocupação do solo da área impactada, identificou-se que
haverá alagamento em apenas regiões destinadas à agropecuária, o que torna o trabalho
de instalação do barramento mais fácil, haja vista que não terá necessidade de remoção
de vegetações, e o terreno encontra-se limpo. Outro ponto, é que trata-se de áreas rurais,
sem influência urbana, o que pressupõe a diminuição de custos com desocupação de
imóveis (Figura 9.4). A área alagada destinada à agropecuária é de propriedade do
município de Itapororoca, e teve escritura cedida à construção da barragem.

Figura 9.4 – Uso e ocupação do solo da área impactada.


38

Fonte: Acervo Pessoal (2019).

Naa Figuras 9.3 e 9.4, é possível ter o melhor entendimento a respeito do meio
biótico da região, pois verifica-se que mesmo existindo algumas vegetações, grande parte
da área tem ocupação humana, seja por influência urbana ou, pelas atividades de:
agricultura e, precipuamente, agropecuária.

8.2.2.2. Ecossistemas de relevante interesse ecológico e Ecologia de Paisagem

A avaliação destes parâmetros, conforme Sousa (2000) deve ser realizada por uma
equipe especializada na catalogação da fauna e flora terrestre, ou seja, por uma equipe de
biólogos. A caracterização dos ecossistemas de relevante interesse ecológico trata-se do
levantamento descritivo, sem obtenção de índices, dos ecossistemas que exercem
importante relevância na manutenção da diversidade biológica.
Neste território, a fauna de acordo com a Trilha dos Potiguaras (2016), é composta
cerca de 80 espécies de aves, aproximadamente 30 mamíferos, 35 répteis, pouco mais de
20 anfíbios, 122 peixes estuarinos e quase 30 peixes marinhos. Dentre os peixes marinhos,
tem-se a presença de espécies ameaçadas de extinção, como o peixe-boi-marinho, que já
conta com projetos de preservação da espécie.
Por infortúnio e ações antrópicas, a fauna catalogada no espaço de implantação do
empreendimento e no restante da bacia do Mamanguape, hoje, vive em pequenas Áreas
de Proteção Permanente (APA’s), que se situam, principalmente, próximo ao baixo curso.
A ecologia de paisagem, refere-se a uma série de parâmetros que busca avaliar a
fauna e a insularização da cobertura vegetal nativa como representado na Tabela 9.2. A
insularização trata-se do agrupamento de espécies semelhante a ilhamentos, em que não
é possível ou há a dificuldade de propagação destas espécies para outros locais.

Tabela 9.2.: Elementos de caracterização da ecologia de paisagem.

Elemento de Caracterização Índice IRsa

𝑃
[∑𝑛𝑖=1 ]
Forma média dos remanescentes florestais (FM): 𝐹𝑀 = 2 × √𝐴 ⁄
𝑛
Quanto menor for a relação área/perímetro, Onde:
maior será a capacidade de atributos internos. P: Perímetro;
A: Área;
39

n: número de remanescentes.

𝑛
1
𝐼𝑀 = ∑ 𝑑𝑖𝑗
Isolamento entre os mosaicos (IM): Permite 𝑛
𝑖=1
avaliar o nível de insularização baseado na Onde:
distância entre os remanescentes florestais. n: número de fragmentos florestais;
dij: distância entre o fragmento “i” e o “j”.

Classificação fitofisionômica dos Mosaicos:


Não há índice IRsa, apenas avaliação descritiva.
Classificação elaborada por Veloso et al.

Isolamento relativo dos Mosaicos (IRM):


𝐼𝑀𝑚í𝑛𝑖𝑚𝑜
Representa o grau de insulação de uma 𝐼𝑀 =
𝐼𝑀𝑠𝑢𝑏−𝑎𝑟𝑒𝑎𝑠
determinada área.

𝐴𝑓
𝑇𝐶𝑉 =
𝐴𝑡
Taxa de cobertura vegetal (TCV): Relação entre
Onde:
as áreas de floresta isoladas e totais.
Af: Sub área florestada;
At: Área florestada total.

Relevância da Fauna (RF): É a relação que avalia


Não há índice IRsa, apenas avaliação descritiva.
o número de espécies ameaçadas de extinção.

Exclusividade Fisionômica (E): Relação entre a


Não há índice IRsa, apenas avaliação descritiva.
fisionomia das áreas de floresta isoladas e totais.

Ocorrência e distribuição Faunística:


Classificação das espécies de acordo com
Não há índice IRsa, apenas avaliação descritiva.
gênero, distribuição, situação, hábitos e
relevância faunística.

Fonte: Adaptado de Sousa (2000).

8.2.3. Modos de vida


40

O parâmetro modos de vida busca entender como é estabelecida a população na


região, e suas características sociais. A forma de estudo deste item é realizada com base
em estudos de bancos de dados, como do IBGE, e deve-se realizar um relatório descritivo
acerca deste tema, pois não há índices de relevância quantitativos (SOUSA, 2000). Os
elementos de caracterização necessários são:
 Dinâmica demográfica: Trata-se do levantamento de quantitativos
populacionais e distribuição espacial dos indivíduos. Este estudo já foi
realizado pela Nona Engenharia, e encontra-se disponível nas pranchas 2 e 6.
Os municípios impactados ou próximos à área de impacto em média
apresentam baixa densidade demográfica, com até 20.000 habitantes, como
observa-se por meio da Figura 9.5. Por meio de dados do IBGE, estima-se
que tais municípios representem o quantitativo de 122.400 habitantes.

Figura 9.5 – População dos municípios da área impactada.

Fonte: Acervo Pessoal (2019).

Conseguintes dados mais atualizados do IBGE, realiza-se o levantamento demográfico


da população na região impactada, assim como a caracterização da tipologia de cada
município, e com recorrência da hierarquia urbana, como apresentado na Tabela 9.3.

Tabela 9.3: Municípios próximo à área impactada e tipologia.


População
Tipologia Rural- Hierarquia
Estado Município (Nº de
Urbana Urbana
habitantes)
41

PB Araçagi Rural Adjacente Centro Local 17.061


PB Capim Rural Adjacente Centro Local 6.441
PB Cuité de Mamanguape Rural Adjacente Centro Local 6.349
PB Curral de Cima Rural Adjacente Centro Local 5.238
PB Itapororoca Intermediário Adjacente Centro Local 18.527
PB Mamanguape Urbano Centro de Zona A 44.694
PB Rio Tinto Urbano Centro Local 24.090
Fonte: IBGE (2016).

 Condições de vida: É o parâmetro que busca entender os recursos disponíveis


na região, tanto públicos como privados, além da qualidade de vida. Um dos
indicadores trata-se do Índice de Desenvolvimento Humano – IDH, e o estudo
deste indicador também fora realizado pela Nona engenharia, representado na
prancha 6 da primeira etapa. Em suma, para quase todos municípios
analisados, o índice de desenvolvimento humano é baixo, o que leva a
concluir que se trata de uma região pouco desenvolvida, e com baixa mão de
obra especializada. A região impactada, de forma generalizada, trata-se de
uma região pobre, e pouco desenvolvida, com índice de desenvolvimento
urbano municipal abaixo da média nacional de 0,612, como observa-se na
Figura 9.6, desenvolvida através de dados do IBGE. A construção do
barramento a ser realizada pela NONA engenharia pode tornar-se um
potencial alavancador por IDH da região, pois gerará empregos e melhorará
a qualidade de vida dos habitantes.

Figura 9.6 – Índice de Desenvolvimento Humano Municipal da área impactada.


42

Fonte: Acervo Pessoal (2019).

 Sistema de produção: São os principais geradores de renda da população, tais


como agricultura, indústrias e etc. Este parâmetro pode ser obtido de forma
indireta por meio do uso e ocupação do solo da bacia, representada na prancha
18 da Etapa 1, onde infere-se que os maiores geradores de renda para a
população local trata-se da agricultura. O principal sistema de produção dos
municípios diz respeito à agropecuária. Uma melhor análise econômica foi
realizada pela NONA engenharia no item bases econômicas, melhor
representado pela Tabela 9.5.

8.2.4. Organização Territorial

Assim como o item modos de vida, os índices indicadores da organização


territorial devem ser obtidos em bancos de dados governamentais. A caracterização da
organização territorial pode ser realizada com base nos seguintes elementos (SOUSA,
2000):
 Ocupação do território: Consideração do processo histórico de ocupação,
através da análise do uso e ocupação do solo, recursos hídricos, tipos de solo,
clima, relevo entre outros. Tal estudo desenvolveu-se a partir da confecção de
mapas pela Nona Engenharia, como observa-se nas pranchas 18 (uso e
43

ocupação do solo), 19 (tipos de solo), 20 (hidrografia), 21 (Pluviometria) e 24


(Relevo) da Etapa 1, e também Figuras 9.3 e 9.4;

O clima da região da implantação do barramento, em acordo com o estudo


apresentado na 1º etapa do projeto, é em sua totalidade de clima savânico. Esta
identificação se deu através do sistema de classificação de KÖPPEN-GEIGER, o qual dá
a região em estudo como As, isto é, clima savânico. Por ser savânica, a área abarcada pelo
empreendimento possui uma estação seca durante o verão, com precipitações inferiores a
60 mm, sendo os meses de setembro a fevereiro os de menor intensidade pluviométrica.
Em relação à geologia, em estudo feito por Marques, Silva e Silva (2015), fora
caracterizado a geomorfologia da bacia hidrográfica do rio Mamanguape, a qual apresenta
a classificação de acordo com o Quadro X.

Quadro 7: Geologia, domínios morforestruturais e curso do rio Mamanguape.

DOMÍNIO
GEOLOGIA CURSO
MORFOESTRUTURAL

Sedimentos fluviais e marinhos do Planície costeira Baixo


Holoceno
Rochas sedimentares marinhas e
continentais do Terciário e Tabuleiros costeiros Médio
Quaternário (Formação barreiras)
Piemonte oriental da
Granitos, gnaisses, migmatitos e
Borborema Alto
micaxistos do Pré-Cambriano
Planalto da Borborema
Fonte: Adaptado de Marques, Silva e Silva (2015)

Desse modo, percebe-se que a bacia do rio Mamanguape, ou seja, a região de


implantação da barragem para perenização do referido rio, possui a geologia composta
em seu baixo e médio curso, principalmente por rochas sedimentares, tendo uma variação
significante para rochas magmáticas próximo a nascente (alto curso).
Em relação à pedologia, a partir da análise da Figura X, identifica-se que na área
em estudo há a presença de 8 tipos de solos, sendo eles: afloramentos rochosos, argissolo,
latossolo, luvissolo, massa d’água, neossolo, nitossolo e planossolo. No entanto, é
predominante a presença de nitossolo, luvissolo, neossolo e, principalmente, argissolo.
44

Com base na Geomorfologia, ainda com o diagnóstico do Quadro X, é possível se


ter a geomorfologia da região. Marques et al. (2015), através de modelagem espacial
indicaram que, para zona de implantação do barramento, isto é, essencialmente no alto e
médio curso do rio Mamanguape, encontra-se respectivamente: planalto da Borborema
(maciços residuais e pedimentos intermontanos) e tabuleiros costeiros (modelado tabular
e modelado colinoso).

 Infraestrutura e Organização política administrativa: A infraestrutura da


região é um bom indicador para determinar o grau de desenvolvimento e
organização territorial de um determinado local. Nesta etapa, busca-se avaliar
os meios de circulação e comunicação dos distritos, tais como vias
rodoviárias, ferroviárias, hidrovias, sedes municipais entre outros. Tal estudo
também foi realizado pela Nona Engenharia, e encontra-se exposto na
prancha 22 da Etapa 1. Especificamente na área alagada e impactada,
observa-se a infraestrutura da região por meio da Figura 9.7. Avalia-se que
não haverá impactos em estradas de ferro nem em sedes municipais como
observa-se na Figura 9.8. Os municípios mais próximos à bacia tratam-se de
Itapororoca, Araçagi e Cuité de Mamanguape. Suas respectivas distâncias do
barramento estão representadas na Tabela 9.4.

Tabela 9.4 – Distância entre os perímetros urbanos e a barragem.

Município Distância (km)


Araçagi 9,95
Capim 10,01
Cuipé de Mamanguape 6,84
Itapororoca 3,11
Fonte: Acervo Pessoal (2019).

Apesar do município de Itapororoca encontrar-se bem próximo da barragem, a


área alagada não impacta no perímetro urbano como observa-se na Figura 9.8.

Figura 9.7 – Infraestrutura da área impactada.


45

Fonte: Acervo Pessoal (2019).

Figura 9.8 – Perímetros Urbanos próximos à área impactada.

Fonte: Acervo Pessoal (2019).

Em relação às rodovias, notou-se que a área alagada invade uma via. Deste modo,
faz-se necessário realocar tal estrada. Em um primeiro momento, identifica-se tal rodovia,
46

afim de determinar suas características, tais como se é ou não pavimentada e dimensões.


Por meio de dados da AESA/PB, constatou-se que tal via se trata de uma estrada de leito
natural, ou seja, não pavimentada, como observa-se na Figura 9.9.

Figura 9.9 – Estrada de leito natural impactada.

Fonte: Acervo Pessoal (2019).

Com objetivo de conferir tais dados, utilizou-se do Google Maps® para avaliação visual
da via, e analisar o panorama atual da mesma. Constatou-se também que se tratava de
uma via rural, como observa-se na Figura 9.10. A realocação da via trata-se de um
impacto social, na mobilidade urbana da população. A forma de solução para mitigação
deste problema será proposta no próximo tópico.

Figura 9.10 – Imagem de satélite da estrada de leito natural impactada.


47

Fonte: Google Maps® (2019).

8.2.5. Bases Econômicas

Os principais municípios alcançados pela implantação do barramento do rio


Mamanguape são: Itapororoca, Mamanguape, Rio Tinto e Marcação. Nestas
municipalidades, de acordo com Paraiwa (20??), por se localizarem no médio curso do
rio Mamanguape, tem-se a prática da pecuária e cultura canavieira. Nesse viés, a
população em sua maioria vive da agricultura familiar e destas últimas funções.
Até então, por se tratar de um rio intermitente, estes municípios enfrentam grandes
períodos de secas e tem grande parte de suas rendas advindas da agropecuária, como fora
mostrado no mapa de uso e ocupação do solo. Na agropecuária, as principais culturas são
milho, feijão e mandioca.
Segundo Sousa (2000), a avaliação das bases econômicas da região é uma das
principais etapas de avaliação, pois é medida de futuros impactos à economia local devido
as futuras modificações ambientais que sofrerá a região alagada. Setores econômicas
como a agricultura e a pesca poderão ser afetados, e por meio do impacto, analisa tal
viabilidade, e a possibilidade de medidas mitigadoras. Nesta etapa, devem ser avaliados
os seguintes fatores, indicadores da metodologia CEPEL:
 Atividades econômicas: Deve-se analisar as fontes de economia locais e
setores produtivos, relacionados à indústrias, grandes fazendas, comércio,
48

impostos entre outros. Os municípios diretamente ou indiretamente


impactados pela construção do barramento, apresentam fontes de renda
variadas, como apresentado na Tabela 9.5. Dentre os três diretamente
impactados, que se tratam de Araçagi, Cuité de Mamanguape e Itapororoca,
apresentam como principais fontes de produção interna, segundo o IBGE, o
setor da administração, que tratam-se de economia proveniente do setor da
administração pública, defesa, educação, saúde pública e seguridade social do
município, como observa-se na Tabela 9.6. Avalia-se por meio destes dados
que a principal fonte de renda destas localidades provém do estado. Devido à
fonte de renda dos municípios basearem-se em recursos públicos, dificilmente
o impacto do barramento influenciará negativamente neste setor.

Tabela 9.5: Produto Interno Bruto dos municípios impactados e próximos, segmentada
por setor.
Agropecuári Indústria Serviços Administração Arrecadações Total
Município ax x x x x X
(R$ 1.000) (R$ 1.000) (R$1.000) (R$ 1.000) (R$ 1.000) (R1.000)
Araçagi 25.804 5.225 31.300 74.171 5.232 141.732
Capim 7.223 1.763 13.318 29.836 3.000 55.140
Cuité de
9.282 1.611 10.478 29.687 1.489 52.546
Mamanguape
Curral de
7.207 1.196 6.829 24.468 1.026 40.726
Cima
Itapororoca 25.505 5.645 46.658 79.630 7.403 164.841
Mamanguape 56.897 89.148 227.704 181.948 56.492 612.188
Rio Tinto 45.741 29.059 63.910 105.777 15.177 259.664
Fonte: IBGE (2016).

Tabela 9.6: Renda per capita dos municípios impactados, e principais PIB’s.
PIB per capita
Município x 1° PIB 2° PIB 3° PIB
(R$ 1,00)
Administração, defesa,
educação e saúde Demais Agricultura, inclusive apoio à
Araçagi 8307,35
públicas e seguridade serviços agricultura e a pós colheita
social
49

Administração, defesa,
educação e saúde Demais Agricultura, inclusive apoio à
Capim 8560,72
públicas e seguridade serviços agricultura e a pós colheita
social
Administração, defesa,
Cuité de
educação e saúde Demais Agricultura, inclusive apoio à
Mamangua 8276,28
públicas e seguridade serviços agricultura e a pós colheita
pe
social
Administração, defesa,
Curral de educação e saúde Demais Agricultura, inclusive apoio à
7775,05
Cima públicas e seguridade serviços agricultura e a pós colheita
social
Administração, defesa,
Itapororoc educação e saúde Demais Agricultura, inclusive apoio à
8897,34
a públicas e seguridade serviços agricultura e a pós colheita
social
Administração, defesa,
Comércio e reparação de
Mamangua educação e saúde Demais
13697,32 veículos automotores e
pe públicas e seguridade serviços
motocicletas
social
Administração, defesa,
educação e saúde Demais Agricultura, inclusive apoio à
Rio Tinto 10778,9
públicas e seguridade serviços agricultura e a pós colheita
social
Fonte: IBGE (2016).

 Finanças Municipais: Identificar através de dados do município, as principais


fontes de receitas e arrecadações da municipalidade, buscando avaliar o
impacto das áreas afetadas na receita municipal. A arrecadação de cada
município na região impactada pode ser observada na Tabela 9.5.
 Recursos e potencialidades da Bacia hidrográfica: Quantificar, por meio da
área alagada, os recursos presentes na região, tais como recursos minerais,
potencialidades agrícolas, extrações de madeira entre outros. Tal estudo pode
ser obtido através das pranchas de uso e ocupação do solo da bacia (prancha
18), e a identificações de minerais pode ser realizada pela prancha 19, que se
refere aos tipos de solo da região. A região impactada apresenta uso
exclusivamente para a agropecuária. Acerca das potencialidades, o solo da
área alagada apresenta características do tipo argissolo, como observa-se na
50

Figura 9.10. Segundo a EMBRAPA (2006), os argissolos apresentam maior


potencial para o uso agrícola, e de fato tal potenciado têm sido aplicados na
região.

Figura 9.10 – Avaliação do tipo de solo da área impactada.

Fonte: Acervo Pessoal (2019).

Em relação à exploração de recursos minerais, por meio da Agência Nacional de


Mineração – ANM, identificou-se uma área delimitada dentro da área de impacto, para
extração de argila, como observa-se na Figura 9.11. A área encontra-se apenas na fase de
autorização para pesquisa, desde o ano de 2017 (Figura 9.12 e 9.13). Não há nenhuma
extração implementada, e encontra-se registrada pela empresa Carlos Antônio Nogueira
(Figura 9.14), com uso para produção de cerâmica vermelha, e abrange área de 510,39
ha. Há também a jusante da barragem extrações de areia para uso na construção civil, já
na fase de licenciamento ambiental desde 2018, de propriedade do senhor Juscelino
Andrade, contudo, não se encontra localizada na área de impacto.

Figura 9.11 – Substâncias extraídas da região impactada – AMN/2019.


51

Fonte: Acervo Pessoal (2019).

Figura 9.12 – Fases do processo de mineração da região impactada – AMN/2019.

Fonte: Acervo Pessoal (2019).

Figura 9.13 – Ano de início do processo de mineração da região impactada –


AMN/2019.
52

Fonte: Acervo Pessoal (2019).

Figura 9.14 – Empresas proprietárias da área de mineração da região impactada –


AMN/2019.

Fonte: Acervo Pessoal (2019).

Como a área foi cedida pela prefeitura de Itapororoca para construção do


barramento, faz-se necessário analisar tal área demarcada para processos de mineração
junto a ANM, ou adquirir tal área por meio de processos de desocupação. Como o
processo de mineração na área encontra-se apenas em estágio de estudo e pesquisa, não
será necessário cobrir custos com realocação dos equipamentos ou estruturas instaladas.
No tópico de soluções mitigadoras, será discutido a solução tomada.

8.2.6. Populações tradicionais


53

Segundo Sousa (2000), deve-se entender quais são os grupos que ocupam a área
de impacto, com intuito de entender seus comportamentos e sua organização, de forma a
garantir a reprodução sócio-cultural. Para avaliação deste parâmetro, os indicadores
tratam-se de avaliações descritivas, e quantificação de bancos de dados que registram as
minorias brasileiras, tais como a Fundação Nacional do Índio – FUNAI, e também
registros de imóveis, quilombolas e áreas de assentamento, nos bancos de dados do
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA.
Os principais, parâmetros a serem avaliados são (SOUSA, 2000):
 Aspectos Demográficos: Avaliar por meio do banco de dados da FUNAI e
INCRA, quais são as áreas demarcadas como indígenas, quilombolas,
imóveis registrados, e a quantidade de ocupantes destas áreas, referentes à
área que sofrerá o impacto. Conseguintes dados do IBGE, a maior
concentração de povos indígenas encontra-se justamente na região da Bacia
Hidrográfica do Rio Mamanguape, como observa-se na Tabela 9.7. Os
municípios diretamente impactados pelo barramento não apresentam
população indígena.

Tabela 9.7: Municípios com as maiores populações indígenas do País, por situação do
domicílio - Paraíba 2010.
Total Urbano Rural
Ranking
Código Município Pop. Código Município Pop. Código Município Pop.
Baía da
1 2509057 Marcação 5.895 2507507 João Pessoa 1.945 2501401 4.383
Traição
Baía da
2 2501401 5.687 2509057 Marcação 1.887 2509057 Marcação 4.008
Traição

3 2512903 Rio Tinto 2.378 2512903 Rio Tinto 1.408 2512903 Rio Tinto 970

Baía da
4 2507507 João Pessoa 1.951 2501401 1.304 2504603 Conde 66
Traição
São João
Campina Campina
5 2504009 579 2504009 562 2500700 do Rio do 28
Grande Grande
Peixe
Campina
6 2503209 Cabedelo 429 2503209 Cabedelo 429 2504009 17
Grande

7 2501807 Bayeux 329 2501807 Bayeux 325 2502151 Boa Vista 14

8 2509305 Mataraca 209 2509305 Mataraca 199 2508604 Lucena 13


54

9 2513703 Santa Rita 198 2513703 Santa Rita 188 2509909 Natuba 13

10 2508901 Mamanguape 130 2508901 Mamanguape 128 2501302 Aroeiras 12

Fonte: IBGE (2010).

Por meio de dados da FUNAI, faz-se possível identificar as regiões delimitadas


como terras indígenas no estado da paraíba, como observa-se na Figura 9.15.

Figura 9.15 – Áreas demarcadas com terra indígena no estado da Paraíba -


FUNAI/2019.

Fonte: Acervo Pessoal (2019).

No estado, são identificadas três terras indígenas, todas adentre a bacia


hidrográfica do Rio Mamanguape, sendo a tribo Jacar, Potiguara e Potiguara de Monte-
Mor, como observa-se na Figura 9.16. A terra indígena mais próxima, a Potiguara de
Monte-Mor encontra-se a 18,80 km de distância a jusante do barramento, deste modo,
fora da área de impacto.

Figura 9.16 – Áreas demarcadas com terra indígena na bacia Mamanguape e bacia do
barramento – FUNAI/2019.
55

Fonte: Acervo Pessoal (2019).

De acordo com dados do INCRA, na área impactada não há a presença de grupos


quilombolas, como observa-se na Figura 9.17. O INCRA também faz o levantamento e
cadastro de áreas rurais e de assentamento. A respeito das áreas de assentamento
destinadas à reforma agrária, há uma grande área de 1.041 ha, já consolidada, que abriga
99 famílias desde 1995 no município de Araçagi, denominada Assentamento Santa Lúcia.
Este encontra-se com uma pequena parte de sua extensão adentro a área impactada, como
observa-se na Figura 9.17. Deste modo, haverá necessidade de desocupação destes
imóveis para execução do empreendimento.
Em relação aos imóveis rurais, o INCRA cadastra as fazendas por meio dos
programas: de Sistema Nacional de Certificação de Imóveis Rurais – SNCI, e também
pelo Sistema de Gestão Fundiária – SIGEF. Tais programas foram desenvolvidos para
avaliarem a recepção, validação, organização e regularização dos imóveis rurais. Na área
impactada, não há nenhum imóvel rural cadastrado como observa-se na Figura 9.17. A
fazenda mais próxima trata-se da fazenda “Quandu”, e encontra-se a aproximadamente 5
km do barramento, com área de aproximadamente 400 ha.

Figura 9.16 – Áreas de assentamento, quilombola e imóveis rurais – INCRA/2019.


56

Fonte: Acervo Pessoal (2019).

 Aspectos Etno-Históricos: Investigar, por meio de uma equipe de


historiadores as características intrínsecas e étnicas da população, afim de
conhecer a trajetória história do grupo e a quantidade de achados
arqueológicos na região;
 Aspectos Etno-Ecológicos: Entender, por meio de uma junta de biólogos e
historiadores qual a relação entre a população indígena e o território, com
foco nas relações ambientais;
 Condições materiais de sobrevivência: Avaliar, por meio de uma junta de
biólogos e historiadores, qual a dependência da população indígena do
ecossistema local, e qual o impacto em sua sobrevivência;
57

 Organização social, cultural e política: Entender e caracterizar os costumes


religiosos, linguísticos e hierárquicas.

8.3. Resultados Da Avaliação Dos Impactos

Os resultados quantitativos da avaliação dos impactos socioambientais


determinados por meio da metodologia CEPEL, podem ser obtidos por meio da Equação
9.3, onde cada indicador IRsa é atribuído um peso de 1 ou 2, variando de acordo com sua
importância na avaliação, onde os pesos maiores são dados aos agentes mais importantes
à dinâmica analisada (SOUSA, 2000). Deve-se determinar o IRsa de cada subsistema
analisado.

𝐼𝑅𝑇𝑖
𝐼𝑟𝑠𝑎 = (9.3)
∑𝑛𝑖=1 𝐼𝑅𝑇

Onde:
𝐼𝑅𝑇𝑖 : Indicador de cada parâmetro analisado;
n: Número de subáreas avaliadas.

Como a maioria dos parâmetros que apresentam índice dependem de pesquisas e


estudos em campo, não se faz possível a determinação dos índices previamente aos
estudos. Os parâmetros que exigiam estudo descritivo, e levantamento de índices foram
quase que na integralidade executados pela NONA engenharia. O plano de ação da
avaliação dos impactos socioambientais, tais como equipe necessária, estágio do estudo
e resultados encontram-se representado na Tabela 9.8.
1

Tabela 9.8: Avaliação Dos Impactos Socioambientais - Metodologia CEPEL - Nona Engenharia.
AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS - METODOLOGIA CEPEL - NONA ENGENHARIA
ATIVIDADE SUB ATIVIDADE EQUIPE RESPONSÁVEL STATUS OBS. RESULTADOS.
Vegetação marginal Externa - Biólogos À realizar Trabalho de campo -
Qualidade da água Externa - Químicos À realizar Análise laboratorial/Campo -
ECOSSISTEMAS AQUÁTICOS
Fisiologia fluvial Interna - NONA Realizado Trabalho de campo Sem Impactos
Dados biológicos Externa - Biólogos À realizar Trabalho de campo -
Uso do solo na bacia Interna - NONA Realizado SIG - pranchas 03 e 18
Fatores de pressão Externa - Biólogos À realizar Trabalho de campo -
ECOSSISTEMAS TERRESTRES
Ecossistemas relevantes À realizar Trabalho de campo -
Externa - Biólogos
Ecologia de paisagem À realizar Trabalho de campo -
Dinâmica demográfica Realizado SIG - pranchas 02 e 06 Sem Impactos
MODOS DE VIDA Condições de vida Interna - NONA Realizado SIG - prancha 06 Sem Impactos
Sistemas de produção Realizado SIG - prancha 18 Sem Impactos
Ocupação do território Realizado SIG - pranchas 18,19,20,21,24 Sem Impactos
ORGANIZAÇÃO TERRITORIAL Infraestrutura Interna - NONA Realizado SIG - prancha 22 Realocação de Estrada Rural
Organização administrativa Realizado SIG - prancha 22 Sem Impactos
Atividades econômicas Realizado Banco de dados IBGE Sem Impactos
Desapropriação de área de
BASE ECONÔMICA Recursos Interna - NONA Realizado SIG - pranchas 18 e 19/ANM
extração de Argila
Finanças municipais Realizado Banco de dados IBGE Sem Impactos
Desapropriação de Área de
Avaliação demográfica Interna - NONA Realizado Banco de dados FUNAI/INCRA
Assentamento
Étno-histórica Externa - Historiadores À realizar Trabalho de campo -
POPULAÇÃO ÉTNICA
Étno-ecológica Externa - Historiadores/Biólogos À realizar Trabalho de campo -
Sobrevivência Externa - Historiadores/Biólogos À realizar Trabalho de campo -
Organização social Externa – Historiadores À realizar Trabalho de campo -
Fonte: Acervo Pessoal (2019).
1

9. MEDIDAS MITIGADORAS E COMPENSATÓRIAS

Essa seção do trabalho é obrigatória de acordo com o Artigo 6º da resolução


Conama nº 001, de 23 de janeiro de 1986 que em seu inciso III diz que deverá apresentar,
no mínimo, a definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos, entre elas os
equipamentos de controle e sistemas de tratamento de despejos, avaliando a eficiência de
cada uma delas.
Para Mello (1987), preservar alguma coisa significa mantê-la no seu estado
original. Conservar significa admitir modificações, buscando-se um novo equilíbrio com
algumas alterações em condições originais. Constatamos que nos dias atuais é
praticamente impossível preservar a natureza, uma vez que a espécie humana depende
cada vez mais do desenvolvimento e da exploração das reservas naturais. Por outro lado,
é da maior importância conservar a natureza e seus recursos naturais, protegendo o meio
ambiente de danos evitáveis
Ao determinar a execução do estudo de impacto Ambiental o órgão estadual
competente; ou o IBAMA ou quando couber, o Município fornecerá as instruções
adicionais que se fizerem necessárias, pelas peculiaridades do projeto e características
ambientais da área atendendo ao parágrafo único da resolução Conama nº 001, de 23 de
janeiro de 1986.

9.1. Poluição Sonora e Atmosférica

Poluição sonora é definida pela Lei nº 9.605 de 12 de Fevereiro de 1998 em seu


Artigo 54 como poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam
resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a
destruição significativa da flora
De acordo com um estudo publicado pela Organização Mundial de Saúde (OMS),
alguns dos possíveis danos causados pela exposição a ruídos são perda de audição e
concentração, aumento da pressão arterial, interferência no sono, problemas gástricos,
estresse e aceleração cardiovascular.
A Norma Regulamentadora 15 define que não é permitida exposição a níveis de
ruído acima de 115 dB(A) para indivíduos que não estejam adequadamente protegidos. E
ainda define um tempo máximo de exposição diário para cada nível de ruído.
2

Para os impactos de ruídos e emissões de gases, será adotada as medidas do


Quadro 1.

Quadro 1: Medidas mitigadores para os impactos de ruídos e emissões de gases


poluentes
Manutenções regulares dos equipamentos Fazer manutenção periódica dos
conforme estabelecido pelo fabricante equipamentos e máquinas
Fornecimento de Equipamento de Umedecimento dos caminhos de serviço
Proteção Coletiva (EPC) pela empresa na época de seca
Uso de protetores auriculares como
equipamento de proteção individual (EPI) Limitação da velocidade dos veículos
para os operadores
Fonte: Acervo Pessoal (2019).

9.2. Solo

A degradação ambiental é atualmente uma questão de primordial importância para


a humanidade, fruto de uma concepção e uma relação com a natureza que se contrapõe à
sustentabilidade (Muggler et al., 2006)
De acordo com Souza e Souza (2010), os solos do município de Mamanguape
encontram-se bastante erodidos, decorrente do seu manejo inadequado. Nesse sentido, há
um esforço crescente para aumentar as produções, que vem decaindo nas últimas décadas.
Isso se reflete num solo cada vez mais empobrecido e numa vegetação rasteira de capoeira
que já não dá sustentabilidade ao mesmo
Para a construção de uma barragem, os principais impactos gerados é a
contaminação, compactação, erosão e escorregamentos de plataformas. A ação dos ventos
nos reservatórios pode gerar ondas que cheguem a aumentar o risco de erosão nas
margens e provocar assoreamento. A variação acentuada do nível de água no reservatório
pode criar declives sem vegetação, desagradáveis do ponto de vista estético e sujeitos à
erosão. Além disso, essa mesma variação pode gerar deslizamentos de margens instáveis
ao longo do reservatório
Como forma de amenizar prevenir e corrigir a contaminação do solo será adotado
as medidas do Quadro 2.
3

Quadro 2: Medidas mitigadoras ou corretivas para contaminação e erosão do solo


Abastecer os veículos e fazer a
Armazenar equipamentos e materiais,
manutenção em local onde seja
que oferecem perigo, em local apropriado
impermeabilizado
Coleta dos resíduos sólidos presentes na
Limitar o desmatamento
região
Implementar um sistema de gestão de
Limitar o trânsito de maquinários resíduos sólidos (reciclagem,
pesados ao caminho de serviço e ao compostagem, desinfecção, vala de
corpo da estrada confinamento e baias para resíduos
perigosos
Recuperar a vegetação em áreas
Evitar a execução descompassada da obra
degradadas
Colocar as áreas de bota fora nos
Recuperação de matas ciliares alargamentos de aterros compactados ou
nas depressões de áreas de empréstimo
Proteger o solo contra incêndios e a
Reflorestar a área de influência
ocupação desordenada
Permitir o crescimento da vegetação
natural da região
Fonte: Acervo Pessoal (2019).

9.3. Hídrico

A política nacional dos recursos hídricos, lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997 tem
como objetivo assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de
água, em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos; a utilização racional e
integrada dos recursos hídricos, incluindo o transporte aquaviário, com vistas ao
desenvolvimento sustentável; a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos
de origem natural ou decorrentes do uso inadequado dos recursos naturais e incentivar e
promover a captação, a preservação e o aproveitamento de águas pluviais.
A construção de uma barragem inevitavelmente provoca alterações na água do
meio ambiente, por isso torna-se necessário controlar a poluição causada pelo homem e
o processo natural de eutrofização.
4

Para os impactos hídricos será adotada as seguintes medidas (Quadro 3).

Quadro 3: Medidas mitigadoras ou corretivas de preservação das águas


Construção de caixas separadoras de óleo
Construção de fossas sépticas na área do
e água na área de manutenção e
acampamento
armazenamento de combustíveis
Construção de fire bank na área de
Recuperação da vegetação desmatada
armazenamento de combustível
Limpar e fazer a manutenção dos Demolição das obras provisórias presente
dispositivos de drenagem nos talvegues
Fonte: Acervo Pessoal (2019).

9.4. Paisagem

Observar o percurso de um rio, suas sinuosidades, a correnteza, o reflexo do sol


na água e até da lua é um privilégio dos brasileiros. A construção de uma barragem de
terra, é uma obra muito grande territorialmente, de longe é possível observa-la e notar a
mudança na paisagem.
Se o represamento pode submergir belezas naturais, pode também criar novas
paisagens ou cenários bem mais belos do que aqueles que fez desaparecer
Porém durante a construção é possível de haver modificações não projetadas, que
alteram de maneira prejudicial a paisagem da região, por isso é necessário controlar de
forma que ocorra o equilíbrio no manejo dos materiais, minimizando os excedentes entre
cortes e aterros. Sendo assim, se bem executadas as medidas contra erosão já evitam ou
minimizam, também, os impactos sobre a paisagem.

9.5. Flora

A lei 9.605/1998 dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de


condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá ouras providências
A construção de uma barragem traz grandes modificações no meio e impactos
para a flora da região e no entorno por isso é de grande importância ficar atento aos
possíveis impactos como a submersão e deterioração da biomassa e de terras com alto
teor de matéria orgânica que podem provocar a diminuição e o esgotamento do oxigênio
5

dissolvido na água, ocasionando a eliminação da flora aquáticas, ou até por incêndios ou


impedir ou dificultar a regeneração natural de qualquer vegetação, entre outros. E assim
as seguintes medidas mitigadoras ou corretivas foram implantadas (Quadro 4).

Quadro 4: Medidas mitigadoras sobre a flora


Restringir o desmatamento Remover vegetação abatida pelo incêndio
e dispor em local apropriado
Programa de Recuperação de Matas Programa de Recuperação de Áreas
Ciliares Degradadas
Programa de Apoio às Unidades de
Conservação
Fonte: Acervo Pessoal (2019).

 Programa de Recuperação de Matas Ciliares: “Matas Ciliares” quer dizer


a mata que fica na “beirada” dos rios e córregos. Como dissemos antes, a mata
ciliar protege o rio e para ser retirada, várias normas têm que ser cumpridas.
Esse programa assegura o cumprimento dessas normas para a proteção do rio
Mamanguape.
 Programa de Recuperação de Áreas Degradadas: “Áreas Degradadas” são
áreas alteradas pelo homem ou pela própria natureza. Por exemplo: para se
construir a barragem e o canal extravasor, será necessário retirar vegetação,
cortes e aterro no solo, fazer terraplanagem, compactação. Isso faz com que
a área fique degradada. Este programa, conhecido pelos técnicos por PRAD,
tem a função de dar soluções para os problemas gerados na construção. No
caso da vegetação retirada, o PRAD estabelece, por meio de cálculos e
fórmulas, a quantidade e a qualidade das mudas que deverão ser replantadas
por quem é responsável pela obra, ou seja, pela empreiteira.
 Programa de Apoio às Unidades de Conservação: “Unidades de
Conservação” são áreas com vegetação onde o Governo Federal, Estadual ou
Municipal determina que não poderão ser alteradas, nem sofrer tipos de
intervenções.

9.6. Fauna
6

A construção de uma barragem traz grandes modificações no meio e impactos


para a fauna da região e no entorno por isso é de grande importância ficar atento aos
possíveis impactos como a submersão e deterioração da biomassa e de terras com alto
teor de matéria orgânica podem provocar a diminuição e o esgotamento do oxigênio
dissolvido na água, ocasionando a eliminação da fauna aquáticas. A operação inadequada
de um reservatório, provocando grandes variações no nível d'água, é prejudicial para a
fauna aquática no que tange à desova e produção de alimentos.
Considerando que uma barragem pode ser obstáculo para os peixes migratórios,
soluções devem ser previstas quando da elaboração do projeto, tais como a construção de
escada de peixes, canais laterais, sistemas de eclusas ou estações de piscicultura.
Devem ser convenientemente operadas descargas de fundo, vertedores com bacia
de dissipação e descargas de turbinas, a fim de evitar-se a eliminação de cardumes de
peixes. Outrossim, não são recomendáveis atividades de manutenção em épocas de
piracema.
Para a fauna terrestre é provável de ocorrer o afastamento dos animais da região
em virtude do barulho provocado pelos tratores, caminhões, britadeiras e outros
maquinários envolvidos na construção
Como medidas mitigadoras ou corretivas foram implantadas (Quadro 5).

Quadro 5: Medidas mitigadoras sobre a fauna


Aplicar medidas para redução da Destinação de 2,5% do orçamento para
contaminação sonora financiamento de pesquisas
Caso exista as macrófitas, que são
indesejáveis, elas podem ser aproveitadas
na alimentação de animais, na produção
Construção de escada de peixes
de gás ou na despoluição de águas
contaminadas

Fonte: Acervo Pessoal (2019).

9.7. Socioeconômicos

A construção de uma barragem inevitavelmente provoca alterações no meio


ambiente, alterações estas que podem produzir efeitos socioeconômicos. Qualquer
7

impacto a saúde humana, seja de trabalhador ou de pessoas locais é considerado crime


ambiental.
Os benefícios provenientes da implantação de uma barragem normalmente
conduzem a uma melhoria global dos padrões de vida de uma grande parte da população
regional. Entretanto, de maneira geral, não beneficiam de forma direta as populações
locais. As desapropriações e relocações vão da vontade de apenas uma parte dos lados
com justificativa de ser de benefício da maioria (regional maior que local).
De acordo com Souza e Souza (2010), a população ribeirinha Mamanguapense é
constituída predominantemente por pessoas carentes. Essas pessoas vão precisar de serem
desapropriadas e relocadas de acordo com o Decreto-lei 3365/41. A desapropriação e
realocação será necessária para a população do assentamento dona Lúcia que abriga 99
famílias desde 1995 no município de Araçagi.
Como foi observado a área alagada invade uma via tornando necessário realocar
tal estrada ou construir uma ponte. Como se trata de uma via rural e não pavimentada não
há a necessidade da construção de uma ponte, o que encareceria bastante a obra. Então
um desvio da via já seria suficiente e bem mais viável, tendo em vista que esse desvio
seria por terras rurais e que não possui nenhum imóvel cadastrado.
Para os impactos socioeconômicos, temos as medidas mitigadoras nos Quadro 6
e 7.

Quadro 6: Medidas mitigadores sobre problemas relacionados a saúde


Dispor adequadamente resíduos sólidos
Projetar sistemas de drenagem eficientes
gerados na obra e acampamento
Elaborar e colocar em pratica o plano de Solicitar a instalação de rede elétrica para
gestão integrado para resíduos sólidos o acampamento e canteiro
Ter no acampamento instalações Contratar perfuração do poço artesiano
sanitárias apropriadas com outorga para abastecimento
Implantação de dispositivos de controle Aspergir água para evitar nuvens de
de velocidade poeira
Controlar e manter a sinalização na obra
Fonte: Acervo Pessoal (2019).

Quadro 7: Medidas mitigadoras sobre problemas econômicos e sociais


8

Indenização de proprietários de terrenos


Recuperação de áreas degradadas
afetados
Desapropriação e realocação de parte ou
Desvio da via de uma estrada de leito
total da população do assentamento dona
natural desviando da área alagada
Lúcia
Fonte: Acervo Pessoal (2019).

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9

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