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FACULDADE INTEGRADA TIRADENTES DE JABOATÃO DOS GUARARAPES -

PERNAMBUCO

Amanda Simões
André Fernandes Mesquita
Karol Barbosa

ASSISTÊNCIA INTEGRAL À SAÚDE: VIESES DO ACOLHIMENTO E


ACOMPANHAMENTO DO PACIENTE COM HAS E DM NA USF RIO DAS
VELHAS.

JABOATÃO DOS GUARARAPES

2019
Amanda Simões

André Fernandes Mesquita

Karol Barbosa

ASSISTÊNCIA INTEGRAL À SAÚDE: VIESES DO ACOLHIMENTO E


ACOMPANHAMENTO DO PACIENTE COM HAS E DM NA USF RIO DAS
VELHAS.

Trabalho apresentado à disciplina Programa de


Integração do Ensino em Saúde da Família –
PIESF II – como método de obtenção de nota.

Professor Orientador:: Carolina Morais

JABOATÃO DOS GUARARAPES

2019
SUMÁRIO

1- INTRODUÇÃO

2- LOCAL DO ESTUDO E CARACTERIZAÇÃO

3- OBJETIVO

4- FUNCIONAMENTO DO HIPERDIA NA UNIDADE

5- FLUXOGRAMA E ANÁLISE DO FLUXOGRAMA

6- INTERVENÇÃO

7- CONSIDERAÇÕES FINAIS

8- REFERÊNCIAS
INTRODUÇÃO

O conhecimento do sistema HIPERDIA - Sistema de Cadastramento e


Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos – é fundamental para o controle da hipertensão
arterial sistêmica (HAS) e diabetes mellitus (DM) que são considerados problemas saúde
pública.

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma patologia caracterizada por níveis


elevados e persistentes de pressão arterial (PA) que ocorre por diversos fatores: genéticos,
ambientais e relacionados aos hábitos de vida. Está associado frequentemente a alterações
funcionais e/ou estruturais dos órgãos-alvo (coração, cérebro, rins e vasos sanguíneos) e a
alterações metabólicas, que invariavelmente levam à obesidade com consequente aumento do
risco de doenças cardiovasculares fatais e não fatais (MATTOSO, 2014).

Por outro lado, a DM inclui um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por


hiperglicemia, resultante de defeitos na secreção de insulina e/ou em sua ação. A
hiperglicemia se manifesta por sintomas como poliúria, polidipsia, perda de peso, polifagia e
visão turva ou por complicações agudas que podem levar a risco de vida: a cetoacidose
diabética e a síndrome hiperosmolar hiperglicêmica não cetótica. A hiperglicemia crônica está
associada a dano, disfunção e falência de vários órgãos, especialmente olhos, rins, nervos,
coração e vasos sanguíneos (GROSS, 2002).

Nesse sentido, o controle dos fatores de risco para o surgimento e agravamento das
doenças descritas é fundamental para a efetivação da qualidade de vida dos portadores. Em
outro ângulo, também é possível destacar o acúmulo de complicações encaminhadas aos
serviços de referência, ocasionando uma lotação que por vezes, poderia ser evitada.

O sistema hiperdia trabalha fazendo o acompanhamento e cadastramento desses


pacientes. Ainda nesse sentido, há a construção do fluxograma analisador, ferramenta de
extrema importância na tomada de decisão profissional, especificamente na triagem e
orientação das condições descritas que e que serão examinadas a seguir.

LOCAL DO ESTUDO E CARACTERIZAÇÃO


A USF Rio das velhas - apesar de existir bairro com nome homônimo – está situada no
bairro do Guararapes, Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco. A análise do contexto histórico
da comunidade está sustentada nas entrevistas com a população local que ali reside.

A história desta comunidade tem seu início com um pequeno grupo de indivíduos sem
moradia que ali fixaram suas residências.

O processo de formação da área segue a mesma sorte de demais comunidades ao redor


do Brasil, qual seja, a falta de moradia ocasionada pela migração rural para o espaço urbano
em busca de emprego. Não é possível determinar a data de início da formação deste fluxo
migratório, mas é possível estabelecer sua existência.

Esta é uma região como muitas outras do Brasil, carente de recursos básicos,
desenvolvida em local inadequado, devido a displicência dos gestores públicos responsáveis.

Desde a constituição de 1998, passou-se a ter uma atenção especial para essas áreas
com relação a saúde, dado que seu alto crescimento populacional – muitas vezes – ocasionava
superlotação dos serviços de saúde.

A equipe de saúde da unidade – deve ser – é multidisciplinar, sendo formada por Dr.
Eduardo Gurgel Neto, médico da unidade, Margarida Maria Peixoto de França e Renato
Wagner Daniel de Souza Menezes, respectivamente enfermeiros, Lilian da Silva Pereira,
assistente em saúde, Dra. Patrícia Freitas Timoteo de Lima, odontóloga e Jailson Admilson da
Silva, estagiário em farmácia.

Há também a presença das agentes comunitárias de saúde (ACS) Analice Maria


Cavalcanti da Rocha, Edna Leoteria da Silva Pereira, Irenilda Lima de Lira, Maria Jacqueline
Maia da Silva e Maria Zizi de Morais Dias. Por fim, o porteiro José de Santana também
integra o quadro geral de funcionário da unidade.

Sobre a extensão territorial da unidade e sua abrangência pode-se destacar: total de


3.337 indivíduos cadastrados e 1.463 em visita domiciliar. Desse total 525 são hipertensos, 44
são diabéticos e 174 são hipertensos e diabéticos.
OBJETIVO

Este presente trabalho tem por objetivo principal a realização de uma análise crítica
acerca das intervenções e abordagens para com o paciente com HAS e DM, além de explorar
a frequência e o modo de como são realizados os atendimentos iniciais e as subsequentes
consultas permeadas por tal contexto. Desta maneira, torna-se possível traçar metas de
controle e propor melhorias na forma de acolhimento e atendimento aos pacientes com HAS e
Diabetes Mellitus , contribuindo, de tal forma, para a melhoria do processo saúde-doença e do
vínculo médico-paciente.

FUNCIONAMENTO DO HIPERDIA NA UNIDADE

O Hiperdia destina-se ao cadastramento e acompanhamento de portadores de


hipertensão arterial e/ou diabetes mellitus atendidos na rede ambulatorial do Sistema Único de
Saúde – SUS, permitindo gerar informação para aquisição, dispensação e distribuição de
medicamentos de forma regular e sistemática a todos os pacientes.

O acompanhamento longitudinal destes pacientes permite um controle maior e


especializado as necessidades de cada um, prevenindo novos episódios Hipertensivos através
da medicação correta e regulada.

O acompanhamento do portador H.A.S devem ser feitos por equipe multiprofissional,


de forma longitudinal por meio do vínculo e responsabilidade compartilhada entre os
membros da equipe, por meio de planos terapêuticos individualizados, que promovam o
autocuidado apoiado, na visão de cuidado integral centrado na pessoa, levando-se em conta os
aspectos culturais, comunitários e familiares, bem como a vulnerabilidade dos indivíduos.

Devido a alta demanda de pacientes Hipertensos no decorrer do atendimento diário na


Unidade Básica de Saúde Rio das Velhas, o tratamento, a equipe e a estrutura voltada para
melhor atendê-los de acordo com suas necessidades, o HIPERDIA não se fez necessário as
demandas desta da Unidade.
FLUXOGRAMA / ANÁLISE DO FLUXOGRAMA

Na Unidade Básica de Saúde Rio das Velhas, localizada no bairro de Prazeres,


Jaboatão dos Guararapes - PE, todos os pacientes que se deslocam até a Unidade para receber
atendimento, passam pelo processo de triagem que é a aferição da PA (pressão arterial).
Após a aferição, encontrando-se normal a PA, o paciente é instruído a aguardar o
atendimento médico e só então ser atendido, de acordo com sua ficha de espera. Estando tudo
bem, o paciente é liberado para casa. Caso este não seja o caso e a PA encontre-se
desregulada, demonstrando quadro Hipertensivo, o paciente logo é encaminhado diretamente
a sala do médico, onde será administrada medicação imediata. A depender do quadro que o
paciente se encontra, ele pode ser encaminhado para UPA, ou liberado para sua casa.

Com relação a Diabetes, o paciente chega a USF, estando sua consulta agendada, será
feita a medição de sua glicose. Em caso de nível de glicose alterada, será administrada
medicação (metformina).

Caso o nivel nao encontre-se alterado, o paciente será encaminhado para avaliação
multiprofissional. Já quando a consulta não foi agendada, haverá indicação de marcação de
outra data. Se não houver queixa de sintomas característicos, o paciente é liberado para casa.
Em caso de sintomas diabéticos, a glicose do paciente e aferida imediatamente pela equipe.

INTERVENÇÃO

As Unidades Básicas de Saúde (UBS) são a porta de entrada preferencial do Sistema


Único de Saúde (SUS). O objetivo desses postos é atender até 80% dos problemas de saúde da
população, sem que haja a necessidade de encaminhamento para outros serviços, como
emergências e hospitais.

Para que tais atividades de atendimento a população possam ser executadas pela
equipe multiprofissional da unidade, é necessário uma infraestrutura que possa atender a toda
população de forma confortável. Em diversas unidades de saúde Brasileiras, a falta de
infraestrutura gera impasses na realização de um atendimento mais ágil, contando com pouco
espaço para consulta médica que possa abrigar tanto o paciente, quanto o médico e seus
estagiários.

Nesse sentido, essa causa implica em dificuldades na execução de um atendimento


com completa qualidade e segurança necessárias para o população. Com isso, a secretaria de
saúde, deve aumentar a verba distribuída para as unidades, com o objetivo de expandir a
estrutura do local de atendimento.
No ano de 2016, houve o último incentivo fiscal a construção e reforma de unidades,
no valor estimado de 2,4 milhões de reais a serem distribuídos entre 19 UBS, em
Pernambuco. A nível Estatal, foram distribuídos 5,4 milhões de reais a 27 mil UBS.

É inegável que a manutenção da saúde onera em valores exorbitantes o erário, a


continuidade dessa manutenção é o ponto chave. Portanto, novas divisões monetárias devem
ser propostas, com objetivo de nivelar a qualidade das UBS no território, e portanto, dos
atendimentos ao paciente de acordo com as necessidades de cada Estado.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por fim, mediante a conclusão desta etapa da disciplina PIESF, concluímos que ainda
não há um controle e um atendimento eficaz aos portadores de HAS, apesar de toda
mobilização da equipe da USF Rio das Velhas. As causas deste contexto são amplas:
abandono do tratamento, ausência da busca ativa por parte do paciente, ausência de ações
educativas dentro da unidade devido à falta de estrutura da unidade, dentre outras. Torna-se
evidente, mediante este contexto, a importância das melhorias aplicadas à relação entre o
paciente com HAS, tanto na esfera “macro” do processo, como na esfera “micro”. Acerca de
ações mais abrangentes, destaca-se a significativa melhoria no âmbito organizacional
propiciada pela aplicabilidade do fluxograma dentro desse contexto de atendimentos. É
inegável, também, a necessidade da UBS de receber verbas para melhorar sua estrutura a fim
de poder realizar ações educativas e outras atividades que demandam uma melhor estrutura.
No mais, na esfera micro, vale sempre salientar a importância de buscar exercer uma
assistência e um acolhimento humanizados, de forma que esteja garantida a atenção integral
ao paciente. Por meio do estágio da disciplina PIESF, o trio -Amanda, André e Karol- tenta
agir nesse contexto, propondo melhorias no acolhimento e executando-as em situações de
contato direto com o paciente.
REFERÊNCIAS

MATTOSO, PRISCILA PINATO. A HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA NA


ATENÇÃO BÁSICA. ​Atenção Básica em Saúde da Família - UFMS/Fiocruz​, ALTO
PARAÍSO DE GOIÁS, 2014.

GROSS, Jorge L. et al. Diabetes Melito: Diagnóstico, Classificação e Avaliação do Controle


Glicêmico. ​Arq. Bras. Endocrinol. Metab.​, São Paulo, v. 46, ed. 1, 2002.

DANTAS, Rosimery Cruz de Oliveira e RONCALLI, Angelo Giuseppe. ​Protocolo para


indivíduos hipertensos assistidos na Atenção Básica em Saúde. Ciênc. saúde coletiva
[online]. 2019, vol.24, n.1 [cited 2019-12-07], pp.295-306.

NOVO MODELO DE FINANCIAMENTO PARA APS. ​Ministério da Saúde​, [s.d.].


Disponivel em: <​https://aps.saude.gov.br/gestor/financiamento​>. Acesso em: 07 de dez. de
2019.

PERNAMBUCO RECEBE R$ 2,4 MILHÕES DO MINISTÉRIO DA SAÚDE PARA UBS.


Ministério da Saúde​, 2016. Disponivel em:
<​http://www.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/26749-pernambuco-recebe-r-2-4-milhoes-d
o-ministerio-da-saude-para-ubs​>. Acesso em: 07 de dez. de 2019.

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