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Considerações iniciais

Pode se atribuir mérito do período milagre econômico graças as reformas


implementadas no Governo Castello Branco, SIMONSEN et al (1974). De modo que não
se pode analisar economicamente o milagre econômico apenas no período compreendido
entre 1968-1973, mas sim no período 1964 a 1973. A partir de 1964 a política econômica
teria mudado de sentido, de modo que houve uma transformação de uma característica
interna (de estabilização) para uma característica exterior, de ter tido uma abertura ao
mercado exterior. As políticas econômicas do compreendido entre 1964 e 1967, tiveram
como objetivo um caráter estabilizador diante a situação de um cenário de descontrole
inflacionário, déficit no balanço de pagamentos e problemas com investimentos herdados
do governo anterior. De acordo os ajustes macroeconômicos e as reformas institucionais
ocorridas no PAEG (Plano de Ação Econômica duo Governo) houve um cenário propicio
para os resultados observados durante o período milagre econômico (1968-1973).
Também se faz necessária destacar a importância da política econômica adotada no
período (68-73) que foram de caráter expansionista (de modo a buscar o incentivo das
exportações), como também atribuir o cenário internacional que se encontrava propicio,
em relação a melhoria de termos de troca e credito farto e barato GIAMBIAGI et al
(2008). Além de considerar o período antes milagre, deve se entender o contexto que
culminou a implementação do PAEG. No período compreendido entre a posse e a
renúncia do então Presidente Jânio Quadros é evidente um período de grande
instabilidade. As políticas durante o curto governo Jânio Quadros foram de características
conservadoras no intuito do enfrentamento dos problemas herdados do governo JK
(aceleração inflacionaria, o déficit fiscal e pressão sobre o balanço de pagamentos. Houve
o fracasso de contenção do processo inflacionário por meio das políticas do Plano trienal
(1962-1964). Configurando assim um período (início dos anos) de grande instabilidade,
não só pela inflação, mas como também sobre a questão do nível de investimentos e
crescimento industrial levarem a um estado de recessão da economia (1963). Fatos estes
que levaram a implementação do Plano de Ação Econômica do Governo (PAEG), 1964-
1973).

O PAEG (Plano de ação econômica do governo), que apesar de ser um plano cuja
ideia inicial adveio desde os anos 30, consegue-se através deste plano a redução da taxa
de inflação de 90% em 1964 para 30% em 1967. As características do período em que
foram implementadas as políticas do PAEG, são as naturezas desenvolvimentistas do
plano, via aumento de investimentos, estabilidade de preços e correção dos déficits do
balanço de pagamento, entretanto houve a atenuação dos desequilíbrios regionais.

Na época atribuía-se o fato do excesso de demanda ao processo inflacionário


(cunho ortodoxo monetarista). Ocorre uma alternância de períodos onde houve a
expansão de moeda e outros em que houve a expansão do credito. Inclusive foi criado
uma estrutura básica do sistema financeira nacional, com a reforma bancaria (1965), isso
devido a criação de órgãos institucionais que além de possibilitarem divisões a funções
financeiras possibilitou melhorias a meio social. Criações essas que foram a criação do
Banco Central, Conselho Monetário Nacional, ORTN (Obrigações Reajustáveis do
Tesouro Nacional) e posteriormente LTN (Letras do Tesouro Nacional), essas com
funções de correção monetária. Pelo lado social houve a criação SFH (Sistema Financeiro
de Habitação), Banco Nacional de Habitação, instituições responsáveis pelo saneamento
básico. Pelo lado a propensão de uma melhor condição aos assalariados foram criadas as
instituições FGTS (Fundo de Garantia por Tempo e Serviços) e o PASEP (Programa de
Assistência ao Servidor Público). Como programa de estabilização o plano PAEG foi
eficaz pois houve uma redução de 20% anuais, como também a execução de grandes
transformações institucionais propiciando o crescimento econômico. Os pontos negativos
foi o caráter deste plano ter um sentido a propiciar o fortalecimento dos oligopólios,
desnacionalização da economia, e agravamento da distribuição de renda no pais.

No início de 1967 o general Costa e Silva assume a presidência do pais, nomeando


o economista Delfim Neto como ministro da Fazenda. Durante o período de 1967 a 1973,
em que o então ministro Delfim Neto permanece, acontece um crescimento médio do PIB
anual 11,2% e na indústria manufatureira de 12,6% aa., como também na produção de
bens duráveis e de capital18,1% a a.. Em 1968 registra-se um período de crescimento da
economia brasileira tal façanha de se conseguir de 68 a 73 dessa taxa crescimento na
ordem de 11% de forma consecutiva é denominada de milagre econômico. Tal façanha
se torna surpreendente também, na questão de paralelo a esse crescimento haver uma
queda na taxa de inflação (por mais que seja moderada de 25, 5%a a. (1968) a15,6% a a.
(1973)) e uma melhora do balanço de pagamentos. É notável o ciclo expansivo, em que
vários setores industriais (de bens de consumo duráveis e de capitais) se destacam, no
sentido em que também foi fundamental o Plano de Metas, para a consolidação do milagre
econômico (no sentido da diversificação das atividades produtivas).
No entanto a crítica que se pode fazer ao milagre econômico, como ao período de
atuação do PAEG, refere-se à questão social. A melhoria nos índices de produção e de
crescimento econômico não reflete necessariamente ao aumento de bem-estar da
população. O grande crescimento trouxe grandes benefícios para as classes de maior
renda social. Pelo fato também dessa classe ser a classe a classe responsável pelos postos
de maior importância do setor industrial. O que se pode ser entendido da época, é que a
classe melhor remunerada foi a classe cujo o grau de escolaridade possibilite a ocupação
de funções gerenciais nas indústrias.

Problema e sua importância

O projeto tem como problema central, seria a maneira de como as políticas (macro
e reformas institucionais) implementadas durante o período do milagre econômico,
impactaram sobre a variação da taxa de crescimento do PIB, como também no índice de
pobreza e desigualdade de renda. De modo que o problema também abrange a questão do
impacto das políticas adotadas durante o período 1964-1967(sobre PIB, desigualdade de
renda e pobreza), já que o PAEG (Plano de Ação Econômica do Governo), começa a ser
implantado neste período. Sabendo-se que a mudança do foco da política econômica de
uma economia voltada ao comercio exterior é fundamental para relacionar os impactos
das políticas econômicas (desde 1964) aos resultados sociais (1968 -1973).

Este trabalho é escolhido no sentido de que ao esclarecer sobre os impactos das


políticas econômicas no âmbito da desigualdade de renda, pobreza e PIB, possa-se ter o
entendimento das diversas transformações ocorridas no pais que são base da situação
atual do pais. É interessante, ao analisar o período em que houve milagre econômico,
observar que houve um paradoxo do crescimento econômico (PIB) desigualdade social.

O projeto se embasa justamente da finalidade ao esclarecimento desse paradoxo


que ocorre, não só neste período do milagre econômico, como também em outros períodos
(início dos anos 60 e anos 70). De modo que ocorre a manutenção desse problema
econômico (distribuição de renda e pobreza), mesmo havendo momentos de variação
crescente no PIB anual. O notório trabalho do economista brasileiro Celso Furtado ao
desenvolver uma definição econômica focada a situação dos países latinos, tem suma
importância na realização deste trabalho.

De acordo com Abreu e Giambiagi a economia brasileira nos 60, 70 tem por
característica a complexação das atividades produtivas que a economia sofreu devido
primeiramente ao Plano de Metas. Como também é importante destacar a busca .de
investimentos externos oriundos ainda dessa época (primeiramente no plano de Metas e
depois com o PAEG) e o combate ao processo inflacionário.

Há no Brasil de hoje uma grande herança de desigualdade de renda e pobreza que


adveio dos pontos positivos e negativos das políticas exercidas nos anos 60, 70 e 80. A
própria concentração desigual entre capitalistas, latifundiários, empregadores,
empregados e região brasileira advém de períodos como por exemplo o período do início
dos 60 (diversidade de atividades industriais) e o período do milagre econômico (período
de concentração de renda) MEDEIROS (2016).

O fator progresso técnico de um pais é a base para explicação do crescimento


econômico de um país relacionado a concentração de renda. Por intermédio desta dedução
anteriormente falada, fica-se claro como se distribui de maneira discrepante a
concentração de renda, se concentrando muito mais na região sul/sudeste do pais
MARQUETTI (2016). Analisando o caráter do crescimento econômico brasileiro
observa- se que não só houve uma diferença na distribuição de renda nas diversas regiões
como também teve na formação de capital humano (pesquisa e educação) GALEANO et
al, (2017).

Os diferentes cenários propiciados pelos diferentes momentos econômicos foram


essenciais para análise de como é dividido o percentual de emprego por classe e
consequentemente os salários e a renda. Um exemplo foi o período milagre econômico
onde houve uma concentração maior da riqueza nas mãos da minoria mais instruída já
que a maioria não tinha um nível de escolaridade completo (período em que a política
econômica beneficiou os grandes empresários) BALTAR (2016).

Durante o final dos anos 60, inícios dos 70 (até o primeiro choque do petróleo)
culminando na crise dos anos 80, é nítido uma relação muito forte entre a perspectiva de
um desenvolvimento econômico e a questão investimentos externos. O fator comum
nestes períodos é o fator produtivo da industrialização e o reflexo deste fator nos
indicadores sociais no pais. Dado que no início dos anos 60 houve uma diversidade das
atividades produtivas nas industriais. Nos anos 70 houve um crescimento do PIB dado
um cenário que os investimentos externos possibilitavam uma produção maior até o
primeiro choque do petróleo (inflação dos preços no comercio mundial e começo da
incompatibilidade entre credores externos e política nacional). Nos anos 80 (década
perdida), período de déficit externo e fracasso em contenção do processo inflacionário.
Sendo que ambos os períodos influenciaram na concentração de emprego e
consequentemente na de renda e pobreza também CARNEIRO (2016). {Coloquei
somente 5 trabalhos por orientação da orientadora}

A justificativa deste trabalho é o esclarecimento da questão referente ao histórico


que houve nos processos econômicos para que o país tenha hoje esse cenário de
desigualdade de renda. Com tantas questões referentes a problemas socioeconômicos, faz
se necessária a resposta da causa de que em um pais tão abundante em terras, cultura,
potenciais fatores econômicos (mão de obra e insumos disponíveis), por que não se há
um melhor aproveitamento dessas variáveis para uma concentração menos desigual.
Outro fator interessante seria esclarecer do porquê justamente neste período milagre
econômico (1968-1973), não houve uma melhora do bem-estar para todos já que houve
um crescimento econômico continuo.

Ao se analisar os trabalhos contemporâneos a este, de fato se encontra bons


trabalhos cuja informação de alguns foi fundamental para realização deste. No entanto há
a ausência de literaturas que por meio destas possa-se ter um esclarecimento de como as
políticas econômicas influenciaram para a formação da concentração de renda desigual e
da pobreza. De modo a relacionar crescimento econômico com desigualdade social.

Objetivos

Objetivo geral

O objetivo deste trabalho é a análise de como as políticas econômicas no Brasil


implementadas durante as décadas de 60, 70 influenciaram para a desigualdade de renda,
pobreza, e variação do PIB (no período do milagre econômico). De modo que o
esclarecimento do cenário econômico será fundamental na explicação de como se
configurou ao longo do tempo as partes sociais das distribuições de renda e pobreza, como
também da finalidade das políticas dada a variação do PIB.

Objetivos específicos

Os objetivos específicos são identificar e determinar quais, dado cada período, as


políticas que resultaram em tais cenários econômicos que contribuíram com a
desigualdade social, pobreza e os diferentes níveis do PIB.
Referencial teórico

O período que compreende entre 1961e 1964 é tratado por um período de grande
momento de conturbação, por parte da literatura, de modo que houve uma instabilidade
política devido a renúncia de Jânio Quadros (1961) , a adoção do parlamentarismo e a
restauração do presidencialismo posteriormente (1963), ABREU(1990).Apesar de ser
documental um crescimento econômico consistente no ano de 1962, registra-se uma
recessão da economia em 1963. Tal recessão foi baseada devido as dificuldades naquela
época na obtenção de investimentos aliado a um crescimento da indústria, MARQUES
(2013. Entre 1962 a 1967 o que se registrou foi um período de desaceleração na taxa de
PIB anual. De modo que a taxa média do PIB cai a metade da registrada no período
anterior (1956 a 1962), período em que houve um crescimento constante do PIB,
MARQUES(2013).

Outro fator importante retratada na literatura econômica foi a questão do processo


inflacionário, especificamente o que aconteceu até 1964. Onde a inflação teria alcançado
a 90%. A dificuldade da continuidade de absorção de investimentos aliada ao processo
inflacionário configuraria um ciclo depressivo na economia, herança das políticas
expansionistas do Plano de Metas TAVARES (1975).

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