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Interesses corporativos no processo de aprovação da Base Nacional Comum

Curricular (BNCC) do Brasil 1

Camilla Croso2

Resumo: O direito humano à educação está consagrado em marcos internacionais e


nacionais de direitos humanos, o que implica o dever do Estado em protege-lo, respeitá-
lo e realiza-lo. Entre os princípios deste direito, temos a garantia da gestão democrática,
assegurando que o interesse público se consolide nas políticas públicas. No entanto, temos
observado uma crescente presença de governança corporativa na esfera da política pública
educativa, como fica evidente no processo de aprovação da Base Nacional Comum
Curricular (BNCC). Este artigo aborda a atuação de atores corporativos junto ao poder
público e discute a atuação de institutos, bancos e fundações privadas, e de suas
lideranças, na definição da BNCC, a partir de ações de incidência e do estabelecimento
de relações estreitas que engendram com o poder público, determinando tomadas de
decisão que passam à margem do debate público, da vontade dos sujeitos da comunidade
educativa e dos processos de participação social instituídos em lei. Apresenta uma
discussão da problemática especialmente a partir de trabalhos de Przeworski (2011),
Hacker e Pierson (2010), LaPalombara (2017) e Mancuso e Gozetto (2018).

Palavras Chave: Base Nacional Comum Curricular, participação, gestão democrática,


interesses organizados, atores corporativos.

Abstract: The human right to education is enshrined in international and national human
rights frameworks, which implies the State's duty to protect, respect and fulfil it. Among
the principles of this human right we have democratic governance, ensuring that public
interest is consolidated in public policies. However, we have observed a growing presence
of corporate governance in the sphere of educational policy making, as is seen in the
approval process of the National Curricular Common Core (BNCC, for its acronym in
Portuguese). This article discusses the relation of corporate actors in education policy
making and the influence of private institutes, foundations and banks, as well as of their

1
Este artigo é elaborado como trabalho de conclusão da disciplina “Interesses Organizados e Processos Decisórios em
Políticas Públicas”, ministrada pelo Prof. Wagner Wagner Pralon Mancuso, do Programa de Pós-Graduação da
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Departamento de Ciência Política, da Universidade de São Paulo
2
Aluna especial da disciplina “Interesses Organizados e Processos Decisórios em Políticas Públicas”, realizando
mestrado na Faculdade de Educação da UNICAMP
leaders, in the definition of BNCC, through advocacy and direct relations engendered
with the public sphere, determining decisions that ignore public debate and the
perspectives of the education community as well as the formal processes of social
participation established in law. It discusses the issues especially considering the work of
Przeworski (2011), Hacker e Pierson (2010), LaPalombara (2017) and Mancuso and
Gozetto (2018).

Key words: National Curricular Common Core (BNCC), participation, democratic


governance, organized interests, corporate actors.

Introdução
A educação é um direito humano fundamental, reafirmado em uma ampla gama de
instrumentos no âmbito do Direito Internacional dos Direitos Humanos, bem como na
Constituição da República Federativa do Brasil (1988), na Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional – LDB (Lei nº 9.394/1996) e no Plano Nacional de Educação- PNE
(Lei nº 13.005/2014). Esse conjunto de normativas aponta o Estado como garantidor dos
Direitos Humanos, dentre eles o direito à educação, sendo responsável por respeitá-lo,
protegê-lo e realizá-lo universalmente.

O reconhecimento do Estado como responsável pelo direito à educação implica uma


série de garantias detalhadas nos marcos legais acima referidos, dentre elas a garantia de
mecanismos de gestão democrática e controle público sobre o conteúdo e sentido das
políticas educativas e seu financiamento, de forma que a cidadania possa participar
ativamente de processos de debate, deliberação e seguimento destas políticas. A
Constituição em seu Artigo 206 parágrafo VI, e a LDB em seu artigo 3 parágrafo VIII,
garantem a gestão democrática do ensino público. Da mesma maneira, a gestão
democrática é uma das diretrizes do PNE bem como sua Meta 19, detalhada em uma série
de estratégias, conforme podemos observar no Quadro 1 abaixo.
Quadro 1: PNE: Gestão Democrática da Educação
Meta 19 Assegurar condições, no prazo de dois anos, para a efetivação da gestão
democrática da educação, associada a critérios técnicos de mérito e desempenho e à
consulta pública à comunidade escolar, no âmbito das escolas públicas, prevendo recursos
e apoio técnico da União para tanto.

Estratégias:
19.1. priorizar o repasse de transferências voluntárias da União na área da educação para
os entes federados que tenham aprovado legislação específica que regulamente a matéria
na área de sua abrangência, respeitando-se a legislação nacional, e que considere,
conjuntamente, para a nomeação dos diretores e diretoras de escola, critérios técnicos de
mérito e desempenho, bem como a participação da comunidade escolar;
19.2. ampliar os programas de apoio e formação aos(às) conselheiros(as) dos conselhos
de acompanhamento e controle social do Fundeb, dos conselhos de alimentação escolar,
dos conselhos regionais e de outros e aos(às) representantes educacionais em demais
conselhos de acompanhamento de políticas públicas, garantindo a esses colegiados
recursos financeiros, espaço físico adequado, equipamentos e meios de transporte para
visitas à rede escolar, com vistas ao bom desempenho de suas funções;
19.3. incentivar os estados, o Distrito Federal e os municípios a constituírem fóruns
permanentes de educação, com o intuito de coordenar as conferências municipais,
estaduais e distrital bem como efetuar o acompanhamento da execução deste PNE e dos
seus planos de educação;
19.4. estimular, em todas as redes de educação básica, a constituição e o fortalecimento
de grêmios estudantis e associações de pais, assegurando-se lhes, inclusive, espaços
adequados e condições de funcionamento nas escolas e fomentando a sua articulação
orgânica com os conselhos escolares, por meio das respectivas representações;
19.5. estimular a constituição e o fortalecimento de conselhos escolares e conselhos
municipais de educação, como instrumentos de participação e fiscalização na gestão
escolar e educacional, inclusive por meio de programas de formação de conselheiros,
assegurando-se condições de funcionamento autônomo;
19.6. estimular a participação e a consulta de profissionais da educação, alunos(as) e seus
familiares na formulação dos projetos político-pedagógicos, currículos escolares, planos
de gestão escolar e regimentos escolares, assegurando a participação dos pais na avaliação
de docentes e gestores escolares;
19.7. favorecer processos de autonomia pedagógica, administrativa e de gestão financeira
nos estabelecimentos de ensino;
19.8. desenvolver programas de formação de diretores e gestores escolares, bem como
aplicar prova nacional específica, a fim de subsidiar a definição de critérios objetivos para
o provimento dos cargos, cujos resultados possam ser utilizados por adesão.

O artigo 5º do PNE prevê ainda o monitoramento da política educativa por


instâncias do executivo e legislativo, assim como pelo Conselho Nacional de Educação e
Fórum Nacional de Educação (FNE), o qual tem também a atribuição de coordenar as
Conferências Nacionais de Educação e acompanhar processos legislativos relativos às
políticas educacionais. Dito Fórum, de caráter permanente e instituído por lei em 2010, é
um espaço de interlocução entre a sociedade civil e o Estado brasileiro, que determina em
seu Art. 3º uma composição plural que inclui representantes do poder executivo de âmbito
nacional, estadual e municipal; do poder legislativo em âmbito nacional; de instituições
de ensino superior, universidades e educação profissional; sindicatos de trabalhadores em
educação; conselhos estaduais e municipais de educação; união de estudantes;
confederação de pais de alunos; movimentos de defesa do direito à educação; entidades
de pesquisas educativas e empresários do Sistema “S”3.

Vale ressaltar que, além da legislação do campo educativo sobre a gestão


democrática e a participação social no debate, deliberação e acompanhamento da política
educacional, em 2014 foi aprovada a Política Nacional de Participação Social (PNPS) e
o Sistema Nacional de Participação Social (SNPS), a partir do Decreto No 8.243. Esta
política delibera sobre diretrizes fundamentais que visam assegurar uma participação
plena e equilibrada da sociedade em processos de debate e de toma de decisões. Seu artigo
3º aponta como diretrizes o reconhecimento da participação social como direito do
cidadão e expressão de sua autonomia; a complementariedade, transversalidade e
integração entre mecanismos e instâncias da democracia representativa, participativa e
direta; a solidariedade, cooperação e respeito à diversidade de etnia, raça, cultura,
geração, origem, sexo, orientação sexual, religião e condição social, econômica ou de
deficiência, para a construção de valores de cidadania e de inclusão social; o direito à
informação, à transparência e ao controle social nas ações públicas; a valorização da
educação para a cidadania ativa; a autonomia, livre funcionamento e independência das
organizações da sociedade civil; e a ampliação dos mecanismos de controle social.

Em que pese a aprovação da Política e Sistema Nacional de Participação Popular


em 2014, do Fórum Nacional de Educação em 2010, e de demais marcos legais que
fundamentam o direito à gestão democrática na educação, em abril de 2017 o Ministério

3
As entidades previstas em lei para integrarem o FNE, segundo portaria de 2010, são: Ministério de Educação e de
Comissões de Educação do Senado e Câmera dos Deputados; do Conselho Nacional de Educação; do Conselho
Nacional de Secretários de Educação; da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação; da Associação
Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior; da Associação Brasileira dos Reitores das
Universidades Estaduais e Municipais; da Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino; da Associação
Brasileira das Universidades Comunitárias; do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação
Profissional, Científica e Tecnológica - CONIF; Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação - CNTE;
Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino - CONTEE; Federação de Sindicatos de
Trabalhadores de Universidades Brasileiras - FASUBRA; fórum de Professores das Instituições Federais de Ensino -
PROIFES; Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica - SINASEFE;
Fórum Nacional dos Conselhos Estaduais de Educação - FNCEE; União Nacional dos Conselhos Municipais de
Educação - UNCME; União Brasileira dos Estudantes Secundaristas - UBES; União Nacional dos Estudantes - UNE;
Confederação Nacional de Pais de Alunos - CONFENAPA; Comunidade Científica; Movimentos Sociais do Campo;
Movimentos de Afirmação da Diversidade; Movimentos em Defesa da Educação; Entidades de Estudos e Pesquisa em
Educação; Centrais Sindicais dos Trabalhadores; Confederações dos Empresários e Sistema "S".
da Educação publica no Diário Oficial da União a portaria No 577 que altera, de maneira
unilateral e arbitrária, a composição do FNE, excluindo entidades históricas do campo
educativo, como a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de
Ensino - CONTEE; a Federação de Sindicatos de Trabalhadores de Universidades
Brasileiras – FASUBRA e a Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em
Educação- ANPEd. A partir desta decisão, 20 organizações sociais originalmente
integrantes do FNE se retiram do espaço, criam o Fórum Nacional Popular de Educação
e passam a organizar a Conferência Nacional Popular de Educação, a qual ocorreu em
maio de 2018.

As entidades que assinam a Nota de Repúdio à Portaria do MEC4, chamam a


atenção para o fato de que além de excluir entidades sindicais e de pesquisa educativa, a
Portaria também coloca outras tantas a competir por uma vaga, amplia a presença de
entidades alinhadas com o governo e amplia a presença do empresariado no FNE.

De fato, estudos recentes vêm mostrando a crescente influência de atores


corporativos, e de seus respectivos institutos, bancos e fundações privadas, assim como
de redes de empresários, na definição da política educativa nacional e global (ADRIÃO,
T. et al. 2015; ROBERTSON, S.; VERGER, T. 2012; AVELAR et al (no prelo);
VERGER et al. 2016; CROSO, C.; MODE, G. 2016). Estes atores têm tido grande
influência em nomear, descrever e determinar as problemáticas educacionais prioritárias
que desde sua perspectiva devem ser enfrentadas, e ao mesmo tempo em oferecer
soluções para as mesmas, promovendo mercados e verdadeiros ‘edunegócios’ para seus
produtos e serviços (ROBERTSON, S.; VERGER, T. 2012). Além disso, contribuem para
a convergência de políticas educacionais globais, configurando novos espaços e formas
de governança que existem acima, além e entre nações e estados (ROSA, S. 2013).

Este artigo discorre sobre o processo de aprovação da Base Nacional Comum


Curricular (BNCC), em especial para as etapas de Educação Infantil e Ensino
Fundamental que culminou em dezembro de 2017, destacando a decisiva influência de
setores do campo corporativo que atuaram de forma coordenada como grupo de interesse,
a despeito de posições contrárias de organizações sindicais, acadêmicas, estudantis e de
movimentos de direitos.

4
Disponível em http://www.anped.org.br/news/nota-de-repudio-portaria-n-577-de-27-de-abril-de-2017-do-mec
A Base Nacional Comum Curricular

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) está prevista tanto na Lei de


Diretrizes e Bases da Educação Nacional quanto no Plano Nacional de Educação e possui
caráter normativo. Segundo o Ministério da Educação, “a Base estabelece conhecimentos,
competências e habilidades que se espera que todos os estudantes desenvolvam ao longo
da escolaridade básica”, devendo “nortear os currículos dos sistemas e redes de ensino
das Unidades Federativas, como também as propostas pedagógicas de todas as escolas
públicas e privadas de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio, em todo
o Brasil”. Estabelece objetivos de aprendizagem para cada ano da educação infantil e do
ensino fundamental, sendo política pública angular para a educação brasileira, de
profundo interesse público.

A BNCC teve uma longa tramitação que iniciou em 2015, quando o governo de
Dilma Rousseff apresenta uma primeira versão e a submete a consulta pública online. A
segunda versão é apresentada em 2016, ainda na gestão Rousseff, e passa por debates em
27 seminários estaduais; até aquele momento a BNCC contemplava o conjunto da
educação básica, ou seja, a educação infantil, o ensino fundamental e o médio. Já a partir
da terceira versão, na gestão Temer, a Base passa a discorrer apenas sobre a educação
infantil e o ensino fundamental, rompendo a unidade da educação básica; esta terceira
versão é debatida em cinco audiências públicas. A última versão da BNCC para a
educação infantil e ensino fundamental foi homologada em dezembro de 2017, ao passo
que a BNCC que discorre sobre o ensino médio segue em debate atualmente (CÁSSIO,
F.L. 2018).

Em 2013 foi criado o Movimento pela Base Nacional Comum, que se constitui como
grupo de interesse e que vem atuando desde então de maneira incisiva e decisiva nos
debates sobre a BNCC. O Movimento é integrado por representantes de fundações,
bancos e institutos empresariais (como as fundações Lemann, Roberto Marinho, Maria
Cecilia Souto Vidigal, Itaú Social, Cesgranrio; os institutos Ayrton Senna, Unibanco,
Natura, Inspirare; o movimento Todos pela Educação; o Itaú BBA) além de
representantes governamentais do Conselho Nacional de Secretários de Educação, União
Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação e do MEC. Também integram o
Movimento a Fundação Getúlio Vargas e o Insper. Dentre os atores mais influentes do
Movimento, muitos são brasileiros bilionários, como pode ser visto no Quadro 2.
Vale ressaltar que, antes mesmo da apresentação da primeira versão da BNCC pelo
MEC, foram realizados diversos eventos nacionais e internacionais com participantes
promovidos por estes setores corporativos e governamentais, preparando terreno para o
debate e deliberação sobre a Base. Muitos foram financiados pelos próprios atores
corporativos, e desde então desponta a liderança da Fundação Lemann, e de seu
presidente, o bilionário Jorge Paulo Lemann, um dos donos da cervejaria Anheuser-Busch
InBev e do fundo de participações 3G Capital (dono do Burger King, Americanas,
Submarino, Shoptime e da Heinz). Uma vez aprovada a BNCC da educação infantil e
ensino fundamental, em março de 2018, os mesmos atores que integram o Movimento
pela Base Nacional Comum foram agraciados com a Ordem do Mérito Educativo 5,
durante uma cerimônia conduzida pelo Ministro da Educação Mendonça Filho e Michel
Temer (CÁSSIO, F.L. 2018).

A Fundação Lemann é também mantenedora da revista Nova Escola, assegurando


um canal de comunicação para promover ideias e argumentos sobre a BNCC e outras
dimensões da política educativa nacional. A revista fornece guias para a BNCC, planos
de aula bem como cursos, promovendo em parceria com o Google.org, um diálogo direto
sobre a Base junto ao professorado brasileiro, público alvo prioritário deste meio de
comunicação. A página virtual da revista traz também publicidade e um convite a
docentes de serem “um educador Nova Escola digital”, oferecendo um “teste por 30 dias
grátis”. Lemann não só é uma liderança central no processo de concepção, elaboração,
debate e aprovação da BNCC, como também é o principal investidor do Gera Venture,
fundo de educação de capital de risco exclusivamente focado em educação, este
explicitamente com fins lucrativos.

Segundo aponta Cássio (2018), a comunicação institucional da BNCC vai muito


além da revista Nova Escola, sendo que os integrantes do Movimento pela Base Nacional
Comum investem para aceder aos grandes meios de comunicação a partir de matérias e
editoriais das principais revistas e jornais do país, além de mídias sociais, de forma a
pautar o debate público. Além disso, o fenômeno da porta giratória6 no âmbito da BNCC
é muito marcado, sendo que diversas pessoas ligadas ao Movimento pela Base Nacional

5
A honraria existe desde 1955 e tem por finalidade agraciar personalidades, nacionais ou estrangeiras, que tenham
contribuído de maneira excepcional para o desenvolvimento da educação.
6
A expressão “porta giratória” se refere ao trânsito entre cargos no setor público e privado, levando a conflitos de
interesse e promoção de benefícios em causa própria.
Comum assumiram cargos no MEC e no CNE entre 2015 e 2018, além de diversas
lideranças dos mencionados institutos e fundações serem ex-secretários de educação,
facilitando sua entrada e incidência junto aos atuais secretários de educação de estados e
municípios, além de junto ao ministério da educação.

Quadro 2: Bilionários que incidem na definição da BNCC e outras políticas


educativas do Brasil a partir de Institutos, Fundações e Bancos

1- Fundação Lemann
A Fundação é de Jorge Paulo Lemann, o homem mais rico do Brasil e 19º entre os mais
ricos do mundo. Conhecido como o “rei da cerveja”, sua fortuna é estimada em R$ 103,59
bilhões.
2- Instituto Unibanco
O Instituto Unibanco é presidido por Pedro Moreira Salles, o 9º colocado da lista dos
bilionários brasileiros, com uma fortuna de R$ 12,96 bilhões. O principal projeto do IU,
Jovem de Futuro, foi criado a partir de uma parceria com o MEC e com as secretarias
estaduais, e oferece consultorias e treinamentos aos gestores de escolas públicas de ensino
médio.
3- Fundação Itaú
A Fundação Itaú é presidida por Alfredo Egydio Setubal, e Pedro Moreira Salles integra
o do conselho curador. Os dois são membros do conselho administrativo do banco Itaú
Unibanco, que controla tanto a Fundação Itaú quanto o Instituto Unibanco. O trabalho da
Fundação é, em parcerias com secretarias municipais e estaduais, oferecer consultorias
para treinamento de gestão aos secretários de educação e aos diretores de escolas.
4_ Instituto Inspirare
O Instituto Inspirare é presidido por Bernardo Gradin, o 47º colocado na lista dos 70
maiores bilionários do Brasil. A origem da fortuna de R$ 4,16 bilhões são empresas de
construção e petroquímica. Seu instituto “disponibiliza recursos organizados em eixos
temáticos para apoiar gestores e equipes técnicas na elaboração, implementação e
avaliação de programas de educação integral”.
5- Todos pela Educação (TPE)
O presidente do Conselho de Governança do T.P.E. é Jorge Gerdau Johannpeter, que já
figurou na Forbes como 48º colocado na lista dos bilionários, em 2012. Seu nome aparece
em nova lista dos Panama Papers.
6- Instituto Natura
Antônio Luiz Seabra, fundador da Natura, é dono de uma fortuna que totaliza R$ 4,12
bilhões. O Instituto Natura é o principal parceiro do Instituto de Corresponsabilidade Pela
Educação (ICE) em seus trabalhos de consultorias dadas a secretarias estaduais de
educação para implantação do ensino médio integral.
fonte: http://www.redebrasilatual.com.br/educacao/2016/11/conheca-os-bilionarios-convidados-para-
reformar-a-educacao-brasileira-5101.html_
Ximenes e Cássio (2017) apontam elementos importantes da agenda política
promovida pelo Movimento. Os autores lembram que o próprio movimento afirma a
BNCC como “espinha dorsal” para os direitos de aprendizagem de cada aluno, para a
formação dos professores, os recursos didáticos e as avaliações externas. Lembram que a
definição de objetivos de aprendizagem para cada ano da educação infantil e do ensino
fundamental avança na política de padronização dos currículos e, portanto, de avaliações
de larga escala, as quais estão engendradas em grandes negócios lucrativos ao mesmo
tempo que a padronização estabelece a base para a privatização da educação. A indústria
do livro didático também se beneficia grandemente com a Base, assim como o mercado
da formação de professores.

Lamentavelmente, lembram os autores, foram retirados da BNCC toda referência


a gênero e orientação sexual, caminhando na contramão da história, uma vez que há
amplo consenso no marco internacional, regional e nacional de Direitos Humanos sobre
a urgência em avançar rumo à igualdade de gênero e à superação da discriminação por
razão de orientação sexual e identidade de gênero. Na mesma linha, a BNCC da grande
destaque ao ensino religioso, que faz parte das aprendizagens esperadas em todos os anos
do ensino fundamental, violando frontalmente o princípio da laicidade do ensino público
(XIMENES, S.; CÁSSIO, F. L,2018). Essa agenda, no entanto, foi promovida por outros
grupos de interesse7, em particular aqueles articulados em torno de igrejas evangélicas e
católicas, inclusive da bancada evangélica do Congresso Nacional e da base parlamentar
de Michel Temer, mas não sofreu oposição dos atores corporativos do Movimento pela
Base.

Ainda com relação à agenda política, cabe salientar a problemática dos recursos.
Como bem lembra FERREIRA (2018), a implementação da BNCC (e de todo o PNE) a
partir do sistema público de educação depende fundamentalmente de uma gradativa
ampliação de recursos para a educação pública, tal como prevê o próprio Plano Nacional
de Educação. No entanto, em meio a intensos protestos, foi aprovada em dezembro de
2016 a Emenda Constitucional número 95, a qual institui um novo regime fiscal para os
próximos vinte anos, impondo um teto para gastos sociais, dentre eles para a educação.

7
Para esse trabalho, usamos o conceito de ‘interesses’ apresentado por Mancuso e Gozetto (2018), que afirma:
“entendemos interesses como os objetivos de segmentos sociais. Há inúmeros segmentos sociais cujos objetivos ou
interesses podem ser promovidos por lobbies ao longo de processos decisórios do poder público. As linhas que definem
as fronteiras desses segmentos sociais podem ser arranjadas e rearranjadas de muitas maneiras. Assim, os segmentos
sociais podem variar muito quanto à abrangência, indo dos mais restritos aos mais amplos
Além disso, houve um corte na Lei Orçamentária Anual de 12% para a educação em 2017,
e de 32.9% em 2018, sendo que o MEC sinalizou que as verbas poderiam vir de
empréstimo com o Banco Interamericano de Desenvolvimento, firmado em 2017. O autor
lembra ainda que o fornecimento de infraestrutura escolar e serviços poderia vir a ser feita
a partir de alianças público privadas ou diretamente pela iniciativa privada. Apresenta-se
uma iniciativa supostamente ambiciosa ao mesmo tempo que se sucateia a educação
pública, abrindo caminho para a privatização, o endividamento e um mercado lucrativo
da educação.

O Ministério da Educação vem se esforçando para apresentar o processo de


aprovação da BNCC como um processo democrático e amplamente participativo,
salientando a implementação da consulta pública online da primeira versão, dos
seminários estaduais e de pareceres especializados. No entanto, não há nenhuma clareza
de como teriam sido incorporadas as sugestões e recomendações advindas destes
processos de consulta e debate, que de toda forma já partiam de uma matriz político-
conceitual em torno de resultados mensuráveis de aprendizagens (XIMENES, S.;
CÁSSIO, F. L. 2018).

Não por acaso, concomitantemente ao debate e aprovação da BNCC, houve uma


ruptura e esvaziamento do Fórum Nacional de Educação por parte de organizações
acadêmicas, sindicais, estudantis e de direitos; foi aprovada a EC 95 apesar de intensos
protestos destes atores e houve uma intensa mobilização contra a reforma do Ensino
Médio, também imposta por medida provisória pela gestão Temer sem qualquer debate.
Também não por acaso o Movimento pela Base é reduto de atores governamentais e
corporativos, sem qualquer participação de entidades acadêmicas, estudantis, sindicais e
de defesa de direitos, as quais se manifestaram contrarias à BNCC. Lamentavelmente, os
espaços e processos institucionalmente disponíveis para uma efetiva e equilibrada
participação social nos processos de debate e toma de decisão não foram utilizados no
âmbito da BNCC. Ao mesmo tempo, o Plano Nacional de Educação, conquista histórica
fruto de um longo processo de participação democrática, está sendo solapado e
inviabilizado.

Ação e efeitos de grupos de interesse na definição da política educativa


Przeworski (2011) aponta que “a igualdade de direitos não é suficiente para
sustentar a igualdade de influência política em sociedades economicamente desiguais”.
De fato, como vimos, a existência de legislação, espaços e mecanismos de participação
social no âmbito da política educativa não foi suficiente para garantir um processo
equilibrado de participação dos sujeitos da comunidade educativa na aprovação da
BNCC. Ficou evidente, nesse caso, a marcante e desequilibrada influência de atores
corporativos e de seus respectivos institutos, bancos e fundações privadas, na definição
da Base, ainda que os atores à frente da aprovação tenham tentado dar ares participativos
e debate democrático. Como pudemos observar, a agenda por trás das escolhas e
preferencias de política educativas do Movimento pela Base, têm fortes interesses
comerciais, lucrativos, privatizadores e de promoção de concepções empresariais no
interior da educação pública, apesar de se apresentar de forma amigável e dirigido à
satisfação do interesse geral da população.

Przeworski (2011) também nos ajuda a vislumbrar os possíveis impactos negativos


sobre a democracia que vem junto com a “influencia desigual de recursos privados sobre
a política”, podendo vir a ser um desincentivo à participação da sociedade, que não vê os
efeitos de sua contribuição, e levando à permeação de interesses privados no interior do
Estado, privatizando-o. No caso da BNCC, fica bastante evidente a relação por vezes
indissociável entre funcionários públicos e atores corporativos, os quais compartilham
espaços, se auto premiam e auto validam, e conduzem conjuntamente processos de
decisão que afetam a vida do conjunto da população à margem das instâncias de
participação social estabelecidas em lei, e ferindo marcos nacionais e internacionais de
direitos humanos.

LaPalomara (2017) e Hacker e Pierson (2010) trazem uma reflexão muito


importante com relação ao (des)equilíbrio de poder entre atores sociais, em particular
quando observamos atores do âmbito corporativo em relação ao âmbito sindical.
LaPalomara aponta o declínio da organização sindical nos Estados Unidos como fator
importante no que tange a distribuição desigual de poder e similarmente, Hacker e Pierson
também ressaltam essa problemática, apontando que o declínio de organizações sindicais
só perde em importância para o assenso da influência de grupos corporativos naquele
país. Os autores salientam que economistas muitas vezes atribuem a importância de
sindicatos na promoção da igualdade considerando apenas seu poder de barganha sobre
salários, mas que de fato o mais importante é o papel político que estes têm sobre as
políticas econômicas e sociais. Os autores ressaltam também o enfraquecimento de
organizações de base que já tiveram grande capilaridade, na definição de políticas,
apontando para uma exceção: a ascensão de grupos religiosos conservadores, em
particular cristãos.

Estes autores apresentam uma concepção muito interessante de ‘política como


combate organizado’, enfatizando o papel de grupos de interesse em determinar políticas
públicas e transformar o que fazem os governos. Apontam para o fato da política ser uma
arena de combate onde alguns ganham a autoridade para tomar decisões muito
significativas para outros. Dessa maneira, aqueles grupos em posição de poder podem
exercer muita influencia na distribuição de ganhos econômicos.

Estas reflexões sobre (des)equilíbrio de poder entre grupos de interesse numa arena
de combate, especialmente considerando grupos corporativos, sindicais e religiosos,
enriquece muito a análise da dinâmica do debate e aprovação da BNCC no Brasil, onde
justamente pudemos observar a prevalência de atores corporativos em primeiro lugar,
assim como de grupos religiosos, em detrimento de atores do campo sindical, acadêmico,
de movimentos de base e de defesa de direitos.

Tanto Przeworski (2011) como Hacker e Pierson (2010) coincidem em mostrar


como a prevalência do dinheiro na definição da política pública tende a ampliar as
desigualdades. Como observamos, à medida que a comercialização da educação tende a
exacerbar-se quando o poder corporativo ocupa o espaço do poder público, a tendência é
aumentar a concentração de riqueza e de poder, e aprofundar as desigualdades, em uma
dinâmica de 'ganhador leva tudo' que Hacker e Pierson descrevem. A escola, que tem o
potencial transformador de enfrentar e superar desigualdades, torna-se exacerbadora de
desigualdades.

LaPalomara (2017) cita Gary Becker (1983), que argumenta que fatores políticos e
não apenas econômicos são responsáveis por produzir desigualdades em democracias
industriais. A mesma reflexão é apresentada por Hacker e Pierson (2010), que afirmam
que a política e a política pública têm tido um papel central na ampliação da desigualdade
e que a atuação dos governos tem sido decisiva nesse sentido. Os autores insistem num
ponto fundamental: que apenas a partir de uma atenção focada nas políticas e nos
processos é que podemos entender como o poder de interesses organizados é exercido e
condicionado. O autor salienta a necessidade de analisar as sutis conexões entre estruturas
políticas e resultados econômicos, bem como analisar as forças políticas por trás de
mudanças nas políticas públicas.

Essa reflexão é de fundamental importância no caso da análise dos atores que


incidem sobre a definição da política educativa brasileira, já que muitas vezes, apesar de
se apropriarem de um discurso favorável ao fim da pobreza e desigualdades, na prática
engendram políticas públicas que beneficiam quem já está no topo da pirâmide social e
perpetuam as desigualdades de renda e riqueza. A analise do caso da BNCC deixa isso
claro.

Tanto Hacker e Peirson (2010) como também LaPalomara (2017) discorrem sobre
a problemática dos super ricos e milionários, questão que também se reflete no processo
de debate e aprovação da BNCC. Hacker e Peirson mostram a importância de observar o
impacto da política e das políticas públicas na espera da economia e na dinâmica do
aumento na desigualdade social focando no topo da pirâmide de ingressos. O jogo político
dos super ricos e milionários incide sobre a política econômica para ampliar ainda mais
as brechas. Por outro lado, LaPalomara sublinha a influência que tem o dinheiro como
instrumento decisório do rumo da política pública e do processo político. Cita, além disso,
Jane Mayer (2016), quem conclui que o dinheiro é extremamente eficaz politicamente, a
ponto de permitir que pessoas individuais (nesse caso, bilionários) determinem a
legislação a seu gosto. O Quadro 2 apresentado anteriormente nesse trabalho, corrobora
com esta afirmação no caso da BNCC.

Considerações Finais
La Palomara (2017) cita a preocupação expressa por Przeworski (2016, 9-11) com
relação ao declínio, em países democráticos, de muitas instituições que já conseguiram
garantir oportunidades iguais para que a cidadania fosse ouvida e levada em consideração.
No entanto, a análise da dinâmica de interesses organizados nos processos decisórios, e
uma maior consciência do funcionamento de como estes operam em termos de estruturas,
recursos e processos; de como opera a influência da política e de políticas públicas sobre
a economia; da dinâmica relativa à ultra concentração de renda e poder e a consequente
ampliação das desigualdades econômicas e sociais- é já um passo fundamental na busca
de aprimoramento dos mecanismos políticos e de definição de políticas públicas
alinhadas a um maior equilíbrio de poder entre os distintos atores sociais e grupos de
interesse.

Para o caso que observamos no Brasil com relação a como políticas públicas
educativas têm sido debatidas e decididas, é importante considerarmos o que dizem
Hacker e Pierson (2010): Se por um lado o governo influencia profundamente a economia
a partir de uma série de políticas que determinam o mercado, é também verdade que atores
econômicos, especialmente quando capazes de sustentar uma ação coletiva ao redor de
um interesse comum, têm uma influência decisiva em como a autoridade política é
exercida.

Os autores, no entanto, apontam um caminho interessante a ser explorado,


academicamente e na prática, quando resumem: “Ganhar controle sobre a autoridade
política e utilizá-la requer organização. Influenciar o exercício do poder governamental
em democracias modernas requer uma série de capacidades: a capacidade de superar
problemas de ação coletiva, mobilizar recursos, desenvolver expertise extensa, focar a
atenção de forma sustentada, coordenar ações com outras pessoas, e operar de forma
flexível em múltiplos ambientes” (pág. 172).

Da mesma forma, Mancuso e Gozetto (2018) apontam que o trabalho de incidência


de interesses organizados em processo decisório necessita de vários recursos, sendo que
o dinheiro está longe de ser o único, ainda que muito importante. Os autores entendem
por recursos tudo que possa exercer influência em processos de decisão, como por
exemplo “legitimidade ou afinidade com as preferências vigentes da opinião pública, em
determinado contexto histórico, social e cultural”, assim como “a dimensão do
segmento... boa reputação, conhecimento especializado sobre o assunto em debate,
experiência na representação de interesses, facilidade de acesso e contato com decisores,
dentre outras”.

Ainda que atores do campo da defesa do direito à educação, incluindo entidades


acadêmicas e de pesquisa, movimentos sociais, entidades sindicais e estudantis entre
outras, tenham sofrido algum revés nos últimos anos no que tange o rumo das políticas
educacionais no Brasil, como o caso da aprovação da BNCC, estes têm, coletivamente,
muitos recursos para seguir resistindo bem como pautando processos de mudança e
revogação de retrocessos ocorridos. Temos as bases legais que garantem gestão
democrática da educação e participação social; uma sociedade com experiência histórica
de levar a cabo processos participativos de deliberação sobre políticas educativas, e
sujeitos comprometidos, mobilizados e qualificados. Como dizem Hacker e Pierson
(2010), “uma equidade política perfeita não é possível em sociedades economicamente
desiguais. Mas as democracias não podem falhar em seu compromisso para com a
equidade política”.

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