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Camilla Croso2
Abstract: The human right to education is enshrined in international and national human
rights frameworks, which implies the State's duty to protect, respect and fulfil it. Among
the principles of this human right we have democratic governance, ensuring that public
interest is consolidated in public policies. However, we have observed a growing presence
of corporate governance in the sphere of educational policy making, as is seen in the
approval process of the National Curricular Common Core (BNCC, for its acronym in
Portuguese). This article discusses the relation of corporate actors in education policy
making and the influence of private institutes, foundations and banks, as well as of their
1
Este artigo é elaborado como trabalho de conclusão da disciplina “Interesses Organizados e Processos Decisórios em
Políticas Públicas”, ministrada pelo Prof. Wagner Wagner Pralon Mancuso, do Programa de Pós-Graduação da
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Departamento de Ciência Política, da Universidade de São Paulo
2
Aluna especial da disciplina “Interesses Organizados e Processos Decisórios em Políticas Públicas”, realizando
mestrado na Faculdade de Educação da UNICAMP
leaders, in the definition of BNCC, through advocacy and direct relations engendered
with the public sphere, determining decisions that ignore public debate and the
perspectives of the education community as well as the formal processes of social
participation established in law. It discusses the issues especially considering the work of
Przeworski (2011), Hacker e Pierson (2010), LaPalombara (2017) and Mancuso and
Gozetto (2018).
Introdução
A educação é um direito humano fundamental, reafirmado em uma ampla gama de
instrumentos no âmbito do Direito Internacional dos Direitos Humanos, bem como na
Constituição da República Federativa do Brasil (1988), na Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional – LDB (Lei nº 9.394/1996) e no Plano Nacional de Educação- PNE
(Lei nº 13.005/2014). Esse conjunto de normativas aponta o Estado como garantidor dos
Direitos Humanos, dentre eles o direito à educação, sendo responsável por respeitá-lo,
protegê-lo e realizá-lo universalmente.
Estratégias:
19.1. priorizar o repasse de transferências voluntárias da União na área da educação para
os entes federados que tenham aprovado legislação específica que regulamente a matéria
na área de sua abrangência, respeitando-se a legislação nacional, e que considere,
conjuntamente, para a nomeação dos diretores e diretoras de escola, critérios técnicos de
mérito e desempenho, bem como a participação da comunidade escolar;
19.2. ampliar os programas de apoio e formação aos(às) conselheiros(as) dos conselhos
de acompanhamento e controle social do Fundeb, dos conselhos de alimentação escolar,
dos conselhos regionais e de outros e aos(às) representantes educacionais em demais
conselhos de acompanhamento de políticas públicas, garantindo a esses colegiados
recursos financeiros, espaço físico adequado, equipamentos e meios de transporte para
visitas à rede escolar, com vistas ao bom desempenho de suas funções;
19.3. incentivar os estados, o Distrito Federal e os municípios a constituírem fóruns
permanentes de educação, com o intuito de coordenar as conferências municipais,
estaduais e distrital bem como efetuar o acompanhamento da execução deste PNE e dos
seus planos de educação;
19.4. estimular, em todas as redes de educação básica, a constituição e o fortalecimento
de grêmios estudantis e associações de pais, assegurando-se lhes, inclusive, espaços
adequados e condições de funcionamento nas escolas e fomentando a sua articulação
orgânica com os conselhos escolares, por meio das respectivas representações;
19.5. estimular a constituição e o fortalecimento de conselhos escolares e conselhos
municipais de educação, como instrumentos de participação e fiscalização na gestão
escolar e educacional, inclusive por meio de programas de formação de conselheiros,
assegurando-se condições de funcionamento autônomo;
19.6. estimular a participação e a consulta de profissionais da educação, alunos(as) e seus
familiares na formulação dos projetos político-pedagógicos, currículos escolares, planos
de gestão escolar e regimentos escolares, assegurando a participação dos pais na avaliação
de docentes e gestores escolares;
19.7. favorecer processos de autonomia pedagógica, administrativa e de gestão financeira
nos estabelecimentos de ensino;
19.8. desenvolver programas de formação de diretores e gestores escolares, bem como
aplicar prova nacional específica, a fim de subsidiar a definição de critérios objetivos para
o provimento dos cargos, cujos resultados possam ser utilizados por adesão.
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As entidades previstas em lei para integrarem o FNE, segundo portaria de 2010, são: Ministério de Educação e de
Comissões de Educação do Senado e Câmera dos Deputados; do Conselho Nacional de Educação; do Conselho
Nacional de Secretários de Educação; da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação; da Associação
Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior; da Associação Brasileira dos Reitores das
Universidades Estaduais e Municipais; da Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino; da Associação
Brasileira das Universidades Comunitárias; do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação
Profissional, Científica e Tecnológica - CONIF; Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação - CNTE;
Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino - CONTEE; Federação de Sindicatos de
Trabalhadores de Universidades Brasileiras - FASUBRA; fórum de Professores das Instituições Federais de Ensino -
PROIFES; Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica - SINASEFE;
Fórum Nacional dos Conselhos Estaduais de Educação - FNCEE; União Nacional dos Conselhos Municipais de
Educação - UNCME; União Brasileira dos Estudantes Secundaristas - UBES; União Nacional dos Estudantes - UNE;
Confederação Nacional de Pais de Alunos - CONFENAPA; Comunidade Científica; Movimentos Sociais do Campo;
Movimentos de Afirmação da Diversidade; Movimentos em Defesa da Educação; Entidades de Estudos e Pesquisa em
Educação; Centrais Sindicais dos Trabalhadores; Confederações dos Empresários e Sistema "S".
da Educação publica no Diário Oficial da União a portaria No 577 que altera, de maneira
unilateral e arbitrária, a composição do FNE, excluindo entidades históricas do campo
educativo, como a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de
Ensino - CONTEE; a Federação de Sindicatos de Trabalhadores de Universidades
Brasileiras – FASUBRA e a Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em
Educação- ANPEd. A partir desta decisão, 20 organizações sociais originalmente
integrantes do FNE se retiram do espaço, criam o Fórum Nacional Popular de Educação
e passam a organizar a Conferência Nacional Popular de Educação, a qual ocorreu em
maio de 2018.
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Disponível em http://www.anped.org.br/news/nota-de-repudio-portaria-n-577-de-27-de-abril-de-2017-do-mec
A Base Nacional Comum Curricular
A BNCC teve uma longa tramitação que iniciou em 2015, quando o governo de
Dilma Rousseff apresenta uma primeira versão e a submete a consulta pública online. A
segunda versão é apresentada em 2016, ainda na gestão Rousseff, e passa por debates em
27 seminários estaduais; até aquele momento a BNCC contemplava o conjunto da
educação básica, ou seja, a educação infantil, o ensino fundamental e o médio. Já a partir
da terceira versão, na gestão Temer, a Base passa a discorrer apenas sobre a educação
infantil e o ensino fundamental, rompendo a unidade da educação básica; esta terceira
versão é debatida em cinco audiências públicas. A última versão da BNCC para a
educação infantil e ensino fundamental foi homologada em dezembro de 2017, ao passo
que a BNCC que discorre sobre o ensino médio segue em debate atualmente (CÁSSIO,
F.L. 2018).
Em 2013 foi criado o Movimento pela Base Nacional Comum, que se constitui como
grupo de interesse e que vem atuando desde então de maneira incisiva e decisiva nos
debates sobre a BNCC. O Movimento é integrado por representantes de fundações,
bancos e institutos empresariais (como as fundações Lemann, Roberto Marinho, Maria
Cecilia Souto Vidigal, Itaú Social, Cesgranrio; os institutos Ayrton Senna, Unibanco,
Natura, Inspirare; o movimento Todos pela Educação; o Itaú BBA) além de
representantes governamentais do Conselho Nacional de Secretários de Educação, União
Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação e do MEC. Também integram o
Movimento a Fundação Getúlio Vargas e o Insper. Dentre os atores mais influentes do
Movimento, muitos são brasileiros bilionários, como pode ser visto no Quadro 2.
Vale ressaltar que, antes mesmo da apresentação da primeira versão da BNCC pelo
MEC, foram realizados diversos eventos nacionais e internacionais com participantes
promovidos por estes setores corporativos e governamentais, preparando terreno para o
debate e deliberação sobre a Base. Muitos foram financiados pelos próprios atores
corporativos, e desde então desponta a liderança da Fundação Lemann, e de seu
presidente, o bilionário Jorge Paulo Lemann, um dos donos da cervejaria Anheuser-Busch
InBev e do fundo de participações 3G Capital (dono do Burger King, Americanas,
Submarino, Shoptime e da Heinz). Uma vez aprovada a BNCC da educação infantil e
ensino fundamental, em março de 2018, os mesmos atores que integram o Movimento
pela Base Nacional Comum foram agraciados com a Ordem do Mérito Educativo 5,
durante uma cerimônia conduzida pelo Ministro da Educação Mendonça Filho e Michel
Temer (CÁSSIO, F.L. 2018).
5
A honraria existe desde 1955 e tem por finalidade agraciar personalidades, nacionais ou estrangeiras, que tenham
contribuído de maneira excepcional para o desenvolvimento da educação.
6
A expressão “porta giratória” se refere ao trânsito entre cargos no setor público e privado, levando a conflitos de
interesse e promoção de benefícios em causa própria.
Comum assumiram cargos no MEC e no CNE entre 2015 e 2018, além de diversas
lideranças dos mencionados institutos e fundações serem ex-secretários de educação,
facilitando sua entrada e incidência junto aos atuais secretários de educação de estados e
municípios, além de junto ao ministério da educação.
1- Fundação Lemann
A Fundação é de Jorge Paulo Lemann, o homem mais rico do Brasil e 19º entre os mais
ricos do mundo. Conhecido como o “rei da cerveja”, sua fortuna é estimada em R$ 103,59
bilhões.
2- Instituto Unibanco
O Instituto Unibanco é presidido por Pedro Moreira Salles, o 9º colocado da lista dos
bilionários brasileiros, com uma fortuna de R$ 12,96 bilhões. O principal projeto do IU,
Jovem de Futuro, foi criado a partir de uma parceria com o MEC e com as secretarias
estaduais, e oferece consultorias e treinamentos aos gestores de escolas públicas de ensino
médio.
3- Fundação Itaú
A Fundação Itaú é presidida por Alfredo Egydio Setubal, e Pedro Moreira Salles integra
o do conselho curador. Os dois são membros do conselho administrativo do banco Itaú
Unibanco, que controla tanto a Fundação Itaú quanto o Instituto Unibanco. O trabalho da
Fundação é, em parcerias com secretarias municipais e estaduais, oferecer consultorias
para treinamento de gestão aos secretários de educação e aos diretores de escolas.
4_ Instituto Inspirare
O Instituto Inspirare é presidido por Bernardo Gradin, o 47º colocado na lista dos 70
maiores bilionários do Brasil. A origem da fortuna de R$ 4,16 bilhões são empresas de
construção e petroquímica. Seu instituto “disponibiliza recursos organizados em eixos
temáticos para apoiar gestores e equipes técnicas na elaboração, implementação e
avaliação de programas de educação integral”.
5- Todos pela Educação (TPE)
O presidente do Conselho de Governança do T.P.E. é Jorge Gerdau Johannpeter, que já
figurou na Forbes como 48º colocado na lista dos bilionários, em 2012. Seu nome aparece
em nova lista dos Panama Papers.
6- Instituto Natura
Antônio Luiz Seabra, fundador da Natura, é dono de uma fortuna que totaliza R$ 4,12
bilhões. O Instituto Natura é o principal parceiro do Instituto de Corresponsabilidade Pela
Educação (ICE) em seus trabalhos de consultorias dadas a secretarias estaduais de
educação para implantação do ensino médio integral.
fonte: http://www.redebrasilatual.com.br/educacao/2016/11/conheca-os-bilionarios-convidados-para-
reformar-a-educacao-brasileira-5101.html_
Ximenes e Cássio (2017) apontam elementos importantes da agenda política
promovida pelo Movimento. Os autores lembram que o próprio movimento afirma a
BNCC como “espinha dorsal” para os direitos de aprendizagem de cada aluno, para a
formação dos professores, os recursos didáticos e as avaliações externas. Lembram que a
definição de objetivos de aprendizagem para cada ano da educação infantil e do ensino
fundamental avança na política de padronização dos currículos e, portanto, de avaliações
de larga escala, as quais estão engendradas em grandes negócios lucrativos ao mesmo
tempo que a padronização estabelece a base para a privatização da educação. A indústria
do livro didático também se beneficia grandemente com a Base, assim como o mercado
da formação de professores.
Ainda com relação à agenda política, cabe salientar a problemática dos recursos.
Como bem lembra FERREIRA (2018), a implementação da BNCC (e de todo o PNE) a
partir do sistema público de educação depende fundamentalmente de uma gradativa
ampliação de recursos para a educação pública, tal como prevê o próprio Plano Nacional
de Educação. No entanto, em meio a intensos protestos, foi aprovada em dezembro de
2016 a Emenda Constitucional número 95, a qual institui um novo regime fiscal para os
próximos vinte anos, impondo um teto para gastos sociais, dentre eles para a educação.
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Para esse trabalho, usamos o conceito de ‘interesses’ apresentado por Mancuso e Gozetto (2018), que afirma:
“entendemos interesses como os objetivos de segmentos sociais. Há inúmeros segmentos sociais cujos objetivos ou
interesses podem ser promovidos por lobbies ao longo de processos decisórios do poder público. As linhas que definem
as fronteiras desses segmentos sociais podem ser arranjadas e rearranjadas de muitas maneiras. Assim, os segmentos
sociais podem variar muito quanto à abrangência, indo dos mais restritos aos mais amplos
Além disso, houve um corte na Lei Orçamentária Anual de 12% para a educação em 2017,
e de 32.9% em 2018, sendo que o MEC sinalizou que as verbas poderiam vir de
empréstimo com o Banco Interamericano de Desenvolvimento, firmado em 2017. O autor
lembra ainda que o fornecimento de infraestrutura escolar e serviços poderia vir a ser feita
a partir de alianças público privadas ou diretamente pela iniciativa privada. Apresenta-se
uma iniciativa supostamente ambiciosa ao mesmo tempo que se sucateia a educação
pública, abrindo caminho para a privatização, o endividamento e um mercado lucrativo
da educação.
Estas reflexões sobre (des)equilíbrio de poder entre grupos de interesse numa arena
de combate, especialmente considerando grupos corporativos, sindicais e religiosos,
enriquece muito a análise da dinâmica do debate e aprovação da BNCC no Brasil, onde
justamente pudemos observar a prevalência de atores corporativos em primeiro lugar,
assim como de grupos religiosos, em detrimento de atores do campo sindical, acadêmico,
de movimentos de base e de defesa de direitos.
LaPalomara (2017) cita Gary Becker (1983), que argumenta que fatores políticos e
não apenas econômicos são responsáveis por produzir desigualdades em democracias
industriais. A mesma reflexão é apresentada por Hacker e Pierson (2010), que afirmam
que a política e a política pública têm tido um papel central na ampliação da desigualdade
e que a atuação dos governos tem sido decisiva nesse sentido. Os autores insistem num
ponto fundamental: que apenas a partir de uma atenção focada nas políticas e nos
processos é que podemos entender como o poder de interesses organizados é exercido e
condicionado. O autor salienta a necessidade de analisar as sutis conexões entre estruturas
políticas e resultados econômicos, bem como analisar as forças políticas por trás de
mudanças nas políticas públicas.
Tanto Hacker e Peirson (2010) como também LaPalomara (2017) discorrem sobre
a problemática dos super ricos e milionários, questão que também se reflete no processo
de debate e aprovação da BNCC. Hacker e Peirson mostram a importância de observar o
impacto da política e das políticas públicas na espera da economia e na dinâmica do
aumento na desigualdade social focando no topo da pirâmide de ingressos. O jogo político
dos super ricos e milionários incide sobre a política econômica para ampliar ainda mais
as brechas. Por outro lado, LaPalomara sublinha a influência que tem o dinheiro como
instrumento decisório do rumo da política pública e do processo político. Cita, além disso,
Jane Mayer (2016), quem conclui que o dinheiro é extremamente eficaz politicamente, a
ponto de permitir que pessoas individuais (nesse caso, bilionários) determinem a
legislação a seu gosto. O Quadro 2 apresentado anteriormente nesse trabalho, corrobora
com esta afirmação no caso da BNCC.
Considerações Finais
La Palomara (2017) cita a preocupação expressa por Przeworski (2016, 9-11) com
relação ao declínio, em países democráticos, de muitas instituições que já conseguiram
garantir oportunidades iguais para que a cidadania fosse ouvida e levada em consideração.
No entanto, a análise da dinâmica de interesses organizados nos processos decisórios, e
uma maior consciência do funcionamento de como estes operam em termos de estruturas,
recursos e processos; de como opera a influência da política e de políticas públicas sobre
a economia; da dinâmica relativa à ultra concentração de renda e poder e a consequente
ampliação das desigualdades econômicas e sociais- é já um passo fundamental na busca
de aprimoramento dos mecanismos políticos e de definição de políticas públicas
alinhadas a um maior equilíbrio de poder entre os distintos atores sociais e grupos de
interesse.
Para o caso que observamos no Brasil com relação a como políticas públicas
educativas têm sido debatidas e decididas, é importante considerarmos o que dizem
Hacker e Pierson (2010): Se por um lado o governo influencia profundamente a economia
a partir de uma série de políticas que determinam o mercado, é também verdade que atores
econômicos, especialmente quando capazes de sustentar uma ação coletiva ao redor de
um interesse comum, têm uma influência decisiva em como a autoridade política é
exercida.
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