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FÍSICA 1

GRAVITAÇÃO 
   
  Embora  simples,  o  modelo  geocêntrico  de  Ptolomeu 
explicava  razoavelmente  o  movimento  dos  planetas 
GRAVITAÇÃO  observados, mas falhava em explicações simples como 
  eclipses.  Nele  também,  a  Terra  era  considerada 
 
imóvel.  Somente  séculos  depois,  é  que  surgiu  um 
Leis de Kepler  modelo  que  melhorava  e  corrigia  as  distorções 
observadas  no  modelo  de  Ptolomeu.  Esse  modelo 
Uma das coisas que mais fascinam os humanos desde  sugerido  por  Copérnico  era  o  modelo  heliocêntrico, 
os tempos mais remotos, sem dúvida é o olhar para as  onde  a  Terra  não  mais  era  o  centro  do  Universo. 
estrelas.  Os  antigos  se  perguntavam  o  que  eram  e  o  Justamente  por  isso,  a  igreja  foi  severamente  contra 
que  significavam,  tentavam  achar  correlação  entre  as  essa ideia e perseguiu durante anos qualquer um que 
estrelas  e  as  suas  vidas  aqui  na  Terra,  e  o  fazem  até  se  atrevesse  a  defendê‐la.  No  modelo  sugerido  por 

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hoje,  basta  abrir  o  jornal  de  domingo  e  ler  o  seu  Copérnico, o Sol era o centro do universo (finito) com 


horóscopo.  os planetas girando ao seu redor em órbitas circulares, 
Hoje  já  sabemos  muito  mais  do  que  há  um  século  a  lua  girando  ao  redor  da  Terra  e  as  estrelas  numa 
atrás.  Sabemos  que  em  no  nosso  “infinito”  universo,  esfera mais externa chamada esfera celeste. 
existem bilhões de galáxias, cada uma com bilhões de  No  entanto,  Copérnico  sugeriu  que  a  Terra  também 
estrelas de todos os tipos e tamanhos, buracos negros,  não estava imóvel, ela se movia. Durante séculos, esse 
etc.  Já  entendemos  como  o  nosso  planeta  está  modelo  funcionou  perfeitamente,  explicando  com 
inserido  nesse  universo,  sua  idade,  como  ele  se  clareza  vários  fenômenos  observados.  Foi  combatido 
relaciona  com  outros  planetas  entre  outras  coisas.   pela  igreja,  mas  defendido  por  pessoas  de  grande 
Temos  telescópicos  e  sondas  que  podem  explorar  o  importância  como  Galileu  Galilei  (1564‐1642),  o 
universo  numa  escala  nunca  antes  vista,  e  inventor  do  telescópio.  Com  a  invenção  deste 
computadores  capazes  de  modular  e  prever  a  instrumento,  Galileu  pode  melhorar  o  modelo  de 
trajetória  de  astros  localizados  a  distâncias  Copérnico  e  pode  enfim  provar  que  a  Terra  se  movia 
inimagináveis.  também.  Embora  o  modelo  funcionasse  para  explicar 
Para  os  antigos,  nada  disto  era  conhecido.  Imagine  como se dava o movimento no céu, ele não explicava 
olhar para o céu todas as noites, ficar fascinado com o  o  mecanismo,  entendendo  que  para  isso,  anjos 
“movimento”  de  alguns  pontos  no  céu,  e  não  empurravam  os  planetas  através  de  um  universo  de 
entender  sequer  o  que  eram.  Nossa  humanidade  já  éter. 
deu  longos  passos  para  o  entendimento  do  nosso  Somente  séculos  depois,  com  mais  de  20  anos  de 
sistema  solar.  Mas  como  todo  esse  conhecimento  foi  anotações  bem  detalhadas  a  respeito  do  movimento 
formado?  dos  planetas  no  céu,  realizada  por  um  astrônomo 
Os povos antigos acreditavam que a Terra era plana e  muito criterioso, porém com uma vida completamente 
que  as  estrelas  pertenciam  a  uma  grande  esfera  mundana, chamado  Tycho  Brahe  (1546‐1601),  que  se 
sustentada  por  deuses.  Ao  observar  o  céu,  pôde  catalogar  esse  movimento.  Embora  tenha 
criteriosamente,  os  povos  antigos  perceberam  que  estudado  e  observado  durante  décadas  os  astros, 
alguns  pontos  se  moviam  na  esfera  celeste  enquanto  faltava  a  ele  um  conhecimento  matemático  para 
que  outros  pareciam  imóveis.  Esses  pontos  que  retirar desses dados as Leis que regiam o movimento 
vagavam  pelo  céu  com  o  passar  das  noites,  foram  desses  astros.  Coube  ao  seu  aluno,  Johannes  Kepler 
chamados  de  planetas  (errantes)  e  da  observação  (1571‐1630)  essa  tarefa,  já  que  possuía  um 
dessas  trajetórias  surgiu  um  primeiro  modelo  que  conhecimento  matemático  apurado  e  com  os  dados 
tentava  explicar  o  movimento  desses  astros.  Esse  de Tycho na mão após a sua morte, conseguiu extrair 
modelo  sugerido  por  Pitágoras  por  volta  do  século VI  três  leis  importantíssimas  para  a  evolução  da 
a.c.,  foi  chamado  de  modelo  geocêntrico,  ou  seja,  a  humanidade. São elas:  
Terra era o centro do Universo, e a trajetória de cada   
planeta conhecido, do Sol e da Lua, era representada 
por  10  esferas  concêntricas  onde  a  última  seria  a  1ª Lei : Lei das órbitas 
esfera  das  estrelas.  Por  volta  do  século  IV  a.c. 
“Os planetas descrevem órbitas elípticas em torno do 
Aristóteles  reformulou  o  modelo  pitagórico  para  um 
Sol que ocupa um dos focos da elipse”. 
modelo  de  54  esferas,  divididas  entre  dois  campos  o 
sublunar  onde  tudo  era  feito  dos  4  elementos:  fogo,   
ar, terra e água; e o campo divino, constituído pela 5ª 
essência  ou  elemento.  No  século  II,  Ptolomeu  2ª Lei: Lei das Áreas 
introduziu  os  epiciclos,  pequenos  círculos  efetuados  “Os planetas varrem áreas iguais em tempos iguais”. 
pelos  planetas  durante  a  sua  órbita,  que  corrigiam 
algumas distorções dos antigos modelos. 

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FÍSICA 2
GRAVITAÇÃO 
   
 O  raio  vetor  que  liga  o  planeta  ao  sol,  descreve  um  Onde:  g  é  denominada  aceleração  da  gravidade  ou 
movimento  que  num  certo  tempo  varre  uma  área  AI   simplesmente  campo  gravitacional,  e  R  é  o  raio  da 
Como  a  trajetória  é  elíptica,  no  mesmo  tempo  o  circunferência do planeta. 
planeta  varreria  uma  área  AII  igual  à  área  AI.  Como 
 
consequência  desta  lei,  quando  o  planeta  está  mais 
próximo  do  Sol  (periélio)  sua  velocidade  é  maior  do  Corpos em órbita 
que quando está mais afastado do Sol (afélio). 
Para  colocar  um  corpo  em  órbita  ao  redor  de  outro 
corpo de massa M, este deve possuir uma velocidade 
que  é  proporcional  ao  raio  de  órbita.  Um  corpo  em 
órbita  possui  como  aceleração  centrípeta  a  própria 
aceleração  da  gravidade.  Sendo  assim  temos  que  a 

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velocidade de órbita pode ser dada por:   
 
 

3ª Lei: Lei dos Períodos 
Compreende  uma  relação  entre  o  período  de 
translação do planeta em relação à distância que está 
do Sol. Kepler percebeu que independente do planeta, 
a razão do quadrado do período pelo cubo do raio de 
órbita é uma constante:    

 

 
Aqui r é a distância do centro do planeta até o centro 
Lei da Gravitação Universal  do  corpo  em  órbita.  Caso  a  órbita  seja  rasante,  a 
distância r é o próprio raio do planeta R.   
A partir da descoberta das três leis de Kepler, a ciência 
deu  um  passo  importante  em  direção  ao  Para  que  um  corpo  consiga  escapar  da  gravidade  de 
conhecimento do cosmos. Mas ainda faltava explicar o  um  planeta  ele  deve  possuir  uma  velocidade  mínima 
porque  as  coisas  funcionavam  desse  jeito.  Coube  a  de lançamento tal que sua energia cinética e potencial 
Isaac Newton (1642‐1727), o gênio da ciência, exprimir  sejam  iguais  a  zero  no  infinito.  Desta  forma,  a 
a  relação  que  fazia  com  que  as  coisas  funcionassem  velocidade de escape pode ser definida por: 
desta  forma.  Essa  relação  foi  denominada  Lei  da 
Gravitação  Universal,  que  exprime  as  condições  e  a 
forma  em  que  dois  corpos  que  possuem  massa 
exercem  força  entre  si.  Esta  relação  vale  tanto  para 
planetas e estrelas como para pessoas ou objetos aqui  Onde R é o raio do planeta de que se pretende lançar 
na Terra. Ela é exprimida por:  o corpo. 
. . A  energia  potencial  gravitacional  de  um  corpo  de 

massa  m  em  relação  à  um  corpo  de  massa  M,  é 
Onde  G  é  a  chamada  constante  de  Gravitação  tomada  como  sendo  zero  no  infinito  e  depende  da 
Universal, que vale no SI, 6,67 x 10‐11 N.m2/kg2. M e m  distância r do centro do corpo de massa m e do centro 
são as massas dos corpos envolvidos e d é a distância  do corpo de massa M. Ela é dada por: 
entre  os  corpos.  Cabe  ressaltar  que  essa  força  é  de  . .
interação  entre  dois  corpos,  e  no  caso  gravitacional,   
de atração. 
 
Como veremos adiante, a forma geral, força = campo x 
Vejamos dois exemplos: 
partícula,  cabe  também  nesse  caso,  sendo  o  campo 
gravitacional dado pela expressão:  Exemplo  1  –  De  quantos  anos  terrestres  seria  o 
período de um planeta que, girando em torno do Sol, 
.
tivesse  o  raio  médio  de  sua  órbita  9  vezes  maior  do 
que o raio médio de órbita da Terra? 
Podemos determinar o período do planeta utilizando a 
terceira Lei de Kepler, ou Lei dos Períodos. Aqui R é o 

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GRAVITAÇÃO 
   
raio médio de órbita do planeta em torno do Sol. Desta  .2 .  

forma temos: 
2
  2. . .
′  

1 4
   
9
  4.2. . . . .
8

Onde  usamos  1  para  o  período  da  Terra  (1  ano)  e 


substituímos o raio de órbita do planeta por 9 vezes o  Podemos notar na última relação, que o termo após o 

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raio de órbita da Terra. Assim:  oito é exatamente o valor da força inicial, e portanto: 

  8.  
Ou seja, a força entre os corpos aumenta oito vezes! 
1
 
9  

9    

9 9 .9 9 .3 27  
 
Exemplo  2  –  A  força  de  atração  entre  dois  corpos 
esféricos  de  massas  M  e  m,  separados  por  uma 
distância d é F. Qual seria a nova força de atração em 
função  de  F  se  dobrássemos  a  massa  de  um  deles  e 
diminuíssemos a distância entre eles pela metade? 
Para a situação inicial temos a seguinte configuração: 

 
Desta  forma,  a  força  de  interação  gravitacional  entre 
eles será dada por: 
. .  

Para a nova situação temos a seguinte configuração: 

 
Nessa  nova  situação,  a  força  de  interação 
gravitacional F’ entre eles será dada por: 
 

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