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W W W. R E V I S TA P E G N . G L O B O . C O M TECNOLOGIA
APRENDA A LÍNGUA DOS
DESENVOLVEDORES
PARA QUE SERVE O BIG DATA
FORNO DE MINAS,
LIVRARIA CULTURA E EATALY
O EXEMPLO DAS MARCAS
QUE SABEM INOVAR
COMO LIDAR
COM OS
DONOS DO
DE IGUAL
PARA IGUAL
Rafael Figueroa, do
Portal Telemedicina:
mais de R$ 4 milhões
captados com
aceleradoras,
multinacionais e
investidores-anjo DINHEIRO
Desvendamos os bastidores das negociações entre
empresas nascentes, corporações e investidores. Descubra
os riscos — e as vantagens — dos aportes milionários
SUMÁRIO ABRIL / 2017
6 CARTA DO EDITOR 38 ENTREVISTA
STYLING:
BETINA BERNAUER
E CINTHIA KISTE
MAIS NO SITE
CABELO E MAQUIAGEM:
REGINA ANZZELOTTI
Saber chegar a um acordo é essencial para
o empreendedor. Veja seis livros que ensi-
AGRADECIMENTOS:
DIESEL E GAP nam os segredos de uma boa negociação.
https://glo.bo/2cxaRgl
MEUS NEGÓCIOS
64 80 NO MUNDO
SÓ NO SITE
TECNOLOGIA
SEM FRONTEIRAS TRANSPORTE
A Nanovetores fechou UBER DAS MULHERES
parceria com 22 distribuidores
para levar a 26 países seus
sistemas inovadores de nano
e microencapsulação de
ativos para cosméticos
83 COMO FAZER
84 GESTÃO
CAPA Um guia para aproveitar
as oportunidades da
recuperação econômica Após ser vítima de assédio em
COMO LIDAR COM OS um táxi, Gabriela Correa quis
evitar que outras mulheres en-
DONOS DO DINHEIRO frentassem esse problema. Ela
criou o aplicativo Lady Driver,
Nos últimos anos, fundos de um tipo de “Uber” com motoris-
investimento e programas corporativos tas e passageiras mulheres.
se consolidaram como as principais https://glo.bo/2n0cvLG
fontes de capital para startups.
Receber um aporte milionário se tornou
o sonho de muitos empreendedores.
Mas poucos entendem os riscos e as RECURSOS HUMANOS
exigências desses acordos. Conheça
as estratégias para negociar com
MAIS NO SITE ESCOLHA FÁCIL
grandes empresas e investidores
Em momentos de crise, os
clientes pedem descontos.
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O empreendedor deve ceder
ao pedido só para vender?
Em um vídeo exclusivo, Descubra se a estratégia é
Rafael Figueroa, do Por- benéfica ou não.
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tal Telemedicina, conta
quais foram as táticas
para captar recursos fi- 90 TECNOLOGIA A Recruta Simples, criada pe-
nanceiros para o negócio. lo empreendedor Vinícius Poit,
https://glo.bo/2nJgcK6 92 COMO EU FIZ facilita o processo de seleção,
principalmente para pequenas
Nem todos têm um investidor-anjo, mas is- empresas. A ferramenta busca
so não é motivo para desespero. É possível 98 VIDA DIGITAL os candidatos em várias plata-
ter uma startup de sucesso investindo ape-
nas recursos próprios. Saiba como no site:
CARLOS WIZARD formas de emprego e aponta os
melhores para o recrutador.
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Os faturamentos publicados nas matérias são informados pelas próprias empresas. caso de dúvida, escreva para pegn@edglobo.com.br.
6 pequenas empresas & grandes negócios ABRIL, 2017 FOTOS: GUSTAVO GIGLIO E SANDRA BOCCIA
NOSSOS VALORES
Fundada há 28 anos, a Revista Pequenas Empresas DIRETOR GERAL: Frederic Zoghaib Kachar
& Grandes Negócios tem por missão ajudar pessoas DIRETOR DE AUDIÊNCIA: Luciano Touguinha de Castro
inovadoras a transformar ideias em grandes DIRETORA DE MERCADO ANUNCIANTE: Virginia Any
realizações. As reportagens da revista apresentam
oportunidades de negócios para micro, pequenas e DIRETOR DE GRUPO AUTOESPORTE, ÉPOCA NEGÓCIOS, GLOBO RURAL
médias empresas e têm o compromisso de informar E PEQUENAS EMPRESAS & GRANDES NEGÓCIOS: Ricardo Cianciaruso
o que há de mais moderno em conceitos de gestão,
DIRETORA DE REDAÇÃO: Sandra Boccia
marketing, estratégia, finanças e tecnologia.
EDITORES EXECUTIVOS: Marisa Adán Gil e Robson Viturino
Acreditamos que é possível fazer aquilo que você EDITORES: Fabiano Candido, Mariana Iwakura, Bruno Vieira Feijó e Thomaz Gomes
gosta. E lucrar com isso REPÓRTER: Adriano Lira
ESTAGIÁRIOS: Caio Patriani e Débora Duarte (texto)
Acreditamos que é possível ter lucro criando
EDITOR DE ARTE: Jairo Rodrigues
um ambiente de trabalho saudável, inspirador
COLABORADORES: Edson Valente, Felipe Datt, Gabriel Ferreira, Igor dos Santos, Lara Silbiger, Rafael Tonon e Roberta Cardoso (texto);
e causando um impacto positivo na sociedade
Maria do Rosário Sousa (revisão); Ana Paula Megda, André Toma, Bárbara Malagoli, Bruno Algarve, Guilherme Henrique e Rodrigo Fortes
Acreditamos na inovação e na força criativa que (ilustração); Anna Carolina Negri, Caio Cezar, Fabiano Accorsi, Omar Paixão e Ricardo Jaeger (fotografia)
vem das novas empresas ASSISTENTE DE REDAÇÃO: Sabrina dos Santos Bezerra
Prazo final
de entrega:
MINISTÉRIO DA
FAZENDA
TENDÊNCIAS,
EMPRESAS E
PESSOAS QUE
INSPIRAM
Edição: Bruno Vieira Feijó
NOVOS NEGÓCIOS
AGRONEGÓCIO Os drones fabricados por multinacionais destroem alvos militares, vigiam fronteiras,
filmam eventos e até entregam produtos. Mas há um mercado que ainda está nas mãos
das pequenas empresas: o agronegócio. Isso porque a geografia, o clima e o sistema de
EM RITMO plantio da cada país são decisivos no tipo de tecnologia empregada nos aviãozinhos.
Com sede em Presidente Prudente, no interior de São Paulo, a DronEng deve faturar
DE VOO R$ 1 milhão neste ano prestando serviços como monitoramento de lavouras, análise do
Com foco nos negócios do campo, relevo, controle de desmatamento e contagem de rebanhos bovinos. “Em um mercado
a DronEng ganha o concurso de cada vez mais competitivo como o agronegócio, a tecnologia ajuda as fazendas a ganhar
startups Conte Sua História e deve
faturar R$ 1 milhão em 2017 produtividade”, afirma Manoel Silva Neto, 27 anos, fundador da DronEng. Em 2016, a
empresa lançou seu primeiro modelo próprio de drone, o Batmap, feito com fibra de
Edson Valente carbono e isopor plástico moldado. O aparelho tem autonomia para uma hora e meia
de voo e custa R$ 61 mil — 20 unidades já foram vendidas. Em janeiro, a DronEng foi
a vencedora do concurso de pitches Conte Sua História, realizado pela revista PEGN
durante a Campus Party. “Foi uma vitrine muito importante para nós”, diz Neto.
FOTO: SERGIO RANALLI/Editora Globo ABRIL, 2017 pequenas empresas & grandes negócios 13
2,2 MILHÕES DE TERABYTES
CHUVA de dados são criados diariamente no
0 1 0 1 10 1 0 1 1
DE DADOS 1 1 0 1 01 1 0 1 0
mundo. Essa quantidade de big data seria
suficiente para encher 156 milhõesde iPads
000 1 1000 1 1 FONTE: GARTNER
NOVOS NEGÓCIOS
14 pequenas empresas & grandes negócios ABRIL, 2017 FOTO: FABIANO ACCORSI/Editora Globo
_ Eu criei
soluções que
simplificaram o
gerenciamento
do seu negócio.
bb.com.br/mpe
PÁGINA
6 MIL EX-DETENTOS
foram atendidos desde 2014 por oficinas de orientação profissional da
VIRADA Segunda Chance, agência de empregos do grupo AfroReggae, no Rio de Janeiro
(RJ), que tem como objetivo recolocar ex-presidiários no mercado de trabalho.
FONTE: AFROREGGAE
NOVOS NEGÓCIOS
MODA O designer austríaco Gerfried Gaulhofer, segmento têxtil”, diz Gaulhofer. Toda se-
44 anos, e a produtora de moda brasileira gunda-feira, a equipe realiza, no final da
Natacha Barros, 39 anos, estão à frente da tarde, uma sessão de meditação. “Dedi-
LINHA DE startup PanoSocial, que defende a ban- camos 80% do tempo à produção, 10% à
deira da moda sustentável e promove a capacitação profissional e 10% ao desen-
PRODUÇÃO inclusão de ex-presidiários no mercado volvimento humano”, diz Gaulhofer. Seu
INCLUSIVA de trabalho. Criada em 2014, a empresa
paulistana produz bolsas, aventais e ma-
principal cliente é a ONG Greenpeace,
que encomendou 45 mil peças no último
PanoSocial emprega ex- cacões utilizando algodão 100% orgânico ano e meio. No ano passado, a PanoSocial
presidiários na produção de
peças de algodão orgânico, (livre de agrotóxicos), PET reciclado e recebeu um aporte de R$ 250 mil do fun-
como camisetas e ecobags serigrafia com pigmentos naturais. Na do de investimentos Bemtevi, que apoia
fábrica, o negócio emprega cinco funcio- negócios sociais, e tornou-se parceira da
Edson Valente nários egressos do sistema prisional — a plataforma Alinha, voltada para melhoria
confecção produz para a própria grife e das condições de trabalho em oficinas da
para outras marcas. “Dessa forma, pode- cadeia da moda. A empresa prevê faturar
mos proporcionar trabalho justo e ajudar R$ 1,5 milhão neste ano, seis vezes mais
a formar mão de obra especializada no que em 2016.
16 pequenas empresas & grandes negócios ABRIL, 2017 FOTO: FABIANO ACCORSI/Editora Globo
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®
®
GADGETS
C
om o objetivo de facilitar o acesso ao crédi- dores. Eles davam crédito olhando no olho, era
to às micro e pequenas empresas (MPEs), o com sensibilidade. Essa turma tem uma experiên-
Sebrae lançou o projeto Senhor Orientador. cia extraordinária porque sempre esteve na linha
Cerca de 300 aposentados da rede bancária, todos de frente”, disse.
com mais de 60 anos, vão atuar como consultores Cada Senhor Orientador irá ganhar R$ 453 por
de crédito, indicando o caminho das pedras para empresa atendida, podendo atender até 210. No
quem quiser contrair financiamento de capital total, a previsão é que 36 mil micro e pequenas
para giro. O presidente Michel Temer saudou a empresas sejam atendidas até o final de 2017.
iniciativa. “Gostaria de sugerir que se leve adiante Também participaram da cerimônia o presiden-
um plano especial de trabalho para aposentados. te do BB, Paulo Caffarelli, e o ministro Antônio
Desde logo, quero colocar o Gastão Toledo (asses- Imbassahy, da Secretaria de Governo da Presidên-
sor especial da Presidência da República) e o (Gui- cia da República.
lherme) Afif para levarem adiante esse trabalho”,
declarou Temer. MAIS CRÉDITO
A parceria entre o Serviço Brasileiro de Apoio às O Senhor Orientador é a etapa operacional do
Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e o Banco do programa Empreender Mais Simples: menos buro-
Brasil (BB) prevê a liberação de R$ 8,8 bilhões em cracia, mais crédito. O convênio foi assinado em
linhas de crédito para as MPEs até o fim de 2018. janeiro entre o Sebrae e o BB com o objetivo de
“Sabemos que abrir um estabelecimento sempre simplificar a gestão de micro e pequenas empresas
requer ousadia e determinação, e isso não falta aos e orientar o financiamento a empresários.
nossos empresários. O Brasil estava numa situação O empresário Rodrigo Vidal, 49 anos, dono da
difícil, mas os nossos empresários continuaram a empresa de tecnologia Lumi, no Distrito Federal,
acreditar no país”, afirmou o presidente Michel Te- espera contratar mais funcionários com o financia-
mer, durante o lançamento do projeto. mento que ele assinou com o BB. O dinheiro tam-
O presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domin- bém será destinado à compra de equipamentos
gos, lembrou da dificuldade das micro e pequenas que ajudem a empresa a desenvolver novos soft-
empresas em obter crédito, já que mais de 80% wares e conquistar novos clientes. “As pessoas re-
delas não procuram financiamento bancário por- clamam que não existem linhas de crédito para os
que encontram empecilhos diversos, e explicou pequenos, mas o que falta é estratégia para as em-
como surgiu a ideia. “Vamos chamar a velha guar- presas. Sem um bom planejamento, você não sabe
da, o povo da época em que não havia computa- onde vai chegar nem ser um bom pagador”, afirma.
INFORME SEBRAE. Presidente do Conselho Deliberativo Nacional: Robson Braga de Andrade. Diretor-Presidente:
Guilherme Afif Domingos. Diretora Técnica: Heloisa Guimarães de Menezes. Diretor de Administração e Finanças:
Vinicius Lages. Gerente de Gestão de Marketing: Fernando Bandeira. Edição: Larissa Meira. 0800 570 0800
Empreender Mais Simples em Ação
O programa já está a todo vapor, agilizando o acesso a crédito “Crédito e confiança andam lado a lado”, afirmou Paulo Caffarelli, pre-
para micro e pequenas empresas. Desde janeiro, quase 3 mil sidente do BB. Ele anunciou que houve no banco um crescimento de
donos de pequenos negócios contraíram cerca de R$ 300 mi- 20% na demanda por financiamentos para pequenos negócios (no caso,
lhões. Também no evento realizado no dia 15 de março, cerca médias empresas incluídas) no mês de março, em comparação com
de 10 contratos de crédito foram assinados, representando assim fevereiro. “O programa Senhor Orientador fará com que esses colegas
o funcionamento efetivo desta ação que vai ajudar diversos aposentados possam usar um conhecimento que, em mais da metade
empreendedores. da vida deles, foi dedicado ao sistema financeiro.”
Empresas com faturamento Empresas com faturamento Empresas que possuam atividade produtiva no
Público-
anual bruto de até R$ 90 anual bruto de até R$ 3,6 Centro-Oeste e que tenham faturamento anual
alvo
milhões milhões bruto de até R$ 90 milhões
FINANCIAMENTO
PARA CRESCER
Com dinheiro em caixa, a Finep
disponibiliza empréstimos para
1.
PREENCHIMENTO
empresas inovadoras. Mas
poucos negócios conseguem DO FORMULÁRIO
ter acesso ao dinheiro O primeiro passo é fazer o cadastro da
empresa no site da Finep. Além das
informações de praxe (CNPJ, contrato
Igor dos Santos social etc.), são pedidos dados sobre
o mercado de atuação, perspectivas
Cerca de R$ 6 bilhões: esse é o de crescimento e grau de inovação
do projeto a ser financiado — no total,
volume acumulado de recursos são cerca de cem perguntas. Nessa
que a Financiadora de Estudos e mesma etapa, também é preciso enviar
Projetos (Finep) — agência ligada demonstrativos financeiros, incluindo
ao Ministério da Ciência, Tecno- o balanço patrimonial da empresa.
A Finep analisa os dados e responde
logia, Inovações e Comunicações ao empreendedor se está tudo OK. O
— tem em caixa para financiar em- processo segue adiante somente depois
presas de base tecnológica. Mas que todos os documentos estiverem
sido entregues e protocolados.
a maior parte desse montante es-
tá parada. Segundo a Finep, isso
acontece porque faltam empre-
sas candidatas ao empréstimo. É
um contrassenso, sobretudo em
tempos de crédito restrito na pra-
ça, como agora. Apesar das con-
dições atrativas (carência de 48
meses, juros em torno de 10% ao
ano e prazos que chegam a dez
anos para pagar), apenas 150 em-
presas inscreveram projetos em
2016. Dessas, 30% conseguiram o
3.
dinheiro. “A crise financeira inibe ANÁLISES TÉCNICAS
os empreendedores”, diz Marcos E FINANCEIRAS
Cintra, presidente da Finep. Os
empreendedores afirmam que o 2. Como qualquer pessoa pode se
candidatar, analistas da Finep
conferem se a proposta faz sentido
excesso de burocracia é a maior ENVIO DO PROJETO do ponto de vista mercadológico. São
causa do desinteresse. Não é fácil Com o cadastro finalizado, o levadas em consideração questões
passar pelas etapas (que costu- empreendedor deverá responder a como ineditismo no Brasil e no mundo,
uma centena de perguntas a fim de formatar concorrência, cadeia de fornecedores
mam demorar de seis meses a um a proposta propriamente dita. São mais e viabilidade operacional. Também
ano), que incluem desde o preen- quatro blocos de questões. No primeiro, é é analisada a capacidade técnica de
chimento de um número sem fim preciso descrever detalhadamente o quão sócios e funcionários para tocar o
de formulários até a comprovação inovador é o seu projeto. No segundo, devem projeto. Parcerias com universidades
ser inseridos dados de custo de execução. e centros de pesquisa são bem-vistas.
de bens que podem servir como Já o terceiro bloco é dedicado aos fatores de Enquanto isso, outros especialistas
garantia. Segundo a Finep, estão risco, e o quarto à criação de um cronograma estudam os balanços dos últimos três
sendo discutidas maneiras de me- financeiro. Também é necessário anexar o anos e o fluxo de caixa para mensurar
plano de negócios. “Nossa equipe auxilia a a saúde financeira da empresa.
lhorar o processo. Confira ao la- empresa a montar o projeto”, diz Igor Bueno, Cerca de 40% dos candidatos são
do o passo a passo que precisa ser superintendente da Finep. reprovados nessa fase.
seguido por empreendedores dis-
postos a enfrentar a saga.
QUEM CONSEGUIU
4.
RODADAS DE ESCOLHA
Após o pente fino, os projetos pré-selecionados são
levados para uma reunião semanal na qual participam os
superintendentes da Finep. As propostas são discutidas,
levando em conta sua adequação às necessidades de
investimento público — cerca de 15% delas são reprovadas.
Uma empresa que procura financiamento para fabricar vacinas
contra a febre amarela, por exemplo, é mais interessante do que
um negócio que desenvolve aplicativos B2B. “É uma questão
Ferramenta de tradução
do que é prioridade para o país”, diz Igor Bueno, da Finep. em libras consegue
“Procuramos negócios que geram impacto positivo para o maior R$ 400 mil na Finep
número de pessoas e que tenham chances de ganhar escala.”
Foi em 2014, no segun-
do ano de operação
da empresa, que o
fundador da Hand Talk,
Ronaldo Tenório, 31 anos,
conseguiu um investi-
mento reembolsável
de R$ 400 mil por
meio de uma parceria
da Finep com a agência
estadual de pesquisas
de Alagoas. “O dinheiro
veio num momento
crucial”, afirma. A Hand
ILUSTRAÇÃO: BÁRBARA MALAGOLI ABRIL, 2017 pequenas empresas & grandes negócios 23
As linguagens que dão vida aos sistemas mais famosos do mundo
GESTÃO
< >
habilidades cognitivas poderosas, incluindo a ca-
pacidade de resolver problemas complexos, que-
brando-os em sequências menores e mais fáceis
de gerenciar. “Daqui para a frente, vai se destacar
no mercado quem conseguir deixar de ser mero
espectador da realidade tecnológica e se tornar o
criador de suas próprias plataformas”, diz Souza.
2_ NA SOCIEDADE
ao mesmo tempo em Windows,
Mac, Linux, web, celular...
25,9%
Python
3_ EM COMPETIÇÕES DE NEGÓCIOS Presente em apps que precisam
atender prontamente a milhões
de usuários, como Instagram
Nos últimos anos, muitas empresas, universidades e
instituições governamentais têm ajudado a popularizar 24,9%
sessões de hackathons — maratonas que atravessam C++
a madrugada, nas quais uma centena de entusiastas Uma das línguas mais completas
para áreas como jogos e robótica
da programação se oferecem para desenvolver e testar
ideias fora de suas áreas habituais de trabalho. Ao final, as 19,4%
melhores ideias são laureadas. Os prêmios costumam ser C
simbólicos. O objetivo maior é a diversão, o networking e o Linguagem-mãe, ainda
aprendizado. Empresas como Vivo, Mercado Livre e Evernote importante para formar bons
promovem hackathons para contratar desenvolvedores. 15,5% desenvolvedores
//*
FONTE: Stackoverflow.com, Developer Survey Results 2016 / Entrevistas com 56.033 pessoas em 173 países (respostas múltiplas)
TENDÊNCIAS
Sabrina Bezerra
Enquanto as grandes marcas de cosméticos se dedi- dança fez com que antigas barbearias se transformassem
cavam a lançar produtos só para aqueles que preferem o em verdadeiros salões de beleza masculina. A moda das
rosto lisinho, uma míriade de pequenas empresas detec- barbas por fazer gerou ainda uma queda nos gastos com
tou um nicho em crescimento nos últimos anos: homens lâminas e aparelhos de barbear (em 2013, o faturamen-
que cultivam barba e bigode. “Antes, a premissa do ho- to diminuiu em US$ 60 milhões só nos Estados Unidos).
mem urbano de boa aparência era manter o rosto clean”, Em contrapartida, o mercado de cosméticos masculinos,
diz Diego Smorigo, consultor especializado em beleza e que abrange xampus, cremes e géis, cresceu 7% no mes-
estética do Sebrae-SP. “Nos últimos anos, quem ostenta mo período, segundo a consultoria Mintel. A tendência é
uma barba bem cuidada passou a ser visto como moder- que os os homens continuem empurrando o setor para
no e estiloso, uma mentalidade que abriu caminho para cima e demandem cada vez mais linhas específicas para
centenas de novos empreendimentos de nicho.” A mu- quem curte uma barba longa e bem-feita.
VENDAS
A permuta pode ajudar a estancar a saída de caixa para Há risco de deixar clientes desatendidos: vale
o pagamento de despesas fixas, como aluguéis e salários mais a pena manter o produto em estoque
Existe capacidade ociosa e não há nenhuma perspectiva Não existe ociosidade e o mercado atendido por seu
de solucionar o problema no curto prazo produto tem perspectiva de aquecer nos próximos meses
FONTES: TRADAQ E PERMUTE
O R F E U . U M C A F É PA R A V O C Ê D E S C O B R I R .
cafeorfeu.com.br
R$ 184 bilhões
OS NÚMEROS DA foi quanto o consumidor brasileiro gastou com food service
ALIMENTAÇÃO NO PAÍS em 2016; em relação a 2015, houve um crescimento de 3%,
já que o valor anterior foi de R$ 178 bilhões
PEGN LABS
Pela primeira vez, empreendedores de alguns dos Durante um dia inteiro voltado para a inspira- COM APOIO DE:
melhores restaurantes e bares do Brasil se reuni- ção e a capacitação, os presentes aprenderam
ram para discutir os desafios de gestão no mercado sobre boas práticas de inovação, gestão, marke-
de alimentação. Nesta primeira edição do PEGN ting, finanças e redes sociais. O encontro, que lo-
Labs, realizado por Pequenas Empresas & Gran- tou o Unibes Cultural, em São Paulo, foi patroci-
desNegóciosnodia27demarço,participaramchefs nado pela Orfeu Cafés Especiais e pela TOTVS.
consagrados como Rodrigo Oliveira, do restaurante As discussões contaram com a participação de
paulistano Mocotó, Salvatore Loi, do Tavola, Janaí- três jornalistas do Grupo Globo: Paulo Mussoi,
na Rueda, do Bar da Dona Onça, e Jefferson Rueda, de O Globo; Roberta Malta, de Marie Claire; e
da Casa do Porco Bar, além de especialistas da área. Patricia Oyama, de Casa e Comida.
GESTÃO
EM DEBATE
1. 1. Rodrigo Oliveira, chef 6.
do restaurante Mocotó
2. Lisandro Lauretti,
chef do Jamie’s
Italian Brasil, faz
sua apresentação;
ao fundo, Rodrigo
Vasconcellos, consultor
da CMV Solutions
3. Salvatore Loi, chef
do Tavola e do Modern
Mamma Osteria;
Jefferson Rueda, chef
da Casa do Porco Bar;
e Janaína Rueda, chef
do Bar da Dona Onça
4. Thomas Radesca,
fundador do Zino;
Marcelo Fernandes, 7.
criador do Grupo MF
(Attimo, Kinoshita,
Clos, Mercearia do
Francês e Tradi); e
2. 3. Leo Henry, sócio do
La Casserole
5. Márcio Iavelbeg,
CEO da Blue
Numbers Consultoria
Empresarial
6. A facilitadora gráfica
Vivian Dall’Alba se
inspirou nos insights
dos palestrantes para
criar suas obras cheias
de desenhos e palavras
7. Priscila Sabará,
fundadora do
4. 5. FoodPass; Luigi Testa, 8.
gerente-geral do
Eataly Brasil; e André
Fischer, sócio do Los
Mendozitos
8. Cristiano Santos,
consultor de redes
sociais, e Isaac Azar,
fundador da rede de
bistrôs Paris 6
Veja a cobertura
completa do
evento em:
bit.ly/PegnLabs
30 pequenas empresas & grandes negócios ABRIL, 2017 FOTOS: RAFAEL JOTA/Editora Globo e DIVULGAÇÃO
AS MELHORES DICAS
INOVAÇÃO DENTRO E FORA DA COZINHA DOS PALESTRANTES
INSIGHTS DOS EMPREENDEDORES PRESENTES AO PEGN LABS Para quem quer abrir — ou já
tem — um bar ou restaurante
“
RESPEITE A SUA IDENTIDADE
DÁ PARA SERVIR PRATOS TÍPICOS Todas as decisões devem seguir
o conceito original da casa. Se
“ “ “
CALCULE SEU PREÇO
MINHA MISSÃO É QUERO FUGIR O DONO DO NEGÓCIO É nesse item que muitos donos de
FAZER COM QUE DA COMIDA DEVE LEVAR O PRODUTO restaurantes e bares erram. Na hora
OS BRASILEIROS ITALIANA ATÉ ONDE O CLIENTE de criar o preço do produto, seguem
o mercado, sem levar em conta a
CONHEÇAM O ACOMODADA ESTÁ. É ISSO QUE PEDE situação financeira da empresa. Para
MELHOR DA SERVIDA EM O NOVO CONSUMIDOR. a precificação, é preciso analiar os
GASTRONOMIA. SÃO PAULO, NOSSA PROPOSTA É insumos, as despesas fixas, o lucro
e a carga tributária do negócio.
POR ISSO CRIEI SAIR DA ZONA ATENDER EM QUALQUER
UM LEQUE DE DE CONFORTO” LUGAR, ATÉ MESMO NO CONTROLE A ENTRADA E A
PRODUTOS COM ELEVADOR, SE SAÍDA DE PRODUTOS COM RIGOR
PREÇOS ACESSÍVEIS” SALVATORI LOI, FOR NECESSÁRIO” Quem tem um bar já deve ter passado
CHEF DO TAVOLA, por isso: o cliente pede uma dose maior
JEFFERSON RUEDA, DO SALVATORI LOI ANDRÉ FISCHER, ao bartender, e ele dá “um chorinho”
FUNDADOR DA E DO MODERN FUNDADOR DA a mais. Esse tipo de agrado interfere na
CASA DO PORCO MAMMA OSTERIA LOS MENDOZITOS lucratividade do negócio. É preciso ter
rigor para aumentar as margens de lucro.
“ “ “
DIVERSIFIQUE OS FORNECEDORES
EU TINHA PARA EVITAR A GASTRONOMIA
Muitos empreendedores compram
VONTADE DE CRISES NAS AGORA É POP. ISSO todos os seus produtos de alguns
IMPLEMENTAR REDES SOCIAIS, FAZ COM QUE poucos fornecedores, ou de apenas
UM RESTAURANTE TENHA CALMA E MERCADOS um deles. Mas essa prática pode custar
caro. Cada fornecedor consegue ser mais
INOVADOR E NÃO RESPONDA DIFERENTES SE competitivo em um determinado tipo de
SUSTENTÁVEL. AO CLIENTE INTERESSEM PELO produto. É preciso pesquisar sempre.
MAS, PARA ISSO, DE CABEÇA SEGMENTO. NÃO É
APROVEITE AS EFEMÉRIDES PARA
PRECISEI CRIAR QUENTE. DIFÍCIL CONSEGUIR ENGAJAR O CLIENTE NAS REDES
UMA CADEIA DE APRENDI ISSO PARCERIAS. BASTA
Utilize datas especiais ou
FORNECEDORES” NA PRÁTICA” SER CRIATIVO” assuntos que estão bombando
online para conseguir maior
engajamento nas redes. Os usuários
LISANDRO LAURETTI, ISAAC AZAR, PRISCILA SABARÁ, adoram posts que tratam de temas
SÓCIO DO JAMIE’S ITALIAN FUNDADOR DO PARIS 6 FUNDADORA DA FOODPASS correntes com agilidade e humor.
SXSW
Com mais de 2 mil palestras, filmes, competi- da economia criativa divulgaram suas ideias e
O BRASIL
ções e shows, o South by Southwest (SXSW) — projetos. Boa parte da programação teve por te- EM CENA
organizado há 31 anos em Austin, Estados Uni- ma o impacto da tecnologia na vida de pessoas,
dos — se firma como um dos principais festi- empresas e governos. Entre as várias estrelas A delegação
vais do mundo sobre inovação e tecnologia. Na do evento, compareceram o estilista Marc Ja- brasileira em
2017 foi a maior
edição de 2017, ocorrida entre os dias 10 e 19 cobs, o ex-vice-presidente de Barack Obama, entre todas as
de março, artistas, executivos, produtores, es- Joe Biden, e o fundador da 500 Startups Dave edições do SXSW
critores e uma miríade de tribos e profissionais McClure, no espaço Startup Village. — entre as 1.150
inscrições, havia
62 empresas. A
TERMÔMETRO DOS NEGÓCIOS | VEJA QUAIS TEMAS DOMINARAM A PROGRAMAÇÃO DO SXSW EM 2017 Apex (Agência
Brasileira de
Promoção de
Exportações e
Investimentos)
organizou
sessões com
INSPIRAÇÃO cinco filmes
Pessoas de todo projetados
o mundo lotaram em 360 graus,
auditórios e salas produzidos
do Centro de pelo cineasta
Convenções de Fernando
Austin Meirelles, com
o intuito de
promover a
cultura brasileira.
Meirelles
mostrou ainda
DIVERSIDADE FAKE NEWS INTELIGÊNCIA REALIDADE EXPLORAÇÃO detalhes sobre
o projeto Além
EM TUDO & POLÍTICA ARTIFICIAL VIRTUAL DO ESPAÇO do Mapa, feito
O tema foi uma das O presidente dos A apresentação de A exibição de As viagens espaciais em parceria com
principais bandeiras Estados Unidos, uma infinidade de conteúdos em 3D, vão deixar de ser um o Google, que
do SXSW. Na Donald Trump, foi gadgets e novos com movimentos privilégio de poucos, permite “visitar”
trilha Interactive, lembrado diversas produtos deixou em 360 graus, graças a startups de forma virtual
representantes de vezes como político claro como milhares ocupou diversas incentivadas por o universo das
empresas como que soube usar de empresas estão apresentações. Em companhias como favelas cariocas
PayPal, Pandora muito bem as investindo pesado uma delas, o Cirque a SpaceX. O evento a bordo de um
e Salesforce redes sociais para na construção de du Soleil mostrou mostrou como mototáxi. O
abordaram questões moldar seu discurso máquinas e sistemas a experiência de o empresas nascentes recurso permite
como a desigualdade para diferentes com capacidade de espectador assistir estão encontrando ainda realizar um
salarial entre perfis de eleitores, tomar decisões e a um espetáculo do formas de reduzir tour interativo em
homens e mulheres, criando conexões resolver problemas grupo acontecendo drasticamente os pontos turísticos
a discriminação emocionais. tão bem quanto os ao seu redor — custos de voos para brasileiros,
sexual e a falta de A alarmante seres humanos — ou durante a exibição, além da atmosfera como o Cristo
representatividade disseminação de ainda melhor do ele se sente imerso terrestre. Um dos Redentor, no
nos ambientes de notícias falsas, que eles. Bill Ford, num show particular. palestrantes, Buzz Rio de Janeiro.
trabalho das grandes produzidas com bisneto do fundador A Nasa montou um Aldrin, segundo
empresas. Existe o propósito de da Ford e presidente espaço interativo e homem a pisar na
um consenso de confundir e ganhar do Conselho da mostrou dispositivo Lua, apresentou
que pessoas com audiência a qualquer centenária fabrican- que simula um sua ideias para
repertórios diferentes custo, além da te de carros, disse passeio em Marte transformar a
contribuem para a polarização de que o futuro da para estimular o Lua em posto de
formação de times opiniões, também indústria estará nos surgimento de uma lançamento e
muito mais eficientes ocupou boa parte softwares, e não nova geração de abastecimento de
e inovadores. das discussões. mais no hardware. cientistas. espaçonaves.
32 pequenas empresas & grandes negócios ABRIL, 2017 FOTO: SANDRA BOCCIA/EDITORA GLOBO
DISPONÍVEL PARA
US$ 27,5 BILHÕES
é quanto faturou o setor de alimentação ligado à
PRATO saúde e ao bem-estar em 2015, no Brasil. As vendas
CHEIO dobraram nos últimos cinco anos, transformando
o país no quarto maior mercado do mundo
FONTE: EUROMONITOR
ALIMENTAÇÃO
MARMITA NATUREBA
Daniela Rocha
Nos últimos quatro anos, o segmento de marmitas tas naturais hoje incluem opções de cafés da tarde e CONTEÚDO
saudáveis atraiu uma nova leva de clientes — e im- lanches pós-treino. Para reforçar o apelo de conve- EDITORIAL DE
pulsionou a geração de negócios em diversos can- niência, as empresas do ramo também passaram a
tos do país. O movimento tem como base as recei- explorar canais de venda digitais, como plataformas
tas preparadas sem aditivos químicos e congeladas de delivery e serviços de assinatura. O público-alvo
a partir de processos que garantam a preservação são praticantes de atividades físicas e moradores de
de nutrientes. Inicialmente produzidas para refei- grandes cidades brasileiras. Conheça abaixo os novos
ções como café da manhã, almoço e jantar, as recei- empreendedores que estão se destacando no setor.
ALTERNATIVA LIGHT — QUATRO EMPRESAS QUE APOSTAM NO MERCADO DE MARMITAS CONGELADAS NATURAIS
DE4/4 A 8/4
I22/2
O Sebrae-SP anuncia que a Feira do Empreendedor
de São Paulo, realizada entre 17 e 21 de fevereiro,
recebeu 140 mil pessoas. O número é recorde
entre todas as edições do evento. “A presença
do público durante a feira mostra que 2017 é
DE 24/4 A 29/4 o ano da retomada da economia brasileira”,
afirmou Paulo Skaf, presidente do Sebrae-SP.
SACI — SEMANA AMAZONENSE
DE CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO
A Saci 2017 reúne uma série de eventos I1/3
A Snap, proprietária do aplicativo Snapchat,
com o objetivo de trocar informações e faz seu IPO (oferta inicial de ações) na bolsa
gerar negócios no Norte do Brasil. Firmar norte-americana Nasdaq. No seu primeiro
parcerias com instituições públicas e privadas dia como empresa de capital aberto, as ações
também está no radar. Entre os eventos, da Snap, ofertadas inicialmente a US$ 17
destacam-se a Conferência Amazônica de (R$ 52,70), saltaram para US$ 26 (R$ 80,60).
No ano passado, a Snap faturou US$ 404
Empreendedorismo e Inovação, com palestras
milhões (R$ 1,25 bilhão). Para este ano, a meta
e exposições de empresas, e o Elas Inspiram,
é atingir US$ 1 bilhão (R$ 3,1 bilhões) em receita.
para mulheres empreendedoras.
Manaus (AM)
www.saci.am
I3/3
O Spotify atinge a marca de 50 milhões de
assinantes pagos. A empresa sueca ocupa o
posto de maior companhia de streaming de
DE 26/4 A 27/4 música do mundo. No total, incluindo os usuários
que consomem a versão grátis do serviço, o
Spotify é usado por 100 milhões de pessoas.
I6/3
Os Correios lançam sua operadora de celular.
Batizada de Correios Celular, a empresa vende
chips por R$ 30 em 12 agências de São Paulo.
As recargas mensais são de R$ 30. As próximas
cidades que venderão as linhas serão Brasília (DF) e
Belo Horizonte (MG). O objetivo é ter 500 mil chips
ativos até dezembro e 8 milhões em cinco anos.
I7/3
A Prefeitura de São Paulo realiza a cerimônia de
lançamento do programa Empreenda Fácil, que
pretende reduzir de cem dias para até uma semana
o prazo de abertura, licenciamento e fechamento
de empresas. Segundo a prefeitura, a maior parte
do processo será realizada pela internet. Até o
momento, não há informações sobre quando o
BIJOIAS serviço será disponibilizado ao público.
Hélder Mendonça
Nascido em João Pinheiro, interior de Minas Gerais, é filho de uma
família de fazendeiros e estudou administração de empresas na
Universidade Fumec. Ao lado de sua mãe, dona Dalva, e da irmã,
Hélida, fundou em 1990 a fabricante de pão de queijo Forno de
Minas. De janeiro a setembro do ano passado, a empresa obteve
um crescimento de R$ 202,4 milhões na receita líquida em
comparação com 2015. Tem 52 anos e é pai de dois filhos.
No início dos anos 1990, quando Hélder Mendonça decidiu vender uma
versão congelada do pão de queijo de sua mãe, dona Dalva, em Minas
Gerais, aquilo soou como um grande disparate. “Diziam que eu estava maluco,
pois todo mundo fazia o próprio pão de queijo em Minas”, diz Mendonça.
A qualidade do produto e a sua praticidade em pouco tempo conquistaram
o público local e, em seguida, diversas partes do país. Foi o começo de uma
próspera história de empreendorismo. A empresa se expandiu rapidamente,
foi comprada por uma multinacional americana, recomprada pela família
Mendonça e, agora, prepara-se para fazer uma oferta de ações na Bolsa.
Como você e a sua família sável pelo confisco da poupança dução de ovos. Acho que o pão
passaram a se interessar pe- dos brasileiros]. Os nossos ne- de queijo é tão forte no interior
la produção de pão de queijo? gócios basicamente acabaram. de Minas Gerais porque é feito
Minha família é originalmente A gente só ficou com o dinheiro à base de polvilho, não depende
de João Pinheiro, noroeste de Mi- para as contas do mês. de nenhum outro artigo da in-
nas, as uns 400 km de Belo Ho- dústria. Quando mudamos para
rizonte. Eu mudei para BH aos 6 E daí, o que vocês fizeram? BH, ela perdeu o acesso a essas
anos. Quando eu tinha 8 anos, o Minha mãe dizia que, quando matérias-primas. Ela passou a
meu pai morreu. Ele era fazen- morávamos na fazenda em João fazer pão de queijo só nos finais
deiro. Quando morreu, minha Pinheiro, ela era autossuficien- de semana, quando produzia a
mãe vendeu a fazenda e começou te. Só comprava sal e querosene massa, fazia as bolinhas, bota-
a fazer alguns negócios no se- para as lamparinas na cidade. va num tabuleiro de alumínio e
tor imobiliário. Trabalhou mui- Ela fazia sabão, açúcar, rapadu- depois as depositava no freezer.
to tempo na área, depois montou ra e cobertor. Não precisava de Essa é a minha recordação: aos
uma pequena imobiliária para mais nada. E claro que ela tam- 6, 7 anos, eu pegava as bolinhas
ela. Mas, nesse momento, surgiu bém fazia pão de queijo. Quer di- no freezer e botava para assar.
a Zélia Cardoso de Mello [minis- zer, ela colhia a mandioca, moía e
tra da Fazenda durante o governo fazia o polvilho. Também fazia o Como isso virou um negócio?
Collor entre 1990 e 1991, respon- próprio queijo e tinha a sua pro- No início dos anos 1990, eu já
42 pequenas empresas & grandes negócios ABRIL, 2017 FOTO: ARQUIVO PESSOAL
EATALY
Com planos de expansão em São Paulo e prestes a
inaugurar uma Disneylândia da gastronomia mundial —
com investimento de € 100 milhões —, o Eataly se firma
como império inovador da alimentação
Rafael Tonon
FOTO: ROGERIO ALBUQUERQUE/Editora Globo ABRIL, 2017 pequenas empresas & grandes negócios 45
A L I M E N TA Ç Ã O EATALY
Q uando os brasi-
leiros Victor Leal, 52
anos, e Bernardo Ouro Preto, 48,
desembarcaram em Turim, na Itá-
lia, em meados de 2010, para se
encontrar com os donos do Ea-
taly — um misto de loja de produ-
tos gourmet e restaurantes que fa-
zia muito sucesso em Nova York
e em algumas capitais italianas —,
foram avisados de que eram o nú-
mero 201 na fila de candidatos pa-
ra abrir uma filial no Brasil. Um
fornecedor em comum, fabrican-
te de massas italianas, fez a ponte,
e só por isso a dupla foi recebida.
“No final da primeira reunião, senti
que tínhamos subido algumas po-
sições na fila”, diz Leal — que, ao tos, os dois criariam um dos negó- tender as razões desse crescimen-
lado de Ouro Preto, é sócio-funda- cios de alimentação mais inovado- to acelerado. Leal e Ouro Preto es-
dor do Grupo St Marche, uma rede res da década. Do lado brasileiro, tavam entre os primeiros empre-
de supermercados premium com Leal, assim como Farinetti, traba- endedores a farejar os desejos de
18 lojas na capital paulista e na re- lhou com eletrônicos — ele foi di- uma nova classe média alta que
gião do Grande ABC. Naquele mes- retor da Gradiente. Ouro Preto, co- despontava no início da década
mo dia, a dupla foi convidada para mo Filangieri, também fez carreira — sobretudo em centros urbanos
jantar na Fontanafredda, vinícola em bancos, como consultor de fu- como São Paulo. Tratava-se de um
de propriedade de Oscar Farinetti, sões e aquisições. E os brasileiros, público disposto a consumir pro-
63 anos, o empresário italiano que tais quais os italianos, não tinham dutos gourmet e carente de espa-
fundou o Eataly em 2007. Além de nenhuma experiência na área de ços que oferecessem curadoria e
Farinetti, estava presente seu só- alimentação quando abriram a pri- exclusividade. Foi esse consumi-
cio Luca Baffigo Filangieri, 54 anos. meira loja do St Marche, em São dor que os sócios miraram ao lan-
Os quatro se entrosaram logo Paulo (SP), em 2002. çar seu manifesto, onde definem
no primeiro encontro, talvez por “Começamos fatiando frios, fa- o St Marche como o mercado “de
compartilharem trajetórias mui- zendo pão e operando caixa, por- gente que quer curadoria e menos
to parecidas. Antes de transfor- que não sabíamos absolutamen- encheção de linguiça”.
mar a paixão por gastronomia em te nada de comida”, diz Leal. O
um modelo vitorioso, Farinetti ha- aprendizado foi rápido: em oito MODELO INOVADOR
via sido dono de uma rede de lojas anos, construíram a maior rede O ganho de escala conseguido pe-
de eletrônicos da Itália, a Unieuro. de supermercados de luxo do país, lo St Marche ainda é raro para esse
Farinetti delineou o projeto do Ea- com dez lojas na Grande São Paulo. tipo de estabelecimento. A maio-
taly e o apresentou a Filangieri, um No mesmo período, o faturamento ria dos negócios que se propõem
executivo que estava cansado da saltou de R$ 6 milhões para mais a vender produtos gourmet carre-
rotina do mercado financeiro. Jun- de R$ 100 milhões. Não é difícil en- ga o formato de pequenos empó-
COMER,
COMPRAR E
APRENDER
1. Victor Leal e vou seis anos pesquisando e ela- nimento em estado puro”. O dis-
Bernardo Ouro
Preto, sócios da
borando o plano de negócios do curso não é muito diferente das de-
operação brasileira Eataly. A primeira loja, aberta em clarações do CEO do Eataly, Nico-
2. Seleção de Turim em 2007, realizava nos mí- la Farinetti, filho do fundador. Em
produtos quase
impossíveis de nimos detalhes a sua arrojada vi- entrevistas, ele costuma repetir
serem encontrados são: uma loja de experiência que que “o grande barato é não saber
em outro varejista combina restaurantes de diferen- onde acaba o varejo e onde come-
3. Aulas práticas de
gastronomia tes estilos, empório com artigos ça o restaurante”. Outra premissa
de alta qualidade (comprados, em é “cozinhar tudo o que se vende e
sua maioria, de fornecedores lo- vender tudo o que se cozinha” —
cais), e eventos onde a comida é o que significa que todos os ingre-
vista como um elemento de cele- dientes usados nos restaurantes
bração e de união entre as pessoas. podem ser encontrados nos es-
O modelo deixa para trás as pra- tandes e levados para casa.
teleiras atulhadas, os corredores Com seu modelo inovador, o Ea-
apertados e as luzes artificiais de taly está ajudando a fundamentar
um supermercado comum. A or- um novo padrão de negócios de
ganização das gôndolas, dos estan- alimentação. “Os varejos mais pro-
rios. Isso acontece porque é difícil des e dos cafés, espalhados em um missores da atualidade são os que
organizar um esquema de forneci- enorme galpão, permite aos clien- atendem à demanda das novas ge-
mento de itens fabricados em con- tes transitar com tranquilidade en- rações por experiência”, diz Hirai.
dições artesanais — e que, muitas tre pencas de frutas, peixes exube- Quando os sócios italianos abri-
vezes, chegam por meio de impor- rantes e chefs cozinhando pães ar- ram a primeira unidade da rede
tadores. Uma honrosa exceção é tesanais à vista dos clientes. “Mais nos Estados Unidos, em 2010, não
o próprio Eataly, que tem hoje 30 do que uma refeição, é um progra- demorou para que filas quilomé-
lojas em nove países e um fatura- ma de lazer”, afirma Marcos Hi- tricas se formassem na porta do
mento estimado em € 500 milhões. rai, diretor da GS&BGH, consulto- estabelecimento da Quinta Ave-
Antes de propor sociedade a ria especializada em varejo. Lojas nida, em Nova York. Para Farinetti,
Filangieri, o italiano Farinetti le- como o Eataly, diz, são “entrete- essa era a prova final de que o mo-
FOTOS: MARISA CAUDURO/Valor Econômico, PAOLA MESSANA / AFP ABRIL, 2017 pequenas empresas & grandes negócios 47
A L I M E N TA Ç Ã O EATALY
Receita de sucesso
Os ingredientes do Eataly para se diferenciar da concorrência
FOTOS: ALESSIA PIERDOMENICO/Getty Images, ANNA QUAGLIA / Alamy Stock Photo ABRIL, 2017 pequenas empresas & grandes negócios 49
G E S TÃ O LIVRARIA CULTURA
DO B2C AO B2B
SE RGIO HERZ
Membro da
terceira geração
da família Herz,
assumiu a
presidência da
Livraria Cultura
em 2010
PEDRO HERZ
Filho da
fundadora Eva
Herz, hoje ele
ocupa o posto
de presidente
do Conselho
Administrativo
50 pequenas empresas & grandes negócios ABRIL, 2017 FOTOS: ARTHUR NOBRE / EDITORA GLOBO
U
m anúncio inesperado chacoalhou de 10,85% — foi de R$ 1,61 bilhão para 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
o mercado editorial brasileiro no R$ 1,56 bilhão. Com a redução nas vendas FONTE: Livraria Cultura
52 pequenas empresas & grandes negócios ABRIL, 2017 FOTOS: ACERVO PESSOAL/DIVULGAÇÃO
PEDRO HERZ
“Depois da experiência em São Paulo, começa-
mos a ser procurados por outros shoppings. E
a negociação passou a ser uma coisa comple-
tamente diferente. Quer dizer, o preço que nós
pagamos pelo m² no Villa Lobos foi muito alto.
Foi a primeira experiência, ninguém entendia
de construir loja. A gente errou, mais apren-
deu. Nunca mais pagamos aquele valor.”
SERGIO HERZ
“Eu lembro. A minha avó foi uma das pessoas
mais inteligentes que eu já conheci. Para mim,
ela sempre foi e sempre vai ser uma referência
de força, de atitude, de perseverança. Um
exemplo de que tudo é possível. Ela me mos-
trou que, mesmo na adversidade, sempre dá
para encontrar novas oportunidades.”
ESPAÇO DE CONVIVÊNCIA Clientes aproveitam clima de
relaxamento da unidade no Conjunto Nacional, em São Paulo; QUAL O LEGADO QUE VOCÊS
no segundo semestre, a loja será reformada e ampliada
QUEREM DEIXAR PARA AS
FUTURAS GERAÇÕES?
PEDRO HERZ
PEDRO HERZ “Estou escrevendo uma autobiografia, O Livrei-
“Hoje sou presidente do Conselho, então mi- ro, que vai sair ainda neste ano [pela editora
nha função é encher o saco da diretoria (risos). Planeta], então deixo ali minha história. Tam-
Eu venho para o escritório todos os dias, de- bém quero deixar como herança uma empresa
pois vou para as lojas. Gosto de falar com os que tem compromissos. Hoje não existe mais
clientes. Ou melhor, gosto mais de ouvir. Acho responsabilidade no Brasil, e isso é muito ruim.
que essa é uma arte perdida. Hoje as pessoas Então,aCulturasempreterácompromissocom
não ouvem mais, só querem falar. Sempre achei tudo e com todos. Acho que já passei isso para
que, para ler, era preciso saber ouvir. Você tem os filhos. Agora quero passar para os netos.”
que ser capaz de escutar o que o autor diz.”
SERGIO HERZ
COMO VEEM HOJE A HERANÇA “Acho que ainda estou muito jovem para res-
DEIXADA PELA FUNDADORA DA ponder isso. Não tenho essa pretensão. Tenho
os meus valores, que tento passar para as mi-
LIVRARIA CULTURA, EVA HERZ?
nhas três filhas. A questão do compromisso.
Da responsabilidade social. Da ética. Ser jus-
PEDRO HERZ to, não usar o tal do jeitinho, não passar as
“Ela foi uma visionária. Desde o início, acredi- pessoas para trás. Menos preconceito, mais
tava que a Cultura um dia ia ser uma grande li- diversidade. Se conseguir ensinar isso para
vraria. Quando o negócio surgiu, nos anos 40, elas, está ótimo. Essa é a minha tarefa.”
EXPANSÃO CALCULADA
Abertura de franquias faz parte de plano
de empreendedora para conquistar o varejo
torar as margens de cada loja e ‘PLUG AND PLAY’ necessária para o número de lo-
do grupo como um todo. A expertise é crucial para ajudar jas que ele possui. Mas ele pre-
O esforço é bem maior do que o multifranqueado a ultrapassar cisa ter em mente que, se não
a maioria dos franqueados uni- um grande desafio. O back office se expandir até o patamar cor-
tários costuma fazer — é comum gera despesas — com funcioná- reto, precisará fechar franquias.
franqueadores dizerem que não rios, aluguel de uma sede, pres- “O franqueado não pode ter 20
conseguem disseminar a cultu- tadores de serviço, tecnologia, lojas e 20 pessoas no apoio. Com
ra do reporte financeiro na re- transporte etc. Por isso, ele pre- a equipe que ele montou para 10
de. O multifranqueado não po- cisa chegar a um ponto em que unidades, precisa gerenciar 18
de se dar ao luxo de ignorar os a estrutura seja bancada pelas ou 20”, afirma Luis Henrique
números das lojas. “O acompa- vendas das unidades e permita Stockler, sócio-fundador da con-
nhamento de resultados precisa manter uma margem saudável. sultoria ba}Stockler.
ser feito linha a linha pelo mul- É nesse momento crítico que Passado esse ponto, o empre-
tifranqueado”, afirma Claudia. muitos morrem na praia. Eles endedor começa a desfrutar dos
“Se o lucro não está dentro do abrem lojas rapidamente e não ganhos de escala, com o compar-
previsto, ele precisa identificar conseguem construir um negó- tilhamento das equipes da área
qual é o gasto que está diminuin- cio sustentável. Um bom mul- administrativa, de contabilidade,
do a margem em cada loja e bali- tifranqueado pode até montar jurídico, logística, comercial e de
zar suas decisões por isso.” uma estrutura maior do que a recursos humanos. “Ele também
consegue realocar vendedores de palmente bons líderes. Como o da período do dia pelos supervi-
uma loja para a outra, caso uma multifranqueado não se dedica sores. O empreendedor recebe
pessoa falte, e transferir peças 100% à operação das lojas, deve as informações e propõe ações
entre os estoques para manter as ter gerentes e supervisores aptos para resolver eventuais proble-
unidades abastecidas”, diz Sto- a disseminar a cultura da empre- mas. Toda segunda-feira, ele se
ckler. Isso sem contar a exper- sa. Sim, um conjunto de unidades reúne com os supervisores para
tise adquirida na busca de pon- franqueadas pode ter uma cultu- conversar sobre os resultados. O
tos comerciais, na implantação, ra própria. No grupo de Alberto processo foi criado e implemen-
nas inaugurações e nos treina- Oyama, 46 anos, os processos tado há 15 anos, e não foi exigên-
mentos. “Depois dessas provas, internos de vendas e o desenvol- cia ou orientação de nenhuma
o multifranqueado atinge um pa- vimento de profissionais são as- franqueadora.
tamar de ‘plug and play’. Ele con- pectos centrais da cultura. “São
segue abrir e administrar novas dois desafios para o multifran- DESAFIOS
lojas com muito mais facilidade”, queado”, diz ele, que é dono de O suporte do franqueador ao
afirma Ribeiro. 20 lojas das marcas L’Occitane au multifranqueado é um tema de-
Essa engrenagem só funciona Brésil e Mr. Cat e diretor de fran- licado para ambas as partes. En-
na medida em que o empreende- queados da ABF. Os indicadores quanto um franqueado unitário
dor consegue atrair, treinar e re- de cada loja são acompanhados a demanda um apoio mais volta-
ter bons profissionais — princi- cada hora pelos gerentes e a ca- do para a operação e a padroni-
ESCOLHAS FAMILIARES
maiores estão mais bem prepa-
radas para oferecer um suporte
de qualidade aos multifranque-
ados e para lidar com a influên- Holding que agrega três gerações e quatro marcas
cia que esses empreendedores
podem adquirir dentro de uma leva em conta a cultura do negócio antes de investir
marca. Querendo ou não, eles vi-
ram referência na rede, até pa-
ra outros donos de unidades. A holding Gentil Negócios, que para a equipe ao ampliarmos as
“Alguns multifranqueados são agrega 75 lojas de seis estados da operações. Também mudamos
maiores do que muitos franque- região Nordeste do Brasil, é um de sede e implementamos um
adores”, afirma Stockler. empreendimento familiar. Glauber ERP que integra a frente de loja
Esses empreendedores têm Gentil, 38 anos, é CEO e membro com a retaguarda”, diz Gentil.
trazido outros desafios às redes, da segunda geração da família A escolha de novos negócios da
mesmo as consolidadas. O pri- fundadora, que começou com holding leva em conta a aderência
meiro é que, antes de fechar con- uma representação de vendas da marca aos valores da família.
trato, eles exigem fazer uma ava- da marca O Boticário há 35 anos. “É claro que nós olhamos o
liação mais aprofundada das fi- Ele entrou no negócio quando a DRE e o retorno do capital.
nanças do negócio. Como já têm família possuía 12 franquias da A equação financeira é muito
experiência, conseguem propor fabricante de cosméticos. Hoje, há importante. Mas precisamos
uma negociação mais profissio- também unidades de quem disse, analisar também os valores da
nal. Eles só vão investir em con- berenice?, Swarovski e Sunglass marca, como a reciprocidade,
ceitos que tenham perspectivas Hut. “São lojas com dimensões a visão de longo prazo e a
sólidas de retorno. parecidas e sinergia no público- veia expansionista”, afirma o
O segundo é que os multifran- alvo”, diz Gentil. Na medida em empreendedor. “Nós prestamos
queados procuram negócios que que o número de unidades foi atenção na visão que o dono
sejam lucrativos, mesmo sem crescendo, a estrutura de apoio tem e no comprometimento dos
aderir ao Simples Nacional. O também se multiplicou — hoje, acionistas com o negócio. Até na
regime tributário simplificado dos 600 funcionários, 60 estão no escolha do fornecedor de ERP
tem algumas restrições: o fatu- back office. “Trouxemos pessoas nós avaliamos esses quesitos.”
38%
30% UNITÁRIO MULTIFRANQUEADO
Loja liderada por Negócio liderado
casais ou famílias, por empreendedor
1% com o empreendedor com capacidade
à frente da operação de gestão
Sim Não Não porque Sim Não
a rede não Foco na proteção Cria um centro de
permite do seu território distribuição para
ENTRE AS REDES QUE POSSUEM atender às lojas
FRANQUEADOS COM MULTIMARCAS:
ENTRE AS REDES QUE POSSUEM
12%
MULTIFRANQUEADOS: Dependente de Tributação por lucro
regime tributário real ou presumido
14%
especial
dos franqueados possuem unidades
de duas ou mais marcas
dos franqueados têm Representa um Exerce forte
mais de uma unidade ENTRE OS FRANQUEADOS MULTIMARCAS: maior custo influência
de serviço ao na rede
franqueador
28%
das unidades são administradas
98% 2%
possuem entre possuem 5 ou
Expansão mais lenta Crescimento
mais rápido
por multifranqueados 2 e 4 marcas mais marcas
FONTE: ABF FONTE: ADIR RIBEIRO
ramento bruto anual da empre- a mesma política para todos os estão trazendo ganhos de cres-
sa não pode ultrapassar R$ 3,6 franqueados, não importa o nú- cimento, rentabilidade e profis-
milhões e o dono de uma fran- mero de unidades de cada um. sionalização para todas as par-
quia não pode ser sócio de ou- Outras aceitam negociar uma tes envolvidas. Os empreende-
tra se esses negócios somarem redução na taxa de franquia, dores retratados nestas páginas
mais de R$ 3,6 milhões de recei- por exemplo. A lógica é que os aprenderam a gerir seus empre-
tas. Por isso, o empreendedor multifranqueados tenham uma endimentos com as primeiras
precisa enquadrar suas unida- contrapartida por gerarem me- lojas que abriram e superaram
des no regime de lucro presumi- nos gastos com expansão e trei- os desafios de ampliar os negó-
do ou de lucro real, que podem namento. “A taxa de franquia cios. Viram seus ganhos se mul-
trazer alíquotas de imposto ele- remunera a equipe de expansão. tiplicarem com as lojas seguin-
vadas. “Eles exigem operações Se uma única pessoa abre dez tes e agora recebem propostas
com renda média mais alta. Os unidades, a rede não precisa de franqueadores para abrir no-
multifranqueados evitam ope- prospectar dez franqueados. vas unidades. Multifranquea-
rações que precisem estar no Há um ganho para a franquea- dos como eles não irão substi-
Simples”, afirma Guerra. dora”, diz Oyama. tuir os franqueados unitários —
Outra negociação que gera po- Os atritos existem, mas as muitos negócios têm operações
lêmica é o eventual desconto em vantagens para ambas as partes complexas e franqueadores que
valores cobrados na abertura ou se sobrepõem aos desafios. Os exigem a presença do empreen-
no dia a dia da franquia. As prá- multifranqueados estão mexen- dedor no balcão —, mas terão
ticas variam de marca para mar- do com as crenças e as práticas presença cada vez maior nas re-
ca. Algumas optam por manter de muitas redes, mas também des brasileiras.
COMOLIDAR
COMOSDONOS
DODINHEIRO Thomaz Gomes
A NOVA CARA
DO CORPORATE
VENTURE
As estratégias de inovação
aberta mais exploradas pelas
grandes empresas brasileiras
NA TEORIA
Motivos para investimentos em
programas de corporate venture (em %)
Estratégia de crescimento 90
Ganho de inovação 48
Ganho financeiro 38
Pesquisa de mercado 33
Posicionamento de marca 24
NA PRÁTICA
Os modelos mais populares de
“COMO VOCÊ PODE SER de- um mercado onde as alternati- colaboração com startups (em %)
mitido da companhia que criou?” vas de financiamento se limita-
Dirigida a uma plateia de forman- vam a empréstimos de familia- Conversão de pesquisa em novos negócios 52
dos da Universidade Stanford, em res e linhas de crédito, os fundos
2005, a pergunta feita por Steve de capital de risco soavam como Investimentos diretos 48
Jobs refere-se a uma das passa- algo ligado ao universo de gran- Parcerias estratégicas 43
gens mais controversas da histó- des corporações, bancos de inves-
ria da Apple. Em 1985, Jobs havia timento e escritórios de fusões e Licenciamento de tecnologias 33
sido expulso da lendária empre- aquisições. Essa percepção come-
Criação de fundos de venture capital 24
sa que fundou na garagem da ca- çou a mudar em meados dos anos
sa de seu pai. Embora ele já fosse 2000, quando os efeitos da bolha
considerado um gênio da indús- da internet se dissiparam e os
tria de tecnologia, os investido- investidores internacionais pas-
res não acreditavam que ele fos- saram a prestar mais atenção no
se a pessoa certa para comandar Brasil. Entre os negócios investi-
a companhia. Em uma decisão dos nessa fase estava o Buscapé
anunciada publicamente, o con- — que, após sucessivas rodadas “Quanto maior
selho da Apple determinou o seu de investimento, foi adquirido
afastamento em setembro daque- por US$ 342 milhões pelo grupo for a percepção
le ano. Em 1997, Jobs retornaria sul-africano Naspers em 2009.
para salvar a empresa de proble- A transação colocou as startups de risco sobre a
mas financeiros e transformá-la
em uma das cinco marcas mais
brasileiras na rota do capital de
risco internacional, abrindo cami- operação, mais
valiosas do mundo. O caso entrou
para a história dos negócios como
nho para a chegada de fundos de
peso como Sequoia, Tiger Global
elevadas serão
um clássico de superação. E tam-
bém serve como alerta sobre as
Management e Accel Partners.
A partir daí, começaram a pipo-
as exigências
delicadas relações entre empre- car notícias sobre aportes milio- dos fundos”
endedores e investidores. nários em empresas com alto
Até pouco tempo atrás, esse potencial de crescimento, como Julie Ruvolo, diretora da LAVCA
episódio era algo muito distante Netshoes e Easy Taxi. Em 2015,
da realidade dos brasileiros. Em no auge desse movimento, os
19 18,5
17,6
14,9
39,6
13,3
11,8
Private 60,4
equity
Venture
Laboratórios Fundos de capital
Aceleradoras
de inovação investimento 2011 2012 2013 2014 2015
expectativa de rentabilidade chega assentos em conselhos adminis- antes de sair em busca de ven-
a ser dez vezes maior do que o trativos e decisões sobre remu- ture capital para sua empresa.
valor do aporte. O retorno finan- neração dos sócios. “É melhor Fundador da CargoX, aplicativo
ceiro costuma vir por meio da che- ter dados financeiros concretos de entregas para caminhonei-
gada de outro fundo, da venda para antes de recorrer a um fundo. ros, Vega recorreu a um grupo de
uma corporação ou da abertura de Quanto maior for a percepção investidores-anjo para levantar
capital na Bolsa de Valores. Trata- de risco, mais elevadas serão as US$ 1 milhão. Com o dinheiro,
se de um modelo que depende da exigências”, afirma a americana finalizou o desenvolvimento da
diluição crescente dos sócios para Julie Ruvolo, diretora da Associa- plataforma e lançou as bases
dar certo. Ou seja, a perda progres- ção Latino Americana de Private para a expansão comercial. Em
siva de controle acionário — e a Equity e Venture Capital (LAVCA, janeiro de 2016, quando come-
eventual saída dos fundadores — na sigla em inglês). “Para garan- çaram as negociações com fun-
está prevista desde o primeiro dia. tir o mínimo de alavancagem na dos, a empresa já apresentava
Não se iluda: os interesses dos mesa de negociações, a opera- uma taxa de crescimento de 40%
cotistas vêm sempre em primeiro ção precisa estar pelo menos no ao mês. Em seis meses, capta-
lugar. E, ao contrário dos empre- break even”, diz. Dados como ria aportes no valor de US$ 14
endedores, os gestores dos fun- custo de captação do cliente, milhões. “Apresentar a operação
dos contam com larga experiên- margem de lucro e histórico de em estágio avançado foi essen-
cia e bons advogados para nego- vendas fazem toda a diferença na cial para negociar com investi-
ciar condições que reduzam os hora de negociar valores e metas. dores de grande porte. Já tinha
riscos ao máximo. Além de par- Produzir bons indicadores foi capital suficiente para contratar
ticipações societárias polpudas, uma das preocupações do argen- advogados e conversar de igual
as exigências básicas incluem tino Federico Vega, 36 anos, para igual”, afirma Vega.
PROGRAMAS FUNDOS DE
ACELERADORAS INVESTIDORES-ANJO
CORPORATIVOS VENTURE CAPITAL
Valor dos
de
R$ 50 mil de
R$ 100 mil de
R$ 200 mil de
R$ 1 milhão
R$ 150 mil R$ 500 mil R$ 500 mil R$ 30 milhões
aportes
*
a a a a
68 pequenas empresas & grandes negócios ABRIL, 2017 FOTO: OMAR PAIXÃO/Editora Globo
FOTO: FABIANO ACCORSI/Editora Globo ABRIL, 2017 pequenas empresas & grandes negócios 71
C A PA COMO LIDAR COM OS DONOS DO DINHEIRO
Grandes empresas:
mais do que dinheiro
Em janeiro do ano passado, a
Evnts foi aprovada na primeira
turma da Oxigênio, o programa de
aceleração da Porto Seguro. Naquele momento,
a plataforma já tinha uma base de clientes
consolidada e mais de 2 mil hotéis cadastrados.
Como não estávamos desesperados por
ALEXANDRE capital ou mentoria, conseguimos analisar
RODRIGUES, os prós e contras do programa com mais
28 ANOS frieza. Desde o início, a Porto Seguro deixou
claro que a participação societária de 10%
EVNTS não era negociável. Mas percebemos que
O QUE FAZ: PLATAFORMA DE
RESERVAS HOTELEIRAS PARA
havia uma abertura para conversar sobre
O MERCADO CORPORATIVO regras relacionadas a governança. Com a
FUNDAÇÃO: 2015 ajuda de um advogado, pedimos a revisão de
SEDE: SÃO PAULO mais de 30 itens do contrato. Conseguimos
FATURAMENTO: reverter cláusulas como a que exigia a
R$ 4 MILHÕES
aprovação de pró-labore em conselho e as
PROGRAMA DE ACELERAÇÃO:
OXIGÊNIO, DA PORTO SEGURO relacionadas a direitos de veto em decisões
INVESTIMENTO-ANJO: estratégicas da empresa. No balanço final,
EM FASE DE NEGOCIAÇÃO acabei cedendo mais equity do que gostaria.
TOTAL CAPTADO: Por outro lado, consegui manter a operação
US$ 150 MIL (US$ 50 MIL
dinâmica e aproveitar a estrutura da Porto para
EM DINHEIRO E US$ 100 MIL
EM SERVIÇOS) profissionalizar a gestão. Com a ajuda da força
de vendas deles, aumentamos o faturamento
mensal em 300%. Hoje eu entendo que, antes
de assinar com uma aceleradora corporativa, é
preciso analisar o que eles têm a oferecer além
do dinheiro — a simples relação entre o valor
do aporte e a diluição dos sócios não costuma
valer a pena. No nosso caso, porém, o acordo
foi vantajoso para os dois lados.”
A TAL DA LINHA FINA | Termos e cláusulas para ficar de olho na hora de negociar com investidores
TERMSHEET DRAG ALONG LOCK-UP DIREITOS DE VETO
O documento serve Mecanismo legal que permite Outra cláusula padrão, Negociados caso a caso, os
como uma espécie de aos sócios com a maioria das que obriga o fundador a vetos incluem itens que vão
carta de intenções entre ações arrastarem minoritários permanecer na operação da escolha de fornecedores
empreendedores e para uma proposta de venda. após o aporte. Em caso de à distribuição de dividendos.
investidores. “Esse tipo de Embora seja uma cláusula saída, corre-se o risco de Independentemente das
acordo é essencial para padrão, os termos do acordo perder todas as ações. Esse opções, o ideal é que o
oficializar acordos verbais e precisam ser analisados tipo de cláusula pode ser número de itens seja mantido
evitar desencontros na hora com cautela: dependendo atrelado a acordos de não ao mínimo. “O excesso de
de redigir o contrato”, afirma do volume de diluição dos concorrência, que impedem vetos pode levar à ingerência.
Rodrigo Menezes, sócio fundadores, o drag along a criação de um negócios Em vez de receber um sócio,
do escritório de advocacia pode resultar na perda similares por sócios que corre-se o risco de ganhar um
Derraik & Menezes. indesejada da empresa. venham a sair do negócio. controlador”, diz Menezes.
72 pequenas empresas & grandes negócios ABRIL, 2017 FOTOS: FABIANO ACCORSI/Editora Globo, RICARDO JAGGER/Editora Globo
Alternativas para
a governança
Mesmo sendo uma empresa de gestão
familiar, a Keko sempre apresentou
altas taxas de crescimento. Em 2005,
o nosso faturamento anual já tinha ultrapassado
LEANDRO a casa dos R$ 50 milhões. Foi nesse momento
MANTOVANI, que os representantes do fundo gaúcho CRP nos
48 ANOS
procuraram. Eu não tinha a menor ideia sobre
KEKO como funcionava esse tipo de investimento. Por
O QUE FAZ: FABRICANTE DE isso, antes de tomar qualquer decisão, pedi para
ACESSÓRIOS AUTOMOTIVOS conhecer outros empreendedores do portfólio.
SEDE: FLORES DA CUNHA (RS) Queria entender como era a relação deles com os
FUNDAÇÃO: 1986 fundadores e me assegurar de que não estavam
FATURAMENTO ANUAL: buscando uma saída rápida. Paralelamente,
R$ 146 MILHÕES
contratei um escritório de advocacia para avaliar
FUNDOS:
R$ 20 MILHÕES* (CRP) os riscos e apresentar a proposta à família.
TOTAL CAPTADO: Passamos mais de dois anos discutindo os termos
R$ 20 MILHÕES com advogados e acionistas. Precisávamos de
*valor estimado tempo para analisar o perfil dos investidores e
suas exigências. No final de 2007, fechamos um
acordo que resultou na venda de 16% da empresa.
A partir daquele momento, passei a ser mais um
executivo da Keko. Hoje, se eu não bater 85% das
metas, terei que deixar o meu cargo à disposição do
conselho administrativo. Por outro lado, o acordo
que fizemos com eles nos dá maioria no conselho:
são três cadeiras para os fundadores e apenas uma
para a CRP. Seja qual for o nível de agressividade,
os fundos sempre vão tentar proteger os interesses
dos cotistas. Nada mais justo. Mas é importante
procurar alternativas que garantam um certo
controle sobre a governança do negócio.”
74 pequenas empresas & grandes negócios ABRIL, 2017 FOTO: FABIANO ACCORSI/Editora Globo
Razão vale
mais que emoção
Quando eu e o meu irmão Edenir
fundamos a Nexxera, em 1990,
ainda não existiam fundos
especializados em startups. Sem muitas
opções, aprendemos a nos virar com recursos
próprios e linhas de crédito. No início dos
EDSON SILVA,
anos 2000, após a bolha da internet, alguns 56 ANOS
investidores nos procuraram. Entre eles,
estava o Banco Opportunity, que fez uma GRUPO NEXXERA
oferta de R$ 15 milhões por 49% das ações O QUE FAZ: TECNOLOGIAS
da Nexxera. Para reforçar a proposta, eles PARA O MERCADO FINANCEIRO
SEDE: FLORIANÓPOLIS (SC)
nos adiantaram R$ 1 milhão como prêmio.
FUNDAÇÃO: 1990
Ficamos tão impressionados com o valor
FATURAMENTO EM 2016:
oferecido que concluímos a transação em R$ 150 MILHÕES
poucos dias. Mas, passado o momento de FUNDOS:
euforia, percebemos que o acordo poderia R$ 15 MILHÕES
se transformar em um pesadelo. As parcelas (OPPORTUNITY)
TOTAL CAPTADO:
seguintes estavam condicionadas a metas
DEVOLVIDO AO INVESTIDOR
de crescimento inatingíveis — o Opportunity
havia superestimado o potencial do mercado
e traçado uma estratégia baseada em ciclos
agressivos de endividamento. Uma semana
depois, devolvemos o cheque e protegemos
nossa participação acionária. Para aliviar
o clima de tensão, oferecemos ao banco a
prioridade em caso de venda futura. Desde
então, recebemos diversas ofertas de
investidores, algumas delas extremamente
sedutoras. Mas nenhuma chegou a um valor
que reflita o potencial da empresa. Para
manter o ritmo de crescimento, criamos um
fundo de caixa interno destinado à expansão
e aquisição de outras empresas. Hoje,
sabemos que é preciso ter cuidado para não
se deslumbrar com o prestígio e o dinheiro
dos fundos. As decisões de investimento
devem ser racionais, e não emocionais.”
INOVAÇÃO CORPORATIVA | Seis empresas que contam com programas de apoio para startups
PORTO SEGURO GOOGLE BRADESCO*
O que oferece: aceleração, escritório Programa: Launchpad Accelerator Programa: InovaBra
compartilhado, mentoria, viagem ao O que oferece: mentoria remota, O que oferece: aceleração, workshops,
Vale do Silício e aporte de US$ 50 mil aceleração em San Francisco e aportes mentoria e integração com executivos
Áreas de interesse: finanças, de US$ 150 mil (US$ 50 mil em do banco
mobilidade urbana, logística e TI dinheiro e US$ 100 mil em serviços) Áreas de interesse: seguros
Participação societária: 10% Áreas de interesse: tecnologia e tecnologias financeiras
Contato: contato@ Participação societária: não há Participação societária: não há
oxigenioaceleradora.com.br Contato: www.developers.google.com Contato: inovabra@bradesco.com.br
76 pequenas empresas & grandes negócios ABRIL, 2017 FOTO: CAIO CEZAR/Editora Globo
Proposta no guardanapo
Fechei o meu primeiro negociação. Quatro anos depois,
aporte em 2004, comecei a conversar com fundos
na mesa de um maiores, como o FIR Capital e a
restaurante de Belo Horizonte. e.Bricks. Foi nesse momento que
O investidor-anjo era um amigo descobri que um negócio sólido
do meu pai e escreveu a proposta vale bem mais do que qualquer
em um guardanapo. O valor era slide de PowerPoint. Nenhuma
algo em torno de R$ 100 mil. apresentação vai falar mais alto
Não sei se foi algo calculado, do que os dados de uma auditoria.
mas a simbologia do gesto fez Hoje, vejo muitas startups
com que que eu sentisse que tentando inflar o seu valor para
a oferta era inegociável. Como investidores. Mas trata-se de uma
estava praticamente sem dinheiro ilusão: se alguém investir R$ 10
GUSTAVO CAETANO, para tocar a empresa, aceitei na milhões na sua empresa, essa
34 ANOS, mesma hora. Em troca, ele ficou pessoa vai querer R$ 100 milhões
CEO da SAMBA TECH com cerca de 40% do que a de volta. Não adianta achar que
INVESTIDORES: FIR CAPITAL, E.BRICKS, INITIAL CAPITAL, Samba valia na época. Hoje, não sua startup vale bilhões se não
500 STARTUPS, RHODIUM E INVESTIDORES-ANJO
cederia nem 20%. Mas, na época, tiver ninguém disposto a pagar
TOTAL CAPTADO: R$ 20 MILHÕES
ainda não conhecia as bases de por isso — ou se você não é capaz
valor que envolvem esse tipo de de entregar um retorno à altura.”
Crescimento desgovernado
Quando criamos coisa que não recomendo
o Buscapé, em para ninguém. Mesmo tendo
1998, nenhum dos que abrir parte do controle da
sócios sabia como funcionava empresa, acho que foi uma
a indústria de venture capital, decisão acertada. A empresa
ou mesmo que ela existia. poderia ter morrido na praia
A ideia era fazer com que a sem o dinheiro dos fundos. Por
empresa crescesse a partir outro lado, as metas que vieram
das próprias receitas, assim com os aportes levaram a um
como uma padaria. Dois anos crescimento desorganizado.
depois, quando os bancos e Em 2007, o Buscapé estava
os fundos começaram a nos dividido entre pequenos feudos
procurar, percebemos que que disputavam o poder entre
ROMERO RODRIGUES, o mercado digital estava se si. Foi preciso um longo trabalho
38 ANOS, profissionalizando. Ficamos com de gestão e governança para
fundador do BUSCAPÉ COMPANY e sócio medo de que algum concorrente resgatar a cultura da empresa. Se
do fundo REDPOINT EVENTURES mais capitalizado matasse a eu pudesse mudar algo na minha
INVESTIDORES (BUSCAPÉ): BRAZIL WARRANT, operação. Acabamos fechando história com investidores, me
GREAT HILL PARTNERS, MERRILL LYNCH, PLATAFORMA
CAPITAL PARTNERS E UNIBANCO (ITAÚ) as primeiras rodadas mais por preocuparia mais com os efeitos
TOTAL CAPTADO: NÃO REVELADO (O BUSCAPÉ FOI ADQUIRIDO paranoia do que por necessidade, dos aportes sobre as pessoas.”
POR US$ 342 MILHÕES PELO GRUPO SUL-AFRICANO NASPERS)
Aberto a concessões
A partir de 2010, muito diluído e perder o controle
passei a ser procurado da operação. No final, me
por diversas mantive como sócio majoritário,
gestoras de private equity. Foi mas tive que atender às
nessa época que conhecemos exigências referentes a assentos
os representantes do Laço no conselho. Mesmo sendo
Management. A princípio, pensei minoritário, o Laço terminou
que não faria sentido negociar com o mesmo poder de voto dos
a entrada de um fundo na fundadores. No final, acredito
operação — nossa estratégia de que as duas partes saíram
crescimento sempre foi baseada satisfeitas. No entanto, se fosse
na expansão por franquias. Mas, levantar capital novamente,
como estava querendo acelerar escolheria um fundo com mais
ROBINSON SHIBA, a abertura de unidades próprias, experiência no meu setor. O Laço
48 ANOS, decidi continuar a conversa com é mais focado nos mercados de
fundador do GRUPO TRENDFOODS os investidores. As negociações energia e agropecuária. Temos
INVESTIDOR: LAÇO MANAGEMENT (EUA) duraram dois anos. Desde o início, um bom relacionamento. Mas
TOTAL CAPTADO: NÃO REVELADO sabia que precisaria pressionar em talvez tivesse sido melhor fechar
alguns pontos e ceder em outros. com um fundo que colocasse
Minha maior preocupação era ser mais conhecimento na mesa.”
TECNOLOGIA
SEM FRONTEIRAS
Felipe Datt Caio Cezar
Depois de conquistar mais de 600 contratos no Brasil, a Nanovetores, que desenvolve sistemas
inovadores de nano e microencapsulação de ativos para aplicação em cosméticos, têxteis e
fármacos, planeja ampliar sua presença no exterior. Para isso, a empresa catarinense fechou
parceria com 22 distribuidores, que estão levando seus produtos para 26 países
ONDE ESTÁ Fundada em 2008 por Ricar- como a fragrância e o conser- cubada, passou a participar de
A Nanovetores do Henrique Ramos, 44 anos, e vante. Esse contato resulta na feiras e eventos internacionais.
Tecnologia
tem sede em Betina Ramos, 39, a Nanoveto- oxidação e, consequentemen- “Aprendi que o cosmético tecno-
Florianópolis res tem uma trajetória fora do te, na perda de desempenho do lógico era bem-vindo em qual-
(SC) e emprega comum. Em poucos anos, a em- ativo, e o produto não entrega quer cultura”, diz Ramos. Os
40 pessoas
presa de Florianópolis (SC) foi o que promete. Para resolver o primeiros contratos de expor-
PARA ONDE VAI
incubada, captou recursos pú- problema, a Nanovetores desen- tação foram assinados em 2014,
A empresa blicos, colecionou premiações, volveu sistemas de nano e mi- com clientes da União Europeia
exporta para 26 conquistou contratos no exte- croencapsulação desses ativos. — o maior mercado de cosméti-
países. Entre os
principais estão
rior e transformou-se em socie- A encapsulação cessa a intera- cos global — e com empresas da
Espanha, Uruguai, dade anônima — com a chegada ção com os demais componen- Colômbia, do México, do Peru
México, Peru do fundo Criatec, em 2012. tes da fórmula, tornando-a mais e do Uruguai. “Desde então, te-
e China
Foi o foco na inovação em cos- estável. Já o uso da nanotecno- mos vendas efetivas, ainda que
méticos que chamou a atenção logia reduz o tamanho do ativo em pequenos volumes, para es-
do mercado, tanto no Brasil para que penetre melhor na pe- ses mercados”, afirma Ramos.
quanto no exterior. Com base le, aumentando sua ação. No final de 2015, a Nanovetores
nos estudos de doutorado em Os cosméticos são apenas decidiu ampliar a presença no
química de Betina, a Nanoveto- uma das verticais de negócios exterior, motivada pelas incer-
res criou uma tecnologia capaz da empresa, que fabrica 42 ati- tezas do mercado interno. Esse
de aumentar a eficácia de pro- vos para aplicação em produtos movimento tinha dois objetivos.
dutos de beleza. Para entender do segmento têxtil, de papel, ve- De um lado, fortalecer a expor-
como funciona, basta pensar terinário, alimentício e fárma- tação direta para clientes de me-
em um creme que tem o objeti- co, entre outros. A marca vende nor porte em países como o Uru-
vo de esconder rugas ou redu- os insumos para 600 clientes no guai. Do outro, marcar presença
zir a celulite. Tradicionalmen- Brasil — um distribuidor exclu- em feiras como a In-Cosmetics,
te, um ativo (como um óleo na- sivo atende ainda a 4 mil farmá- a maior do ramo no mundo, para
tural) é aplicado na formulação cias de manipulação. conquistar mercados mais ma-
do cosmético, em um processo A conquista do mercado in- duros e desafiadores, como os
de constante interação com os ternacional começou em 2011, da Ásia e dos Estados Unidos. A
outros compostos do produto, quando a empresa, ainda in- edição de 2016 da feira foi reali-
80 pequenas empresas & grandes negócios ABRIL, 2017 ILUSTRAÇÕES: BRUNO ALGARVE
Apoio:
Parceiro
institucional: Realização:
IDEIAS, ESTRATÉGIAS
E BOAS PRÁTICAS
PARA SUA EMPRESA
Edição: Marisa Adán Gil
e Mariana Iwakura
GESTÃO
Um guia completo
para aproveitar
as oportunidades
da recuperação
econômica
84
TECNOLOGIA
Saiba como montar
e utilizar um banco
de dados sobre
os clientes e suas
preferências
90
COMO EU FIZ
A história da Loja
Integrada, que
construiu uma
plataforma de criação
de lojas digitais e
fatura R$ 18 milhões
92
ILUSTRAÇÃO: RODRIGO FORTES ABRIL, 2017 pequenas empresas & grandes negócios 83
G E S TÃ O FINANÇAS
UM GUIA PARA A
RECUPERAÇÃO ECONÔMICA
O mercado começa a dar sinais de melhora em 2017. Os empreendedores devem ficar atentos à queda da
inflação, à redução da taxa de juros e à oscilação do desemprego para aproveitar as melhores oportunidades
-3,8% -3,6%
FONTE: IBGE, *Boletim Focus/Banco Central/março de 2017
AS PERSPECTIVAS DE
MELHORA VALEM PARA
TODOS OS SETORES?
Alguns segmentos apresentam prognósticos mais posi-
tivos do que outros. A indústria, que espera repor seus
estoques, deve se reanimar — assim como o agronegó-
cio, que prevê uma boa safra e maior demanda externa.
Mas os serviços e, sobretudo, o comércio, ainda apre-
sentam queda na atividade, em razão do recuo do po-
der de compra das famílias, do desemprego elevado e
do alto endividamento do consumidor.
DE VOLTA
AO PASSADO
Para driblar a inadimplência e recupe-
rar o poder de compra dos pacientes,
a franquia Odontoclinic desenvolveu
duas soluções de pagamento. O pri-
meiro é um cartão de crédito próprio,
que permite ao cliente parcelar o valor
da entrada do tratamento. O segundo
é um sistema de crédito recorrente.
Por meio de uma parceria com a
O CENÁRIO É PROPÍCIO
Cielo, a rede dá aos pacientes a opção
de usar o limite do cartão de forma
gradativa. Apenas o valor da parcela
é comprometido, e não a soma de
todas as prestações, como ocorre nos PARA CRESCER E SER
COMPETITIVO?
parcelamentos comuns.
O objetivo da empresa é retomar
os indicadores que a rede de clínicas
odontológicas ostentava em 2014,
quando cresceu 11,11%. Nos últimos Sim, mas é necessário repensar o negócio. “A crise força a em-
dois anos, a expansão foi bem diferen- presa a revisitar seus processos, equipes e produtividade,
te: 3,53% em 2015 e 2,84% em 2016. e aí está a chance de crescer”, diz Márcio Iavelberg, da Blue Num-
Nesse período, o índice de clientes que bers. Para ele, o segredo está em rever despesas, contratos, pra-
não fecharam negócio subiu de 30% zos de pagamento e recebimento e oportunidades de conquistar
para 50%. Os pacientes chegavam a outros clientes. “O momento não é de grande otimismo, mas po-
fazer a avaliação odontológica, mas
de ser a hora de analisar novos mercados — ainda inexplorados
recuavam porque não tinham como
ou desatendidos por empresas que fecharam — e adquirir con-
arcar com o pagamento. O principal
problema era pagar a entrada, que
correntes”, afirma Clemens Nunes, da FGV-EESP.
varia de 15% a 30% do tratamento e
pode chegar a R$ 1.800. “É cada vez
mais difícil encontrar quem tenha
esse limite no cartão”, afirma o sócio
Lucas Romi, 27 anos, que responde
pelas operações. O tíquete médio da
franquia, que conta com 130 unidades
em operação, também caiu. “Agora
mais pacientes optam pelos servi- É UM BOM MOMENTO PARA
ços de clínica geral, por R$ 600, em
detrimento de implantes e próteses, INVESTIR EM INOVAÇÃO?
que custam até R$ 6 mil”, diz ele. Além
disso, no biênio 2015/2016, a inadim- Depende. “É preciso olhar para o tipo de inovação que se preten-
plência subiu de 6% para 8,3%. de fazer e para o caixa da empresa”, diz Luciana Yeung, do Ins-
O lançamento das duas soluções per. Se a inovação é complexa e demanda altos investimentos,
de crédito deve ocorrer no segundo tri- não é uma boa hora. O processo exigiria planejamento e traria
mestre. “Não esperamos que elas nos retorno somente no longo prazo. Mas é possível pensar em ino-
façam crescer na velocidade de antes, vações que se traduzam em oportunidades mais rápidas, numa
mas sim recuperar os indicadores de
eventual retomada do setor. “A ideia é investir pouco e já testar o
três anos atrás”, afirma Romi. A rede
deve faturar R$170 milhões em 2017.
conceito, o mercado e a aceitação do público para dar um passo
à frente na largada”, diz Clemens Nunes, da FGV-EESP.
A QUEDA DO DÓLAR
DEVO APROVEITAR A BAIXA PODE ME PREJUDICAR?
DO DÓLAR PARA AUMENTAR A desvalorização do dólar é negativa para quem
A IMPORTAÇÃO DE INSUMOS? disputa mercado com produtos importados. “A
tendência é aumentar a competição por preço”,
O dólar já vinha caindo ao longo de 2016 — de afirma Clemens Nunes. Para sair ganhando, va-
R$ 4,05 em janeiro do ano passado para R$ 3,13 em le apostar no diferencial e na fidelização do pú-
janeiro deste ano. “A perspectiva é não cair além blico, sem esquecer a racionalização de custos
disso”, afirma Clemens Nunes. A estabilidade fa- e eficiência da cadeia produtiva. Por outro la-
cilita o planejamento dos negócios, mas vale lem- do, a queda da moeda estrangeira beneficia as
brar que a cotação do dólar está sempre sujeita agências de turismo, uma vez que aumenta a
ao humor da economia externa. Apesar do preço demanda por viagens internacionais.
convidativo, o empreendedor não deve aumentar a
importação de insumos só para garantir o câmbio
atual. “Antecipar a compra exigiria financiar capi-
tal de giro e assumir uma dívida com altas taxas O QUE DEVE ACONTECER
de juros”, diz o professor da FGV. A dica é fazer
contratos financeiros que permitam comprar os COM AS EMPRESAS
insumos a uma taxa prefixada e na medida da ne- EXPORTADORAS?
cessidade. São os chamados contratos futuros.
Os negócios que vendem para o exterior e o turismo
nacional voltado para estrangeiros também sofrem
DÓLAR R$ 4,04 com o câmbio mais baixo. Produtos e serviços ficam
(no dia 30 de janeiro)
mais caros no exterior e menos competitivos. “Para re-
R$ 3,13 sistir à queda do dólar não há outra saída a não ser re-
R$ 2,66 duzir custos”, afirma Clemens Nunes, da FGV-EESP.
R$ 2,42 Na frente comercial, ações de marketing podem ser
úteis para destacar o diferencial do bem a ser comer-
R$ 1,98 cializado. “Vale participar de feiras internacionais pa-
ra vender o conceito de produto brasileiro no exte-
jan/2013 jan/2014 jan/2015 jan/2016 jan/2017 rior”, diz Luciana Yeung, do Insper.
FONTE: Banco Central
DADOS VALIOSOS
A proliferação de canais de contato com o consumidor — centrais de atendimento, aplicativos,
mídias sociais, smartphones — permite que as empresas coletem mais informações do que
nunca. Os dados incluem e-mails, aniversários, endereços, hábitos de consumo e até mesmo a
renda mensal do cliente. Quem faz bom uso desse conjunto de dados sai na frente na hora de
tomar decisões estratégicas, planejar lançamentos e campanhas publicitárias. No Brasil, 79%
dos negócios já utilizam big data para melhorar o atendimento: essa é uma das conclusões da
Pesquisa Global sobre Gestão de Dados (The 2017 Global Data Management Benchmark Report).
O estudo foi realizado pela Experian com 1.400 empresas de oito países, incluindo o Brasil.
Felipe Datt Estúdio Siamo
USO CORPORATIVO
Como as empresas brasileiras aproveitam os dados coletados de seus clientes
47%
43%
40%
9%
14%
A qualidade dos dados
impacta na percepção e na 11%
confiança do consumidor
Tende
sobre a empresa a concordar
4%
3%
2%
27%
79% Melhoram o atendimento aos clientes
dados e na comunicação interna. O vendedor
72% Estimulam a confiança do consumidor
coleta o dia e o mês do aniversário, mas
59% Aumentam a receita esquece o ano de nascimento e prejudica
dos dados prospectados uma campanha baseada na faixa etária
55% Reduzem riscos
de clientes são imprecisos, do consumidor. Isso teria sido evitado se o
51% Ajudam a encontrar novas fontes de receita na média global colaborador soubesse o objetivo da coleta.”
40% Alavancam esforços de marketing — Fernando Rosolem, da Serasa Experian
40% Alavancam novas iniciativas
24% Proporcionam o cumprimento de regulações governamentais
RESPONSABILIDADE PELA QUALIDADE
1% Não sabe
Como as empresas globais veem o compartilhamento de funções
1% Não utiliza dados para incrementar os negócios
51% Há alguma centralização, mas muitos departamentos adotam
suas próprias estratégias para a qualidade dos dados
50%
31% É gerenciada por meio de um único diretor
das empresas globais usam os dados
para aprimorar o atendimento e 14% Todos os departamentos adotam sua própria estratégia
para a qualidade dos dados
proporcionar melhores experiências
4% Outros
aos clientes. No Brasil, são 79%
O DESBRAVADOR
DO E-COMMERCE
Na esteira da popularização da internet, Adriano Caetano, 39 anos, lançou três negócios
digitais bem-sucedidos. Fundada em 2013, a Loja Integrada nasceu com a missão de
permitir que qualquer empresa pudesse criar uma loja virtual. Hoje, é uma das maiores
plataformas de varejo online do país, com um faturamento anual de R$ 18,2 milhões
94 pequenas empresas & grandes negócios ABRIL, 2017 FOTOS: ANNA CAROLINA NEGRI /Editora Globo e DIVULGAÇÃO
Reportagens organizadas
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V I D A D I G I TA L Bruno Vieira Feijó
O TIGRE E O EMPREENDEDOR
33 mil
SEGUIDORES
Só na positividade
“As redes sociais são
ferramentas fantásticas
para engajar e inspirar as
pessoas. Procuro usar
esses canais para transmitir
mensagens positivas
e valores que podem
ajudar meus seguidores a
alcançar o sucesso na vida
profissional e familiar” Viva a Úrsula!
“A publicação mais popular
da minha timeline [2,9
mil curtidas] é a história
da Úrsula, uma mulher
que bateu no meu carro
estacionado e deixou
um recado oferecendo
para pagar o conserto”
AMIGOS
46,5 mil
Hora dos negócios
“Gosto de divulgar minhas A vida sem
palestras e viagens, além
de dar visibilidade aos meus streaming
negócios, como Mundo “Não acompanho séries no
Verde, Taco Bell, Ronaldo Netflix. Também não tenho
Academy, Topper e Rainha” conta no Spotify. Mas vou
bastante ao cinema com
meus filhos adolescentes”
20,1 mil
CONEXÕES POST DA DISCÓRDIA
LinkedIn inspiracional “Na última viagem que fiz à Tailândia, em
“Estou no programa de 2016, publiquei [no Instagram] uma foto com Passaporte carimbado
influenciadores do LinkedIn um tigre lindo. Logo depois, meus seguidores “Meus perfis também
desde 2015. A plataforma é me alertaram sobre as condições servem para compartilhar
uma boa maneira de fazer lamentáveis com que alguns parques do visitas a outros países. Fiz
conexões de negócios país tratam os animais. Me arrependi do sete viagens internacionais
e divulgar artigos com passeio e deletei o post imediatamente” no ano passado — três
ideias em que acredito” delas para a China”
98 pequenas empresas & grandes negócios ABRIL, 2017 FOTOS: MARCIO SCAVONE / DIVULGAÇÃO, THINKSTOCK E REPRODUÇÃO