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Em pé proximo dos corredores do grande palácio de Ventobravo, Fuhua, um pandaren de

estatura média, trajado com vestimentas formais semelhantes a cultura humana. Postura
reta e com as patas superiores agarradas umas nas outras nas costas. Rigoroso com a
própria estética, perfumado e cabelos laranjas-claros bem penteados. Olhos azulados como
o mar em dia claro e sem nuvens. Rosto de pelagem branca com pigmentos alaranjados
com um bigode longo de poucos fios, com uma bijuteria da cultura de seu povo na ponta.
Assim se vestia sempre que necessário em assuntos diplomáticos, financeiros ou reuniões
de interesse da guilda. Mesmo assim, sempre manterá uma aura tranquila e serena.
Sempre preferiu o diálogo e negociações em vez de conflitos entre espadas e magias, mas
não negligenciara em viver num mundo forjado em guerras. Aprendera as artes dos
seguidores de YU'LON, a Grande Serpente de Jade, e util⁹iza os ensinamentos adquiridos
para auxiliar quem precisasse, como foi no caso da Rosa dos Quatros Ventos no fim da
guerra contra os Orcs e a Legião em Draenor. Provara seu valor na guilda, chegando ao
cargo de Administrador Financeiro e Conselheiro.
Ao seu lado,
Batendo impaciente as garras escurecidas das patas inferiores no piso e de coluna reta
para cruzar os braços do corpo robusto de ombros largos. O worgen de quase o dobro do
tamanho do pandaren, pelagem em tons de ruivos-escuros, incluindo a juba, e
esbranquiçado conforme se aproxima das partes frontais do corpo. Não fazia questão de
utilizar as armaduras para o tronco, preferindo usar um enorme cinturão com o crânio de
alguma espécie de sabre que cobria-lhe pouco mais da metade do abdome quase sem
definição e marcado por uma enorme cicatriz que iniciava do ombro esquerdo e seguia
cruzando o tronco até ser oculto pelas calças de malha e placas negras e douradas na
perna direita. Sua mandibula avantajada deixava as presas superiores a frente do focinho
largo no rosto no rosto que segui-se de pelos brancos na parte superior, terminando ao
redor dos olhos vermelhos. Na lateral direita, uma cicatriz cruzava a boca, faltando um
pequeno pedaço dos lábios. As orelhas pontudas, com exceção a esquerda que está
faltando metade do comprimento, óleo por um corte limpo e preciso provavelmente
consequência de uma de suas batalhas contra alguém que sabia como manejar armas de
pequeno porte. O restante do corpo, pernas, antebraços e pernas, protegidos por
resistentes armaduras de obsidium. Tranças da barba e da juba com dentes de raptor nas
pontas, tatuagens brancas de toalhosem óo9909
N s de garras iniciavam do peitĺlĺppĺĺllĺ lpĺloral, passando pelos ombros e pelas costas,
braçadeiras e colares com presas e ossos de suas caçadas complementam seu visual.
Normalmente carregava dois pesados machados, porém não julgou necessáriio nessa
ocasião. O pandaren tentara dissuadi-lo dessa aparência tribal e usar algo mais formal - e
algum perfume - , mas worgen só o respondeu com um bufo. Odeia tais frescuras de
riquinhos e políticos
Mas desta vez teria que aguentar.
Ambos esperavam no grande salão onde aqueles que tinha horário marcado com a familia
Lackester aguardavam para serem atendidos. Restava apenas o worgen e o pandaren, os
únicos restantes.

- Uma hora esperando nessa merda. – disse o worgen de voz gutural, olhando fixamente
para a porta fechada qual qual saíram os últimos civis nobres daquela noite.
- Na verdade – iniciou o pandaren, erguendo a cabeça para encarar o enorme worgen,
falando tranquilamente - Apenas se passaram vinte minutos. A Auditora deve estar
resolvendo algumas pendências antes de nos atender.

O worgen bufou balançando a cabeça negativamente.

- Dane-se. Para mim, parece uma hora.

O pandaren apenas limitou-se em dar de ombros.

Esperaram por alguns minutos até um mordomo com um suite preto abrir a porta e os
chamou pelos seus nomes:

- Capitão Ralfwur Hoil Grodan, Administrador Fuhua Pata-Verde. Acompanhem-me.

Ralfwur tomou a dianteira do pandaren, entre Fuhua e o guarda. Percorreram por cima de
um longo tapete azul e poucos móveis sustentando pequenos com variadas espécies de
flores nos corredores largos e iluminados por luminárias à óleo. Diversas portas em
ambos os lados no correr,muitas com pouco menos de dois metros e dez de altura. Prédio
antigo, porém bem preservando

- Ela não nos chamou para vermos o escritório dela. Preciso que você manere em
suas palavras e deixe que eu conduza a conversa.

- Por que? Acha que ela vai pular em meu pescoço se eu a mandar se foder?

O mordomo olhou sob os ombros, observando o worgen por alguns instantes antes de
voltar a fitar o caminho. O pandaren respirou fundo suspirou:

- Olha. Colabora, tudo bem? Complicar mais só causará resultados que não agrada
à ninguém. A Guilda está em com as amarras apertadas e nós, eu e você, - apontou
duas vezes para o worgen e para si mesmo - Vamos afrouxar os nós. Pelo menos
dessa vez não mande alguém à merda.

Viraram a esquerda, seguiram reto, viraram a esquerda novamente e depois subiram as


escadas até chegar no andar acima e logo nas primeiras portas do corredor, o guarda
parou, bateu três vezes na porta.

- Entre. – disse uma voz feminina

Ao abrir, Auditora Melissa Lackester sentada atrás de sua mesa retangular no centro do
cômodo. Os longos cabelos morenos, lisos e soltos, cobrindo parcialmente a testa e caindo
sobre os sutils ombros. Rosto limpo de qualquer imperfeição, nariz fino, trajando um vestido
sofisticado de coloração de azuis e dourados. Batom da cor dos lábios e brincos dourados
imitando a forma da lua minguante. Em seu pescoço delicado, um colar dourado com três
pequenas bijuterias que imitavam figuras de crianças. Seus braços estavam sob a mesa
com os dedos de unhas feitas segurando um aos outros. Seus belos olhos esverdeados
fixaram no primeiro a atravessar a porta.

Primeiro a entrar foi Ralfwur, inclinando o corpo para passar pela passagem feita muito
antes da Aliança ter diversos novos aliados. Já Fuhua, adentrou a sala dando sutis tapas no
corpo, retirando a sujeira e alguns pêlos ruivos que, eventualmente, grudaram no tecido. O
mordomo que os acompanhou fechou a entrada.

O salão não era tão grande. Um tapete redondo e azulado cobria o centro da sala de
azulejos brancos. As quatro paredes de rochas esbranquiçadas, incluindo acima da porta,
havia três tipos de quadros com bordas de madeira escura pintados por um artista hábil:
Um grande e oval no centro, retratando alguma pessoa desconhecida para os dois
convidado. Dois com o mesmo formato geométrico do maior, porém retratando paisagens.
No teto a cinco metros de altura, um grande lustre de ferro pigmentado de dourado
mantinha acesso diversas velas de chamas firmes que balançaram somente na
movimentação da porta. As janelas abaixo dos quadros estavam todas fechadas por uma
cortina azul e macia. Havia um armário e duas pequenas mesas nos cantos no lado da
porta. Na parede qual mulher estava de costas, uma entrada de porta dupla de madeira
escura estava à poucos um um metro e meio de distância da mesa. Além da bela mulher
um homem completamente equipado com armaduras dourados e brancos estava a posto no
canto direito da sala próximo da Melissa, portando um longo manto branco de bordas
douradas. Sua face completamente oculta pelo elmo Nas costas, uma longa espada
repousada na bainha.
Ralfwur o observou, erguendo sutilmente as orelhas pontudas e apertando os olhos.
Pessoas com elmos fechados o irritava, não via seus rostos, suas feições, como se
quisesse ocultar algo. O silêncio perdurou por alguns segundos antes de Fuhua deu um
passo a frente do Capitão antes de falar:

- Belo lugar, Auditora Melissa. - comentou o pandaren curvando rapidamente perante


ela. É a primeira vez que ele, e Ralfwur, se reuniam na sala onde Melissa
trabalhava.

Fuhua esbanjou um sorriso em direção a Melissa, que não o retribuiu, ficando com o rosto
inexpressivo ao fitá-lo. Não perdendo a compostura, observou tanto o que havia em sua
esquerda quanto à sua direita, percebendo mais nenhuma cadeira além da qual a Auditora
está sentada.

- Os moveis também são belos. Deve tê-los comprado na loja a poucas quadras
daqui. Suponho que as cadeiras de visitas estejam guardadas em algum lugar. Onde
estão para eu pegá-las?

Melissa esticou os dedos das mãos, encostando apenas as pontas com pontas.

- Eu as guardei, pois não há motivos para vocês sentarem. Nossos problemas aqui
se resolverão rápido.
O sorriso no rosto de Fuhua não correspondeu ao seu olhar preocupado.

- Então, Auditora Melissa. - iniciou o pandaren, recuperando a compostura.- Viemos


conforme marcado. Qual o assunto a ser tratado nessa rápida reunião ?

Ela fitou o rosto simpático do pandaren.

- Vocês sabem o motivo de eu tê-los chamado para esta reunião.

- Sabemos? - Indagou Fuhua, erguendo uma das sobrancelhas. - Fizemos algo que lhe
desagradou, Auditora?

- Desde os eventos os últimos eventos da guerra, a Rosa dos Quatro Ventos tornou-se...
ausente de suas obrigações para com a Aliança. Última vez que recebi o relatório de
operação foi ao ataque a Daz'lador. - O pandaren mantinha o semblante calmo a todo
momento. Respirando tranquilamente deixando-a falar - E faz semanas que nao recebo
nenhuma satisfação ou qualquer retorno da Guilda qual eu financiei.

Fuhua sorriu sutilmente para Melissa.

- Bom, Auditora. A guerra no território dos Zandalari nos custou muito, como fora
mencionado no último relatório entregue. Perdemos bons soldados e os poucos que ainda
estão a nossa disposição precisam de mais perícia para participar de outro confronto em
larga escala. Por isto, decidimos nos afastar das grandes missões e focarmos em nossos
contratos de merce...

- Administrador Fuhua - interrompeu. Sua voz saia com firmeza e sem falhas - Posso não
estar nesse cargo a muito tempo comparado com o antigo e falecido Auditor Roderick, mas
já lido com pessoas e instituições a bastante tempo. Então vamos direto ao ponto.

- Ótimo. Já estou cansado dessa merda. -

Ralfwur à encarou. Ela ergueu a cabeça e devolveu-lhe a encarada.

- Então explique-se: Por que o afastamento de vocês para com as obrigações da Aliança?
Esqueceu de quem os comanda?

O clima da reunião tornou-se mais pesado. Qualquer sorriso, mesmo que social,
desaparecerá. O pandaren respirou fundo, como se soubesse a resposta que o worgen
daria. Ralfwur observou novamente o guarda costas da humana, descruzou os braços e
inclinou o corpo diante de Melissa, abaixando um pouco o pescoço para fitar os olhos
esmeraldas da Auditora. Melissa, por sua vez, levantou-se da cadeira tranquilamente.

- Porque EU quis. - Disse Ralfwur em tom alto e forte, exalando seu bafo de carniça.
Melissa fechou os olhos, virando o rosto para o lado enquanto prendia a respiração. Fuhua
elevou ambas as patas em direção ao rosto, cobrindo a face peluda. O worgen prosseguiu:

- Meus membros só devem satisfações à MIM. E não a daminhas que se escondem


atrás de uma mesa, escondida feito rato! Que fala bonito só porque comeu um
dicionário!

O silêncio mórbido dominou o recinto, guarda costas permaneceu imóvel, observando cada
movimentação do worgen brutamontes. Auditora recuperou a postura, porém sua
expressão tornou se mais séria, sobrancelhas apertadas formando quase uma linha reta
sob o nariz. Olhos quase semi-cerrados. Os lábios espremidos. Elevou uma das mãos até o
ombro e esfregou como se estivesse sujo. Após isso, respondeu:

- Veja como fala, worgen. Sua Guilda está sujeita a nossas leis. Às nossas ordens. Às
nossa causa. Foi você que assinou o contrato. Contrato cujo salvou a Rosa dos
Quatro Ventos da falência e a sua detenção. Caso tenho se esquecido, worgen,
você tem muito a que responder ao Leão. Eu perdi noites de sono somente para
resolver os problemas que você causou. Fiz mais do que deveria para manter a sua
organização. Vocês ainda tem que pagar, e muito, antes de começar a pensar em
se tornar uma organização independente. Fui clara?

Fuhua tentou tomar a dianteira do assunto. Porém, o Capitão posicionou o enorme braço a
frente do pandaren.

- Eu não dou a mínima, humana. Da mesma forma que vocês não dão a mínima para
os SEUS soldados!

A voz gutural do worgen reverberou pela salaProferindo palavras entre rosnados e com
nitida raiva.

- Ralfwur, chega! - gritou Fuhua

- E você não acha que estamos fazendo o possivel?! Não acha que estamos
tentando vencer essa guerra?! - ela elevou a voz, tentando equiparar-se ao do
worgen.

- Tenho certeza! Enquanto Greymane e Anduin ficam brincando de "Pai e Filho",


verdadeiras famílias são DESTRUÍDAS EM VÃO por culpa de vocês! Muitos
sacrificaram tudo por essa porcaria de "rei" simplesmente por NADA! Eu farei o que
é certo de fazer, e não o que um moleque frouxo ao lado de seu mascote ridículo
querem!

O worgen sequer se preocupara em esconder seu ódio em suas palavras, arreganhando os


dentes amarelados e mantendo um rosnado ao término. Suas pupilas se encolhiam cada
vez mais em direção a mulher, que apenas manterá a postura reta e com os braços para
trás.
- Fuhua. - proferiu no tom habitual - A Rosa dos Quatro Ventos terá um novo Capitão

O Capitão avançou sob a mesa. Agarrando as extremindades e esmagando a madeira com


a força de suas mãos. Encarou fundo os olhos da pequena humana, que ameaçou recuar,
porém realizou o oposto. Estufou o torso e devolveu a encarada. Levantou uma das mãos,
com a palma aberta, indicando para que seu Guarda Costas parasse de avançar com
armas em punho. Não desviou o olhar em nenhum momento de Ralfwur, que rosnava
incessantemente, chegando a escorrer saliva por entre os dentes pontiagudos.

- Fuhua - disse, mantendo a voz firme - Reúna a Bússola e nomeiem um novo


Capitão. A partir de hoje, Ralfwur Hoil Grodan está deposto de seu cargo e de
qualquer função na Rosa dos Quatro Ventos.

O Pandaren ficou desnorteado com a situação.

- Você não manda em nada, mulher. A Rosa é minha, sou eu quem decide! Quero
que a Aliança inteira se foda!

O pandaren uma de suas pequenas patas num dos ombros do worgen.

- Capitão. Não há mais nada a fazer aqui. Não piore mais as coisas.

Ralfwur permanece mais alguns segundos encarando a humana. Bufando, corpo


tensionado. Bastaria um único amando do trinco para matá-la como um coelho que ousava
brincar diante do predador. Tal Tentação lhe batia ao ritmo dos batimentos cardíacos
acelerados, impulsionando sangue quente nas veias que saltam ao longo do corpo. Afastou
as garras da mesa, afastando o corpo e, por fim, dando as costas para a humana.

Ralfwur tomou a dianteira, andando em passos pesados. Abriu a porta, fazendo-a bater
contra a parede, assustando um guarda da Aliança que fazia vigia ao lado da mesma.
Fuhua fez uma reverência rápida e desajeitada diante da Auditora, apressou-se ate a
saida. Antes de fechar a porta, fitou a mulher de cabeça baixa com os cabeças caindo sob a
face, permanecendo em pé e com os braços esticados sob a mesa quebrada.

Dizendo nada, fechando os olhos e inclinando sutilmente a cabeça, o pandaren fechou a


porta.

Nao precisaram de guia para encontrar a saida. Pelas ruas de pedras em Ventobravo,
Ralfwur andava a frente de Fuhua. As longas tranças que percorriam a larga costa do
worgen, do queixo e balançavam constantemente. Mesmo após anos passando pelos
distritos de Ventobravo, especialmente agora devido aos desabrigados pela guerra contra a
Horda, os o misto de reação dos habitantes ainda eram presentes. Seu aspecto selvagem
lhe trazia muitos olhares de desconfiança, medo, nojo e indiferença, até mesmos para os
elfos noturnos. E é bom que fosse assim, principalmente depois do encontro com Melissa.
Fuhua lhe seguia calado, girando constantemente, de um lado para o outro, os fios de
cabelo de seu longo e fino bigode. Caminhando como se estivesse em piloto automático
enquanto os olhos mexiam de um lado para o outro, visualizando coisas ocultas ao redor.
Constantemente balançava a cabeça negativamente e murmurando coisas. No fim,
massageou as têmporas, soltando um demorado suspiro de cansaço.

- Você nos enfiou numa enrascada, Capitão Ralfwur. Não existe nada, nadinha de
nada, nenhuma brecha para contornar essa situação. Eu entreguei todos os
relatórios para você! O que você fez com eles?!

O worgen não esboçou nenhuma reação além de continuar caminhando em direção a


saída de Ventobravo.

- O problema é a Aliança?! Nos perdemos muitos, sim! Mas essa raiva não deveria
ter sido direcionada a facção inimiga em vez na coitada da Auditora?

Capitão permanecera em silêncio por alguns segundos antes de dizer:

- Não faremos mais nada por aqui.

- Uma decisão assim não deve ser tomada sem a aprovação da Bússola, você sabe.

Ralfwur parou de imediato diante do pandaren, quase fazendo-o atingir a cabeça em seu
abdômen.

- Agora não é hora de perca de tempo, Fuhua! A decisão já foi tomada! Vamos sair
da Floresta de Elwynn ainda hoje.

- Tomada só por você? - Fuhua elevou o tom de voz - Você está passando por cima
das regras que você mesmo criou, Capitão! Você acha que todos aceitarão essa
decisão assim do nada, sem nenhuma explicação? Quem seguira alguém que não
cumpre aquilo que impõe?

Ralfwur permaneceu calado enquanto encarava o pandaren. Mesmo que quisesse sair da
Floresta de Elwynn o mais rápido possível com tudo que ele construiu na guilda ao longo
dos anos, porém teria que passar pela regra que criou para elevar a confiança do
Conselheiros e membros para consigo. Mesmo não querendo admitir, Fuhua tinha toda a
razão.

- Tá certo. Vá com a sua tampa de bueiro para a guarnição e alerte todos os


conselheiros. Faremos a reunião quando eu chegar!

Fuhua abriu a boca para protestar contra o insulto de chamar o Disco Pandarênico de
"Tampa de Bueiro", mas perceberá que não valeria a pena. Fechando os olhos, afastou os
pensamentos agitados da mente, ergueu dois dedos a frente do rosto e a outra mão aberta
usando como base, deixando o Chi esverdeado fluir pelo corpo. Em instantes; o Disco
Pandarênico aterrissou calmamente ao lado do pandaren. Assim que levantara voo para a
guarnição, o worgen colocou as patas dianteiras ao chão e saiu em disparada para o
mesmo destino de Fuhua.

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- Absolutamente não, Capitão!

A draenaia de voz altiva, cabelos negros e chifres que contorcem para trás da cabeça
fez sua voz ecoar para além do recinto da guarnição da Rosa dos Quatro Ventos reservado
para reuniões entre os conselheiros.
Uma sala grande e oval, com paredes de pedra esbranquiçada, teto de gesso e uma
luminária pequena de chamas fracas, o suficiente para iluminar a mesa marmore com
pouco mais de seis metros de comprimento e um e meio de altura. A única entrada e saída
é através da porta dupla de três metros de altura. Não continha nenhuma cadeira para os
cincos, quatro conselheiros e o Capitão, sentarem para discutir ideias e decisões. Foi uma
medida proposital para forçar a exaustão física.
Normalmente os Conselheiros trajavam longas túnicas negras que ocultavam-lhes a face,
e o capitão beberia uma poção ilusória qual fariam com que todos tivessem a mesma
altura, forma física e vozes diferentes das atuais. Um procedimento baseado na regra que
ninguém ali dentro falaria como se apresentam, mas sim como - e somente - as direções
para o Capitão. Porem, devido as circunstâncias e ao horário que entrara na madrugada,
tais preparatórios foram dispensados.
Hat'aly balançava a cabeça negativamente. Completamente nervosa.

- Tu colocaste a nós numa enrascada. A falta de teu comprimento com Auditoria nos
torna parceiros de ti. Se não obedecermos ela, a guilda inteira será fechada!

- E o que importa?! A Aliança não nos trouxe benefício nenhum desde o começo
desta guerra! Vamos procurar outra base, e agir por nós mesmos!

O Capitão bateu o dedo indicador na mesa de mármore.

- Pares de falar como todos nós te apoiasse! E Todo Reinos do Leste pertence a
facção agora! - disse Hat'aly

- Você sabe muito bem que Sylvanas sacrificou o território para tentar matar os
Líderes da Aliança. Se não fosse pela Jaina, a guerra teria terminado ali - disse o
elfo noturno ee cabelos curtos e esverdeados, com poucas rugas na face e sem
pelos faciais. - Única vitória que tivemos foi matar o rei dos Zandalari.

- E não foi uma grande vitória? - questionou Fuhua.

- Quer realmente comparar isso com a Queima de Teldrassil? Sequer foi estabelecido
uma base! A criança inconsequente preferiu SAIR! PARA QUE? Deixar outro
assumir o poder e enfiar uma espada no bucho dele?! - Gritou Ralfwur
- Meça tuas palavras, Capitão. Fora isto vos colocou neste impasse!

- Rei Anduin pode ser jovem, mas está fazendo o possivel para nao baixar ao nível
da morta-viva. - fora a vez de Heithan dizer.

- Claro! Soltando prisioneiros e enquanto botam fogo na cidade! - Disse Ralfwur com
sarcasmo em sua frase.

- Não importa mais! A discussão aqui é que decisão tomaremos a respeito do


Capitão. - disse a draenaia

Por trás das portas, os seis Guerreiro dos Ventos, os guerreiros de elite da guilda, também
foram convocados para aguardar o término da Reunião. Pois as próximas ordens mudariam
completamente o rumo da Guilda.

Ania e Rebert, dois irmãos, com pouco menos de 22 anos, ladinos de pele morena e
cabelos escuros, trajados com seus equipamentos negras de subterfúgio - com exceção as
ombreiras - aguardavam no corredor. Ambos próximos da porta com os ouvidos atentos aos
berros que por ela passavam. Ania, a ladina de cabelos até os ombros e magra, com uma
tatuagem no olho esquerdo que fazia referência aos dos elfos noturnos, estava quase com
o ouvido encostado na porta. Seu irmão, Rebert, com corte bem curto e igualmente magro
e com a mesma tatuagem, porém no olho direito, espelhava sua irmã no gesto.

- A coisa está pegando fogo lá dentro. - disse Ania com sua voz jovem

- Parece que o Capitão fez mais uma cagada. Dois estão dando sermão, um está
indiferente e um acho que o apoia. - complementou Rebert, visualizando a sua irmã
concordando com um leve aceno com a cabeça.

- Capitão fazendo merda? Novidade.

Fora Hurar quem comentou. O piromante anão de cabelos e barba longas e loiras, trajado
uma roupas uma camiseta regata e marrom, cinto negro com fivela de aço e uma calça de
marrom-escuro.

- Primeiro, ficou revoltado com o Rei por não ter conseguido conter os prisioneiros.
Segundo, ficou doidinho da cuca no ataque da Horda a aquela cidadezinha de
Kul'Tiraz. Terceiro, ficou nervoso por Aliança voltar de Zandalar...

- Esta insatisfeito ? Por que está aqui ainda?

As palavras vieram de Valurth, o worgen druida de pelos acinzentados e brancos, olhos


azulados e com diversos apetrechos feitos de penas, ossos e algumas pedras exóticas. De
físico atlético e entorno de dois metros e dez de altura, com shorts de couro marrom-claro
com pelegos alaranjados de alguma espécie de felino fixados nas laterais e atrás da
vestimenta. Estava sentado no chão com as pernas semi-cruzadas.

- Não é insatisfeito. O Capitão age como se tivesse a solução para a guerra! E quem
é você para dar pitaco na situação, cachorro do mato!? Tudo que o Capitão manda
fazer, tu faz correndinho! - Hurar encarou o druida, apontando o dedo em sua
direção, falando rapido e agressivo.

O worgen rosnou, mostrando os dentes. Ameaçou avançar sob o anão, ficando de joelhos
com uma das garras usando como apoio e a outra levantada a altura dos ombros, pronta
para desferir um golpe.

- Opa, opa, opa! Vamos parar! Não é momento para confusão agora! - A gnoma
Gracin ativou os dispositivos nas botas, fazendo-a elevar-se a alguns centímetros
de altura do anão e do worgen. As longas hastes metálicas a mantiveram
sustentaram firmemente seu pequeno corpo posicionado entre os dois. Fitando com
seus grandes óculos redondos mecânicos com mais duas lentes embutidas acima
da qual esta usando, contendo um botao nas laterais que trocariam de lugar em
poucos instantes.

Ambos observaram a figura de cabelos azulados e equipada com armaduras de placas que
lhe cobriam o corpo , com os braços esticados em direção de cada e com as mãos envoltos
em luvas de metal abertas para ambos.

Hurtar e Valurth apenas ignoraram a ignoram, moveram para outro lado do corredor e
continuaram a discutir. A gnoma se irritou, colocando os braços de punhos fechados junto
ao corpo e tremendo de raiva por ter sido ignorada.

- Voces não finjam que Não estou aqui! Quem vocês pensam que são!

Enquanto os três discutiam, uma worgenin de pelos tão negros quanto a escuridão
permanece de braços cruzados, com as costas apoiadas na parede juntamente com uma
das patas. Trajada com roupas de couro azuladas com bordas prendendo pequenas
pelagens de animais menores. Desde que fora chamada, permanece quieta e com olhos
fechados, como se estivesse em profunda concentração. Indiferente a tudo que acontecia
ao seu redor. Preferia ser chamada de Silenciosa, seu nome original é desconhecido até
mesmo pelo Capitão.
Sua orelha se mexeu ao captar som de passos, passos apressados se aproximando da
worgenin. Armadura pesada devido ao barulho de metal. Estatura média, nao é pesado.
Vindo do inicio do corredor qual leva a sala de reuniões. Ela levantou as pálpebras apenas
o suficiente para que seus belos olhos amarelados visualizassem a figura que se
aproximava. Uma mulher humana com o elmo carregando abaixo do braço, armaduras
idênticas de guardas de ventobravo, com exceção da coloração preta onde era o azul, uma
espada de duas mãos feitas de aço branco e com o tabardo de cor preta com o símbolo das
direções dos ventos em dourado. Sua face estampava sua preocupação. Sobrancelhas
levemente caidas, respirando através da boca aberta e segurando apertado o capacete.
Silenciosa apenas acompanhou a humana com os olhos quando a mesma passou em sua
frente. Ao notar a presença da humana, Gracin, Hurtar e Valurth imediatamente
bloquearam o caminho.

- Pare ai! - exclamou Gracin, esticando a palma da mão.

- Os conselheiros estão ocupados. - Hurtar se posicionou ao lado da gnoma.

- O chefe está em reunião. - Valurth ficou atrás do anão, erguendo o tronco, as


orelhas pontudas e arqueando os braços.

A humana bateu continência diante dos Guerreiros dos Ventos, dizendo:

- Possuo informações urgentes para o Capitão! Ele precisa saber Agora!

Valurth moveu sutilmente a cabeça para o lado, fazendo logo uma careta de curioso. Hurtar
levantou o cenho e a Gracin levantou o óculos e disse:

- O que é essa noticia para ser tao urgente?

Ao dizer, os três arregalaram os olhos, se viraram para Rebert e Ania, gritando para saírem
do caminho da guarda. Ela abriu a entrada da reunião num impulso, fazendo com que as
portas chocassem contra a parede e chamando a atenção dos cinco. Ralfwur que estava
com o corpo inclinando para frente e com ambas as mãos apoiando na mesa de mármore,
diante de Hat'aly virou em direção guarda, antes que pudesse esboçar qualquer palavra,
ela falou em alto e claro:

- Capitão Ralfwur! Soldados da Aliança estão em frente da Guarnição! Eles exigem a


sua prisão!

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O pequeno batalhão da Aliança posicionou metros da entrada da guarnição que


sustentava as enormes bandeiras da Rosa dos Quatro Ventos. O oficial de cabelos negros
e bigode volumoso, com o musculoso corpo protegido pelas armaduras da Aliança, Rodolfo,
o Astuto, lidera a frente do comando do batalhão. Com um único sinal de uma de suas
mãos, cinco soldados se posicionaram a sua frente, ajoelharam com as carabinas
preparadas e apontadas em direção do worgen segurando dois grandes machados feitos a
partir de ossos e metal, caminhando entre duas muretas da fachada do estabelecimento,
junto com os Conselheiros, e os Guerreiros dos Ventos e alguns mercenários curiosos a
respeito da confusão.

- Olha só quem eu estava com saudades. O grande Vira-lata. - Esperou que mais
curiosos saíssem da guarnição para então prosseguir - Ralfwur Hoil Groda, você
está preso por Desacato a Autoridade, Ameaça a Coroa, Insubordinação, Roubo,
Traição e Canibalismo! - este dois últimos fez questão de elevar mais a voz

Enquanto Rodolfo pronunciava seus crimes diante de todos, um raiva bestial crescia dentro
de si implorando para ser liberta, apertando os cabos dos machados enquanto rosnava.

- Mentira! - Vociferou o worgen você não tem provas de nada!

- Não tenho? - Rodolfo ergue uma das mãos para o alto. Um pacote de documentos
com o símbolo da Aliança - Um dos Conselheiros, aproxime-se e entregarei os
relatórios com evidências das acusações!

Ralfwur deu um passo, os soldados ergueram os rifles em direção a sua cabeça.

- Eu vou! - disse Heithan ao erguer as mãos.

Rodolfo sorriu ao vê-lo se voluntariar. Ambos se conheciam, Heithan e Rodolfo trabalharam


junto na época da última investida da Legião Ardente, principalmente depois que o
Capitão acusado sofreu uma tentativa de assassinato. O Oficial ajudou, a contra gosto, na
localização, porém sempre questionando a índole ou atitudes que Ralfwur tommara naquela
epoca.

- Não mirem nele. Está do nosso lado concentrem-se no worgen.

Heithan deu a volta pelos soldados e ficou frente a frente com o oficial. Olho no olho.

- Espero que isso não seja brincadeira, Rodolfo.

- Nunca brinque em serviço, Heithan. Minhas suspeitas se confirmaram, você verá


tudo.

ROdolfo ergue o pacote diante de Heithan e o entregou nas mãos.

- Abra, leve aos Conselheiros e para mais quem queira ver que "Aquilo" - visualizou o
worgen com o canto dos olhos. Ele rosnava, com musculatura tensa, pronta para
investir se lhe faltasse um pingo de sanidade. - não passa de um monstro.

O Conselheiro abriu o pacote separado com fitas numerando o cada conjunto de relatório,
contando, no total, sete casos investigados pelos agentes da AVIN.

- Vera no final de cada relatório aue estes documentos são verdadeiros, assinado por
responsáveis da guarda e da AVIN. Cada palavra que aí está é verdadeira.
Nada disse. Heithan foi lendo rapidamente cada caso, mesmo que demorasse horas, todos
ficariam onde estão. RAlfwur não mencionar uma palavra a respeito do pacote, observando
o seu conselheiro e a expressão do mesmo se fechando a cada virada página.
Heithan elevou uma das maos ate a boca. Apertando-a como uma forma de oprimir os
sentimentos que cresciam dentro de si. Com o pacote ainda aberto, caminhou até onde
encontravam-se os Conselheiros. Ralfwur tentou chamar sua atenção, porém o ignorou
quando passou pelo Capitão. Entregou um caso para cada Conselheiro que permaneceram
a pouco mais de dois metros do Acusado. Deixando o pacote com Fuhua. Todos analisaram
os documentos que continham análises de casos sobre canibalismo. Dados de cortes,
tamanho das pegadas, tamanho das garras, relatos de testemunhas e fotos de todas as dos
crimes. Locais danificados por possíveis batalhas que ali ocorreram. Também continha fotos
das vítimas, ou o que sobrou delas. O worgen sequer virou para fitar os conselheiros, não
elaborou nenhuma linha de argumentação. Nada. Apenas ficara ali, segurando ambos os
machados e encarando o sorridente Rodolfo, satisfeito por ter arrancado a máscara do
Capitão da Rosa dos Quatro Ventos.

- Pela Luz… - disse Hat'aly, indignada.

Ela virou-se para os Guerreiros dos Ventos, Garra Silenciosa e Valurth deram as costas,
voltando para a guarnição, Aina e Rebert disputam para pegar o relatório das mãos da
Draenaia, mas, no fim, entregou nas mãos de Hutar. Heithan entregou o seu para Ania e
Fuhua para Rebert, porém ficando com o pacote.
Ao constatar que todos aprovaram a validade do documento, disse em alto tom:

- Ralfwur Hoil Grodan, largue suas armas e ajoelhe-se. Você será preso pelo resto de
sua vida!

- Miserável…- o worgen pronunciou lentamente as palavras.

No fim, sentiu algo tocar-lhe ao lado dos ombros. Ao observar sobre os ombros, Fuhua
segurou o bastão de bambu com uma garrafa de cerveja Pandarênico preso a ponta.

- Renda-se. Ralfwur. - disse Fuhua, encarando-o.

Observou também Hat'ali sacar sua grande maça Draeneica com um enorme minério rocho
na extremidade. Kerla'thel imbuindo magia das estrelas nas mãos. Heithan ficará de braços
cruzados, fitando-o como fosse aquilo que costumava combater: Monstros.
Ralfwur tornou a fitar o batalhão de Ventobravo com sobrancelhas apertadas, respirando
forte e cada mais mais rápido, como se a fúria lhe consumisse a cada segundo. Quando
chegou ao ponto de explodir em raiva, ouviu passos ligeiros aproximando-se. Um vulto
passou ao lado de Fuhua agachou abaixo do bastão e o transpassou com as lâminas das
adagas. O pandaren só perceberá a Garra Silenciosa quando posicionou a lamina na altura
dos ombros, refletindo a luz das chamas das clareiras ao redor prestes a desferir um golpe
na jugular. Esquivou-se, pulando para trás.
Um rugido seguido por uma risada ecoou no campo. Raizes envolveram os soldados com
rifles, prendendo suas pernas, troncos e ebtrabdo pela saida do tiro das armas. Hat'ali olhou
para os lados e encontrou Valurth com as garras fincadas no solo, emanando energia da
natureza. Então segurou a maçã com uma das mão, concentrou o poder da Luz na mão
vazia, cujo formou um martelo brilhante para arremessar no traidor, porém ouviu explosões
de bombas abaixo de seus cascos e uma enorme cortina de fumaça ergueu-se, cobrindo
aqueles que estavam a frente da guarnição.
A ladina arremessou todo seu estoque de bombas de fumaça por todos os lados.

- ATIREM! ATIREM, PORRA! - gritou Rodolfo enquanto tentava se livra das raizes,
senso ajudado por soldados da segunda fileira.

O oficial percebeu uma sombra se locomovendo entre a nevoa, recuando algo que
empunhava na altura da cabeça. Quando se deu conta agachou-se para trás dos atiradores
no exato momento em que um enorme machado voou sobre sua cabeça, atingindo o
soldado como se uma bala de canhão atingisse o alvo.
Os atiradores não conseguiram efetuar os disparos devido às raízes ao redor das armas.
Soldados da segunda linha sacaram suas adagas e espadas de uma mão correram para
auxiliar os seus colegas presos.

- Mas que fumaceira, diacho! Nao consigo ver nada! - reclamou Hurtar.

Gracyn ajustou seus óculos ao pressionar os botoes nas laterais. O aparato emitiu um
barulho metálico ao ajustar as lentes para visão térmica, avistando, assim, as duas figuras
lupinas correndo sob quatro patas para fora de alcance.

- Estão fugindo! Sudoeste! Sudoeste!

A draenaia imbuiu o corpo com a magia que gastará no martelo, fazendo-o emanar uma
aura brilhante em cores de dourado. O elfo concentrou nas mãos os ventos. Ao mesmo
tempo, ambos lançaram seus feitiços. Hat'ali explodiu a energia sagrada para fora do corpo
ao mesmo tempo que Kerla'thel lançou os ventos como se fossem tufões. No mesmo
instante a fumaça espalhou pelo ar, dissipando.
Um dos atiradores se livrou das amarras que o prendiam, posicionando a carabina na
direção em direção aos fugitivos. Avistou algo com canto dos olhos saindo do arbustos
próximos, o worgen druida que os enraizaram. Mirou no exato momento em que ele se
transformou em um grande felino acinzentado com marcas únicas do druidismo próximos
do pescoço, atirando quando o mesmo tocou no solo, atingindo-lhe o quadril.
Rugiu em dor. Valurth capotou ao chão, com toda a musculatura ligada a pélvis enrijecida
pela dor pela bala que fragmentou. Uma névoa esverdeada cobriu o corpo felino,
desaparecendo após voltar a sua forma worgen. De dentes serrilhados e olhos
arreganhados, deitado de bruços sob o apoio de um dos braços, concentrou a magia de
cura aprendida tempos atrás, acobertando a mão livre com a magia esmeralda. Antes de
usar, recebeu um chute na cabeça de botas de metal, apagando no mesmo instante.
Rodolfo encontrava-se em pé diante do druida criminoso. Ainda havia algumas raizes
pequenas presas entre as brechas das armaduras.
- Cavalaria! - Gritou - Atrás deles! Matem se for preciso! - em seguida apontou em
direção a Sudoeste.

- Senhor! Esta completamente escuro floresta a dentro!

- Rodolfo deu meia volta, caminhando como se quisesse voar no pescoço do


cavaleiro com seu cavalo armadura ao lado.

- Tochas, luminosas, essas merdas todas existem para que?! - O oficial parou a
menos de dois centímetros de distância, encarando-o nos olhos do cavaleiro com a
mesma altura.

Antes de qualquer resposta fosse dada, uma enorme coruja passou sobre ambos,
guinchando enquanto sumia na penumbra.

Sob quatro patas, arrancando a terra e vegetação que nela havia com suas grandes garras,
Ralfwur se afastará a pouco mais de um quilômetro da base da Rosa dos Quatro Ventos.
Logo atras, Garra Silenciosa o seguida sem grandes esforços. Passaram por árvores,
saltaram sob pedras e buracos. Correram sem temer a escuridão e animais que dela se
aproveitavam para caçar. Percorreram quase toda a região, passando pela fazenda da
família Campedra e parando num pequeno rio que passava entre a fazenda e a Guarnição
da Ribeira D'Oeste. Agachado e cansado por cruzar quase todo a região, o worgen utilizou
a água para umedecer o rosto a nuca, em seguida juntando com ambas as mãos e
despejando na boca. A worgenin apenas o observou depois de certificar a um bom
perímetro que estavam seguros.
Limpando a boca com um dos antebraços, disse alto e furioso, tornando sua voz mais
rouca que o de costume:

- Desgraçada! Vadia miserável! Vou matar ela e jogar seus ossos do oficial e
daqueles merdas de conselheiros!

Socou o solo como uma marreta sob o prego, olhando fixo para o punho fechado.. Garra
Silenciosa nada falou. Apenas aproximou-se dele, que prosseguiu:

- Garra, vamos Cerro Oeste, se tiver alguém fazendo guarda na fronteira, vamos
passar pelo rio ou qualquer outra forma de passar. De lá, seguiremos para Angra do
Butim

Com passos tão suaves quanto as folhas que caiam ao chão, a worgenin ficou frente a
frente com o worgen, não se importando em molhar as patas na beirada do pequeno lago.
Ela baixou o pano que cobria a própria boca e observou amigavelmente os olhos vermelhos
do, outrora, Capitão. Apenas os sons das folhas do topo das árvores sendo balanceadas
pelas brisas e a forte respiração de Ralfwur quebravam o silêncio entre os dois.
Quando o worgen abrira a boca, o dedo indicador de garra afiada tocou em seu largo
focinho. Garra repetiu o gesto com a outra mão, porém no próprio focinho. Ralfwur mudou
de expressão aos poucos suavizando os músculos do rosto, deixando a mandíbula
sutilmente abaixada e sua respiração se acalmar. As orelhas, antes quase apontadas para
as nuvens que cobriam o céu estrelado, baixaram para entre as pelagens de sua juba
quando Garra passou a mão pelo seu rosto e massageou a devagar a orelha esquerda.
Inevitavelmente bandeou a cabeça buscando apoiar-se na mão quase fechando os olhos.
No término, sentiu algo em uma de suas mãos. Abaixou a cabeça e vislumbrou um pequeno
colar contendo uma presa esbranquiçada, identificando rapidamente que o objeto. Ergueu a
cabeça rapidamente, pronto para questionar a atitude da Garra Silenciosa, porém ela não
estava mais a sua frente. Sumindo como um fantasma diante da Luz.
Olhou para um lado, olhou para o outro. Levantou e deu uma volta em torno de si, numa
tentativa de achar qualquer sinal da worgenin. Mas não encontrará nada além de penumbra.
Uma sensação incômoda iniciou-se acima do peito, como se pequenas agulhas
perfurassem até os músculos. Espalhou pelos braços, pelo pescoço, pelo abdômen e
pelas pernas. Um sentimento estranho. Uma dor sem feridas. Um parasita infestando o
corpo sem consumi-lo, acelerando o coração e fervendo o sangue. Fechou os punhos e
apertou a ponto dos braços tremerem e reduzir o objeto que segurava em fragmentos. A
fúria por todos que lhe deram as costas. Por todos todos que sustentavam as cores azuis e
douradas. Por qualquer um que não fazia o certo. Ganhou a faísca que precisava para
incendiar tudo aquilo que um dia jurou a dar a própria vida para defender.

Um galho se partiu.

O worgen virou bruscamente em direção ao som que vinha das costas. Diversas raízes
entrelaçaram as pernas, os braços, o tronco e o pescoço. Como um animal selvagem,
forçou o corpo a se mover para qualquer direção, partindo as amarras, porém mais surgiam.
Sob rugidos rasgou, puxou, empurrou e mordeu. Seus pernas firmaram na terra e logo ficou
cada vez mais difícil se mexer, equilibrando a disputa de força. Ouviu passos esmagando as
folhas a frente acompanhados de uma voz familiar:

- Por que, Ralfwur? - A silhueta se aproximou, abrindo os olhos dourados, com os


braços a frente do corpo de mãos abertas e dedos esticados e contraídos
levemente, manando a magia druidica. - Você cuspiu em tudo que forjou, nos traiu, e
tornou-se o que pregava em combater!

Os olhos raivosos do worgen focaram-se em Kerla'thel, arregalando-os quando o elfo parou


a poucos metros adiante.

- Cala a boca!

As raizes envolta de um dos braços do worgen romperam, pegou as que estavam no


pescoço e puxou, partindo-as. Kerla'thel, evocou mais raízes para segurar o braço e o
tronco, colocando mais firmeza nos dedos e tentando abaixar os braços, porem tambem
nao conseguia movê-los. O worgen rugiu em fúria

- Por quê, Ralfwur?!


O worgen moveu ambos os braços, estilhaçado as raízes que seguravam as pernas e as
coxas, conseguindo assim dae um passo à frente antes do feitiço do druida o estagna-lo
novamente

- Foda-se! - Gritou entre rosnados - Porquê eu QUIS! - A expressão de raiva e nojo


domínio a face do elfo. - PORQUE FOI A MINHA VONTADE!

Ralfwur moveu os braços e rasgou as raízes que prendiam pelo torso, moveu dois passos
em direção ao druida. Kerla'thel usou mais da magia porém, ao dar dois passos para trás, o
worgen se libertou por um momento, se aproximando mais do elfo ate a distancia entre eles
nao passar mais de três metros, sendo envolvido pelo feitiço novamente.

- Não faça isso! Não faça aquilo! Lute por isso! Morra para aquilo! Pelo Rei!

Ralfwur usou as pernas para libertar o tronco, deu dois passos e trouxe os braços para
frente do corpo. Nesse processo, as raízes se partiram, mas algumas ainda continuam
envoltas ao redor do worgen. Não demorou muito para que partissem e mais o envolvessem

Kerla'thel permanecia firme em seu lugar. Não recuará nenhuma vez. Seu rosto
completamente coberto pelo suor, que também umedecia suas proteções de couro. Seus
dedos sequer se moviam. Estava gastando muita energia para tentar segurá-lo

- Um rei de merda!

Avançou para frente, diferente de antes, as raízes cederam ao movimento e, no fim,


apertaram.

- Uma cidade de merda!

Mais um passo. Desta vez foi mais brusco, sequer deu tempo do elfo controlar as raízes.
Sendo obrigado a evocar mais algumas, envolvendo maior parte no torso e pescoço ao
perceber que o worgen respirou fundo.

- UMA FACÇÃO DE MERDA!

Kerla'thel moveu suas mãos a frente da face e, no exato momento em que o worgen gritou,
fechou o punho de ambas as mãos. Espinhos surgiram ao longo de todas as raízes do
druida, perfurando o worgen antes do mesmo se libertar.
Ralfwur deu três longos passos e desferiu o golpe com suas garras no local onde o druida
estivera a poucos instantes. Acertou apenas a nuvem esmeralda com penas enormes. Um
clarão acertou seu corpo, sentindo o impacto da batida como se uma própria estrela caísse
em sua cabeça. Em seguida, outro impacto, vindo de um forte clarão alaranjado como se o
próprio raio do sol lhe atingiu. Uma ligeira tomando conta do corpo, contudo facilmente
suportável. Deu meia volta ao sentir o cheiro do elfo contra a brisa, fitando em direção ao
rio. Um lucinante, uma espécie de criatura com aparência de coruja humanoide, gorda, com
grandes penas cinzas e pretas espalhadas pelo corpo, olhos amarelos e grande galhadas
na cabeça, girava em círculo os braços erguidos, com magia imitando formas estelares. Os
símbolos druídicos denunciavam ao worgen que seu rival se transformara naquela ave.
Quando o worgen esboçou sua corrida quadrúpede, Kerla'thel baixou bruscamente os
braços. Um forte raio solar iluminou a região do campo de batalha, atingindo o worgen que
protegerá os olhos com as mãos. Calor intenso penetrando entre as feridas causadas pelos
espinhos, intensificando a ardência. Sem perder o worgen de vista, usou novamente os
membros superiores para fazer um semi-círculo cada um, em direções opostas. Ao se
encontrarem, juntou as pontas das pequenas garras na outra mão e levou até a altura do
abdômen, acumulabdo cada vez mais da magia alaranjada que brilhava entre os seus
dedos. Arremessou ao guinchar. O feitiço mal atingira o alvo e lançou outra, mais outra e
mais outra. Os feitiços percorriam como raios em meio a escuridão, atingindo o worgen e
explodindo com o impacto. Cada magia canalizada com sucesso lhe preenchia de poder
arcano. Alterou a natureza do próximo feitiço, erguendo o báculo para metros acima de
Ralfwur e criando estrelas prateadas que atingiam por onde caiam. Quando o enorme raio
solar sob o worgen dissipou, o acúmulo do arcano em seu corpo tornou-se o suficiente para
encerrar o confronto. Esticou os braços até a altura dos ombros, fluidos de magia
ergueram-se metros acima de seu corpo, formando pequenas estrelas que acumulavam em
um ponto formando um pequena esfera de energia que crescia o dobro do tamanho a cada
segundo que mantinha canalizado. Preparando a magia conhecida como Lua Cheia, uma
forte concentração de magia arcana formando a imagem da lua.
Avistou algo arremessado em grande velocidade em sua direção. Esquivou. Para o lado,
deixando que o enorme machado passasse a poucos centímetros de seu corpo e acertando
a árvore logo atrás. O feitiço que canalizava se desfez sumindo pelo ar da noite. Sentiu a
terra tremer quando o worgen avança desenfreadamente em sua direção com a bocarra
aberta e com as garras prontas para saciar sede de sangue.cruzou o braço na horizontal,
raízes romperam do chão. O worgen as golpeou, dilacerando-as.
Ralfwur estava com feridas abertas por todo o tronco, sangue do corpo escorrendo,
manchando os pelos e as armaduras das pernas, manchando a vegetação em vermelho
escarlate. Não demonstrou fraqueza em nenhum momento, pelo contrário, tudo lhe
auxiliava para deixar em estado de fúria descontrolada, em um frenesi imparável. Ergueu
uma das garras prontas para descerem como uma guilhotina no corpo do condenado. O
druida esquivou, pulando para o lado oposto pelo qual as garras desceram. Armará outro
golpe com outra garra, mas antes que pudesse desferi-la, o Luciante rugiu alto como um
urso, obrigando o worgen a tampar os ouvidos para nao ter os tímpanos estourados.
Kerla'thel aproveitou o desnorteio do inimigo, acertou a ponta do báculo na cabeça lupina,
arrancando-lhe saliva e sangue, acumulou feitiços dos ventos em ambas as mãos,
concentrou tudo em uma única mão e arremessou no tórax de Ralfwur. Folhas ao redor
voaram devido a forte ventania comparando-se a um Tufão, erguendo areia, grama e o que
mais estivesse à frente.
Só não arrastara o worgen.
Ralfwur o agarrou pelo braço com sua mão calejada, o levantou sob a cabeça e, na mesma
velocidade qual o ergueu, desceu como um martelo contra o solo. O druida guinchou, o
worgen rugiu. Ergueu de novo, mais um guinchado. Mais um rugido. Continuou batendo o
druida contra o solo como se fosse um boneco de pano nas mãos de uma criança
revoltada. Pena desprendem do animal druídico, sendo levadas pelos ventos da
madrugada. Por fim, arremessou contra uma árvore.
Kerla'thel tossiu sangue ao pôr-se de joelhos, corpo latejava de dor, principalmente o braço
usado como um punhal. Sequer o movia. Concentrou-se em magia curativa noutra mão
enquanto observou seu agressor, caminhando em sua direção, esmagando a vegetação
abaixo das patas e encarando-o da mesma forma que um predador para com a caça.
Sangue Pingando entre as garras, respiração tão forte quanto de um kodo. Ralfwur não
esperou o luciante realizar a cura. O catou pelas pernas, o arrastou pelo solo, arrancando a
vegetação e passando sob pedregulhos até arremessa-lo a metros do chão, subindo para
além das copas da árvores.
O druida guinchou e um ciclone formou ao redor do próprio corpo, mantendo-o nas alturas
por tempo o suficiente para se transformar em coruja. Voando irregularmente para longe do
confronto, deixando para trás os altos uivos do worgen.

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