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FA - DIVERSIDADE, DIREITO E GLOBALIZAÇÃO

O caso dado vem destacar as muitas situações nas quais o ser humano se manifesta como fruto de
sua identidade social e cultural. De fato, o local onde nascemos e vivemos, a população residente, os
costumes, as vestimentas, a língua, a alimentação, enfim, tudo que gira em torno da comunidade são
valores com os quais se constroi uma identidade social e cultural no cidadão.

O tem gira em torno de concepções individuais e coletivas sobre valores fundamentais de liberdade,
da igualdade e das minorias.

Assim, Abdullah, mesmo tendo nascido no Egito, adquiriu sua identidade social e cultura em país
competamente oposto àquele, na Espanha, onde foi morar com 4 anos de idade. Quando já com a
idade de 20 anos o jovem demonstra sua plena adaptação ao meio em que construiu sua vida. Sua
idade justifica suas posições político-sociais. Vive o momento em sua vida no qual quer expressar seus
pensamentos, quer ser ouvido, quer mudar o mundo ao seu redor. Isso explica sua adesão ao
Movimento Nacionalista pela independência da região Basca, um movimento social.

Os Monvimentos Sociais são as atuações de grupos que têm o objetivo de alcançar mudanças sociais
ou questionar atitudes da população, principalmente dos governantes, quanto à decisões
sócio-políticas de um sistema social. Tais conflitos ocorrem em oposições aos valores vigentes numa
sociedade inseridos em situações específicas.

No entanto, a identidade social adquirida pode estar diametralmente oposta à da comunidade em


que se está envolvido. Há a existência do antagonismo de ideais. Um grande e subjetivo processo de
construção simbólica de opostos. A diferença faz parte da construção da identidade.

Nota-se esse processo subjetivo com o jovem Abdullah. Tendo se identificado com este movimento
separatista basco por ter estabelecido uma identidade com os interesses, valores e objetivos de luta
em defesa dos valores bascos em meio à comunidade Espana, ABdullah reage favoravelmente ao
grupo minoritário (movimento Nacionalista pela independência da região Basca) em oposição àquele
majoritário (população Espana).

O Nacionalismo reside em circunstâncias onde somente ideias relacionadas a certos grupos nos quais
os membros de uma ordenação política estão em pleno acordo entre si. O nacionalismo tem a ver
com território delimitado, obediência a um governo único, pertencimento aos mesmos valores
culturais, agrupamento político.

No caso dado, o movimento Basco foi visto como nacionalista ao extremo, o que gerou reações contr
á rias por parte de outros cidadãos Espanos, assim como do governo Espanhol. Al é m das
reivindicações pelos ideais Bascos, o grupo Nacionalista no qual Abdullah se filiou, buscou reinvindicar
também a dissolução da região basca do território espanhol.
Nesse viés territorial, o multiculturalismo sugere um pluralismo cultural onde várias culturas possam
interagir umas com as outras de maneira harmônica e disciplinada. No mundo multicultural não há
espaço para isolamento cultural. Com a expansão mundial dos espaços geográficos através dos meios
modernos de comunicação, tornou-se obrigatória a tolerância entre os povos sobre seus vários
modos culturais. Por isso, as diferenças existentes entre o Povo Basco e os Espanhois poderiam ser
enfrentados de maneira mais tolerante. O multiculturalismo prega o respeito às diferenças,
privilegiando a cultura ao indivíduo.

Essa teoria é facilmente identificada através da revolta das entidades de defesa dos Direitos Humanos
e das Minorias, que não poupou esforços em defender o jovem idealista.

Acrescenta-se que, diferentemente, o cosmopolitanismo defende o princípio de que o mais


importante é poder respeitar o indivículo imerso no universo de culturas, onde toda e qualquer
divergência cultural é reduzida a segundo plano e harmonizada ante ao mais importante a ser levado
em consideração: o indivíduo. É uma posição mais reltivista, pois foca na cultura e nas diferenças.

O Cosmopolitanismo acaba por justificar ações mais violentas entre os cidadãos, tais como aquelas
sofridas por Abdullah.

Parece-nos que esta foi a linha de pensamento adotada pelo governo Espanhol. Cosmopolitano,
quando efetuou a prisão de Abdullah com a justificativa deste estimular a desordem pública. A visão é
de que os valores culturais são menos importantes do que as pessoas existentes na região. Todos
deveriam se considerar espanhois o suficiente a ponto de negar qualquer divisão da região, mas
buscando uma nação de culturas internas diferentes.

Por fim, a Globalização pode ser considerada a maior de todas essas transformações do mundo, fruto
do padrão econômico capitalista. Na verdade, o espaço geográfico da Terra se funde num só através
das relações econômicas, social, cultura e política mundial, transformando o ambiente cultural de
todas as nações. Os costumes e as tradições passam a ser de domínio público de todos os
“internautas”, mas ao mesmo tempo, preferidos por aqueles que detém suas origens. Isto distingue
as muitas culturas mundiais.

CONCLUSÃO

Os movimentos sociais são essenciais para a criação de novos valores culturais através da expressão e
apresentação de demandas sociais. Potencializa-se isto com o processo de globalização
econômico-sócio-cultural propiciado pelo desenvolvimento dos meios de comunicação e informação.
O “bum” da tecnologia da informação ofereceu ao ser humano expandir os limites das fronteiras
geográficas dos relacionamentos. Os movimentos sociais alcançaram maior vizibilidade, obtiveram
maior atuação e passarm a contar com total credibilidade para defender aquilo que se tornou um
direito indispensável a todos nós: os Direitos Humanos.

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