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Geografia

Movimentos separatistas

Teoria

Introdução
Quando pequenos, somos apresentados por nossos professores ao mapa dos países do mundo, e
acabamos por naturalizar os limites territoriais ali estabelecidos. É comum que a gente pense que
os Estados Nacionais sempre, ou pelo menos há muito tempo, estiveram definidos dessa forma.
Porém, isto não está correto. Existem muitos territórios nacionais que declararam independência
recentemente, ou seja, literalmente se tornaram um país há pouco tempo.

Um exemplo disso é o que ocorre em países africanos, que sofreram com o neocolonialismo
europeu, e apenas a partir dos anos de 1960 começaram a declarar sua independência nacional,
contra a posição de colônia de países europeus. O Sudão do Sul, por exemplo, é o país mais recente
a ser estabelecido, tendo se tornado uma nação independente em 2011. Outro exemplo é o Leste
Europeu: com o fim da Guerra Fria e dissolução da União Soviética, muitos novos países foram
criados.

O termo “separatismo” se refere a regiões que estão estabelecidas dentro de um limite territorial
nacional, mas buscam a emancipação, a sua independência nacional e autonomia política. Vamos
ver alguns casos do que tem rolado pelo mundo?

Ásia

Índia e Paquistão – a questão Caxemira


A região da Caxemira é uma área em disputa muito militarizada que, em função da disputa entre
Índia e Paquistão, tem sofrido com atentados terroristas em seu território. Para entender o atual
conflito, é importante relembrar que, até 1947, não existia Índia, Paquistão ou Bangladesh. A área
continental que hoje corresponde a esses países era a Índia colonizada pelo Reino Unido.

A partir do fim da Segunda Guerra Mundial, a Inglaterra começa a perder suas colônias. A Índia
consegue fazer sua revolução de forma pacífica, com a ajuda e influência de Mahatma Gandhi, e
conquistar a independência. Acontece que a região contava com diferentes religiões e culturas,
entre hindus e muçulmanos, que possuem não somente religião, mas uma cultura e um modo de
vida muito diferentes. Essa diferença religiosa influenciou a divisão territorial entre Índia (maioria
hindu) e Paquistão (maioria muçulmana).
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Fonte: https://www.dn.pt/opiniao/opiniao-dn/leonidio-paulo-ferreira/caxemira-questao-nao-e-india-
retaliar-mas-sim-com-que-furia--10592497.html

A região da Caxemira foi dividida entre as colônias da Inglaterra. O Tibete chinês ficou com uma
porção do território e a Índia ficou com a maior parte. A Caxemira, porém, é de maioria muçulmana.
Ademais, é uma importante região estratégica, sobretudo em seus recursos hídricos, além de ser
uma rota comercial que liga os países do Oriente. Em fevereiro de 2019, houve um grande ataque
terrorista na região e a Índia acusou o Paquistão de ser o responsável pelo atentado. Nesse contexto
de disputa, a Índia posicionou mais de 500 mil soldados na região, por medo de ataques e
manifestações. A Caxemira, desde então, se encontra extremamente militarizada.

Outro ponto importante é o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP) de 1968, que
não conta com Índia e Paquistão como signatários. Ambos possuem armas nucleares, o que
significa uma espécie de afronta entre os países. Diferentemente de um investimento militar
ostensivo, as armas nucleares são um tipo de ameaça indireta, em que ninguém quer ser o primeiro
a atacar. Em função dos ataques terroristas na região, em que ambos os países se acusam, a tensão
vem crescendo.
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Coréia do Norte e Coréia do Sul


Apenas olhando o mapa ou ouvindo o nome dos países, é fácil imaginar que houve uma ruptura
entre nações naquela região. A Guerra das Coreias foi o primeiro embate bélico durante a Guerra
Fria. Claro que isso pode suscitar uma questão: a Guerra Fria foi de fato “fria” para quem? Lembre-
se de que no contexto de fim da 2ª Guerra Mundial, somado ao desenvolvimento e uso de bombas
atômicas, imperava um clima de tensão e medo ao redor do mundo, sobretudo em conflitos dessa
natureza. Cerca de 3 milhões de pessoas morreram nessa guerra.

Em 1910, o Japão, que na época contava com forte poder bélico e militar, ainda tinha uma postura
um tanto imperialista com os países asiáticos, conquistando até mesmo territórios chineses, além
de colonizar a Coréia, que permaneceu como colônia até o fim da 2ª Guerra Mundial. Foi um longo
período de exploração de recursos naturais, de trabalho, até de pessoas, que eram obrigadas a irem
para guerra, por exemplo.

A dominação colonial foi acentuada na Coréia. Houve a tentativa, inclusive, de estabelecer o japonês
como língua oficial da região. Em 1945, com as bombas de Hiroshima e Nagasaki, que destruíram
as cidades japonesas, foi decretado que o Japão havia perdido a guerra. Com isso, na Conferência
de Potsdam, envolvendo EUA, Reino Unido e União Soviética – os vencedores da 2ªGM – diversos
acordos sobre a reorganização geopolítica do mundo começaram a ser decididos, incluindo o
tratado para independência da Coréia. Foi acordado que a União Soviética declararia guerra ao
Japão e, em troca, teria uma zona de influência no processo de independência da Coréia, na parte
norte, até o paralelo 38, coordenada geográfica que corta imaginariamente as Coreias.

Localização do paralelo 38º

Pelo receio do crescimento do comunismo na região, em contexto de Guerra Fria, os EUA ocuparam
a parte sul. Enquanto os coreanos almejavam a independência, seu território se tornava uma zona
de conflito físico entre os sistemas que competiam para se tornarem hegemônicos no mundo.
Deste modo, cada país fixava a sua ideologia, os russos no Norte e os estadunidenses no Sul, com
a promessa da liberdade. Porém, a bagagem ideológica permanece. A partir dessa divisão, dois
governos são desenvolvidos, um em cada parte das Coreias. Entre 1948 e 1949 encerraram-se as
ocupações soviéticas e americanas na península. Mas será que isso permanece? Ambas as Coreias
haviam se tornado repúblicas com regimes autoritários e nacionalistas. Apesar do norte almejar o
comunismo e o Sul almejar o capitalismo, ambos queriam a unificação e hegemonia territorial, o
que tornava o clima bem tenso. O Norte era dirigido por Kim Il Sung e o Sul por Syngman Rhee. O
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presidente da Coréia do Sul vinha de uma linha conservadora de direita e pregou o anticomunismo,
e em 1987, instaura-se uma democracia parlamentar na Coréia do Sul.

Dessa forma, mesmo com a retirada da União Soviética e dos EUA, governos de ideologias opostas
queriam unificar a Coréia. No contexto externo, a China já havia sido dominada por Mao-Tsé e
consolidava seu apoio soviético, assim como ideologias e sistemas comunistas. Isso abriu brecha
para que o comando da Coréia do Norte tentasse invadir a Coréia do Sul, com apoio da União
Soviética em equipamentos e da China em equipamentos e soldados. Nesse período, entre junho e
setembro de 1950, a Coréia do Norte ganhou bastante território. Mas esse ataque justificou uma
postura combativa extrema da Coréia do Sul. Durante a Guerra Fria, as Coreias se tornaram um
simbólico campo de batalha. Foi quando os EUA decidiram ajudar a Coréia do Sul.
“Bombardeávamos tudo que se movia” afirmou ex-secretário de Estado americano Dean Rusk. Com
esses reforços da ONU, o contra-ataque empurrou os norte coreanos para o norte, invadindo até
mesmo a capital Pyongyang, em novembro de 1950. A China decidiu intervir e ajudar com um novo
contra-ataque. Importante pontuar que os EUA não queriam que a guerra chegasse à China, com
medo dos conflitos nucleares. De contra-ataque em contra-ataque, estabeleceram-se as trincheiras
na fronteira do paralelo 38, entre 1951 e 1953. Sem muitos avanços, houve um armistício em 1953.
Armistício é o mesmo que uma trégua, um acordo que suspende temporariamente as hostilidades
entre os lados envolvidos no conflito. Foi criada uma zona desmilitarizada na fronteira, porém não
houve acordo de paz! A ideia de cessar fogo em 1953 não deixa claro se virá de fato um acordo de
paz ou a ausência definitiva de conflitos físicos ou nucleares.

A questão do TNP (Tratado de Não Proliferação) e as armas nucleares na Coréia do


Norte
Com o armistício de Panmunjom e uma indefinição de um acordo de paz entre as Coreias, o futuro
era incerto. Nesse sentido, com essas incertezas, a Coreia do Norte buscou desenvolver seu
programa nuclear na década de 1960, com o apoio da União Soviética, recebendo novos aportes na
década de 1970. Porém, com o enfraquecimento da URSS na década de 1980, os Estados Unidos
buscaram uma aproximação com a Coreia do Norte. Assim, em 1985, é assinado pela Coreia do
Norte o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares. No final dos anos 90, Kim Jong-il, que
sucedeu seu pai Kim Il Sung, começou a desenvolver um míssil balístico de longo alcance,
fundamental para viabilizar a utilidade de uma arma nuclear, o que aumentou as tensões com os
Estados Unidos. Em 2002, depois do atentado de 11 de setembro, o então presidente dos Estados
Unidos, George W. Bush, incluiu o país norte-coreano no que classificou de “Eixo do Mal”, com
Iraque e Irã. A Coreia do Norte não possuía relação com células terroristas, mas isso revelava uma
desavença entre os governos. A partir desse momento, a Coreia do Norte avançou com seu projeto
de desenvolver um míssil balístico capaz de transportar uma ogiva nuclear e saiu do Tratado de
Não Proliferação de Armas Nucleares.

Conflitos na China
Os han correspondem ao maior grupo étnico da China, o equivalente a 95% da população chinesa.
Porém, o país reconhece outras numerosas minorias étnicas, como os uigures (mulçumanos de
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origem turcomena) e os tibetanos. Esses dois grupos vivem na região oeste do país,
respectivamente no noroeste e sudoeste da China. Tais territórios apresentam grandes
adversidades climáticas, que dificultam uma maior ocupação da região. Assim, esses grupos
minoritários alegam que o governo de Pequim não adota políticas favoráveis a essas regiões, o que
acaba gerando movimentos separatistas.

Todavia, essas áreas são de importância estratégica para o governo chinês. A região denominada
Xinjiang, habitada pelos uigures, é rica em petróleo, fundamental para o projeto industrial chinês,
enquanto os Planaltos do Tibete, área ocupada pelos tibetanos, é fundamental para a questão
hídrica do país, por ser a nascente dos seus principais rios. Assim, a China reprime violentamente
qualquer tentativa de separação dessas regiões, com medo do efeito dominó, em que a conquista
separatista de um grupo possa suscitar outros movimentos.

Grupos étnicos chineses.


Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/especial/1154_chinahoje/page3.shtml

Protestos em Hong Kong


Hong Kong é uma zona administrativa especial no território chinês. Até 1997, era território do Reino
Unido e foi devolvido para a China com um acordo de que, por 50 anos, ou seja, até 2047, nada
poderia ser modificado na economia, estilo de vida ou política da região. Por isso a frase “Um país,
dois sistemas”. Em 2019, o governo local de Hong Kong queria implementar a “Lei da Extradição”
de Hong Kong para a China continental. Acontece que o regime chinês é extremamente fechado.
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Lá, existe a pena de morte para diversos crimes. Com isso, a população foi para as ruas manifestar,
pedindo a renúncia de Carrie Lam, chefe do Executivo de Hong Kong.

Mapa de Hong Kong e Taiwan.


Fonte: https://iasbaba.com/

A ilha “rebelde” de Taiwan


No passado, com a fuga dos Kuomintang para Taiwan, devido à Revolução Chinesa de 1949, os
Estados Unidos ajudaram a legitimar um governo autônomo e capitalista na respectiva ilha. A partir
disso, Chiang Kai-shek se tornou presidente de Taiwan (1950-1975) e, com apoio americano, o país
apresentou um grande crescimento econômico, sendo considerado um Tigre Asiático, com Hong
Kong, Cingapura e Coreia do Sul. Todavia, devido à força econômica chinesa, Taiwan é uma
república com reconhecimento limitado. Embora tenha governo próprio, instituições independentes,
moeda nacional e seja membro do bloco de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico, a China
continental considera Taiwan uma província rebelde e quem reconhece o país como independente
não negocia com a China, que, nos últimos anos, tem lutado pela reunificação da ilha.

África

Sudão do Sul
O Sudão do Sul é um país de formação nacional recente, tendo conquistado sua independência em
2011, por meio de um referendo no qual 98,83% da população votou a favor. A origem dessa guerra
se dá na separação de fronteiras africanas estabelecida anteriormente por povos europeus, no qual
pessoas de etnias, religiões e culturas muito distintas ficavam no mesmo território. A disputa por
recursos nesse sentido ocorre de maneira inevitável.
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O próprio referendo que aprovou a independência estava


previsto no acordo de paz de 2005, que encerrou décadas
de guerra civil. A população sul-sudanesa é de maioria
cristã ou animista e se sentia discriminada pelo governo
centralizado em Cartum, no Sudão, de maioria
muçulmana. Esse governo tinha como objetivo impor a lei
islâmica na região. O governo de Cartum, no entanto,
reconheceu rapidamente a nova nação, num processo
estável de secessão. Porém, com a independência, o que
era uma guerra civil se tornou um conflito internacional,
uma vez que houve muita dificuldade em estabelecer as
fronteiras entre os países, devido à disputa de recursos,
como o petróleo.

Em dezembro de 2013, grupos de milícias começaram a atuar na região com confrontos marcados
e massacres de caráter étnico. Isso ocorreu porque o então presidente Salva Kiir destituiu o seu ex-
vice Riek Machar, acusando-o de tramar um golpe. Kiir pertence a um grupo étnico chamado de
dinka, representando cerca de 15% da população do país, enquanto Machar pertence ao grupo dos
Nuer, representando 10% da população. Apesar desse racha político, que se tornou um conflito
étnico, ambos faziam parte do Exército de Libertação do povo sudanês.

Um país que declara independência no meio de uma guerra já indica certa instabilidade econômica.
Nesse caso, a situação se agravou ainda por uma inflação anual de 800% e uma grande
desvalorização da moeda. O Sudão detinha ainda toda a infraestrutura de produção de petróleo, que
correspondia a 98% da economia do Sudão do Sul, que hoje vive uma economia de subsistência.

Esse conflito armado com perseguição étnica e fome gerou uma crise de refugiados na qual estima-
se que cerca de três milhões de pessoas se deslocaram para países vizinhos, como
Uganda, Quênia, Sudão, Etiópia, República Democrática do Congo e República Centro-Africana.
Além disso, sete milhões de pessoas dentro do país precisam de assistência humanitária. Em 2018,
essa crise de refugiados se tornou a pior do mundo a níveis de crescimento, superando, até mesmo,
o conflito da Síria.

Europa

Conflitos nas ilhas britânicas


As ilhas britânicas são formadas por um conjunto de ilhas cujo arquipélago principal é composto
pela Ilha da Irlanda e pela Ilha da Grã-Bretanha.
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Ilha da Irlanda (branco) e Ilha da Grã-Bretanha (verde).


Fonte: http://fernandodias.blog.br/

O Reino Unido é formado por Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte. Sendo assim, a
Ilha da Irlanda foi dividida em duas, a República da Irlanda e a Irlanda do Norte, que integra o Reino
Unido. É sobre essa divisão e a ocupação da parte norte da Irlanda pelos britânicos que reside o
principal conflito nesse arquipélago.

A partir do século XVI, os britânicos começaram a exercer forte influência sobre a Ilha da Irlanda,
quando o governo britânico confiscou terras nessa região e as entregou aos colonos protestantes
oriundos da Ilha da Grã-Bretanha. Esse fato nunca foi aceito pela população irlandesa, de maioria
cristã.

Ao longo do século XX, a população católica da Irlanda do Norte intensificou as manifestações


contrárias ao controle político e econômico exercido pela população protestante. Isso levou à
divisão da ilha em República da Irlanda (Eire) e Irlanda do Norte (Ulster), em 1937. Na década de
1960, os conflitos na região se acentuaram, quando o Exército Republicano Irlandês (IRA – lrish
Republican Army) começou a agir. Seu objetivo era acabar com o domínio dos britânicos sobre a
Irlanda do Norte a partir da luta armada.

Membros do Exército Republicano Irlandês.


Fonte: https://weeklyworker.co.uk/
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Em 1998, foi assinado um acordo de paz que diminuiu as tensões entre as duas partes. Finalmente,
em 2005, houve a confirmação de que o IRA, de fato, destruiu seu armamento, pondo fim a 35 anos
de atividades terroristas do grupo.

Conflitos na Espanha
As principais questões separatistas no território espanhol envolvem duas regiões autônomas da
Espanha: Catalunha e País Basco. Ambos possuem tradições culturais distintas, com base
linguística própria. Tanto o movimento catalão quanto o basco buscam maior autonomia dessas
regiões, porém, cada um seguiu por caminhos diferentes. Existem também outras questões
separatistas, como da Galícia e de Valença, mas que não apresentam a mesma força.

Questões separatistas no território espanhol.


Fonte: https://super.abril.com.br

A Questão Basca envolve também a França, por onde se estende o território ocupado pelos bascos.
Todavia, na Espanha, essa questão não é pacífica, pois, durante a ditadura de Francisco Franco, os
bascos foram impedidos de se expressarem em seu próprio idioma. A repressão franquista gerou
um forte movimento nacionalista e a formação de grupos armados, como o Euskadi Ta Askatasuna
(ETA – Pátria Basca e Liberdade). Seu objetivo era a independência do País Basco da Espanha e da
ditadura de Franco e, para isso, realizava atentados terroristas. Porém, mesmo com o fim da
ditadura e uma nova Constituição espanhola, dando maior autonomia à Catalunha e ao País Basco,
essa luta armada continuou até 2010, sendo o ETA considerado uma organização terrorista pelos
Estados Unidos e pela Espanha. Em 2010, o ETA renunciou a luta armada e criou o partido Sortu,
que pretende lutar pelo separatismo da região por vias políticas, seguindo o exemplo da Catalunha.
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Membros do Euskadi Ta Askatasuna.


Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/

A Questão Catalã já envolve apenas os limites espanhóis e segue um caminho mais político. A partir
de 1975, a Catalunha conquistou certo grau de autonomia política, podendo determinar algumas
leis que só vigoram na região, além de ter um presidente próprio. O movimento separatista não
realiza atentados terroristas, mas pressiona o governo a realizar uma consulta popular a fim de
verificar o desejo de independência regional. A justificativa é que o dinamismo econômico catalão
é benéfico para a Espanha, que arrecada muitos impostos, mas não repassa ou reinveste na
Catalunha. Assim, em 2017, liderado pelo presidente da Catalunha, Carles Puigdemont, foi realizado
um referendo sobre a independência da região. O “sim” ganhou e o presidente buscou levar o
resultado para o Parlamento. Porém, a Espanha logo se manifestou, informando que a autonomia
dada com a Constituição de 1975 não possibilitava qualquer iniciativa unilateral de independência
e, portanto, a votação era inconstitucional, gerando uma crise entre Madrid (capital da Espanha) e
Barcelona (capital da Catalunha).

Manifestação de apoio sobre referendo para a independência da Catalunha.


Fonte: https://www.rfi.fr/br/europa
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Conflitos na Bélgica
A Questão Belga envolve uma tensão étnica e socioeconômica histórica entre duas comunidades
da Bélgica. A região pode ser dividida entre norte, que corresponde à região de Flandres e Bruxelas,
de língua neerlandesa, e sul, que corresponde à região de Valônia, de língua francesa. Acontece que
a economia da região de Flandres é mais forte, enquanto a economia do território de Valônia é mais
frágil. Tal condição, em momentos de crises econômicas, aliada às diferenças linguísticas, fomenta
o movimento separatista na Bélgica.

Leste Europeu/Ásia – O separatismo Russo


Esses conflitos remetem à dissolução da União Soviética. As duas principais regiões separatistas
tratam da questão do Báltico e do Cáucaso. No que se refere ao Báltico, estamos falando sobretudo
da dissolução da Iugoslávia. Enquanto a questão do Cáucaso, na Rússia, falamos, sobretudo, da
Chechênia e da Geórgia com a Ossétia do Sul e a Abkhazia. Ambas ocorrem por diferencias culturais
e étnicos e se relacionam ao interesse russo de ter acesso aos mares quentes (que não congelam
no inverno, viabilizando o comércio internacional). Na Rússia, é considerado russo quem tem pais
russos, independentemente de ter nascido ou não na região, fato este que alonga conflitos étnicos
por gerações, e visa manter as zonas de influência que o país tinha ao longo da Guerra Fria.

Conflitos nos Balcãs


A Península Balcânica está localizada ao sul da Europa e, ao longo da década de 1990, foi palco de
diversos conflitos, que resultaram em uma nova divisão territorial.
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Iugoslávia, em 1949.
Fonte: DURAND, M. F. et al. Atlas da mundialização. São Paulo: Saraiva.

A formação territorial da Iugoslávia remonta ao período da Primeira Guerra Mundial, sob o nome de
Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos. É um país marcado por grande complexidade cultural e
política e que, a partir de 1929, passou a ser denominado Iugoslávia (povos eslavos do Sul).
Incialmente, era composto por seis Repúblicas (Sérvia, Croácia, Eslovênia, Bósnia-Herzegovina,
Macedônia e Montenegro), além de outros grupos minoritários na região. A população era
composta basicamente por três povos: os eslovenos (maioria católica), os sérvios (religião cristã
ortodoxa ou muçulmana) e os croatas (católicos ou muçulmanos). Ocupada durante a Segunda
Guerra Mundial pelos nazistas, só recuperou o domínio do território em 1943, a partir da liderança
do marechal Josip Broz Tito. Em 1945, foi estabelecida uma república socialista.

Marechal Josip Broz Tito e a bandeira da Iugoslávia, ao fundo.

O país enfrentou, ao longo das décadas de 1980 e 1990, dificuldades econômicas, com o
falecimento do general e, posteriormente, o fim da União Soviética, um dos principais aliados do
país. Assim, em 1991, Eslovênia e Croácia declararam independência, seguidas da Bósnia-
Herzegovina e Macedônia, ambas em 1992. O governo central, localizado na Sérvia, não aprovou a
independência, alocando soldados para combater os rebeldes. Logo, diversos países europeus
reconheceram os movimentos de independência na região. No entanto, o caso da Bósnia foi o mais
complicado, levando a uma guerra civil até 1995.
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Sérvia e Montenegro permaneceram unidos politicamente, constituindo o que restava da


Iugoslávia. Em 2006, Montenegro se separou da Sérvia, ambos se tornando países distintos e
pondo fim ao Reino da Iugoslávia. Em 2008, fruto de movimentos separatistas iniciados em 1998,
Kosovo se autodeclarou independente. Tal fato não é reconhecido pela Sérvia, que reivindica tal
território. A República do Kosovo tem reconhecimento limitado, sendo considerado um país
independente pela metade dos membros da ONU.

Fragmentação da Iugoslávia – Atuais territórios, 2008.


Fonte: DURAND, M. F. et al. Atlas da mundialização. São Paulo: Saraiva.

O conflito do Cáucaso Russo

A Rússia x Chechênia
O Cáucaso é uma região de montanhas entre o Mar
Negro e o Mar Cáspio, compondo a fronteira entre
governos islâmicos do Oriente Médio e zonas de
influência Russa no Leste Europeu. A região ocupada
pela Chechênia marca uma esfera de conflitos entre
cristãos e muçulmanos. Os chechenos são de maioria
islâmica, enquanto a região dominada pelos russos é de
maioria cristã. O Império Russo tentou dominar a região
com muita dificuldade, por possuir aspetos identitários
e tradições consolidadas. Entre 1939 e 1945, inspirados
pelos finlandeses, os Chechenos formaram um exército
de resistência e declararam independência. Nesse
período histórico, o governo preferiu se aliar à Alemanha
Nazista, inimiga da Rússia na época. Stalin resistiu
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contra essa influência nazista alemã na Chechênia e deportou mais de 400 mil chechenos para a
Ásia Central. Já no fim do século XX, com a desintegração do bloco socialista, houve novamente o
desejo de soberania dos povos do Cáucaso, de modo que, em 1991, a Chechênia novamente se
declarasse independente. A Rússia não aceitou e, em 1999, alguns militantes islâmicos tentaram
implantar um governo muçulmano em Daguestão, o que se tornou argumento para o aumento das
forças russas sobre a região. O terrorismo começou a crescer contra as forças russas. A rede
terrorista da Al Qaeda foi acusada de apoiar o movimento. Em 2004, houve o sequestro e
assassinato de crianças numa escola no interior da Rússia, que teria sido promovido por chechenos
e árabes, o que reascendeu o clima de tensão.

Rússia x Geórgia
Geórgia é uma região independente em
relação à Rússia desde o fim da União
Soviética. A Ossétia do Sul e a Abkhazia
são regiões separatistas da Geórgia,
sendo a Ossétia do Sul oficialmente
anexada à Rússia, que apoia ambos os
movimentos. As duas regiões contam
com o apoio Russo, contra Geórgia. Os
Ossetas são descendentes do povo Alano,
que vivia em território russo, e ainda na
Idade Média foram expulsos pelos
mongóis e se instalaram numa região que hoje é parte da Rússia (Ossétia do Norte) e da Geórgia (a
separatista Ossétia do Sul). A Abecásia, também uma região separatista da Geórgia, também foi
anexada a ela no pós-Guerra Fria e se considera parte da Rússia por conta do seu apoio, lutando por
independência e autonomia.
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Exercícios de vestibulares

1. (Simulado G1, 2020) As autoridades militares da Índia assassinaram Riyaz Naikoo, de 35


anos, o chefe de operações do maior grupo rebelde indígena na região de Caxemira,
o Hizbul Mujahideen, que lidera uma rebelião armada contra o domínio indiano. A polícia e os
soldados do exército lançaram terça-feira uma operação na área de Awantipora, no sul da
Caxemira, com base em informações de que alguns ativistas rebeldes estavam abrigados
nessa localidade. Nos últimos meses, também houve conflitos quase diários ao longo da
fronteira montanhosa e acidentada na região de Caxemira, que separa a Índia e o Paquistão.
Índia e Paquistão reivindicam este território e a maioria da população apoia as iniciativas
dos ativistas rebeldes de unir o território, seja sob o domínio paquistanês ou como país
independente.
Disponível em https://www.noticiasaominuto.com/mundo/1472956/forcas-governamentais-indianas-mataram-lider-rebelde-
em-caxemira. Acesso em 17 set. 2020.

O conflito destacado na reportagem tem como causa original ideais


(A) políticos.
(B) militares.
(C) raciais.
(D) separatistas.
(E) sexistas.
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2. (Unesp, 2023) Leia o excerto e analise o mapa.


O sofrimento e a aniquilação de civis em guerras são temas pelos quais o cinema sempre se
interessou. “Quo Vadis, Aida?”, concorrente da Bósnia-Herzegovina ao Oscar 2021 de filme
internacional, trata disso, mas tem também ingredientes que o elevam acima do gênero —
uma história real de genocídio. A ocupação da cidade de Srebrenica, localizada na Bósnia-
Herzegovina, pelo exército sérvio em 1995, e o assassinato de mais de 8000 homens de um
grupo minoritário, supostamente protegido por forças da Organização das Nações Unidas
(ONU), compõem o quadro factual.
(www.folha.uol.com.br. Adaptado.)

(Marcos A. Coelho e Lygua Terra. Geografia geral, 2005. Adaptado.)

O filme citado aborda


(A) a libertação curda, região com fortes represálias econômicas e políticas.
(B) as alterações na fronteira da Romênia, país com objetivos expansionistas.
(C) a autonomia da Catalunha, região com grande desenvolvimento econômico.
(D) a formação da Liga da Lombardia, região com movimentos separatistas.
(E) a dissolução da Iugoslávia, país com grande diversidade étnica e religiosa.
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3. (FCMSCSP, 2023) A política de Uma China é o reconhecimento diplomático internacional de


que existe apenas um governo chinês, visão defendida pelo governo sediado em Pequim.
Dentro dessa política, que é seguida pelo Brasil, pelos Estados Unidos e pela maioria dos
países, os governos estabelecem laços formais com a China, e não com outros territórios que
compõem esse país. No entanto, há um território que é considerado pela China uma província
rebelde, que o governo chinês busca que seja totalmente reintegrado ao país. Embora essa
província afirme ser independente e integrante da “República da China”, qualquer país que
deseje relações diplomáticas com a China continental precisa romper os laços oficiais com
tal província.
(www.bbc.com, 08.10.2021. Adaptado.)

O contexto geopolítico chinês descrito no excerto faz menção à província de


(A) Hong Kong.
(B) Macau.
(C) Tibete.
(D) Manchúria.
(E) Taiwan.

4. (FAMERP, 2021) A União Europeia adotou um pacote de medidas em resposta à Lei de


Segurança Nacional aprovada pela China para o território de Hong Kong. Entre as ações, o
bloco decidiu limitar a exportação de equipamentos e tecnologias que possam ser usados
pela China para a “interceptação de comunicações ou vigilância cibernética”. O bloco afirmou
ainda que pretende avaliar as implicações da nova lei sobre as políticas de imigração e vistos
e que vai monitorar atentamente como serão conduzidos os julgamentos de ativistas de Hong
Kong.
(Lucas Alonso. www1.folha.uol.com.br, 29.07.2020. Adaptado.)

A aprovação da Lei de Segurança Nacional pela China


(A) reafirma a sua autonomia territorial, que atribui domínio político sobre as antigas colônias
britânicas.
(B) afeta os cidadãos de Hong Kong, que temem perder suas liberdades civis com a
devolução do território aos britânicos.
(C) fortalece sua relação política com Hong Kong, que temia a interferência ocidental em
seus planos de abertura econômica.
(D) normatiza as relações comerciais com Hong Kong, que mantinha vantagens indevidas
pela falta de transparência fiscal.
(E) contradiz o acordo firmado com o Reino Unido, que confere liberdade política e
econômica a Hong Kong.
Geografia

5. (UEPG, 2019) Sobre os movimentos e conflitos separatistas no mundo, assinale o que for
correto.
(01) A América do Norte não possui movimento separatista, pois foi colonizada por ingleses,
o que trouxe unidade cultural ao continente.
(02) O Brasil nunca possuiu movimentos separatistas, pois apesar do território continental,
mantém padronização cultural e econômica.
(04) A Catalunha, na Espanha, possui movimento separatista. Apesar de o referendo, em 2017,
demonstrar vitória dos separatistas, o governo espanhol não reconheceu a votação, que
teve menos da metade dos eleitores da região indo às urnas.
(08) A antiga Iugoslávia é um exemplo de país que se fragmentou em outros menores com
sangrentas guerras étnicas na década de 1990, formando países como Croácia e Bósnia-
Herzegovina.
(16) O Sudão do Sul é um novo país africano, formado por grupos étnicos de maioria cristã e
animista. Separou-se do Sudão que tentava impor a lei islâmica nesta região.

6. (PUC-PR Medicina, 2019) O separatismo é contagioso, afirmam Katherine Sawyer e Kathleen


Cunningham, cientistas políticas da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos. Elas
analisaram 76 movimentos separatistas entre 1960 e 2005. “Um movimento serve aos outros
movimentos como base de organização”, diz o estudo. “Dá aos outros senso de legitimidade,
identidade com as queixas apresentadas e a percepção de benefícios tangíveis. ” Katherine e
Kathleen afirmam que o contágio é mais forte entre áreas próximas. Apesar do alcance global
das notícias pela internet, a empatia entre grupos vizinhos é maior.
Disponível em: <https://epoca.globo.com/mundo/noticia/2017/11/o-contagio-do-separatismo.html>. Acesso em: 05 fev.
2019.

O estudo conclui também que um movimento separatista estimula outros até quando dá
errado. Um exemplo, foi a tentativa de separatismo
(A) checheno, na península da Criméia.
(B) curdo, na Arábia Saudita.
(C) tibetano, entre o território paquistanês e indiano.
(D) taiwanês, entre a China e a Inglaterra.
(E) catalão, na península Ibérica.
Geografia

7. (UFJF, 2020) Leia o texto abaixo e responda o que se pede.


Entre protestos, Catalunha lembra 1º aniversário do referendo de independência
01 de outubro de 2018
“Distúrbios entre militantes separatistas radicais e forças de segurança foram registrados em
Barcelona, ao fim de uma manifestação para celebrar o primeiro aniversário do referendo
sobre a independência da Catalunha. No plebiscito, considerado ilegal por Madri, mais de 2
milhões de eleitores aprovaram a independência da região. Dias depois da consulta popular,
em 27 de outubro, o então presidente da região, Carles Puigdemont, fez um pronunciamento
que foi considerado uma declaração de independência unilateral. O governo espanhol reagiu
firmemente e interveio na região”.
Fonte: adaptado de http://www.afp.com. Acesso em 15/07/2019.

Com relação à questão da independência da Comunidade Autônoma da Catalunha em relação


ao Reino da Espanha, a opção CORRETA é:
(A) A violenta reação do governo espanhol ao referendo de 2017 foi considerada autoritária
por grande parte da população no país, fazendo crescer o apoio à independência catalã
em outras comunidades autônomas da Espanha.
(B) Além de questões históricas e culturais, a forte adesão dos catalães à independência da
região tem também motivações econômicas: é uma região rica, porém sobretaxada pelo
governo espanhol.
(C) Vem crescendo o apoio internacional à realização de uma negociação mediada entre
Madri e a Generalitat da Catalunha, com os Estados Unidos se oferecendo para exercer
essa função.
(D) Com a independência da Catalunha, o governo espanhol teme perder o acesso ao Mar
Mediterrâneo, um espaço estratégico tanto militar quanto economicamente.
(E) Existem pressões externas por parte dos países membros da União Europeia para que a
Catalunha se torne independente e, dessa forma, possa negociar de forma autônoma
acordos comerciais intrabloco.
Geografia

8. (EsPCEx, 2021) Em fevereiro de 2019, o mundo foi surpreendido com um ataque de aviões
indianos em solo paquistanês. A animosidade entre esses dois países asiáticos é expressa
territorialmente (vide desenho abaixo).

Assim, é fundamentado o temor de uma escalada da crise. Sobre a conflituosa relação indo-
paquistanesa, é correto afirmar que:
I. Apesar de serem considerados, segundo a ONU, países em desenvolvimento, ambos
dispõem de artefatos de destruição em massa.
II. Mahatma Gandhi, líder que organizou diversas campanhas anticoloniais, ciente das
incontornáveis divergências entre muçulmanos e hindus, apoiou a transformação da
fronteira entre esses dois países, que passou de religiosa para política.
III. Perdura até hoje o rígido padrão de alianças construído durante a Guerra Fria, colocando
em campos opostos o eixo Nova Délhi-Moscou e Islamabad-Pequim.
IV. A rivalidade indo-paquistanesa tem como um de seus principais focos a disputa pelo
controle da Caxemira, região habitada por maioria muçulmana e encravada no Himalaia,
na fronteira entre os dois países.
Assinale a alternativa que apresenta todas as afirmativas corretas.
(A) I e II.
(B) II e IV.
(C) II e III.
(D) I e IV.
(E) III e IV.
Geografia

Gabaritos

Exercícios de vestibulares

1. D
A Caxemira representa um dos mais importantes conflitos da atualidade que envolve
diferenças étnicas e disputas pela divisão de fronteiras nacionais. Atualmente, o Paquistão
ainda parece determinado a ganhar o controle do estado indiano de Caxemira. O país utiliza
como principal argumento a questão de que a maioria da população da Caxemira é muçulmana
e que é seu desejo participar do Paquistão, mas são impedidos de fazê-lo por um governo
indiano opressor.

2. E
A dissolução da Iugoslávia, país que agregava diversas etnias, religiões e territórios, ocorreu
por meio de uma guerra liderada pelos sérvios contra bósnios e croatas. Os curdos são uma
minoria étnica do Oriente Médio. A Romênia é o país vizinho à ex-Iugoslávia. Catalunha e
Lombardia são espaços respectivamente pertencentes à Espanha e Itália.

3. E
Taiwan definiu um governo e uma política de Estado independente da China a partir da vitória
do Partido Comunista na Revolução em 1949. Essa soberania não é reconhecida no meio
diplomático internacional, o que faz a China declarar sua intenção em anexar o território. A
transferência da soberania de Hong-Kong e Macau foi feita para a China em 1997 e 1999
respectivamente. O Tibete foi dominado pela China na década de 1950 e desde então,
subordinado à ela. A Manchúria é uma região da China.

4. E
Hong Kong foi cedida aos britânicos pela China no século XIX em decorrência da Guerra do
Ópio, ou seja, numa ação do imperialismo britânico naquele período. O território foi devolvido a
China em 1997 com a condição de que seria mantido o sistema econômico local. Desde então,
Hong Kong sofreu um processo de desindustrialização, pois empresas se deslocaram para a
China continental em busca de vantagens fiscais e menor custo salarial, agravando problemas
como a desigualdade social e o alto custo da moradia. Nos últimos anos, eclodiram
movimentos por maior democracia em Hong Kong, que são reprimidos pelo governo chinês.
Apesar da legitimidade do movimento contra um regime autoritário, também há um
componente geopolítico, os movimentos são estimulados pelos Estados Unidos e Reino Unido
com vistas a desestabilizar politicamente a China, daí o interesse chinês no controle das
tecnologias que permitem a guerra híbrida, ou seja, uso massivo da internet, a exemplo a guerra
cibernética e produção de “fake news”.

5. 04 + 08 + 16 = 28
As afirmativas corretas são: [04], porque a Catalunha tem um longo histórico de separatismo;
[08], porque a dissolução da Iugoslávia e as guerras civis na região levaram a formação de
diversos países; [16], porque em 2011 ocorreu o separatismo do Sudão. As afirmativas
incorretas são: [01], porque o Canadá tem movimentos separatistas; [02], porque já existiram
movimentos separatistas.
Geografia

6. E
O movimento moderno da independência da Catalunha em relação à Espanha se apoiou no
Estatuto da Independência de 2006, nos referendos de 2010 e na autoproclamada soberania
em 2013, fortemente rechaçada pelo governo espanhol. A Chechênia se localiza no Cáucaso;
O Curdistão se localiza em parte do Iraque, Irã, Síria e Turquia; O Tibet foi incorporado pela
China; e Taiwan ou Formosa é uma ilha no litoral chinês.

7. B
A Catalunha é a região que tem maior participação do PIB industrial da Espanha. Não há apoio
da população espanhola ou apoio internacional para o separatismo na Espanha. A Catalunha
não é a única província da Espanha a ter acesso ao mar Mediterrâneo.

8. D
Com a Nova Ordem Mundial multipolar, a Índia passou à integrar o grupo BRICS inclusive com
a Rússia e a China, todavia, permanecem litígios territoriais entre a Índia e o Paquistão no caso
da Caxemira e entre a Índia e a China no caso de trechos do Himalaia.

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