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A Guerra das Coreias foi um conflito que consolidou a divisão do território entre a

Coreia do Norte e a Coreia do Sul, que aconteceu entre 1950 e 1953 que iniciou-se
quando as tropas norte-coreanas ultrapassaram a fronteira que separa as Coreias, dando
início à invasão da Coreia do Sul. Desde 1910, o país estava sob a ocupação japonesa, a
qual se encerrou com o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945. China e URSS
apoiaram a Coreia do Norte, enquanto a ONU e mais 20 nações lideradas pelos EUA,
apoiaram a Coreia do Sul. A Guerra teve um resultado inconclusivo e seguem divididas
até hoje.
A Guerra da Coreia é um conflito marcante do século XX, que demonstra com
clareza as características de um período histórico conhecido como Guerra Fria. As
batalhas entre Coreia do Norte e Coreia do Sul estavam influenciadas por grandes
potências mundiais em disputas ideológicas .A Guerra não apenas teve apenas
implicações políticas e ideológicas profundas, mas também representou uma tragédia
humana de grandes proporções. Milhões de vidas foram perdidas durante os três anos de
conflito, incluindo soldados e civis, e as batalhas deixaram cicatrizes profundas na
consciência global.

A Coreia antes da divisão já foi dominada pelos soviéticos e americanos e esteve


sob domínio japonês durante a Segunda Guerra Mundial e antes do Japão era um estado
independente chamado Império da Coreia. Vamos falar em ordem cronológica.
O Império da Coreia era o nome da Coréia antes de ser dominada pelo Japão
imperial. O Império da Coreia continha os atuais territórios da Coreia do Sul e do Norte.
Seu tempo de vida já estava com os dias contados, com a derrota chinesa e russa. O
Japão pôde se apoderar mais ainda da Coreia em 1905, transformou a Coreia em um
protetorado e em 1910 finalmente a anexou.
Sob domínio japonês, os coreanos foram forçados a aprender japonês e a adorar o
imperador e a religião do Japão. Várias famílias japonesas foram morar na Coreia. Os
japoneses tentaram apagar a história coreana e transformar a Coreia em uma parte
definitiva do Japão.
Com o iminente final da guerra, os soviéticos e os americanos planejavam dividir a
Coreia. Então, os americanos apresentaram aos soviéticos o tratado que dividia a Coreia
em duas partes, sendo dividida pelo paralelo 38: norte comunista e sul capitalista,
ignorando qualquer vila ou fazenda que pudesse passar por aquele território.
Os soviéticos ficaram com o norte e moldaram a Coreia à ideologia da União
Soviética, influenciando o governo e a economia. Isso fez o governo adotar o culto ao
líder, que era praticado na China e na União Soviética, e a tornou socialista. No sul,
estavam os americanos que moldaram a Coreia, influenciando no governo e na economia,
tornando a Coreia do Sul um país democrático que é capitalista.

Desde o começo do século XX, o território coreano estava sob influência das
disputas estrangeiras. Uma das primeiras questões que surgiu foi com o Japão, pois em
1905 foi assinado o tratado de Eulsa, onde o império Coreano se tornou um protetorado
do Japão, e a anexação oficial da Coreia pelos japoneses foi firmada no tratado
Japão-Coreia de 1910, que na verdade nunca foi assinado pelo governador coreano.
Durante o período de domínio japonês (1910-1945), os coreanos foram forçados a
trabalhar em campos de trabalho e fábricas e ocorreu um movimento de assimilação
cultural forçada, no qual a cultura e a língua coreanas foram proibidas em favor da cultura
e da língua japonesas.
Quando os japoneses foram derrotados em agosto de 1945, com o auxílio dos
Aliados, a parte norte da Coreia encontrava-se ocupada pelas tropas soviéticas que
haviam iniciado a luta contra os japoneses na Manchúria. Foi nesse contexto que
americanos e soviéticos realizaram a divisão da península entre si, cada qual ocupando-a
militarmente e desenvolvendo um regime alinhado aos seus interesses.

A proximidade da Coreia do Norte com a China e com a URSS lhe garantiu forte
influência e pressão para adoção do regime comunista. Além disso, a área que hoje é a
Coreia do Sul, estava sob ocupação dos EUA e, portanto, sob influência capitalista.
Assim, as tensões entre os dois blocos antagônicos cresceram na Ásia, o que intensificou
as rivalidades internas na Coreia.
E nesse cenário que se estabelecia entre EUA e URSS, a Coreia foi dividida em
duas pelos países Aliados, sem qualquer consulta prévia ou posterior ao povo coreano.
As reações internas foram muitas e diversas entre 1945 e 1949: greves, protestos,
levantes populares.
A ideia era impor à população do norte o modelo comunista e à do sul o modelo
capitalista, até que, cinco anos depois da ocupação, elas pudessem decidir sob qual
modelo reunificar o país. A reação a essa estratégia foi tensa e marcada por muitas
revoltas.
Em 1948, a ONU tentou organizar eleições livres para a unificação da Coreia, o
que foi veementemente negado e combatido pela URSS. Assim, sul e norte realizaram,
cada um, sua própria eleição, resultando na escolha de governos diferentes e
antagônicos. A escalada das tensões entre os governos levou à invasão do norte sobre o
sul em 1950, iniciando a guerra.

A guerra começa com a tentativa de unificação por um ataque surpresa da Coreia


do Norte, ficando apenas uma parte não dominada, a "península de Pusan". E vale
lembrar que nós estamos em um contexto de guerra fria, então foi feita uma intervenção
por parte da ONU pois os Estados Unidos acreditavam que isso poderia ser um ponto de
partida para o avanço do comunismo nos países asiáticos,
Com ajuda da ONU a Coreia do Sul reconquistou suas terras, avançando no
território norte coreano.O recuo das tropas norte-coreanas levou as forças aliadas a
ultrapassar a fronteira do Paralelo 38 e encurralar as forças norte-coreanas no norte da
Península. A possibilidade de derrota dos norte-coreanos resultou no envio de tropas pela
China.
A maior fase da guerra iniciou-se quando os chineses entraram no conflito em
outubro de 1950. A entrada dos chineses permitiu que as forças se colocassem em
situação de equilíbrio. Os norte-coreanos conseguiram empurrar os aliados para as
proximidades do Paralelo 38 e, nos anos seguintes, a guerra foi travada sem grandes
alterações de cenário.
A longa extensão, a quantidade de mortos e a indefinição do cenário resultaram em
negociações por um armistício em Panmunjom. Uma trégua foi assinada em 27 de julho
de 1953. Essa trégua deu fim ao conflito, apesar de as duas nações nunca terem
assinado um acordo de paz que colocasse um fim oficial na guerra.

Após três anos de combates, a guerra terminou em 1953 com um armistício, mas
sem um tratado de paz formal. A fronteira entre as Coreias foi estabelecida ao longo do
paralelo 38, onde uma zona desmilitarizada foi criada. Desde então, as duas Coreias
seguiram caminhos diferentes: o Sul se desenvolveu rapidamente, tornando-se uma
potência econômica global, enquanto o Norte permaneceu isolado e sob regime
autoritário.
No entanto, a divisão entre as duas Coreias não se limitou apenas ao
desenvolvimento econômico. O Sul adotou um sistema democrático e abraçou os valores
ocidentais, enquanto o Norte seguiu uma ideologia socialista e estabeleceu um regime
comunista liderado pela família Kim.
Ao longo dos anos, a Coreia do Norte enfrentou uma série de desafios, incluindo a
fome generalizada na década de 1990, que resultou em milhares de mortes. Além disso, o
país tem sido alvo de sanções internacionais devido ao seu programa nuclear e violações
dos direitos humanos.
Enquanto isso, a Coreia do Sul se tornou uma das economias mais avançadas do
mundo, ganhando destaque global. O país também se tornou um importante aliado dos
Estados Unidos e um membro ativo da comunidade internacional.

O conflito solidificou alianças, com a OTAN se fortalecendo no Oeste e o Pacto de


Varsóvia sendo estabelecido em 1955 no Leste como resposta. Também levou a uma
corrida armamentista ampliada e ao aumento dos gastos militares, à medida que ambas
as superpotências buscavam garantir superioridade.
A Guerra da Coreia foi instrumental na política de contenção dos EUA, levando a
um aumento do envolvimento americano na Ásia, eventualmente culminando no
envolvimento na Guerra do Vietnã.
A guerra solidificou a divisão entre as Coreias, com cada uma delas adotando
diferentes trajetórias políticas, econômicas e sociais. A desconfiança mútua persiste,
influenciando a política e a segurança na região da Ásia-Pacífico até hoje.

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