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disputas estrangeiras. Uma das primeiras questões que surgiu foi com o Japão, pois em
1905 foi assinado o tratado de Eulsa, onde o império Coreano se tornou um protetorado
do Japão, e a anexação oficial da Coreia pelos japoneses foi firmada no tratado
Japão-Coreia de 1910, que na verdade nunca foi assinado pelo governador coreano.
Durante o período de domínio japonês (1910-1945), os coreanos foram forçados a
trabalhar em campos de trabalho e fábricas e ocorreu um movimento de assimilação
cultural forçada, no qual a cultura e a língua coreanas foram proibidas em favor da cultura
e da língua japonesas.
Quando os japoneses foram derrotados em agosto de 1945, com o auxílio dos
Aliados, a parte norte da Coreia encontrava-se ocupada pelas tropas soviéticas que
haviam iniciado a luta contra os japoneses na Manchúria. Foi nesse contexto que
americanos e soviéticos realizaram a divisão da península entre si, cada qual ocupando-a
militarmente e desenvolvendo um regime alinhado aos seus interesses.
A proximidade da Coreia do Norte com a China e com a URSS lhe garantiu forte
influência e pressão para adoção do regime comunista. Nesse cenário, de Guerra Fria,
que se estabelecia entre EUA e URSS, a Coreia foi dividida em duas na conferência de
Potsdam, sem qualquer consulta prévia ou posterior ao povo coreano. A ideia era impor à
população do norte o modelo comunista e à do sul o modelo capitalista, até que, cinco
anos depois da ocupação, elas pudessem decidir sobre qual modelo reunificar o país. Em
1948, a ONU tentou organizar eleições livres para a unificação da Coreia, o que foi
veementemente negado e combatido pela URSS. A escalada das tensões entre os
governos levou à invasão do norte sobre o sul em 1950, iniciando a guerra.