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História do Japão

Origem do Povo Japonês


Diferentemente de muitos povos, os japoneses não sabem com precisão de
qual raça descendem, portanto é um tanto obscura a história do povoamento
do arquipélago nipônico. Mas há indícios de que os primeiros habitantes teriam
surgido da região oriental da Sibéria durante o período neolítico, em torno de
3.000 a.C., e do sudeste asiático. Talvez os ainus, colonizadores caucasianos,
também tenham chegado às ilhas naquele mesmo período. Nesse sentido, a
raça japonesa, então, é uma mistura de três raças: mongol (amarelo), povo do
norte(branco) e polinésio(moreno). Ao contrário do que muitos pensam, os
japoneses não vêm unicamente da China, e nem a sua língua tem origem no
chinês. Foi da fusão da linguagem dos montes Urais, na Rússia, e da dos
montes Altais, na Ásia Central, que se deu a formação da língua japonesa.
Portanto, a origem do japonês é uralo-altaica.
É sabido que o arquipélago nipônico já era habitado, bem antes dos japoneses,
pelos homens das cavernas que viveram há 32.000 anos. Na província de
Minatoga foi encontrado o esqueleto mais antigo de um homem sapiens, isto é,
de um homem moderno, com 18.000 anos de idade. O fóssil recebeu o nome
de “minatogajin”, o homem de Minatoga. No entanto, as pesquisas apontam
que o japonês atual se originou da miscigenação de mongóis, chineses,
coreanos e de habitantes do sudeste asiático, que entraram no território
japonês pelo sul, com os ainus, estes de origem caucasiana, que habitam as
ilhas há mais de 5.000 anos. Há, ainda, em torno de 15.000 ainus vivendo em
Hokaido, no extremo norte do Japão, com seus costumes e falando uma língua
própria.

A história do Imperialismo Japonês

A história do Japão contemporâneo, o quadro no qual se situa a formação do


imperialismo japonês, divide-se em três fases. A primeira, entre 1868 e 1912, é
a época da revolução Meiji. Significa modernização e ocidentalização. Liberado
o Japão da incipiente dependência colonial ocidental, permite um
desenvolvimento completo que o transforma em uma grande potência mundial.
Há dois momentos neste processo: de 1868 a 1881, é o período das reformas
e a consolidação da revolução Meiji; reformas que tendem a transformar
amplamente a sociedade japonesa, mantendo sua base tradicional. O segundo
momento, de 1881 a 1912, corresponde à altura de Meiji no Japão, com a nova
organização e institucionalização do Estado e da sociedade, e os primórdios da
expansão territorial e imperial em sua plenitude, define o seu próprio
imperialismo, rival do ocidental.
A segunda fase, de 1912 a 1937, é a época da potência mundial do Japão:
entre a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, a chamada era Taisho, entre
1912 e 1926, e era Showa desde 1926. O Japão se torna um novo centro do
poder mundial. Sua vida política e econômica é dominada por grupos
oligárquicos, financeiros e militares, que mantêm o crescimento capitalista e a
prosperidade econômica, o controle político e a expansão externa. Com isso,
na ordem interna, a partir das bases de um sistema que é considerado liberal,
tende a formar um regime autoritário, e no plano externo, para construir uma
nova ordem no leste da Ásia que consagra o poder japonês.
A terceira fase, de 1937 a 1945, ocorre durante a Segunda Guerra Mundial: na
ordem interna, o governo militar é alcançado e internacionalmente, a aliança
com as potências do Eixo, levando o processo de guerra à derrota japonesa no
ano de 1945. Ao longo deste processo é formulado o imperialismo japonês, que
entra em rivalidade e conflito com os imperialismos ocidentais até então
dominante no Extremo Oriente, esse imperialismo molda três fatores: a
ascensão diplomática e internacional do Japão à potência mundial, a expansão
territorial externa concreta impulsionada pelas necessidades desse mesmo
crescimento econômico e político que leva ao país construir um próprio império
colonial no leste da Ásia e, finalmente, os fundamentos ideológicos e sociais do
ultra-nacionalismo e do imperialismo japoneses dentro de sua própria
identidade histórica. O resultado de todos esses elementos é a construção da
Nova Ordem Japonesa no Extremo Oriente.

Japão e a Segunda Guerra Mundial

O Japão, durante a década de 1930, defendia a sua expansão territorial a partir


da força de seus exércitos para que fosse desenvolvido um projeto de
colonização em todo o Extremo Oriente. Esse projeto evidenciou o
nacionalismo imperialista japonês, que se desenvolveu a partir da reformulação
do ensino durante a Restauração Meiji (1868). O imperialismo japonês foi
manifestado antes da Segunda Guerra Mundial em eventos como:
Primeira Guerra sino-japonesa (1894-1895): Japão conquistou a península da
Coreia, que pertencia à China; Guerra russo-japonesa (1904-1905): conquista
da Manchúria e Port Arthur após guerra com a Rússia.
A partir de 1933, o Japão invadiu a China com a intenção de anexar a
Manchúria oficialmente ao Império do Japão. A invasão japonesa na China
resultou na Segunda Guerra sino-japonesa (1937-1945), na qual o Japão
cometeu inúmeras atrocidades contra a população civil chinesa. Dois exemplos
de violência cometida pelo exército japonês são os casos de estupro em massa
cometidos contra mulheres chinesas e o uso de bombas biológicas em partes
da China.

A expansão japonesa previa o confronto contra os Estados Unidos para


expulsá-los definitivamente da Ásia (os EUA possuíam bases e soldados
instalados nas Filipinas). Isso garantiria ao Japão caminho livre para dominar o
sudeste asiático e, assim, ter acesso aos recursos naturais dessas regiões.
Pouco antes da agressão japonesa aos Estados Unidos, o Japão assinou o
Pacto Tripartite e tornou-se membro do Eixo e aliado militar da Alemanha e
Itália, em 1940. No final de 1941, o Japão atacou a base naval americana de
Pearl Harbor e, assim, iniciou o conflito armado contra os Estados Unidos. O
ataque forçou a adesão americana à Segunda Guerra Mundial.
No início do conflito, o Japão conseguiu expandir seu Império de maneira
avassaladora, derrotando sucessivamente tropas britânicas, americanas e
holandesas instaladas no sudeste asiático. Assim, os japoneses conquistaram
a Malásia, Birmânia, Cingapura e Hong Kong dos britânicos; as Índias Orientais
Holandesas dos holandeses, e as Filipinas dos americanos.
A expansão japonesa é vista com temeridade pelos Estados Unidos. Roosevelt
trata de bloquear de todas as maneiras seu crescimento militar e econômico.
Seu primeiro passo foi anular os acordos comerciais que mantinha com o
império do Sol Nascente. Inicia o embargo de petróleo e de matérias-primas
minerais fundamentais para a indústria de guerra japonesa, além de congelar
os créditos que o Japão possuía nos Estados Unidos. No campo diplomático,
iniciam-se conversões para obter a evacuação dos nipônicos da China e da
Indochina - que fracassaram. O estado de guerra tornava-se latente.
Apesar das vitórias iniciais, a capacidade de guerra do Japão era muito inferior
à capacidade americana em medidas proporcionais das economias dos dois
países, ou seja, a economia americana era muito maior que a japonesa e,
assim, poderia financiar a guerra por muito mais tempo que o Japão. Isso se
mostrou evidente a partir do segundo semestre de 1942, quando os Estados
Unidos passaram a reconquistar todos os territórios ocupados pelo Japão entre
1940 e 1942.
Em 1945, com o fim da guerra na Europa e com o Japão cercado pelas forças
americanas, os Aliados reuniram-se para debater o mapa da Europa no pós-
guerra e os termos da rendição japonesa. Estimava-se que a invasão territorial
do Japão resultaria em grande perda de vida (inclusive maiores do que as que
aconteceram na invasão da Normandia, no Dia D) em virtude da resistência
japonesa.
O Japão estava sendo castigado pelos bombardeios americanos sobre as suas
grandes cidades, além de estar com a economia falida. Apesar disso, recusou
a se render. Assim, para evitar uma invasão territorial, os Estados Unidos
optaram por lançar as bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki. Isso
precipitou a rendição japonesa, mas a decisão americana de lançar bombas
atômicas sobre civis foi considerada um crime de guerra.
Após a guerra, o comando-geral do Japão foi entregue ao general americano
Douglas MacArthur, e o território japonês foi ocupado pelos Estados Unidos até
1952. Os Aliados também organizaram o Tribunal Militar Internacional para o
Extremo Oriente, no qual juristas de diferentes nações Aliadas julgaram os
crimes de guerra cometidos a mando das lideranças japonesas.

Relação entre Brasil e Japão


Brasil e Japão mantêm relações centenárias e diversificadas: o Tratado de
Amizade, Comércio e Navegação, por meio do qual foram estabelecidas as
relações diplomáticas, completou 120 anos em 2015.
A comunidade brasileira no Japão é a terceira maior comunidade brasileira no
exterior, apesar de ter decrescido do ápice de mais de 300 mil pessoas, em
2007, para pouco mais de 173 mil, atualmente. A comunidade nipodescendente
("nikkei") no Brasil, fruto da imigração iniciada em 1908, alcança cerca de 1,6
milhão – a maior população de origem nipônica fora do Japão. Esse vínculo
humano é o principal patrimônio das relações, potencializando o diálogo e a
cooperação entre os dois países.
Por meio da JICA (Agência de Cooperação Internacional do Japão), o Japão é
um dos principais parceiros do Brasil em projetos de cooperação técnica, tanto
em cooperação recebida pelo Brasil quanto prestada conjuntamente a terceiros
países. Uma das iniciativas mais bem-sucedidas é o ProSavana (Programa de
Cooperação para o Desenvolvimento Agrícola da Savana Tropical de
Moçambique), desenvolvida em conjunto com a EMBRAPA. O sistema nipo-
brasileiro de TV digital (ISDB-T) é resultado de parceria tecnológica entre os
dois países. Essas parcerias são indicadores da capacidade de realização
conjunta do Brasil e do Japão.
Nas décadas de 1960 e 1970, empresas japonesas tiveram papel significativo
no avanço da industrialização brasileira. Novo impulso recíproco de
aproximação ocorreu a partir da década passada, após troca de visitas de alto
nível – a visita do Primeiro-Ministro Junichiro Koizumi ao Brasil, em 2004,
retribuída por visita do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Japão, em 2005.
Há grande interesse recíproco em intensificar as relações econômicas entre o
Brasil e o Japão – que são, respectivamente, a segunda maior economia
emergente e a segunda maior economia desenvolvida do mundo.
Em 2016, o Japão figurou como o terceiro principal parceiro comercial do Brasil
na Ásia e o sétimo no mundo. O Japão possui o sexto maior estoque de
investimentos externos diretos (IEDs) no Brasil, de US$ 26,8 bilhões, em 2014.
O fluxo de investimentos japoneses para o Brasil somou, em 2014, US$ 3,7
bilhões e, em 2015, US$ 2,8 bilhões.
A cooperação em ciência, tecnologia e inovação é ponto prioritário da agenda
bilateral, ainda com grande potencial a ser explorado. Dentre as áreas mais
promissoras, destacam-se tecnologias da informação e das comunicações;
nanotecnologia; tecnologia aeroespacial; robótica; novos materiais, dentre
outros. São exemplos bem-sucedidos de pesquisa científica conjunta as
parcerias entre a EMBRAPA e o Centro Internacional Japonês para Pesquisas
em Ciências Agrícolas (JIRCAS), na área de biotecnologia, e entre o Serviço
Geológico do Brasil (CPRM), o Instituto de Oceanografia da Universidade de
São Paulo e a Agência Japonesa de Ciência e Tecnologia do Mar (JAMSTEC)
– que levou à realização, em 2013, da expedição científica "Iatá-piúna",
primeiro estudo tripulado do leito do Atlântico Sul.
Na esfera multilateral, Brasil e Japão são parceiros em favor da reforma da
governança global, atuando no G4 – juntamente com Alemanha e Índia – em
defesa da reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Brasil e
Japão são os países que mais vezes ocuparam assento não permanente no
Conselho de Segurança – respectivamente, dez e onze biênios.

Política no Japão
Pelo Japão ser uma monarquia constitucional, a política japonesa funciona de
forma diferente da nossa política, por sermos uma república. Na monarquia, o
chefe de estado (monarca), por ser uma função cerimonial que não tem
controle sobre o governo, não é eleito. Nas eleições do Japão, se elege o chefe
de governo (Primeiro Ministro) e os ministros de estado.
Caso você se pergunte como funciona a política e o governo japonês, qual o
método governamental, quantos partidos existem, entre outras coisas, nesse
artigo irei esclarecer como o governo administra o arquipélago.

Como funciona o governo do Japão


O Japão é uma monarquia parlamentar constitucional democrática multi-
partidária, onde o Imperador é o chefe de estado e o Primeiro Ministro é o
chefe de governo e chefe do Gabinete do Japão.
O poder legislativo cai sobre a Dieta Nacional (que seria comparável ao nosso
Congresso Nacional) que é composta pela Câmara dos Representantes e
Câmara dos Conselheiros. O poder judiciário cai sobre a Suprema Corte e
corte mais baixas e a soberania cai sobre o povo japonês pela Constituição de
1947.
Assim como no Brasil, existem vários partidos políticos no Japão pois, ao todo,
são mais de 30 partidos japoneses. No entanto, desde 1955, um dos partidos
japoneses conhecido como 自由民主党 (Paritdo Liberal Democrata) tem
dominado as eleições nas câmaras junto com o 民進党 (Partido Democrata).
Dos mais de 30 partidos, somente 11 partidos são representados na Dieta
Nacional. Os outros partidos são representados pelas prefeituras/províncias
locais.

Qual a participação do povo na política do Japão?


O Japão é uma nação com uma boa educação e preparação dos jovens ao
mercado de trabalho. Mas, no que tange à política, o povo mais jovem tem
pouco ou nenhum interesse em votar.
As mulheres não se vêem muito bem-vindas na política, dado o pequeno
número de mulheres na política japonesa. A parcela que realmente vota, são
os homens de meia para terceira idade, a maioria sendo da terceira idade.
Isso é algo que, ao mesmo tempo que é uma preocupação para os políticos em
geral pois a massa idosa, em breve, vai falecer. Sobrará a massa jovem como
curral eleitoral. Mas os políticos não estão muito preocupados em mudar a
legislação em favor dos mais jovens. Praticamente, eles sustentam a
aposentadoria dos mais velhos.
As mulheres encontram poucas oportunidades na política pois o Japão ainda
mantém uma cultura bastante conservadora em relação às mulheres. No
Japão, a mulher não consegue manter emprego e filho ao mesmo tempo. O
que se espera das mulheres é o casamento e o papel de dona de casa.
Os jovens e as mulheres não vêem muita opção para eles na política. Como
consequência de políticas favorecendo homens e aposentados, eles se
afastam da política e se abstêm de votar.

Contexto político e o governo no Japão


O Poder Executivo
O chefe de estado é o imperador. Seu papel é principalmente cerimonial. O
líder do partido majoritário ou da coalisão majoritária no Parlamento (Câmera
dos Representantes) é designado como primeiro-ministro por um mandato de
quatro anos. O primeiro-ministro é o chefe do governo e detém o poder
executivo de fato, que inclui a execução da lei no país e o gerenciamento dos
assuntos quotidianos. O Ministério é nomeado pelo primeiro-ministro.

O Poder Legislativo
O legislativo no Japão é bicameral. O parlamento, chamado de Dieta Nacional,
consiste na Câmara dos Conselheiros (a câmara superior), com 242 membros
eleitos para mandatos de seis anos pelo voto popular, e a Câmara dos
Representantes (a câmara inferior), com 480 membros eleitos por voto popular
para mandatos de quatro anos. A Constituição do Japão estabelece que o
"órgão máximo de poder estatal" é a Dieta Nacional. O ramo executivo do
governo é dependente, direta ou indiretamente, do apoio da Dieta Nacional;
esse apoio pode ser expresso, muitas vezes, por um voto de confiança.

Os principais partidos políticos


Partido Liberal Democrata (PLD) (em inglês) : partido de centro-direita, é o PLD
que lidera a coalizão japonesa;
Partido Democrático do Japão (PDJ) (em inglês): liberal e social-democrata, é o
maior partido de oposição;
Partido da Restauração Japonesa (PRJ) (em japonês): partido de direita. É o
terceiro partido com maior força, mas está, lentamente, perdendo
representação; Novo Komeito (NK) (em inglês): partido de centro-esquerda, em
coalizão com PLD;
Partido Comunista Japonês (PCJ) (em inglês): partido de esquerda. Na última
eleição, sua representação na política japonesa mais do que dobrou;

Os líderes políticos no poder


Imperador: AKIHITO (desde 7 de janeiro de 1989) – hereditário
Primeiro-ministro: Shinzō Abe (Partido Liberal Democrata), desde 26 de
dezembro de 2012.

Próximas datas da eleição


Câmara dos Deputados: 22 de outubro de 2017 (Eleições antecipadas
convocadas pelo primeiro-ministro Shinzo Abe)
Câmara dos Conselheiros: 2019
REFERENCIAS
https://zaiteswalker.files.wordpress.com/2014/11/origem-do-povo-
japonc3aas.pdf
https://www.artehistoria.com/es/contexto/el-imperialismo-japon%C3%A9s
https://historiadomundo.uol.com.br/idade-contemporanea/segunda-guerra-
mundial-na-asia.htm
https://www.terra.com.br/noticias/educacao/historia/segunda-guerra-mundial-
japao-desafia-estados-
unidos,c8554a6efdc1d310VgnVCM20000099cceb0aRCRD.html
http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/ficha-pais/5284-japao

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