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PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA DE MINAS GERAIS

Comunicação Social - Publicidade e Propaganda


Comunicação e Conjuntura Internacional

Gabriel Azevedo
Julio Mazzeu
Luísa Hostalácio
Mateus Paixão
Rafaela Romano
Roberto Santos

JAPÃO: O Japão e sua conjuntura internacional

Belo Horizonte
2018
JAPÃO
Neste projeto apresentaremos o Japão, suas características geográficas, sua
história e política, sua economia, cultura, curiosidades, como é a publicidade no país e
como ele se posiciona na conjuntura internacional.
O Japão é um país insular localiza-se na Ásia Oriental, banhado pelo Oceano
Pacífico e pelo Mar do Japão. Está localizado a leste de países como a República
Democrática da China, a Coreia do Norte, da Coreia do Sul e também da Rússia.
Figura 1: Localização do Japão (em verde escuro)

Figura 2: Mapa do Japão com as divisões administrativas


ETIMOLOGIA
Em japonês, os nomes para “Japão” são Nippon (にっぽん) – utilizado
oficialmente, inclusive na moeda, nos selos postais e em eventos internacionais e Nihon (
にほん) – utilizado de maneira casual e adotado no discurso contemporâneo. Os
japoneses se referem a si mesmos como Nihonjin (日本人) e chamam sua
língua Nihongo (日本語). Os termos Nippon e Nihon significam “origem do sol” e
podem ser traduzidos também como “Terra do Sol Nascente”, esses conceitos vêm das
missões do Império com a dinastia chinesa Sui e está relacionada à posição geográfica do
Japão (ao leste em relação à China). O Japão era conhecido como Wa (倭) ou Wakoku (
倭国) antes de Nihon ser adotado.

CAPITAL
A capital do país é Tóquio (Tokyo), além de capital é, também, a cidade mais
populosa do Japão com 8.949.447 de habitantes, segundo censo de 2010.

Figura 3: Cidade de Tóquio

POPULAÇÃO
A população japonesa, de acordo com censo de 2016, era de 126.702.133
habitantes, 93,02% de seus habitantes estão em centros urbanos, enquanto 6,98% estão
na região rural do país. Sua área total é de 377.873 km² e ocupa a posição 62 na lista que
ordena países e território por área. Como vemos no gráfico abaixo, segundo dados do
Banco Mundial de 2016, a faixa etária da população japonesa corresponde a 12,94%
(entre 0 e 14 anos), 61,36% (entre 15 e 64 anos) e 25,71% (mais de 65 anos), podemos
perceber, então, que a população japonesa é jovem.

IDH (Índice de Desenvolvimento Humano)


O IDH do Japão é considerado ‘Muito elevado’ – 0,903 (17º). O padrão de vida é
muito alto e possui a maior expectativa de vida do mundo – de 85 anos para a população
geral, sendo 81,7 anos para os homens e 88,5 para as mulheres, segundo ONU e OMS.

NATALIDADE E MORTALIDADE
Quanto à taxa de natalidade do Japão, segundo estimativa do ano de 2016, foram
7,8 nascimentos a cada 1.000 habitantes. Já a taxa de mortalidade, em 2016, foram 9,6
mortes a cada 1.000 habitantes. Enquanto isso, a taxa de mortalidade infantil é de 2 mortes
a cada 1.000 nascimentos, sendo a terceira menor taxa de mortalidade infantil do Mundo.
A taxa de crescimento populacional foi de -0,19%, no ano de 2016.
IDIOMA
O japonês é o idioma oficial do país e 99% da população adota o japonês como
primeiro idioma. Entre as línguas japônicas (que pertencem ao japonês), estão as línguas
Ryukyuanas que são faladas em Okinawa, porém, poucas crianças aprendem essa língua.
A língua Ainu está em extinção pois, apenas alguns idosos nativos de Hokkaido falam
essa língua.
No que se refere ao sistema de escrita, no Japão adota-se o kanji (caracteres
chineses) e dois conjuntos de kana (silabários com base em caracteres chineses
simplificados), como também o alfabeto latino e numerais arábicos.

GEOGRAFIA
O Japão é um país insular e se estende ao longo da costa leste asiática. O país tem
entre 70% a 80% de seu território coberto por florestas e possui relevo montanhoso, sendo
que a montanha mais alta e o vulcão mais conhecido do país é o monte Fuji com 3.776
metros de altitude. Nessa região, localizada no Círculo de fogo do Pacífico, existem 80
vulcões ativos e sismos são muito comuns, esse fato contribui para que o Japão esteja
entre os países que mais registram terremotos no mundo.

CLIMA
O clima no Japão apresenta uma grande variação entre as estações do ano. No
inverno o clima do país sofre influência das massas de ar frio que vem da Sibéria e, no
verão, o clima é influenciado pelas massas de ar quentes que vem do Pacífico. É comum
que na mudança de estação entre verão e outono ocorram tufões. O país é dividido em
quatro regiões climáticas, sendo elas a de Hokkaido (clima subártico), a da costa do
Pacífico (temperado), a da costa do Mar do Japão (mais chuvoso) e o da região sudoeste
(subtropical).

MOEDA
Iene ou Yen (¥ - JPY).
US$1,00 equivale a ¥109,345.
R$1,00 equivale a ¥29,886.

ESCOLARIZAÇÃO
O período de tempo do Gimukyoiku é de 9 anos: 6 anos de Shougaku (Ensino
Fundamental I) e 3 anos de Chuugaku (Ensino Fundamental II). A taxa de alfabetização
escolar para os 9 anos de escolaridade obrigatória é de 99%. Apesar do Koukou (Ensino
Médio) não ser obrigatório, mais de 96% dos jovens japoneses estão matriculados em
todo o país.

BANDEIRA
A bandeira do Japão é conhecida como Hinomaru, que significa “Disco Solar”, é
uma bandeira retangular branca com um sol estilizado como um disco vermelho no
centro. Como você já deve ter percebido, o círculo vermelho representa o sol. Mas em
relação às cores, o branco representa pureza e honestidade (valores muito fortes no Japão)
e o vermelho representa o sol assim como também sinceridade e paixão.
Sua origem vem do século XIII e, durante os séculos XV e XVI era utilizada como
símbolo militar. Foi durante a restauração Meiji que a bandeira foi adotada como símbolo
nacional.
Figura 4: Bandeira nacional

Figura 5: Bandeira da Armada Imperial


Japonesa
HINO

Tradução
きみがよは (Kimigayo wa) Que o reinado do Imperador (ou do

ちよにやちよに (Chiyo ni yachiyo ni) Japão)


Dure por milhares e milhares de gerações
さざれいしの (Sazare-ishi no)
Até que o pedregulho
いわおとなりて (Iwao to narite)
Se torne rochedos
こけのむすまで (Koke no musu made)
E os musgos venham a cobri-lo.

Link: https://www.youtube.com/watch?v=tkXDCs8qX8Y

HISTÓRIA

Figura 6: Xintoísmo tinha em torno de 4 mil divindades relacionadas à natureza. Acima de todos, está
uma mulher, a deusa Amaterasu.

Origem do Povo Japonês


Diferentemente de muitos povos, os japoneses não sabem com precisão de qual
raça descendem, portanto é um tanto obscura a história do povoamento do arquipélago
nipônico. Mas há indícios de que os primeiros habitantes teriam surgido da região oriental
da Sibéria durante o período neolítico, em torno de 3.000 a.C., e do sudeste asiático.
Talvez os ainus, colonizadores caucasianos, também tenham chegado às ilhas naquele
mesmo período.
Figura 7: Ainus, os indígenas do Japão.
Nesse sentido, a raça japonesa, então, é uma mistura de três raças: mongol
(amarelo), povo do norte (branco) e polinésio (moreno). Ao contrário do que muitos
pensam, os japoneses não vêm unicamente da China, e nem a sua língua tem origem no
chinês. Foi da fusão da linguagem dos montes Urais, na Rússia, e da dos montes Altais,
na Ásia Central, que se deu a formação da língua japonesa. Portanto, a origem do japonês
é uralo-altaica.
É sabido que o arquipélago nipônico já era habitado, bem antes dos japoneses,
pelos homens das cavernas que viveram há 32.000 anos. Na província de Minatoga foi
encontrado o esqueleto mais antigo de um homem sapiens, isto é, de um homem moderno,
com 18.000 anos de idade. O fóssil recebeu o nome de “minatogajin”, o homem de
Minatoga. No entanto, as pesquisas apontam que o japonês atual se originou da
miscigenação de mongóis, chineses, coreanos e de habitantes do sudeste asiático, que
entraram no território japonês pelo Sul, com os ainus, estes de origem caucasiana, que
habitam as ilhas há mais de 5.000 anos. Há, ainda, em torno de 15.000 ainus vivendo em
Hokaido, no extremo norte do Japão, com seus costumes e falando uma língua própria.

A história do Imperialismo Japonês


A história do Japão contemporâneo, o quadro no qual se situa a formação do
imperialismo japonês, divide-se em quatro fases. A primeira fase, entre 1868 e 1912, é a
época da revolução Meiji. Significa modernização e ocidentalização. Liberado o Japão da
incipiente dependência colonial ocidental, permite um desenvolvimento completo que o
transforma em uma grande potência mundial. Há dois momentos neste processo: de 1868
a 1881, é o período das reformas e a consolidação da revolução Meiji; reformas que
tendem a transformar amplamente a sociedade japonesa, mantendo sua base tradicional.

Figura 8: Ilustração da Armada Imperial Japonesa

A segunda fase, de 1881 a 1912, corresponde à altura de Meiji no Japão, com a


nova organização e institucionalização do Estado e da sociedade, e os primórdios da
expansão territorial e imperial em sua plenitude, define o seu próprio imperialismo, rival
do ocidental.
A terceira fase, de 1912 a 1937, é a época da potência mundial do Japão: entre a
Primeira e a Segunda Guerra Mundial, a chamada era Taisho, entre 1912 e 1926, e era
Showa desde 1926. O Japão se torna um novo centro do poder mundial. Sua vida política
e econômica é dominada por grupos oligárquicos, financeiros e militares, que mantêm o
crescimento capitalista e a prosperidade econômica, o controle político e a expansão
externa. Com isso, na ordem interna, a partir das bases de um sistema que é considerado
liberal, tende a formar um regime autoritário, e no plano externo, para construir uma nova
ordem no leste da Ásia que consagra o poder japonês.
A quarta fase, de 1937 a 1945, ocorre durante a Segunda Guerra Mundial: na
ordem interna, o governo militar é alcançado e internacionalmente, a aliança com as
potências do Eixo, levando o processo de guerra à derrota japonesa no ano de 1945. Ao
longo deste processo é formulado o imperialismo japonês, que entra em rivalidade e
conflito com os imperialismos ocidentais até então dominante no Extremo Oriente, esse
imperialismo molda três fatores: a ascensão diplomática e internacional do Japão à
potência mundial, a expansão territorial externa concreta impulsionada pelas
necessidades desse mesmo crescimento econômico e político que leva ao país construir
um próprio império colonial no leste da Ásia e, finalmente, os fundamentos ideológicos
e sociais do ultra-nacionalismo e do imperialismo japoneses dentro de sua própria
identidade histórica. O resultado de todos esses elementos é a construção da Nova Ordem
Japonesa no Extremo Oriente.

Japão e a Segunda Guerra Mundial


O Japão, durante a década de 1930, defendia a sua expansão territorial a partir da
força de seus exércitos para que fosse desenvolvido um projeto de colonização em todo
o Extremo Oriente. Esse projeto evidenciou o nacionalismo imperialista japonês, que se
desenvolveu a partir da reformulação do ensino durante a Restauração Meiji (1868). O
imperialismo japonês foi manifestado antes da Segunda Guerra Mundial em eventos
como:
Primeira Guerra sino-japonesa (1894-1895): Japão conquistou a península da
Coreia, que pertencia à China; Guerra russo-japonesa (1904-1905): conquista da
Manchúria e Port Arthur após guerra com a Rússia.
A partir de 1933, o Japão invadiu a China com a intenção de anexar a Manchúria
oficialmente ao Império do Japão. A invasão japonesa na China resultou na Segunda
Guerra sino-japonesa (1937-1945), na qual o Japão cometeu inúmeras atrocidades contra
a população civil chinesa. Dois exemplos de violência cometida pelo exército japonês são
os casos de estupro em massa cometidos contra mulheres chinesas e o uso de bombas
biológicas em partes da China.
A expansão japonesa previa o confronto contra os Estados Unidos para expulsá-
los definitivamente da Ásia (os EUA possuíam bases e soldados instalados nas Filipinas).
Isso garantiria ao Japão caminho livre para dominar o sudeste asiático e, assim, ter acesso
aos recursos naturais dessas regiões.
Pouco antes da agressão japonesa aos Estados Unidos, o Japão assinou o Pacto
Tripartite e tornou-se membro do Eixo e aliado militar da Alemanha e Itália, em 1940.
No final de 1941, o Japão atacou a base naval americana de Pearl Harbor e, assim, iniciou
o conflito armado contra os Estados Unidos. O ataque forçou a adesão americana à
Segunda Guerra Mundial.
No início do conflito, o Japão conseguiu expandir seu Império de maneira
avassaladora, derrotando sucessivamente tropas britânicas, americanas e holandesas
instaladas no sudeste asiático. Assim, os japoneses conquistaram a Malásia, Birmânia,
Cingapura e Hong Kong dos britânicos; as Índias Orientais Holandesas dos holandeses,
e as Filipinas dos americanos.
A expansão japonesa é vista com temeridade pelos Estados Unidos. Roosevelt
trata de bloquear de todas as maneiras seu crescimento militar e econômico. Seu primeiro
passo foi anular os acordos comerciais que mantinha com o império do Sol Nascente.
Inicia o embargo de petróleo e de matérias-primas minerais fundamentais para a indústria
de guerra japonesa, além de congelar os créditos que o Japão possuía nos Estados Unidos.
No campo diplomático, iniciam-se conversões para obter a evacuação dos nipônicos da
China e da Indochina - que fracassaram. O estado de guerra tornava-se latente.
Apesar das vitórias iniciais, a capacidade de guerra do Japão era muito inferior à
capacidade americana em medidas proporcionais das economias dos dois países, ou seja,
a economia americana era muito maior que a japonesa e, assim, poderia financiar a guerra
por muito mais tempo que o Japão. Isso se mostrou evidente a partir do segundo semestre
de 1942, quando os Estados Unidos passaram a reconquistar todos os territórios ocupados
pelo Japão entre 1940 e 1942.
Em 1945, com o fim da guerra na Europa e com o Japão cercado pelas forças
americanas, os Aliados reuniram-se para debater o mapa da Europa no pós-guerra e os
termos da rendição japonesa. Estimava-se que a invasão territorial do Japão resultaria em
grande perda de vida (inclusive maiores do que as que aconteceram na invasão da
Normandia, no Dia D) em virtude da resistência japonesa.
O Japão estava sendo castigado pelos bombardeios americanos sobre as suas
grandes cidades, além de estar com a economia falida. Apesar disso, recusou a se render.
Assim, para evitar uma invasão territorial, os Estados Unidos optaram por lançar as
bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki. Isso precipitou a rendição japonesa, mas
a decisão americana de lançar bombas atômicas sobre civis foi considerada um crime de
guerra.

Figura 9: Maquete antes e depois do impacto nuclear em Hiroshima.


Após a guerra, o comando-geral do Japão foi entregue ao general americano
Douglas MacArthur, e o território japonês foi ocupado pelos Estados Unidos até 1952.
Os Aliados também organizaram o Tribunal Militar Internacional para o Extremo Oriente,
no qual juristas de diferentes nações Aliadas julgaram os crimes de guerra cometidos a
mando das lideranças japonesas.

Relação entre Brasil e Japão


Brasil e Japão mantêm relações centenárias e diversificadas: o Tratado de
Amizade, Comércio e Navegação, por meio do qual foram estabelecidas as relações
diplomáticas, completou 120 anos em 2015.

Figura 10: Painel em homenagem ao centenário da Imigração Japonesa no Brasil em 2008, localizado no
Hall da Taquigrafia da Câmara Federal em Brasília/DF.

A comunidade brasileira no Japão é a terceira maior comunidade brasileira no


exterior, apesar de ter decrescido do ápice de mais de 300 mil pessoas, em 2007, para
pouco mais de 173 mil, atualmente. A comunidade nipodescendente ("nikkei") no Brasil,
fruto da imigração iniciada em 1908, alcança cerca de 1,6 milhão – a maior população de
origem nipônica fora do Japão. Esse vínculo humano é o principal patrimônio das
relações, potencializando o diálogo e a cooperação entre os dois países.
Por meio da JICA (Agência de Cooperação Internacional do Japão), o Japão é um
dos principais parceiros do Brasil em projetos de cooperação técnica, tanto em cooperação
recebida pelo Brasil quanto prestada conjuntamente a terceiros países. Uma das
iniciativas mais bem-sucedidas é o ProSavana (Programa de Cooperação para o
Desenvolvimento Agrícola da Savana Tropical de Moçambique), desenvolvida em
conjunto com a EMBRAPA. O sistema nipo-brasileiro de TV digital (ISDB-T) é
resultado de parceria tecnológica entre os dois países. Essas parcerias são indicadores da
capacidade de realização conjunta do Brasil e do Japão.
Nas décadas de 1960 e 1970, empresas japonesas tiveram papel significativo no
avanço da industrialização brasileira. Novo impulso recíproco de aproximação ocorreu a
partir da década passada, após troca de visitas de alto nível – a visita do Primeiro-Ministro
Junichiro Koizumi ao Brasil, em 2004, retribuída por visita do Presidente Luiz Inácio
Lula da Silva ao Japão, em 2005. Há grande interesse recíproco em intensificar as relações
econômicas entre o Brasil e o Japão – que são, respectivamente, a segunda maior
economia emergente e a segunda maior economia desenvolvida do mundo.
Em 2016, o Japão figurou como o terceiro principal parceiro comercial do Brasil
na Ásia e o sétimo no mundo. O Japão possui o sexto maior estoque de investimentos
externos diretos (IEDs) no Brasil, de US$ 26,8 bilhões, em 2014. O fluxo de
investimentos japoneses para o Brasil somou, em 2014, US$ 3,7 bilhões e, em 2015, US$
2,8 bilhões.
A cooperação em ciência, tecnologia e inovação é ponto prioritário da agenda
bilateral, ainda com grande potencial a ser explorado. Dentre as áreas mais promissoras,
destacam-se tecnologias da informação e das comunicações; nanotecnologia; tecnologia
aeroespacial; robótica; novos materiais, dentre outros. São exemplos bem-sucedidos de
pesquisa científica conjunta as parcerias entre a EMBRAPA e o Centro Internacional
Japonês para Pesquisas em Ciências Agrícolas (JIRCAS), na área de biotecnologia, e
entre o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), o Instituto de Oceanografia da
Universidade de São Paulo e a Agência Japonesa de Ciência e Tecnologia do Mar
(JAMSTEC) – que levou à realização, em 2013, da expedição científica "Iatá-piúna",
primeiro estudo tripulado do leito do Atlântico Sul.
Na esfera multilateral, Brasil e Japão são parceiros em favor da reforma da
governança global, atuando no G4 – juntamente com Alemanha e Índia – em defesa da
reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Brasil e Japão são os países que
mais vezes ocuparam assento não permanente no Conselho de Segurança –
respectivamente, dez e onze biênios.
POLÍTICA
Como funciona o governo do Japão?
O Japão é uma monarquia constitucional, na monarquia, o chefe de estado
(monarca), por ser uma função cerimonial que não tem controle sobre o governo, não é
eleito. Nas eleições do Japão, se elege o chefe de governo (Primeiro Ministro) e os
ministros de estado.
Por ser uma monarquia parlamentar constitucional democrática multipartidária,
onde o Imperador é o chefe de estado e o Primeiro Ministro é o chefe de governo e chefe
do Gabinete do Japão, o poder legislativo cai sobre a Dieta Nacional (que seria
comparável ao nosso Congresso Nacional) que é composta pela Câmara dos
Representantes e Câmara dos Conselheiros. O poder judiciário cai sobre a Suprema Corte
e corte mais baixas e a soberania cai sobre o povo japonês pela Constituição de 1947.
Assim como no Brasil, existem vários partidos políticos no Japão, ao todo, são mais de
30 partidos japoneses. No entanto, desde 1955, um dos partidos japoneses conhecido
como 自由民主党 (Paritdo Liberal Democrata) tem dominado as eleições nas câmaras
junto com o 民進党 (Partido Democrata).
Dos mais de 30 partidos, somente 11 partidos são representados na Dieta
Nacional. Os outros partidos são representados pelas prefeituras/províncias locais.

Qual a participação do povo na política do Japão?


O Japão é uma nação com uma boa educação e preparação dos jovens ao mercado
de trabalho, mas, no que tange à política, o povo mais jovem tem pouco ou nenhum
interesse em votar.
As mulheres não se veem muito bem-vindas na política, dado o pequeno número
de mulheres na política japonesa. As mulheres encontram poucas oportunidades na
política pois o Japão ainda mantém uma cultura bastante conservadora em relação às
mulheres. No Japão, a mulher não consegue manter emprego e filho ao mesmo tempo. O
que se espera das mulheres é o casamento e o papel de dona de casa.
A parcela que realmente vota, são os homens de meia para terceira idade, a maioria
sendo da terceira idade.
Uma preocupação que os políticos têm é que os idosos estão falecendo e os jovem
não possuem grande interesse no voto tornando escarço o número de votos. Mas os
políticos não estão tão preocupados em mudar a legislação em favor dos mais jovens,
pois, praticamente, são eles que sustentam a aposentadoria dos mais velhos.
Os jovens e as mulheres não veem muitas opções para eles na política, como
consequência de políticas favorecendo homens e aposentados, eles se afastam da política
e se abstêm do voto.

O Poder Executivo
O chefe de estado é o imperador. Seu papel é principalmente cerimonial. O líder
do partido majoritário ou da coalizão majoritária no Parlamento (Câmera dos
Representantes) é designado como primeiro-ministro por um mandato de quatro anos. O
primeiro-ministro é o chefe do governo e detém o poder executivo de fato, que inclui a
execução da lei no país e o gerenciamento dos assuntos quotidianos. O Ministério é
nomeado pelo primeiro-ministro.

O Poder Legislativo
O legislativo no Japão é bicameral. O parlamento, chamado de Dieta Nacional,
consiste na Câmara dos Conselheiros (a câmara superior), com 242 membros eleitos para
mandatos de seis anos pelo voto popular, e a Câmara dos Representantes (a câmara
inferior), com 480 membros eleitos por voto popular para mandatos de quatro anos. A
Constituição do Japão estabelece que o "órgão máximo de poder estatal" é a Dieta
Nacional. O ramo executivo do governo é dependente, direta ou indiretamente, do apoio
da Dieta Nacional; esse apoio pode ser expresso, muitas vezes, por um voto de confiança.

Os principais partidos políticos


 Partido Liberal Democrata (PLD): partido de centro-direita, é o PLD que lidera a
coalizão japonesa;
 Partido Democrático do Japão (PDJ): liberal e social-democrata, é o maior partido de
oposição;
 Partido da Restauração Japonesa (PRJ): partido de direita. É o terceiro partido com
maior força, mas está, lentamente, perdendo representação;
 Novo Komeito (NK): partido de centro-esquerda, em coalizão com PLD;
 Partido Comunista Japonês (PCJ): partido de esquerda. Na última eleição, sua
representação na política japonesa mais do que dobrou;
Os líderes políticos no poder

Imperador: AKIHITO (desde 7 de janeiro de 1989) – hereditário, renunciará ao trono


no dia 30 de abril de 2019, o príncipe herdeiro Naruhito, de 57 anos, sucederá ao
imperador.

Primeiro-ministro: Shinzō Abe (Partido Liberal Democrata), desde 26 de dezembro de


2012.
ECONOMIA

A Economia do Japão em uma Era de Globalização


A economia pós-guerra do Japão desenvolveu-se a partir dos resquícios de uma
infraestrutura industrial que sofreu destruição generalizada durante a Segunda Guerra
Mundial. Em 1952, ao final da ocupação dos aliados, o Japão era um “país menos
desenvolvido”, com um consumo per capita de cerca de um quinto do consumo dos
Estados Unidos. Ao longo de duas décadas, o Japão alcançou um crescimento anual
médio de 8%, possibilitando que o país se tornasse o primeiro a passar do status de
“menos desenvolvido” para “desenvolvido” na era pós-guerra. As razões para isso ter
acontecido incluem altas taxas tanto de poupança individual como de investimentos em
iniciativas do setor privado, uma força de trabalho com grande ética laboral, o amplo
fornecimento de petróleo a baixo custo, tecnologias de inovação, e uma intervenção
governamental efetiva nas indústrias do setor privado. O Japão foi o principal beneficiário
do rápido crescimento atrelado à economia do mundo pós-guerra segundo os princípios
de livre comércio promovidos pelo Fundo Monetário Internacional e pelo Acordo Geral
de Tarifas e Comércio. Em 1968, a economia japonesa já havia se tornado a segunda
maior do mundo, depois da economia dos Estados Unidos.
Entre 1950 e 1970, a porcentagem de japoneses que viviam nas cidades passou de
38% para 72%, aumentando expressivamente a força de trabalho industrial. O potencial
competitivo da indústria japonesa cresceu de forma robusta, com um aumento médio de
18,4% ao ano nas exportações durante os anos 60. Depois da segunda metade da década
de 60, o Japão alcançou anualmente um superávit na balança de transações correntes, com
exceção de alguns poucos anos depois da crise do petróleo de 1973. Nessa fase, o
crescimento econômico teve o apoio de fortes investimentos em iniciativas do setor
privado, os quais eram baseados na alta taxa de poupança individual. Ao mesmo tempo,
ocorreram mudanças significativas na estrutura industrial do Japão, com uma mudança
de foco nas principais atividades econômicas, passando da agricultura e indústria de
pequeno porte para a indústria de grande porte. As indústrias de ferro e aço, construção
de navios, maquinário, veículos motorizados e dispositivos eletrônicos passaram a
dominar o setor industrial.
Em dezembro de 1960, o Primeiro-Ministro Ikeda Hayato anunciou um plano para
dobrar a renda, estabelecendo a meta de 7,8% de crescimento anual durante a década de
1960-1970. O planejamento econômico do governo direcionado para a expansão da
indústria de base se provou extremamente bem-sucedido e, em 1968, a renda nacional
havia dobrado, alcançando um crescimento anual médio de 10%.

Uma Economia Madura


O Plano Social e Econômico Básico do Primeiro-Ministro Tanaka Kakuei em
fevereiro de 1973, projetou a continuidade das altas taxas de crescimento para o período
1973-1977. Contudo, em 1973, a política macroeconômica doméstica resultou em um
rápido crescimento do abastecimento de capital, o que levou a uma ampla especulação
por parte dos mercados imobiliário e de commodities domésticas. O Japão já sofria de
uma inflação de dois dígitos quando, em outubro de 1973, a eclosão da guerra no Oriente
Médio levou a uma crise do petróleo. Os custos da energia subiram acentuadamente e o
iene, que não refletia sua real força, passou para o câmbio flutuante. A consequente
recessão diminuiu as expectativas para o crescimento futuro, resultando na redução do
investimento privado. O crescimento econômico diminuiu do nível de 10% para uma
média de 3,6% no período de 1974-1979, e 4,4% durante a década de 1980.

Figura 11: Bolsa de Valores de Tóquio

Bolsa de Valores de Tóquio: A Bolsa de Valores de Tóquio é a mais antiga do Japão,


tendo sido estabelecida em 1878, hoje é a 3ª maior do mundo em capitalização de
mercado.
Uma segunda crise do petróleo em 1979 contribuiu para uma mudança de base na
estrutura industrial do Japão, passando de um foco em indústrias de grande porte para o
desenvolvimento de novas áreas, tais como a indústria de semicondutores VLSI. Ao final
dos anos 70, as indústrias de informática, semicondutores e outras indústrias intensivas
nas áreas de tecnologia e informação entraram em uma fase de rápido crescimento.
Assim como na era de alto crescimento, as exportações continuaram
desempenhando um importante papel no crescimento econômico do Japão nos anos 1970
e 80. Contudo, o atrito comercial que acompanhou o crescente superávit na balança de
pagamentos do Japão levou a clamores cada vez mais fortes para que o Japão promovesse
uma maior abertura dos mercados domésticos e focasse mais na demanda interna como
motor de crescimento econômico.

A Bolha Econômica
Depois do Acordo de Plaza de 1985, o valor do iene subiu acentuadamente,
alcançando 120 ienes para cada dólar norte-americano em 1988 – três vezes o valor de
1971 segundo o sistema de câmbio fixo. O consequente aumento do preço de produtos de
exportação japoneses reduziu sua competitividade nos mercados internacionais, mas
medidas financeiras do governo contribuíram para o crescimento da demanda interna.

Figura 12: Moeda japonesa (Iene/Yen)

O investimento empresarial cresceu intensamente em 1988 e 1989. Com preços


mais altos das ações, o valor das emissões de títulos de propriedade crescera
acentuadamente, marcando-os como uma importante fonte de financiamento para as
empresas, enquanto os bancos buscavam uma saída para os fundos de desenvolvimento
imobiliário. Por sua vez, as empresas usaram seus títulos imobiliários como garantia
subsidiária para a especulação do mercado de ações, o que fez com que, durante esse
período, o valor dos preços de terra dobrassem e o índice da bolsa de valores de Tóquio
Nikkei aumentasse 180%.
Em maio de 1989, o governo apertou suas políticas monetárias para suprimir o
aumento no valor de bens como as propriedades de terra. Contudo, taxas de juros mais
altas levaram os preços das ações a uma redução espiral. Ao final de 1990, a bolsa de
valores de Tóquio tinha caído 38%, representando perdas equivalentes a 300 trilhões de
ienes (US$2,07 trilhões), e os preços de terra caíram acentuadamente desde o ápice
especulativo. Esse mergulho na recessão é conhecido como “rompimento” da “bolha
econômica”.

A Economia desde 1995


A recessão pós-bolha continuou até a segunda metade da década de 1990 e
adentrou o novo milênio. Algumas melhoras temporárias na perspectiva econômica foram
observadas em 1995 e 1996, parcialmente devido à queda do valor do iene e à demanda
adicional gerada pelos esforços de recuperação do Grande Terremoto de Hanshin-Awaji,
em janeiro de 1995. Em 1997, porém, diversos fatores pioraram a recessão rapidamente,
como o aumento na taxa de consumo, a redução dos investimentos do governo e a falência
de grandes instituições financeiras. Sentindo o peso de um alto volume de dívidas podres,
agravado pelos preços de terra que continuavam em queda, as instituições financeiras
apertaram suas políticas de crédito, forçando as empresas a reduzir seus investimentos
em equipamentos e usinas. Somado à queda nas exportações causada pela crise
econômica da Ásia, praticamente todas as indústrias tiveram redução de lucro. Os salários
e a renda dos empregados também caíram, puxando os gastos com consumo para níveis
ainda mais baixos e, em 1998, a economia japonesa registrou um crescimento negativo.
Em 1998, o governo estabeleceu uma estrutura de financiamento de 60 trilhões de
ienes para fornecer os recursos públicos necessários para promover a recuperação
econômica, além de alocar um adicional de 40 trilhões de ienes para medidas de
emergência para compensar a redução do crédito pelas instituições financeiras. O
orçamento nacional para o ano fiscal de 1999 incluiu um grande aumento nos gastos com
projetos públicos e ações foram tomadas para reduzir as taxas, tais como o aumento nos
créditos fiscais para novas aquisições residenciais. A partir de fevereiro de 1999, o Banco
do Japão instituiu uma política de juros de curto prazo com taxas de 0% para facilitar o
abastecimento monetário e, em março, o governo injetou 7,5 trilhões de ienes em recursos
públicos nos 15 principais bancos.

Figura 13: Fábrica de automóveis Toyota - Funcionários trabalham manualmente adicionando


componentes solicitados em uma linha de montagem.

Como resultados dessas medidas e do aumento da procura por produtos japoneses


na Ásia, no final de 1999 e em 2000, sinais de recuperação foram observados, tais como
aumentos nos preços das ações e crescimento de receita em alguns setores. Em 2001,
contudo, a economia voltou à recessão devido a problemas internos – uma demanda
interna sem muito dinamismo, deflação, a continuidade do fardo de dívidas podres
carregado por bancos japoneses – além de fatores internacionais que incluíram uma
redução nas exportações japonesas causada pela deterioração da economia norte-
americana. A taxa de desemprego, que era de apenas 2,1% em 1990, subiu para 4.2% em
2012.
A economia chegou ao pior nível possível no início de 2002, entrando em um
período de recuperação lenta, porém sólida, que continuou até a metade da década. Depois
de persistirem por mais de 10 anos, as consequências negativas do colapso da bolha
econômica parecem ter sido, em grande parte, finalmente superadas. O índice de
empréstimos em moratória ou sob risco de moratória dos principais bancos caiu de 8%
em 2002 para abaixo de 2% em 2006, e isso contribuiu para uma recuperação da
capacidade de crédito bancário conforme os bancos puderam mais uma vez funcionar de
maneira plena como intermediários financeiros.
Há uma crescente preocupação quanto as consequências que o envelhecimento da
sociedade japonesa terá para a economia. Em 2012, aproximadamente 24,2% da
população tinha 65 anos ou mais, e projeta-se que esse índice seja de cerca de 41% até
2055. Para minimizar os efeitos da contração da população economicamente ativa, será
necessário aumentar a produtividade de trabalho e promover o emprego de mulheres e
pessoas com mais de 65 anos. Além disso, reformas fundamentais serão necessárias no
sistema previdenciário e em outros sistemas de bem-estar social para evitar grandes
desigualdades entre as gerações com relação aos fardos suportados e benefícios recebidos.

A Crescente Conexão com a Ásia


A parcela de bens manufaturados na porcentagem total de importações japonesas
cresceu expressivamente desde a metade dos anos 1980, excedendo 50% em 1990 e
alcançando 60% no final dos anos 1990, gerando preocupações sobre o esvaziamento da
indústria japonesa. O crescente atrito comercial na segunda metade da década de 1980 e
o crescimento elevado do valor do iene forçaram muitas empresas de importantes setores
de exportação, especialmente os setores de automóveis e eletrônicos, a transferirem sua
produção para o exterior. Fabricantes de produtos eletrônicos como TVs, videocassetes e
refrigeradores abriram fábricas de montagem na China, Tailândia, Malásia e outros países
da Ásia com alta qualidade e baixo custo de trabalho. Para tais produtos, a fatia de
mercado representada pelos bens importados passou a exceder a de produtos do mercado
interno.
Nos últimos anos, o rápido aumento nos importados manufaturados da China tem
causado preocupação especial. Entre 2001 e 2005, os importados chineses para o Japão
cresceram 170%. Durante o mesmo período, as exportações para a China cresceram em
ritmo ainda mais rápido, alcançando 235%.
Além disso, a parcela ocupada pela China no comércio internacional com o Japão
cresceu para 19,4% em 2010, ultrapassando os 15,4% dos Estados Unidos, e tornando a
China o maior parceiro comercial do Japão. As exportações japonesas relacionadas a
automóveis e eletrônicos domésticos digitais são fortes, com o total das exportações para
a China superando o nível de 100 bilhões de dólares desde 2007. Desde 1988, o Japão
tem registrado um contínuo déficit comercial com a China. Apesar disso, se considerada
a grande parcela de exportações japonesas para Hong Kong, que acaba sendo
contabilizada para a China, verifica-se que o Japão apresenta, na verdade, um superávit
em sua balança comercial.
Figura 14: Rua comercial em Akihabara (Tóquio) - Lojas especializadas em computadores,
entretenimento e dispositivos eletrônicos estão concentrados neste local.

O aumento simultâneo no volume tanto da exportação como da importação de


produtos de/para a China e o restante da Ásia são, em parte, resultado de uma divisão
internacional da força de trabalho que ocorreu como parte da globalização industrial. As
empresas japonesas exportam bens de capital (maquinário) e bens intermediários
(componentes, etc.) para unidades de produção construídas com seu investimento direto
na China para que, então, o produto final seja importado de volta para o Japão.
Atualmente, ainda existe uma divisão vertical da força de trabalho, com o Japão
sendo especializado em módulos e processos de alta tecnologia e conhecimento técnico,
e a China sendo especializada em módulos e processos focados na força de trabalho.
Conforme a China e outros países em desenvolvimento continuam a melhorar suas
capacidades técnicas, contudo, o desafio para a indústria de manufaturados do Japão será
o de manter uma vantagem comparativa nos setores de alta tecnologia e conhecimento
técnico.

Economia a todo vapor


Segundo a OEC (Observatório de Complexidade Econômica do MIT) o Japão é o 4º maior
exportador do mundo e o 6º maior importador, seu saldo na balança comercial em 2016
foi positivo cerca de US $ 259 Bilhões.
PIB Em 2016, o PIB japonês chegou a PIB per capita também em 2016 chegou
US$ 4,94 Trilhões. a US$ 41,5 Milhares.
Balança comercial
Em 2016 o Japão tinha um saldo comercial positivo de US$ 259 Bilhões em
exportações líquidas. Em comparação com a sua balança comercial de 1995, quando eles
ainda tinham um saldo comercial positivo de US$ 131 Bilhões nas exportações líquidas.
A Balança Comercial do Japão é positiva.

Fonte: OEC (http://atlas.media.mit.edu/pt/visualize/line/hs92/show/jpn/all/all/1995.2016/).

Exportações
O Japão exportou em 2016 cerca de US$ 1,58 Trilhões, os principais itens
exportados pelo Japão são: Carros $ 104 Bilhões, Peças de veículos $ 37,6
Bilhões, Serviços $ 37,2 Bilhões, Circuitos Integrados $ 33 Bilhões e Impressoras
industriais $ 13,4 Bilhões.

Fonte: OEC (https://atlas.media.mit.edu/pt/visualize/tree_map/hs92/export/jpn/all/show/2016/)


Importações
O Japão importou em 2016 cerca de US$ 1,32 Trilhões, os principais itens
importados pelo Japão são: O Crude Petroleum (Petróleo Bruto) $ 96,3 Bilhões, Petróleo
$ 69,9 Bilhões, Medicamentos embalados $ 18 Bilhões, Unidades de Disco Digital $ 16,6
Bilhões e Serviços $ 16,2 Bilhões,

Fonte: OEC (http://atlas.media.mit.edu/pt/visualize/tree_map/hs92/import/jpn/all/show/2016/).

Destino
Os principais destinos e parceiros de exportação do Japão são: Os Estados Unidos
$130 Bilhões, a China $113 Bilhões, a Coreia do Sul $46,2 Bilhões, Hong Kong $33,6
Bilhões e a Tailândia $27,4 Bilhões.

Fonte: OEC (http://atlas.media.mit.edu/pt/visualize/tree_map/hs92/export/jpn/show/all/2016/).


Origem
As principais origens e parceiros de importação do Japão são: A China $129 Bilhões, os
Estados Unidos $63,2 Bilhões, a Coreia do Sul $24,4 Bilhões, a Alemanha $20,7 Bilhões
e a Austrália $18,9 Bilhões.

Fonte: OEC (http://atlas.media.mit.edu/pt/visualize/tree_map/hs92/import/jpn/show/all/2016/).

CULTURA

O soft power do Japão Pop


O conceito teórico “soft power” (traduzido como poder brando) foi cunhado pelo
americano Joseph Nye ao final da década de 1980. No entanto, o termo só ganhou
prestígio e fôlego no âmbito político internacional desde os atentados às Torres Gêmeas
em 11 de setembro de 2001. (Nye, 2002). Na conjuntura do Japão, um país habituado a
assimilar características ocidentais e tendo uma constituição que impõe restrições a uma
atuação militar para defesa de seus interesses, o soft power passa a ser uma importante
ferramenta de poder do país para influenciar povos além de suas fronteiras.
Em uma entrevista para a Spiegel em 2009, o professor de Harvard Joseph Nye
afirmou que o soft power influi de três fontes principais: a cultura de país (no caso da
América do Norte seria Hollywood; no do Japão abordaremos a seguir); o segundo seriam
os valores políticos contidos no âmbito nacional e o terceiro é a legitimidade da política
externa de uma nação. Isto significa que quanto mais a política externa for julgada como
legítima por outros países, mais persuasão aquele país detém frente ao cenário global. O
conceito de soft power é apontado por Nye como um instrumento de possível aplicação
na solução de conflitos internacionais intrincados.
Apesar da associação natural do Japão à Tecnologia, esta não está contemplada na
esfera do poder brando, mas sim os chamados bens culturais. Desde a década de 1970, o
país se consolidou com uma imagem de Japão Pop. Os elementos de uma cultura tão vasta
e rica como a japonesa se fazem presente até mesmo do outro lado do planeta ao exercer
influência, por exemplo, em produtos audiovisuais de Hollywood como na renomada saga
Star Wars (Guerra das Estrelas) de George Lucas. A composição dos personagens Jedi
claramente remete aos samurais em sua ética e jornada.

Figura 15: Dragon Ball Z, anime conhecido mundialmente.

Além dos intercâmbios culturais no audiovisual, é bem delineada três vertentes de


influência que o Japão impulsiona ao redor do globo, são elas: brinquedos/personagens
infantis; culinária e estilo de vida/modo de pensamento.
Contudo, antes de abordar tais elementos culturais do Japão em uma perspectiva
internacional, é preciso destacar que apesar dos avanços tecnológicos, o país é um
exemplo de uma simbiose equilibrada entre tradição/passado e progresso/presente. Por
possuir uma cultura milenar, a civilização japonesa não abandona costumes ou legados
deixados por seus antepassados. Em uma rápida observação de como a sociedade nipônica
floresceu já é possível notar como os japoneses se beneficiaram e reaproveitaram de
invenções provindas da antiguidade, por exemplo, de maneira funcional e pertinente aos
tempos. E que são um povo perpassado por muitos valores espirituais e pela valorização
da fibra moral. Elementos esses que contribuíram para uma rápida ascensão do país ao
contexto global do século XXI.
À modelo dos japoneses, há então de se reverenciar alguns componentes da cultura
que existiam em eras passadas nas esferas das artes como arquitetura, música, dança e
culinária, para depois enaltecer a potência do Japão contemporâneo e como seu soft power
se difundiu a partir dos anos 70.
Arquitetura アーキテクチャ

Assim como outros elementos culturais e linguísticos, a arquitetura no Japão


recebeu fortes interferências da China, porém é menos grandiosa que a Chinesa e foca
mais na integração de construção do ambiente.
A arquitetura japonesa tradicional tem como base o uso da madeira como matéria-
prima e das técnicas de carpintaria. O Japão tem uma flora composta por ricas florestas
decorrente de suas condições climáticas. As chuvas de outono são abundantes; e as
condições do solo são favoráveis à plantação. São inúmeras espécies de madeiras de
excelente qualidade, tais como Kínoki, Sawara, Tsuga, Sugi, Matsu e Keyakí.
Além disso, os japoneses possuem uma ligação espiritual com as árvores que foi
originada pelo Xintoísmo, isto inspirou e influenciou os métodos de construção das casas,
templos, santuários e castelos nas eras passadas. No entanto, alguns processos foram
preservados na engenharia contemporânea no país como o uso de um pilar central que
contribui para a estabilidade das edificações.

Figura 16: Coluna principal.

Figura 17: Articulação do sistema de arcos entre a viga central e as de suporte.


Figura 18: Estruturas presentes na construção de uma habitação tradicional japonesa.

Influenciados pelo xintoísmo, os carpinteiros japoneses tradicionais têm apreço


por incorporar o formato natural da madeira ao projeto. Por isso, incluem na estrutura os
galhos da árvore empregada na construção e a curvatura inerente da madeira para evocar
o espírito – o kami – pois acreditam que este viva no interior de cada viga.

As edificações nipônicas tradicionais são:

o Santuários shinto (chamado de Jinja 神社)

Figura 19: Santuário Xintoísta Fushimi Inari Taisha, em Kyoto.


o Templos budistas (chamados de Otera お寺)

Figura 20: Templo budista em Nara (localizada na região de Kansai e cidade capital do
Japão durante 74 anos a partir do ano 710).

Figura 21: “Pagode” – um dos maiores


símbolos de um Otera (templo budista).
o Habitações antigas domésticas

Figura 22: Exemplo de uma casa tradicional no Japão.

o Palácios

Figura 23: Palácio Imperial de Tóquio (Palácio Imperial do Japão 皇居). Residência oficial
do imperador e de sua família.
o Castelos

Figura 24: Castelo de Hirosaki, cidade província de Aomori localizada no extremo norte da ilha
Honshu.

o Salas de chá

Figura 25: Sala de chá em residência japonesa com um estilo moderno


reverenciando o aposento tradicional.

Os profissionais atuais de arquitetura e engenharia no Japão enfrentam o desafio


das concentrações demográficas nas grandes cidades japonesas para conseguir acomodar
todos os habitantes, o que geraram edificações modernas impressionantes em aspectos de
aproveitamento e funcionalidade do espaço disponível para novas construções do setor
imobiliário.

Cerimônia do chá 茶の湯

Figura 26: Ilustração de uma cerimônia do chá na Antiguidade.

A cerimônia do chá japonesa (chanoyu 茶の湯, lit. "água quente [para] chá";
também chamada chadō ou sadō, 茶道, "o caminho do chá") é uma atividade tradicional
com influências do Taoísmo e Budismo que gira em torno do preparo do chá verde em

pó (matcha, 抹茶) que é feito de forma cerimonial e servido aos convidados. O matcha é

extraído da planta chamada de camellia sinensis.


O matcha foi inserido no Japão através de monges budistas, após o regresso de
uma viagem de estudos à China, no século XII. Para os sacerdotes a bebida tornou-se um
amparo nos extensos momentos de vigília e meditação. Gradualmente, o apreço pelo chá
verde se difundiu também dentre as camadas mais altas da sociedade japonesa e, por volta
do século XIV, a bebida se tornou uma sensação e passou a ser objeto de festividades,
com jogos e premiações.
Atualmente, o chá verde é a bebida mais consumida no Japão e está presente até
mesmo na composição de doces e refrigerantes.

Música 音楽

O Japão é reconhecido internacionalmente como país conectado diretamente à sua


cultura musical e possui o segundo maior mercado fonográfico do mundo, perdendo o
primeiro lugar para os EUA. Com uma cultura e estrutura que reforçam a anti-pirataria
tanto pelo aspecto econômico quanto pelo respeito existente pelos artistas. No contexto
interno, a classe artística nipônica recebe muito prestígio, respeito e admiração pelos
japoneses. Por isso, a receita desse setor é bem movimentada e não recebe um impacto
tão notável da distribuição digital e não autorizada das músicas.
A existência de diversos estilos musicais; o fenômeno de fidelização de milhões
de fãs peregrinos das turnês de shows e o consumo massivo dos discos e álbuns dos
artistas pops japoneses possibilitam que a indústria mundial cresça e seja difundida em
âmbito global.
Os estilos tradicionais também têm lugar no mercado, como a canção enka que
possui um dos maiores recordistas em venda de discos como o cantor Hikawa Kyoshi.

Figura 27: Cantor Hikawa Kyoshi.

Porém, atualmente, o estilo de maior destaque no país é o J-pop (semelhante à


outra febre mundial, o K-pop) que se originou nos anos 90 com influências da música
ocidental pop e rock típicos da década de 60. As cantoras mais famosas são Aiko, Ayumi
Hamasaki, Bonnie Pink e Chara. Existe também os grupos femininos e masculinos (que
se parecem com as boybands dos anos 90/2000), dentre essas se sobressaem a Oricon e
Arashi (vídeo).
Figura 28: Diversos artistas do J-Pop.

Também foram preservados da música clássica antiga estilos como os cantos

budistas (shōmyō 声明 ou 聲明) e música orquestrada da corte (gagaku 雅楽. Há também

a música folclórica (Minyo 民謡) que é tocada em ocasiões especiais como casamentos

e funerais.

Os instrumentos típicos que


compõem a música nipônica em sua versão
mais arcaica e tradicional são o sanshin, sho,
koto, hichiriki, tonkori, taiko, biwa, kane,
kakko, entre outros.
Com a força do J-pop e popularização
da música japonesa no Brasil, diversos
cantores vieram para o país e têm feito
apresentações, em principal, na cidade de
São Paulo. Alguns que vieram em turnê em
2017 foram: Itsuki Hiroshi e Hashi Yukio,
Yashiro Aki, Kozakura Maiko e Maki Yuko,

Figura 29: Tonkori - instrumento de cordas típico


entre muitos outros.
de Hokkaido
Dança ダンス e Teatro 劇場

As danças japonesas tiveram berço na Antiguidade e foram consagradas em


cerimônias religiosas. Suas características fundamentais eram a leveza nos movimentos
cuja performance se revelava de forma austera e peculiar. Essas manifestações espirituais

sob a expressão da dança eram chamadas de kagura (神楽) traduzido literalmente como

“a música dos deuses”, porém, significa “lugar dos deuses”.


Existem dois tipos de dança tradicional japonesa: O primeiro surgiu durante a era
Edo e se ramificou em mais duas categorias. A Nembtsu-odori teve sua concepção cerca
de mil anos depois de Cristo com o propósito inicial de disseminar a fé no Budismo. Dela
se derivou as modalidades Bon-odori e Fuuryuu-odori. O segundo é o Kamigata-mai, que
era próprio das regiões de Kyoto e Osaka.

Figura 30: Palco de um teatro Nô de Ishikawa.

Foi no século XVII, em Edo (capital do período Tokugawa), que nasce o teatro
kabuki (derivado do estilo Odori), uma apresentação que mescla canto e dança
caracterizada pela interpretação apenas de um elenco do sexo masculino para atuação em
papéis femininos. Apesar ser proibida a performance teatral às mulheres pelos xoguns
Tokugawa, este estilo foi criado por uma mulher sacerdotisa do santuário de Izumo que
era chamada de Okuni.
Em seu início, o Kabuki era constituído por
danças de oração, dramáticas (Nembutsu-odori) e
incrementada de encenações cômicas (kyōgen) sobre a
vida cotidiana. O entretenimento se desenrolou para
uma atmosfera demasiadamente sensual durante as
apresentações e muitas das mulheres do kabuki se
predispunham à prostituição. Por este motivo a prática
do kabuki ficou restrita aos homens, uma vez que a
participação feminina sobrevinha associada à
prostituição.

Figura 31: O mais antigo retrato de Okuni,


fundadora do kabuki segurando uma
espada katana e portando uma cruz cristã.

Figura 32: Ilustração do ator de kabuki Ayame Yoshizawa.

Apesar da origem desprestigiada, o kabuki se tornou popularizou em âmbito


mundial devido às suas características peculiares e permanece até hoje como um estilo
ilustre de lazer popular e entretenimento teatral.
Figura 33: Exemplificação de alguns atores de Kabuki.

Outros estilos de dança presentes na cultura japonesa:


◇ Ryukyu Buyo.
◇ Shishi-mai.
◇ Sarugaku.
◇ Butoh.
◇ Gueixa.
◇ Nihon buyo.
◇ Katakana/Parapara

Figura 34: Imagem de um espetáculo de dança Ryukyu Buyo.


Religião 宗教的

A religião com maior número de adeptos no país é o xintoísmo, tendo 84% da


representação, seguida do Budismo com 71%. Muitos dos japoneses acreditam em ambas
as crenças de maneira complementar. Além das duas principais, o cristianismo possui
uma pequena porcentagem de 2% de fiéis. Por fim, outras religiões (Confucionismo,
Taoísmo, Xamanismo) compõem 8% da população.
O Xintoísmo, a religião que é mais expressiva no Japão tem como característica
determinante a crença e adoração da natureza e seus ancestrais. Os xintoístas acreditam
que a divindade está presente em cada componente da Natureza como flores, árvores e
rochas. A civilização nipônica tem uma ligação especial com a flor de cerejeira (Sakura
桜) e existe até mesmo um termo na língua japonesa que se refere a contemplação da

beleza dessas flores, este costume é chamado de Hanami (花見).

Já o Budismo, segunda maior religião no Japão e a quinta maior no mundo, é


baseada nos ensinamentos de Buda Shakyam e prega leis do carma (causa e efeito) e do
renascimento espiritual. Ambas as crenças, Budismo e Xintoísmo endossam a conexão
com a natureza e os demais seres de maneira harmoniosa.
O Cristianismo foi introduzido no Japão pelo Missionário Jesuíta Francisco
Xavier e pelo jovem samurai Ansei Yajiro por volta do ano de 1549. Em 1614 o governo
japonês proibiu a prática da religião. Houve muitas execuções e perseguições aos cristãos,
das quais ocasionaram na expulsão dos praticantes do país. Porém, por volta de 1873, a
religião foi reintroduzida na cultura japonesa e, após a Segunda Guerra, ela foi liberada
de forma permanente.
Esportes スポー
スポーツ

O Japão é uma nação cerceada de tradições. A partir do final do século XIX, iniciou-se a
abertura para o mundo exterior e, por isso, o repertório esportivo nipônico recebeu
acréscimos além do judô, karatê e artes marciais que tanto caracterizam o país.
Atualmente, em um ranking de popularidade dos esportes mais famosos são:

Beisebol: Bēsubōru (ベースボール)

Futebol: Sakkā (サッカー)


Tênis: Tenisu (テニス)

Sumô (相撲)

Golfe: Gorufu (ゴルフ)


Auto Racing: Ōtorēshingu (オートレーシング)

Boxe: Bokushingu (ボクシング)

Wrestling – Puroresu (プロレス)


Grande parte dos esportes que dispostos na lista de mais populares foram
importados do Ocidente após a Restauração Meiji (1868-1912). O Futebol, por exemplo,
ganhou popularidade com a medalha de bronze conquistada nos Jogos Olímpicos do
México em 1968.
Já o Sumô e o Beisebol são considerados esportes nacionais japoneses, ainda que
não tenham sido reconhecidos oficialmente. Todavia, o Sumô é um esporte existente
desde a Antiguidade e decorre de um ritual xintoísta que simula uma luta humana contra
um deus. Até hoje, o esporte remanesce com uma aura religiosa e mantém traços
peculiares do treinamento dos lutadores (sumotoris) em ginásios etc.

Idioma 言語

Na língua japonesa está embutida nas palavras formas de ver o mundo e maneira
de se comunicar pertencente à comunidade japonesa, além de especificidades e
universalidades referentes ao Japão. Ela é um dos principais elementos da identidade
nacional japonesa. Sua escrita lembra à primeira vista os ideogramas chineses. Porém, o
japonês não se assemelha ao chinês em nenhum aspecto do idioma seja na leitura, som
das palavras ou entonação das frases. Apesar o conceito dos ideogramas foi herdado da
influência cultural da China.
Além dos ideogramas chamados de kanji, a língua japonesa apresenta dois
alfabetos fonéticos, o hiragana e o katakana. Cada alfabeto possui 48 letras e ambos são
ensinados às crianças na escola. O hiragana pode ser definido como uma tradução
fonética dos kanji, enquanto o katakana apenas é utilizado para palavras de origem
estrangeira. Este está sendo cada vez mais assíduo no cotidiano dos japoneses, sendo
encontrado em jornais, revistas e letreiros de todo o país.

Figura 35: Os alfabetos fonéticos de Hiragana e Katakana.


Culinária 料理

A culinária japonesa gira em torno de 2.000 anos de cultivo de arroz. Durante


séculos o arroz foi inclusive usado como moeda na qual era utilizada como método de
pagamento de samurais. A riqueza dos senhores feudais era medida pela quantidade de
sacas de arroz no estoque de suas propriedades. Até hoje os lutadores de sumô são
premiados com arroz de maneira simbólica. O arroz também está presente no xintoísmo,
as palhas de arroz são usadas para demarcar locais sagrados.
O Gohan – arroz cozido japonês está na base da alimentação japonesa diária e é
consumido pela população desde o café-da-manhã até refeições em geral e também em
lanches escolares das crianças e jovens estudantes. Este arroz é diferente do arroz
brasileiro (o agulhinha), ele é chamado de nihon mai e precisa ser plantado em charcos
com muita água.
Ademais do arroz, existe a culinária caseira japonesa (chamada de kateiryōri) que
se distingue do sushi e sashimi encontrados nos restaurantes japoneses do Brasil. Esta
culinária caseira é vista como a versão oriental da cozinha mediterrânea por priorizar os
ingredientes frescos e o preparo lento dos pratos. Cada região conserva suas influências
na gastronomia, temos a de Kantō (a “leste do portal”), com sabores mais fortes e
marcantes; de Kansai (a “oeste do portal) que poderia ser chamada de comida mais
natureba, mais fresquinha e fortemente influenciada pelo life-style budista em evitar
temperos e gordura em excesso.

Em geral, a culinária japonesa é composta por ingredientes como:

 Macarrão – muito popular aparece em diferentes versões como lamen (de origem
chinesa);
 Sopas – preparada com pasta de soja (missoshiru);
 Vegetais – aparecem tanto em conservas, crus, cozidos ou fritos;
 Peixes e frutos do mar – consumidos na versão crua em sushi e sashimi, mas também
pode ser cozido como no tempurá;
 Carne – há 100 anos a carne vermelha não era consumida no Japão. Hoje algumas
receitas se destacam como os pratos: pedaços de galinha assada (yakitori) e carne de
boi cozida com vegetais e tofu (sukiyaji);
 Condimentos – O molho de soja (shoyu) é o principal condimento. Mas também
utilizam o vinagre de arroz para temperar o sushi e outros;
 Algas secas (nori) – Usadas como complemento de pratos com arroz;
 Chá verde - É bebido quente e puro, sem adicionais;

Sakê: Bebida tradicional fermentada do arroz. Possui teor alcoólico em torno de 15% e é
consumido normalmente gelado (também existe a degustação do saquê aquecido, isto
muda suas características) em grandes comemorações como Ano Novo e cerimônias
matrimoniais;

Figura 37: Garrafas de sakê de diferentes marcas no Japão.

Figura 36: Comida da culinária tradicional do Japão.


Cinema 映画
A primeira exibição de um filme no Japão aconteceu em 1897 através da
demonstração do sistema de projetor de filmes da Vitascope (empresa formada por
Thomas Armat e pelo inventor Thomas Edison). Em poucos anos, consolidou-se uma
indústria audiovisual especializada na produção de filmes épicos mudos. As histórias
eram majoritariamente sobre jornadas dos samurais. A sonorização parcial das películas
se tornou possível graças a pessoas chamadas de Benshi – isto era feito pela reprodução
dos diálogos do filme para o público que assistia às projeções.
Após a Segunda Guerra Mundial, as mudanças ideológicas que atingiram o país
se refletiram também no cinema tornando as produções mais propagandistas, uma vez
que as películas se tornaram uma ferramenta de reeducação do povo japonês. Mais tarde,
esses filmes foram considerados como “feudais e antidemocráticos” pelos Estados Unidos
e países aliados, por isso, as cópias foram destruídas e censuradas por quatro anos (1946-
1950).
Apesar disso, é neste momento que a influência ocidental se fortalece e começa a
se infiltrar nas narrativas dos filmes japoneses.

Figura 38: Imagens do último filme dirigido por Sadao Yamanaka em 1937.

Anos adiante, trabalhos de diretores como Akira Kurosawa, Kenji Mizoguchi e


Yasujirô Ozu transformaram gradualmente o cinema japonês em uma indústria aclamada
nos grandes circuitos internacionais. O ritmo desacelerado e as temáticas mais
contemplativas das narrativas eram distantes das obras ocidentais e por isso o
reconhecimento foi mais tardio.
No entanto, Kurosawa revolucionou a sétima arte no país ao produzir seus filmes
de samurai. Sua carreira deu uma guinada quando por influência do trabalho de seu irmão
(que era um benshi), ele passou a criar dramas mais realísticos e de estética mais apurada.
Desta época, duas obras se destacam: Rashomon (1950) e Trono Manchado de Sangue
(1957).
Rashomon foi premiado com o Leão de Ouro no Festival de Veneza em 1951 e,
depois em 1952, o filme foi premiado com o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Tais
premiações consagraram, portanto, o encontro do Ocidente com o cinema nipônico
realizado por Kurosawa. Rashomon (Às Portas do Inferno, como foi traduzido no Brasil)
se trata de uma narrativa complexa e trouxe técnicas inovadoras para a época que foram
posteriormente imitadas por diretores ocidentais.

Figura 39: Rashomon (Akira Kurosawa, 1950).

Dez anos depois de não filmar no Japão, Kurosawa lançou Kagemusha - o mais
caro feito no Japão - e que somente se tornou possível devido à ajuda de Francis Ford
Coppola e George Lucas. Os diretores agiram ao persuadir a 20th Century Fox a investir
no projeto de Kurosawa. Kagemusha compartilhou a Palma de Ouro do Festival de
Cannes com o filme All That Jazz de Bob Fosse. O reconhecimento de Kurosawa foi
tamanho que ele se tornou um diretor mais popular no ocidente do que no próprio Japão.
Além de Kurosawa, o cinema pós-guerra japonês contava também com outras
produções de gêneros distintos. Nos anos 60 e 70, novos temas surgem com os diretores
Nagisa Oshima, Shohei Imamura, Masashiro Shindona e Seijun Suzuki que rompem com
a tradição ao abordarem assuntos e histórias modernas que flertavam com o provocante e
o choque. O surrealismo apareceu bastante como recurso estético narrativo.

Cultura Pop
O Japão é um país do extremo-oriente que está associado à tecnologia mais
avançada disponível no mercado. Mas além de sua imagem permeada por ciência e
tecnologia, o Japão também é Pop. A cada ano o país exporta produtos que infiltram na
cabeça de milhões de jovens no Ocidente como mangás, animes, músicas, videogames,
música pop.
Nestas mercadorias da indústria cultural está evidente o processo de hibridização
– oriundo da própria cultura japonesa – que ocorreu entre o tradicional e o moderno; entre
Ocidente e Oriente. Estes produtos são importantes para reforçar e disseminar a
identidade nipônica no âmbito global externo para indivíduos de descendência japonesa
como os nisseis, sanseis e yonseis que habitam países ocidentais. Além disso, tais
artefatos culturais também representa a principal arma diplomática do Japão – a cultura
pop japonesa.

Animes e Mangás
O mangá (漫画) e o anime (アニメ) são os expoentes principais da cultura pop
japonesa. O intercâmbio cultural beneficiou a criação e ao estágio atual destes produtos,
uma vez que houve uma troca de influências entre os artistas europeus e os japoneses
através de um meio chamado de papel de embrulho.
Isto ocorreu porque ao final de 1700, inúmeras pinturas holandesas tornaram-se
ordinárias e as gravuras receberam o uso de ilustração barata. Já a ilustrações Ukiyo-ê
também se desvalorizaram na época e foram utilizadas como papel de embrulho para cara
marítima em direção ao Ocidente. Assim, artistas como Monet, Van Gogh e Manet
tiveram inspiração na arte nipônica enquanto Hokusai que cunhou o nome mangá também
recebeu interferência dos europeus.
Os mangás são as HQs (histórias em quadrinhos) japonesas que possuem uma
história em forma de novela com um tema central e uma série de narrativas paralelas. O
mangá pode ser consumido por diversas faixas etárias, os principais costumam ser os
jovens e adultos.
Um detalhe importante é que a leitura de um mangá se faz no sentido contrário de
leitura (ocidental) tendo a direção da esquerda para a direita. Portanto, o início da história
encontra-se a partir da capa traseira (ainda que esta seja uma informação disseminada aos
aficionados por mangás, as editoras dispõem alertas escritos na contracapa da revista para
avisar o leitor deste modo de leitura).
Já os animes são produções audiovisuais de desenho animado (de longa e curta
duração) que vêm alcançando um nível alto de produção e atingindo bilheterias
milionárias no Japão. Alguns filmes de estreia contribuíram para elevar a categoria dos
animes a um espaço consagrado na indústria de cinema japonesa.

Figura 40: Do lado esquerdo o Mangá, do direito o Anime.

Um dos nomes de destaque é o aclamado Hayao Myzaki. Em 1984, ele realiza a


primeira adaptação de seu mangá Kaze no Tani no Nushita (Nausicäa do Vale dos Ventos,
1984), seguido por Tenku no Shiro Rapyuta (Laputa, o Castelo dos Céus, 1986). Ambas
as produções se tornaram sucesso de público e foram ovacionados pela crítica.
O ano de 1988, por exemplo, foi marcado pela primeira vez que um desenho
animado foi premiado com Filme do Ano da Crítica Cinematográfica Japonesa – Tonari
no Totoro (Meu Amigo Totoro, 1988) de Hayao Myazaki. Foi neste mesmo ano Katsuhiro
Otomo decola em sua carreira de animação ao lançar o famoso e vanguardista Akira.
Figura 42: Pôster do filme recordista e
Figura 41: Pôster do filme “Akira”.
premiado “A Viagem de Chihiro”

Os anos próximos contribuem para que Miyazaki se firme como o diretor de


animação mais prestigiado do cinema japonês. Em 2001, ele lançou Chihiro no Kami
Kakushi (A Viagem de Chihiro) e quebra recordes de bilheteria em todo o mundo. Além
disso, o diretor faturou os prêmios de Leão de Ouro de Veneza e o Oscar de Melhor Filme
de Animação. Outra produção marcante de sua carreira é mais recente Kimi no na wa
(Seu nome, 2016) e também alcançou uma bilheteria impressionante no cenário global.
Made in Japan: Pokémons, Godzilla e Hello Kitty
Por volta de 1920, o Japão repensou suas ideias sobre a infância e dentro do
despontamento da oportunidade econômica internacional, o país se tornou um exportador
de brinquedos. A abordagem de marketing dos fabricantes de brinquedos no Japão era
mais próxima da mentalidade norte-americana em projetar a diversão infantil pensando
nas “crianças como crianças” e não como pequenos adultos, como se era a perspectiva
europeia. Foi nesta época também que o Godzilla foi concebido e se o primeiro
personagem mundial do cenário pós-guerra.
Além disso, todos os ícones da indústria de entretenimento foram pulverizados e
transformados em bonecos ou brinquedos.
O anime em série de estrondoso sucesso comercial, Pokémon, é outro exemplo de
como um produto cultural se tornou uma mina de ouro para o comércio nacional e
internacional.

Figura 43: Ash Katchum, Protagonista da série de desenho animado Pokémon.

Figura 4410: McLanche Feliz tematizado com Pokémon.


A Hello Kitty e Moranguinho com sua estética chama de kawaii 可愛い (fofo,

bonito) foram personagens mais voltadas para a fantasia e universo feminino e se


transformaram em papéis de carta decorativos, cadernos, bolsas, roupas, fantasias e até
mesmo produtos cosméticos receberam a imagem icônica da gatinha.
Influência da cultura japonesa no Brasil
Com a chegada dos imigrantes japoneses ao Brasil em 1908, em primazia, para os
estados de São Paulo e Paraná, abriu-se uma porta para a inserção da cultura japonesa no
país, uma vez que o povo nipônico passou a fazer parte do cotidiano e da mídia brasileira.
A partir de 1923, o fluxo de imigração se dividiu também para o Pará e Espírito Santo.
Apesar disso, São Paulo foi onde a cultura japonesa mais se destacou. O Bairro
Liberdade, localizado na capital, é um exemplo de como a cultura oriental criou raízes na
terra tupiniquim. O bairro é conhecido como o reduto da comunidade japonesa na cidade
e é considerada como a maior do mundo fora do Japão.

Figura 4511: Bairro Liberdade localizado no distrito da Liberdade/Sé em São Paulo (capital).

A introdução da cultura japonesa, porém, não se deu a nível regional. Ela teve um
viés pela comunicação de massa que foram as transmissões televisivas dos animes a partir
de 1970. O Mangá chegou mais tardiamente nos anos 90 (Moliné, 2004).
Já na década de 2000, a presença dos imigrantes e seus descendentes ajudaram a
disseminar ainda mais outros aspectos da cultura nipônica como o cosplay (costume +
roleplay) que é ato de se fantasiar e interpretar um determinado personagem. Isso foi
ainda mais reforçado com os eventos e convenções de cultura pop japonesa como: o
Anime Friends, ComicCom BGS (Brasil Game Show) e o Game Fest que aconteceu em
2017. Nesses eventos, os fãs se encontram para exibir seus cosplays, fazer novos amigos
e encontrar muito material e novidade sobre o universo geek e pop seja do Japão, dos
EUA ou demais países.

Séries de anime que mais fizeram sucesso no Brasil:

Os Cavaleiros do Zodíaco:

Dragon Ball:
Sailor Moon:

Pokemon e Digimon:
Speed Racer:

Comportamento 行動 – cosplay コスプレ


O termo cosplay vem da abreviação em inglês de costume (fantasia) e roleplay
(interpretação) e se refere ao ato de não apenas se fantasiar-se de algum personagem, mas
também vivenciá-lo. O cosplay é considerado como um hobby para os fãs, no entanto,
alguns deles tornam isso uma profissão ao trabalhar em grandes convenções e eventos do
gênero.
O personagem a ser escolhido pelo cosplayer pode ser retirado de qualquer meio
de entretenimento: como animes, séries, filmes, livros, quadrinhos, games, animações e
ou podem ser até mesmo criações e reproduções originais.

Figura 46: Cosplayers de duas versões de Lara Croft no Game Show de 2017.
A origem vem dos Estados Unidos em meados de 1939, quando na 1º World
Science Fiction Convention em New York, Forrest J. Ackerman e Myrtle R. Douglas
compareceram ao evento fantasiados. Já no Brasil existem relatos que apontam para o
surgimento do cosplay em convenções de Star Wars em meados dos anos 80. No entanto,
o hobby surgiu consolidado apenas na primeira convenção de anime – o Mangacon – em
São Paulo no ano de 1996. Ao longo dos anos, a prática cresceu exponencialmente e se
espalhou pelo país.

Videogames ビデオゲーム
A história dos videogames se inicia com o fundador da Atari, Nolan Bushnell, que
se inspira em uma expressão idiomática japonesa para nomear a empresa: Atari significa
um aviso em japonês que um dos oponentes de uma luta dá ao seu adversário no momento
de ataque. Devido à extensão dos fatos, não cabe neste trabalho contemplar toda a história
dessa empresa pioneira que iniciou seu legado em um pequeno galpão alugado em Seattle.
Apesar disso, a Atari teve participação fundamental no desenvolvimento de um dos
principais designers de game japonês, Shigeru Myamoto (será citado mais
detalhadamente à frente).
Foi pela Atari que foi lançado o primeiro videogame de sucesso em 1972, o Pong.
A cabeça de destaque no projeto era David Crane, outra figura importante no universo
dos games eletrônicos. Porém, o sucesso se manteve até o surgimento de Space Invaders
que deslanchou pela Taito em 1978, esta que teve fundação de um empresário russo e
judeu chamado Michael Kogan.

Figura 47: Imagem de como era o jogo Pong, 1974.


Apesar do êxito da Atari em instaurar o mercado de videogames na América do
Norte, depois de ter sido comprada pela Warner, o segmento quase que desaparece devido
aos fracassos de lançamentos que se sucederam, dentre eles, o jogo E.T. que teve milhares
de cópias descartadas. Por causa disso, a indústria que começou na costa oeste da América
do Norte com a Atari, passou a ser dominada pelo Leste, em primazia, pelo Japão Pop
que começava a nascer e se destacar em âmbito global.
O país se tornou um símbolo de videogames e entretenimento, uma vez que os
jogos possuíam histórias tocantes e atraentes para as crianças de todo o mundo. E o
motivo disso era o japonês sonhador Shigeru Myamoto. O designer tinha uma percepção
diferente dos jogos e teve a sacada ao notar que os videogames poderiam provocar
emoções genuínas no jogador. A partir daí suas memórias e experiências de infância se
refletiram no contexto e criação das histórias. Era sua extraordinária imaginação sendo
aplicada ao seu trabalho.
Em 1980, Myamoto levou seu talento para a Nintendo, sediada em Kyoto (antiga
capital do Japão). A companhia fabricava na época o hanafuda, um baralho japonês
tradicional, já há cerca de cem anos. Porém, o presidente teve um vislumbre ao detectar
o sucesso de jogos como Space Invaders no mercado e por isso transformou a Nintendo
numa empresa voltada para a criação de videogames.
A crise do mercado de games estava instaurada nos Estados Unidos pela queda na
qualidade dos jogos da Atari. Então, Myamoto é enviado para uma pequena filial da
Nintendo em Seattle para produzir um jogo para concorrer com Radarscope (1980). Deste
projeto, saiu o grande sucesso do Donkey Kong – quando o artista criou o elo entre
videogames e cinema ao criar a narrativa de um personagem heroico na superação de
obstáculos. O jogo faturou 100 milhões apenas no primeiro ano de lançamento.
Em 1985, outro triunfo da Nintendo foi quando a empresa introduz no mercado
um novo aparelho chamado de Sistema Nintendo de Diversão (NES). E logo em seguida,
o lançamento do jogo Super Mário Bros – a história de um encanador que precisa salvar
sua princesa, mais uma vez a jornada do herói aplicada aos games. A inspiração de
Myamoto para a criação de elementos do jogo vem, em pequena dose, de Alice no País
das Maravilhas como a concepção de cogumelos e monstros extraordinários. Uma
pesquisa feita em 1987 atestou que o Mário era um personagem mais reconhecido pelas
crianças norte-americanas do que o camundongo Mickey Mouse.
Figura 48: Personagens de jogos Mario Bros e Mickey Mouse.

A considerada obra-prima do designer veio no mesmo ano: The Legendo Zelda


(A Lenda de Zelda). O jogo trouxe a proposta de mundo aberto que permitia ao jogador
explorar um enorme universo mágico e ir se fortalecendo com sua experiência e itens
adquiridos durante a jornada. O conceito foi audacioso para a época e foi inspirado nos
passeios de infância de Myamoto pelos arredores de mata ao entorno de sua casa. A ideia
é que uma criança indefesa, sem escudo ou experiência, se fortalecesse com seu esforço
e imersão na jornada.
Até o final dos anos 80, a Nintendo vendeu mais de 30 milhões de jogos. Nesta
época, a companhia atingiu a extraordinária parcela de 80% do mercado mundial de
videogames. Atualmente, as empresas desenvolvedoras de games sofrem um declínio no
status global, mas a qualidade de seus jogos mais recentes contradiz que as terras
nipônicas perderam a batalha com o ocidente.

Figura 4912: Gráfico que analisa as vendas de consoles japoneses por geração.
Nas palavras do analista Daniel Ahmad, especializado no mercado oriental “o
analista Daniel Ahmad, especializado no mercado oriental, o mercado de games japonês
“está em vias de atingir uma queda que não se observava desde 1987. Em 2015, o mercado
de console valia 321 bilhões de ienes, bem distante do pico de 688 bilhões de ienes em
2007, e muito próximo aos 319 bilhões de ienes gerados em 1988, quando a indústria de
consoles estava apenas começando a entrar no balanço das coisas”.

Sushi 寿司
A comida japonesa é um paralelo ao judô em termos de espaço mundial que ambos
os segmentos ganharam após a segunda guerra, respectivamente, na culinária e no esporte.
Porém, a versão da gastronomia nipônica, que é saboreada nos restaurantes brasileiros,
não vem no seu sabor e preparo mais tradicional, mas sim adaptada ao gosto nacional e,
inclusive, com incrementos que os japoneses nativos julgam como bizarro (trecho do
vídeo de japoneses provando sushi em São Paulo). No Brasil, a comida japonesa é
comumente conhecida como sushi e sashimi, os acréscimos mais atípicos seriam o cream
cheese, cheddar, couve seca e até mesmo o salgadinho Doritos.
O sucesso da culinária japonesa não advém apenas de seu sabor agradável. A
mensagem de vida saudável e da longevidade do povo japonês vem embutida na
propagação de hábitos alimentares que envolvam pratos típicos. É este um dos motivos
para o êxito da exportação de uma amostra da gastronomia japonesa. A aceitação do
consumo de peixe cru veio principalmente de ações de marketing e junto com a indústria
de entretenimento e a tecnologia, o ‘sushi/sashimi’ se tornou um gigante produto de
exportação cultural.

Figura 5013: Culinária japonesa tipo exportação.


Como supracitado, a mídia mundial trabalhou para fortalecer a receptividade
positiva à culinária japonesa quando se despontou essa onda ocidental de culto ao corpo
saudável e boa alimentação. Portanto, o Ocidente observou a alta expectativa de vida dos
japoneses, abriu-se uma brecha para a divulgação dos benefícios da comida que se
consumia no Japão. A partir daí, instaurou-se uma “indústria” gastronômica que consegue
movimentar milhões de dólares mundialmente todo ano.
A Francal Feiras fez a estimativa de que existem atualmente 700 a 1.300
restaurantes japoneses espalhados pelo Brasil, mas estima que sejam 3 mil apenas em São
Paulo. O parâmetro da pesquisa considerou apenas restaurantes que incluíssem a culinária
oriental e asiática em seu cardápio. O faturamento médio diário desses estabelecimentos
gira em torno de R$36 milhões ao dia, isto é, R$13 bilhões por ano somente na região
paulista. Já em âmbito nacional, são movimentados 19 bilhões de reais ao ano.

Estilo Zen 禅
A palavra “zen” possui atualmente uma gama de significados no Brasil. Dentre as
principais aplicações, podemos citar os usos dela como adjetivo, como hábito e no
contexto de marketing de clínicas estéticas. O primeiro faz parte do vocabulário e é
utilizado para descrever uma pessoa calma e serena, que não se estressa fácil.

Figura 14: A estética se apropriando de elementos budistas em sua decoração e marketing.

Já o segundo, que inclusive está ligado ao terceiro, consiste em adotar uma postura
oriental ‘zen’ em relação ao mundo ao praticar o desapego, buscar ter relações
harmoniosas entre pessoas e natureza, dentre uma série de comportamentos que se
conectam à essência das religiões expoentes do Japão: xintoísmo e budismo.
PUBLICIDADE

Existem diversas redes de TV e rádio, além de jornais e variadas revistas. Todos


estes funcionam como o aparato de comunicação do país e a publicidade está inserida
neles, além de outros meios. Um fato a se observar ainda é a transmissão de sinais no
país, a qual sofre com seu terreno montanhoso. Dessa forma, existe uma deficiência em
número de canais disponíveis, sendo que o meio mais prejudicado é o rádio.
Ao contrário de muitos países, as redes televisivas japonesas, apresentam um
posicionamento político bem consolidado, sendo dividido da seguinte forma:
Liberal: TBS e Tv asahi.
Média: NHK e TV TOKYO.
Conservadora: Fuji Television e Nippon Television.
Isso faz com que haja uma divisão de conteúdo apresentado por cada rede, tanto
informativo, educativo e de entretenimento quanto publicitário.
Revistas e jornais apresentam uma tiragem menor a cada ano que passa, mas ainda tem
seu espaço no meio de comunicação japonês.
Então, a publicidade no Japão apresenta uma grande força e está presente a todo
momento na vida de sua população. Seja pela televisão ou por um painel eletrônico nas
ruas, todos os meios são vendidos. Além dos meios convencionais, as ruas japonesas são
consideradas muito poluídas visualmente, uma vez que tudo é vendido para publicidade
(painéis eletrônicos, laterais de ônibus, outdoors, cartazes, etc.). Mesmo levando isso em
conta, ainda é possível dizer que a televisão é a mídia mais utilizada pela propaganda.
Existem duas grandes agências de publicidade no Japão que estão em destaque, sendo
elas:
Dentsu (電通
電通 A maior agência do Japão e a 4ª maior do mundo, ganhou fama em 2001.
電通):
Hakuhodo (博報堂
博報堂 A 2ª maior agência do Japão.
博報堂):
Algo interessante de se observar na publicidade japonesa é a forma como eles
fazem a chamada em anúncios promocionais. Ao contrário de muitos países que possuem
chamadas com verbos no imperativo, do tipo “Compre já”, no Japão o costume é
empregar uma maior sutilidade para denotar um respeito ao consumidor. Assim, ficaria
algo como “Por favor, experimente nosso produto”.
Por fim, outro fato interessante é de que uma grande parte da publicidade
veiculada no Japão é adaptada de grandes empresas do exterior, visto que os nipônicos
têm uma grande importação. Existe agências que são especializadas nesse tipo de
adaptação, como por exemplo a NSP Hakkosha, em SP.

Compilado das melhores propagandas Japonesas de 2017


https://www.youtube.com/watch?v=2jOeqZBpmyo

CURIOSIDADES

A Tecnologia
O Japão é um dos países mais avançados tecnologicamente, e a cada ano que passa
inova cada vez mais os aparatos tecnológicos. A tecnologia do país é voltada mais para a
área de aparelhos eletrônicos, robótica e etc, onde os japoneses se empenham bastante
para produzirem produtos de alta qualidade e tecnologia de ponta. Várias pessoas pensam
que ir para o Japão e conseguir um emprego neste ramo é fácil, mas isto não é verdade,
visto que os empregos oferecidos a estrangeiros são inferiores aos para os locais, mesmo
o país tendo várias empresas de tecnologia.
Alguns exemplos:
• “Melody roads”: são rodovias que quando os carros passam tocam alguma
música/melodia, isto funciona através da vibração dos carros para com a rodovia.
• Cidade sustentável e inteligente (Fujisawa SST): desenvolvida pela Panasonic e mais 8
empresas, a cidade conta com serviços de compartilhamento de carros e bicicletas
elétricas, casas alimentadas por energia solar e os moradores terão incentivo financeiro
para reduzirem o consumo de energia. Estas casas custam em torno de US$550mil.
• Robôs de quase todos os tipos
• Carros e mini-ônibus elétrico
• Projeções ao ar livre: projeções em 3D ao ar livre sem precisar de uma tela.

A Bolha da Coréia do Norte no Japão


Atualmente a Coréia do Norte apresenta um ar de hostilidade para a maioria dos
países do mundo, e em relação ao Japão não seria diferente. Mas mesmo com esta
hostilidade por outro lado, existem cerca de 500 mil coreanos que moram no Japão, e esta
comunidade é chamada de “A Bolha da Coréia do Norte” localizada no Japão.
Esta “bolha” se iniciou quando no início do século 20 milhares de coreanos foram
trazidos à força para o Japão, para trabalharem no exército, e junto várias mulheres
também vieram, e no que diz a respeitos destas foram tragas para servirem como
“mulheres de conforto”, que seria um eufemismo para escravas sexuais. Após esta
migração forçada, a Guerra da Coréia (1950-53) fez com que esta comunidade coreana
se dividisse juntamente com a divisão da península em questão, e esta comunidade
coreana mesmo estando em outro território, possuem uma grande conexão com o seu país
de origem, e devido a isto o governo coreano financiou a abertura de várias escolas no
Japão para atender as necessidades básicas de crianças.
Atualmente, esta “bolha coreana” ainda existe no Japão, e existe 60 destas escolas
coreanas na comunidade, ou como são chamadas: escolas “pró- Pyonrang”. Mas apesar
do grande número desta comunidade coreana, com o aumento das ameaças que a Coréia
do Norte essa provocando, a partir de 2006 o financiamento público para estas escolas foi
diminuído em 80%. E além disto, as crianças e os estudantes destas escolas coreanas estão
sofrendo uma certa hostilidade da população local, devido a este aumento da ameaça
coreana para com o país.
O Heavy Metal japonês
O heavy metal no Japão, apesar de ter quase nada a ver com as músicas
tradicionais do país, é um estilo musical bastante conhecido na região. Um dos estilos
mais famosos na região é o metal melódico, conhecido mais como o power metal, e o
metal local é conhecido como J-Metal.
Como todos conhecem, os asiáticos são pessoas bastante avançadas e
perfeccionistas, e isto não iria mudar no metal também. Os metaleiros japoneses possuem
um grande foco nas apresentações ao vivo, com muito entretenimento nos concertos e
muita interação com a plateia, e além disto, procuram ter o som impecável e reproduzir
exatamente o que gravaram em seus álbuns, tentando reproduzir todos os instrumentos
utilizados e gravados nas músicas.
Algumas bandas:
• Concerto Moon (power metal)
• Versailles (power metal)
• Sigh (black metal)
REFERÊNCIAS

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em junho de 1999. Disponível em: <
http://www.culturajaponesa.com.br/index.php/cultura-pop/historia-do-cinema-
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https://atlas.media.mit.edu/pt/

https://dinoslender.com/2018/01/12/lista-de-midias-e-valores-de-publicidade-no-
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https://hashitag.com.br/gastronomia-asiatica-tem-faturamento-medio-de-r-19-bilhoes-
por-ano-no-brasil/

https://historiadomundo.uol.com.br/idade-contemporanea/segunda-guerra-mundial-na-
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https://pt.actualitix.com/pais/jpn/estatistica-apresentacao-japao.php

https://pt.slideshare.net/vitoriaagnes/educao-no-japo

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KAWANAMI, Silvia. Por que a Coreia do Norte tem escolas no Japão?. Disponível
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KAWANAMI, Silvia. Ruas que tocam música no Japão. Disponível em:


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PINHEIRO, Vinicius. J-Metal: conheça algumas bandas da cena metal japonesa.


Disponível em: <https://whiplash.net/materias/news_816/201867-concertomoon.html>.
Acesso em: 27 maio 2018.

Professor de Harvard comenta o "hard" e o "soft power" no mundo atual. Disponível


em: <https://noticias.bol.uol.com.br/internacional/2009/08/19/ult2682u1279.jhtm>.
Acessado pela última vez em 27 mai. 2018.

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