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Nomes: Cíntia, Manuela Petry, Maria Eduarda e Bianca.

Turma:224

Partilha da Ásia

Podemos compreender o termo “Partilha da Ásia” como um equivalente à


política colonial europeia promovida na África à mesma época, cerca do final do
século XIX. Tal período marca o auge do colonialismo europeu, onde
praticamente dois terços dos territórios em todo mundo estavam de alguma
forma subordinados a alguma potência da Europa Ocidental.
Anteriormente, várias regiões do continente asiático já estavam sob ocupação ou
influência europeia, especialmente dos portugueses (várias áreas da Índia e
Indonésia, Sri Lanka, Malaca (Malásia), Macau (China), Mascate (Omã),
Barém, e Nagasaki (Japão)), espanhóis (Filipinas) e holandeses (Indonésia,
conhecida como Índias Holandesas). No fim do século XIX e início do XX,
porém, tal panorama havia sido bastante modificado. Portugal àquela altura
perdera quase todos seus territórios asiáticos, mantendo apenas algumas
possessões na Índia, além de Macau e Timor; a Espanha perderia as Filipinas aos
americanos em meio às concessões feitas durante a guerra hispano-americana de
1898, e os holandeses conseguiriam preservar suas possessões na Indonésia,
tornando-se esta a sua mais importante colônia.
Agora, no auge do colonização europeia na Ásia, os verdadeiros senhores do
continente eram a Grâ-Bretanha e a França, que estavam em poder das regiões
mais importantes. Além destes dois importantes personagens, predominantes no
médio oriente e no sul do continente, no extremo oriente surgiam novas
potências brigando por espaço e predomínio, como por exemplo o Japão, emerso
da Revolução Meiji como um moderno país colonialista, além da Rússia
czarista, Estados Unidos e o Império Alemão, que começava a predominar na
área Ásia-Pacífico.
Ao contrário do que ocorreu na África, não houve uma convenção onde se
delimitou a área de influência de cada potência europeia, até porque só
tardiamente a África seria plenamente conhecida e mapeada, possibilitando uma
colonização racional. É por isso mesmo que a conferência de Berlim acerca do
continente africano possuía uma vertente geográfica, que servia realmente para
se conhecer os verdadeiros pontos de referência dentro do continente. Com a
Ásia, não havia este "problema", pois desde o século XVI ela vinha sendo
sistematicamente explorada, ao contrário do continente africano, onde se
"aranhava" o litoral, de tal forma bastante semelhante com a colonização do
Brasil.
Vale mencionar a situação da China em meio a tal exploração europeia. O país
conseguiu garantir sua independência a duras penas, mas, na prática, era um
estado fantoche a serviço dos interesses europeus, que estabeleceram várias
áreas arrendadas no litoral chinês, semelhantes a Hong Kong.

 Guerra hispano-americana:
O que foi?
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A Guerra Hispano-Americana foi um conflito armado, ocorrido em 1898,


entre os Estados Unidos e a Espanha e que pôs fim ao domínio colonial
espanhol nas Américas.
Principais causas e contexto histórico:
A guerra teve origem na luta cubana pela independência da Espanha, em
fevereiro de 1895. As medidas repressivas da Espanha para controlar a
rebelião atraíram a simpatia dos americanos, que solicitavam uma
intervenção do governo na região.
A guerra: como foi e consequências principais:
A Espanha anunciou um armistício (acordo que finaliza as hostilidades
entre os envolvidos na guerra) em 9 de abril de 1898, procurando
conceder a Cuba poderes limitados de governo. O Congresso dos Estados
Unidos, no entanto, logo declarou o direito à independência de Cuba,
exigindo a retirada das forças armadas da Espanha da ilha. A Espanha
então declarou guerra aos Estados Unidos. A frota espanhola do Caribe
estava ancorada no porto de Santiago, em Cuba. O exército americano
aterrissou na costa leste da cidade e avançou lentamente para tentar
forçar a frota a sair do porto. Na batalha que se seguiu, todos os navios
espanhóis foram tomados pelo fogo ou naufragaram. Santiago se rendeu
em 17 de julho, terminando efetivamente a guerra.
Pelo Tratado de Paris, assinado em dezembro de 1898, a Espanha
renunciou a Cuba, e cedeu Guam, Porto Rico e as Filipinas aos Estados
Unidos.

 Revolução Meiji:
Historicamente, o Japão esteve isolado do Ocidente até a chegada das
primeiras embarcações mercantilistas portuguesas, em 1542. Esse
primeiro contato não teve efeitos positivos, principalmente por causa dos
interesses lusitanos em propagar o cristianismo entre os japoneses pela
ação dos jesuítas. Na primeira metade do século XVII, o governo
nipônico realizou a execução de milhares de cristãos japoneses e
determinou o fechamento dos portos.
Entre os séculos XVII e XIX, o Japão era controlado pelo xogum, uma
espécie de primeiro-ministro de poder hereditário que tinha amplos
poderes. Além disso, observamos a presença de uma ampla aristocracia
(damaios) que exercia o poder local através dos samurais, uma classe de
guerreiros profissionais. Ao longo do tempo, o domínio da família
Tokugawa sob o xogunato acabou desenvolvendo uma frequente disputa
de poder com os grandes proprietários.
A partir de 1850, as nações ocidentais passaram a desenvolver estratégias
políticas que pressionavam a abertura política e econômica japonesa. Em
1854, sob o comando do almirante Perry, uma esquadra norte-americana
impôs a abertura dos portos nipônicos ao mercado mundial. Por meio de
sérias ameaças militares, os japoneses foram obrigados a assinar tratados
comerciais com diferentes países.
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Buscando reagir ao processo de dominação, os japoneses permitiram que


seus jovens fossem enviados à Europa e os Estados Unidos para
estudarem em universidades voltadas para os campos de ciência e
tecnologia. Com o passar do tempo, a população japonesa começou a
dominar o conhecimento necessário para a criação de suas primeiras
indústrias. Em pouco tempo, esse projeto de modernização também foi
seguido pelo campo político, com a chamada Revolução Meiji.
Manifestações de cunho nacionalista passaram a se opor ao domínio
absoluto do xogunato. Dessa forma, com o apoio do Exército e da
Marinha, Mitsuhito, o imperador Meiji, empreendeu uma série de
reformas que deram uma nova feição política ao Japão. O antigo poder
político dos donos de terra foi substituído por um sistema de prefeituras
locais subordinadas ao poder central. Além disso, houve a instalação de
um Poder Legislativo formado por um parlamento bicameral.
A partir desse novo momento, as atividades econômicas se voltaram para
o desenvolvimento agrícola e a formação de uma consistente indústria de
base. Paralelamente, um novo sistema de cobrança tributário permitiu
que o governo arrecadasse impostos que ampliaram a realização de
investimentos na economia e o incremento de suas forças armadas.
Em pouco tempo, o Japão se transformou em um belo exemplo de
modernização nos campos político e industrial para todo o Oriente. Já
nos fins do século XIX, os japoneses passaram a integrar o movimento
imperialista realizando a dominação de territórios na China, na Coreia e
na Ilha de Formosa (atual Taiwan). No início do século XX, a vitória
militar contra os russos consolidou o Japão enquanto potência
imperialista e principal rival econômica dos Estados Unidos na região do
Pacífico.

 Guerra do Ópio:
As chamadas Guerras do Ópio foram conflitos travados entre o Reino
Unido e o Império Chinês nas décadas de 1840 e 1850 que tiveram como
motivo principal o comércio do ópio, isto é, uma droga derivada da flor
de papoula, que tem efeito analgésico, cultivada na Ásia e largamente
consumida na Europa e na América durante o século XIX.
Sabemos que o século XIX foi, entre outras características, o século do
imperialismo e que a Inglaterra foi uma das nações que mais alcançaram
extensões de terras no globo nesse período. No continente asiático, os
britânicos tiveram sob a sua Coroa a Índia e chegaram, por meio das
Guerras do Ópio, a se estabelecerem nos domínios de Xangai, na China.
À Inglaterra era altamente lucrativos os negócios empreendidos pela
Companhia Britânica das Índias Orientais. Entre os produtos mais
negociados, estavam o chá e o ópio.
Os ingleses compravam o chá dos chineses e levavam o ópio para a
venda no Ocidente. Havia uma demanda muito grande por ópio na
Europa e na América, demanda tanto farmacêutica (o ópio era usado em
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feridos de guerra e pessoas acometidas de doenças causadoras de dor


intensa) quanto recreativas (havia muitos clubes para consumo de ópio e
haxixe nas principais cidades europeias). No entanto, os imperadores
chineses viam com preocupação o uso do ópio entre a população da
China, haja vista a dependência química e a decadência física e moral
causadas pela droga. A partir de 1800, a China estabeleceu decretos
proibindo o consumo do ópio. Entretanto, as sanções eram ignoradas, e o
comércio do produto com os ingleses estimulava o uso entre os chineses
também.
Em 1839, a China impediu definitivamente o comércio do ópio e
decretou a apreensão de cerca de 20 mil caixas do produto, expulsando
os comerciantes ingleses que as estavam negociando. Essa ação afetou
profundamente o Reino Unido, principal interessado no produto. Em 03
de novembro do mesmo ano, os ingleses decretaram guerra à China, que
começou efetivamente no início do ano seguinte. Essa Primeira Guerra
do Ópio durou de 1840 a 1842 e resultou na derrota chinesa e na
consequente subordinação da China às potências ocidentais que exigiam
abertura ao livre mercado.
O principal documento que assentou as bases para tal abertura foi o
Tratado de Naquim, assinado em 1842, entre a dinastia chinesa de
Manchu e o Reino Unido. Esse tratado foi considerado um dos “Tratados
desiguais”, que “encurralavam” o império chinês a se abrir para o
comércio com potências ocidentais. Não demorou muito para as
cláusulas desse tratado serem rompidas. Em 1856, o governo chinês
embargou um dos navios representantes da coroa inglesa, gesto que
configurava violação do Tratado de Nanquim.
Esse gesto conduziu os dois países à Segunda Guerra do Ópio, que durou
de 1856 a 1860. Essa segunda guerra culminou não apenas na tomada de
mais regiões estratégicas do comércio chinês, como também na tomada
da capital do império, a cidade de Pequim, em 1860, pelo oficial Lord
Elgin, o qual, com a ajuda dos franceses, invadiu a cidade e incendiou o
Palácio de Verão, do imperador chinês.

 Conferência de Berlim:
A Conferência de Berlim aconteceu entre novembro de 1884 e fevereiro
de 1885 e delimitou regras e acordos durante a ocupação do continente
africano pelas potências europeias. Conhecido também como partilha da
África, esse evento oficializou o neocolonialismo que resultou na extensa
exploração econômica de colônias africanas pelos países europeus.

Neocolonialismo e a Segunda Revolução Industrial


A Conferência de Berlim foi resultado do surto neocolonialista que
surgiu a partir da segunda metade do século XIX. A Europa estava
experimentando um grande desenvolvimento tecnológico conhecido
como Segunda Revolução Industrial. Esse crescimento tecnológico
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promoveu avanços na produção de energia, na química e no


desenvolvimento de meios de transporte mais eficientes etc.
À medida que o capitalismo sofria transformações a partir desse
desenvolvimento tecnológico, surgiu como necessidade o impulso
imperialista para dar continuidade no processo exploratório de matérias-
primas e de obtenção de novos mercados consumidores. Os continentes
africano e asiático apareceram, então, como alvo da ambição das
potências industrializadas europeias.
O impulso neocolonialista no continente africano, segundo Valter
Roberto Silvério, foi acirrado pelas ações de três países. Primeiramente,
houve o interesse dos belgas, com o rei Leopoldo I, em uma região da
África chamada Congo (atual República Democrática do Congo). Esse
projeto do rei belga continuou com seu filho, Leopoldo II, que manteve
um dos domínios imperialistas mais cruéis e que foi responsável pela
morte de milhões de habitantes do Congo.
O segundo impulso foi dado por Portugal ao anexar regiões do interior
de Moçambique. Posteriormente, Portugal defendeu a ideia do “mapa
cor-de-rosa”, que estipulava a unificação territorial entre dois domínios
portugueses (Moçambique e Angola). Por fim, a política expansionista
francesa também contribuiu para que ocorresse uma corrida de ocupação
do continente africano.
Os países europeus buscaram de maneira desenfreada tomar posse do
máximo possível de territórios no continente africano. A falta de
regulamentação dessa ocupação levou a inúmeros atritos diplomáticos
entre esses países da Europa por disputas territoriais na África. Com o
intuito de resolver essas questões, foi sugerida uma conferência
internacional.

Conferência de Berlim
A Conferência de Berlim foi inicialmente idealizada por Portugal, porém,
os alemães realizaram-na entre novembro de 1884 e fevereiro de 1885,
sob a liderança do chanceler alemão, Otto von Bismarck. Esse evento
reuniu catorze potências da época com intuito de debater a ocupação da
África.
Inicialmente, foi proposto por Portugal o “mapa cor-de-rosa” que sugeria
a criação de um domínio que unificasse, de leste a oeste, dois territórios
portugueses: Angola e Moçambique. A proposta foi prontamente
rejeitada pelo Reino Unido, que pressionou Portugal a abandonar essa
ideia (o que de fato aconteceu).
Além disso, foi debatida durante essas reuniões a questão do domínio de
determinadas regiões do Congo ocupadas pelos belgas. A Conferência de
Berlim também determinou que os rios Níger e Congo seriam de livre
navegação, ou seja, estavam abertos a todos os países. Por fim, foram
determinados, em parte, os territórios que seriam ocupados e divididos
na África da forma que melhor agradasse as potências industrializadas.

Justificativas para a ocupação e resistência


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A ocupação do continente africano foi realizada sob a justificativa de


missão civilizatória que propunha acabar com a escravidão (ainda
existente em partes da África). Além disso, as potências justificavam
que, a partir da ocupação do continente, seria possível levar o
cristianismo e também as “benesses” da civilização ocidental às
populações. Naturalmente, todas essas justificativas eram utilizadas
como pretexto para mascarar o real interesse: impor uma exploração
econômica intensa sobre a África.
A ocupação do continente não aconteceu de maneira passiva. Houve
movimentos de resistência em diferentes partes da África, no entanto, em
razão da diferença de organização militar e de tecnologia, a resistência
africana, em geral, teve apenas efeito de retardar o domínio europeu.

 Guerra dos Boxers:


A Guerra dos Boxers foi um conflito ocorrido na
China entre os anos de 1899 e 1900, onde um violento
grupo nacionalista lutava contra a presença dos
estrangeiros em seu território. Inconformados com a
inapetência do poder imperial em conter a intervenção
imperialista no país, um grupo de lutadores da China
desenvolveu uma sociedade secreta, conhecida como
“A Sociedade dos Punhos Harmoniosos e Justiceiros”,
para lutar contra os imperialistas.
Com o apoio velado das autoridades locais, os boxers
empreenderam as suas primeiras ações realizando
pequenos atos de vandalismo ao cortar linhas
telegráficas, destruir ferrovias e perseguir os
missionários cristãos. Em suma, apesar de uma
organização incipiente, os participantes dessa revolta
atacavam tudo aquilo que poderia representar a
dominação dos ocidentais em seu país.
Paulatinamente, o triunfo das primeiras ações impeliu
o planejamento de ataques com maior gravidade.
O crescimento da situação hostil obrigou as nações
imperialistas a organizarem um exército que
desarticularia as ações violentas organizadas pelos
boxers. Alemanha, Estados Unidos, Inglaterra, França,
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Japão, Itália e Rússia cederam soldados para tomar a


cidade de Pequim, o principal foco dos conflitos. A
invasão estrangeira – ocorrida no final de maio de
1900 – foi logo respondida com um novo ataque dos
boxers à pista de corrida dos estrangeiros e o
isolamento do bairro das Embaixadas.
Enquanto os civis estrangeiros e os cristãos tentavam
se refugiar da onda de ataques, os vários
representantes políticos da autoridade estrangeira
resistiam à espera de uma forte reprimenda contra os
chineses. Entre os meses de julho e agosto, as tropas
estrangeiras lutaram contra os boxers e os membros do
exército imperial que apoiavam o levante. Percebendo
o recuo dos chineses, as nações imperialistas fizeram
uma série de exigências em troca da preservação dos
territórios.

No dia 7 de setembro de 1901, a Paz ou Protocolo de


Pequim oficializou os acordos que puseram fim à
Guerra dos Boxers. Derrotado, o governo chinês se viu
obrigado a pagar uma pesada indenização em ouro e
liberar novos portos às embarcações estrangeiras.
Além disso, os imperialistas impuseram a sua
autoridade na capital do país e proibiram os chineses
de importarem armamentos. Nas décadas seguintes,
apesar do fracasso, outros levantes determinaram o fim
da dominação estrangeira na China.

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