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Imperialismo
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Imperialismo é um conjunto de ideias,[1] medidas e mecanismos que, sob determinação de um Estado-


nação, procuram efetivar políticas de expansão e domínio territorial, cultural ou econômico sobre outras
regiões geográficas, vizinhas ou distantes.

Esta prática está associada, na história da humanidade, à formação de impérios que se desenvolveram e, em
muitos casos, foram dissolvidos ou substituídos por outros, por diferentes motivos. No entanto, o conceito
de imperialismo, derivado de uma prática assente na teoria econômica, só surgiu no início do século XX.

Conforme alguns analistas, o neocolonialismo moderno pode ser considerado como uma expressão de
imperialismo "informal", sem colônias, embora este seja um tema controverso entre os historiadores.[2]

Etimologia
A palavra imperialismo surge a partir da palavra imperium em latim, e significa poder supremo.[3] Seu
significado atual surge no Reino Unido na década de 1870 e foi usado com uma conotação negativa.[4] Na
Grã-Bretanha, a palavra até então tinha sido principalmente usada para se referir à política de Napoleão III
de obtenção de opinião pública favorável na França através de intervenções militares fora do país.[4]

História

Modernidade

No final do século XIX e começo do século XX, a economia mundial viveu grandes mudanças. As
inovações tecnológicas da Revolução Industrial aumentaram a produção fabril, o que gerou a necessidade
de novos mercados consumidores para esses produtos e uma nova corrida por muitas matérias primas.

Imperialismo Asiático

A conquista da Ásia aconteceu aos poucos, primeiramente com o abrir de alguns portos em pequenas ilhas
durante o século XVIII e antigas colônias hispano-holandesas nas Filipinas (cedida aos Estados Unidos
pela Espanha depois) e ilhas da Indonésia (holandeses).[carece de fontes?]

Mas a desenfreada exploração que se deu por estas bandas foi a partir da Rússia, que construiu uma estrada
de ferro ligando a Rússia européia até suas margens do Pacífico Oriental, com o objetivo de influenciar e
dominar a Mongólia e a China.

Japão
Já a entrada do Japão no grupo dos países imperialistas foi por pressão dos Estados Unidos e do Reino
Unido de tempos. Sob muita pressão dos estadunidenses, o Japão governado formalmente por um monarca,
mas quem tinha plenos poderes era o comandante das Forças Militares Japonesas, o Xogun, decidiu abrir
alguns portos para os países ocidentais. Isso causou uma revolta por vários motivos na ilha, conhecido
como Restauração Meiji, onde restaurava plenamente os poderes do imperador, que fez o Japão dar um
salto no desenvolvimento industrial e econômico do país. Isso fez com que a concorrência entre Reino
Unido, França, Rússia e os Estados Unidos ficasse mais acirrada e incluísse o Japão na disputa imperialista.

Para tanto, o exército japonês invadiu a China e obteve sucesso em suas missões, anexando ao seu território
a região correspondente à Manchúria, as atuais Coreias e a ilha de Formosa. Na tentativa de expulsar os
japoneses, os chineses buscaram apoio - em vão - da Rússia. Este país teve de indenizar o Japão.

Influência inglesa

O Reino Unido começou sua investida, através de acordos comerciais com o imperador da China. Em
1839, o imperador proíbe o comércio de Ópio em seu território, cujo era comercializado pelo Reino Unido
na Índia. Mas os britânicos não acataram as ordens e continuaram a comercializar a droga. Como punição o
governo chinês afunda alguns navios britânicos. Este fato serve de pretexto para o Reino Unido declarar
guerra à China. Com uma marinha superior a da chinesa o Reino Unido vence, e como pagamento ao
vencedor a China teve que ceder a Ilha de Hong-Kong e abrir diversos portos.

Com o domínio meridional da China, a Indochina cedida pela França, devido à Guerra dos Sete Anos, o
Reino Unido conquistou a hegemonia também do Sudeste Asiático. Nesse decorrer de tempos ocorreram
várias revoltas, uma muito importante ocorreu na Índia, mas ela foi sufocada, e assim os britânicos
abocanham de vez a Índia integrando-a como parte de seu Império Colonial. Já no ano de 1895, a China
sofre sua pior humilhação, a partilha de seu território em áreas de influência entre: Reino Unido, França,
Japão, Alemanha e Rússia, isso gerou a Revolta dos Boxers.

Para vencer essa batalha, as potências europeias e nipônica, tiveram que se unir e conseguiram vencê-la. Já
os Estados Unidos recolonizaram as Filipinas e conquistaram e anexaram ilhas como o Havaí entre outras.

Conferência de Berlim

Em 1885, teve início a Conferência de Berlim, que reuniu representantes de potências europeias para
promover a "partilha amigável" do continente africano. As maiores beneficiadas com a partilha foram a
França e a Inglaterra, com maior número de colônias em áreas economicamente mais interessantes. A
Conferência de Berlim não contou com participação de nenhum representante africano, a partilha foi feita
sem qualquer consulta ou uma participação dos povos que seriam atingidos pelas decisões, sem levar em
conta os aspectos culturais e étnicos de cada povo.

Imperialismo e neo-imperialismo Europeu

A concepção de um neo-imperialismo foi realizada por economistas ingleses e franceses no início do século
XIX. Este conceito constituiu-se no modus operandi colonialista, porém dentro da realidade do capitalismo
industrial. “Um país imperialista era um país que dominava economicamente o outro”, e desse modo a
capitalização das nações imperialistas gradativamente se ampliava, assim como a "absorção" dos países
dominados pelos monopólios, mão-de-obra barata e abundante e mercados consumidores, levavam ao ciclo
do neo-colonialismo, que é o produto da expansão constante do imperialismo.
Os países imperialistas dominaram muitos povos de várias partes do planeta, em especial dos continentes
africano e asiático. Porém, a maior parte das elites e da população desses países se sobrepunham tendo
como afirmativa que suas ações eram justas e até benéficas à humanidade em nome da ideologia do
progresso. Dessa forma, tinham 3 visões explicativas: o etnocentrismo, baseado na ideia de que existiam
povos superiores a outros (europeus superiores a asiáticos, indígenas e africanos, exemplos clássicos), da
mesma forma o racismo e o darwinismo social que interpretava a teoria da evolução de uma forma
discutível, afirmando a hegemonia de alguns sobre outros pela seleção natural. Assim, no final do século
XIX e o começo do século XX, os países imperialistas se lançaram numa corrida por matéria-prima,
mercados consumidores e países com uma fragilidade política, com o intuito de colonizar. O imperialismo
foi uma dos principais motivos políticos para conflitos na Europa, em destaque a Primeira Guerra
Mundial,[5] dando princípio à “nova era imperialista".

Imperialismo Britânico

Nos finais do século XIX, a África do Sul estava dividida nas


repúblicas bôeres e nas colónias britânicas do Cabo e do Natal.
Com a descoberta de minas de diamante na região, o Reino Unido
decidiu dominar e explorar esse território, o que deu início às
Guerras dos Bôeres. O Reino Unido ganhou a Segunda Guerra dos
Bôeres e consequentemente o domínio efetivo do território, sob
promessa de autonomia, o que deu origem à União Sul-Africana.[7]

A Índia foi mais um país afetado pelo Imperialismo Britânico, que


impôs através da formalidade o domínio militar e cultural através da
justificativa do Darwinismo Social e do Eurocentrismo (Europa
como centro do mundo e cultura superior às outras).

Com o fim de acabar com o imperialismo britânico na Índia a Cecil Rhodes e o projeto ferroviário
população fez a Revolta dos Sipaios, em que nacionalistas indianos do Cabo-Cairo. Rhodes fundou a De
apoiados pela população local e pelo exército da Índia Beers Mining Company, de
reivindicavam o direito indiano à liberdade. Mas a revolta foi propriedade da Companhia Britânica
sufocada pela Inglaterra. Mais tarde, Mahatma Gandhi propôs uma da África do Sul e teve seu nome
luta sem armas e sem sangue derramado através do boicote de dado ao que se tornou o estado de
vários produtos ingleses. Rodésia. Ele gostava de "pintar o
mapa britânico de vermelho" e
declarou: "todas estas estrelas ...
Estudos estes vastos mundos que
permanecem fora do alcance, se eu
O primeiro estudo sistemático sobre o imperialismo surgiu em 1902 pudesse, eu anexaria outros
com "Imperialismo", do autor inglês John Hobson, para quem o planetas."[6]
fenômeno se devia à acumulação de capital excedente que devia ser
exportado. Seriam motivações importantes do expansionismo a
busca de novas fontes de matérias-primas e de mercados. A originalidade da obra de Hobson consiste em
atribuir ao imperialismo raízes econômicas, o que forneceu as bases para a interpretação marxista.[8]

Na década de 1950, as alterações às políticas económicas de Taiwan transformaram a ilha através de uma
tecnologia orientada e uma economia desenvolvida industrializada, após um período de altas taxas de
crescimento e rápida industrialização. Na China continental, na década de 1970, as reformas conhecida
como "Quatro Modernizações" melhoria da agricultura, indústria, tecnologia e defesa, elevando os padrões
de vida e tornando a RPC uma das grandes potências.
Para o economista Joseph Schumpeter, que em sua obra mais conhecida, "Capitalism, Socialism and
Democracy" (1942), conclui que o capitalismo acabaria por esgotar-se e dar lugar a alguma forma de
controle centralizado da economia, e que a política imperialista não tem relação com a natureza do
capitalismo, que é pacifista em essência. O expansionismo se deve a um impulso atávico de luta,
remanescente em estruturas e camadas sociais pré-capitalistas, que dependem para sua sobrevivência de
guerras e conquistas. Já para os marxistas, o capital financeiro se tornou a causa do imperialismo
moderno.[9]

O imperialismo do século XIX

Impérios coloniais do ocidente, de 1492 até o presente.

Os principais países que adotaram a prática do imperialismo

Reino Unido
França
Bélgica
Itália
Alemanha
Portugal
Espanha
Países Baixos
Japão
Rússia
Império Otomano

Ver também
Imperialismo americano
Império
Imperialismo Asiático
Império colonial
Imperialismo na África
Império Soviético
Conferência de Berlim
Imperialismo cultural

Referências
1. Gary Allen, Nixon: The Man Behind the Mask (Boston, Western Islands, 1971].
2. Barbara Bush (2006). Imperialism And Postcolonialism (http://books.google.com/books?id=6
qmJrjHcBkkC&pg=PA46) (em inglês). [S.l.]: Pearson Longman. p. 46. ISBN 978-0-582-
50583-4
3. «Charlton T. Lewis, An Elementary Latin Dictionary, imperium (inp-)» (http://www.perseus.tuft
s.edu/hopper/text?doc=Perseus%3Atext%3A1999.04.0060%3Aentry%3Dimperium) (em
inglês). Consultado em 7 de julho de 2017
4. Magnusson, Lars (1991). Teorier om imperialism (em suéco). Södertälje: [s.n.] p. 19.
ISBN 91-550-3830-1
5. Cláudio Fernandes. «Primeira Guerra Mundial: A Grande Guerra» (http://historiadomundo.uo
l.com.br/idade-contemporanea/primeira-guerra-mundial.htm). História do Mundo.
Consultado em 7 de julho de 2017
6. S. Gertrude Millin, Rhodes, Londres: 1933, p.138.
7. (em português) MASON, Anthony. Memórias do Século XX: Vol. 1 - O Surgimento da Era
Moderna. Tradução de Maria Clara de Mello Motta. Rio de Janeiro: Reader's Digest, 2003.
8. Chapter Thirty-One: Genesis of the Industrial Capitalist (https://www.marxists.org/archive/mar
x/works/1867-c1/ch31.htm) Marxistis.org
9. [1] (https://www.marxists.org/portugues/tematica/livros/historia/cap24.htm)

Bibliografia
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Imperialism, 1450-1950 (http://nbn-resolvin www.jstor.org/stable/1823170)

Ligações externas
Sobre o imperialismo (https://web.archive.org/web/20080415111958/http://brasiliavirtual.inf
o/tudo-sobre/imperialismo)
Revendo a História (blogspot) - Imperialismo (http://historiarevista.blogspot.com/2007_10_0
1_archive.html)
Imperialismo y dependencia - RU-Económicas - UNAM (http://ru.iiec.unam.mx/3096/1/ImpD
ep.pdf)
Socialismo o fascismo - RU-Económicas (http://ru.iiec.unam.mx/3098/1/SocOFas.pdf)

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