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A História do Japão e da China

A China e o Japão são duas das civilizações mais antigas do mundo, com ocupações
humanas surgindo pela primeira há milhares de anos, e que, ainda por cima,
continuam habitando essas regiões até os dias de hoje.
Milhares de anos atrás, populações humanas começaram a se assentar próximas às
margens do Rio Amarelo, na atual China, vivendo em aldeias, até o surgimento da
Dinastia Shang, o primeiro estado chinês, em 1600 a.C. Eles foram sucedidos pelos
Zhou, em 1046 a.C., que estabeleceram um sistema semelhante ao feudalismo, com
grandes e poderosos proprietários de terra, os quais se revoltaram contra o rei e
dividiram a China em estados menores, com guerras entre esses novos reis sendo
comuns.
Durante esse período, pessoas provavelmente vindas da Coreia e outras partes da
China começaram a ocupar o arquipélago japonês e a “substituir” os antigos
habitantes das ilhas. Essas novas populações humanas deram início ao cultivo de arroz
no Japão, o que se tornou a principal atividade econômica do período e fez com que os
grandes proprietários de terra ganhassem poder, assim dando origem a múltiplos
pequenos reinos, no que é conhecido como Era Yayoi, em 500 a.C.
Enquanto isso, de volta à China, no ano 221 a.C., a Dinastia Qin conquistou os outros
reinos e reunificou a nação. Durante essa época houve o início da construção da
Grande Muralha da China, além da popularização do Confucionismo, uma corrente
filosófica baseada nos ensinamentos de Confúcio, além de outras filosofias, como o
Taoismo e o Legalismo. Porém, em 202 a.C., após a morte do imperador, uma guerra
civil teve início, a qual foi vencida pelos Han. A Dinastia Han, além de inventar o papel,
conquistou partes de países vizinhos rivais e essa expansão fez com que a China tivesse
contato com outros povos asiáticos e até mesmo ocidentais, dando origem a uma
grande rota comercial entre a China e o Ocidente, a Rota da Seda, levando tanto itens
chineses, como a seda e o papel, para o resto do mundo, quanto trazendo criações de
outras nações, como o Budismo. Contudo, mais uma vez, no ano 222 d.C., a nação se
dividiu, dessa vez em três reinos, uma era muito conhecida da história chinesa antiga,
até ser mais uma vez unificada, pela Dinastia Jin, em 280 d.C.
Todavia, enquanto a China passava por tanta turbulência, o Japão viu a ascensão de
seu primeiro governo centralizando, quando o clã Yamato se tornou mais poderoso do
que os outros reinos e tomou o poder de grande parte do arquipélago, dando origem à
Era Kofun, no ano 300 d.C. Tanto essa era quanto a Era Asuka, iniciado com a
introdução do Budismo ao país, em 552, foram marcadas por uma relação próxima
com a Coreia e com a China.
E por falar na China, no ano 581, a Dinastia Sui tomou o poder do país, até que eles
foram mais uma vez sucedidos, em 618, dessa vez pelos Tang, os quais conquistaram a
Coreia, ao nordeste, e os Gokturcos, ao norte. No ano 906, mais uma vez, a nação foi
dividida entre vários governos regionais que estavam ganhando poder demais, até que
a maior parte desses senhores de guerra havia sido dominada e agora o país estava
basicamente dividido entre a Dinastia Jinn e a Dinastia Song.
Todavia, a China não era única passando por grandes problemas. O Japão já havia
passado pelas eras Hakuho, Nara e estava agora no final da Era Heian. Durante essa
época, uma nova classe social estava se formando, a dos Samurais, um tipo de
“polícia” privada, contratados pelos ricos proprietários de terras para proteger suas
propriedades, já que, naquele ponto, o estado japonês estava fraco e o exército era
basicamente inútil. Se aproveitando de seu crescente poder, os samurais se rebelaram,
começando assim uma guerra civil, a qual foi vencida pelo samurai Minamoto no
Yoritomo, o qual se autoproclamou xogum e transformou o Japão num xogunato,
dando início ao período Kamakura, no ano 1185. Nessa nova forma de governo, o
imperador não detinha nenhum poder verdadeiro e o xogum, um ditador militar, era
quem realmente governava o país. Esse período da história japonesa também é
conhecido como Japão feudal, já que nele, havia os daimio, senhores feudais que
exerciam certo poder, sendo capazes de estabelecer suas próprias taxas de impostos
que seriam cobradas dos vassalos.
Na China, enquanto os Jinn e os Song lutavam pelo poder, durante o século XIII, o
Império Mongol, liderado pelo grande Gengis Khan, atacou e conquistou toda a China,
até que Kublai Khan foi coroado Grande Khan do império e, em 1271, fundou a
Dinastia Iuã da China. No ano de 1274, os mongóis também tentaram invadir o Japão,
mas tiveram seus navios destruídos por um tornado enquanto tentavam chegar ao
arquipélago, e então, em 1281, eles tentaram outra invasão, obtendo um sucesso um
pouco maior, porém, outra vez, um tornado destruiu seus navios. Algumas décadas
depois, inicia-se o Xogunato Ashikaga, quando o imperador derruba o xogum em 1333,
mas o xogunato é rapidamente restaurado em 1336.
Em 1382, os mongóis foram expulsos da China e a partir desse ponto se iniciou a
Dinastia Ming, que durou até 1644, quando foi substituída pela última dinastia imperial
chinesa, os Qing. Ambas as dinastias tinham políticas semelhantes, como os seus
isolacionismo e xenofobia, já que eles viam povos estrangeiros, como os europeus,
como bárbaros e fechando seus portos para relações comerciais com outras nações,
com exceção do porto de Cantão. Todo esse orgulho e arrogância, porém, fez com que
os chineses não percebessem a ameaça apresentada por esses impérios do exterior.
Todavia, a China não foi a única nação asiática a adotar essa política de isolação.
Após uma série de conflitos internos que dividiram o Japão em uma multitude de
pequenos governos e durante esse período, no século XVI, os europeus tiveram seu
primeiro contato com os japoneses, trazendo com eles as invenções e o conhecimento
do ocidente, como armas de fogo modernas. Em 1603, o Japão é reunificado e uma
nova era se inicia: o Xogunato Tokugawa. No ano de 1639, o xogum adota uma política
de isolação, onde nenhum forasteiro pode entrar e nenhum japonês pode sair do país,
além de todo comércio com europeus é proibido fora da ilha de Dejima e ele era
exclusivo aos neerlandeses. Durante esse período, a nação prosperou, com a
construção de escolas, fortalecimento da economia, aumento da taxa de alfabetização
e conhecimento de novas ciências trazidas pelos holandeses. Mas, conforme essa era
próspera acabava, em 1853, os Estados Unidos forçaram o Japão a se abrir para o
exterior, mas alguns daimios ficaram insatisfeitos com a decisão e se rebelaram,
restaurando, em 1868, o poder do imperador sobre o país, no que é chamado de
Restauração Meiji, em homenagem ao novo imperador. Após a restauração, a qual deu
início ao Império Japonês, o governo começou na ocidentalizar o país, adotando uma
estrutura de governo, uma constituição e um exército que espelhavam os de nações
ocidentais, além de também tentaram criar uma identidade nacional japonesa.
Porém, diferente do Japão, a China se recusava a se abrir para o comércio estrangeiro,
o que fez com que ela se tornasse tecnologicamente inferior a outros países. A
primeira demonstração disso foi na Primeira Guerra do Ópio, um conflito que ocorreu
em 1839 após os chineses jogarem caixas de ópio (uma droga extremamente viciante)
britânico no mar e exigir que os ingleses parassem de vender tal droga para a
população chinesa. Em resposta, os ingleses mandaram navios de guerra para parar a
China e, devido à superioridade tecnológica do exército e da marinha britânicos, os
chineses foram derrotados com relativa facilidade. Após o evento, o Reino Unido, além
de, por exemplo, ganhar Hong Kong dos chineses, demonstrou que a China não era tão
forte quanto ele acreditava, e essa guerra deu início ao chamado Século de
Humilhação. Durante esse período, diversas outras nações forasteiras também se
impuseram sobre os chineses através de outros conflitos, como a Segunda Guerra do
Ópio, em 1856, que, embora não tivesse relação com a venda de drogas, foi outra
demonstração da superioridade tecnológica ocidental, ou a Rebelião dos Boxers, no
ano 1899, quando revolucionários chineses passaram a exigir a saída dos estrangeiros
dos portos da nação e, em resposta, um total de 11 países se uniram para reprimir a
revolução e um dos países dessa aliança era o Japão.
Com a proclamação do Império, os japoneses, mais uma vez imitando nações
ocidentais, começaram a expandir o país e tinham planos de, no futuro, controlar todo
o Oceano Pacífico. Isso começou com a conquista de algumas ilhas ao sul, como
Okinawa, e, em 1894, a Primeira Guerra Sino-Japonesa, com o objetivo de conquistar a
Coréia e que também resultou na conquista de Taiwan. Em 1904, também ocorreu a
Guerra Russo-Japonesa, na qual o Japão obteve parte da ilha de Sacalina. Por conta de
uma aliança com o Reino Unido, o Império Japonês participou na Primeira Guerra
Mundial ao lado da Tríplice Entente e assim também ganhou ilhas do Pacífico que
anteriormente pertenciam aos Alemães. Ele também de aproveitou da crise política
que a China vivia para conquistar mais áreas da região.
No ano de 1911, por conta da fraqueza da China perante potências forasteiras e pela
falta de modernização, revolucionários tomaram o poder e tentaram estabelecer a
República da China, em 1912, com Sun Yat-Sen como presidente, que depois passou o
posto para Yuan Shikai, o qual convenceu o último imperador a renunciar ao trono, o
que se provou uma tarefa fácil, já que o imperador Pu Yi tinha apenas 6 anos na época.
Após a abdicação do presidente, e, 1916, teve início a Era dos Senhores da Guerra, na
qual a China se dividiu em diversos governos locais, denominados cliques.
Sun Yat-Sen e os nacionalistas tentaram reunificar a China com o apoio do Partido
Comunista, mas, após Chiang Kai-Shek tomar o lugar de Sun, ele começa a lutar contra
os comunistas, o que deu início à Guerra Civil Chinesa, em 1927. O Partido Nacionalista
havia encurralado os comunistas, até que os mesmos, liderados por Mao Tsé-Tung,
iniciaram a Grande Marcha, na qual eles atravessaram quilômetros de terreno
traiçoeiro até chegar ao noroeste, assim evitando sua derrota. Enquanto isso, os
japoneses, após conquistarem a região da Manchúria em 1931, atacaram outras partes
da China, em 1937, iniciando a Segunda Guerra Sino-Japonesa, na qual os nacionalistas
e comunistas interromperam as batalhas entre si para lutar contra o Império Japonês.
Os japoneses continuaram a conquistar mais áreas da China e do sudeste asiático,
anexando colônias de outras nações e cometendo diversas atrocidades no caminho.
Em 1941, durante a Segunda Guerra-Mundial, os ousados japoneses, agora aliados da
Alemanha Nazista e membros do Eixo, realizaram o infame ataque de Pearl Harbor, no
Havaí, no qual mais de 2 mil americanos foram mortos. Por conta disso, os Estados
Unidos entraram na guerra ao lado dos Aliados e, ao final do conflito, os americanos
jogaram as famosas bombas atômicas nas cidades de Hiroshima e Nagasaki, matando
centenas de milhares de pessoas e fazendo com que os japoneses enfim se rendessem.
Após isso, os Estados Unidos iniciaram um período de ocupação do Japão, no qual eles
mudaram as estruturas do governo e da economia japoneses e, nos anos seguinte, a
nação presenciou um milagre econômico e, por conta disso, atualmente o arquipélago
é lar de centenas de grandes empresas multinacionais, atuando em desde ramos como
tecnologia até entretenimento. Nos dias de hoje, o Japão é a 3º maior economia
global, atrás apenas dos EUA e da China. Porém, os chineses ainda tinham um longo
caminho até alcançar este posto.
Após o fim da Segunda Guerra, a Guerra Civil foi retomada na China e acabou em 1949,
com a vitória do Partido Comunista Chinês de Mao Tsé-Tung e o estabelecimento, em
1950, da República Popular da China, após o Partido Nacionalista de Chiang Kai-Shek
ser empurrado até a ilha de Taiwan, onde a República da China ainda existe em um
tipo de exílio. No ano de 1958, Mao inicia o Grande Salto Adiante com o intuito de
rapidamente industrializar a nação, porém o plano fracassou e acabou causando uma
grande fome, a qual matou milhões de pessoas e, em 1966, Mao também deu início à
Revolução Cultural, a qual tinha o objetivo de acabar com aquilo que era visto como
representando capitalismo e a burguesia, mas que acabou por matar civis e destruir
antigas relíquias materiais e imateriais da tradição antiga chinesa, além de acabar
causando grandes danos à economia do país. Após, a morte de Mao Tsé-Tung, Deng
Xiaoping se tornou líder da China em 1978, realizando reformas econômicas e
introduzindo o que é conhecido como “socialismo com características chinesas”. Essas
reformas deram início, mesmo que em uma menor escala, à abertura econômica da
China e introdução de um livre mercado, em especial em algumas regiões
administrativas especiais, como Hong Kong, adquirido do Reino Unido em 1997, e
Macau, adquirido de Portugal em 1999.

Bibliografia

-Sites (informações usadas no trabalho de história do 1º bimestre)


https://www.suapesquisa.com/historia/japao_antigo.htm
https://pt.wikipedia.org/wiki/Per%C3%ADodo_Kofun#A_Corte_Yamato
https://www.nippo.com.br/historiadojapao/n262a.php
https://pt.wikipedia.org/wiki/Per%C3%ADodo_Asuka
https://skdesu.com/periodo-heian-o-periodo-de-paz-no-japao/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Per%C3%ADodo_Heian
-Vídeos
https://youtu.be/Mh5LY4Mz15o
https://youtu.be/xuCn8ux2gbs
https://youtu.be/Y_b58Rpg2YY
https://youtu.be/Oc_un-o4hGc
https://youtu.be/mz4NKBM8hdU
https://youtu.be/YP1qjTzxQNE
https://youtu.be/GU5HC06c590
https://youtu.be/26EivpCPHnQ
https://youtu.be/7YQiiTHuyNs
https://youtu.be/JSe8FmYlYdk
https://youtu.be/u1dbOf63roI
https://youtu.be/N11D8Ajgfyo
https://youtu.be/20BZgXSD8LA
https://youtu.be/c72exgXX6Jk

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