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ESAMC

Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação

Alana Coghetto - RA: 102210017


Luana Diaz - RA: 101220024
Pedro Luiz - RA: 102210040

Revolução Chinesa

Relações Internacionais
Contemporâneas
Prof.: Edson Veloso

Jundiaí
2022
Este trabalho busca trazer os principais motivos e explicar como ocorreu a
Revolução Chinesa, a qual foi, ao lado das duas Guerras Mundiais e da Guerra Fria,
um dos principais acontecimentos de todo o século XX, que influencia o mundo até
os dias de hoje. É indispensável entender o contexto que ela aconteceu pois marcou
o início de um processo revolucionário responsável por implementar o comunismo
na China, liderado pelo Partido Comunista Chinês. Liderados por Mao Tsé-tung e,
após anos de guerra civil contra o Partido Nacionalista, conseguiram tomar o poder e
iniciar as mudanças que transformaram a China em uma nação comunista.

ANTECEDENTES

A China sempre teve um mercado atraente para o sistema internacional pois


detinha produtos cobiçados pelos ocidentais como a seda, o chá, as porcelanas e o
artesanato de luxo. No início do século XIX, a Inglaterra estava passando pela
segunda Revolução Industrial e precisava cada vez mais de matérias-primas a
baixos preços e um grande mercado consumidor para realizar a venda de seus
produtos. Foi nesse momento então, que a China acabou despertando um grande
interesse para os britânicos devido à grande população, o que significaria um grande
mercado consumidor. Para ampliar suas vendas para os chineses, que até então
tinham muitas restrições, os britânicos voltaram-se para o comércio de ópio. O
grande problema é que o ópio era proibido na China desde 1729, devido ao grande
consumo do mesmo como droga, afetando a saúde da população.
Mesmo com as grandes restrições, em 1833 o ópio dos britânicos conseguiu
representar metade do total das importações realizadas pela China, fazendo com
que o governo chinês tomasse medidas severas para combater o contrabando,
chegando a confiscar e jogar no mar uma carga inglesa. Essa medida acaba
trazendo prejuízos para os ingleses, o que acaba desencadeando as Guerras do
Ópio entre 1839 e 1860.
As Guerras do Ópio culminaram com a derrota chinesa e com a assinatura do
Tratado de Nanquim, onde a China perdeu parte de Hong Kong e foi obrigada a abrir
os portos para o comércio internacional. Os ingleses também exigiram livre
circulação no território chinês. Além dessas guerras, o Império Qing foi marcado por
uma série de outras invasões estrangeiras ao longo do século XIX, entre elas a
Guerra Sino-Japonesa (1894-1895) e a Guerra Russo-Japonesa (1904-1905).
Devido ao expansionismo do Japão, que buscava controlar parte do Pacífico e
Sudeste Ásiático, a China acabou perdendo a Manchúria e a Ilha Formosa (Taiwan).
A falta desses territórios foi decisiva para a perda da soberania sobre a Coreia. Mais
um golpe foi a guerra Russo-Japonesa, porque os japoneses exigiam os territórios
do Nordeste chinês.

A progressiva influência ocidental provoca a reação dos nacionalistas,


desencadeando a Guerra dos Boxers (1899 e 1900), que tinha como objetivo
combater a invasão estrangeira no país. Surgiram também outras revoluções
alimentadas por correntes nacionalistas. O imperador Qing ainda tentou em 1906
uma reforma constitucional para manter o controle sobre o povo. Também atuou na
modernização das forças armadas e mesmo na descentralização do poder. Porém, o
declínio foi inevitável e a aliança revolucionária substituiu o Império.

A REVOLUÇÃO NACIONALISTA

Tseu-Hi, reconciliada com Kiang Yu-wei, promoveu reformas que não


satisfizeram os reclamos da burguesia que desejava atuar politicamente e de libertar
a China da tutela econômica estrangeira. A regência do Príncipe Chun só piorou a
crise, e em 1911, o governo anunciou o propósito de nacionalizar as ferrovias
criadas com capitais chineses, a burguesia reagiu novamente, pois viram na medida
o acontecimento de novas concessões aos estrangeiros.

O médico Sun Yat-sen, que em 1905 na cidade de Hong-Kong, criaria o


Partido Nacionalista, de orientação republicana, foi um dos mais importantes líderes
desse movimento, teve apoio massivo de antigos participantes da Reforma dos Cem
Dias, políticos liberais, estudantes e militares. Foi inspirado pelos Três Princípios do
Povo – nacionalismo, democracia e sustento do povo – o movimento do médico
buscava uma mobilização popular através de um discurso patriótico: suas exigências
eram a queda da dinastia Qing e a expulsão de todos os estrangeiros que se
apossaram das riquezas do país.

Os acontecimentos que levaram à queda da dinastia Qing, foi chamada


Revolução de Xinhai, desenvolveram-se entre 10 de Outubro de 1911, data em que
se produziu a insurreição conhecida como Revolta de Wuchang. Rapidamente,
conseguindo o apoio político de outras províncias, eclodiram-se diversas revoltas ao
longo do país. Em 12 de Fevereiro de 1912, quando o último imperador, Puyi,
abdicou definitivamente.

Sun foi eleito Presidente das Províncias Unidas da China, com sede em
Nanquim, em novembro de 1911. A dinastia não tinha meios de resistir ao
movimento, e então entregou o poder ao General Yuan Shikai, que negocia a
abdicação do jovem imperador, em fevereiro de 1912, e proclama a República da
China, da qual é eleito presidente provisório, depois que Sun Yat-sen renúncia em
benefício da unidade nacional.

A REPÚBLICA DA CHINA

Yuan Shikai, confirmado presidente em 1913, instaurou uma ditadura militar


com o apoio de potências, que, para guardar seus privilégios, tutelam o novo regime,
através de um empréstimo que garante o controle da arrecadação do imposto do sal,
a exploração das ferrovias e das riquezas minerais do país. A Revolução, que
começou como reação ao estrangeiro, terminou por significar a consolidação de
seus privilégios.

Durante a I Guerra Mundial os problemas chineses se agravaram. Em 1914, o


Japão declara guerra à Alemanha e viola a neutralidade da China. De dezembro de
1915 a março de 1916, Yuan Shikai ostenta o título de Imperador, mas é obrigado a
abandonar o trono devido à forte oposição, porém conserva o cargo de presidente
até sua morte em junho de 1916.

Mas, um golpe militar em Cantão fez com que Sun Yat-sen exercesse
novamente a presidência. Mas a situação do governo central estava muito
desgastada porque o governo de Sun não controlava mais do que uma porção
reduzida do território. O controle das outras regiões deslocou-se para as tradicionais
elites rurais, que se agrupavam em torno de chefes militares. Várias províncias
reivindicavam autonomia, e determinados territórios foram retalhados em “feudos”
independentes. Os chefes militares locais lutavam constantemente entre si e
impunham todo tipo de autoritarismo ao povo, como impostos e trabalhos políticos.

Em 1917, a China declara guerra à Alemanha na esperança de contar com a


colaboração das potências imperialistas no período pós-guerra para que
renunciasse às suas esferas de influências no país, que as tropas estrangeiras
fossem retiradas, e que lhes fossem devolvidas as concessões e territórios
arrendados. No entanto, a Paz de Versalhes que lhe é desfavorável, pois as
demandas chinesas para pôr fim ao estatuto semicolonial em que a China se
encontrava não foram aceitas; o que provoca violenta agitação em todo o país, e a
recusa do tratado. O Movimento do Quatro de Maio, anti-imperialista e antifeudal,
com o qual o trabalhador chinês passa a aparecer no movimento político do país,
possibilitou a propagação prática da revolução chinesa, preparando a ideologia e os
dirigentes para a fundação do Partido Comunista da China.

Em 1922, os Tratados das Nove Potências asseguravam reconhecer a


integridade territorial da China, que, em troca, deveria manter a política de portas
abertas. A nação sofreu internamente e depois de 1920, os efeitos da guerra civil.
Em 1924, Sun Yat-sen reorganiza o Partido Nacionalista Chinês, e nesse ano,
Chiang Kai-shek, no comando da Academia Militar de Whampoa prepara, com o
Exército Nacional Revolucionária.

REVOLUÇÃO COMUNISTA

Após o fim da monarquia chinesa o país finalmente se tornou uma república,


como citado anteriormente, esse foi um período que ficou conhecido pela existência
de várias organizações em diversas províncias da China que exigiam e lutavam por
sua independência. Enquanto todos esses eventos estavam acontecendo naquele
território, foi surgindo aos poucos uma outra força com uma ideologia diferente à que
a China estava acostumada, o comunismo.
Foi no ano de 1917 através do sucesso da revolução bolchevique e do
fortalecimento do operário chinês que o comunismo começou a ganhar muita força e
visibilidade dentro do país, após terem se passado quatro anos de ascensão foi em
1921 que foi criado o primeiro partido comunista da China, o PCC, dentre os 57
membros que originalmente participavam estava Mao Tsé-tung, homem que seria
extremamente importante para que o partido pudesse ter êxito em um futuro
próximo.
Algum tempo depois do surgimento desse partido, ficou estabilizada uma boa
relação com o Partido Nacionalista Chinês, Kuomintang, que aceitou o partido
comunista mas ainda sim exigiu que ficassem subordinados ao lider do Partido
Nacionalista. Durante esse período o governante da União Soviética dizia que o
PCC deveria somente assegurar o poder e o fim das interferências estrangeiras.
A relação estável que havia sido estabelecida entre os comunistas e os
nacionalistas começou a ficar um pouco mais complicada em 1925 quando o líder do
Kuomintang mudou para Chiang Kai-shek, que governou o partido durante dois
anos.
Conforme o comunismo foi adquirindo muita força e fama nas principais
cidades chinesas Chiang decidiu que precisava tomar alguma medida para impedir
que esse movimento se tornasse ainda mais poderoso, a decisão tomada pelo
Kuomintang foi uma aliança com os senhores da guerra, o que desencadeou uma
guerra civil entre os comunistas e os nacionalistas, uma das atitudes que mais
tiveram impacto nessa guerra foi Chiang ter colocado o combate aos comunistas
como prioridade dentro do seu próprio governo, além de uma forte mobilização para
perseguir comunistas.
Essa imensa perseguição forçou os apoiadores do comunismo a fugirem por
um caminho de aproximadamente 10 mil quilômetros a fim de evitarem sua própria
aniquilação, essa guerra civil só teve algo parecido com uma trégua por conta do
aparecimento de um inimigo em comum entre comunistas e nacionalistas, os
japoneses, esses que por terem um governo de extrema direita, tinha a China como
alvo do imperialismo, conforme o tempo foi passando o Japão foi ficando cada vez
mais agressivo, até que em 1937 foi declarada uma guerra contra a China.
Vale ressaltar que mesmo durante a guerra entre as duas nações, ainda sim
existiam pequenos conflitos civis entre comunistas e nacionalistas pois eles tinham
conhecimento de que quando a guerra contra o Japão acabasse esse combate
voltaria à tona. Após a derrota do Japão em 1945 os líderes de cada partido
decidiram se reunir para tentar chegar em algum tipo de acordo que pudesse ser
vantajoso para os dois lados, porém com o fracasso dessa concordância a guerra
civil voltou.
Enquanto o lado dos nacionalistas recebiam bastante apoio dos EUA, os
comunistas se agravavam entre os povos camponeses no interior da China, pois as
medidas que garantiram o acesso às terras pelos camponeses fez com que o
comunismo recebesse muito apoio. Essa fase do conflito durou de 1946 até 1949 e
conforme o comunismo foi dominando o interior da China, Chiang e os nacionalistas
foram se retirando do país até que no dia primeiro de outubro de 1949 foi
ovacionada a República Popular da China.

REPÚBLICA POPULAR DA CHINA

A primeira sessão plenária da conferência do povo chinês aconteceu de 21 a


30 de outubro de 1949, esse evento contou com a presença dos representantes de
diversos partidos políticos e foi criado o Programa Comum, exercendo a mesma
função que uma constituição, mas de forma provisória tendo Mao Zedong como
presidente. Nos primeiros anos dessa nova etapa o país estava focado em
restabelecer a economia nacional e ao mesmo tempo que se desenvolvia os setores
de produção a China também conseguiu empreender fortes esforços para que a
propriedade pública dos meios de produção fosse se estabelecendo.
Em 1953 teve início o de transformação socialista e construiu-se um grupo de
empresas com bases inexistentes no passado, mas essenciais para que ocorresse a
industrialização estatal através da produção de aviões, máquinas pesadas e
equipamentos usados para gerar eletricidade.

CONCLUSÃO

Portanto, é possível concluir que a Revolução Chinesa representou uma


grande mudança política no país no período de 1911, removendo a dinastia manchu.
Ela se desencadeou desde o início por ideais de proteção à soberania chinesa, que
na época estava constantemente ameaçada por outras potências mundiais, tanto em
questões territoriais como comerciais, e a integridade territorial da partição, utilizada
principalmente para resolver interesses conflitantes das potências coloniais.

BIBLIOGRAFIA

edisciplinas.usp.br

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