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Participação do Brasil na

Segunda Guerra Mundial


Dados do projeto seminário histórico:

 Escola: Coperil (Escola Cooperativista de Irecê)

 Turma: 9° A

 Data: 16/08/2023

 Pedagogo: Marcelo Rocha

 Participantes: Davi de Aquino, Davi Monteiro, Liz Ribeiro, Luan


Alves, Lucas Souza

 Principais fontes utilizadas:

Toda Matéria(https://www.todamateria.com.br)

UOL (https://brasilescola.uol.com.br)

História do Mundo (https://www.historiadomundo.com.br)

Wikipédia>Brasil na Segunda Guerra


Mundial>https://pt.wikipedia.org.
 A entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial
O Brasil, embora, na época, estivesse sendo comandado por um regime
ditatorial simpático ao modelo fascista (o Estado Novo getulista) dos
Países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão), acabou participando da
Segunda Guerra Mundial (1939-1945) junto aos adversários destes, os
Países Aliados (EUA, França, Inglaterra e URSS).

Até 1937 o Brasil mantinha relações cordiais estáveis com a Alemanha,


condição rompida no ano seguinte em suma das discordâncias
ideológicas entre os dois países. Com o começo da guerra em 1939, o
Brasil adotou uma posição de neutralidade por motivos econômicos.

A situação mudaria em volta de 1942, quando submarinos alemães e


italianos iniciaram o torpedeamento de embarcações brasileiras no
oceano Atlântico em represália à adesão do Brasil aos compromissos
da Carta do Atlântico (que previa o alinhamento automático com
qualquer nação do continente americano que fosse atacada por uma
potência extracontinental) o que tornava sua neutralidade apenas
teórica. Os ataques totalizaram centenas de mortos e geraram uma
comoção inicial, que em seguida foi tomada pelo pânico e substituída
por indignação pública, visto que os meios de transporte comerciais
mais acessíveis eram os navais. Desencadearam-se uma série de
passeatas onde a população exigia retaliação ao Eixo. Muitas das
passeatas foram organizadas pela União Nacional dos Estudantes
(UNE), clamando a entrada do Brasil na guerra ao lado dos Aliados.

"A situação criada pela Alemanha, praticando atos de beligerância,


bárbaros e desumanos contra a nossa navegação pacífica e costeira,
impõe uma reação à altura dos processos e métodos por eles
empregados contra oficiais, soldados, mulheres, crianças e navios do
Brasil. Posso assegurar aos brasileiros que me ouvem, como a todos os
brasileiros, que, compelidos pela brutalidade da agressão, oporemos
uma reação que há de servir de exemplo para os povos agressores e
bárbaros, que violentam a civilização e a vida dos povos pacíficos."
- Oswaldo Aranha
Outra influência para a entrada do Brasil na guerra teriam sido os
incentivos econômicos e pressão diplomática aplicada pelos Estados
Unidos logo após seu envolvimento no conflito ser declarado
formalmente. Além disso o crescimento da influência cultural e os
acordos econômicos consolidados estadunidenses fizeram com que a
entrada do país norte-americano na guerra influenciasse a postura
contra o Eixo tomada pelo Brasil.

Ainda no ano de 1942, os estadunidenses instalaram bases aeronavais


ao longo da costa Norte-Nordeste brasileira. Após meses de
torpedeamento de navios mercantes brasileiros (21 submarinos
alemães e dois italianos foram responsáveis pelo afundamento de 36
navios mercantes brasileiros, causando 1 691 náufragos e 1 074
mortes).
.

 O imprevisto brasileiro na guerra


A declaração de guerra contra a Alemanha e a Itália ocorreu no dia 31
de agosto de 1942. O Exército brasileiro, porém, contava com um
conglomerado escasso e incerto de soldados. Foi preciso convocar
recrutas e reservistas, como médicos, enfermeiras e advogados.

Sendo, na época, um país com uma população majoritariamente


analfabeta, vivendo no campo, com uma economia com foco principal
voltado para exportação de commodities, sem uma infraestrutura
industrial-médico-educacional que pudesse servir de sustentação
material e humana ao esforço de guerra que aquele conflito exigia, o
Brasil não apenas se viu impedido de seguir uma linha de ação
independente no conflito como encontrou dificuldades em assumir
mesmo um modesto papel.
No campo cultural, a política americana aconteceu de maneira bastante
intensa, com o presidente Franklin Delano Roosevelt nomeando Nelson
Rockefeller para comandar ações que aumentassem a influência
cultural dos Estados Unidos na América Latina e, em especial, no Brasil.
Em agosto de 1942 a equipe de Rockefeller, junto com Walt Disney, foi
responsável, por exemplo, pela criação de Zé Carioca, personagem
brasileiro da Disney.

A Força Expedicionária Brasileira (FEB) por ex. teve sua formação


inicialmente adiada por um ano após a declaração de guerra. O decreto
que formava a FEB foi assinado somente 9 de agosto de 1943. A FEB
se incorporou ao Exército estadunidense e foi treinado por eles na Itália.

Por fim, seu envio para a frente de batalha foi iniciado somente em julho
de 1944, quase 2 anos após a declaração de guerra. Tendo sido
enviados 25 445 homens, de um total inicial previsto de 100 000.
Destes, 450 soldados morreram e três mil soldados ficaram feridos no
decorrer da campanha brasileira. Mesmo com problemas na preparação
e no envio, já na Itália, treinada e equipada pelos americanos, a FEB
cumpriu as principais missões que lhe foram atribuídas pelo comando
aliado.

Curiosidade: A atuação da FEB na Segunda Guerra deu origem à


expressão “a cobra vai fumar”, ditado popular que significa algo difícil de
ser realizado, e se acontecer, sérios problemas podem surgir. No
contexto que os 25 mil soldados se encaixavam, os chamados
“pracinhas” (termo adotado pela imprensa referente aos soldados
veteranos da FEB com o significado de “soldado raso”) diziam que com
as condições que tinham, “era mais fácil a cobra fumar do que o Brasil
entrar na guerra, e quando o Brasil entrou na guerra, a cobra fumou”.

A Força Aérea Brasileira (FAB) foi fundada em 1941. Os pilotos tiveram


um período de treinamento no Panamá e passaram a atuar no cenário
de guerra em outubro de 1944. Teve grande destaque e apoio oferecido
pelos aliados.
 Participação brasileira nos combates
Em julho de 1944 os pracinhas chegaram à Itália. Lutando ao lado do
exército dos EUA, os brasileiros conseguiram expulsar o Exército
alemão que ainda resistia no norte da Itália.
Em setembro de 1944, os soldados brasileiros tomaram as comunas
(unidade básica de organização territorial, ponto estratégico)
Massarosa, Camaiore e Monte Prano na região Toscana, ao centro da
Itália. No início de 1945, ajudaram a conquistar pontos estratégicos
como Monte Castelo, Castelnuovo e Montese na Itália central. A guerra
terminou em maio de 1945.
Os corpos dos 454 soldados mortos durante o conflito permaneceram
no cemitério de Pistoia, na Itália, até 1960. Em outubro daquele ano, os
restos mortais foram transferidos para o Monumento Nacional aos
Mortos na Segunda Guerra Mundial, localizado no Rio de Janeiro.

 Pós-guerra

[Após o fim da guerra na conferência de Ialta foi assinado um acordo


que separava a Alemanha da Áustria, criando quatro zonas de
ocupação na Áustria (Zona de ocupação = porções de um território
destinadas a abrigar predominantes atividades que, por suas
características únicas, como aeroportos, centros de convenção, etc,
necessitem disciplina especial de uso e ocupação de solo)]

Segundo o historiador Frank McCann, o Brasil foi convidado a integrar


uma zona de ocupação da Áustria.

A ida do exército brasileiro à Europa aumentou as contradições internas


do governo de Getúlio Vargas. Afinal, os brasileiros foram até a Europa
lutar contra uma ditadura fascista, mas em seu território viviam sob um
regime anti-democrático.

Receoso que esses soldados, agora experientes, pudessem se voltar


contra o governo, Vargas se apressa em desfazer a unidade militar,
desmobilizando-a ainda em solo italiano.

A partir de Outubro de 1945, formaram-se as primeiras associações de


ex combatentes. O não planejamento por parte das autoridades
militares brasileiras da época, em relação a uma política de assistência
e reintegração social de seus veteranos, em especial a grande maioria
de civis sem alta qualificação profissional, colaborou para o crescimento
de tais associações que, a partir da desvinculação deste objetivo do
órgão público que havia sido criado para tal função, passaram a
funcionar como único ponto de apoio social para os veteranos.

Uma pensão aos veteranos que suprisse a sobrevivência veio apenas


em 1988, com a Constituinte de 1988, quando todos os veteranos
brasileiros sobreviventes da Segunda Guerra passaram a ter direito
legal a uma compensação especial, equivalente à pensão deixada por
um segundo-tenente do exército.

No tempo decorrido entre o término da guerra e a concessão desta


pensão, os veteranos conseguiram algumas pequenas vitórias, como o
acesso ao funcionalismo público para os não analfabetos (o que excluía
um número apreciável de veteranos), e a construção de um conjunto
habitacional para ex combatentes (no Bairro de Benfica), no Rio de
Janeiro, inaugurado no início da década de 1960. Aqueles que não
conseguiram se readaptar à vida civil, não tiveram outra alternativa que
não a de "se virar", depender da caridade alheia, muitas vezes ficando
na dependência das próprias associações, ou definhar.

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